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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - O que nós somos agora?


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Olá meus queridos leitores. Isso é um capítulo.
Eu fiquei muito feliz com os comentários de vocês no "capítulo" especial e também por terem gostado de saber um pouco mais sobre os "bastidores" da fanfic. Muito obrigado a todos vocês
Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem.

Capítulo 21 - O que nós somos agora?


Isaac tremia de frio. Talvez levar chuva, alguns minutos atrás, não tenha sido uma boa ideia. E agora lá estava ele, sentado no banco do carona do jipe de Stiles, esfregando suas mãos nos próprios braços, tentando se aquecer, enquanto Scott estava sentado ao seu lado, no banco do motorista, conduzindo o veículo até sua casa. Após os beijos trocados na chuva, os garotos voltaram para o carro, vestiram suas respectivas camisas e permaneceram em silêncio, esperando que o clima melhorasse. E quando a chuva finalmente deu uma trégua, resolveram que era hora de voltar. No meio do caminho, Scott anunciou que pegaria algumas roupas na sua casa, depois deixaria Isaac na de Boyd e por fim, seguiria para a de Stiles.

McCall vez ou outra, desviava sua atenção da estrada e olhava para o amigo. Ele também estava com frio, no entanto, diferente de Lahey, o moreno não se importava tanto. Scott achava que Isaac não gostava tanto do frio devido aos traumas que sofrera. Ele sabia muito bem que o pai do loiro costumava trancá-lo num freezer, com a desculpa de disciplinar o filho, e por causa disso, Isaac desenvolveu não apenas a intolerância ao frio, como também claustrofobia. E ao ver que o outro garoto estava realmente muito incomodado, Scott freou o jipe, se aproximou do amigo e passou o braço pelos ombros dele.

— O que está fazendo? — O loiro perguntou, surpreso com a atitude de Scott.

— Aquecendo você. — Scott respondeu, antes de selar seus lábios aos do outro, como muitas vezes tinha acontecido naquela noite. Os dois não sabiam o que aquilo significaria no dia seguinte, entretanto, estavam gostando muito de beijar um ao outro. E permaneceram assim por alguns minutos, até que McCall rompesse o beijo. — Tá melhor? — Ele perguntou, passando seu polegar na bochecha de Isaac.

— Acho que ainda estou com frio.

— Ah, é? — Scott indagou sorrindo e atacou o pescoço do loiro, com beijos e leves mordidas. — E agora?

Isaac também sorriu, mas logo voltou a ficar sério e empurrou Scott.

— Eu adoraria ficar aqui a noite inteira com você. — Isaac falou, olhando McCall. — Mas a sua mãe tá bastante preocupada. Então, é melhor nós irmos.

— Você tem razão. — Scott falou, de cabeça baixa.

O moreno retornou ao seu lugar e depois de alguns segundos, voltou a dirigir. Não demorou muito e Scott já estava estacionando o jipe em frente à sua casa. Ele ficou tenso, não queria encontrar com Rafael novamente. O garoto esperava que seu pai tivesse ido embora, no entanto, ao ver o carro preto em frente a garagem, perdeu a esperança. Ele soltou um longo e cansado suspiro.

— Quer que eu vá com você? — Isaac perguntou, pegando a mão de Scott.

— Não, fica aqui. Não quero que você veja o que vem a seguir. — O moreno respondeu.

— Scott.

— É inevitável, Isaac. — Scott falou, tentando se manter calmo. — Quando se trata do Rafael, eu fico com muita raiva e não consigo controlar o que eu digo ou o que eu faço.

— Só espero que as coisas não fiquem muito sérias.

— Eu volto logo.

Scott abriu a porta do carro, saiu e caminhou lentamente, até a porta da sua casa. Ele colocou a mão na maçaneta, no entanto, antes de girá-la, o garoto respirou fundo. Depois de alguns segundos, abriu a porta e ao entrar, foi recebido por um forte abraço de sua mãe e pelos olhares repreensivos de seu pai, atrás dela. O garoto também avistou Noah, ao lado de Rafael, apenas observando.

— Scott, você não sabe o quanto eu fiquei preocupada. — Melissa falou, apertando ainda mais o filho.

