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História Second Session Where Is Your Boy Tonight? - But we are alive here in Death valley


Escrita por: carlinhaduda

Notas do Autor


Oie, meus amores!!
O último desse final de semana, mas sexta-feira tem mais.
Boa leitura.

Capítulo 34 - But we are alive here in Death valley


Pete acorda horas depois. Seus punhos doíam por causa das algemas. Pelo menos Mikey não amarrara um lenço em sua boca como fizera na noite em que pararam para descansar. Nem acreditava que naquela noite um dos punhos de Charlotte também estava preso junto ao seu.

Uma grande tristeza assombra seu coração.

Havia uma goteira em algum lugar daquele cômodo que notara somente agora. Plic. Ploc. O barulho o irritava. Era o mesmo sempre seguido em um ritmo lento. Plic. Ploc. Plic. Ploc.

A porta do porão se abre novamente. Mikey desce com um prato e um copo de suco.

-Que bom que acordou. Já é noite.

Pete se ajeita como pode para ficar em uma posição mais ereta. Mas é impossível com suas mãos presas a cama improvisada.

-Está com fome? Fiz um sanduíche para você.

Mikey solta uma das mãos de Pete. O estômago do moreno ronca quando dá a primeira mordida no sanduíche.

-O que você pretende fazer comigo? – Pete indaga assim que engole – Vai me matar também?

-Não, Pete, claro que não. Eu jamais machucaria você. Eu te amo. Só quero te fazer feliz.

-Se é a minha felicidade que importa para você, por que me sequestrou? Por que me trouxe para cá?

-Porque eu sei que você não é feliz com o Patrick. Aquele cara só te faz mal.

-O Patrick já me magoou muito, eu sei e não vou mentir. Mas ele também me faz muito, muito feliz. E nós dois já superamos isso.

-Se você já superou, por que transou comigo naquela noite?

-Porque eu perdoei o Patrick, mas não esqueci o que ele fez. Superar uma coisa não significa que você esqueceu. Só significa que você é capaz de ignorar algo que te entristeceu e buscar a felicidade. E o Patrick e a Charlotte são a minha felicidade.

Pete encara o sanduiche. Seu estômago se embrulha. Seu coração dói quando lembra o que deixou Charlotte para trás.

-Ele te ligou – Mikey diz baixinho – Deixou vários recados na caixa postal.

Pete desiste de comer o sanduiche. A notícia acende uma pequena chama de alegria em seu coração.

-Você quer ouvir?

Pete olha para Mikey.

-Você destruiu o meu celular.

-Não – Mikey olha nos olhos do moreno – Eu clonei ele. Quando você foi para casa, eu peguei ele dá sua bolsa.

-Mikey...

-Você quer ouvir ou não?

Mikey estende a mão com um outro aparelho celular. Pete encara o aparelho por alguns segundos antes de pegá-lo.

-Eu ouvi todos – Mikey confessa – Ele ama muito você.

Pete encara ao aparelho em sua mão. Havia o número registrado e também o tempo de cada mensagem gravada. Finalmente toma coragem ao acessar os recados, o moreno aciona o primeiro e leva o celular ao ouvido.

-“Pete, por favor, o que está acontecendo”? – a voz de Patrick era chorosa e desesperada. Pete fecha os olhos – “ Por favor, meu amor, me liga. Vamos conversar. Por favor, não me deixa assim, eu preciso de você, Pete. Você é o amor da minha vida.... Por favor... Não faça algo que possa se arrepender. Por favor, me liga”...

Pete aciona outro recado. A voz de Patrick soa em seu ouvido.

-“Pete, aonde você está? Por favor, não faça isso comigo. Por favor, vamos conversar. Eu preciso olhar para você para saber se isso é verdade ou não. Eu sei que ainda resta um pouco do amor que você sentia por mim... A gente pode acender essa chama de novo” – Patrick faz uma pequena pausa. Parecia que tentava conter o choro – “Me liga... Por favor”.

Pete funga. Seus olhos estavam cheios. Havia tanto desespero na voz do loiro que partia ainda mais seu coração.

-“Eu... Eu recebi as fotos” – Patrick faz outra pausa, dessa vez mais longa – “É sério que você vai me deixar assim? Sem nenhuma explicação convincente? Porque eu não acredito que você ama o Mikey dessa forma. O seu amor por ele não é tão grande quanto o meu amor por você. Se você voltar para casa agora, eu perdoo você. Por favor, volta para casa. Volta para mim”.

