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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - Às vezes as pessoas merecem uma segunda chance


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Bom dia se você estiver lendo isso de manhã.
Boa tarde se estiver lendo de tarde.
E boa noite se estiver lendo isso a noite.
Está aí mais um capítulo fresquinho pra vocês.
Espero que gostem.
Algumas partes do capítulo foram escritas baseadas em algumas cenas do episódio 23 da terceira temproada de teen wolf.

Capítulo 25 - Às vezes as pessoas merecem uma segunda chance


Animação. Era isso que Scott e Isaac estavam sentindo naquele momento. A hora do grande jogo que classificaria o time de Beacon Hills para o estadual estava chegando. Não era o primeiro jogo dos meninos, no entanto, era o primeiro que eles jogariam completamente focados e de bem um com o outro. Pelo menos, era isso que eles esperavam.

— Vocês estão prontos, não é? — Stiles perguntou para Scott e Isaac, enquanto os três andavam para o vestiário. McCall segurava dois capacetes de moto. — Completamente focados e concentrados apenas no jogo? Se perdermos já era, então, eu e o resto do time precisamos de vocês dois completamente focados.

— Fica tranquilo, Stiles. — Isaac falou. — Eu e o Scott estamos prontos. — O loiro virou-se para McCall. — Não estamos?

— Estamos. — Scott falou, passando seus braços pelos ombros dos amigos. — Vamos acabar com eles.

— Quero muito ver como aqueles otários ficaram. — Isaac falou sorrindo.

— Vocês nem me contaram o que fizeram. — Stiles protestou, quando eles chegaram na porta do vestiário.

— Isso é um segredo que vamos levar para o túmulo. — Scott falou e ele e Isaac começaram a rir. Stiles afastou o braço de McCall do seu ombro e fuzilou os amigos com os olhos. — Na hora do jogo você vai ver. Aposto que eles estão roxos de raiva. — Scott e Isaac riram mais ainda e Stiles se afastou deles. — Espera, Stiles.

— Já que não faço mais parte do grupinho e dos segredos, é melhor eu ir me arrumar para o jogo. Não demorem. — Stiles falou, antes de entrar.

— Acho que ele ficou mesmo chateado. — Isaac falou. — Será que se sente excluído por, bem, você sabe?

— O Stiles? Não. Ele só tá fazendo cena. — Scott garantiu. — Ele me incentivou muito a ficar com você.

— É sério?

— É sim. — Scott falou. — Ele foi o primeiro pra quem eu contei sobre meus sentimentos por você. Quando eu ainda tava confuso. Eu ainda namorava com a Kira. Acho que ele sempre soube sobre isso.

— Sempre? — Isaac indagou, com um sorriso.

— Você não acha que o que eu sinto por você é recente, acha? — Scott indagou, se colocando de frente para o outro. — Isso é antigo, Isaac. Eu só não entendia na época. E também tinha a Allison.

O coração de Isaac acelerou. Ele segurou o braço de Scott e selou seus lábios. O beijo não durou muito, já que eles estavam num lugar aberto e poderiam ser flagrados. No entanto, aquele momento merecia um beijo de verdade. McCall tomou coragem, passou o capacete da mão direita para a esquerda, junto do outro, e puxou o amigo pela cintura, para tal beijo e quando o moreno pediu passagem com a língua, Lahey cedeu sem hesitar. Eles ficaram mais um tempo sem romper o beijo, até que o fizessem sorrindo.

— Eu fui sincero em todas as palavras ontem. — Scott falou alisando a mão de Isaac com o polegar. — E a cada dia eu me sinto mais confiante quanto a isso. Obrigado por ser tão paciente comigo.

Isaac abriu a boca para responder Scott, porém, o loiro avistou Rafael McCall vindo em direção a eles e ficou apreensivo. Ele soltou a mão do moreno, que ficou confuso, e então olhou para o homem que se aproximava.

— Scott. — Isaac falou.

Scott se virou e olhou para onde Isaac olhava e ao ver seu pai, seu humor mudou completamente.

— O que está fazendo aqui? — O McCall mais jovem perguntou secamente.

