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História Secret Desires - Scisaac's Secret Chronicles Volume 1 - Especial de Natal


Escrita por: XManoelVieira

Notas do Autor


Olha só quem voltou. Gente, esse (capítulo) especial ta enorme. Eu espero que gostem.

Capítulo 31 - Especial de Natal


23 de Dezembro.

— Eu estou muito feliz que tenha vindo falar comigo, Isaac. — Natalie Martin falou para o garoto enquanto sentava na cadeira atrás da mesa. Eles estavam na sala da senhora Martin e Isaac estava sentado na cadeira de frente para a mesa da mulher. Sua mochila estava no seu colo e o garoto a abraçava. Tanto Natalie, quanto Lahey estavam vestindo casacos grossos e rapaz usava um cachecol azul escuro, da cor do seu casaco, enrolado no pescoço. — Você não iniciou o ano letivo conosco então eu não pude te acompanhar com o aconselhamento das matérias que você ia cursar. Imagino que você queria falar sobre faculdades.

— É. Eu sei que devia ter vindo antes. — Isaac falou um pouco envergonhado. — Mas é que tinha o lacrosse e eu também precisei fazer um acompanhamento com um psicólogo por causa de tudo que aconteceu.

— E como você está? — A mulher perguntou ajeitando os óculos que usava. — Sei que deve ter ouvido muito essa pergunta. Mas eu me preocupo com você. Eu gosto muito de todos os amigos da Lydia.

Isaac sorriu.

— Eu tô bem, só alguns pesadelos, mas a terapia tá ajudando. — O garoto respondeu.

— E você e o Scott? — Natalie perguntou. — A Melissa me contou que antes o Scott tinha medo de se aceitar. Vocês estão bem? Os seus colegas aceitaram bem?

— Sim estamos bem. Já tem um mês que assumimos e ninguém olhou estranho pra gente. — Isaac falou pensativo. — Quer dizer, no começo alguns olharam surpresos, mas acho que foi só o choque porque eles não esperavam que nós dois, principalmente o Scott, estaríamos andando de mãos dadas.

— Tenho certeza que é só isso mesmo. — Natalie falou tirando os óculos. Ela os colocou na mesa e olhou para Isaac. — Vamos ao que interessa. Você tem alguma ideia de curso pra faculdade?

— Sim. Eu e o Scott conversamos muito sobre o que aconteceu com o Matt, e desde então eu tenho pensado em fazer psicologia. Pra poder ajudar pessoas como ele, já que eu não pude ajudá-lo. — Isaac respondeu.

— Isso é muito bom, Isaac. — Natalie falou assentindo. — Você sabe muito bem que psicólogos ajudam muitas pessoas que têm problemas. — Isaac assentiu e Natalie pegou seus óculos e os colocou outra vez. — Eu tenho alguns panfletos aqui. — A mulher se inclinou um pouco para o lado direito, abriu a última gaveta da mesa e procurou pelos panfletos e pegou dez deles. Ela se ajeitou na cadeira e estendeu os panfletos para Isaac. — Dá uma olhada nesses aqui. — O garoto pegou os panfletos e olhou o primeiro, Universidade de Nova York. — Tenho certeza que você vai escolher alguma dessas universidades e quando as aulas voltarem, você vem falar comigo pra eu te ajudar com a sua inscrição. E se não gostar de nenhuma, você volta aqui também pra pensarmos num plano B.

— Muito obrigado, senhora Martin. — Isaac falou abrindo sua mochila. Ele colocou os panfletos dentro dela e voltou a fechá-la. — Eu vou olhar com calma quando chegar em casa.

— Agora, Isaac, você está no time de lacrosse e isso pesa na hora da inscrição, mas você precisa melhorar suas notas. — Natalie falou. — Elas não estão ruins, mas também não são boas.

— Eu sei. — O garoto falou cabisbaixo. — Mas eu tô trabalhando nisso. Eu pedi pra Lydia me ajudar a estudar e nós dois formamos um grupo de estudos com o Scott, o Stiles e outros amigos.

— Ótimo. Não gosto de me gabar, mas se tem alguém que pode te ajudar é a minha filha. — Natalie falou com orgulho na voz e Isaac sorriu.

— Mais uma vez obrigado, senhora Martin. — Isaac se levantou e Natalie também se levantou. — Boas festas.

— Boas festas, Isaac.

O garoto pendurou sua mochila nas costas, se virou e andou até a porta sendo seguido por Natalie, que a abriu. Isaac achou a guirlanda verde e vermelha que tinha pendurada bonita. Assim que o garoto passou pela porta, a mesma foi fechada pela mulher. O corredor estava decorado com luzes de natal e guirlandas coloridas penduradas pelos armários.

Isaac avistou o seu garoto, moreno e com o queixo torto usando um casaco vermelho. Ele estava sentado no corredor encostado nos armários, usava fones de ouvidos e balançava a cabeça no ritmo de seja lá qual música estivesse sendo reproduzida. Suas mãos se movimentavam como se estivesse tocando uma guitarra invisível. Scott estava tão distraído com a música que não percebeu Isaac se aproximando dele. O loiro se abaixou e pegou um dos fones chamando a atenção de McCall, que parou o que fazia e olhou para o amigo.

— Lost in Kostko? — Isaac falou ao aproximar o fone do seu ouvido.

— Sim, continua sendo uma das minhas bandas favoritas. — Scott respondeu pausando a música no seu celular. Ele desplugou os fones e os guardou na mochila que estava ao seu lado no chão.

— Eu curto algumas músicas. — Isaac falou ficando de pé. — Mas o que eu curto mesmo é o vocalista. Ele é muito gato.

— Ah é? Então, por que você não vai dar uns pegas nele? — Scott indagou com uma falsa irritação também ficando de pé segurando sua mochila.

— Porque você é mais gato. E também porque eu quero fazer isso. — Isaac prensou Scott nos armários levemente, rodeou o pescoço do moreno com seus braços e rompeu a distância entre eles dando um beijo calmo em McCall. Scott soltou sua mochila, levou suas mãos até a cintura de Isaac e correspondeu ao beijo sem se importar com as pessoas que passavam por eles. Após alguns segundos, o loiro rompeu o beijo, e olhou para o outro enquanto acariciava seus cabelos. — E também porque eu não estou disponível.

Scott sorriu e novamente seus lábios se selaram num outro beijo calmo.

— Como foi com a senhora Martin? — McCall indagou para Lahey após se afastarem. O moreno voltou a pegar sua mochila e a pendurou nas costas. Em seguida, ele entrelaçou seus dedos aos de Isaac e os dois seguiram de mãos dadas para a saída do prédio.

— Ela me deu alguns panfletos. Eu ainda vou olhar, mas o campus da NYU é bem bonito. — Isaac falou surpreendendo Scott, que parou de andar. consequentemente Lahey também parou de andar.

— Do outro lado do país? — Scott falou um pouco inseguro. — Nós ainda nem conversamos sobre isso.

— Scott, eu só falei que o campus da NYU é bonito. Além do mais eu nem sei se tenho chances de entrar lá e muito menos dinheiro pra ir pra Nova York. Ainda temos seis meses até o verão. Não precisamos falar disso agora. — Isaac falou tentando tranquilizar o moreno.

— Eu pesquisei sobre os melhores programas de psicologia do estado e descobri que o da UC Berkeley tá entre os quinze melhores do mundo. — Scott falou olhando para Isaac. — E o melhor de tudo é que só é uma hora até Davis. — Isaac olhou surpreso para Scott. — Eu disse que ia te ajudar a achar a melhor faculdade. E tem uma muito boa perto de mim. Você quer ficar perto, não quer?

— Finalmente achei vocês. — Eles ouviram a voz de Stiles atrás deles e e em menos de dois segundos Stilinski já estava ao lado deles. Assim como seus amigos, Stiles também usava um casaco de frio, só que o seu era preto. Scott ficou um pouco irritado por Isaac não ter tido a chance de lhe responder. — Preciso da ajuda de vocês.

— Nós dois? — Isaac perguntou.

— Sim, quanto mais homens melhor. — Stiles respondeu. — Parem de namorar e vamos logo.

Stiles puxou Scott pelo braço, e o McCall puxou Isaac, já que ainda estavam de mãos dadas, e os três saíram do prédio.

— E pra onde vamos? — Scott perguntou ao passarem pela porta.

