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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - 911


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Olá pessoas lindas. Mais um capítulo pra vocês. Consegui postar hoje. Espero que... gostem apesar de tudo.
O capítulo de hoje ta bem revelador. Algumas partes foram escritas baseadas em algumas cenas do episódio 10 da segunda temporada de Teen Wolf.

Capítulo 27 - 911


Scott ainda observava Isaac se distanciar. Ele não estava gostando nem um pouco de Lahey ter ido com Matt e teve um grande impulso de ir atrás do amigo para impedi-lo. No entanto, o garoto se conteve. Antes de entrar no carro de Matt, Isaac se virou para Scott e acenou para ele. McCall acenou de volta e o loiro entrou no carro. O moreno continuou olhando enquanto o veículo saia do estacionamento e não desviou os olhos nem quando o perdeu de vista.

— Scott? — Kira o chamou, mas o garoto estava tão atento ao carro, que já não podia ser visto, que não ouviu. — Scott! — A garota chamou mais alto e dessa vez ele ouviu. Quando o garoto se virou pra Kira, ela o lançou um olhar questionador e preocupado. — Tá tudo bem?

Scott piscou os olhos algumas vezes, suspirou e assentiu antes de responder.

— Claro. — O garoto falou um pouco seco. Ter sido abandonado por Isaac o tinha deixado um pouco irritado. — Por que não estaria? Só porque ele foi com o Matt mesmo sabendo que eu não gosto dele? Está tudo ótimo. Afinal, eu não posso impedir o Isaac de ser amigo do Matt, não é?

Kira sorriu.

— Não. Não pode. — A garota falou ainda sorrindo. — Mesmo que você sinta ciúmes da pessoa. Sabe? Você nunca sentiu ciúmes quando namorava comigo.

— Eu não tô com ciúmes. — Scott falou cruzando os braços. — Só não gosto do Matt.

— Tudo bem, tudo bem. Você não está. Não tá mais aqui quem falou. — Kira falou erguendo os braços. Ela tentou conter o riso, mas não conseguiu. — Então, podemos conversar?

— Claro. — Scott falou. — Você quer fazer isso aqui, ou quer ir pra outro lugar?

— Não chegamos ao ponto de não suportar ficar sozinhos em um lugar fechado, não é? — A garota falou sorrindo e Scott concordou sorrindo também. — Eu tô com vontade de tomar um milk-shake. Você topa?

— Por mim tudo bem. — Scott falou. — Quer ir na garupa? Como nos velhos tempos?

— Eu adoraria. Mas eu teria que deixar meu carro aqui. — Kira falou apontando na direção do carro que estava estacionado perto dali. — Além do mais, eu e o Isaac estamos nos tornando amigos e eu não quero dar razão nenhuma pra ele ficar com ciúmes, já que você não é o ciumento, alguém tem que ser, né? — Mais uma vez Kira sorriu e Scott a olhou indignado. — Nos encontramos na sorveteria?

— Sim. — O garoto concordou.

A garota então se despediu dele e rumou para o seu carro. Scott foi até sua moto e subiu nela. Em seguida, ele pegou um dos capacetes no guidão e o colocou. O garoto pegou o outro capacete, o pendurou no braço e por fim ligou a moto e saiu do estacionamento do colégio.

***

Matt dirigia o carro tranquilamente sem desviar os olhos da estrada. Ele tirou sua mão esquerda do volante, a levou até o espaço entre a porta e o banco e segurou no revólver por um segundo. O garoto prendeu a respiração enquanto sentia o metal frio entre seus dedos. Ao seu lado, sem desconfiar do perigo que estava correndo naquele momento, Isaac estava com a cabeça colada na janela admirando a paisagem.

— Então, o que fez nesse tempo de autoexclusão? — Lahey indagou tirando sua cabeça da janela do carro para olhar pra o amigo.

Matt largou o revólver e colocou sua mão de volta no volante.

— Nada demais. Ajudei meu pai na farmácia algumas noites. Tirei algumas fotos. Só isso. — Ele respondeu sem olhar para o loiro. Mantendo seus olhos na estrada sempre. — Mas e você? Pelo que eu tenho observado, você e o McCall têm estado muito próximos, não é? Se acertaram mesmo, hein?

— Matt, eu sinto muito se eu te magoei, mas sempre deixei claro que não queria nada além da sua amizade. — Isaac falou.

O semáforo a frente do carro ficou vermelho e Matt pisou no freio calmamente. Quando o carro parou, Daehler virou o pescoço e olhou fixamente para Isaac.