Pete não queria ouvir mais. Mas era a única coisa que tinha do loiro.

-“Eu odeio você”... – as palavras de Patrick o acertam em cheio. Pete já não consegue mais conter as lágrimas – “Eu queria poder sentir isso de você. De verdade. Eu queria poder te odiar de verdade, Peter” – a voz do loiro soa embargada de emoção, um misto de raiva e arrependimento, mas também de saudade, tudo isso misturado com muito álcool – “Eu te amo... Eu te amo, Pete. Isso não foi o suficiente? O meu amor não é o suficiente para fazer você voltar para mim?... Como você consegue ser tão forte? Porque eu estou quebrado, Peter. Estou em cacos sem você aqui. E é horrível, Pete, a dor que eu estou sentindo... É pior do que na primeira vez. Por favor, não faz isso... Não me abandone”...

Pete devolve o celular para Mikey. O moreno tenta se recompor, limpando as lágrimas do rosto e o nariz.

-Tem mais dois recados.

-Eu não quero mais ouvir nada.

Mikey coloca o recado para soar no viva voz.

-“Eu te odeio, Peter Wentz. E eu te amo muito... Eu te amo muito, Pete. De todo o meu coração”.

-Eu também te amo de todo o meu coração... – Pete murmura para si mesmo querendo que Patrick também pudesse ouvir.

-Ele te mandou outro – Mikey avisa – A três horas atrás.

Pete se enche de esperança. O moreno encara o loiro tingido.

-O que ele disse?

Mikey aciona o recado.

-“Oi”... – Patrick suspira – “Eu acho que você nunca vai ouvir esses recados, na verdade você não vai mesmo ouvir. Mas... Deixar recados na sua caixa de mensagem é e única coisa que me conforta agora. Espero que vocês estejam bem” – Pete se lembra de Charlotte. Queria poder abraçar o loiro e dizer o quanto sentia muito – “Eu vou encontrar vocês. Nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida, eu vou trazer vocês de volta para casa. Se não, não vai ser apenas as bolas do Mikey que eu vou cortar. É minha responsabilidade fazer com que vocês fiquem bem. Eu amo vocês. Pete, eu amo a família que a gente construiu e amo muito você”... – a voz de Patrick falha – “Eu não vou desistir de procurar por vocês, nunca. Vocês dois são as coisas mais importantes da minha vida, jamais vou permitir que algo de ruim aconteça. Me desculpa por ter sido um idiota, Pete. Por ter dito que te odiava, por favor, me perdoa. Eu vou encontrar vocês, eu prometo. Só espero que não seja tarde demais... Eu te amo”...

Pete expira devagar. Queria que apenas fosse um pesadelo e logo acordaria com o loiro o acalmando. Queria entrar no quarto de Charlotte e ver a menina dormindo abraçada ao ursinho. Queria voltar para casa.

-Você quer ligar para ele?

A pergunta de Mikey faz com que Pete o encare.

Patrick se joga na cama. Tomara um banho quente e só agora notava o quanto estava cansado. Barney sobe na cama e lambe seu rosto.

-Barney, não – Patrick afasta o cachorro.

O cão se estica e solta um longo gemido. Barney desce da cama.

Antes de fechar os olhos, Patrick confere mais uma vez o celular para ter certeza que não há uma chamada perdida. Sua cabeça pesava e também não havia comido o dia todo, se afundou no trabalho depois de inúmeros nãos que recebeu das pessoas nas ruas só para tentar não se preocupar, ainda mais sem uma resposta da polícia.

Um barulho de algo raspando vem do corredor. Apesar do cansaço, Patrick se levanta e vai até o corredor. Barney arranhava a porta do quarto de Charlotte.

Patrick se senta no chão com as costas apoiadas na porta e começa a afagar a cabeça de Barney. O animal solta um longo gemido.

-Você também sente a falta dela, não é?

Barney encara o loiro como se entendesse suas palavras. Talvez não as entendesse, mas o sentimento de falta era compartilhado por ambos.

-Vem.