— Precisamos de uma árvore de natal. — Stiles respondeu enquanto eles seguiam para o estacionamento. — A Lydia falou que tem uma fazenda depois da saída da cidade. Vamos até lá e vocês vão me ajudar com a árvore.

— Cara, não é meio tarde pra procurar uma árvore? — Isaac indagou.

Mesmo que estivesse muito frio devido ao inverno, não teve neve em Beacon Hills naquele ano. Os três garotos se aproximaram do jipe de Stiles e o Stilinski abriu a porta do motorista e entrou. Em seguida ele se inclinou para destravar a porta do carona para que seus amigos pudessem entrar. Scott abriu a porta, puxou o banco e deu espaço pra Isaac entrar no banco de trás. O loiro tirou sua mochila, jogou no banco de trás e entrou sendo seguido por Scott, que colocou o banco no lugar e entrou no carro sentando ao lado de Stiles com sua mochila no colo. Scott fechou a porta e o motorista ligou o carro. Ele começou a guiá-lo pelo estacionamento para saída. Isaac abriu sua mochila e tirou um dos panfletos que Natalie tinha lhe dado e passou a ler. Quando o carro já estava na estrada, o dono do jipe olhou para o amigo no banco de trás pelo retrovisor.

— Não comemorávamos o natal desde que a minha mãe morreu. — Stilinski falou. Isaac parou de ler o panfleto e olhou pra o outro garoto. — Então nunca fomos de ter árvores, mas como esse é o primeiro ano que não vai ser só nós dois, meu pai quer fazer algo tradicional. Então já que tudo isso pra o Scott e pra Melissa, nada mais justo do que vocês dois me ajudarem.

— Entendi. — Isaac respondeu.

— E você vai passar o natal com a gente ou com os Boyds? — Stiles perguntou. — A Lydia vai pra São Francisco passar o natal com as avós dela. Você pode ir lá pra casa se quiser.

— Eu já tinha chamado ele, mas ele vai passar com os Boyds. — Scott falou um pouco frustrado virando seu pescoço para olhar para o loiro.

— Já conversamos sobre isso, Scott. — Isaac falou olhando para McCall. — Eu tô morando com eles, seria legal da minha parte passar esse tempo com eles. Mas obrigado pelo convite Stiles.

— É irmão, vamos ser só nós dois. — Stiles falou olhando rapidamente pra Scott, mas logo voltando a prestar atenção na estrada. — Como nos velhos tempos.

— Abandonados. — Scott se lamentou.

— Também não exagera, Scott. — Stiles falou sorrindo.

Scott cruzou os braços passou a observar a paisagem pela janela. Isaac voltou a ler o panfleto sobre a Universidade de Nova York e Stiles também não falou mais nada. Não demorou muito para que o motorista avistasse a grande placa verde do lado esquerdo da estrada. “Você está deixando Beacon Hills” estava escrito com letras grandes e brancas. Stiles diminuiu um pouco a velocidade do jipe e passou a olhar para o lado esquerdo da estrada a procura de alguma entrada que Lydia falou que teria e alguns metros depois lá estava a entrada entre as árvores. Stiles girou o volante e conduziu o jipe pela estrada de terra e alguns metros depois eles chegaram à fazenda.

— Fazenda pinheiro do Papai Noel. — Scott falou lendo a placa pendurada na entrada das terras da fazenda.

— Que nome original. — Stiles falou com seu sarcasmo habitual.

Stilinski desligou o jipe, abriu a porta e saiu. Ele se dirigiu até a parte de trás do veículo e abriu o porta-malas. Scott colocou sua mochila no banco de trás ao lado da de Isaac e também abriu a porta para descer. Ele puxou o banco e Isaac também desceu. Stiles pegou um machado e duas cordas enroladas. Ele fechou o porta-malas e se aproximou de Scott e Isaac jogando uma corda pra cada um.

— Pra que isso Stiles? — Isaac perguntou.

— Vamos ter que amarrar a árvore. — Stiles respondeu.

— Eu tô falando do machado. — Isaac falou apontando para o machado nas mãos do amigo.

— A árvore não vai se cortar sozinha. — Stiles respondeu como se fosse muito óbvio.

— Você sabe que as árvores já são cortadas, não é? — Scott falou.

— O que? Como eu poderia saber? Não compramos árvores de natal há anos. — Stiles falou. Ele foi até o porta-malas do jipe novamente e guardou o machado.

Os três seguiram para a fazenda. Stiles estava mais a frente andando rápido, enquanto Scott e Isaac andavam mais devagar um pouco distantes do amigo e de mãos dadas segurando as cordas com as mãos livres.

— Isaac, você não me respondeu. — Scott falou olhando para Lahey. — Você quer ficar perto de mim no ano que vem?

— Claro que eu quero, Scott. — Isaac falou sorrindo. — E eu tô muito feliz que você também me queira por perto. Eu vou avaliar todas as minhas opções, mas UC Berkeley é uma boa opção.

Scott sorriu e parou de andar. Ele se colocou na frente de Isaac e o beijou. Naquele momento, os dois esqueceram completamente de Stiles e ficaram lá parados na entrada da Fazenda pinheiro do Papai Noel se beijando.

— Oh, pombinhos. — Stiles os chamou. Eles pararam de se beijar e olharam para o amigo. — Vocês podem me ajudar aqui?

Os garotos andaram até Stiles que estava conversando com um homem corpulento de meia idade, alto e de pele negra, que aparentava ser o dono da fazenda. Stilinski não demorou muito pra escolher uma árvore, pois não tinham tantas opções, já que não era comum as pessoas demorarem tanto pra comprar suas árvores de natal, e ele acabou ficando com uma das últimas.

Após pagar ao homem, Stiles pediu que Scott e Isaac levassem a árvore para o jipe. Pedir não é bem a palavra certa, na verdade, Stilinski ordenou. Um pouco a contragosto, Scott e Isaac entregaram as cordas pra Stiles e pegaram a árvore. McCall pegou no tronco da árvore enquanto que Lahey pegou nos ramos na parte de cima dela e um pouco desajeitadamente, por conta do peso, eles a carregaram em direção ao jipe.

— Agora eu sei porque ele chamou nós dois. — Isaac falou um pouco ofegante.

— Pra carregar no lugar dele. — Scott falou.

— Se vocês derrubarem essa árvore, meu pai vai me matar. — Stiles falou.

— Então porque você mesmo não carrega? — Isaac questionou um pouco irritado.

— Como vamos colocar no jipe? — Scott perguntou quando eles se aproximaram do veículo.

— Vamos ter que colocar no teto. — Stiles falou.

— É fácil pra você falar. — Isaac falou usando um pouco mais de força para suspender um pouco a árvore.

— Tá legal, vamos lá. — Scott falou.

Com muito esforço, Scott e Isaac colocaram a árvore no capô do carro e em seguida eles a empurraram para o teto de um modo que a parte de baixo da árvore estivesse virada para o para-brisa da frente. Stiles desenrolou uma das cordas e amarrou uma das pontas no para-choque traseiro do jipe. Em seguida, ele jogou a outra ponta por cima do jipe e consequentemente por cima da árvore. Scott pegou a outra ponta da corda e amarrou do outro lado do para-choque traseiro do jipe, bem apertado enquanto Stiles desenrolava a outra corda. Stilinski repetiu o processo na parte da frente do carro, amarrou a ponta da corda no para-choque dianteiro e jogou a outra ponta por cima da árvore. Dessa vez foi Isaac quem pegou a outra ponta e amarrou forte como McCall.

— Você devia nos pagar por ter feito todo o serviço. — Isaac falou apoiando suas mãos nos joelhos.

— Quer pagamento melhor que passar esse tempo comigo? — Stiles indagou ironicamente abrindo a porta do motorista do jipe. Stilinski entrou no veículo e esperou seus amigos entrarem.

— Você tá bem? — Scott perguntou sorrindo se aproximando de Isaac.

— Eu prefiro jogar lacrosse sem parar por um dia inteiro do que carregar outra árvore de natal. — Lahey falou ficando ereto.

— Não foi tão ruim, mas eu prometo que quando chegarmos na casa do Stiles, ele que vai carregar a árvore. — Scott falou e em seguida deu um beijo na bochecha do loiro.