— Eu vou entrar pra me arrumar. — Isaac falou baixo para Scott e em seguida, entrou no vestiário.

— Eu vim assistir ao jogo. — Rafael falou. — Eu disse que vinha.

— Não, você perguntou se podia vir assistir e eu deixei claro minha opinião quanto a isso. — Scott falou. — Se me der licença, eu tenho que me vestir.

— Scott? — Rafael o chamou. — Sua mãe vai estar no hospital a noite toda. Eu gostaria de jantar com você. Só nós dois

— Eu não posso te impedir de assistir ao jogo e nem te expulsar de casa. Mas eu não quero jantar com você. Você não compreende isso? Eu só quero que me deixe em paz. — Scott falou, exausto com toda aquela situação.

— Por favor, jante comigo. — Rafael pediu. — É só isso que eu peço. Eu vou explicar pra você por que eu parti. E depois se disser que não me quer por perto eu volto pra Washington.

Aquilo intrigou Scott, ele pensou por um momento, cogitando aceitar. Se o garoto se submetesse àquele jantar, poderia mandar seu pai embora depois. No entanto, a possibilidade de estar a sós com Rafael não lhe agradava e foi isso que prevaleceu na hora de manter sua posição.

— Eu não quero jantar com você. — Scott falou tentando manter-se calmo. — A hora da explicação já passou. Você hesitou uma vez, quando eu pedi pra você me explicar. Por que agora é diferente?

— Filho. — Rafael se aproximou do garoto, mas Scott andou dois passos pra trás, o que fez o seu pai recuar. — Você me pegou de surpresa ontem e eu não estava pronto. Mas você tem que saber o que aconteceu. Eu não quero falar disso aqui. Vou deixar você se vestir para o jogo. Eu estarei na arquibancada e se por acaso mudar de ideia, vou te esperar em casa.

Rafael se virou e se afastou de Scott, que não desviou o olho do pai, enquanto o homem se afastava. Após perder Rafael de vista, o garoto entrou no vestiário e se deparou com Isaac preocupado, ainda vestindo com jeans e a camisa que usava antes. McCall abriu seu melhor sorriso para mascarar o rancor que sentia naquele momento e andou até o seu armário. Ele abriu o armário e guardou os capacetes e a sua mochila.

— Você tá bem? — Lahey indagou, seguindo o moreno.

— Claro, eu não vou me abalar. — Scott falou, tentando parecer convincente, mas Isaac sabia que ele estava mentindo.

— Scott, eu não pude deixar de ouvir o que o seu pai disse. — Isaac começou a falar receoso. — Não acha que pelo menos deve ouvir o que ele tem a dizer?

— Você tá brincando? — Scott perguntou com indignação, enquanto tirava sua camisa bruscamente. Ele guardou a camisa no armário e olhou para Isaac. — Você mais do que ninguém devia entender o que eu sinto. Você sabe como é ter uma relação de bosta com o pai. Só que pra você foi pior porque o seu pai batia em você, Isaac. Se ele aparecesse na sua frente e tentasse explicar o porquê de ele ser tão cruel, você iria querer ouvir o que ele tem a dizer?

Isaac olhou magoado para Scott e o moreno se arrependeu do que dissera. Mais uma vez ele magoava o amigo com suas palavras, mais uma vez ele trazia lembranças horríveis para o outro e ele se odiava por fazer isso. McCall tentou se aproximar de Lahey, mas o loiro recuou.

— Todo mundo erra, Scott. — Isaac falou baixo, com tristeza na voz. — Mas às vezes as pessoas merecem uma segunda chance. Você deveria saber bem disso.

— Isaac, me desculpa. — Scott tentou falar.

— Eu vou trocar de roupa. — O loiro falou, se afastando.

— Isaac. — Scott o chamou, mas o garoto não olhou para trás. McCall se virou para o armário e o chutou com raiva. — Merda!

Scott respirou fundo e se acalmou. Ele pensou em ir atrás de Isaac, porém, preferiu fazer isso depois. O garoto tirou os sapatos, depois sua calça e guardou no armário, de onde pegou o uniforme com o número 11 estampado. Ele vestiu a bermuda do uniforme e calçou as chuteiras, mas antes de vestir a camisa ele a encarou. O garoto refletiu sobre o que o amigo dissera. Segundas chances.