— Desculpa, mãe. Eu não quis te preocupar, mas... — Scott não falou mais nada, apenas olhou para Rafael, com desgosto. — Me desculpa mesmo. Eu prometo que não vou sumir assim de novo.

— Você tá todo molhado. — Melissa falou, se afastando para observar Scott. — Vá tomar um banho e trocar de roupa.

— Eu só vim pegar umas roupas. — Scott falou. — Vou pra casa do Stiles, passar o final de semana. Tudo bem?

Scott olhou para Noah e o xerife assentiu sem falar nada.

— Como é? — Rafael questionou. — Você sumiu por horas. A sua mãe ficou desesperada, tentando falar com você. E você aparece agora e diz que vai sair novamente? Pois, fique sabendo, mocinho, que você não vai.

— Você quer mesmo bancar o pai presente e atencioso?

— Já chega, vocês dois! — Melissa gritou, cansada com tudo aquilo. — Scott, suba e pegue as roupas que veio pegar. Você pode passar o final de semana na casa do Stiles. — Apressadamente Scott foi para o andar de cima. A mulher então, se virou para o ex-marido. — E quanto a você, não pode chegar aqui, depois de todos esses anos, dando ordens pra ele. Não é assim que você vai conquistar o Scott. Se é isso mesmo que você quer.

— É claro que eu quero. — Rafael falou.

— Então, você precisa ir com calma. Porque se ficar forçando ele a ter algum relacionamento com você, só vai afastá-lo mais ainda.

Alguns minutos depois, Scott desceu segurando sua mochila. Ele tinha trocado a calça jeans molhada por uma de moletom preta, seca.

— Você vai querer carona, Scott? — Noah perguntou, se aproximando.

— Valeu, xerife, mas eu tenho carona. — Scott falou para Noah e em seguida, se virou para Melissa. — Tchau, mãe. — O garoto se aproximou da mulher e deu um beijo na testa dela. Em seguida, saiu da casa, seguido pelo xerife, e se dirigiu para o jipe, enquanto Noah foi para o seu carro. Ao entrar no jipe, McCall abriu sua mochila, tirou uma calça igual à que estava vestindo e entregou para Isaac. — Eu trouxe pra você. Não quero que fique resfriado. Se quiser, tem uma cueca também.

— Não precisa, valeu. — Isaac pegou a calça e a encarou. — Quer que eu troque aqui?

— Eu devia ter te chamado pra trocar de roupa lá dentro, mas as coisas ficaram tensas. De qualquer forma, não tem nada aí que eu já não tenha visto. Ou tocado, ou colocado a boca. — Scott falou sorrindo e Isaac também sorriu. — E não tem ninguém na rua.

Lahey desabotoou a sua calça, abriu o zíper e a tirou com um pouco de dificuldade. Ele jogou a calça no banco de trás e com a mesma dificuldade vestiu a outra, que Scott trouxe para ele.

— Você está bem? — Lahey perguntou, enquanto terminava de vestir a calça.

— Claro. — Scott respondeu, com uma falsa confiança. — Por que não estaria?

— Scott.

— Eu não quero falar sobre isso. — Scott falou, um pouco rude. — Eu vou ficar na casa do Stiles até o Rafael ir embora. Podemos ir?

Isaac assentiu. Ele passou todo o percurso observando Scott, que estava ciente dos olhares do loiro sobre si, no entanto, McCall prestava atenção na estrada, devolvendo os olhares para o amigo, vez ou outra. Lahey se perguntava como as coisas iam ser de agora em diante. O loiro não podia negar, que estava com medo de Scott ignorá-lo de novo. E com esses pensamentos na cabeça, ele não percebeu que já tinham chegado à casa de Boyd. Scott estacionou o jipe e olhou para Isaac, que saiu dos seus devaneios.

— Valeu a carona. — O loiro falou, já abrindo a porta.

— Isaac? — Scott o chamou, fazendo com que o loiro olhasse pra ele. — Escuta, sobre o que aconteceu...

— Não fala nada. — Isaac interrompeu Scott. Ele já imaginava o que o moreno ia falar, entretanto, queria estender aquele momento de felicidade passageira por mais algumas horas. — Vamos deixar pra conversar sobre isso amanhã.

