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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - Não desiste de mim!


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Olá lobisomens adolescentes, como vocês estão? Está aí mais um capítulo enorme pra vocês.
Espero que gostem.

Capítulo 20 - Não desiste de mim!


— Será que pode me dizer por que estamos fazendo isso? — Stiles perguntou, encarando Scott. Os dois estavam no jipe do filho do xerife Stilinski, estacionado em frente à casa de Boyd.

— Vai me ajudar, ou não? — Scott perguntou, se virando para pegar uma sacola preta no banco de trás.

— Eu vou. — Stiles falou, também se virando para pegar outro saco, como o amigo. — É só que, tenho quase certeza que isso é classificado como vandalismo e eu quero saber se vai valer a pena, se formos pegos.

— Relaxa. Se nos pegaram, o seu pai livra a gente. — Scott falou, antes de abrir a porta do jipe.

McCall saiu do carro e se dirigiu para o jardim. Ele deu a volta e ficou em baixo de uma janela, do lado direito da casa, onde colocou a sacola no chão. Stiles o seguiu e colocou sua sacola ao lado da de Scott.

— Eu não contaria com isso. — Stilinski falou. — É bem capaz de ele fazer a gente dormir na cadeia. — Ele se abaixou, abriu sua sacola e olhou para o conteúdo. — Não vai mesmo me dizer por que precisa de tantas velas pra pedir desculpas pra o Isaac? Isso tudo tem a ver com seu olho roxo e sua mão machucada?

Scott soltou um suspiro, se abaixou ao lado de Stiles, abriu a sua sacola e tirou algumas velas de dentro. Em seguida, colocou elas na grama.

— Eu pisei na bola, tá legal? — Scott falou baixo, enquanto tirava mais velas. — Mas não quero falar sobre isso.

— Tá legal, tá legal. — Stiles falou, também tirando as velas de dentro da sacola e colocando-as na grama.

Após tirarem todas as velas brancas das sacolas, Scott começou a posicioná-las na grama, enquanto Stiles levava os sacos vazios de volta para o jipe. Stilinski os jogou no chão do carro e voltou pra junto do amigo, para ajudá-lo.

— Tá faltando um “R”. — Stiles alertou, ao olhar a obra, de pé. — Como pôde esquecer o “R”?

— Por isso tava sobrando velas. — Scott falou, pegando as velas que tinham sobrado. — Eu tô um pouco nervoso, ok? E soletrar nunca foi meu forte. — Ele foi ajeitando as velas da maneira correta dessa vez e quando terminou, ficou de pé para observar. — Cadê o isqueiro?

— Aqui. — Stiles falou, pegando um isqueiro do seu bolso e entregou a Scott.

McCall começou a acender as velas, uma a uma, e Stilinski tirou outro isqueiro do seu bolso e também ajudou a acendê-las, do outro lado. Assim que os rapazes terminaram, escutaram um pigarro. Ambos ficaram de pé e olharam para o homem negro e corpulento a sua frente, um pouco assustados.

— Oi, senhor Boyd. Boa noite. — Scott falou hesitante.

— Boa noite, garotos. — O homem respondeu, firmemente. — O que estão fazendo aqui? Não devo chamar o xerife, devo?

— Não, senhor Boyd. O que é isso? — Stiles falou, se aproximando do homem, com os braços erguidos. — Não precisamos colocar meu pai nisso. Só estamos aqui nessa noite calma, tentando fazer um pedido de desculpas.

— Eu tô vendo. — O homem falou, ainda no seu tom firme. — Posso saber por que no meu jardim?

— Eu só preciso que o Isaac veja, senhor Boyd. — Scott respondeu. — Por favor, é só o que eu peço. E eu prometo que depois o Stiles vai limpar tudo.

— Isso mesmo. — Stilinski concordou, assentindo com a cabeça, mas logo depois, olhou surpreso para Scott. — Espera aí, o que?

Dentro da casa, no quarto do Boyd mais novo, o garoto estava deitado na sua cama, mexendo no seu celular, enquanto Isaac estava deitado em um colchão ao lado, quase dormindo. Eles ouviram as vozes, vindas do lado de fora, mas o único que deu atenção foi o dono do quarto.

— O que tá acontecendo lá fora? — Boyd perguntou, se levantando da sua cama e já indo até à janela. — Caramba! Eu não acredito nisso. Isaac, vem aqui.

— O que foi? — Isaac falou, preguiçosamente. Ele não saiu do lugar.

— Vem aqui, porra.

— O que foi Boyd? O que é que tá acontecendo? — Isaac falou irritado, levantando-se do colchão. O garoto foi até a janela e se surpreendeu com o que viu. — Eu não acredito que ele fez isso.

“ME PERDOA” eram as palavras que as velas formavam. E elas acesas, fazia um contraste com a noite escura. Um sorriso bobo se formou no seu rosto, quando viu Scott e Stiles conversando com o pai do seu amigo. Seu coração acelerou. McCall não estava brincando quando disse que ia conseguir o perdão dele. No entanto, Isaac sabia que aquele gesto era apenas um pedido para que eles retornassem com a amizade deles.

— Temos que admitir. O cara tá se esforçando. — Boyd falou, olhando para Isaac.