O seu pai merecia mesmo uma segunda chance? Se ele dissesse que não, estaria sendo hipócrita. Não fazia muito tempo que Scott pedira uma segunda chance para Isaac e com muito esforço, conseguiu. O Seu pai não merecia uma também? Mesmo que ele o tenha abandonado? Scott tomou uma decisão. Ele vestiu sua camisa e foi para o armário de Isaac, onde o encontrou, sentado num dos bancos, amarrando o cadarço da chuteira. Os outros jogadores foram saindo do vestiário já vestidos e levando seus equipamentos.

— Me perdoa. — Scott falou, chamando a atenção de Isaac, que olhou pra ele. O moreno abaixou a cabeça. — Não devia ter dito aquilo. Eu estava com raiva e acabei descontando em você.

— Se o meu pai aparecesse aqui e dissesse pra mim que queria acertar as coisas. Que queria fazer o certo pra mim. Eu o escutaria. — Isaac falou sinceramente. Em seguida, ele se levantando e se aproximou de Scott. — Ele batia em mim e me punia por coisas que eu não entendia. E por mais que ele fizesse eu me sentir um lixo, ele era o meu pai. E eu daria tudo pra ter a chance de conversar com ele de novo. Mas eu nunca vou poder fazer isso. Você tem essa chance, Scott, e eu sinto um pouco de inveja por isso. Eu não tô dizendo que eu o perdoaria por tudo que ele fez comigo, mas que eu daria uma chance pra ele fazer o certo. — Isaac colocou suas mãos nas bochechas de Scott e levantou a cabeça do moreno. — E é claro que eu te perdoo.

— Eu não mereço você. — Scott falou, com tristeza na voz. — Tudo que eu faço é te magoar e você me perdoa mesmo assim?

Isaac sorriu.

— O que eu posso fazer? Se não suporto a ideia de te ver longe de mim de novo? — Isaac falou, olhando nos olhos de Scott. — Além do mais, não é verdade que você só me magoa. Eu não quero que pense assim.

— Será que vamos acabar brigando sempre, antes de algum jogo? — Scott falou sorrindo. — Bem que o Stiles tava certo.

— Não foi bem uma briga dessa vez. — Isaac falou sorrindo também. — Vamos pra o campo logo, só falta a gente.

— Espera. — Scott falou, colocando sua mão no ombro de Isaac. — Um beijo pra dar sorte.

McCall rompeu a distância entre eles e selou seus lábios, já pedindo passagem com a língua, que o outro concedeu sem nenhuma hesitação. O loiro levou suas mãos até a cintura do amigo e aproximou ainda mais os seus corpos. Os dois continuaram o beijo, até que ouviram um pigarro e se afastaram assustados. Eles se viraram para ver quem era e avistaram o treinador Finstock os encarando, com um pouco de surpresa e repreensão no olhar.

— Para o campo, rapazes. Deixem pra namorar depois! — O treinador gritou. — Ou podem ficar se quiserem. McCall, tenho certeza que o Boyd vai ficar muito feliz de substituir você como capitão.

— Não, treinador. Já estamos indo. — Isaac falou. Ele pegou seu equipamento e saiu do vestiário em seguida.

Scott não saiu do lugar. Ele encarava Finstock um pouco receoso e envergonhado. Suas mãos soavam e seu coração batia forte.

— Treinador, eu... — Scott começou a falar.

— Para o campo, McCall. Temos um jogo pra vencer. — Scott assentiu e o treinador se dirigiu para a porta. Antes de sair, ele se virou para o garoto, que já estava pegando seu equipamento. — E, McCall? — Scott olhou para o treinador e o homem ergueu seu punho direito serrado. — Vai gays.

Era o jeito estranho do treinador Finstock de dizer para Scott que ele teria seu total apoio. O homem saiu do vestiário e o garoto sorriu. Ele se sentia cada vez mais fora do armário e gostava disso. McCall pegou o seu equipamento e saiu do vestiário. Quando chegou no campo, todos os jogadores já estavam se preparando. O capitão se juntou a eles, indo para o lado de Isaac, e colocou o protetor no peito. Ele se virou para a arquibancada e avistou seu pai procurando um lugar.