— Tudo bem. — McCall concordou. — Mas eu quero você saiba que amanhã eu não vou ignorar você, e nem fingir que o que aconteceu hoje não aconteceu. Tudo que eu disse é verdade. Eu não sei o que tudo isso significa pra gente, mas eu quero descobrir.

— Então, amanhã nós conversamos. Boa noite, Scott. — Isaac falou.

Scott se aproximou de Isaac e selou seus lábios mais uma vez.

— Boa noite. — Scott falou, sorrindo, após romper o beijo.

Isaac saiu do jipe, andou até a porta da casa de Boyd e entrou, sem olhar novamente para Scott, que seguiu seu caminho para a casa de Stiles. Lahey ainda ostentava um sorriso bobo nos lábios, quando entrou no quarto do amigo e o encontrou deitado na cama.

— Oi. — Boyd falou. — Você levou chuva de novo?

— Levei. — Isaac respondeu, passando a mão nos seus cabelos molhados.

— E você encontrou o Scott?

— Sim. — Isaac respondeu, tirando a camisa.

— E por que esse sorrisinho idiota de apaixonado? — Boyd questionou. — Não me diga que você e o Scott...

— Digamos que o Stiles não vai gostar de descobrir o que aconteceu no jipe dele. — Isaac falou, caminhando até o colchão, ao lado da cama de Boyd, onde estava sua mochila. Ele pegou a mochila e de dentro, tirou uma camisa e uma cueca. — Eu adoraria contar todos os detalhes e eu tenho certeza que você adoraria escutar e aprender mais sobre sexo homoafetivo, mas eu tô muito cansado e preciso de um banho.

— Ah, seu safado. — Boyd se levantou da cama, se aproximou de Isaac e deu um tapa na bunda dele. — Tava dando essa bunda, não é? Ou será que o Scott que tava dando pra você?

— Isso, meu querido amigo, você nunca vai saber. — Isaac falou, saindo do quarto. Ele fechou a porta, porém, abriu novamente. — E só pra você saber, nós gays não pensamos apenas em sexo. Eu gosto muito de romance. — Falou, antes de fechar a porta novamente e seguir para o banheiro.

— Aposto que o Scott foi muito romântico! — Boyd gritou.

***

Embora permanecesse de olhos fechados, Scott já estava acordado. Ele não tinha dormido bem àquela noite, pensando em tudo que aconteceu. E por mais que pensar em Isaac o alegrasse, pensar no seu pai tirava qualquer pensamento bom que ele tinha. Lentamente, Scott abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi um rosto, bem perto. Quando sua visão se focalizou, o moreno identificou que o rosto era de seu amigo, Stiles, que estava estranhamente muito perto, lhe observando dormir.

— Cara, essa não é uma boa primeira visão do dia, sabia? — Scott falou, sonolento, sentando-se no colchão que estava deitado.

— Bom dia, Bela Adormecida, preferia que eu fosse o Isaac Lahey? — Stiles indagou, sarcasticamente. — Infelizmente, você está no meu quarto, então, vai ter que se contentar comigo. Agora, levanta, o café está pronto.

Scott voltou a deitar, afundou a cabeça no travesseiro, e puxou o lençol do Batman, para cobrir seu rosto. Queria voltar a dormir, mas sabia que não conseguiria. Depois de alguns segundos, descobriu a cabeça, voltou a se sentar e espreguiçou, em seguida. Ele olhou ao seu redor, procurando Stiles, no entanto, o amigo já tinha saído. Scott se levantou e pegou seu celular na escrivaninha de Stilinski, antes de sair do quarto e ir para o banheiro.

Quando entrou no banheiro, McCall ligou seu celular e viu que tinha uma mensagem de Isaac e ao lê-la, o garoto sorriu. “Espero que tenha dormido bem.” era o que dizia. Scott logo se apressou em responder. Ele digitou “Não tanto quando eu gostaria. Mas com certeza você acabou de animar meu dia.” e enviou. Após fazer sua higiene matinal, Scott saiu do banheiro e se dirigiu para a cozinha, onde encontrou Stiles, sentado à mesa, já comendo uma tigela de cereal, por pura preguiça de fazer algo mais sofisticado.

