1. Spirit Fanfics >
  2. Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 >
  3. Não vai mudar o que aconteceu

História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - Não vai mudar o que aconteceu


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Oi oi gente, a pedidos estou eu aqui mais uma vez trazendo mais um capitulo pra vocês.
Sobre o capitulo de hoje, a primeira vista ele pode não parecer tão importante assim, mas tem alguns detalhes muito importantes para o futuro.
Espero que gostem.

Capítulo 14 - Não vai mudar o que aconteceu


Isaac ainda olhava para a porta, recém-fechada, do quarto, levemente ofegante, esperando que Scott fosse entrar. Porém, ao ouvir o som de outra porta, que ele imaginou ser a do banheiro, batendo no corredor, percebeu que o amigo não voltaria. O loiro se levantou da cama, pegou a cueca jogada, próxima a ela, e a vestiu, sem nem se dar conta de que era do outro garoto. Quando abriu a porta do quarto, escutou o som do chuveiro ligado, foi até o banheiro e bateu na porta, três vezes.

— Scott, abre. — Isaac pediu. — Vamos conversar.

Mas McCall não respondeu. Lahey continuou batendo na porta, pedindo para que o outro abrisse, no entanto, o moreno não saiu de baixo do chuveiro. Depois de cinco minutos, Isaac desistiu e decidiu esperar que o amigo saísse. Ele apoiou a testa na porta e aguardou. Quando deixou de ouvir o som do chuveiro, o loiro levantou a cabeça e se afastou um pouco. E alguns minutos depois, a porta foi aberta por Scott, de cabelos molhados, já vestido com uma calça jeans e uma camisa preta de manga, além dos sapatos. Os dois garotos se encararam nos olhos.

— Eu tenho que sair. — Scott disse, tentando passar por Isaac.

— Scott, nós temos que falar sobre o que aconteceu.

McCall olhou para o corpo de Isaac e viu que a barriga dele ainda estava suja de sêmen e mais uma vez, se sentiu estranho pelo que tinha acontecido.

— Você deveria tomar outro banho. — Scott disse, evitando falar sobre aquilo. — Tá precisando.

Isaac cobriu sua barriga com os braços, constrangido, enquanto Scott passava por ele. O moreno entrou no seu quarto, pegou a chave da moto e o capacete e saiu de casa. O outro ainda ficou mais um tempo parado na entrada do banheiro, constrangido, até que, decidiu que deveria mesmo se lavar. Ele se esqueceu de pegar uma roupa e uma toalha e entrou, fechou a porta atrás dele, tirou a cueca de Scott e foi para debaixo do chuveiro.

Enquanto sentia a água gelada lavar seu corpo, Isaac se permitiu chorar. Suas lágrimas se misturaram com a água e em poucos segundos o garoto estava soluçando. Ele sonhou muito com aquele momento e ficou feliz quando teve a oportunidade de realizar seu desejo. Mas, a felicidade não durou muito e Scott caiu em si e fugiu dele. Era disso que Isaac tinha tanto medo, de ter uma aproximação maior com o amigo e isso acabar afetando sua amizade. E o loiro pensava que o outro nunca mais iria querer falar com ele.

Depois de meia hora, Isaac conseguiu parar de chorar e terminou de tomar seu banho. Ele saiu do banheiro e foi até o seu quarto, molhando o piso. Pegou a toalha jogada no chão, perto de sua cama, se enxugou e vestiu uma roupa qualquer. O garoto então, pegou seu celular na mesa de cabeceira, sentou-se na cama e ligou para Scott, porém, o moreno não atendeu. Ele ligou de novo e mais uma vez não teve resposta. Isaac decidiu que não ficaria em casa. Ele pegou uma jaqueta e um cachecol, vestiu e também saiu.

Muitos minutos depois, Isaac chegou à casa de Matt. Ele bateu na porta duas vezes e o amigo atendeu, logo em seguida. Após explicar para o outro, que foi até sua casa, para fazer o trabalho de literatura, eles subiram para o quarto do garoto. Quase não se via a parede do cômodo, era completamente coberta das fotos que Matt tirava. Isaac viu no mínimo quatro fotos dele, tiradas quando ele estava distraído, e lembrou-se da conversa que teve com Boyd alguns dias antes. Na escrivaninha, mais fotos espalhadas soltas e outras em alguns álbuns.

