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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - O que você está fazendo aqui?


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Bom pessoas, aqui tá o primeiro capítulo da fanfic. Espero que gostem.

Capítulo 1 - O que você está fazendo aqui?


PRÓLOGO - TEMPESTADE

A chuva caía grossa, deixando o clima daquela manhã propicio para a situação. As pessoas vestidas de preto seguravam guarda-chuvas, da mesma cor de suas roupas, tentando se proteger da tempestade. Próximo ao caixão, estava um homem, que não tinha mais que cinquenta anos, seus cabelos curtos já começavam a se mostrar levemente grisalhos. Ele olhava fixamente para madeira marrom, prestes a ser enterrada, pensando na pessoa que perdeu. Embora não chorasse, pois, o céu já chorava o suficiente, seus olhos expressavam a tristeza que sentia naquele dia. À sua direita, um garoto, de cabelos pretos e queixo torto chorava sem parar, com a cabeça apoiada no ombro de sua mãe, sendo consolado por ela, que o abraçava fortemente, enquanto segurava o guarda-chuva para os dois. O rapaz também olhava para o caixão sendo descido para a cova.

Mais afastado dos demais, em meio à algumas árvores, um garoto alto com cabelos loiros escuros observava o enterro de longe. Ele usava um terno preto, encharcado devido à ausência, por opção, de um guarda-chuva, sem gravata, com os primeiros botões da camisa, abertos, como se ele tivesse se vestido de maneira desleixada. E foi o que realmente tinha acontecido. Ele chorava um pouco mais contido, em comparação com o garoto de queixo torto, porém, estava igualmente, ou até mesmo mais triste que o outro, pois, carregava consigo, além da tristeza, um forte sentimento de culpa. Suas lágrimas se misturavam com a chuva que lavava seu rosto. Quando o caixão foi descido completamente, o loiro partiu do cemitério sem olhar para trás.

Aos poucos, as pessoas foram seguindo seu caminho e a pequena multidão foi se dispersando. Apenas o homem de cabelos levemente grisalhos, o garoto de queixo torto, junto de sua mãe, e mais dois jovens, uma garota de cabelos ruivos, chorando abraçada a um garoto de cabelos castanhos curtos, permaneceram ali, em silêncio. Cada um se despedindo à sua maneira. Eles ficaram por mais um tempo, até que finalmente decidiram ir embora. Enquanto saíam do cemitério, cabisbaixos, a chuva resolveu dar uma trégua e as nuvens cinzas foram desaparecendo, revelando um arco-íris no céu.

 

CAPÍTULO 1 - O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

Isaac olhava para a porta da casa em que morou por quase um ano, cogitando se deveria bater ou não. À sua frente, estava uma mala de rodas, azul marinha, com a alça telescópica levantada, onde ele apoiava as mãos. O garoto não ousaria entrar sem bater, não era sua casa, ele apenas morou lá por um tempo. E na sua cabeça, a forma como tinha ido embora, o fez parecer um mal-agradecido. Os donos daquela casa eram Melissa McCall e seu filho, Scott. Eles o acolheram depois da morte misteriosa do seu pai, mas trágicos eventos fizeram com que o Isaac fugisse para a França, quase sem se despedir. Enquanto ponderava bater na porta, ela foi aberta revelando Melissa McCall, vestida com seu uniforme de enfermeira.

— Oh, meu Deus. Isaac? — A mulher disse, surpresa.

— Oi, Melissa.

A enfermeira abraçou Isaac, porém, a mala de rodas do garoto estava atrapalhando e para ter mais contato, ele a empurrou um pouco para o lado e voltou a abraçar Melissa, sendo apertado por ela.

— Quando você voltou? Por que não manteve contato? Você voltou pra ficar? Já falou com o Scott? — Melissa bombardeou Isaac com perguntas, quando rompeu o abraço, mas, ainda se manteve próxima ao garoto, cada uma das mãos da mulher estava em uma bochecha dele. Sua voz indicava um tom de repreensão que Isaac não deixou de notar. Mesmo sentindo um pouco de culpa, o menino sorriu com o interrogatório. Ele sentiu muita falta da mulher que estava na sua frente.

— Vai com calma, Melissa. — Isaac falou, ainda sorrindo. — Acabei de voltar. Na verdade, nem passei em casa ainda.

Melissa franziu o cenho, estranhando. Ela olhou para a mala de Isaac, a pegou e chamou o rapaz para entrar. Adentrando a casa, a mulher largou a mala perto da porta e puxou o garoto para a sala de estar e o faz sentar no sofá.

— Como assim, em casa? Esta é sua casa! — A mulher afirmou.

— Eu não tenho o direito de ficar aqui depois do que fiz. — Isaac disse, de cabeça baixa. — Eu só vim te ver e tentar falar com o Scott. — O rapaz continuou.