— Cadê o seu pai? — Scott indagou, se sentando na cadeira ao lado de Stiles.

— Ele precisou atender a um chamado. Parece que alguém estava dando tiros em alguma parte da floresta. Mas acho que é só algum caçador. — Stiles respondeu.

— Caçador?

Como resposta, Stiles apenas deu de ombros.

Quando chegou na casa dos Stilinski na noite anterior, McCall foi atacado pela curiosidade excessiva de seu melhor amigo, que queria saber onde ele estava quando sumiu e sobre Isaac. Porém, conseguiu escapar do interrogatório, alegando que estava muito cansado e que precisava de um banho, antes de cair na cama, ou no colchão. Mas Stiles não ia deixar que ele escapasse agora.

— Então. — Stiles começou a falar, após dar uma colherada no cereal. Ele mastigou e depois de engolir, continuou. — Primeiramente, quero dizer que se quiser conversar sobre o seu pai, eu estou pronto pra ouvir. Mas como eu sei que você não vai querer falar sobre isso, vamos ao que interessa. Acho bom você e o Isaac terem se entendido, porque eu não empresto meu jipe pra qualquer um.

— Ele falou que foi você que o mandou. Obrigado por isso. E sim nós nos acertamos.

— Tem que me agradecer mesmo, afinal se vocês se acertaram, foi porque eu intervi. Mas me conta, vocês estão ou não estão juntos? — Stiles perguntou.

Scott pensou por um momento. Ele e Isaac não definiram nada.

— Eu não sei. — Scott respondeu sinceramente. — Nós não conversamos sobre isso.

— Vocês ficaram na floresta por umas duas horas e não conversaram? — Stiles indagou, pensativo. — O que ficaram fazendo?

— Bem... é... nós. — Scott se atrapalhou com as palavras.

— Scott, por favor me diz que você e o Isaac não transaram no meu jipe. — Stiles falou, temendo a resposta, no entanto, a única resposta que teve foi o olhar envergonhado de Scott. — Oh, meu Deus. Vocês transaram no meu jipe. Agora eu vou ter que mandar lavar. Mas que droga, Scott, vocês macularam meu jipe.

— Você não está exagerando, Stiles? — Scott indagou, sorrindo. — Nós nem chegamos a transar de fato, a gente só fez boquete, um no outro.

— Boquete é transar, Scott.

— Tá, tanto faz. Além do mais, não é como se você e a Lydia nunca tivessem feito.

— Não no jipe! — Stiles gritou. — O jipe era sagrado.

— Agora entendi porque não tinha camisinha.

— É melhor você parar de falar, agora mesmo. — Stiles falou e voltou a dar atenção ao seu cereal.

Scott não estava com fome, então, ficou apenas observando o amigo comer, em silêncio, até que seu celular tocou. Ele sorriu ao ver o nome de Isaac no visor e tratou de atender, o mais rápido possível.

— Oi. — McCall falou sorrindo.

— Oi. Bom dia. — Isaac falou do outro lado da linha.

— É o Isaac? — Stiles perguntou gritando, para que o loiro pudesse ouvir. — Diz pra ele que vocês dois vão pagar a lavagem do meu jipe.

Scott fuzilou Stiles com os olhos, se levantou e saiu da cozinha.

— Contou pra ele? — Isaac perguntou.

— Ele perguntou e eu não consegui mentir. — Scott explicou. — Eu não consigo mentir pro Stiles. Ele é um detetive muito bom. Acho até que vai seguir os passos do pai.

— Isso é fofo.

— O Stiles virar policial? — McCall perguntou, confuso.

— Não, seu bobo. Você não conseguir mentir, é fofo. — Isaac explicou. — Então, eu te liguei porque precisamos conversar.

— Eu sei.

— Eu queria saber se você quer sair mais tarde. Ir ao cinema ou qualquer coisa.

— Tipo um encontro? — O coração de Scott acelerou.

— Você quer que seja um encontro? — Lahey questionou, esperançoso.

— Talvez. Mas Lembra quando eu pedi pra você ser paciente comigo?

— Eu prometo que vou ser paciente. — Isaac falou. — Você não tem que fazer nada que se sinta desconfortável. Nós podemos ir ao cinema.