— É, você deixou.

Isaac não sabia explicar porque o olhar de Matt o fez estremecer, mas ele sentiu toda a frieza daqueles olhos e aquilo o causou um arrepio ruim. Um pouco assustado, o loiro desviou seus olhos e voltou a admirar a paisagem. O carro logo voltou a andar e Lahey tentou afastar seus pensamentos para longe. Matt sempre foi seu amigo e ele tinha certeza que o garoto não lhe faria mal.

Com o passar dos minutos, Isaac começou a achar o caminho que eles seguiam estranhamente familiar. Ele então percebeu que Matt não o estava levando pra casa de Boyd, mas então para outro lugar. E quando o carro parou em frente a uma casa abandonada o loiro estremeceu mais vez.

— O que estamos fazendo aqui? — Isaac falou olhando para sua antiga casa. — Por que me trouxe pra cá?

— Sai do carro? — Matt falou baixo com um tom de ordem na voz.

— Matt, isso é alguma brincadeira de mau gosto? — Isaac indagou olhando para o motorista. — Por que você meu trouxe pra cá?

Matt então pegou o revólver no espaço entre a porta e o banco e apontou para Isaac surpreendendo o loiro, que ficou mais assustado do que já estava.

— Sai da porra do carro! — Matt gritou.

— Matt, para com isso. — Isaac pediu. — Cara, você tá me assustando.

— Você acha que eu tô brincando, Isaac? — Matt gritou mais uma vez balançando o revólver na frente do outro, ameaçando atirar. — Sai desse carro ou atiro em você aqui mesmo.

Isaac mais uma vez sentiu a frieza no olhar de Matt e percebeu que o garoto não estava brincando. Ele desatacou o cinto de segurança, abriu a porta e saiu do carro. O outro garoto fez a mesma coisa e ao sair do carro, ele continuou apontando a arma para o amigo, será que essa palavra ainda podia ser usada? Lahey pensou em correr ou em gritar por socorro, no entanto, o medo que estava sentindo naquele momento o fez travar. Ainda apontando o revólver para o outro, Matt arrodeou o carro e pegou o loiro pelo braço, pressionou o cano da arma nas costas dele e o empurrou em direção a porta da casa.

— Matt, por favor abaixa essa arma. — Isaac pediu. Ele estava tremendo e seus olhos estavam começando a ficar marejados.

Daehler não deu ouvidos. Ele continuou empurrando Isaac até a porta da casa e quando eles se aproximaram da mesma, o garoto empurrou o outro fazendo-o se ajoelhar no chão. Ele então rodeou o corpo de Isaac, ficando de frente para o loiro.

— Matt, por favor. Isso não tem graça. — Isaac falou olhando para Matt.

— Cala a boca. Pega a chave em baixo do tapete e abre a porta. — Daehler ordenou.

— Por que tá fazendo isso? — Isaac indagou. As lágrimas presas nos seus olhos já caiam livremente.

Matt inclinou seu corpo, levou sua mão livre até a nuca de Isaac e puxou seus cabelos. Ele então pressionou o revólver no rosto do loiro deixando-o ainda mais assustado.

— Para de falar! — O garoto gritou. Ele ficou de pé novamente, respirou fundo, e tentou se acalmar. Em seguida, voltou a falar um pouco mais baixo. — Pega a chave em baixo do tapete e abre a porta. Eu não quero te machucar, Isaac, mas se você não me obedecer, eu vou ser obrigado a te machucar.

Ainda sem conseguir controlar o choro, Isaac levantou o tapete e pegou uma solitária chave que estava lá há muito tempo. A mesma chave que ele tinha usado semanas atrás quando tinha brigado com Scott. O loiro ficou de pé e colocou a chave na fechadura. Em seguida ele abriu a porta e olhou para Matt.

— Entra.

— Matt, o que vai fazer? — Isaac indagou hesitante. — Por favor abaixa a arma.

— Só entra. — O garoto falou tentando não gritar.

Não querendo contrariar o garoto armado, Isaac entrou na casa. Matt o seguiu e quando passou pela porta, ele a trancou. Enquanto seguiam para a sala de estar, Isaac colocou a chave no seu bolso e discretamente pegou seu celular. O loiro o desbloqueou, abriu a caixa de mensagens e digitou “911”. Em seguida ele mandou para o último contato que tinha mandado mensagem junto com a sua localização. E colocou seu celular de volta no bolso.

— Matt, como conseguiu essa arma? — Isaac perguntou se virando para o outro garoto.