Isaac também olhou para Boyd e sorriu. Em seguida, ele voltou a olhar para Scott e sua obra, no jardim.

— Acho que já conseguiram o que queriam. — O senhor Boyd falou, ao ver Isaac e Boyd na janela do quarto do seu filho. — Podem limpar a bagunça?

O olhar de Scott se encontrou com o de Isaac, quando o moreno olhou na direção que o senhor Boyd olhava. O sorriso, que Lahey ainda sustentava, fez o coração de McCall acelerar e lhe motivou ainda mais. Ele sorriu de volta para o amigo, antes de se abaixar e assoprar as velas, para poder juntá-las, com Stiles.

***

— Acho que gostaram da nossa apresentação. — Matt falou para Isaac, enquanto os dois andavam em direção aos seus respectivos armários.

Os dois finalmente tinham apresentado seu trabalho de literatura, e apesar do nervosismo, se saíram bem. Receberam até elogios da professora Jennifer Blake e de alguns alunos. A aula de literatura tinha sido a última deles, daquela sexta-feira e agora os dois estavam indo guardar seus livros, antes de irem trocar de roupa para o treino de lacrosse.

— Com certeza. — Isaac falou, se aproximando do seu armário. — Os nossos colegas gostaram da sua ideia de modernizar Shakespeare. Isso fez com que eles não achassem chato. E a senhorita Blake também gostou.

— Obrigado a quem teve a brilhante ideia de fazer o filme que a gente usou. — Matt falou, se encostando nos armários.

— É. — Isaac concordou.

Matt colocou sua mochila no chão e ficou olhando para Issac. Quando o loiro abriu o seu armário, um papel caiu de dentro, surpreendendo os dois. Isaac se abaixou, pegou o papel e quando desdobrou, logo reconheceu a caligrafia de Scott. Não era tão desenhada, mas ainda assim, Lahey a achava bonita. Quando ele começou a ler, seu coração acelerou. Era evidente que McCall estava se esforçando, como Boyd tinha dito na noite anterior.

Querido Isaac.

Nossa amizade é uma das coisas mais importantes pra mim e eu me odeio por ter te magoado. Se eu pudesse voltar no tempo, para não falar coisas que não deviam ser faladas, eu voltaria. Mas infelizmente eu não posso fazer isso. Tudo que eu posso fazer é implorar pelo seu perdão e esperar que você aceite. Eu fico de joelhos se você quiser e até me humilho se você me pedir, porque você vale a pena, Isaac. Eu não posso mudar o passado, mas eu posso me esforçar para que o futuro não nos distancie mais uma vez. Me esforçar pra ser alguém melhor, como você. Você é a segunda melhor pessoa que eu conheço (minha mãe é a primeira). Eu errei, porque eu sou falho e impulsivo. Queria ser mais como você, porque você sempre foi melhor que eu. Então te peço mais uma vez que me perdoe e vou pedir todos os dias até ser merecedor.

S.M.

Ao terminar de ler, Isaac sorriu e Matt bufou.

— Então, é isso? — O garoto questionou, irritado. — Basta um pedaço de papel, pra você ficar todo bobo?

— O que quer dizer? — Isaac indagou, confuso.

— O que eu quero dizer, é que você não tem amor-próprio. — Matt falou, aumentando o tom da voz. — É óbvio que o Scott fez alguma coisa, pra você ter matado aula e não ter jogado ontem. E agora, ele tá tentando se redimir. Você tava todo triste ontem e agora tá aí, com o maior sorriso bobo, por causa do bilhetinho dele. Até quando vai fazer isso com você mesmo, Isaac? Você não percebe que o Scott não é o cara certo pra você. Ele sempre vai acabar te magoando.

— Matt, isso não é da sua conta. — Isaac falou, tentando se manter calmo.

— É, Isaac, você tem razão. Não é da minha conta. Vai lá, correr atrás do Scott, feito um cachorrinho. Espero que você não fique tão quebrado da próxima vez que ele fizer alguma merda.

Matt pegou sua mochila no chão e saiu andando firmemente para o vestiário. Isaac não entendeu o porquê daquela cena do amigo, mas numa coisa Lahey pensava que o outro estava mais ou menos certo. Ele não podia esperar nada de Scott, além da amizade. E ele precisava ter amor-próprio e desistir de McCall, para poder seguir em frente. O garoto dobrou o papel e o guardou no seu bolso. Em seguida, tirou os livros da mochila, os colocou no armário e o trancou. E enfim, seguiu para o vestiário, onde trocou de roupa e rumou para o campo, depois.

— Que bom que veio para o treino. — Scott falou sorrindo, se aproximando de Isaac. — Sentimos sua falta ontem, no jogo. O ponto da vitória não é o mesmo sem você.

— Você tem certeza que quer ser visto perto de mim? — Isaac indagou. — Não quero que as pessoas achem que você é gay.

— Tudo bem, eu mereci isso. — Scott falou, com um semblante triste no rosto, mas logo voltou a sorrir. — Mas eu ganhei pontos com você. Sei que consegui te impressionar com as velas. Quase fui preso fazendo aquilo, sabia?

— Não foi nada. — Isaac falou sorrindo.

— Você tá brincando? — Scott falou, com uma expressão assustada no rosto. — Você não viu como o pai do Boyd me olhou. Ele tava pronto pra chamar o xerife.