Os dois garotos entraram no carro, Isaac no banco de trás e Scott ao lado de Stiles e logo eles já estavam voltando pra cidade. A viagem de volta foi feita em completo silêncio, menos por parte do motorista que não conseguia ficar em silêncio, e expressava toda a sua alegria por estar comemorando o natal depois de tanto tempo.

— Sempre foi só eu e meu pai. Quer dizer, a Melissa sempre nos chamou, mas meu pai nunca quis ir e eu não ia deixar ele sozinho. Vai ser bom esse natal, tenho certeza que vai ser o melhor de todos.

— Você nunca para de falar? — Isaac indagou sorrindo.

— Experimenta dividir o quarto com ele. — Scott falou.

— Vocês dois já deviam estar acostumados comigo, mas já que eu tô incomodando tanto vocês, eu vou ficar de boca fechada. — Stiles resmungou fazendo um bico. Mas logo seu semblante mudou para preocupado e surpreso quando avistou fumaça saindo do capô do jipe e logo depois o veículo parou de andar. — Não, não, não. — O garoto tentou ligar o carro de novo, mas não funcionou. Ele tentou mais uma vez e de novo não funcionou. — Ah qual é? Tá legal, vou ver qual é o problema.

Stiles desatacou o sinto de segurança e saiu do carro. Scott e Isaac foram atrás dele. Eles se dirigiram para a frente do jipe e Stilinski abriu o capô. Mais fumaça saiu do motor e os três garotos desviaram o rosto, tossiram e abanaram as mãos para afastar fumaça. Quando a fumaça diminuiu, Stiles e Scott se inclinaram para tentar ver qual era o problema, no entanto, nenhum dos dois sabia qual era.

— Isaac, vai pegar a fita adesiva. — Stilinski falou para o loiro.

— Cara, acho que fita adesiva não vai servir aqui. — Scott falou avistando várias partes do motor do jipe cobertas de fita adesiva.

— E o que faremos? — Isaac indagou. Ele tirou seu celular do bolso da cala e tentou ligar. — Meu celular descarregou.

Scott também pegou seu celular e checou.

— O meu só tá com dois por centos, acho que não dá pra ligar pra um guincho. E o seu Stiles?

— Morto. — O garoto respondeu ao checar seu celular também. — Por que eles morrem quando mais precisamos?

— Até parece que a gente tá num filme de terror. — Isaac observou sorrindo. — Pesadelo antes do natal.

— Não estamos tão longe da área residencial. — Scott falou virando o pescoço. Ele avistou algumas casas. — Podemos ir a uma dessas casas e pedir um guincho. Ou podemos tirar a árvore e carregar até sua casa e ligar de lá.

— Eu não vou abandonar o jipe aqui sozinho.

— Stiles, quem vai roubar o seu jipe velho e que nem tá ligando? — Isaac indagou.

Stiles fuzilou Isaac com os olhos e ameaçou avançar em cima dele, mas Scott se colocou entre eles.

— Se falar assim do jipe de novo, eu te largo aqui.

— Já estamos largados aqui, Stiles. — Isaac falou revirando os olhos. — Podemos decidir logo? Tá muito frio. — O loiro esfregou suas mãos nos braços.

— Se formos a uma dessas casas e pedirmos um guincho pode demorar. — Stiles falou com um peso enorme na voz. Ele fechou o capô do jipe e se virou para os amigos. — Melhor irmos pra minha casa e ligarmos de lá.

— Tá. — Scott concordou e Isaac assentiu. — Eu e você carregamos a árvore. Isaac desamarra a corda, por favor.

O loiro fez como foi pedido, ele desamarrou a corda de um dos lados do para-choque dianteiro enquanto que Scott desamarrou do outro lado e Stiles desamarrou no para-choque traseiro. Enquanto McCall e Stilinski tiravam a árvore do teto, Lahey pegou as cordas e as jogou dentro do carro. Ele pegou sua mochila e a de Scott, colocou a sua nas costas, pegou a chave na ignição e trancou as duas portas antes de correr até Scott e Stiles que já estavam andando em direção as casas carregando a árvore. McCall carregava a parte de baixo da árvore enquanto que a sua frente, o outro carregava a parte de cima.

— Então rapazes, me contem. — Stiles falou um pouco ofegante. — Como tá o relacionamento de vocês? Ninguém implicou, né?

— Stiles, você quer mesmo conversar agora? — Scott falou.

— Isso aqui tá muito pesado, então eu tenho que me concentrar em alguma coisa senão vou acabar derrubando. — Stiles explicou. — Podem começar.

— Tá tudo bem, Stiles. — Isaac falou andando ao lado deles. — Ninguém tá implicando com a gente.

— Acho que ser capitão do time do colégio tem suas vantagens. — Scott falou. — E se vierem implicar, eu não ligo.

— É isso aí, Scott. — Stilinski falou mais ofegante. — Não tem que ligar mesmo não. Mas se alguém te incomodar pode me falar que eu mando o Boyd quebrar a cara de quem for. Você também, Isaac.

— Pode deixar, Stiles. — Isaac falou sorrindo.

— Scott, espera um pouco. — Stiles falou parando de andar. Ele tentou colocar mais peso nos braços para apoiar a árvore, entretanto ele não conseguiu e a derrubou no chão. — Droga. — Scott colocou a parte de baixo da árvore no chão com cuidado e ficou de pé novamente. — Eu tô começando a me arrepender. Eu não sabia que uma árvore de natal era tão pesada.

— Vamos lá, não tá tão longe. — Scott falou.

— Sério? — Stiles reclamou. — Isaac sua vez de carregar.

O loiro olhou indignado para o amigo.

— Que tal nós três carregarmos. — Scott sugeriu.

Isaac suspirou. O loiro entregou a mochila de Scott para ele, que a colocou nas costas. Em seguida, Lahey se colocou entre McCall e Stiles. Os três se abaixaram, pegaram a árvore e voltaram a andar. Com um pouco de dificuldade, os três garotos carregaram a árvore pela cidade. Eles passaram pela área residencial. Todas as casas de Beacon Hills estavam devidamente decoradas com luzes de natal penduradas nas sacadas e janelas e guirlandas coloridas nas portas. Os garotos chegaram a uma área comercial da cidade e Stiles mais uma vez derrubou a árvore.

Após muitos minutos, muitas quedas dadas na árvore e muito suor, mesmo que estivesse frio, os garotos finalmente chegaram à casa do Stilinski. A moto de Scott estava estacionada na frente da casa, já que na noite anterior, ele tinha dormido por lá e naquela manhã eles foram com o jipe de Stiles para o colégio. Eles apoiaram a árvore na porta e ficaram parados para recuperar o fôlego. Stiles colocou as mãos nos joelhos e respirou fundo. Scott e Isaac também estavam ofegantes.

— Conseguimos. — Stiles falou com dificuldade. A porta foi aberta e a árvore caiu dentro da casa quase atingindo o xerife Stilinski, que conseguiu desviar a tempo. — Não.

— Vocês trouxeram a árvore. — Noah falou animado. — Querem me ajudar a colocar no lugar e decorar?

Isaac negou com a cabeça.

— Não. — Stiles gritou. — Você não sabe o que eu passei pra chegar até aqui. Tivemos que carregar essa maldita árvore por toda a cidade. E ela é muito pesada. Então eu não quero ter que carregar mais.

— Eu te ajudo, xerife. — Scott falou.

Ele se abaixou e pegou a parte de baixo da árvore. Noah também se abaixou e quando o homem pegou a parte de cima, ele e Scott a ergueram. Os dois levaram a árvore para a sala de estar e a colocaram em pé no meio da sala.

— Aqui tá bom. — Noah falou.

— No meio da sala? — Scott indagou. — Geralmente ficam perto da parede.

— Pra mim tá perfeito aqui. — Noah falou cruzando os braços e olhando para a árvore. — Eu vou pegar a decoração.

— Eu vou beber água. — Scott falou e foi para a cozinha, onde encontrou Isaac bebendo água e Stiles falando ao celular, plugado a um carregador ligado ao lado da pia. Scott se aproximou do loiro. — Pode colocar água pra mim por favor?

Lahey encheu o mesmo copo que ele estava bebendo novamente e deu para Scott que bebeu tudo de uma vez.