— Você pensou em alguma coisa? — Matt indagou, sentando ao lado de Isaac na cama, segurando uma cópia de “Sonho de uma noite de verão”. — Eu acho que a gente podia encenar alguma cena dessa peça, sabe? Uma adaptação gay moderna. Eu já vi um filme que fazem isso. O que você acha?

— Talvez. Pode ser. — Isaac falou, sem realmente prestar atenção no que Matt estava dizendo. Ele checou seu celular.

— Tá tudo bem? — Matt perguntou, com preocupação. — Você tá estranho. Fica olhando no celular de cinco em cinco minutos. Tá esperando alguma ligação?

— Desculpa. Na verdade, eu preciso fazer uma. — Isaac falou, se levantando da cama. — Não vai demorar.

Ele saiu do quarto e fechou a porta, deixando Matt um pouco confuso. O dono da casa levantou da cama e foi até a porta do quarto, colando seu ouvido na madeira, para que pudesse ouvir o outro. No corredor, Isaac desbloqueou o celular e tentou ligar para Scott mais uma vez. Sem sucesso, ele foi na sua lista de contatos, procurou o número de Stiles e ligou para o amigo.

— Ei, Isaac. O que foi? — Stiles perguntou, do outro lado da linha, ao atender a ligação.

— O Scott tá com você?

— Não. Não vi o Scott o dia todo. Aconteceu alguma coisa?

— Não. — Isaac respondeu. — É que eu tô tentando ligar pra ele, mas não tô conseguindo.

— Bom, ele deve tá por aí. — Stiles falou. — Vou ligar. Se eu conseguir falar com ele, te ligo.

— Valeu, Stiles. — Isaac falou, antes de desligar a chamada.

O loiro abriu a porta do quarto e encontrou Matt, sentado na cama, segurando o livro aberto, fingindo ler. Daehler fechou o livro e olhou para Isaac.

— E então?

— Uma versão gay moderna de “Sonho de uma noite de verão”, é? — Isaac indagou. — Isso pode ser interessante.

Os meninos passaram o resto da tarde resolvendo como seria o trabalho. Matt mostrou o filme, de onde tirou a ideia, se chamava “Were the world mine”, e eles decidiram que fariam uma encenação curta sobre um garoto que cria uma poção do amor e faz o cara “hétero”, que ele gosta, se apaixonar. Quando já era hora do jantar, o pai de Matt apareceu no quarto.

— O que vocês estão fazendo aqui sozinhos? — O senhor Daehler perguntou, alarmado.

— Só estamos fazendo um trabalho, pai. — Matt falou. — Nada de mais.

— Já conversamos sobre isso, Matt. Nada de garotos aqui em casa quando eu não estiver. — O senhor Daehler olhou os cadernos de Matt e percebeu que o filho estava falando a verdade. — O jantar está pronto. Seu amigo está convidado.

O pai de Matt saiu do quarto e o garoto olhou para Isaac, um pouco envergonhado.

— Desculpa pelo meu pai. Ele ainda tá se adaptando com esse lance de eu ser gay. — Matt falou, levantando da cama.

Isaac também levantou e os dois saíram do quarto.

— Aposto que ele tá reagindo melhor do que o meu pai reagiria. — Isaac falou, sorrindo.

Porém, Matt ficou tenso. Ele parou de andar e sua expressão ficou vazia, como se seus pensamentos estivessem em outro lugar. Isaac achou estranho, no entanto, o outro logo voltou ao normal e o loiro preferiu não comentar nada.

Quando chegaram na cozinha, o senhor Daehler estava colocando na mesa um grande prato de espaguete com almôndegas. Os meninos se sentaram e o adulto serviu os dois. Isaac começou a sentir uma dor no pescoço, causada pelos movimentos na hora do sexo com Scott, e vez ou outra, o massageava. O ato chamou a atenção do pai de seu amigo.

— Você está bem, garoto? — O homem perguntou.

— É só uma dorzinha no pescoço. — Isaac respondeu. — Eu deitei de mau jeito na cama hoje mais cedo e esqueci do travesseiro. Então, deve ser só um torcicolo. — Mentiu com um pouco de naturalidade, mas mesmo assim, estava um pouco constrangido, por pensar no motivo da dor.