— Não exagera, Scott. — Isaac falou, sorrindo mais ainda com todo aquele drama. — O pai do Boyd é muito legal.

Scott sorriu. Ele apenas estava falando tudo aquilo para fazer Isaac sorrir e estava conseguindo.

— Então...? — Scott começou a perguntar.

— Então...? — Isaac repetiu.

— Recebeu meu bilhete?

— Recebi. — O loiro respondeu. — Olha, Scott, eu sei que você não quis me magoar.

— Não quis. — Scott falou, balançando a cabeça negativamente.

— Eu sei que você está se esforçando pra fazer as coisas voltarem ao normal, mas não acho que as coisas possam voltar ao normal. Pelo menos, não agora. — Lahey admitiu. — Então, eu acho que deveríamos nos afastar um pouco. Nós dois precisamos disso. Você precisa entender o que está se passando com você e se eu ficar muito perto, não vai te ajudar em nada. Só vai te deixar ainda mais confuso. E eu também preciso superar algumas coisas.

— O que quer dizer com isso?

Isaac sorriu e olhou nos olhos de Scott.

— Você é tão ingênuo.

— Então, é isso? — Scott questionou, tristemente. — Não somos mais amigos?

— É claro que ainda somos amigos. — Isaac respondeu. — Poxa, você é meu melhor amigo e é claro que eu quero que as coisas voltem ao normal. Eu acredito que com o tempo, tudo pode voltar a ser como antes. Mas por enquanto, não vamos nos falar com tanta frequência.

— E como vai ser com os treinos de lacrosse? — Scott perguntou. — Não quero que saia do time.

— Não pretendo sair. Eu já deixei vocês na mão, ontem, e não vou fazer isso de novo. — O loiro respondeu. — Vamos nos ver nos treinos e podemos conversar um pouco. Mas fora do colégio, por enquanto não.

— Tudo bem. Se é isso que você quer. — Scott falou, olhando para a grama, mas logo voltou a olhar para Isaac. — Mas saiba que eu não vou desistir.

— Sei que não vai.

Um pouco distante deles, observando os dois, com um semblante nada amigável, estava Matt. Ele apertava seu taco com as duas mãos, sentindo uma grande vontade de acertar Scott com ele. O treinador soou o apito e chamou os jogadores. Durante todo o treino, Scott estranhou a forma como Matt o olhava. E todas as vezes que Daehler passava a bola pra McCall, usava mais força do que devia. Mais uma vez Matt estava com a bola no seu taco e ele deveria passar pra Scott. O garoto a jogou com tanta força, que acabou atingindo o braço do outro, que se desequilibrou e quase caiu no chão. O capitão largou seu taco e olhou para Matt.

— Qual é o seu problema, Daehler? — Scott falou, tirando o capacete e encarando o outro.

— Quer saber qual é o meu problema? — Matt também tirou seu capacete, o soltou no chão, com o seu taco e avançou sobre Scott. — Você é a porra do meu problema, McCall.

Matt empurrou Scott, que deixou o capacete cair, ao cambalear pra trás. O moreno então, avançou sobre Daehler e também o empurrou. Aquilo chamou a atenção dos outros jogadores e do treinador, que se aproximaram dos rapazes. Matt empurrou Scott mais uma vez, mas acabou levando um soco no queixo, do capitão do time. O garoto cuspiu sangue na grama e avançou sobre McCall outra vez, no entanto, antes que pudesse tocar no outro, Matt foi segurado por um dos jogadores e Boyd se colocou entre eles. Daehler tentou se soltar, mas o apito do treinador Finstock o fez parar.

— Já chega, rapazes! — O treinador gritou. — Vocês são um time, ajam como tal.

— Foi ele que veio pra cima de mim. — Scott falou, apontando pra Matt. — Na verdade, desde que o treino começou.

Matt se soltou dos braços do seu companheiro de time, pegou seu capacete e o taco, no chão, e foi embora do campo.

— Ok, chega por hoje. O resto de vocês, vão para os chuveiros. — FInstock falou.

Os outros jogadores seguiram o exemplo de Matt e foram saindo do campo aos poucos.

— Eu não gosto desse cara. — Stiles falou, se aproximando de Scott, enquanto eles olhavam na direção que Matt tinha ido.

— Eu também não. — McCall concordou.

***

— Mãe, cheguei! — Scott gritou, ao entrar em casa, no entanto, não obteve resposta. — Mãe?

— Na cozinha! — Melissa finalmente gritou, em resposta.

O garoto se dirigiu à cozinha, devagar e ao entrar no cômodo, encontrou sua mãe, em pé, encostada na pia e de braços cruzados. E sentado à mesa, de costas pra ele, estava um homem alto e de cabelos castanhos escuros. O tal homem se levantou e se virou para Scott, que sentiu muita raiva ao vê-lo ali na sua frente, depois de quase quatro anos.

— Oi, filho. — O homem falou, cauteloso, se surpreendendo com o hematoma no olho de Scott. — O que aconteceu com seu rosto?

— Como se você se importasse. — Scott cuspiu as palavras. — Não me chame de filho, não tem esse direito.

— Eu tenho o direito sim, porque eu sou seu pai.

