Lee
E lá estava eu, sem um de meus braços, preso por uma algema. E infectado, só para piorar.
Lee- Clementine... Eu... Eu sei que é difícil, mas... Você consegue... Você... Você consegue fazer tudo.- Digo olhando para a garotinha que estava apontando a arma para mim, chorando e soluçando.
Clementine- E-eu v-vou sentir s-sua falta L-Lee.- Ela diz entre soluços colocando o dedo no gatilho da arma.
Lee- Deixe seu cabelo cortado... Ele fica melhor assim... Eu te amo Clem.- Ela gritou e atirou.
Está tudo escuro. Aí tudo fica claro, e apareço em uma sala com uma lareira acesa e com um garoto de aparentemente dezesseis anos sentado em uma poltrona, de chinelos e uma camisa cinza, junto com um shorts jeans amarelo um tanto desbotado. Ele tinha um cabelo castanho, igual a seus olhos, que haviam olheiras enormes.
Lee- Aonde estou? Quem é você?!?- Digo me afastando, batendo contra a parede.
???- Ah, Lee!- O garoto diz e se levanta.- É bom te ver cara.
Lee- Como você sabe meu nome?!- Aí eu encaro o garoto em minha frente e penso em uma coisa.- Você é Deus? Estou morto?
O garoto me encara e começa a rir descontroladamente. Ele para de rir um pouco e limpa uma lágrima de tanto rir, mas se recompõe.
???- Ah, não...- Ele diz sorrindo.- Eu não sou Deus.- Ele diz e solta uma risada.- Mas, sim você está morto.- Ele diz, parando de rir.- Sabe, eu... Eu não gostei muito do seu destino. Você não merece isso.- Ele diz colocando uma mão em meu ombro, me olhando triste.
O que eu deveria fazer?
???- Pensando no que fazer?- Como ele sabia disso?- Bem, isso não importa. Cara, eu estou aqui para te dar uma segunda chance, uma segunda chance para você rever Clementine e refazer alguma de suas atitudes.
Eu fico feliz, mas repenso. Nada é de graça.
???- Não, eu não quero sua alma.- Ele diz dando um sorriso e tirando sua mão de meu ombro e se sentando em uma poltrona.- Mas realmente, nada é de graça. Você vai ter que... Bem. Refazer tudo, desde o início.- Ele diz coçando a nuca.
Lee- O QUE? Eu tive que passar por merdas muito dolorosas cara! Coisas que eu nunca vou querer passar novamente!- Eu grito fechando os punhos.
???- Calma aí Lee. Vou te dar uns presentes para ajudar.- Ele diz sorrindo se levantando e tirando uma lata de coca-cola de um mini-refrigerador, que estava ao lado da poltrona.
Lee- Presentes?- Pergunto me acalmando e erguendo uma sobrancelha.
???- É. Presentes. Quatro, para ser exato.- Ele responde abrindo a latinha de coca-cola e bebendo a mesma.
Lee- Quais?- Pergunto curioso.
???- Bem, você ficara realmente forte. REALMENTE FORTE.- Ele diz erguendo as duas sobrancelhas.- Sério, você vai ficar cada vez mais forte, mas nada desumano.- Ele diz e dá mais um gole da latinha.- Quer um pouco disso?- Ele me pergunta. Por que não?
Lee- Claro.- Digo dando de ombros, e ele me joga uma lata de cerveja.- Achei que era um refrigerante.
???- É, mas você provavelmente prefere cerveja.- Eu ri e abri a latinha e tomo um gole.- Você também irá se recuperar mais rápido dos seus ferimentos. E o melhor vem agora...- Ele diz sorrindo.
Lee- O que? Vou ser imune a mordidas de Walkers?- Digo dando uma gargalhada, me sentando em uma de suas poltronas, tomando um gole de cerveja.
???- Sim.- Ele diz sorrindo mais. Pera aí. O QUE?
Lee- O QUE? CARALHO!- Digo ficando boquiaberto.
???- É! Ah, você irá poder escolher quem irá ter todas suas memórias restauradas.
Lee- Clementine.- Digo sem nem pensar, tomando o resto da minha cerveja e me levantando.
???- Ok, Lee. A memória dela vai ser restaurada assim que ela te der o martelo.- Ele diz sorrindo.- Boa sorte.
Eu pisco meus olhos e me vejo dentro do carro de policial novamente, com aquele oficial dirigindo o carro. É melhor não agir como se eu já soubesse tudo, e continuar calado.
Oficial- Eu reconheço que você não fez então.
Ah não. Ele vai começar a falar denovo...
Lee- Olha, me desculpe, mas não quero conversa.- Digo olhando sério para ele. Ele fecha a boca e acelera um pouco o carro.
Os carros de polícia começaram a vir na direção contrária de nós.
Passou um tempo, aí eu percebi. Como ele iria bater o carro? Droga.
Lee- Me desculpe.- Digo olhando para ele.
Oficial- Sem problema. E-eu te entendo sabe?- Ele diz e se vira para mim, e vejo o Walker na rua. Isso vai doer.
Lee- CUIDADO!- Ele não se vira e atropela o Walker, mas perde o controle do carro e bate e capota o mesmo.
Eu desmaio e ouço os tiros, que me acordam. Não grito sinto a dor de minha perna me agoniar, mas... Dura apenas alguns instantes e para de doer, mas o ferimento não se fecha, apenas para de doer, o que já é bom.
Faço força puxando cada algema para um lado diferente, quebrando a pequena corrente. Caramba. Claro, eu tive que fazer a maior força da minha vida, mas valeu apena. Os arcos de ferro ainda cercavam meus pulsos, mas era bom poder usar as duas mãos. Dou um chute na janela, quebrando-a instantaneamente. OK, eu já imaginava isso. Saio da janela, mas sem me jogar no chão, e ando até a shotgun do policial, pego e a recarrego com a bala e ando até o policial "morto". Eu esmago a cabeça dele com o cabo da shotgun, a sujando completamente, mas valeu a pena poupar a munição. Pego a chave do corpo dele e tiro os arcos de ferro que evolviam meus pulsos, e corro dali antes que os Walkers cheguem. Escalo o muro de Clementine, e dou uma olhada rápida na casa da árvore dela, me seguro para não sorrir ou chorar e entro na casa dela.
Não se preocupe Clem. Eu vou tomar conta de você.
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