— É do meu pai. — Matt falou. — Eu pego ela pra treinar minha mira às vezes. O xerife quase me pegou um dia desses quando eu tava treinando na floresta, mas não pegou.

Isaac sentiu que Matt não queria fazer aquilo. Ele tentou se aproximar, porém hesitou.

— Por que não abaixa a arma e a gente conversa? — O loiro sugeriu. — Eu não conto pra ninguém.

— Por que você tinha que escolher ele? — Matt gritou. Ele continuou apontando o revólver para Isaac. — Ele te magoou e eu sempre estive do seu lado.

— É verdade. Ele não me merece.

— Você só tá falando isso porque tá com medo.

Isaac negou com a cabeça.

— Não tô. — Lahey mais uma vez tentou se aproximar.

Naquele momento o celular de Isaac começou a tocar no bolso e o loiro estremeceu. Matt o olhou com fúria, se aproximou dele e tirou o celular do bolso. Quando viu o nome de Scott piscando na tela, o garoto armado jogou o celular com força no chão, que se quebrou em três pedaços com o impacto.

— Avisou a ele? — Matt gritou com raiva pressionando o revólver no peito de Isaac com o dedo no gatilho.

— Não. — Isaac falou negando com a cabeça.

— Eu não acredito em você.

Matt olhou nos olhos de Isaac, que os fechou temendo o pior. As lágrimas caiam sem controle. Mas o que Lahey temia não aconteceu. Ao invés disso, Daehler bateu na cabeça do loiro com o revólver, usando tanta força que o garoto apagou quando caiu no chão. Matt levou suas mãos até a sua cabeça e bateu o revólver nela duas vezes, levemente, mas o bastante para lhe causar dor. Em seguida ele se ajoelhou ao lado de Isaac e olhou par ao sangue em sua cabeça.

— Me desculpa.

***

Kira saboreava o milk-shake de chocolate a sua frente calmamente enquanto Scott a observava curioso. O garoto estava feliz por sua ex-namorada querer conversar com ele, entretanto, ele queria saber o motivo daquilo tudo e estava começando a ficar um pouco impaciente.

— Huum. O milk-shake tá uma delícia. — A garota falou quando tirou o canudo da boca após beber todo o conteúdo do copo. — Tem certeza que não quer?

— Tenho. — Scott falou. — Kira, não me leve a mal, mas o que estamos fazendo aqui?

— Tá bom, eu vou ser direta. — A garota falou. — Eu queria me desculpar por tudo que eu disse a você na nossa última conversa. Você sabe que eu não sou aquela pessoa.

— Eu mereci, não é? — Scott falou abaixando a cabeça. — Eu te magoei.

— Ei, não seja tão duro consigo mesmo. — Kira estendeu suas mãos até as mãos de Scott e as segurou sobre a mesa. — Você foi honesto comigo. Eu é que deveria ter sido mais compreensiva com você. De verdade, Scott. — Ela fez uma pausa e então continuou: — E eu queria te pedir perdão, pelo o que eu falei sobre a Allison. — A garota disse envergonhada. — Eu não devia ter dito aquilo, não foi certo.

— Eu te perdoo. — Scott falou, tristemente, voltando a olhar nos olhos de Kira. Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, até que o garoto o voltasse a falar. — Eu nunca fiquei com o Isaac, enquanto eu tava com você. Terminei com você porque eu tava confuso em relação a mim mesmo e a ele. Mas eu nunca fiquei com ele enquanto namorávamos.

— Sei disso. — A garota falou. — O Isaac me explicou. E nós dois deveríamos ter conversado antes, mas eu tava com um pouquinho de vergonha. Eu deveria ter sido uma boa amiga e te ajudar a entender. Ainda mais por que eu sei como é.  Mas eu acabei dificultando ainda mais as coisas pra você. Eu sinto muito mesmo.

— O que quer dizer com isso? — Scott indagou curioso. — Você também é...

— Bissexual? Sou sim. — Kira falou sorrindo e Scott sorriu também. — Não tem problema nenhum você ser também, Scott. Não importa o que as pessoas digam, tudo que importa é você se sentir bem.

— Como foi pra você? Se assumir? Quer dizer, seus pais sabem? — Scott quis saber.

— Sabem sim. já tem um tempo que eu contei pra eles. — Kira falou. — Foi bem tranquilo.

— Por que nunca me contou? — McCall perguntou curioso. — Você só me falou de um ex-namorado.