— Eu não sei o endereço. — Stiles falou impaciente. Ele fez uma pausa e depois continuou. — Ele quebrou perto da placa da saída da cidade. — O garoto fez outra pausa. — Quantas placas tem na saída da cidade? — Stiles fez outra pausa para que a pessoa do outro lado da linha falasse. — Era exatamente isso que eu estava falando desde o início. Vocês podem mandar um guincho, por favor? — Mais uma pausa. — Obrigado. — Stiles falou antes de desligar o celular. Ele colocou o celular no balcão da pia, pegou um copo no armário e colocou água para beber.

— Por que precisa de um guincho? O que houve com o jipe? — Noah perguntou entrando na cozinha segurando uma caixa grande com as duas mãos. Com enfeites de natal dentro dela.

— Ele quebrou. — Isaac respondeu.

— Por isso tivemos que carregar a árvore pela cidade. — Scott falou.

— Deviam ter ligado pra mim, eu teria ajudado. — Noah falou.

— Os celulares descarregaram. — Stiles falou. — Em pleno século XXI e ainda não inventaram um celular que a bateria seja eterna.

Noah sorriu.

— Á árvore já está no lugar, vamos decorá-la? — O homem indagou animado.

— Foi mal xerife, mas eu tenho que ir. — Isaac falou rapidamente. — Muitos panfletos de faculdades pra olhar.

— E eu tenho que levar o Isaac pra casa. — Scott falou. — Espera só eu pegar os capacetes lá em cima.

Scott saiu da cozinha e logo voltou com dois capacetes nas mãos. Ele entregou um para Isaac e os dois seguiram de mãos dadas para fora da casa.

— É filho, somos só nós dois. — Noah falou sorrindo e Stiles suspirou.

***

24 de Dezembro.

— Universidade de Michigan. — Scott falou pegando um dos panfletos em cima da mesa da lanchonete. Ele e Isaac estavam sentados um ao lado do outro e na outra mão do moreno estava um copo de chocolate quente. Os garotos usavam casacos de frios azuis. Sendo que o de Scott era claro e o de Isaac escuro e o Lahey usava cachecol como na maioria das vezes. McCall deu um gole na sua bebida, sem tirar os olhos do belo campus da universidade estampado no panfleto, e então colocou o copo na mesa. Ele abriu o panfleto e começou a ler. — A universidade do Michigan foi fundada em 1917 em Detroid, mas em 1937 foi transferida pra cidade de Ann Arbor. — Scott parou de ler e mais uma vez pegou seu copo de chocolate quente e deu outro gole. — Muito longe. — O garoto falou colocando o copo na mesa mais uma vez.

Assim como toda a cidade, a lanchonete também estava decorada para o natal. Luzes estavam penduradas por todo o ambiente. E tinha uma pequena árvore perto da porta. Isaac também o seu copo de chocolate quente e deu um longo gole.

— Talvez você devesse procurar uma universidade mais perto de mim. — O loiro falou colocando o copo na mesa.

— No Michigan? — Scott indagou olhando pra Isaac.

— E se eu quiser ir? — Isaac falou pegando o panfleto das mãos de McCall. — Olha só, o Michael Phelps estudou lá.

— Você nem gosta de natação. — Scott falou. Em seguida ele procurou entre os panfletos e pegou o que ele queria mais queria mostrar pra Isaac. — UC Berkeley.

— É uma das seis universidades que lideram o ranking de reputação global da Times Higher Education. — Isaac começou a ler o panfleto. — E a terceira melhor universidade do mundo de acordo com a U.S. News. Foi nomeada a melhor universidade pública nos Estados Unidos. Berkeley foi fundada em 1868 e foi o primeiro de dez campos da Universidade da Califórnia. UC Berkeley oferece cerca de 300 cursos de graduação em um grande número de áreas de conhecimento.

— Eu te falei, é perfeita pra você. — Scott falou. — Além de que estudaríamos na mesma universidade.

— Parece ser boa. — Isaac concordou.

— E essa aqui? — Scott falou pegando outro panfleto na mesa. — Alliant International University? Olha só, é aqui na Califórnia. Deixa eu ver a distância pra Davis no Google Maps. — Scott pegou seu celular no bolso do casaco azul claro que vestia e abriu o aplicativo. — O campus da Alliant em San Francisco fica a uma hora e meia de Davis. Um pouco mais distante que Berkeley, mas escuta só. — Scott colocou o celular na mesa e passou a ler rapidamente algumas informações sobre a universidade até que uma coisa lhe chamou a atenção. — A Escola de Psicologia Profissional da Califórnia faz parte da Alliant International University. A Escola foi fundada em 1969 pela Associação de Psicologia da Califórnia. Possui programas de graduação em psicologia clínica, terapia conjugal e familiar, aconselhamento clínico, psicologia organizacional e psicofarmacologia. — Scott gaguejou ao dizer essa última palavra. — Cerca de metade dos psicólogos licenciados da Califórnia são graduados na Escola de Psicologia Profissional da Califórnia. Caramba, acho que ganha de UC Berkeley. Isaac, é perfeita. — Scott pegou seu copo de chocolate quente e deu mais gole olhando pra Isaac. — O que acha?

— Sinceramente? É realmente perfeita. — Isaac confessou.

— Creio que temos a escolhida então. — McCall falou sorrindo passando seu braço pelos ombros de Isaac.

Isaac pegou seu copo na mesa, que estava ao lado do de Scott, e bebeu todo o conteúdo de uma só vez. Ele colocou o copo vazio na mesa e olhou para o amigo.

— Acha que tenho chances de entrar? — O loiro indagou um pouco inseguro.

— Claro que tem. — McCall falou olhando nos olhos do outro. — Só precisamos melhorar suas notas. Eu já passei por isso. E vou te ajudar.

Isaac sorriu. Ele levou sua mão até o maxilar torto de Scott e selou seus lábios num rápido beijo. O celular de Scott vibrou e acendeu. O garoto o pegou e viu uma mensagem da sua mãe. Ele desbloqueou o celular e leu a mensagem.

— Ela quer saber se já estamos indo para o hospital. — McCall falou ainda olhando para o celular. Ele olhou para Isaac. — Você quer ir agora?

— Eu queria tomar outro chocolate quente. — Isaac falou. — Por que você não vai na frente? Eu ainda tenho que passar na casa do Boyd pra pegar minha roupa. — Naquele momento Scott começou a rir e Lahey o olhou confuso. — Do que está rindo?

— É só que tô te imaginando vestindo com aquela roupa. — Scott falou. — Aposto que vai ficar muito fofo.

— Daqui a pouco você não precisa imaginar. — Isaac falou um pouco emburrado.

— Vai pegar seu chocolate. Eu te levo na casa do Boyd. — Scott falou.

— Não precisa, eu vou andando. — Isaac falou. — Pode ir na frente.

— Você ficou chateado? — Scott indagou.

— Não, isso é bobagem. Mas realmente não precisa me levar até a casa do Boyd.

— Então te vejo no hospital. — Scott falou antes de dar um beijo na bochecha de Isaac.

McCall se levantou, tirou sua carteira do bolso, a abriu, tirou algumas notas de dentro e colocou na mesa. O moreno pegou os dois capacetes em cima da mesa e se dirigiu até a saída da lanchonete sendo acompanhado pelos olhos de Isaac. Um garçom usando um gorro de Papai Noel, que aparentava ser um pouco mais novo que Lahey, se aproximou da mesa e perguntou para o loiro se ele podia recolher os copos. Isaac assentiu com a cabeça e pediu mais um chocolate quente pra viagem.

Lahey tirou uma nota do bolso da calça pra somar o dinheiro que Scott havia deixado e entregou para o garçom que se afastou levando os copos. Não demorou muito para que o garoto voltasse com mais um copo de chocolate quente em um porta-copos marrom. Isaac juntou os panfletos em cima da mesa, se levantou, pegou o porta-copos e agradeceu antes de se dirigir a saída da lanchonete. Ao abrir a porta, o garoto se deparou com Kira, que quase esbarrou nele. Ela usava um casaco rosa e um gorro felpudo branco.

— Oi. — A garota falou animada. — Eu não te vi ontem no colégio.

— Achei que você tivesse viajado. — Isaac falou.

— Eu e meus pais íamos pra Nova York, mas os planos mudaram e vamos ficar por aqui mesmo. — Kira falou.

— Eu sempre passei o natal aqui. — Isaac observou antes de dar um gole no seu chocolate quente.

— Foi bom te encontrar aqui, Isaac. — Kira falou. — A Malia viajou pra América do Sul. Ela vai passar o natal com uns primos dela.