— Eu tenho Cloridrato de Ciclobenzaprina lá em cima. — O senhor Daehler falou.

— O que é isso? — Isaac perguntou, com o cenho franzido.

— É uma substância usada para tratar espasmos musculares e faz parte da composição de um relaxante muscular chamado Miosan. — O pai de Matt falou. — Posso pegar pra você.

— Não precisa. Obrigado. — Isaac falou.

— Meu pai é farmacêutico. — Matt disse. — Qualquer dor que você tiver, por menor que seja, ele vai dizer um nome bem estranho de um remédio pra tratar.

— Legal. — Isaac falou. — Aposto que você pega um monte de drogas ilícitas pra revender. — Disse a última parte sussurrando.

— Tá interessado? — Matt indagou, também sussurrando, entrando na brincadeira.

O jantar seguiu na maior parte em silêncio. E quando os três terminaram a refeição, Isaac agradeceu ao senhor Daehler e disse que já estava ficando tarde. Matt lhe ofereceu uma carona, que o loiro aceitou sem hesitar. O garoto conseguiu ficar um pouco sem pensar em Scott e na tarde prazerosa que eles tiveram, antes do moreno fugir. Mas ao entrar na casa dos McCall, ele não conseguiu evitar pensar se o amigo já tinha voltado pra casa. Quando Isaac viu Melissa com o celular na mão, soube a resposta.

— Oi. — A mulher falou. — Onde você estava?

— Na casa do Matt, fazendo um trabalho.

— E o Scott?

— Ele ainda não voltou pra casa? — Isaac falou, apreensivo.

— Eu tô tentando ligar, mas ele não atende. Aconteceu alguma coisa? — Melissa perguntou. Isaac abaixou a cabeça e olhou para o chão. — Isaac, se você sabe de alguma coisa, acho bom me contar.

— Acho que ele pode ter ficado chateado, porque... — Isaac hesitou, tentando achar uma desculpa. — Porque eu disse que achava ele atraente. — Acabou falando a primeira coisa que veio à mente. Uma desculpa bem ruim.

— Que bobagem, Isaac. Ele não ficaria chateado por isso.

— Sabe como é? Alguns garotos do colégio fazem brincadeiras em relação a nós dois. Talvez o Scott se importe demais com o que alguns deles pensam. — Isaac falou.

— Você está sofrendo bullying no colégio? — Melissa perguntou, seriamente.

— Não. Não é isso. — Isaac respondeu rápido. — Eles sabem que eu sou gay e ficam questionando se o Scott também é. Mas nada que seja ofensivo. Agora, se me der licença, eu vou subir. Boa noite.

— Boa noite, querido.

Isaac subiu a escada e foi para o seu quarto, enquanto Melissa tentava ligar para o filho mais uma vez.

***

O toque do celular acordou Scott. Ele se levantou num sobressalto, estranhando onde estava. Mas logo lembrou o que acontecera no dia anterior. Seu corpo estava todo dolorido, por ter dormido de mau jeito e no chão da floresta. O celular ainda tocava e quando o moreno o tirou do bolso, se apavorou ao ver que tinha três chamadas perdidas de Isaac, duas de Stiles e doze de Melissa, tirando a mais recente. Scott criou coragem e finalmente atendeu, antes que o celular parasse de tocar.

— Onde é que você está, Scott McCall? — Melissa falou alto, no outro lado da linha. — Acho bom você aparecer em casa em meia hora, ou você vai ficar de castigo pelo resto da sua vida.

— Mãe, já tô indo pra casa. — Scott falou, não querendo contrariar a mulher, sabia que quando ela ficava uma fera, era capaz de qualquer coisa.

— Acho bom mesmo. E quando você chegar, vamos ter uma conversa muito séria, mocinho.

— Tá bom, mãe. — Scott falou, se levantando do chão.

O garoto andou até onde tinha deixado sua moto na noite anterior, montou nela, pegou o capacete no guidão, o colocou e em seguida, e deu partida e dirigiu para sua casa. Ele teria que olhar para Isaac de qualquer jeito, porém, decidiu que evitaria o máximo possível. Ao entrar em casa, soube que enfrentaria sua mãe furiosa, quando a ouviu chamar seu nome. Ele foi até a sala de estar e a encontrou.