— Segura pra mim. — Scott falou, entregando seu crosse e suas luvas para Isaac. Ele se aproximou do seu pai, segurando o capacete com mão esquerda. — Se ainda quiser jantar comigo e explicar tudo, eu topo. Mas eu não vou sozinho, vou levar um amigo.

O homem olhou surpreso para o filho e assentiu.

— Claro, por mim tudo bem. — Scott assentiu também e se virou para se juntar a seus companheiros de time novamente. — Boa sorte no jogo!

O homem voltou a procurar um lugar na arquibancada e encontrou um ao lado de Noah Stilinski, que aguardava ansiosamente o início do jogo. Rafael subiu alguns degraus e sentou-se ao lado do pai de Stiles.

— Rafael. — O xerife o saudou, sem tirar os olhos do campo.

— Noah. Então, é verdade que você está saindo com minha ex-esposa? — Rafael questionou, olhando para o xerife.

— Não é a hora e nem o local pra falar disso. Mas sim, nós estamos saindo. — Noah respondeu.

Enquanto isso, Scott novamente se colocou ao lado de Isaac, que estava observando tudo. O loiro o olhou curioso e entregou suas luvas para o amigo, que colocou o capacete no chão.

— Vou jantar com meu pai depois do jogo. — Scott falou, enquanto colocava as luvas.

Isaac sorriu.

— Que legal, Scott. — Lahey falou.

— Você pode ir comigo? — Scott pediu e Isaac o olhou com dúvida. — Por favor, eu não quero fazer isso sozinho. A minha mãe não vai estar lá e você me acalma. E eu já disse que ia levar você.

— É claro que eu vou com você.

— Obrigado. — Scott falou sorrindo e Isaac assentiu.

Naquele momento, a conversa deles foi interrompida pelas risadas dos outros jogadores e quando os dois olharam pra onde os outros garotos estavam olhando, viram Nathan e seus colegas do time de St. Joseph’s, vestidos com seus uniformes laranjas. Alguns estavam com a testa e parte das bochechas completamente roxas. Outros, os que tinham cabelos mais claros, estavam com os fios totalmente tingidos. Scott e Isaac não conseguiram conter os risos também.

— Quem foi o engraçadinho? — Nathan perguntou, se aproximando, claramente irado. Ele segurava seu capacete. Seu cabelo não estava roxo, mas além de sua testa e bochechas, suas mãos também estavam.

— O que foi Pierce? Só você pode brincar? — Stiles indagou, se aproximando do asiático.

— Eu deveria saber que foi você. — Nathan falou apontando o dedo pra Stiles. — Você e o seu time vão pagar por isso. Nós vamos acabar com vocês.

— Só nos seus sonhos. — Stiles debochou. Ele deu as costas para Nathan e se aproximou de Scott e Isaac. — Caras, isso foi demais. A cara do Nathan foi impagável. O que vocês usaram?

— Só um pouquinho de remédio pra fungo. — Isaac falou. Stiles o olhou surpreso e voltou a rir.

O treinador Finstock soou o apito e os jogadores fizeram um círculo em volta dele.

— Rapazes, hoje temos o Lahey de volta, que estava doente no último jogo, mas eu fui informado que Matt Daehler não vai jogar. — O homem falou. — Então, você vai ficar no lugar dele Stilinski.

— Legal. — Stiles comemorou.

— Ganhamos esse e estamos no estadual, então, não me decepcionem. — O treinador continuou. — McCall, eu conto com você.

Scott assentiu e estendeu seu braço para o centro do círculo. Os outros jogadores fizeram o mesmo e soltaram seu grito de guerra. Em seguida, eles colocaram seus capacetes e tomaram suas posições, a maioria foi para o banco e os outros para o campo. Scott seguiu para o meio do campo, contendo o riso ao ver Nathan se posicionar à sua frente.

— Você até que ficou uma gracinha assim. — McCall debochou e Nathan grunhiu. — Deveria usar esse visual sempre.