Patrick se levanta e abre a porta do quarto de Charlotte. Barney entra e logo se acomoda em cima da cama. O quarto tinha cheiro do perfume de Charlotte. Tudo estava como ela havia deixado. As bonecas nas prateleiras junto dos livros, Donnie sentado na cama apoiado sobre o travesseiro branco. A cocha da cama era rosa assim como as paredes do quarto. Um quarto de princesas.

As cortinas brancas quase se arrastavam no chão. Barney estava bem acomodado na beirada da cama onde costumava dormir. Patrick se deita abraçando Donnie. O ursinho de pelúcia como nome em homenagem a um amigo falecido de Charlotte, tinha o cheiro da menina. Assim como o travesseiro que repousava a cabeça do loiro.

Seus olhos se enchem de lágrimas. A saudade esmaga seu coração assim como Patrick agarrava o ursinho Donnie. Sua cabeça começa a doer novamente. Suas lágrimas caiam silenciosas. Patrick fecha os olhos com força, queria dormir.

A campainha toca. Patrick fingi não ouvir. Queria ficar sozinho. Queria não ter com o que se preocupar. Queria sua família de volta. Pela insistência da pessoa na porta, Patrick se levanta enxugando o rosto.

-Suzi?

-Eu trouxe um bolo. Sei que você deve não ter comido nada – diz a senhora entrando depois de Patrick ter dado passagem.

-Obrigado, Suzi – Patrick força um sorriso.

-Você teve notícias? – Suzi não esconde a preocupação de seu rosto.

-Ainda não - Patrick se senta no sofá e abre a vasilha, o cheiro do bolo de coco faz seu estômago roncar – Nada ainda.

-Eles vão ligar.

-Eu sei, eu só... – Patrick ameaça a colocar um pedaço de bolo na boca, mas recua – Só não quero que demore muito. Estou tentando não surtar.

-Surtar não vai ajudar, Patrick. Eu também estou muito preocupada com minha neta e com o Pete também. Vocês acabaram se tornando minha família.

-E agora tiraram eles da gente – Patrick diz baixinho olhando para o chão.

O celular começa a tocar em seu bolso. Patrick guarda o bolo e entrega a Suzi rapidamente e pega o celular no bolso da calça. Seu coração se alegra.

-Alô?

-“Patrick”? – seu coração desacelera – “É o policial Tommy. Você pode vir até a delegacia? Quero que conheça uma pessoa, também rastreamos a ligação do celular de Adam e encontramos uma pista”.

-Claro, já estou indo.

-“Ok”.

Patrick desliga.

-Vou ter ir na delegacia, eles encontraram alguma coisa.

-Eu vou com você.

Patrick pega as chaves do carro e, junto de Suzi, vai até a delegacia. Adam já estava lá.

-Ligaram no hospital – Adam diz antes mesmo de Patrick perguntar alguma coisa.

-Disseram algo a você?

-Não. O policial Tommy só me entregou o meu celular e disse que era para esperar você antes de entrar na sala do delegado.

-Então é melhor irmos – diz Suzi.

Os três caminham em direção a sala de Frank. Patrick sente novamente um arrepio subindo a espinha. Odiava aquela sensação estranha aguçando seu sexto sentido.

-Ainda bem que você chegou – Tommy diz saindo de uma outra sala – Frank quer vê-los agora. A senhora é?

-Suzi. Sou a vó da Charlotte.

-De consideração?

-Sim.

-Ela também está preocupada com a Charlotte – diz Patrick – Ela pode ir conosco?

-Claro, se ela é da família. Venham.

Tommy bate na porta antes de abrir. Frank organizava alguns papéis até notar a presença dos quatro.

-Ainda bem que você chegaram – diz Frank – Quem é a senhora?

-É a vó de Charlotte – responde Tommy.

-Tudo bem.

-Vocês conseguiram rastrear a ligação? – Patrick pergunta preocupado.

-Sim – Tommy responde – Inclusive, temos mais uma notícia. A polícia de Nova Jersey também está no caso.

Patrick não esconde a surpresa.

-Nova Jersey?

-Sim – uma mulher abre a porta e entra.

Os cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo alto, parecia uma cachoeira de fios castanhos. Os olhos do mesmo tom eram marcados pelo lápis preto. A pele negra destacava um batom escuro.

