História Second Chance - A Night at Theater

P.O.V's John

Eu não consigo esquecer, aquela noite mexeu comigo, não sei como ela conseguiu, faz tão pouco tempo que nos conhecemos. Na noite em que dormi no apartamento dela foi mágico para mim. Meghan havia saído, estava no supermercado comprando vinho, eu estava morto pelo serviço e findei adormecendo, mas assim que ela abriu a porta eu acordei mas não deixei que ela me visse acordado, então fechei os olhos rapidamente. Ela havia dado o dinheiro ao entregador, depois senti que ela estava no quarto, achei que fosse me acordar cheia de autoridade, mas não,  se deitou ao meu lado na cama, senti que me olhava, esperei até que ela estivesse dormindo. Minutos depois ela adormeceu, a olhei,  parecia cansada, com aquela roupa sexy na minha frente, deitada ali, mas eu não podia fazer nada, apenas me aproximei e senti seu cheiro, seu perfume, fiquei louco com aquilo, mas eu tinha de respeitá-la, o que ela pensaria de mim? Eu mudara! Então me aproximei de seus lábios e os selei, ela não se moveu, permaneceu parada. Suspirei e sussurrei.

– Ainda será minha Meghan, sou paciente, esperarei estar pronta para se entregar todinha para mim, de corpo e alma.

Então eu me levantei e fui embora, mas deixei um bilhete lhe explicando porque que tive que ir mas que aquilo não havia acabado ali.

P.O.V's Narrador

O sábado chegara e Meghan estava ansiosa para ir a Nova York,  se apressara nos seus afazeres domésticos e fora logo se arrumar. 
John não arranjara outro tempo disponível Para ir atrás de Meghan, mas tivera uma notícia boa aquela manhã, Ruth chegou com um copo de cappuccino e boa notícia. 

– Oi John, desculpe incomodar. – Disse ela retirando sua atenção do laptop.

– Diga-me que tem uma boa notícia? – Disse sem suspender o olhar.

– Acho que tenho uma ideia para o caso da França, e também lhe trouxe um café. – John a olhou com esperança, apanhou o café e lhe indicou a cadeira para se sentar.

– Obrigado, agora diga tudo.

– Lembra do Paul? 

– Amigo do Ian? – Perguntou com o cenho franzido. 

– Não, o seu amigo.

– Não tenho amigo com esse nome. – John pareceu confuso.

– Qual era o nome daquele advogado que morava em San Diego?

– O Stefan? 

– Stefan? Esse não é um nome de um personagem de uma série de TV? 

– O nome dele é Paul Thibault. – Disse John ao lembrar de seu velho amigo, estudara junto com ele na Universidade de Harvard.

– Mas eu disse Paul antes, John.

– É que não o chamo pelo nome, mas me diga o que que tem ele ? – Perguntou ele curioso, fazia anos que não falava mais com seu amigo. No ano que seu pai morreu John decidiu se afastar de todos ao seu redor e isso incluía seu melhor amigo Paul Thibault, ou melhor Stefan.

– Sabe que pode entrar mais de um advogado nesse caso?

– Abriram para mais de um? – Perguntou ele encabulado.

– Sim senhor, então fui pesquisar um bom advogado, e me lembrei de Paul, e o quanto eram amigos, ele pode aceitar entrar no caso, mas para isso precisaria pedir para que ele concorde que estaria fora o tempo todo, e só o iria lá quando houvesse as reuniões finais, ou seja, uma vez ao mês. 

– Está querendo me dizer que tenho que ir atrás de um amigo que eu abandonei há anos e lhe pedir um favor desse tamanho? – John se levantou e saiu andando pela sala com a mão nos cabelos, estava irritado.

– Ninguém toparia isso John, a não ser que seja um grande amigo, não acha que passou da hora de se desculpar?

– Não sou bom nisso Ruth.

– Então terá que se empenhar, seu voo parte às 19h.

– Eu vou à França hoje? – Disse com os olhos arregalados.