O árbitro soou o apito e aproveitando a falta de concentração de Nathan, Scott pegou a bola no cara-a-cara e saiu correndo o mais rápido que podia, sendo seguido pelo asiático. McCall passou a bola pra Isaac e o loiro correu em direção ao gol. Nathan e mais dois de seus companheiros de time tentaram tirar a bola de Lahey, mas todas as tentativas foram falhas. Em menos de dois minutos de jogo, Isaac marcou o primeiro ponto para Beacon Hills. A torcida comemorou. Scott correu até amigo e o abraçou comemorando.

O árbitro soou o apito de novo e os jogadores tomaram suas posições. Scott e Nathan foram para o meio do campo e dessa vez, o asiático estava mais concentrado. Quando o apito soou novamente, eles competiram pela bola e depois de alguns segundos de disputa acirrada, Scott a conseguiu. Ele correu e passou a bola para Isaac, que passou de volta para o amigo depois de alguns passos. Eles ficaram nesse passe de bola um para o outro, até que estivessem bem perto do gol adversário. Lahey estava com a bola, ele passou pra McCall uma última vez e o moreno marcou o gol.

Scott e Isaac estavam em perfeita sincronia naquela noite. Boyd, Stiles e os outros jogadores também contribuíram, mas os garotos que vestiam as camisas 11 e 14 foram os que mais brilharam no jogo. Todos os passes que eles davam eram perfeitos, e ao fim da partida, a vitória de Beacon Hills foi esmagadora. O placar marcava quarenta e quatro para o time de Scott e treze para o time de Nathan, quando o árbitro soou o apito encerrando o jogo.

Os jogadores de Beacon Hilss comemoraram animados, abraçando uns aos outros, enquanto os de St. Joseph’s saíram do campo com caras de poucos amigos. Aos poucos as pessoas nas arquibancadas foram saindo e os jogadores seguiram para o vestiário. Scott avistou seu pai e se virou para Isaac.

— Pode ir tomar banho que eu vou falar com o meu pai. — Isaac assentiu e seguiu os outros jogadores para o vestiário, enquanto Scott se aproximou de Rafael. — Você pode me esperar em casa. Eu vou tomar um banho e passar em um lugar antes. Acho que em uma hora eu chego.

— Te espero lá. — Rafael falou, antes de seguir para o estacionamento.

Scott foi para o vestiário e ao chegar lá, encontrou seus companheiros de time, comemorando mais ainda. Até Boyd, que geralmente era bem reservado, estava no meio. Ao verem o capitão, alguns dos jogadores o levantaram no ar e o garoto sorriu. Isaac bateu palmas e sorriu também. Alguns minutos depois eles colocaram Scott no chão.

— Você e o Lahey estavam imbatíveis. — Tucker Cornish falou para Scott.

— Esmagamos eles. — Outro jogador falou.

— Agora é estadual. — Falou outro garoto e os outros gritaram e bateram palmas em comemoração.

— Temos que sair pra comemorar. — Alguém sugeriu.

— Estamos em dia de semana. — Scott falou. — Além do mais, eu já tenho um compromisso.

— Huuuuuuum, hoje tem, não é, McCall? — Um dos jogadores falou e os outros começaram a rir. Scott corou e abaixou a cabeça. Isaac também ficou um pouco envergonhado.

— Não é nada assim, galera. — Scott falou, ainda envergonhado. — Se quiserem sair pra comemorar, podem ir, mas não vão até muito tarde.

— Falou, capitão. — Tucker Cornish falou.

— Agora vão tomar banho, seus fedorentos. — Scott falou.

Os jogadores foram para os chuveiros. Isaac achou melhor tomar banho o mais longe possível de Scott e o garoto protestou um pouco, mas achou que seria melhor assim. Alguns minutos depois, Lahey já estava devidamente vestido e aguardava o amigo no seu armário. Aos poucos os outros jogadores foram saindo do vestiário. Não demorou muito para que Scott aparecesse ao lado do loiro, já vestido também, segurando os dois capacetes.

— Tá pronto? — Isaac perguntou.