Scott sorriu com sarcasmo. Melissa apenas observava, preocupada.

— Meu pai? — O garoto indagou, ainda com sarcasmo. — Eu não te vejo há quatro anos. Por que você está aqui?

— Porque eu quero mudar as coisas. Me aproximar de você. — Rafael falou.

— Se aproximar? Bom, pai... — Scott pronunciou a palavra com um gosto azedo na boca. — Você está um pouquinho atrasado. Então, não precisa se dar ao trabalho. Não queremos você aqui, eu não quero se aproxime de mim. Pode voltar pra Washington e nos deixar em paz.

— Scott, eu sou seu pai. Não pode falar assim comigo! — Rafael falou, alterando a voz.

— Você não é meu pai, é só um doador de esperma! — Scott gritou. — Você não me conhece e eu não conheço você. Eu não te quero na minha vida.

Scott saiu da cozinha e Rafael tentou ir atrás dele, no entanto, Melissa o impediu.

— Deixa ele ir. — A mulher falou. — Eu te avisei, Rafael. Ele não vai facilitar e eu dou razão a ele. Já faz quase quatro anos.

— Foi você que me mandou embora, lembra? — Rafael falou.

— Eu mandei um bêbado sair de casa. Não um pai sair da vida do filho. — Melissa retrucou.

Melissa e Rafael escutaram a porta da sala bater e a mulher soltou um suspiro cansado. Ela sabia que seu filho guardava muito rancor pela ausência do pai e não ficou surpresa com a reação dele.

— Ele vai ter que se acostumar, porque não pretendo ir embora agora. — O homem falou.

***

A noite chegou fria e nublada, em Beacon Hills. Não tinha muita gente na delegacia àquela hora. Já fazia um tempo que a cidade estava calma, sendo o assalto, que ocasionou a morte de Allison Argent, o último crime grave a acontecer. Melissa entrou na sala do xerife, com o celular na mão. Ela tentava ligar pra Scott mais uma vez, mas o celular dava desligado.

— Droga! — A mulher falou, antes de encerrar a chamada e guardar o celular no bolso.

— Melissa, aconteceu alguma coisa? — O xerife perguntou, surpreso pela enfermeira estar ali.

— Noah, precisa me ajudar. — A mulher falou, tremendo. — O Scott saiu de casa e eu não consigo falar com ele.

— O que? Me explica isso direito. 

Noah se levantou, se aproximou de Melissa, pegou sua mão e a puxou, fazendo ela se sentar na cadeira que ficava de frente para a sua mesa. Ele encostou-se na mesa e cruzou os braços, esperando que a mulher falasse.

— O Rafael está na cidade. — Melissa falou, quase chorando. Seus olhos já estavam cheios de lágrimas. — Quando o Scott chegou em casa, eles acabaram discutindo. E o Scott saiu de casa e eu não consigo falar com ele porque o telefone só dá desligado. Isso já faz cinco horas.

— Melissa, fica calma. — Noah falou, se inclinando um pouco para colocar suas mãos nos ombros de Melissa. — Infelizmente eu não posso emitir um alerta de desaparecidos porque só faz cinco horas. E, além disso, nós dois sabemos que o Scott não está desaparecido, ele só não quer ser encontrado.

— Mas ele estava tão nervoso, essa história com o pai dele sempre o deixa muito abalado. — Melissa falou, ainda muito nervosa. — E se alguma coisa acontecer?

— Nada vai acontecer. O Scott é um garoto responsável, nós dois sabemos disso. Ele é mais responsável que o Stiles. — Noah falou, ficando ereto novamente, e Melissa sorriu. — Olha, eu posso pedir para fazerem busca pela moto dele. Sabe o número da placa?

— Não, ele saiu sem moto. — Melissa falou.

— Então, o Scott não deve ter ido longe. — O xerife falou. — Eu vou te levar em casa e depois vou procurá-lo pela cidade. Sabe algum lugar que ele possa ter ido?

— A floresta. Mas eu não sei exatamente onde.

Um policial bateu na porta da sala do xerife e ele e Melissa olharam para ver quem era. Era um homem alto de cabelos castanhos claros.

— Com licença, xerife. — O policial falou.

— O que foi, Parrish? — Noah perguntou.

— Eu não pude deixar de ouvir a conversa de vocês sobre Scott McCall. — Parrish falou, se aproximando. — Meu turno acaba em dez minutos. Se quiser, eu posso procurar pelo garoto, enquanto você leva a Melissa pra casa.

— Eu agradeceria, Parrish. — O xerife falou para o policial e depois voltou sua atenção para Melissa. — Vem, eu vou te levar pra casa.

Noah estendeu a mão pra Melissa, ela a pegou e ficou de pé. Quando eles passaram por Parrish, Melissa o agradeceu antes de sair da sala, de mãos dadas com o xerife.

***

— Obrigado. — Isaac agradeceu, quando uma garçonete colocou os dois sanduíches que ele e Boyd comeriam, junto de dois copos grandes de milk-shake e duas porções de batata frita.

— Se precisarem de mais alguma coisa, podem me chamar. — A garota falou, dando um olhar sugestivo para os dois garotos, antes de se afastar.