-Meu nome é Viola, sou perita criminal e estou atrás de Mikey Way durante dois anos. Sou oficial de Nova Jerseyee também já trabalhei para o FBI, e estou disposta a pegá-lo. Você deve ser Patrick?

Viola aperta a mão de Patrick e depois a de Adam e Suzi.

-Já fui informada sobre cada detalhe de seu depoimento. Você recebeu outra ligação?

-Não. Nenhuma – Patrick responde desanimado.

-Eu estou à frente do caso agora. Qualquer coisa que acontecer, você deve informar a mim.

-Essa delegacia ainda é minha, oficial Viola.

-Mas o caso é meu, delegado Frank – a policial sorri sarcástica – Voltamos ao assunto, a ligação foi rastreada em um trecho da rota de Chicago para Nova Jersey. Bem próximo à Nova Jersey, havia um carro batido em uma árvore e também um corpo.

O arrepio volta novamente a percorrer o corpo do loiro.

-Um corpo? – Adam indaga ainda confuso.

-Um senhor de cinquenta e quatro anos, Roger Singer. Ele tem uma loja de conveniência e havia acabado de pegar o dinheiro do caixa para depositar no banco – o delegado Frank explica – Morreu com um tiro na cabeça. Teve mil e quinhentos dólares e o carro roubado.

-Enviamos cópias das fotos para a delegacia da cidade, descobrimos que uma mulher que trabalha nessa mesma loja de conveniência, havia informado um sequestro na noite anterior. Como vocês ainda não haviam registrado o sequestro, ninguém acreditou nela – diz Tommy – Ela foi chamada novamente na polícia hoje e ela confirmou que viu o Pete e o Mikey. Apenas não pode dizer se a menina que estava no carro era mesmo Charlotte, mas que havia uma menina no carro. Ela disse que o Pete estava com muito medo quando perguntou se podia usar o telefone e Mikey sussurrava algo enquanto Pete deveria estar falando com você. Depois o Pete perguntou aonde ficava o banheiro e quando passou no caixa, deixou um papel em sua mão informando sobre o que estava acontecendo. Assim que saiu do trabalho, ela foi direto para a delegacia.

-Isso tudo é uma loucura – Patrick passa as mãos sobre as têmporas – E o que a gente faz agora?

-Por enquanto, não podemos fazer nada – diz Viola – Se eles roubaram o carro, podem estar em qualquer lugar de Nova Jersey ou terem mudado a rota ao saberem que a polícia está atrás deles.

-Eu não posso ficar sem fazer nada! – Patrick grita.

-Patrick, fica calmo – diz Suzi.

-Como eu posso ficar calmo, Suzi? Vocês viram o que o Mikey fez com aquele homem e com aquelas garotas, por quanto tempo tenho que esperar até encontrar os corpos da minha família esquartejada por aí? – Patrick suspira e fecha os olhos. Sua dor de cabeça havia voltado com força e sua visão começava a embaçar – Eu só quero eles de volta...

-Você vai ter a sua família de volta são e salvos, Patrick. Mas precisamos de tempo para termos um plano – diz Viola com a voz firme – Eu prometo isso a você.

Um celular toca. Era de Patrick. O loiro tira o aparelho do bolso.

-Número desconhecido – o loiro diz.

-Espera um minuto – diz Tommy – Vou rastrear a ligação.

Tommy se senta na cadeira do delegado, seus dedos voam sobre o teclado no momento no qual o policial assente para que Patrick atenda a ligação.

Hesitante, Patrick atende e leva o celular ao ouvido.

-Alô?

-“Patrick? Sou eu, Pete” – ao contrário da última ligação, a voz de Pete estava calma.

-Graças a Deus, Pete! – Patrick suspira alto, seus olhos se enchem de lágrimas de alegria em ouvir a voz do moreno, seu coração parece explodir de felicidade – Como você está? E a Charlotte? O Mikey machucou vocês?

Pete demora para responder.

-“Ele está aqui. Eu... Eu estou bem. Estou com saudades de você”.

-“Eu também estou com muitas saudades, meu amor, muitas. Estou morrendo de saudades de você. Ele machucou você”?

Pete olha para a mão algemada no espelho da cama improvisada. Mikey o havia machucado de várias formas.

-“Não, está tudo bem comigo”.

-E a Lotte? Ela está bem? Ela perto de você? Quero falar com ela.