— Sei lá. — A garota respondeu. — Nunca surgiu o assunto. E também porque eu nunca namorei de verdade nenhuma garota. Mas acho que isso tá prestes a mudar.

— O que? — Scott sorriu. — Eu conheço ela?

— Conhece sim. — Kira respondeu. Ela suspirou e desviou os olhos. — A Malia.

— Malia Tate? É sério? — Scott perguntou surpreso. — Agora entendo porque ela nunca gostou de mim.

— Não é pessoal. Ela não é muito sociável. — Scott olhou para Kira de forma questionadora. — E ela sentia ciúmes de você sim.

— E você ta feliz? — Scott indagou.

— Digamos que é bom estar com uma pessoa que sinta o mesmo por você.

— Não é justo. — Scott falou olhando com uma falsa indignação para Kira. — Eu gostava de você no começo. Verdade.

— E você e o Isaac? — A garota perguntou esperançosa.

Scott bufou.

— Não são melhores amigos agora? — O garoto falou. — Ele já deve ter te contado tudo. Nós estamos ficando, mas não é oficial. Quer dizer, eu hoje falei a palavra namoro sem querer e acabei deixando as coisas um pouco estranhas.

Kira sorriu.

— Você sempre faz isso. Lembra quando você me deu um selinho no meio do corredor do colégio. Nem namorávamos ainda e você me deu um selinho como se namorássemos já há algum tempo. Foi muito estranho porque eu não sabia o que aquilo significava.

Scott levou suas mãos até seu rosto e cobriu os olhos.

— Não me lembre disso. — O garoto tirou suas mãos do rosto e olhou para Kira. — Eu tenho a incrível habilidade de deixar as coisas estranhas.

Scott sentiu o seu celular vibrar no bolso da calça e o pegou. Ele viu que eram duas mensagens de Isaac e olhou para Kira fazendo um pedido silencioso para checar as mensagens.

— É o Isaac? — Ela perguntou e o garoto assentiu. — Pode atender seu namorado, não me importo.

Scott sorriu, porém quando ele abriu as mensagens seu sorriso foi se apagando aos poucos. Na primeira mensagem estava escrito “911” e na segunda mostrava a localização de Isaac. Kira notou a mudança repentina na expressão do garoto e ficou preocupada.

— Algum problema? — A garota perguntou.

— É que ele mandou essa mensagem estranha. — Scott falou um pouco nervoso. — Espera um pouco, eu vou ligar pra ele.

Scott discou o número de Isaac e esperou impaciente. O telefone chamou algumas vezes e depois caiu na caixa postal. Scott tentou ligar mais uma vez e dessa vez, caiu direto na caixa postal.

— Nada? — Kira indagou preocupada e Scott negou com a cabeça. — Mas o que diz na mensagem?

— Só 911 e a localização dele. Por que ele mandaria isso? Será que ele tá em perigo? — Scott se levantou e andou até a saída da lanchonete. Kira pegou sua carteira na mochila que estava pendurada na cadeira que ela estava sentada, tirou o dinheiro suficiente para o milk-shake e correu atrás do seu ex-namorado.

— Espera. O que vai fazer? — A garota perguntou ao se aproximar de Scott. eles saíram da lanchonete e foram até a moto do rapaz no estacionamento.

— O endereço que ele mandou é da casa dele. Eu vou até lá. — Scott falou se aproximando da moto. Ele pegou um dos capacetes no guidão e o colocou. — Ele precisa da minha ajuda. — O garoto subiu na moto.

— Scott, espera. — Kira pediu segurando no braço de Scott antes que ele ligasse a moto. — Talvez devêssemos chamar a polícia. Pode ser algo grave, se não ele não mandaria apenas 911.

— Você vai até a polícia. — Scott falou olhando pra Kira. — Diz pro xerife ir pra antiga casa dos Lahey. Eu vou mandar a localização pro seu celular. — Scott pegou seu celular, que tinha colocado de volta no bolso da calça, o desbloqueou, copiou as mensagens de Isaac e mandou para Kira em seguida.

— Scott, tem certeza que vai lá sozinho? — A garota perguntou com preocupação. — Você não sabe o que está acontecendo.

Como resposta, Scott apenas pegou o outro capacete no guidão, o pendurou no braço e ligou a moto antes de começar a pilotá-la sem dizer mais nenhuma palavra para Kira. A garota correu para o seu carro nervosa, destravou a porta e entrou em seguida. Ela deu a partida no carro e seguiu para a delegacia.