— Não diga bobagens, Isaac. — Melissa o repreendeu. — O que fez de tão grave? Foi embora sem se despedir? Bom, eu te perdoo por isso.

— A coisa é bem mais complicada que isso, Melissa. — O garoto, falou pensativo.

— E você vai voltar pra França?

— Não, eu pretendo ficar em Beacon Hills por um tempo. Pelo menos até terminar o colégio.

— Então está decidido, você voltará a morar conosco. — Melissa assegurou.

— Melissa, eu… — Isaac ainda tentou argumentar, mas logo foi interrompido pela mulher.

— Não vamos discutir sobre isso. Você não pode ficar na casa do seu pai sozinho. — Isaac desistiu de falar mais alguma coisa, tinha esquecido de como Melissa era mandona.

Desde que a mãe do garoto havia falecido num acidente de carro, que também levara seu irmão mais velho, Camden, quatro anos antes, Melissa McCall se tornou uma presença materna muito forte para o garoto, que se intensificou depois da morte de seu pai. Isso aconteceu principalmente pela amizade que Isaac e o filho de Melissa, Scott, cultivavam, eles eram melhores amigos, um dos poucos que Isaac tinha. E Scott sabia de quase todos os segredos obscuros do loiro, pelo menos os de até sete meses antes, antes de Isaac partir para a França. Perceber que Melissa ainda se importava com ele, fez com que Isaac se sentisse feliz, mesmo não se sentindo digno de tal importância.

— Você tá com fome? — A mulher questionou, ao ouvir a barriga de Isaac roncar.

— Um pouco, mas não precisa se incomodar. Você tava indo pra o hospital. — O garoto respondeu, ligeiramente constrangido.

— Dá tempo de fazer um sanduíche de manteiga de amendoim pra você, Isaac. — Melissa levantou-se do sofá e rumou para a cozinha, sendo acompanhada pelo rapaz. — O Scott vai ficar tão feliz de ver você aqui. — Ela falou, animadamente.

— Não tenho tanta certeza disso. — Isaac disse baixo, para si mesmo.

***

Uma moto, em velocidade razoavelmente mais alta do que deveria, cruzava as ruas de Beacon Hills. Ela levava dois passageiros. O piloto, Scott McCall, usava um capacete branco, e na garupa da moto, estava Kira Yukimura, sua namorada, com os braços em volta ao tronco do rapaz. A garota estava com um sorriso estampado no seu rosto, escondido pelo capacete azul que usava, ela adorava a sensação que a velocidade lhe trazia: o frio na barriga e o vento em seus ombros. Depois de alguns minutos, a moto parou bruscamente, o som do pneu cantando foi ouvido e Kira deduziu que eles tinham chegado na casa dela.

— Quer entrar um pouco? — Kira perguntou, esperançosa.

— Não posso, tenho que passar em casa. Quero tomar um banho antes de ir pra clínica. — Scott respondeu, levantando seu capacete, o deixando em cima da cabeça.

Kira ficou um pouco decepcionada, porém, não deixou transparecer. Ela desceu da moto, tirou seu capacete e entregou para Scott, que o passou pelo braço. Depois, se inclinou para que o namorado a beijasse, entretanto, ele lhe deu apenas um selinho, que não chegou a durar três segundos, deixando-a mais decepcionada ainda, mas, o garoto não percebeu. Scott abaixou o capacete e conduziu a moto em direção à sua casa.

Enquanto rumava para seu destino, o rapaz pensava no seu relacionamento com Kira. Já namoravam há três meses e as coisas estavam mais frias do que nunca. Na verdade, as coisas entre eles nunca esquentavam, eles davam alguns amassos, mas nunca passou disso. Ainda não tinham feito sexo, não foi por faltas de tentativas por parte da garota, ela estava tentando muito fazer dar certo. Entretanto, Scott parecia não muito interessado em avançar o nível.

O fato era que o que Scott sentia por Kira não chegava nem perto da intensidade do que ele sentiu por Allison Argent, sua ex-namorada, que tinha morrido oito meses antes. Uma tragédia que abalara bastante toda a cidade. E antes de Allison, existia alguém por quem Scott tinha sentimentos confusos, mas, isso foi deixado de lado quando conheceu a garota. Depois de algum tempo pilotando pelas ruas da cidade, Scott finalmente chegou em casa. Ele estacionou a moto em frente, tirou a chave da ignição, desceu dela e rumou para a porta da casa, tirando o capacete no caminho. O garoto segurava os dois capacetes pendurados em um dos braços.

Quando abriu a porta, Scott ouviu vozes vindas da cozinha. Primeiramente o garoto pensou que alguém tinha invadido a casa, pois, sua mãe deveria estar no hospital àquela hora. Ele subiu as escadas rapidamente, sem fazer barulho, foi até seu quarto, colocou os dois capacetes em cima da cama e pegou um taco de Beisebol que guardava em baixo dela. Em seguida, voltou a descer. Ao chegar no andar de baixo novamente, Scott viu a mala azul, perto da porta. O garoto estava tão assustado com a possibilidade de ter estranhos na sua casa, que não tinha reparado nela antes. Ele deu alguns passos em direção a cozinha, quando ouviu a voz da sua mãe.