Pete não responde, dava para ouvir sua respiração cansada. Ouve-se um gemido de tristeza e Pete funga. Parecia conter o choro. Novamente, Patrick sente o arrepio pelo corpo.

-Amor? – Patrick os rostos preocupados na sala do delegado. O loiro já tinha os olhos cheios de lágrimas e seu coração se aperta em uma grande tristeza – Pete, o que foi? – Patrick tenta controlar a voz, mas a mesma soa falhada. O loiro fecha os olhos – Pete o que aconteceu? Onde está a nossa filha?

-“Me desculpa, Patrick... Eu... Eu não consegui, não consegui”... – Pete chorava e seus soluços atrapalhavam sua fala – “Me perdoe”...

-Peter... O que aconteceu? Eu te perdoo meu amor, conta o que aconteceu?

-“O Mikey matou a nossa filha”.

Foi o que Patrick ouviu antes de suas vistas escurecerem por um breve momento. Seu coração de pai fora esmagado por uma enorme tristeza. Patrick precisou se sentar em uma das cadeiras da sala, Suzi se aproximou e o ajudou a se manter lúcido apertando suas mãos.

-“Co-Como... Como isso aconteceu”?

-“A Charlotte quis no banheiro, mas ainda faltava algumas horas para chegarmos a cidade. O Mikey foi levar ela no mato porque ela estava muito apertada e... Foi aí”...

Mikey acaricia os cabelos de Pete. O moreno contrai o corpo ao sentir o toque em sua nuca. A pressão em sua cabeça aumenta. Os dedos de Mikey se afundam em seus cabelos trazendo um arrepio para seu corpo. Suas pernas endureceram por mais que tivesse vontade de correr.

-“Amor? O que foi que ele fez”?

-Ele bateu nela com um pedaço de madeira. Ela caiu no chão e não gritou. Eu corri, mas ele acertou ela de novo – os dedos de Mikey limpavam suas lágrimas e Pete aperta os olhos – Quando eu cheguei, ela... Ela... Ela já estava morta, Patrick. A nossa filha, ela... A Charlotte não se mexia e na sua testa tinha sangue e um galo enorme. O rostinho dela estava vermelho de sangue...

Pete chora. Queria poder abraçar o loiro naquele momento. Seu coração doía tanto em seu peito. O moreno ouvi o choro de Patrick, o que vai seu coração doer ainda mais.

Patrick tenta reprimir toda a dor que sentia. Sabia que Pete não era forte o suficiente e por isso chorava ao celular.

-“O corpo dela estava mole, Patrick... E eu não pude fazer nada pela nossa filha... Me perdoa, por favor... Me perdoa por eu não ter conseguido salvar a nossa filha, me perdoa... Isso dói tanto!”...

-Eu sei que você fez o que pôde, Pete. Você amava a nossa filha e ela também te amava. Não foi sua culpa... Eu vou achar você, eu prometo, e juntos vamos esquecer essa história.

-“Eu nunca vou esquecer dela estar deitada nos meus braços, Patrick”...

-A gente vai superar isso. Confie em mim. Nunca vou desistir de procurar você, nunca.

-“Você me perdoa por tudo? Por ter te traído, por ter te tratado mal... Por não ser o melhor para você”?

-Pete, você é o melhor para mim. O melhor que eu queria ter.

-“Eu te amo... De todo o meu coração, Patrick, eu te amo”.

-Isso não é uma despedida, Pete.

-“A gente não sabe, Patrick...

-“Pete”...

-Eu te amo de todo o meu coração – Pete suspira.

Ainda sentia o peso sobre as costas. Sabia que Patrick nunca quebraria sua promessa. Mas, desde que acordara a quilômetros de Chicago no banco do carro de Mikey, Pete sentia medo do que poderia acontecer.

Seu medo cresceu ainda mais quando Mikey colocou uma bala na cabeça daquele senhor. Seu medo era avassalador quando sentia o corpo sem vida de sua filha em seus braços.

-Me dá o telefone – Mikey ordena.

-Não, Mikey, não!

Mikey pega o telefone de sua mão e se afasta. Pete se levanta, mas sua mão presa ao palete o impede se seguir o loiro tingido.

-“Pete”?