Era noite de sexta-feira e tudo o que Boyd menos queria era ficar em casa. E quando Erica o dispensou para ir ao cinema com Lydia, o garoto negro convidou Isaac para irem comer hambúrguer. O loiro aceitou, pois, não queria ficar em casa também, morrendo de tédio. Quando Boyd pegou seu sanduíche, ele viu um guardanapo no seu prato e ao pegá-lo, notou que continha o número do celular da garçonete.

— Olha só. — O rapaz negro falou, mostrando o número para Isaac. — Vai ligar pra ela?

O loiro pegou o papel e sorriu.

— Caitlin. — Ele leu o nome da garota. — Eu sou gay e você tem namorada. Então, nada de Caitlin pra nós.

Isaac amassou o guardanapo, o jogou na mesa e os dois começaram a comer, em silêncio.

— O que foi que deu no Matt hoje, hein? — Boyd indagou, antes de dar um gole no seu milk-shake.

— Eu também não entendi. — O loiro falou, pegando duas batatas. Ele as levou até a boca.

— Aquele cara é maluco, escuta o que tô te dizendo. Atacou o Scott sem motivo nenhum.

Isaac refletiu sobre aquilo, Boyd realmente estava certo, quando disse que Matt atacou Scott sem motivo. No entanto, ele achava que o amigo estava com algum problema. Geralmente, Matt não perdia a calma daquele jeito.

— O Scott me escreveu uma carta. — O loiro falou, depois de um tempo. Em seguida, deu uma mordida no seu sanduíche.

— Sério, ainda escrevem cartas? — Boyd indagou, surpreso. — O que ele escreveu?

— Me pediu perdão, mais uma vez. — Isaac respondeu. — Acho que eu tô pronto pra perdoá-lo, mas por enquanto, eu vou ficar um pouco afastado. Eu quero superar o que sinto por ele.

Naquele momento, Stiles entrou na lanchonete e ao ver Isaac e Boyd, se dirigiu até a mesa deles.

— Oi, gente. — O filho do xerife falou. — Vocês têm notícias do Scott?

— Não. — Boyd respondeu.

— Aconteceu alguma coisa? — Isaac indagou, preocupado.

— O pai dele tá na cidade. Tem horas que a Melissa tá tentando falar com ele, mas não tá conseguindo. Eu também tentei ligar, mas o celular tá desligado. — Stiles explicou.

— Mas eles já se encontraram? Digo, Scott e o pai? — Isaac perguntou.

— Já sim. Por isso que ele não atende ninguém. — Stilinski respondeu. — Eles discutiram e o Scott saiu de casa. A Melissa tá muito preocupada. O meu pai tá lá com ela. Isaac, você não sabe onde ele está?

— Não. Quer dizer... — Isaac pensou por um segundo. — Tem um lugar que ele vai, quando quer ficar sozinho. Posso te dizer onde é.

— Poxa, cara. A Lydia vem me encontrar aqui. Você não pode ir atrás dele? Eu te empresto o jipe.

— Stiles, isso não é uma boa ideia.

— Eu sei que as coisas não estão muito boas entre vocês. — Stiles falou. — Mas eu sei que você se importa com o Scott. Eu não posso ir agora. Então, por favor, faz isso por mim.

— Tá legal. — Isaac concordou, estendendo a mão.

Stiles pegou a chave do jipe no seu bolso e entregou para o loiro, que se levantou e seguiu para a saída da lanchonete.

— Só toma cuidado com o jipe! — Stiles gritou, sentando no lugar que Isaac estava sentado. Ele pegou três batatas que ainda sobraram e comeu. — E aí, Boyd?

— A Lydia não vem. Ela tá no cinema com a Erica. — O rapaz negro observou.

— É mesmo, tinha esquecido. Então você vai ter que me dar uma carona. — Stiles falou, com um sorriso travesso. — Espero que eles tenham uma conversa definitiva.

***

Isaac sabia exatamente para onde deveria ir. Ele e Scott tinham se encontrado lá, dois dias antes. O garoto dirigia o jipe de Stiles, um pouco apreensivo, pois, naquela tarde, tinha dito ao amigo que não se veriam fora do colégio, por um tempo. E lá estava ele, prestes a se encontrar com McCall e ficar sozinho com ele no meio da floresta.

Não demorou muito e Lahey já estava estacionando o jipe, para seguir a pé, em direção ao planalto. E assim que chegou, pôde ver seu amigo sentado, observando a cidade, como ele sabia que Scott estaria. O loiro tirou seu celular do bolso e mandou uma mensagem para Melissa, avisando que tinha encontrado o filho dela, e se aproximou devagar do moreno. Isaac se sentou ao lado do outro e ambos ficaram em silêncio por um tempo.

— Não conseguiu ficar longe de mim, não é? — Scott indagou, numa clara e falha tentativa de fazer uma piada, para não demonstrar o quão abalado sentia-se. — Como sabia que eu estava aqui?

— Sua mãe tá preocupada. Ela falou com o xerife e ele ligou pra o Stiles e o Stiles falou comigo. Ele perguntou se eu sabia onde você estava e quando se trata do seu pai, esse é o único lugar que você vem. — Isaac explicou.