— Não sabia que ela tinha primos. — Isaac falou.

— São parentes do pai biológico dela, ela acabou de descobri-los. Enfim eu queria saber se você e o Scott vão fazer alguma coisa mais tarde. Poderíamos fazer uma reunião na minha casa. Eu, você, o Scott, o Stiles, o Boyd e a Erica. Fazer um amigo secreto ou algo assim. — Kira sugeriu.

— Poxa ia ser bem legal, Kira. Mas eu e o Scott temos uma coisa pra fazer no hospital. — Isaac falou.

— No hospital? — Kira indagou com a testa franzida.

— É. É uma coisa que fazemos há alguns anos. Nós distribuímos presentes para os doentes. São vales presentes e alguns brinquedos pra algumas crianças. Não é muita coisa, mas eles ficam felizes.

— Isso é muito legal, Isaac. — Kira falou sorrindo. — Então nada de festa. Mas será que eu posso ir com vocês?

— Claro. Eu tava indo agora mesmo pra casa do Boyd pra pegar minha roupa e de lá eu vou para o hospital. — Isaac falou.

— Roupa de Papai Noel, é? — Kira indagou debochadamente.

— Talvez. — Isaac confessou.

— Você vestido de Papai Noel? Eu com certeza quero ver isso. — A garota falou sorrindo. — Deixa só eu comprar um capuccino e podemos ir.

Isaac assentiu. Ele deu espaço pra Kira passar pela porta e saiu pela mesma para aguardar a garota do lado de fora da lanchonete. Alguns minutos depois, Kira saiu da lanchonete segurando um porta-copos igual ao de Isaac com um copo um pouco maior que o do garoto. A casa de Boyd não era distante e mesmo a pé eles levaram menos de dez minutos para chegar. No jardim, algumas miniaturas de Papai Noel estavam espalhadas pela grama. Luzes estavam penduradas na sacada e na porta tinha uma guirlanda enfeitada com bolas de natal azuis. Isaac bateu na porta e Alicia, a irmã do seu amigo atendeu. Ele e Kira entraram e subiram para o andar de cima.

— Vocês fazem isso há muito tempo? — Kira indagou ao entrar um pouco acanhada no quarto de Boyd.

Isaac pegou o copo vazio de Kira e jogou no lixo, ao lado da escrivaninha, junto ao seu e colocou os panfletos das faculdades em cima da escrivaninha ao lado de um gorro verde e um pequeno embrulho azul e quadrado.

— Não muito. — O garoto falou se dirigindo ao closet enquanto Kira observava o quarto. Era um típico quarto de um adolescente. Algumas roupas espalhadas pelo chão. Alguns posters nas paredes, e livros e cadernos jogados na escrivaninha com um notebook aberto perto deles. A cama, que agora era um beliche, estava desforrada, pelo menos a de baixo estava. — Quando eu morava com o Scott e a Melissa, às vezes no natal ela tava trabalhando e não queria que ficássemos sozinhos. Então nós passávamos o natal no hospital com ela. Mas sabe como é, né? Dois garotos saudáveis passando o natal num hospital, não ficávamos exatamente parados. Então, nós entrávamos nos quartos e conversávamos com os doentes, até cantávamos. Eles gostavam disso. Então, nos anos seguintes nós dois economizamos e decidimos comprar algumas coisas pra eles. E fazemos isso desde então. Só que agora vamos vestidos a caráter.

Isaac se aproximou de Kira segurando um cabide com a roupa que usaria. A garota olhou a roupa e sorriu.

— Achei que você fosse o Papai Noel. — Ela zombou.

— O Scott vai ser. Eu só vou ser o duende ajudante. — Isaac falou.

— E aquilo ali, você vai levar? — Kira perguntou apontando para o pequeno embrulho azul em cima da escrivaninha.

— É o presente do Scott. — Isaac falou pegando o embrulho. — Eu vou dar mais tarde pra ele. — Kira assentiu. O garoto colocou o embrulho no lugar, pegou o gorro e o colocou na cabeça. — Podemos ir?

— Claro. Estou ansiosa.

Isaac pediu pra Kira pegar um par de botas marrons ao lado da porta. Ela pegou e os dois saíram do quarto, desceram as escadas e saíram da casa. Já estava anoitecendo quando eles chegaram ao hospital. No pátio, tinha uma grande árvore de Natal decorada com luzes e enfeites. E do lado de dentro não estava tão diferente. Várias luzes estavam penduradas pelos corredores e viscos em várias partes do teto e da parede. Isaac e Kira pegaram o elevador e foram para o quinto andar, onde Melissa já esperava. Ela usava seu uniforme de enfermeira e um gorro de Papai Noel. Assim como o térreo, o corredor do quinto andar estava decorado com luzes e enfeites.

— O Scott tá no banheiro se trocando. — A mulher falou. — Oi Kira.

— Oi, senhora McCall. — A garota cumprimentou.

— Eu vou me trocar também. — Isaac falou. Ele pegou as botas com Kira e seguiu para o banheiro.

Assim que abriu a porta, Isaac se surpreendeu ao ver Scott com uma roupa toda vermelha, uma bota preta, uma barba falsa branca e um gorro vermelho. McCall olhava incerto para o seu reflexo no espelho. Lahey sorriu chamando a atenção do moreno.

— Isso não vai dar certo. — Scott falou. — Eu estou ridículo.

— É por uma boa causa. — Isaac falou se aproximando do amigo, colocando as botas no chão no caminho. — E você é o Papai Noel mais sexy que eu já vi. Segura pra mim. — Isaac estendeu o cabide com sua roupa pra Scott, que a segurou, tirou o casaco que vestia seguido pelo cachecol e os colocou no mármore da pia. Em seguida o loiro tirou o gorro da cabeça e depois sua camisa e os colocou junto com o casaco. Scott passou a observar o tronco desnudo de Lahey e mordeu os lábios. — Eu chamei a Kira pra vir. — O garoto falou tirando seus sapatos. Em seguida, tirou suas meias. — Na verdade, ela que se convidou. — Isaac tirou a calça e colocou junto com as outras roupas na pia e em seguida pediu a roupa que Scott estava segurando. Mas o moreno não entregou. Ele estava hipnotizado com Isaac seminu e não prestava atenção em mais nada. — Scott? — O loiro falou e McCall piscou os olhos e o encarou. — Dá pra parar de me comer com os olhos e se concentrar aqui?

— Desculpa. — Scott pediu um pouco envergonhado entregando a roupa para Isaac. O garoto pegou a calça marrom e a vestiu. — Lembra quando transamos no banheiro do colégio? — O moreno indagou.

— Não vamos transar aqui. — Isaac falou pegando a camisa verde e a vestiu rapidamente. A camisa ia até o meio das suas coxas. O loiro pegou um cinto marrom, o colocou na cintura por cima da camisa e o afivelou.

— Não vamos, mas a gente bem que podia repetir, né? — Isaac sorriu e se sentou no chão, calçou as botas e logo ficou de pé novamente. — Pronto? — O loiro pegou o gorro verde no mármore da pia o colocou de novo na cabeça e assentiu para Scott. — O saco de presentes tá com minha mãe. A maioria são vales presentes, mas tem alguns brinquedos se tiver crianças. Vamos lá, Zelda.

Scott se dirigiu até a porta do banheiro e a abriu. Isaac pegou suas roupas e seguiu Scott.

— Você sabe que Zelda é a princesa, não sabe? — Isaac indagou quando passou pela porta e Scott revirou os olhos. — O nome dele é Link.

Melissa e Kira conversavam enquanto aguardavam os meninos do no corredor. E quando os meninos apareceram, elas pararam de falar e olharam para eles. A enfermeira segurava um saco vermelho com as duas mãos. Kira pegou seu celular e tirou várias fotos de Scott e Isaac. Os garotos fizeram poses e caretas engraçadas.

— Eu tava falando pra sua mãe que o que vocês tão fazendo é bem legal, Scott. — Kira falou após acabar a sessão de fotos.

— É sim. — Melissa concordou dando o saco de presentes para Isaac. — E esse ano o Noah pegou a ideia. Ele, alguns policiais e o Stiles vão fazer a mesma coisa no orfanato.

Melissa se dirigiu até um dos quartos sendo seguida por Scott, Isaac e Kira. A mulher bateu na porta e a abriu.