-Mikey, conta para ele aonde a gente está! Por favor, não machuque mais ninguém, por favor, eu te imploro, acaba com isso! – Pete tentava se aproximar de Mikey, seu punho doía sendo marcado pela algema.

-Quero ele longe do meu caminho.

-Pete?

-“Não é o Pete”.

-Eu vou matar você, Mikey. Assim que eu te encontrar, eu vou acabar com você – Patrick diz as palavras com ódio.

-“Se você vier atrás de mim, encontrará o corpo da sua filha. Se continuar, vai encontrar o corpo do Pete. Portanto, pare com as buscas. Não quero ter que fugir da polícia outra vez”.

-O único corpo que eu vou encontrar vai ser o seu, Mikey, que eu vou fazer questão de matá-lo.

-“Só não diga que eu não avisei, Stump”.

Mikey desliga. Patrick bufa de raiva.

-O que o Mikey disse? – Viola cruza os braços e apoia o quadril na mesa.

Patrick fica alguns segundos em silêncio. Sua raiva havia passado um pouco. Em sua mente, rebobinava tudo o que Pete havia dito.

-Patrick? – Suzi o chama.

Patrick encara a mulher e, sem motivo, começa a chorar.

-Patrick? – Adam o chama já com a voz cheia de choro.

-O Mikey disse para pararmos as buscas... Ele... O Pete disse que ele matou a Charlotte...

-O que?! – Suzi indaga desacreditada.

-Não, Patrick, não – Adam tentava procurar algo que negasse as palavras de Patrick – O Mikey não fez isso... Não – Adam segura o choro.

-Foi o próprio Pete que disse. Ele viu tudo e não teve como ajudar ela...

Suzi abraça Patrick e chora.

-Não... Isso não pode estar acontecendo... – Adam murmura para si mesmo.

Viola descruza os braços e relaxa a postura. A morte da menina também a afetava. Tommy percebe a inquietação de Adam. O maior parecia estar atordoado pela a surpresa.

-Adam? – Tommy se levanta e toca seu braço de leve.

Adam encara os olhos castanhos preocupados.

-Desculpa, eu... Eu preciso de ar.

Adam saia da sala. Tommy o segue. Frank segura o braço de Viola de leve para chamar a sua atenção. A mulher o encara com o olhar triste e assente.

-Vou deixar vocês a sós.

Apenas Patrick e Suzi ficam na sala. O loiro deixava simplesmente as lágrimas escorrer sobre seu rosto. Suzi o abraçava enquanto chorava pela morte da menina.

-Adam, espera!

O maior para na calçada. Seu rosto estava molhado. Tommy se aproxima com passos vagarosos.

-Eu sinto muito...

-Como ele pôde fazer isso com uma criança?! Ela era apenas uma menina! Como ele pode ser tão frio?!

-Adam, eu sei tudo o que você está sentindo e sinto muito por isso.

Adam passa as mãos sobre os cabelos. A notícia pegara todos de surpresa. Patrick simplesmente estava arrasado e Adam nem sabia quais as palavras poderiam confortar alguém. Nem como confortaria a si mesmo.

-Adam... – Tommy pega em sua mão, Adam tenta recuar o toque, mas a mão quente de Tommy afaga a sua – Sinto muito pela sua sobrinha. Eu vou fazer o meu melhor para trazer seu amigo de volta.

Tommy seca uma lágrima que estava preso em seus cílios inferiores. Adam deixa outra lágrima cair. As bochechas de Adam ficam levemente coradas quando Tommy enxuga seu outro olho. Logo volta a chorar novamente e Tommy o abraça.

-Você está bem?

Viola se encosta na porta.

-Quantos anos a menina tinha?

-Dez.

Viola encara Frank chocada.

-A menina estava com Peter na hora do sequestro.

-Vamos pegar esse cara – Viola disse decidida – Não vou deixar que ele machuque mais alguém.

A mulher se desencosta da porta, Frank segura seu braço novamente.

-Você está bem? Sei que isso te traz lembranças ruins.

-Obrigada por se preocupar comigo, delegado Frank. Mas eu estou bem e não vou desistir de colocar esse homem atrás das grades.

-Eu sei, também quero isso. Só não quero que você se coloque em risco também.

-Eu sei cuidar de mim, obrigada.

A mulher sai pisando firme.


Notas Finais


bjjo bjjo♥♥.


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