— É perfeito. — Scott falou. — Você quer que eu te pegue na casa do Boyd? Eu tenho que passar na clínica agora de tarde, mas eu saio às seis. Posso te pegar depois.

— Não. Nos encontramos no cinema mesmo. Às sete?

— Claro. Até às sete. — Scott falou, antes de desligar o celular. O garoto voltou para a cozinha, se serviu de cereal e voltou a sentar no lugar de antes. — Eu tenho um encontro com o Isaac.

— Meus parabéns.

— Vai me emprestar seu jipe? — Scott arriscou perguntar, sorrindo.

— Você tá brincando, não é? — Stilinski questionou, indignado. — Pra você e o Isaac, transformarem ele num motel de novo? Não conte com isso. E eu vou sair com a Lydia, mais tarde.

***

Scott estava atrasado. Mesmo prometendo que ele e Isaac não fariam nada, Stiles não quis emprestar o jipe. O máximo que Stilinski fez, foi dar uma carona até a clínica veterinária, mas depois, deixou McCall por conta própria. Resultado, Scott teria que passar em casa para pegar sua moto. E foi o que fez, depois que acabou seu expediente, foi andando pra casa. Ele entrou, sem fazer barulho nenhum, torcendo para que seu pai não estivesse lá. No entanto, ao fechar a porta, o garoto o encontrou na sala, olhando para ele.

— Voltou pra casa?

— Não que eu tenha que me explicar pra você, mas eu só vim pegar minha moto.

Scott subiu a escada e entrou no seu quarto. Ele pegou a chave da moto, na escrivaninha, e colocou no bolso da calça. O moreno cheirou sua camisa na área das axilas e decidiu que seria melhor trocar. Em seguida, tirou a camisa e a jogou na cama. Rafael entrou no quarto.

— Scott, eu quero conversar com você.

— Só que eu não quero conversar com você. E eu estou atrasado. — Scott falou, saindo do quarto. Ele rumou para o banheiro, sendo seguido por Rafael. O garoto entrou no banheiro, pegou um tubo de desodorante e passou nas axilas. Depois, voltou para o seu quarto e procurou uma camisa no closet. Rafael ainda o seguia. — Eu não quero ouvir o que você tem a falar, então, me deixa em paz.

Scott pegou uma camisa preta e a vestiu. Em seguida, pegou o seu capacete com o reserva, para Isaac, e saiu do quarto. Quando estava descendo as escadas, ouviu seu pai falar:

— Vai ter que se acostumar com minha presença, porque eu não vou embora nem tão cedo.

O garoto até pensou em falar alguma coisa do tipo “volta pra sua vida”, mas, estava atrasado e não queria gastar mais tempo. Então, apenas ignorou Rafael e saiu de casa.

***

Isaac já aguardava, em frente ao cinema. Algumas pessoas formavam uma pequena fila, para comprar ingressos. Scott estava cinco minutos atrasado, no entanto, o loiro logo avistou o moreno, vindo em sua direção com dois capacetes pendurados em seu braço direito. Lahey sorriu e acenou.

— Desculpa o atraso. — Scott falou, ao se aproximar. Ele envolveu Isaac num rápido abraço, que durou menos de cinco segundos. — Eu tive que passar em casa, depois do trabalho, pra pegar a moto. — O moreno não quis estragar a noite, falando do seu pai, então, omitiu a “conversa” que eles tiveram.

Scott não sabia como agir. Ele ainda estava receoso em demonstrar afeto na frente das outras pessoas. Isaac não se importou com aquilo. O loiro sabia que o outro ainda precisava de algum tempo.

— Então, eu vi os filmes que estavam passando e a sessão que tem menos gente é A Bela e a Fera. — Isaac falou.

— A Bela e a fera, é sério? — Scott indagou.

— É um clássico. Eu adorava o desenho e você também, não minta. E se você reparar direito, a Fera é um lobisomem. Eu sei que você gosta de filmes de lobisomens.

— Tá legal, me convenceu. Você compra os ingressos e eu a pipoca.