— Tem alguém aqui querendo ver você. — A enfermeira falou.

Scott entrou no quarto sendo seguido por Isaac enquanto Melissa e Kira observavam de fora. No leito, tinha um garotinho que não parecia ter mais que seis anos. E sentado numa poltrona ao lado da cama, estava um homem que provavelmente era seu pai.

— Feliz natal, garotinho. — Scott falou forçando um pouco a voz.

— Você não parece o Papai Noel. — O garotinho falou curioso, mas com os olhos brilhando.

Scott e Isaac sorriram.

— Na verdade, eu sou o filho dele. Estou em treinamento, então ele me mandou. — Scott falou.

— Então você é o Filho Noel? — O garotinho perguntou.

— É isso mesmo. — Scott confirmou. — E esse aqui é meu duende ajudante, Link. Qual o seu nome?

— Liam. — O garotinho respondeu.

— Liam, você foi um bom menino esse ano? — Scott indagou.

— Eu acho que sim. — O garotinho falou. — O papai disse pra eu não descer a escada correndo, mas eu não obedeci então por isso tô aqui. Mas eu fui um bom menino nas outras vezes.

— Eu gostei da sua sinceridade, Liam. — Scott falou. — Eu tive que trazer os primeiros brinquedos da fábrica, por isso não tem tantos, mas o que você quer ganhar?

— Uma boneca. — O garotinho falou surpreendendo os meninos. Scott olhou para o pai de Liam, sentado ao lado do leito e o homem assentiu. — Os outros meninos falam que é brinquedo de menina, mas eu gosto.

— Temos alguma boneca aqui, Link? — Scott indagou para Isaac.

— Acho que sim. — O loiro falou abrindo o saco e olhando dentro. Ele viu uma pequena caixa rosa e a pegou. Os olhos do garotinho brilharam e ele sorriu. Isaac deu a caixa com a boneca dentro pra Scott.

— Olha só como você está com sorte hoje, Liam. — McCall falou se aproximando do leito do garotinho. — Aqui está.

— Obrigado. — Liam agradeceu e se inclinou para abraçar Scott, que o abraçou de volta.

— Não liga pra o que os outros meninos dizem, Liam. — Isaac falou. — Se você gosta de bonecas, não tem problema nenhum. — O pai de Liam olhou para Isaac e falou um “obrigado” sem emitir nenhum som.

— Bom, Liam, eu tenho que ir. Ainda tenho muita gente pra visita e Beacon Hills é só a primeira parada.

— Tchau, Filho Noel. Tchau, Link.

Scott e Isaac saíram do quarto. Melissa e Kira sorriram pra eles. E eles seguiram para o próximo quarto. Uma senhora Idosa, que estava acompanhada por sua filha e genro. Scott deu um vale presentes pra ela.

— Você está sozinho querido? — A senhora indagou pra Scott. — Meu marido morreu há alguns anos e eu não namorei mais ninguém. Não é todo dia que um senhor bonito como você vem me visitar.

— Mãe. — A filha da idosa falou revirando os olhos e o marido dela riu.

Scott ficou um pouco nervoso e Isaac se controlou para não gargalhar.

— Eu já tenho alguém, senhora. — McCall falou.

— Que pena. Se mudar de ideia, eu estarei aqui até amanhã. — A senhora falou.

Isaac não conseguiu mais se controlar e gargalhou. Scott olhou nervoso pra ele e depois para a senhora no leito.

— Eu vou pensar. — O moreno falou sorrindo.

Scott e Isaac saíram do quarto e o Lahey não conseguia parar de rir.

— Eu devo me preocupar? — O loiro indagou depois de algum tempo após recuperar o fôlego.

— Com certeza. — Scott falou. — Assim que eu terminar aqui, vou chamá-la pra um encontro.

— Ela é uma fofa. — Isaac falou.

Melissa conduziu Scott e Isaac para outro quarto e depois para outro. E quando eles terminaram de visitar todos os doentes em todos os andares, foram para o mesmo banheiro de mais cedo para trocarem de roupa.

— Ai, ai, ai. — Scott reclamou enquanto Isaac puxava sua barba postiça. E quando viu que não adiantaria puxar aos poucos, o loiro a arrancou de uma vez e a jogou no chão. McCall abriu a torneia, molhou as mãos e passou na boca junto com sabonete líquido para limpar os resquícios de cola. — Isso tava me dando coceira. Nunca mais quero usar.

Scott tirou a camisa vermelha e foi a vez de Isaac ficar admirando o corpo do moreno pelo reflexo do espelho. Lahey olhou a tatuagem do amigo. Ele adorava aquela tatuagem e depois que descobriu o que significava, passou a adorar mais ainda. Scott tirou as botas e a calça e Isaac parou de observar o moreno e também começou a se despir. Os dois vestiram as roupas que estavam usando antes e colocaram as fantasias no saco de presentes.

— Tem mais um presente na casa do Boyd. — Isaac falou. — Você pode ir lá comigo pegar.

— Pra quem é? — Scott indagou olhando para Isaac com uma sobrancelha levantada.

Lahey não respondeu nada, ele apenas estendeu a mão para Scott e o moreno a segurou sorrindo entrelaçando seus dedos. McCall pegou o saco de presentes com as fantasias no chão e os dois saíram do banheiro. Scott deu o saco para Melissa, que segurava os dois capacetes do filho e um saco plástico vermelho. A mulher tirou um embrulho vermelha de dentro do saco antes de entregá-lo para o filho junto um dos capacetes. O outro capacete ela deu para Isaac. Scott tirou um vale presentes do bolso e deu para a mulher.

— Mãe, esse aqui é pra o doutor Geyer. Entrega pra ele por mim por favor. — Melissa assentiu. — Eu vou levar o Isaac em casa, nos vemos mais tarde. Tchau, Kira. — Scott abraçou a garota. — Feliz natal.

— Feliz natal, Scott. — A garota falou.

— Depois você manda as fotos pra mim? — O garoto falou ao se afastarem.

— Claro. — Kira falou e em seguida se aproximou de Isaac e o abraçou. — Feliz natal, Isaac.

— Feliz natal, Kira. — O loiro falou. Ele se afastou da garota e foi falar com Melissa.

— Acho que só vou te ver depois do natal. — A mulher falou. — Eu fiz isso pra você. — Melissa enrolou um cachecol vermelho feito de tricô, no pescoço de Isaac por cima do que ele usava.

— Eu não tenho nada pra te dar. — O garoto falou um pouco envergonhado. — Não queria te dar um vale presentes.

— Não tem problema. — Melissa falou e abraçou Isaac.

— Desculpa não passar com vocês esse ano.  — O garoto falou um pouco triste.

— Tudo bem, querido. — A mulher falou apertando Isaac ainda mais sobre o abraço. — Tenha um bom natal.

— Você também. — O garoto falou.

Eles se afastaram. Scott e Isaac deram as mãos mais uma vez e seguiram para o elevador. Isaac apertou o botão e eles esperaram. Poucos minutos depois a porta abriu e os garotos entraram.

— Kira, se puder esperar meia hora, eu te dou uma carona pra casa. — Melissa falou para a garota.

— Tudo bem, eu espero. — A garota falou.

— O que tem aí? — Isaac perguntou para Scott dentro do elevador. O moreno estava distraído olhando para um ramo de visco pendurado no teto do elevador.

— Um visco. — Scott falou.

— O que? — Isaac indagou com a testa franzida. Mas logo olhou para onde Scott olhava. — Não precisa usar isso como desculpa pra me beijar, apenas me beije.

Scott olhou para Isaac e sorriu. Em seguida, o moreno rompeu a distância entre eles e selou seus lábios já pedindo passagem com a língua, que o loiro cedeu sem hesitar. Eles continuaram se beijando por alguns segundos, até que ouviram o som que o elevador faz antes da porta abrir, e se afastaram sem desviar os olhos um do outro e com sorrisos bobos. Eles saíram do elevador e se dirigiram para a saída do hospital e rapidamente chegaram onde a moto de Scott estava estacionada.

— Segura pra mim? — Scott pediu estendendo o saco vermelho para Isaac. O loiro colocou o capacete na cabeça e pegou o saco. — Não vale olhar hein.

— Não vai me contar o que tem aqui? — Isaac indagou curioso.

Scott sorriu e também colocou o seu capacete.

— É só o presente do Stiles. — Scott falou e subiu na moto.