***

— Toc Toc. — Rafael falou dando duas batidas na porta da sala do xerife Stilinski. Ele entrou na sala segurando dois copos de café e estendeu um para Noah.

— Rafael, o que está fazendo aqui. — Noah indagou curioso pegando o copo de café.

Rafael sentou-se na cadeira em frente a do xerife e deu um longo gole no seu café.

— Vim trazer café para um velho amigo. — Rafael falou e deu outro gole no copo.

— Velho amigo é? — Noah questionou. — Não veio aqui pra falar sobre a Melissa?

— Tudo bem, você me pegou. — Rafael falou erguendo as mãos. — Eu vou embora. Vou voltar pra Washington.

— Veio aqui só pra me dizer isso? — Noah indagou antes de beber um pouco da bebida preta.

Rafael suspirou e colocou o seu copo em cima da mesa do xerife.

— Na verdade, eu só vim pedir pra você cuidar do Scott e da Melissa. — McCall falou. — Eu sei que você já vem cuidando há algum tempo e te agradeço por isso.

— Olha, eu sei que não é da minha conta. Mas você não acha que já tá na hora de se perdoar pelo que aconteceu? Se afastou do seu filho. Você quer mesmo se afastar de novo? O Scott é um garoto incrível. Você não quer descobrir o quão incrível ele é? — Noah falou olhando nos olhos de Rafael.

— Ele não quer e eu não o culpo. — Rafael falou pensativo. — Eu tenho que ir.

Rafael se levantou, pegou o seu copo de café na mesa de Noah, o jogou no lixo ao lado da mesma e saiu da sala dele. O homem andou até saída da delegacia e quando passou pela porta, Kira esbarrou nele. Ela estava com o celular na mão antes do choque e acabou o derrubando.

— Ei garota, tá tudo bem. — Rafael perguntou se abaixando. Ele pegou o celular de Kira e a entregou

— Não. O Scott. — A garota falou um pouco ofegante.

— O que tem o Scott? — Rafael questionou alarmado

— Ele recebeu uma mensagem estranha. Achamos que o Isaac tá encrencado, mas não sabemos o que é. — Kira falou sem saber que aquele homem era o pai de Scott. Ela achou que ele trabalhasse para o xerife. — Eu disse pra ele chamar a polícia, mas ele foi atrás do Isaac e pediu pra eu vir aqui.

— E onde eles estão agora? — O homem perguntou ansioso.

— Na casa do Isaac, eu acho.

— E você sabe onde é? — Rafael perguntou. — Kira desbloqueou seu celular e mostrou as mensagens para McCall. — Tudo bem, qual é o seu nome?

— Kira. — A garota respondeu.

— Kira, você vai entrar na sala do xerife e vai dizer pra ele o que você me disse agora. E eu vou até a casa do Isaac ver o que tá acontecendo. — Rafael falou e Kira assentiu. Ele passou pela garota e foi até o seu carro enquanto a nipo-americana entrava na delegacia.

***

Quando Isaac abriu os olhos, sentiu uma forte dor no local que recebera a pancada de Matt. Um pouco atordoado, apoiando seu braço no chão, o garoto sentou-se e levou sua mão até a área dolorida. O loiro sentiu seu cabelo molhado por alguma coisa quente e quando abaixou sua mão de volta, viu que estava melada com um pouco de sangue.

— Eu não quis te machucar. — Matt falou nervoso. Ele estava em pé atrás de Isaac, ainda segurava o revólver, entretanto não o apontava mais para o loiro. — Mas você me provocou.

Isaac virou o pescoço e olhou pra o garoto.

— Matt, eu sei que você não quer me machucar. Então por favor me deixa ir embora. — Isaac pediu. — Eu não conto pro xerife sobre a arma e nós podemos procurar ajuda.

— Ajuda? Que tipo de ajuda? — Matt indagou.

— Uma ajuda psiquiátrica. — Isaac sugeriu.

— Acha que eu sou louco? — Matt falou aumentando o tom de voz colocando o dedo no gatilho do revólver. Aquilo não passou despercebido por Isaac, que voltou a ficar com medo.

— Eu não disse isso. — Isaac falou calmamente. — Mas você não está normal.

Matt sorriu de uma forma que assustou ainda mais Lahey e que o fez ter certeza que ele não estava bem.

— Acha que eu não estou normal. — Daehler questionou ainda sorrindo. — Pois eu estou no meu estado normal, Isaac. — De repente, batidas seguidas começaram a soar na porta acompanhadas por uma voz familiar para os dois que chamava o nome de Isaac sem parar. Eles olharam para a porta e Lahey naquele momento se arrependeu de ter mandado a mensagem para Scott. Matt olhou para Isaac novamente e sussurrou. — Se você gritar avisando, eu atiro nele. Você entendeu?