— E só você sabe sobre esse lugar. — O moreno falou e Isaac assentiu. — Então, você já está sabendo que o meu pai tá na cidade. — O loiro assentiu mais uma vez. — Ele disse que veio aqui pra se aproximar de mim. Se aproximar? — Scott falou, com uma risada irônica. — Eu não penso nele há anos e agora ele aparece aqui do nada, querendo se aproximar? Como se isso fosse possível. Eu não quero que ele se aproxime de mim. Eu não quero ele na minha vida. Eu tô errado em pensar assim?

— É claro que não. Você está magoado com seu pai e é normal que pense desse jeito.

— Eu não tô magoado. — Scott falou. — Eu não posso estar magoado com uma pessoa que nem sequer conheço.

Os dois ficaram em silêncio por mais um tempo, até que um trovão soasse, chamasse a atenção deles.

— Vai chover. — Isaac observou, olhando para o céu. Ele se levantou e estendeu a mão para Scott. — É melhor a gente ir pro jipe, antes que a chuva comece. Não tá longe.

McCall pegou a mão do amigo e se levantou. Outro trovão soou alto e eles seguiram para o carro, apressadamente.

— Sabia que o Stiles deixou você dirigir o jipe mais vezes do que eu? — Scott falou, quando eles se aproximaram do veículo.

— Sério? — Isaac perguntou, surpreso. — Acho que ele não vai reclamar comigo, se eu te deixar dirigir agora. — O loiro pegou a chave do jipe no seu bolso, a entregou para Scott e foi para a porta do carona, enquanto o moreno ia para a do motorista. McCall abriu a porta e entrou no carro, em seguida, se inclinou para destrancar a outra porta, para que Isaac pudesse entrar. E quando Lahey entrou no carro e fechou a porta, a chuva começou a cair. — Foi por pouco. — Falou, olhando os pingos que escorriam pela janela.

— Isaac? — Scott o chamou, fazendo o outro olhar pra ele. — Obrigado por vir me buscar e me ouvir. Sei que você ainda me odeia, mas foi importante pra mim.

— Eu não odeio você, Scott. — Isaac admitiu, olhando para o amigo. — Pra falar a verdade, eu jamais odiaria você. Como você pode ser tão ingênuo?

— É a segunda vez que você me diz isso, hoje. — Scott observou. — Por que eu sou ingênuo?

— Porque eu gosto de você! — O loiro finalmente confessou, olhando nos olhos do outro. — E você nunca percebeu. — Scott o encarou surpreso e Isaac desviou os olhos, passando a observar pelo para-brisa, a chuva caindo. — Já tem um tempo que eu sinto isso. Desde antes de eu ir embora, desde antes de você e a Allison namorarem, desde antes de você nem sequer conhecer ela. Eu não consigo me lembrar como é não estar apaixonado por você. Todo esse tempo eu tentei tanto deixar de sentir isso, mas eu nunca consegui. Até mesmo na França, eu pensava em você. Eu guardei isso tudo pra mim, porque não queria as coisas mudassem. — Um sorriso triste se formou nos lábios de Isaac. — E as coisas mudaram mesmo assim. Então, eu não posso mais fazer isso, Scott, não posso mais esconder isso de você. Eu te amo.

Scott ouviu tudo em silêncio, as batidas do seu coração estavam aceleradas. Por um lado, o garoto estava feliz por Isaac dizer tudo aquilo. Não tinha nada melhor do que se sentir correspondido e ouvir aquilo, o fez pensar que ainda tinha alguma chance de se acertar com o amigo. Mas, por outro lado, McCall se sentiu triste, pois, queria que as coisas tivessem sido bem diferentes para os dois. Ele não podia mudar o passado, mas podia se esforçar para mudar o presente e o futuro. Um futuro em que ele e Isaac estariam juntos e o moreno não sentia medo nenhum de expor isso. O garoto então tomou uma atitude, ele apostaria nos dois.

— Isaac?

McCall se inclinou um pouco em direção a Isaac e levou sua mão até o maxilar dele, fazendo com que o loiro olhasse em seus olhos novamente. Em seguida, rompeu a distância entre eles e selou seus lábios. Foi um beijo calmo. Isaac estava tão vulnerável naquele momento, que cedeu quando Scott pediu passagem com a língua. No entanto, o loiro logo voltou a si e empurrou o outro.

— Não.

— Não pode me falar tudo isso e esperar que eu não faça nada. — Scott falou. — Eu quero tanto você, Isaac. Por favor.

Aquilo foi o bastante para Isaac jogar fora todas as barreiras que estava formando. A possibilidade de ter Scott mais uma vez, pelo tempo mínimo que fosse, o fez esquecer tudo por um momento e mesmo que fosse sair magoado depois, queria aproveitar isso. O garoto então, selou seus lábios mais uma vez. O beijo mais uma vez começou calmo, Scott pediu passagem com a língua e Isaac cedeu.

Os dois começaram a travar uma disputa com as línguas e o beijo foi se aprofundando. Isaac se inclinou e se colocou sentado no colo de Scott, sem afastar seus lábios. O moreno segurou nos quadris do outro garoto e em seguida, colocou suas mãos por de baixo da camisa dele e foi alisando a pele do amigo. Devido ao pouco espaço, as costas do loiro acabaram pressionando a buzina do jipe e o som assustou os dois. Eles romperam o beijo e olharam assustados um para o outro, no entanto, riram em seguida. Isaac voltou para o seu banco e Scott o beijou outra vez. McCall empurrou Lahey devagar, para que se deitasse e foi deitando por cima dele, mas o loiro acabou batendo a cabeça na porta.