— Senta. — Melissa falou, tentando manter a calma. Scott sentou no sofá, de cabeça baixa, com o capacete no colo. — Onde foi que você se meteu?

— Eu tava na floresta. — Scott falou baixo. — Acabei dormindo.

— Na floresta? — Melissa perguntou, com ironia. — E não podia atender o maldito celular?

— Desculpa, ele tava no silencioso.

— E o que você estava fazendo na floresta, afinal? — Melissa falou, cruzando os braços.

— Terminei com a Kira. — Scott respondeu, sem pensar, após um longo suspiro. Não era totalmente mentira. — Precisava de um tempo sozinho, pra espairecer.

Melissa também soltou um longo suspiro e se compadeceu um pouco. Ela se sentou ao lado do filho.

— É só isso mesmo? Porque o Isaac me contou uma coisa que eu não acredito que seja verdade.

Scott arregalou os olhos.

— O que ele te contou? — Scott questionou, nervoso.

— Que você estava chateado por algumas pessoas acharem que vocês são um casal. E que também está chateado por ele ter falado que te acha atraente.

— Nada a ver. — Scott falou, agradecendo mentalmente a Isaac por não ter falado que eles tinham transado. — Não é porque meu melhor amigo é gay, que eu seja gay também, certo? Alguns garotos do colégio são uns babacas. Mas eu não tô chateado por causa disso. — Afinal, a desculpa que Isaac deu era mentira. As pessoas não estavam fazendo comentários a seu respeito. — E não tem problema nenhum, ele me achar atraente. Ele é gay e eu sou um garoto. É normal, não é?

— Bom, seja o que for, eu não quero aquele clima de novo aqui em casa, entendido?

— Sim, senhora.

— Ótimo. Agora me dá a chave da sua moto. — Melissa falou, entendendo a mão.

— O que? — Scott perguntou, surpreso.

— Você não vai sair esse final de semana. Precisa aprender a usar o celular que eu paguei muito caro. Anda, me dá a chave da moto.

— Mãe, isso não é justo.

— Sabe o que não é justo? Eu chegar em casa cansada, depois de um plantão muito turbulento, não encontrar você e ainda por cima, você não atender a droga do telefone. Tem noção do quão preocupada eu fiquei?

— Desculpa, mãe.

— Eu desculpo. A chave.

Um pouco a contragosto, Scott pegou a chave da moto e deu para Melissa, que guardou no bolso da calça. O garoto se levantou e subiu a escada, precisava de um banho gelado. Quando estava quase tocando na maçaneta do banheiro, a porta abriu e Isaac apareceu enrolado numa toalha. O moreno olhou para o corpo do amigo e lutou muito contra seu impulso de empurrar Isaac para o banheiro, trancar a porta e fazer sexo com ele de novo.

— Com licença, eu quero tomar banho. — Scott falou.

Isaac deu espaço para o moreno passar e quando ele ia fechar a porta Lahey disse:

— Me ignorar não vai mudar o que aconteceu ontem.

— Não vai. — Scott falou, olhando nos olhos de Isaac. — Mas eu não quero falar sobre isso.

Scott fechou a porta do banheiro e foi tomar seu banho, um pouco envergonhado, enquanto Isaac foi para o seu quarto, tentando não chorar de novo.


Notas Finais


Subam a tag #LiberaScott nas redes sociais. Bom gente, como eu disse lá em cima esse capítulo é bastante importante para o futuro.
Curiosidades: "Sonho de uma noite de verão" é uma peça de comédia escrita por William Shakespeare.
O filme que Matt fala pra Isaac é o Filme "Were the world mine" de 2008. É um musical bem bobinho, mas é bem legal também e eu recomendo. Conta a história de Timothy, um garoto gay que vai participar de uma adaptação da peça de Shakespeare e ele acaba fazendo uma poção do amor e enfeitiçando o menino que ele gosta (que por acaso é "hetero") e o menino acaba se apaixonando por ele. O filme tem a Zelda Williams no elenco, ela participou de dois episódios de Teen wolf lá na terceira temporada. Ela deu uns pegas no Stiles.
Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado. Um bom feriado pra vocês.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...