— Pra falar a verdade, não muito. — Scott confessou, enquanto os dois andavam para a porta do vestiário. — Mas vamos lá. Temos que passar na casa do Boyd pra você pegar algumas roupas. — Isaac o olhou com dúvida. — Você vai dormir lá em casa, é claro. Se você preferir, pode vestir minhas roupas. Eu gosto de te ver com minhas roupas.

— Sorte que temos o mesmo corpo. Mesmo eu sendo mais alto, suas roupas cabem em mim.

Quando eles saíram do vestiário, encontraram Stiles e Boyd os esperando.

— Os garotos vão comer pizzas na casa do Tucker. — Stiles falou. — Vocês vão?

— Não. — Scott respondeu. — Eu e o Isaac vamos jantar com meu pai.

— Sei. — Stiles falou. — Então, vamos lá, Boyd. Eles preferem comemorar sozinhos. Se é que me entende.

Boyd sorriu e seguiu Stiles até o estacionamento.

— Será que dá tempo de cancelar com meu pai? — Scott falou, mas Isaac o repreendeu com o olhar. — Tá bom. Eu vou, eu vou.

Scott começou a andar, mas Isaac segurou seu braço e o puxou para um beijo. Após se separarem, eles seguiram para o estacionamento de mãos dadas. Ao se aproximarem da moto, McCall entregou um dos capacetes para o outro garoto, que o colocou na cabeça, e também colocou o seu. Em seguida, ambos subiram na moto. Isaac passou seus braços em volta do tronco de Scott, quando o moreno deu a partida na moto e seguiu seu caminho.

***

O silêncio se fazia presente na mesa de jantar da casa dos McCall. Rafael estava sentado em uma das pontas da mesa, Scott ao seu lado esquerdo e Isaac ao lado do McCall mais novo. Na frente de cada um deles, estava um prato de macarrão com queijo e um copo de suco de laranja. Scott estava começando a achar que ir àquele jantar tinha sido uma péssima ideia. Rafael não estava falando nada e não seria o garoto que iria dar a primeira palavra. Isaac observava a cena, um pouco tenso. Para quebrar o gelo, o loiro pegou seu garfo, levou até a comida e levou até a boca.

— Tá muito bom, senhor McCall. — Lahey falou, após engolir. Ele tomou um gole do seu suco e continuou a comer.

Rafael assentiu. Tanto ele, quanto Scott seguiram o exemplo de Isaac e começaram a comer também.

— Quando você disse que traria um amigo, eu achei que fosse o Stiles. — Rafael falou, olhando para o seu filho. — Ele ainda é seu melhor amigo, não é?

— É sim. — Scott falou e se virou para Isaac. — Mas ele não é o único. Isaac e eu somos amigos desde os oito anos e hoje ele é um grande... — Scott pensou por um momento, antes de completar. — Amigo. Pra falar a verdade eu estou aqui por causa dele. Foi o Isaac que me convenceu a te dar uma chance.

— Então, eu acho que te devo um obrigado, Isaac. — Rafael falou. — Sei o que você deve pensar de mim. Que eu o abandonei e que mereço ser condenado por causa disso. Mas eu tô tentando acertar, então, quero agradecer por convencer o Scott a jantar comigo. Ele deve te considerar muito, já que você o fez mudar de ideia.

— É como ele disse, senhor McCall. Nós somos grandes amigos. — Isaac falou.

Scott levou sua mão até a de Isaac, por baixo da mesa, e a apertou.

— E vocês dois têm namoradas? — Rafael indagou.

Os dois garotos ficaram desconfortáveis com aquela pergunta. Isaac temia revelar sua sexualidade e receber algum olhar de repreensão por parte do McCall mais velho ou até mesmo um ataque verbal. Já Scott simplesmente não queria responder àquilo, por não querer se abrir para o pai.

— Podemos ir ao que interessa? — Scott pediu. — Você disse que ia me explicar tudo. Porque você foi embora. Porque eu não pude crescer com meu pai. — Rafael ficou em silêncio. Por mais que tivesse se preparado para aquele momento, ele ainda temia a reação do filho. Scott começou a ficar impaciente com aquele silêncio. — Se não vai falar nada, nós vamos embora.