Isaac assentiu. Matt deu as costas para ele, foi até a porta e a destrancou com a chave que ele tinha tirado do bolso do loiro quando ele estava desacordado. Ele colocou sua mão armada atrás das costas, abriu a porta e deu de cara com um Scott surpreso. Isaac quis gritar para McCall fugir, porém ao olhar o revólver, ele não fez nada.

— Cadê o Isaac? — Scott perguntou sem paciência tentando olhar para dentro da casa, sendo impedido por Matt que se colocou na sua frente.

— É melhor você ir embora, McCall. — Daehler falou. Ele empurrou a porta bruscamente para fechá-la, porém Scott a segurou.

— Me fala cadê o Isaac e o que merda vocês estão fazendo aqui. — Scott exigiu.

Matt não falou nada. Ele tentou fechar a porta novamente e mais uma vez Scott a segurou. Só que dessa vez McCall empurrou a porta com força para abrir completamente. Quando ele viu Isaac no chão e com sangue na cabeça, correu para o loiro e se ajoelhou em frente a ele. Matt fechou a porta e o seguiu.

— Scott, ele está armado. — Isaac falou.

Scott virou o pescoço e viu Matt apontando o revólver pra ele e Isaac.

— Cara, o que tá fazendo? — Scott perguntou ficando de pé. — Abaixa isso, seu maluco.

— Maluco? — Matt indagou sorrindo sarcasticamente, mas logo sua expressão voltou a ficar séria. Ele se aproximou de Scott e pressionou o revólver na testa dele. — Cuidado com o que você fala, McCall. — Matt gritou. — Não devia provocar alguém que está apontando uma arma pra você. — Matt abaixou o tom de voz. — Não vai querer levar um tiro.

— Matt, para. — Isaac pediu. — Por favor.

— Parar? Depois de tudo que eu fiz por você, você ainda vai escolher ele? Ele que só fez te magoar e te deixar triste! Eu sou diferente Isaac, eu posso te amar como ele não pode! Eu matei o seu pai por nós dois! — Matt despejou gritando.

— O que? — Isaac indagou.

— Do que você tá falando? — Scott também perguntou curioso.

— O meu pai teve um ataque cardíaco por causa da pressão alta. — Isaac falou lembrando-se do dia em que seu pai morreu.

— O seu pai não era hipertenso, era? — Matt indagou. Isaac pensou por um momento e realmente não se lembrava de seu pai ter problemas de pressão. Daehler começou a andar rodeando Isaac e Scott apontando a arma para McCall. — Sabe? Eu aprendi uns truques com meu pai trabalhando com ele na farmácia. Tipo como fazer os comprimidos como os vemos e o que não devemos combinar. Sabiam que se misturar antidepressivo com remédio pra gripe pode causar aumento da pressão arterial? Uma vez seu pai foi comprar um pote de aspirinas e acabou levando uma combinação fatal no lugar. Aposto que ele sentia muita dor de cabeça, pra ficar tomando a aspirina falsa frequentemente. Demorou um tempo, mas finalmente ele morreu. — Matt parou de andar e ficou de frente para Scott e Isaac.

— Por que você faria isso? — Isaac gritou.

— Porque o seu pai não era um homem bom, Isaac! — Matt também gritou. Lágrimas caiam dos seus olhos. Ele tentou se aproximar de Isaac, mas Scott se colocou entre eles. — Ele batia em você, no próprio filho dele. Se ele fazia isso com o filho, o que será que ele fazia para as outras pessoas? Quando eu soube que isso acontecia eu fiquei com tanta raiva, só aumentou minha vontade de matar ele. vontade que eu sentia desde... — Matt se interrompeu, respirou fundo e ficou pensativo. — Sabia que por causa dele eu quase morri. Você não faz ideia, não é? — Isaac engoliu em seco. Ele não sabia o que falar, então apenas olhou para Matt. Scott também apenas olhava para o garoto pensando em alguma forma de tentar tirar o revólver da mão de Matt. Deahler apontou o trinta e oito para McCall e ordenou. — Vai pra cozinha.

— Eu não vou deixar o Isaac sozinho com você. — Scott falou

— Vai pra porra da cozinha! — Matt gritou com a mão tremendo e naquela hora o medo de Isaac aumentou. — Estaremos logo atrás de você.