Isaac o olhou um pouco duvidoso e um pouco decepcionado também, mas ele logo subiu na moto e passou o braço livre pelo tronco de Scott e segurou firme na camisa do moreno por baixo do casaco enquanto que o outro braço, ele levou até seu próprio dorso, segurando o suposto presente de Stiles num abraço. Scott deu a partida na moto e seguiu para a casa de Boyd. Minutos depois McCall estacionou sua moto, eles desceram, tiraram seus capacetes e se dirigiram para porta. Isaac bateu e Boyd atendeu alguns segundos depois.

— Você precisa de uma chave. — Boyd falou ao abrir a porta. — E aí, Scott?

— Oi, Boyd. — Scott o cumprimentou ao passar pela porta.

— Querem jogar vídeo game? — Boyd perguntou. — Tenho que aproveitar que minha irmã não está aqui.

— Não. Estaremos lá em cima. — Isaac falou puxando Scott pelo braço.

Eles subiram as escadas enquanto Boyd voltou para o seu videogame. Os garotos entraram no quarto. Isaac acendeu a luz, pegou o capacete de Scott e colocou em cima da cama de baixo do beliche junto com o que ele segurava e o saco que o moreno tinha pedido para ele segurar.

— Tira o seu casaco. — Isaac falou tirando o casaco dele. Em seguida, ele tirou os cachecóis. Scott também tirou o seu casaco, deu para o loiro sentou no chão encostado na cama.

Isaac jogou os dois casacos junto com os cachecóis no beliche de cima e foi até a escrivaninha. Ele pegou o pequeno embrulho azul, voltou a se aproximar de Scott e se sentou ao lado dele.

— O que é isso, Isaac? — Scott indagou sorrindo olhando para o embrulho na mão de Isaac.

— Eu vi isso aqui no shopping e lembrei de você. — Isaac respondeu estendendo o embrulho para Scott. McCall o pegou sorrindo e Lahey o olhou com expectativa.

— É pra mim? — Scott perguntou.

— É sim. — Isaac falou ansioso. — Abre.

Scott rasgou o embrulho ansioso revelando uma caixa preta e assim que abriu os olhos do garoto brilharam e ele sorriu surpreso. O pingente era um coração, mas não era um coração comum, eram dois lobos um de frente para o outro. Um era cinza escuro e o outro marrom. Seus corpos estavam modelados em forma de coração de modo que as patas dianteiras estavam curvadas formando a parte de cima enquanto que as caldas e as patas traseiras formavam a parte de baixo do coração. Seus focinhos estavam juntos e nos pescoços dos lobos, estava a corrente prateada que formava o colar.

— Isaac, isso... — Scott não sabia o que falar. — Eu adorei. É perfeito. Coloca em mim?

Scott tirou o colar da caixa, a colocou gentilmente na cama e entregou o colar para Isaac. O moreno ficou de costas para o outro, que colocou o colar com destreza. Scott pegou o pingente e o encarou maravilhado.

— Eu tô muito feliz que você gostou. — Isaac falou.

Scott se virou para Isaac novamente, levou uma das mãos até a nuca do loiro e o beijou. O ósculo durou alguns segundos e terminou com McCall dando selinhos em Lahey enquanto mantinha sua testa colada à do loiro.

— Obrigado. — Scott falou antes de dar mais um selinho em Isaac. — Agora eu me sinto um idiota porque o seu presente não é tão legal quanto o meu.

Scott se inclinou um pouco na cama e pegou o saco vermelho junto aos capacetes. Isaac o olhou curioso com uma sobrancelha erguida. O moreno tirou o presente de dentro e o entregou para Isaac. Era retangular e tinha o tamanho de uma agenda. O papel de presente era verde e tinha alguns Papais Noéis.

— Eu estava segurando o meu presente o tempo todo? — O loiro falou incrédulo. — Bem que eu tava desconfiado.

Isaac rasgou o papel de presente e a primeira coisa que lhe chamou a atenção foi a foto capturada num momento de distração. Ele e Scott estavam nela, o moreno estava com o braço por cima dos seus ombros e ambos sorriam sem olhar câmera. Era um sorriso espontâneo. Isaac lembrava muito bem daquele dia, tinha sido algumas semanas atrás. Ele e Scott tinham saído junto com Kira e Malia para um pub, onde tinha um karaokê. Foi uma noite divertida. Eles cantaram, sendo que Scott surpreendentemente foi muito bem, Kira não ficou muito atrás e Isaac foi razoavelmente bem. Já Malia, preferiu ficar sentada na mesa e não cantar. No momento que a foto foi tirada, Kira tinha acabado de contar uma história engraçada que Isaac não lembrava. Lahey então reparou como o porta-retratos era diferente e muito bonito. A moldura parecia ser feita de galhos de árvores e no lado direito tinha duas cabeças de lobo. Isaac ficou encarando o presente sem dizer uma palavra.

— Você não gostou? — Scott perguntou inseguro. — Eu sei que não foi tão original quanto o seu.

— Eu amei. De verdade. — Isaac respondeu olhando para Scott. — É só que essa foto.

— Foi a Kira que tirou e você nem percebeu. — Scott falou olhando a foto. — Ela capturou o momento certo. Você está tão bonito nessa foto. Seu sorriso é tão bonito, principalmente quando é espontâneo assim. — Isaac olhou para o chão um pouco envergonhado, mas sorriu. Scott levou sua mão até o maxilar de Lahey e virou o rosto do loiro para olhá-lo nos olhos. — Assim mesmo. — McCall acabou com o espaço entre eles e selou seus lábios num beijo calmo.

— Obrigado pelo presente. — Isaac falou após se afastarem. — Eu amei muito esse porta-retratos. Parece que nós pensamos igual. — O garoto falou colocando seu polegar em cima das cabeças de lobo.

— Verdade. — Scott concordou. — Isso me lembra o Halloween.

— É mesmo, você copiou minha fantasia.

— Eu copiei? — Scott indagou e Isaac assentiu. — Você que copiou a minha.

Scott pegou o porta-retratos e botou na cama. Em seguida, ele colocou as mãos na barriga de Isaac e começou um ataque de cócegas no loiro, que passou a gargalhar desesperadamente tentando inutilmente se esquivar do moreno.

— Scott, para. — Isaac pediu ainda gargalhando. Ele deitou no chão tentando se esquivar novamente, entretanto, Scott deitou por cima dele e continuou o ataque de cócegas por todo o tórax do loiro.

— Só se você admitir que copiou minha fantasia. — Scott falou sorrindo.

— Não. — Isaac falou.

— A escolha é sua.

— Por favor, para. — Isaac mais uma vez pediu, porém Scott continuou fazendo cócegas nele. — Tá bom.

Scott parou com as cócegas, apoiou suas mãos no chão, uma de cada lado do loiro, e o olhou com expectativa. Isaac também olhou para o amigo, mas ele não falou nada. Apenas inclinou um pouco o dorso e beijou o moreno. Scott então deslizou sua boca até o ouvido de Isaac e passou a morder o lóbulo do loiro, que ficou arrepiado.

— Eu queria te despir agora e fazer coisas inapropriada. — Scott sussurrou no ouvido de Isaac e o loiro sentiu seu membro já ficando ereto. McCall não estava tão diferente. Lahey então empurrou o outro para que ele voltasse a ficar sentado e também se sentou. — Mas é melhor eu ir pra casa.

— Tem certeza? — Isaac indagou um pouco triste. — Não quer ficar mais um pouco?

— Eu tenho mesmo que ir. — Scott falou.

O moreno apoiou o braço na cama para ficar de pé. Em seguida ele estendeu a mão para Isaac, que a pegou, e puxou o loiro para que ele também ficasse de pé. Lahey pegou o casaco de McCall na cama de cima e entregou para ele. O moreno vestiu e pegou os dois capacetes. Eles saíram do quarto e desceram para o andar de baixo.

— Você já vai? — Boyd perguntou para Scott se aproximando dele e de Isaac.

— Já sim. — Scott falou. Ele e Boyd apertaram as mãos e deram um breve abraço. — Tchau, Boyd. Feliz natal.

— Feliz natal, Scott. — Boyd falou e subiu as escadas.

Scott e Isaac se dirigiram para a porta e o loiro a abriu. Lahey acompanhou McCall até a moto e o moreno montou nela.