— Espere. — Rafael falou apressadamente. Ele respirou fundo e olhou para Scott. — Eu fiz muita coisa que não me orgulho, filho. Mas a pior delas foi ter encostado em você quando estava fora de mim.

— O que? — Scott perguntou, não entendendo nada a respeito do que acabara de ouvir do pai. — Do que tá falando?

— Eu já tive problemas com o álcool. — Rafael começou a falar. — Isso foi motivo de várias brigas entre mim e sua mãe. Muitas noites eu chegava completamente bêbado em casa. Nós começávamos a discutir e era muito feio. Numa noite, na véspera do dia que eu saí de casa, eu estava muito fora de mim. Acho que você devia ter uns seis anos. Sua mãe e eu estávamos brigando no andar de cima.

Scott começou a ficar pensativo, algumas lembranças vieram à tona, flashs de discussões entre seu pai e sua mãe surgiram na sua mente. Rafael começou a lembrar da noite em questão.

— Eu tô cansada disso, Rafael. — Melissa falou alto, mas tentando não gritar. — Tô cansada de você chegar em casa toda noite, caindo de tão bêbado e começar a fazer cena.

O pequeno Scott saiu do seu quarto, esfregando os olhos, e observou a cena, assustado.

— Se está cansada, por que não se separa? — Rafael gritou de volta. — Mas você não vai levar o meu filho.

— Fale baixo. — Melissa pediu. — O Scott está dormindo.

Scott correu até o seu pai e tentou empurrá-lo, mas devido ao seu tamanho, não conseguiu.

— Não grita com ela! — O garotinho falou alto.

— Vá para o seu quarto. — Rafael falou, pegando forte no braço de Scott e o arrastou brutamente pelo corredor.

— Tá doendo. — Scott reclamou, tentando se soltar.

— Rafael, solta ele! — Melissa gritou, tentando fazer com que Rafael soltasse o garoto.

E ele soltou, mas eles estavam perto da escada e Scott caiu rolando os degraus, até o andar de baixo. Rafael quase ficou sóbrio com tamanho desespero que sentiu na hora. Ele ficou parado, enquanto Melissa descia nervosa a escada. O garoto estava inconsciente e sua mãe o balançou tentando acordá-lo. Alguns segundos depois, Scott abriu os olhos confuso e sua mãe nunca sentiu tanto alivio, quanto sentiu naquele momento. Lágrimas caíram dos seus olhos, molhando o rosto do garotinho. Melissa apoiou a cabeça de Scott.

— Mãe, o que aconteceu? — Scott perguntou ainda confuso.

— Você tá bem, meu amor. — Melissa falou, tentando parecer calma. Ela voltou sua atenção para seu marido no andar de cima e gritou. — Sai daqui! Vai embora dessa casa!

Rafael saiu do estado de transe, ao ouvir os gritos de Melissa. Ele desceu as escadas e saiu de casa apressadamente, sentindo tanta culpa e vergonha que não ousou olhar para sua esposa e seu filho.

— Aquela foi a última vez que eu bebi. — Rafael falou. Seus olhos estavam marejados. — A sua mãe ligou pra o Noah e ele te levou pro hospital. Fizeram exames, tudo estava normal. Mas, na verdade não estava. O chão ainda tem a rachadura da sua queda. — Rafael ficou em silêncio por alguns minutos, de cabeça baixa. Ele respirou fundo mais uma vez e continuou a falar. — Quando se é detetive, você fica em várias situações de risco, mas eu nunca senti tanto medo e culpa na minha vida, quanto eu senti naquela noite. Ver você daquela forma, se alguma coisa tivesse acontecido, eu... — Mais uma vez Rafael ficou em silêncio. — Por isso eu fui embora. No dia seguinte eu voltei pra casa pra arrumar a mala e parti.

O silêncio mais uma vez se fez presente. Isaac olhava de Scott para Rafael, temendo que alguma discussão começasse. Scott encarava o pai, surpreso. O garoto não lembrava de nada daquilo que o homem contou. Após alguns minutos, foi o McCall mais novo quem quebrou o silêncio. Ele soltou a mão de Isaac e a apoiou na mesa.