– Sim, e volta na segunda pela manhã. – Ruth viu John hesitar. – Senhor, tem que tentar. – Ela levantou e caminhou até a porta. – Se isso serve de motivação, ele não hesitou em encontrá-lo. – Disse e logo após saiu, deixando John com seus pensamentos.

As horas se passaram e John se arrumou para viajar. Passou na empresa para pegar alguns papéis que esquecera, pensou em comprar algumas comidas e bebidas no Josh, quando ele ia sair pela porta ele viu Meghan na porta do outro lado da rua, acabara de sair do Josh, John hesitou em sair e ficou ali olhando, foi quando ele viu que ela se aproximou de um táxi e falou com alguém que estava no banco de trás,  foi ali que pude ver o braço, era um homem, John se lembrou de quando ela havia lhe contado sobre o homem que conhecera. Meghan estava linda, com um vestido comprido vermelho, que tinha um lascado que ia até altura da coxa, usava saltos. Quando John saiu pela porta, foi no momento em que Meghan entrou no táxi e acenou para sua irmã. John caminhou até o Josh e adentrou, quando Sophie o viu ela sorriu e foi atendê-lo.

– Quer o mesmo de sempre? – Disse abrindo um sorriso.

– Aquela era sua irmã? – Perguntou em um tom severo, ele se irritou pois havia perguntado a Meghan se ela gostava desse suposto amigo e ela negara.

– Sim, o que foi? – Perguntou ela quando percebeu que ele não ficou contente com o que ouvira.

– Com quem ela está saindo e aonde eles foram? Não venha me dizer que não era um homem porque eu vi o braço de um homem. – Sophie suspirou e respondeu bem calma tentando fazer com que John não se irritasse mais.

–  Aquele lá é um amigo dela, e ele a convidou para irem ao teatro assistir aquelas músicas chatas clássicas. – Disse tentando descontrair o clima que ficara pesado. – Achei que soubesse sobre ele.

– Ela havia me falado sobre esse tal amigo. – Disse olhando para o balcão a sua frente, mas logo se lembrou que não teria sentido fazer aquilo,  se ela quisesse ficar com ele, teria mostrado mais interesse. – Ela estava linda. – Soou quase como um sussurro, se Sophie não estivesse olhando não o entenderia. – Foram ao teatro municipal?

– Sim, mas... – Ela deu uma pausa porque sabia que ele não gostaria do que ouviria. – De Nova York. 

– Meghan foi a Nova York com um cara que conheceu não faz nem um mês? – John pareceu chocado mas logo se recompôs. – Me dê um cappuccino, eu ia pedir croissant mas perdi o apetite. – John pega o celular e liga para Ruth. – Prepare a mala Ruth, iremos para a França hoje. – Fez-se um silêncio, enquanto Sophie fazia seu cappuccino ela prestava atenção em tudo que ele falava.

– Mas John tem muito trabalho aqui, você tinha me dito que não queria ir. – Disse Ruth do outro lado da linha. 

– Eu sei Ruth, mas eu quero ir agora, e quero que vá comigo, mude as passagens, não volto segunda. – Sophie olhou para John enquanto caminhava para lhe entregar o que pedira, ele estava sério. 

– Volta quando? – Perguntou preocupada.

– Não sei, quando eu souber, você marca, já estou indo, as malas estão no carro, passo na sua casa para pegar as suas. Eu estou aqui no Josh' s bakery, quer algo?

– Não meu filho, venha vamos logo ou iremos nos atrasar para o seu encontro, dê um beijo em Meghan.

– Pode deixar, a beijarei muito quando a vir.

John desligou o celular, Sophie a estava encarando.

– O que foi? 

– Vai para França? – Ela parecia chateada, mas não estava mais do que ele.

– Nunca te avisaram que ouvir a conversa alheia e falta de educação não? Mas sim eu vou sim. – Resmugou.

– John a Meg... – Antes dela poder terminar de defender a irmã, ele a impediu. 

– Não complete a frase Sophie, ela é solteira, pode sair com quem ela quiser... – Deu uma pausa e bebericou seu cappuccino. – Seja um amigo, ou não. Bom, eu ainda não tenho o número dela, porque ela quis assim, mas quando a vir, não diga nada a ela sobre eu não estar aqui.  