— Eu preciso mesmo ir, estou atrasada. Daqui a pouco o Scott chega. — Scott pôde ouvir alguém murmurando em resposta, porém, não conseguiu identificar de quem era a voz. E isso o deixou muito curioso. Ele parou de andar e alguns segundos depois, Melissa apareceu na sala e o encarou surpresa. — Ah! Aí está você. Pra que isso? — Ela perguntou, apontando para o taco de beisebol.

Scott olhou para o taco e se abaixou para deixá-lo no chão.

— Mãe, de quem é aquela mala perto da porta? — O garoto perguntou, olhando para mãe, ao ficar de pé novamente.

— Você não vai acreditar. — Melissa disse animada, se aproximando do filho. — Ele está lá na cozinha. Tenho que ir, tchau. — A mulher deu um beijo na bochecha de Scott e passou por ele, que a observou com os olhos, enquanto ela seguia para a saída. Antes de sair de casa ela virou-se para o garoto e disse. — Te amo.

Quando sua mãe saiu, Scott, tomado por sua grande curiosidade, foi até a cozinha e ao chegar lá, se deparou com uma pessoa que achou que nunca mais veria outra vez. Isaac Lahey, que costumava ser um de seus melhores amigos, estava ali de costas pra ele, lavando um único prato sujo de manteiga de amendoim que escapara do sanduíche que comera.

— O que você está fazendo aqui? — Scott indagou, secamente.

Isaac, que já estava enxugando o prato para guardá-lo, deixou-o cair na pia, o que fez a louça se quebrar em três pedaços. O loiro hesitou, esperou alguns segundos e finalmente se virou de cabeça baixa. Lahey levantou lentamente a cabeça e olhou para Scott, porém, ele não conseguia olhar diretamente nos olhos do outro garoto.

— Oi. — Isaac disse, ainda acanhado.

— “Oi”? — Era evidente o sarcasmo na voz de McCall. — Você só vai falar “oi”? Que merda você tá fazendo aqui, Isaac?

Lahey não sabia o que responder, ele não conseguia nem respirar direito. Não via Scott há sete meses e tudo que queria fazer era abraçar o amigo. No entanto, a forma que o moreno estava falando e olhando para ele o fez recuar o impulso de abraçá-lo. O loiro temia que se tentasse, acabaria levando um soco. E não tirava a razão do outro, afinal, tinha o traído. Nada muito sério, foram só alguns beijos com a ex-namorada de Scott, Allison, semanas depois de ela ter terminado com ele. Mas mesmo assim, Isaac sentia como se fosse a pior traição possível, ainda mais porque ele se culpava pela morte da garota e acreditava que Scott também o culpava. Se McCall soubesse o que se passava na cabeça de Isaac naquela época talvez as coisas fossem diferentes, ou talvez a amizade deles seria abalada da mesma forma.

— Então, não vai responder? — Scott continuou a questionar, com o mesmo tom seco.

Um misto de sentimentos se apoderou de McCall. Ao ver Isaac bem ali diante dele, depois de tudo que aconteceu, o moreno percebeu que sentia saudade do seu amigo, e não era pouca. Mas, ele também se sentia magoado e com raiva por Isaac tê-lo abandonado na hora que mais precisava dele.

— Eu... — Isaac começou a falar, timidamente. — Eu vim conversar.

Scott respirou fundo e soltou o ar lentamente.

— Você tá falando sério? Conversar? Sabe quando eu queria conversar, Isaac? Há sete meses. Mas você foi embora. — Scott despejou, com amargura.

Isaac notou a dor na voz de Scott e isso fez com que ele se sentisse ainda pior.

— Scott, por favor...

— Não, Isaac. — Scott o cortou. — Eu não quero ouvir o que você tem pra falar. Eu quero que você vá embora.

— A sua mãe disse que eu podia ficar. — Isaac disse, envergonhado. — Não fui eu quem pedi e eu até disse que não poderia, mas, ela insistiu que eu ficasse.

Scott prendeu a respiração e depois de contar até cinco mentalmente, a soltou.

— Então, eu vou. — McCall falou, dando as costas para Isaac, que o olhou, enquanto o moreno saía da cozinha.

O reencontro inesperado com Isaac tinha abalado tanto Scott, que ele se esqueceu de tomar banho e também de pegar o capacete. O moreno saiu de casa batendo a porta bem forte. Ele pegou sua moto e dirigiu sem rumo pelas ruas da cidade deixando um Isaac desolado para trás.


Notas Finais


Por enquanto é só isso. Espero que tenham gostado e até o próximo.


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