Isaac assentiu e os garotos se separaram. Após comprar os ingressos, a pipoca e os refrigerantes, eles seguiram para dentro. A sala não estava muito cheia, apenas algumas pessoas na frente e um pequeno grupo no meio. Os dois optaram por sentar na última fileira, pois, teriam mais privacidade. Isaac sentou na ponta, Scott sentou ao seu lado e colocou os capacetes na outra cadeira. O loiro pegou um pouco de pipoca, levou à boca e depois deu um gole no seu refrigerante. Não demorou muito para que as luzes se apagassem e quando isso aconteceu, Scott surpreendeu Isaac com um beijo.

— Eu queria ter feito isso antes. — O moreno sussurrou, após romper o beijo.

— Valeu a pena a espera. — Lahey falou, no mesmo tom, e beijou Scott novamente.

No início do filme Isaac até tentou prestar atenção. Ele gostava muito da história e estava achando o filme muito bonito. No entanto, Scott tinha outros planos. O moreno não estava pronto pra assumir que ele e o outro, tinham alguma coisa em público, mas dentro daquela sala escura e com as poucas pessoas, um tanto distante, McCall se sentia seguro. Ele passou seu braço em volta dos ombros de Lahey e beijou o pescoço dele.

— Scott, eu quero ver o filme. — Isaac sussurrou.

— Eu não estou te impedindo. — Scott falou e voltou a beijar o pescoço do loiro.

— Só tá me distraindo.

Isaac, então, desistiu de prestar atenção e se virou para Scott, para beijá-lo na boca outra vez. E eles permaneceram se beijando, até que o balde de pipoca que estava no colo de Scott caísse no chão, assustando os garotos. Aquilo fez com que Scott se afastasse e Isaac começou a rir um pouco alto demais, até que uma das pessoas sentadas na frente pediu silêncio. Lahey tentou se controlar, porém, ele riu mais ainda e foi acompanhado pelo outro. O filme foi passando e os garotos tentaram prestar atenção.

— Isaac, o que nós somos agora? — McCall perguntou baixo.

— Eu não sei. — Isaac respondeu, com sinceridade. — Você tem mais experiência nisso do que eu.

— Você tá falando sério? — Scott indagou, sem acreditar no que ouvira. — Até algumas semanas atrás eu não tinha experiência nenhuma em relacionamento gay.

— Eu tô falando de relacionamento no geral, Scott. — Isaac explicou. — Você namorou mais pessoas do que eu.

— Foi bem mais simples com a Allison e com a Kira.

— Por que eram garotas?

— Não. — Scott se apressou em responder. — Foi mais simples porque eu não tinha medo de estragar tudo e ferrar nossa amizade.

— Nós dois já estragamos tudo e ferramos com a nossa amizade. Mas superamos isso.

— Superamos? — Scott perguntou. — Porque você nunca disse que me perdoou.

— Achei que não fosse preciso. Mas se é tão importante assim pra você, eu te perdoo, Scott. Aquilo que você fez com as velas, foi lindo e a sua carta também. Não precisa mais sentir culpa por aquele erro estúpido. — Isaac falou, passando o polegar no olho esquerdo de Scott, que já estava menos roxo. — E me desculpa por isso.

— Eu mereci.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, apenas ouvindo a música “Sentimentos são”, que rolava, enquanto os dois personagens que davam título ao filme, dançavam uma linda valsa. E quando a música acabou Isaac voltou a falar:

— Que tal, a gente apenas se curtir e ver se isso dá certo? Sem rótulos.

— Quer dizer que podemos sair com outras pessoas? — Scott perguntou. — Porque eu não quero que saia com Matt Daehler e nem com outro cara.

— Eu também não quero que saia com outras pessoas. — Isaac falou.

— Então, somos exclusivos. — Scott falou e Isaac assentiu. — Eu sei que é pedir muito, mas eu não quero que as pessoas saibam sobre isso. Ainda.

— Não tem problema, ninguém tem que saber de nada. Isso só interessa a nós dois.

— Eu te agradeço por isso. — Scott falou e deu um selinho em Isaac. Os garotos voltaram a assistir ao filme. Na verdade, apenas Isaac prestava atenção, pois, McCall apenas observava o loiro. Scott levou sua mão até a mão de Lahey, que estava apoiada na cadeira e entrelaçou seus dedos. Em seguida, aproximou sua boca da orelha do outro e sussurrou. — Sei que não é isso que você queria. Ficar escondido. Mas eu prometo que não vai ser sempre assim. E se isso que tá acontecendo entre a gente ficar sério, nós vamos assumir. Eu só preciso de tempo.