Scott olhou para Isaac, que assentiu pra ele. Enquanto McCall se dirigia para a cozinha, Matt ajudou Lahey a ficar de pé e então eles seguiram para a cozinha. Isaac na frente e Daehler atrás, apontando a arma pra o amigo. Ao chegarem no cômodo revirado, o loiro se aproximou de Scott que o abraçou. Matt ficou de frente pra eles e continuou a apontar a arma.

— O seu irmão tava lá. Assim como toda a equipe de natação. Você me chamou pra sua casa porque tinha ganhado um quadrinho novo dos X-Men. Queria me mostrar. Naquele dia o seu pai tava dando uma festinha particular. O time de natação tinha ganhado o campeonato e ele chamou os queridinhos dele pra tomar uns drinks de comemoração. E daí que eles têm dezessete anos, não é? Eu entrei na sua casa e ouvi a música nos fundos. — Matt fez uma pausa e olhou para a porta atrás de Scott e Isaac e andou até ela. Ao passar pelos outros, ele fuzilou McCall com os olhos. Os dois reféns ficaram olhando Matt encarar a parte dos fundos da casa pela porta da cozinha. Mas algo chamou a atenção de Scott. No chão, perto da mesa tombada, tinha uma garrafa de whisky pela metade. — Eu fui até lá e eles tavam se divertindo. Estavam jogando uns aos outros na piscina. Aí o seu irmão Camden me segurou. Ele tava achando engraçado.

— Ele jogou você na piscina. — Scott falou se aproximando da garrafa de whisky, desviando dos cacos de vidro dos pratos quebrados. Ele pegou a garrafa e voltou para o lado de Isaac.

— Eu gritei que não sabia nadar, mas ninguém ouviu. — Matt continuou a falar com os pensamentos distantes lembrando-se da noite em questão.  — Eu afundei e engoli água. Ninguém se importou. Eu via os corpos em baixo d’água, eles estavam lá se pegando enquanto eu me afogava. Eu tava morrendo e eles rindo. — Matt parou de falar e respirou fundo. — Eu apaguei e de repente eu tava deitado na beira da piscina. E o seu pai estava bem em cima de mim dizendo “Não conte pra ninguém. Isso é culpa sua! Que tipo de idiota não sabe nadar?”. — Matt fez outra pausa. — E eu não contei. Não contei pra ninguém. Eu via eles na escola e eles nem me olhavam. O seu pai comprava remédio na farmácia e ele fingia que não me conhecia. Eu acordava no meio da noite perdendo o fôlego. Meu pai achava que eu era asmático. Ele até me deu um inalador. Ele não sabia que toda vez que eu fechava os olhos eu estava me afogando. — As lágrimas de Matt já não caiam mais. Ele estava com a respiração pesada como se realmente estivesse se afogando. — Eu não podia fazer nada na época, mas eu me vinguei. Eu não consegui pegar todos, mas pelo menos peguei os que mais me fizeram mal. O seu pai você já sabe. Os médicos nem desconfiaram. Eu até coloquei o nome dele numa receita do antidepressivo que eu usei pro caso de identificarem. E o seu irmão, digamos que não foi um acidente.

— O que você fez? — Isaac perguntou com a voz tremula não conseguindo segurar as lágrimas.

— Tirei o carro dele da estrada. Ninguém nunca descobriu porque o carro que eu usei era roubado. Eu tive que limpar todos os meus vestígios, mas valeu a pena o esforço. Eu só sinto muito que sua mãe tenha morrido junto com ele. Ela sempre foi legal comigo. — Matt parou de falar por um tempo e se virou para encarar os outros garotos. Scott estava ao lado de Isaac novamente escondendo a garrafa atrás das costas. Daehler não tinha percebido.  — Não entende Isaac, eu fiz isso por você. Eu livrei você dos abusos do seu pai. O Scott jamais faria isso por você.

Isaac queria gritar com Matt e o xingar de todos os nomes ruins possíveis. Entretanto, ele estava muito abalado com o que acabara de descobrir e o medo de que Matt acabasse fazendo alguma coisa o travou. O loiro apenas chorou sem se conter.

— Matt, deixa a gente ir embora. — Scott pediu. — Você não quer ferir o Isaac mais do que já feriu, quer?

— Não. — Matt respondeu negando com a cabeça. — Eu o trouxe pra cá pra fazer ele abrir os olhos. Pra ele descobrir que eu sou o cara certo pra ele. Mas você tinha que aparecer aqui. Você tá sempre no meu caminho, McCall. — O garoto apontou a arma pra Scott.