– Tudo bem.

– Preciso ir, tenho um encontro marcado na França. 

John se virou e foi direto para o seu carro sem nem olhar para trás, estava chateado com Meghan e queria sair logo dali.

Sophie imediatamente pegou seu celular e ligou para Meghan, que atendeu depois de dois toques.

– Já está no avião? – Disse ela mordendo a unha.

– Vou embarcar agora, por quê? 

– John esteve aqui, ele a viu entrando no carro do Drake, acho que não ficou muito feliz em saber que vai para Nova York. 

– Ele não tem nada a ver com a minha vida Sophie, eu posso sair com meus amigos quantas vezes eu achar que preciso, quem ele pensa que é? – Houve um silêncio de ambas as partes.

– Bom eu concordo com ele, conheceu Drake há três semanas e já está assim, nunca vi tanta confiança. 

– Drake e eu somos amigos Sophie, faça o favor de guardar suas paranoias somente para você. 

– Tudo bem dona da razão, não toco mais nesse assunto, mas fique sabendo que eu não concordo com isso.

Meghan estava sem conseguir dormir no vôo, estava com o que Sophie disse na cabeça. Drake se remexeu na cadeira e abriu os olhos, quando a viu acordada ficou preocupado.

– Não vai dormir meg? – Disse chamando sua atenção para si.

– Estou sem sono. – Sophie tirou seu sono.

– O que houve? – Ele se acomodou na cadeira e ficou prestando atenção no que ela falaria.

– Lembra que eu te disse que tinha conhecido um homem? – Drake assentiu. – Ele me viu entrar no táxi com você, ele não gostou disso.

– Mas você disse que são só amigos.

– Somos, é que quando eu fui ser amiga dele eu fiquei toda seca, e bom, com você eu estou indo pra Nova York. 

– Entendi. Você gosta dele?

– Ele é um bom homem. – Respondeu ela fugindo do assunto. – Nunca me disse nada sobre sua família, não mora com ela?

– Vou fingir que não mudou de assunto Meghan. Bom, tenho três irmãos, meus pais são separados, moro atualmente em Londres,  e é isso.

– Ah sim, seus irmãos são legais? – Perguntou ela tentando afastá-la do último assunto.

– Acredito que sim, um dia se eu tiver a oportunidade te apresento ao segundo caçula, Ryan.

– Não fala com os outros? 

– Sim mas é uma longa história e isso envolve brigas por carrinhos e bolas. – Disse ele fazendo cócegas nela.

– Sabe que minhas férias expiram essa semana, não sabe?  

– Sei sim, eu quero conhecer esse rapaz que tanto você fala, já me disse que ele toma café todos os dias lá na lojinha.

– Quando foi que te disse isso? – Perguntou confusa.

– Na última vez que corremos, você falou como se conheceram. 

– Posso marcar com ele, vai gostar dele.

– Espero que sim. Voltando ao assunto eu não vejo meu irmão há muito tempo.

– Por quê? 

– Ele não sabe que me mudei para Londres.

– Irá reencontrá-lo algum dia? 

– Pretendo. – Disse ele olhando pela janela do avião. 

O silêncio pairou e Meghan decidiu encerrar o assunto, adormeceu minutos depois e quando acordou já estavam aterrissando. 

– Chegamos rápido. – Disse ela bocejando.

– Você dormiu muito, isso sim.

O tempo passou e já estava na hora da apresentação, Meghan estava achando tudo muito lindo, as luzes, o efeito, o teatro, Nova York. A apresentação começou com uma canção que ela amava, as horas se passaram e enfim terminou, eles caminharam até um salão onde teria danças, Drake a conduziu pelo salão e começaram a dançar ao som de Johann Strauss Jr. Dançaram juntos, ela apoiou sua cabeça em seu ombro e se sentiu confortável.

– Gosto da sua companhia.

– Eu também. – Disse ela sem tirar sua cabeça de seu ombro.