— Olha, pai, deixa eu te contar uma coisa. Tem um pedaço da parede do meu quarto que tá amassado. Foi do dia que eu soquei a parede, por estar com muita raiva. — Scott falou, lembrando-se do dia que ele e Isaac tiveram sua pior briga. Rafael o olhou surpreso e Isaac abaixou a cabeça, lembrando daquele dia também. Scott não queria falar o motivo do ocorrido, então, continuou. — Tinha uma mesa de vidro na sala, que foi substituída pela de madeira, porque eu caí em cima brincando de jogar lacrosse com o Stiles e o Isaac. Eu levei três pontos na bochecha. — O garoto indicou o local com o dedo. — Uma vez, eu tava andando de skate pela casa, caí e quebrei a clavícula. Essa casa é cheia de acidentes. E a escada pode ter sido um acidente, ou pode ter sido pior. Mas eu sarei. Eu não preciso das suas desculpas. Não quanto a isso.

Rafael abaixou a cabeça.

— Eu disse o que eu queria. — Rafael falou baixo. — Se você quiser que eu vá embora, eu vou.

— Você faz o que você quiser. — Scott falou. — Se quer ir embora, então, vá. Se quiser ficar, fique. Eu não posso te dizer o que fazer. A escolha é sua.

Rafael refletiu. Ele conseguiu enxergar a possibilidade de ele e Scott fazerem as pazes. O resto da refeição foi em silêncio, mas diferente de antes, esse era um silêncio um pouco mais agradável. Algumas vezes, Rafael comentou sobre o jogo daquela noite e elogiou o desempenho dos garotos. Isaac e até mesmo Scott faziam alguns comentários de volta.

Quando eles terminaram de jantar, Rafael falou para os garotos deixarem os pratos onde estavam, pois, ele mesmo iria tirar a mesa e lavá-los. Scott se levantou, seguido por Isaac e eles foram para o quarto do moreno. McCall deitou na sua cama e chamou o amigo para deitar ao seu lado. O loiro sentou-se na beira do colchão e ficou observando o outro.

— O que foi? Minha boca tá suja? — Scott perguntou, passando sua mão na boca, para limpar a suposta sujeira.

— Não. — Isaac falou sorrindo. — Eu tô tão orgulhoso de você. Do quão maduro você foi hoje. Acha que tem alguma chance de vocês se acertarem?

— Eu não sei. — Scott falou com sinceridade, sentando-se na cama. Isaac ficou de frente para ele. — O que ele contou, eu não fazia ideia. Eu não consigo lembrar de jeito nenhum. Eu sei que ele se sente culpado, mas eu não sei se ele vai mesmo ficar. Ele já voltou uma vez e não foi muito legal. Eu não quero me decepcionar de novo. Obrigado por vir comigo.

Isaac assentiu.

— Não precisa agradecer. — Isaac falou, chegando mais perto de Scott. — Mas eu sei uma forma de você me agradecer.

— Ah é? Qual? — Scott indagou, também aproximando seu rosto de Isaac. O loiro passou seus braços pelo pescoço do outro e lhe deu um beijo cálido. Scott rompeu o beijo e sorriu. — Eu gostei dessa forma de agradecimento.

O moreno voltou a beijar o amigo. Eles foram aprofundando o beijo, se deitando na cama sem romper a distância, sendo que Isaac estava por cima de Scott. E continuaram se beijando por mais um tempo.


Notas Finais


Então pessoal, vocês acham que Scott e Rafael vão se entender? Pode ser que sim e pode ser que não.
Eu não foquei muito no jogo, porque eu realmente não sei como ficar melhor.
Obrigado a todos que responderam a minha pergunta sobre essa questão.
Talvez, repito, TALVEZ, a fanfic tenha um capítulo a mais. Tudo vai depender de quando eu escrever o próximo.
(Acho que vocês vão gostar do próximo)
Talvez ele demore um pouco. Mas vou tentar postar na semana que vem.
Por enquanto é isso pessoal, espero que tenham gostado.


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