— Ok. — Isaac assentiu.

O filme terminou e os meninos decidiram comer alguma coisa. Eles saíram do cinema e foram de moto até uma McDonald’s, que não ficava muito longe. Eles fizeram seus pedidos para viagem e foram para casa de Boyd, onde comeram do lado de fora, encostados na moto.

— Você deveria voltar lá pra casa. Assim, meu pai vai embora e nós podemos ficar perto um do outro. Eu sinto falta de ter meu quarto perto do seu. — Scott falou, antes de dar uma mordida no seu sanduíche.

— Eu não vou voltar. Agora que somos amigos coloridos, não seria legal se sua mãe flagrasse a gente. — Isaac falou, levando duas batatas até a boca. E após engolir, continuou. — E, além disso, não pode evitar seu pai pra sempre.

— Amigos coloridos, é? — Scott indagou, não querendo estender o assunto sobre o pai. — Eu gosto disso. — Ele olhou ao redor, para verificar se tinha alguém passando pela rua, e quando não viu ninguém, beijou Isaac.

— Por falar na sua mãe. — Isaac falou, após eles se afastarem. — Você tem que saber que ela sabe que nós ficamos.

— Mas eu não contei pra ela.

— Talvez você devesse ser mais esperto e não jogar camisinhas no lixo do banheiro. Ou tirar o lixo, quando você jogar.

— Opa. — Scott falou, corando. Ele amassou o papel que embrulhava seu hambúrguer e o colocou no assento da moto, junto do resto do lixo. Em seguida, bateu as mãos, para limpá-las, e pegou seu celular no bolso. — Já tá ficando tarde. — O tom na voz dele era triste, não queria se despedir de Isaac agora, mas não podia estender mais a noite.

— É mesmo. — Isaac concordou, no mesmo tom de voz.

— Nos vemos amanhã?

— Não posso. O pai do Boyd tem um churrasco do trabalho amanhã e o Boyd me pediu pra ir, pra ele não morrer de tédio.

— Vai me trocar pelo Boyd? — McCall questionou, levando sua mão até o peito, indignado.

Isaac sorriu.

— Só se você me trocar pelo Stiles. — Lahey falou, ainda sorrindo. — Boa noite, Scott.

Isaac pegou o lixo no assento da moto, o jogou no balde de prateado e foi até a porta. Scott o seguiu. McCall mais uma vez olhou em volta, para ver se não tinha ninguém na rua e quando constatou que não tinha, o moreno beijou o Lahey. Isaac não hesitou, quando Scott pediu passagem com a língua, o loiro levou suas mãos até a cintura do outro, enquanto, as do moreno estavam na sua nuca. Os dois continuaram o beijo por mais alguns minutos, até que Isaac o rompesse, dando um selinho em Scott, no final.

— Então, boa noite.

— Manda mensagem quando chegar?

— Mando sim.

Isaac observou Scott ir até sua moto, pegar um dos capacetes no guidão e o colocar na cabeça. Em seguida, ele pegou o outro e o pendurou no braço, montou na moto e a ligou. Lahey achava aquela imagem extremamente sexy. O loiro mordeu os lábios e afastou qualquer pensamento impuro envolvendo Scott, moto e sexo. O moreno acenou para o amigo, antes de levantar o descanso da moto e seguir para a casa de Stiles, com um sorriso no rosto.


Notas Finais


Isaac precisa de um emprego. Eu não faço ideia de como ele arrumou dinheiro pra ir ao cinema. Boyd deve ter emprestado. A amizade de Scott e Stiles nunca mais será a mesma, agora que Scott maculou o jipe junto com Isaac. Será que o Stiles vai superar isso ou ele vai cortar laços com Scisaac? Rafael, qual a sua intenção? Não machuque mais ainda Scott. E por falar em Scott, ele está se aceitando aos poucos. Mas a fase da negação já passou.
Bom gente, é isso. Espero que tenham gostado. Até mais.


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