Dançaram mais duas músicas até que Meghan quis voltar para casa, então foram até o aeroporto e pegaram o próximo voo, chegaram em Nova Jersey no domingo às sete da manhã. Meghan se despediu de Drake e entrou para casa, Sophie estava dormindo, afinal o Josh não abria nos domingos. Ela descansou até que Sophie a acordou enquanto falava ao telefone.

– Não, eu estava dormindo, ela está no quarto agora John.

– Ela está bem? – Respondeu a voz do telefone

– Está ótima, volta quando?

– Não sei ainda.

– Vejo você em breve, tenho que desligar, alguém acordou. – Disse quando viu Meghan na porta do quarto.Desligou o telefone e caminhou para a cozinha, mas Meghan a seguiu.

– Há quanto tempo fala com John ao telefone? – Perguntou Meghan parecendo irritada.

– Isso faz diferença?

– Faz, não sabia que eram tão amigos assim. – Ironizou Meghan.

– Escuta aqui, você é a última pessoa que pode me falar sobre amizades repentinas, e além do mais quem me ligou foi ele, queria saber como você chegou, e ele me ligou ontem à noite também. – Sophie estava irritada e não abaixaria a guarda.

– Se estava tão preocupado por que não veio aqui ver pessoalmente? – Esbravejou.

– Porque ele não está aqui Meghan, voltou para a França ontem, logo após ter te visto sair com Drake, ele foi com uma tal de Ruth. – Meghan parou e pensou sobre o que estava ouvindo e ficou preocupada, e se ele não voltasse mais? Ela não queria nada com ele mas também não queria que ele sumisse.

– Pode me dar o número dele? – Perguntou Meghan depois de bufar.

– Pegue no meu telefone. – Parou de guardar os copos e fingiu interesse. – Como foi lá com Drake?

– Ótimo, adorei cada parte. 

– Até na parte que se beijaram? – Meghan arregalou os olhos quando ouviu essas palavras.

– Não o beijei Sophie. Me responde, por que está defendendo tanto John? não estou entendendo essa sua amizadezinha com ele.

– Se não o beijou foi por falta de oportunidade, nunca vi confiar tanto em um cara que acabou de conhecer, tomara que John não a queira mais mesmo, ele estava certo sobre você e essa sua política de autodefesa.

– Como assim? – Aquilo afetara Meghan e sua irmã percebeu então ela não podia parar. – 
– Que talvez você só tenha essa marra toda com ele, porque enquanto ele não tem nem o seu número, você fez questão de aceitar numa boa sair do estado com outro. – Sophie simplesmente jogou as palavras no ar e saiu andando e bateu a porta. Meghan pegou o celular de Sophie e discou o número de John.

– Sophie? – Meghan tremeu ao ouvir aquela voz.

– Oi John. – Houve um silêncio mútuo, até que Meghan disse. – Tudo bem? 

–  O que quer Meghan? Estou ocupado agora, achei que também estivesse. – Ela podia ouvir a raiva em sua voz.

– Por que está com tanta raiva? Isso é difícil sabia? 

– Engraçado, só é difícil quando é comigo, incrível, quer saber Meghan? Faça o que bem entender com seu amigo, quer viajar com ele para o Japão, pode ir. – Deu uma pausa, mas era possível ouvir sua respiração. – Quando estiver pronta para ter minha amizade, sabe onde eu trabalho. – Desligou antes que Meghan pudesse dizer algo. Foi então que ela começou a perceber que estava com medo.

Minutos depois quando ela estava indo para seu quarto seu celular vibrou com uma mensagem de Drake.

"Boneca, irei resolver algumas coisas em Londres, volto dentro de alguns dias, aproveite e vá até seu pretendente e diga que quero conhecê-lo, saber se ele presta para ficar com você.  Assim que eu voltar eu vou aí te visitar, beijos, vê se não morre sem mim aí." 

– Está tudo piorando a cada minuto. – Meghan se jogou em sua cama e fechou os olhos desejando que aquilo só fosse um pesadelo.