— Matt, fica calmo. Você não quer fazer isso. — Scott pediu mais uma vez. Ele ergueu sua mão livre e se aproximou do garoto armado lentamente.

— Eu já tô cansado de você ficar no meu caminho. — Matt colocou o dedo no gatilho e engatilhou a arma.

Mas Scott agiu rápido. Ele bateu na cabeça de Matt com a garrafa de whisky, fazendo com que a arma disparasse, mas o tiro não atingiu ninguém. Daehler caiu no chão atordoado e McCall aproveitou a chance para correr. Ele se aproximou de Isaac e puxou o loiro pelo braço de volta para a sala. Os dois correram para a porta e Scott tentou abri-la. Porém estava trancada.

— McCall! — Matt gritou surgindo na sala também apontando a arma para Scott. Sua cabeça estava sangrando.

Scott e Isaac se viraram para o outro, que se aproximou deles e puxou o gatilho, intencionalmente dessa vez. O revólver disparou atingindo a barriga de McCall, que sentiu uma grande dor e não conseguiu mais ficar em pé. Ele caiu deitado ao lado de Isaac gemendo de dor e levou sua mão até a barriga, onde estava ferido e pressionou o local. Enquanto que o seu atirador olhava surpreso para ele com a mão tremendo.

— Não. Scott. — Isaac gritou e se abaixou para junto do moreno.

Lahey apoiou a cabeça do outro em seu colo. Matt voltou a apontar o revólver pra Scott e o loiro se abraçou a McCall. O que aconteceu a seguir foi muito rápido. Os três garotos ouviram uma batida forte na porta e de repente Rafael McCall entrou quando ela foi aberta bruscamente apontando seu revólver para Matt, que também apontou o seu para o pai de Scott. O homem viu seu filho e Isaac no chão e ficou desesperado, no entanto, não podia se distrair. Ele voltou a olhar para Matt.

— Solta a arma, garoto. — Rafael mandou.

— Solta você, senhor. — Matt falou andando devagar em direção a Rafael.

— Solta a arma! — McCall gritou.

Mas Matt não soltou e continuou andando em direção ao agente, que tomou uma atitude drástica. Ele apontou sua arma para a perna esquerda do garoto e atirou. Daehler caiu no chão gritando de dor. Ele largou a arma e levou suas mãos até a perna pressionando o ferimento. Rafael se aproximou do revólver no chão e o chutou para longe de Matt. Em seguida, ele guardou sua arma no cinto da calça e se aproximou de Scott e Isaac. O homem se ajoelhou ao lado do filho, tirou seu celular do bolso e ligou para a emergência.

— Eu preciso de duas ambulâncias o mais rápido possível. — Rafael falou o endereço e então continuou. — Dois adolescentes, dezoito anos, sexo masculino, feridos a bala. Um deles em estado grave. — O homem desligou o celular e o guardou no bolso. Em seguida, ele colocou sua mão na barriga de Scott, por cima da do garoto e pressionou o ferimento. — Aguenta firme, filho. A ambulância tá chegando.

Isaac segurou a outra mão de Scott, e com sua outra mão, acariciou bochecha do amigo. O moreno olhou para o seu pai e tentou falar alguma coisa. No entanto, nada saiu. O McCall mais novo então olhou para Lahey, levou sua mão até a nuca do loiro e o puxou para si. Isaac entendeu o que o outro queria. Sem se importar que Rafael estivesse ali, ele aproximou suas bocas e beijou o moreno. Mas o beijo não durou muito, pois logo o Scott perdeu a consciência.


Notas Finais


Bom gente, o capítulo de hoje é completamente ficcional. Eu não sei se ele ficou bom e nem se ficou realista. Eu não tenho muito conhecimento sobre psicopatas e não pesquisei muito sobre o assunto. Também não sei como seria a ação adequada da polícia numa situação como essa, mas eu sei que Rafael agir sozinho foi muita burrice. Os motivos pra isso é o desespero mesmo. Mesmos motivos que levaram ao Scott ser burro também, ele devia ter chamado a policia e era essa a intenção de Isaac quando mandou mensagem pra ele. Só espero que o nosso pequeno alfa saia dessa vivo, mas nunca se sabe. A parte dos remédios eu tirei do google. Também não tenho conhecimento sobre farmácia.
Por enquanto é isso pessoal. Espero que tenham gostado. Acho que o próximo pode demorar. Eu sempre digo isso e sempre, incrivelmente, acabo postando no prazo.


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