— Ai! — Isaac reclamou, porém, ele sorria.

— Desculpa.

Isaac levou suas mãos até a nuca de Scott e o puxou para mais um beijo. Em seguida, o loiro foi descendo as mãos pelas costas do outro, até chegar a bunda dele, onde apertou por cima da calça. Já as mãos de McCall, foram parar na barra da camisa do amigo. Ele levantou um pouco o tecido e percebendo a intenção de Scott, o próprio Isaac tirou sua camisa, no entanto, enquanto a tirava, seu cotovelo acabou batendo no queixo do moreno. Ele jogou a camisa no chão do carro e colocou suas mãos no queixo do amigo.

— Desculpa. — Isaac falou, se inclinando. Ele deu beijos no queixo de Scott.

Assim como Scott, Isaac levou suas mãos até a barra da camisa de Mccall e a levantou. O moreno se afastou um pouco, ficando sentado nas pernas do loiro e também tirou sua camisa e a jogou no chão. Lahey soltou um suspiro ao ver o corpo do outro, mais uma vez tão perto. Ele estava com saudade daquele corpo e dos toques do amigo.

O loiro levou sua mão até o peito do amigo e a desceu pelo tronco dele. Ao passar a mão no abdômen de Scott, Isaac o arranhou com as unhas e continuou descendo a mão, até chegar ao cós da calça do moreno. Ele desabotoou a calça de Scott, abriu o zíper e a abaixou com a cueca, o suficiente para que o membro já ereto do moreno pudesse ser visto. Isaac acariciou o membro do outro devagar, fazendo-o soltar um gemido baixo. E ele continuou com os movimentos de vai e vem, até que Scott o interrompesse.

O moreno levou suas mãos até o cós da calça de Isaac e assim como o Lahey fez consigo, ele a desabotoou e abriu o zíper e em seguida, a puxou também junto da cueca, deixando o pênis do loiro a vista. Scott juntos seu membro ao de Isaac e passou a masturbar os dois, ao mesmo tempo. Em seguida, ele se inclinou para beijar o amigo mais uma vez. Procurando se equilibrar, Scott apoiou sua mão livre na porta do jipe e acidentalmente a abriu. O vento frio súbito, que entrou no carro, com alguns pingos de chuva, acabou assustando os garotos, fazendo com que eles rompessem o beijo.

— Acho melhor irmos para o banco de trás. — Scott sugeriu, sorrindo.

— Tem razão. — O loiro concordou.

Scott puxou a porta e a fechou. Depois, passou para o banco de trás, sendo seguido por Isaac. E os dois ficaram sentados, um de frente para o outro, apenas se encarando em silêncio, por um tempo, até que o moreno levou suas mãos até a nuca do outro e o puxou para mais um beijo. Ainda com os lábios selados, Lahey levou uma das suas mãos, até o membro do outro e a outra, até o seu próprio e os acariciou. McCall afastou um pouco a boca para poder soltar um gemido. Em seguida, ele foi deitando Isaac devagar, tomando cuidado para que ele não batesse com a cabeça novamente. E deitou por cima do amigo, friccionando seus membros.

— Eu senti tanto a sua falta. — Scott falou, parando com os movimentos para observar Isaac. — Você não se preveniu e trouxe camisinha na sua carteira?

Isaac negou sorrindo.

— Eu não vim com a intenção de fazer sexo com você. Será que o Stiles não deve ter por aqui?

— Deixa eu ver. — Scott voltou a ficar sentado no banco e se inclinou para o lado, tentando alcançar o porta-luvas do jipe, sem sucesso. Isaac mordeu os lábios com a visão da bunda do moreno. Ele se sentou no banco, aproximou sua boca da nádega do amigo e a mordeu. — Ai! Por que me mordeu?

Scott sorriu, voltando a se sentar ao lado de Isaac.

— Porque você tem uma bela bunda.

— Ah, é? — O moreno falou, convencido.

— Achou a camisinha? — Lahey perguntou, ansioso.

— Eu não consegui alcançar o porta-luvas, já que alguém me mordeu. — Scott respondeu, passando para o banco do passageiro. Ele abriu o porta-luvas e procurou por algum pacote de preservativo. — Não tem nada aqui. — O garoto falou decepcionado, voltando para o banco de trás.

— Tudo bem. Tem outros jeitos de ser bom. — Isaac sussurrou no ouvido do moreno e em seguida, beijou o pescoço dele.

Lahey se inclinou e lambeu o membro de Scott, fazendo o moreno estremecer. Em seguida, o abocanhou de vez e o outro garoto soltou um grunhiu. McCall colocou suas mãos na cabeça de Isaac, agarrou seus cabelos e foi ditando o ritmo lento.

— Puta merda. Isso é tão bom. — Scott falou, entre gemidos.

Isaac apoiou suas mãos nas coxas do amigo e aos poucos foi acelerando os movimentos do sexo oral. Quando o moreno passou a gemer mais alto, Lahey se deu conta que ele não duraria muito.

— Isaac, eu... Ahh. — Scott não aguentou mais e ejaculou na boca do loiro. — Me desculpa por isso, não consegui me segurar.

Para não sujar o jipe de Stiles, Lahey acabou engolindo o sêmen de Scott e em seguida, lambeu o membro do moreno, até que estivesse completamente limpo. Scott puxou Isaac para mais um beijo e estranhou um pouco, o gosto na boca dele. McCall rompeu o beijo e encarou o amigo.

— Sem problema.

— Eu quero retribuir. — O moreno falou.

Isaac assentiu e se afastou um pouco de Scott. O moreno se inclinou e encarou, um pouco hesitante, o membro do loiro, antes de colocá-lo na boca timidamente. McCall movimentava sua cabeça devagar, tomando cuidado com os dentes. Logo, ele foi pegando o jeito e foi acelerando. Isaac soltava gemidos cada vez mais altos. Não demorou muito e o loiro puxou a cabeça de Scott.

— Eu tô perto. — Isaac falou, ofegante.

Scott levou sua mão até o membro de Isaac e o acariciou rapidamente, até que o loiro chegasse ao seu orgasmo, sujando seu abdômen e a mão do moreno. McCall beijou Lahey, abafando seus gemidos e em seguida, os dois apenas se encararam com as testas coladas. O moreno estava com um sorriso bobo no rosto, enquanto o outro garoto estava tenso. Depois de passada a excitação, um arrependimento tomou conta do loiro.

— O Stiles vai matar a gente. — Scott falou, sorrindo. — Devemos contar pra ele?

— Você não pode fazer isso, Scott. — Isaac falou, com seriedade na voz.

— Ok. Então, não contamos.

— Eu não estou falando disso. — O loiro falou, olhando nos olhos de Scott. — Eu tô falando de você me usar mais uma vez, pra sanar sua curiosidade sexual, num momento que eu estava bem vulnerável.

— Isaac, eu não fiz isso.

— Ah, não? Então, o que foi isso que acabou de acontecer.

— Você disse que me amava. Como esperava que eu reagisse?

— Eu não te contei por que queria ficar com você de novo, Scott. — O loiro confessou. — Te contei porque eu quero seguir em frente.

— Não quero que siga em frente.

— O que você quer, então? — Isaac gritou. — Que eu fique sempre disponível, quando você decidir que quer experimentar coisas novas?

— Não, Isaac.

— Então, o que você quer?

— Eu... — Scott pensou por um tempo, no entanto, não conseguia colocar em palavras o que queria dizer.

— Você nem sabe.

Com um pouco de dificuldade, Isaac ajeitou a cueca e a calça, abotoou-a e passou para o banco do carona. Em seguida, ele abriu a porta e saiu para a chuva.

— Isaac, volta pra o carro. — Scott pediu, também ajeitando sua calça, com a cueca. Ele também foi para o banco do passageiro, tentando não tocar em nenhuma parte do veículo, com a mão melada. — Merda. — O moreno saiu do carro e foi atrás do outro. — Qual é, Isaac? Volta pra o carro. Tá congelando aqui fora. Isaac, não desiste de mim! — Falou alto, fazendo o outro garoto parar de andar. — Eu não preciso de tempo pra entender o que está se passando comigo. Eu sei exatamente o que está acontecendo, não sou totalmente hétero e eu sinto alguma coisa por você. Eu te peço perdão mais uma vez, por ter te magoado, tentando negar isso. Eu tô cansado de negar. Ainda mais, porque você também sente alguma coisa por mim. Então, se ainda tiver uma chance, por menor que seja, de você querer ficar comigo, apesar de tudo que eu fiz, não desiste de nós. Eu só te peço que seja paciente comigo. — Isaac se virou para Scott e olhou nos olhos dele. O moreno se ajoelhou e abaixou a cabeça. — Me perdoa.

“Como conseguiria seguir em frente, dessa forma?” o loiro se perguntava. Quando finalmente decidiu que superaria seus sentimentos por Scott, o moreno se declarava pra ele e estragava seus planos. A verdade é que Lahey queria se arriscar. Naquele momento não importava se o outro o magoaria novamente. Tudo que ele queria, era dar uma chance para o cara que ele amava, o cara que estava pedindo essa chance para os dois. E com medo de se arrepender no futuro, por não ter dado aquela chance, Isaac andou até Scott, se ajoelhou em sua frente e o beijou. Não era o beijo mais quente daquela noite, mas com certeza era o melhor. E tanto Isaac quanto Scott, esperavam que muitos beijos como aquele estivessem por vir.


Notas Finais


O momento que todos esperavam finalmente chegou, podem comemorar. Eu espero que tenha correspondido as expectativas de vocês. Scott e Isaac ainda precisam conversar, mas daqui pra frente Scott não vai mais ficar com incertezas. Ele finalmente admitiu pra ele mesmo e pra Isaac que ele gosta sim de garotos e que sente alguma coisa pelo amigo e isso foi um passo importante. Bom gente, sobre o pai de Scott ter aparecido, foi só pra ele ser o motivo indireto de Isaac e Scott fazerem as pazes, mas já que ele ta aqui né, vai ficar por um tempo. E isso vai abalar um pouco Scott.
Espero que tenham gostado.


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