— Então, te vejo na segunda? — Isaac indagou.

— Claro. — Scott falou antes de beijar Isaac.

O beijo terminou com vários selinhos. Scott colocou um dos capacetes na cabeça e ligou a moto. O moreno então deu uma última olhada em Isaac e seguiu seu caminho. Lahey ainda ficou observando o amigo e quando a moto saiu de sua vista, o loiro entrou em casa e foi para o quarto. Boyd estava sentado na sua cama, a de baixo, quando Isaac entrou, ele pegou o porta-retrato ao seu lado e entregou para o loiro.

— Porta-retrato legal. — O garoto negro falou.

— É, não é? — Isaac concordou. — O Scott me deu. — O loiro suspirou. — Boyd, eu tô tão apaixonado por ele.

— Dá pra notar. — Boyd falou sorrindo. — Onde vai colocar o porta-retrato?

— Eu não sei. Eu ia mesmo te perguntar se eu posso colocar ali. — Isaac apontou para uma prateleira de vidro na parede, onde tinha alguns porta-retratos com fotos do seu amigo. Um deles tinha uma foto de Boyd com Erica. Outro tinha uma foto dele com sua irmã. Outro com os pais e a irmã. E um último tinha uma foto dele com o loiro, Scott e Stiles.

— Claro que pode, cara. Esse quarto também é seu.

— Os seus pais podem não gostar. — Isaac falou um pouco envergonhado olhando para o chão.

— Isaac, você tá morando com a gente há mais de um mês e ainda não se sente em casa? — Boyd falou ficando de pé. Ele se aproximou de Isaac.

— Às vezes eu acho que estou abusando da hospitalidade.

— Compramos um beliche pra você não ter que dormir no chão. — Boyd colocou a mão no ombro de Isaac. — Você tá com a gente agora. E nós queremos que se sinta em casa. — Boyd pegou o porta-retrato de Isaac, foi até a prateleira e afastou um pouco um dos seus e colocou o de Isaac. — Pronto.

— Valeu. — Isaac falou sorrindo.

***

25 de Dezembro.

— Ela tá meio torta. — Stiles falou para Scott.

Eles estavam observando a árvore de natal, agora devidamente decorada com luzes, bolas coloridas e uma estrela dourada no topo, que deu tanto trabalho pra eles dois dias antes. No chão, rodeando a árvore, tinha alguns presentes.

— Não, ela tá normal. — Scott falou.

— A árvore está perfeita. — Noah falou se aproximando dos dois e colocando seus braços nos ombros dos garotos. — Já podemos começar o amigo secreto. Quem quer começar?

— Você pode começar, pai.

— Muito bem. — Noah falou se abaixando para pegar um dos presentes, que estava embrulhado com um papel azul. Scott e Stiles se aproximaram de Melissa, que estava sentada no sofá e sentaram no chão encostados no sofá. — Bom, eu não tenho muito costume com amigo secreto e sou péssimo pra dar presentes. Mas de qualquer forma eu estou muito animado com isso. — O homem fez uma pausa. — Meu amigo secreto é um garoto muito especial.

— Pai, assim você me deixa sem graça. — Stiles falou interrompendo Noah.

— Ele é um bom amigo e tá sempre disposto a ajudar as pessoas. — Noah continuou. — Eu tenho certeza que meu filho se meteria em mais encrencas do que já se mete se não fosse essa pessoa pra colocar juízo na cabeça dele.

— É o Scott. — Melissa falou.

— Eu? Achei mesmo que fosse o Stiles. — Scott se levantou e deu um abraço em Noah.

— Como eu disse, eu não sou bom em dar presentes, mas eu espero que você goste. — Noah falou ao romperem o abraço. — Eu confesso que o Stiles me ajudou.

Scott rasgou o papel de presente e tirou uma camisa de dentro. O garoto desdobrou a camisa e sorriu. Ela era toda preta, com exceção das letras nas cores azul, magenta e roxa que formavam a frase “Eu gosto de garotos e gosto de garotas”.

— Eu gostei muito. — Scott falou. — De verdade. Obrigado, Noah. — Scott entregou a camisa para Melissa, que a dobrou, e pegou uma caixa branca de presente um pouco grande com um laço vermelho azul enrolado. Enquanto Noah foi se sentar ao lado da namorada. — Meu amigo secreto é uma pessoa que não é muito normal.

— É o meu filho. — Noah falou e Scott começou a rir.

— Ele não é muito normal, mas é meu melhor amigo e sempre que eu preciso, ele tá lá. Foi o primeiro pra quem eu consegui me abrir e também me incentivou muito a me abrir para as pessoas. Eu não sei o que eu faria sem você, Stiles. Você é meu irmão e meu amigo secreto. — Scott falou.

— Cara, você não vai me fazer chorar. — Stiles falou ficando de pé, no entanto seus olhos estavam marejados. Ele se aproximou de Scott, desenrolou o laço e abriu a caixa. A primeira coisa que chamou a atenção de Stiles foi um taco de basebol de metal. Ele pegou o taco e olhou curioso. — O que eu vou fazer com um taco de basebol? Eu nem jogo basebol.

— Sei lá, caçar bandidos? — Scott falou. — Eu tava assistindo uma série com o Isaac. Uma série sobre vampiros ou algo assim, eu tava prestando atenção em outras coisas. Mas tinha um personagem que parecia muito com você. E ele caçava os vampiros ou algo assim com um taco de basebol.

— Não tem nada a ver comigo. — Stiles falou. Ele olhou dentro da caixa novamente e viu um rolo de fita adesiva e sorriu e pegou. — Agora sim você tá falando a minha língua. Eu tava mesmo precisando de mais fita adesiva. — Stiles olhou na caixa mais uma vez e viu um papel. O garoto pegou o papel e leu a caligrafia inconfundível de Scott. — Vale conserto.

— É pra o jipe. — Scott falou colocando a caixa vazia no chão novamente. — Eu já passei na oficina do pai do Tucker e acertei.

— É o melhor presente com certeza. — Stiles falou abraçando Scott. — Valeu, irmão. — Eles se afastaram e Scott voltou a se sentar no chão encostado no sofá que Melissa e Noah estavam sentados. — Bom, antes de falar quem é meu amigo secreto, eu tenho que falar do presente. O presente não é só meu, mas do Scott também e é pra vocês dois. — Noah e Melissa olharam um para o outro. Em seguida eles olharam para Scott que olhou pra eles e sorriu e depois voltaram a encarar Stiles. — A pessoa que eu tirei é uma mulher incrível. Quando a minha mãe morreu, ela tava lá do meu lado me dando apoio. Ela tem literalmente um coração de mãe e adota todos os amigos do Scott como filhos. Tenho certeza que se o Isaac tivesse aqui ele concordaria comigo. — Melissa sorriu. Ela se levantou, se aproximou de Stiles e o abraçou. — O seu presente, quer dizer, pra vocês dois, é um fim de semana num spa. Sem filhos, sem preocupações. Apenas tomando banho de lama e relaxando.

— E quando os gatos saem, os ratos fazem a festa, não é? — Noah questionou. — Já tô até imaginando minha casa destruída quando eu voltar.

— Noah, você pode aproveitar esse presente sem pensar no pior? — Melissa falou.

— Obrigado, Melissa. — Stiles falou indo se sentar ao lado de Scott. Ele colocou seus presentes no chão ao seu lado e olhou para o seu pai. — Você podia aprender com ela a confiar mais em mim. E você não disse que o Scott coloca juízo na minha cabeça? — Noah assentiu. — Então pronto. E conhecendo vocês dois, vão acabar indo só daqui a um mês. Por causa dos horários malucos.

— Muito obrigada aos dois. — Melissa falou olhando para Stiles e depois para Scott. Em seguida ela olhou para Noah. — Nós precisamos mesmo relaxar. E de um tempo só pra nós dois. — A mulher então pegou um pequeno embrulho no chão. — Acho que eu não preciso fazer mistério. Vocês já sabem quem eu tirei. Esse homem maravilhoso, um pai incrível, que eu tenho a maior alegria de chamar de namorado.

Noah sorriu. Ele ficou de pé e se aproximou de Melissa e a mulher deu o pequeno embrulho. Ele abriu revelando uma caixa de perfume.

— Meu perfume favorito. — O homem falou.

— Eu tive que ficar uma hora cheirando diferentes perfumes pra descobrir qual era o certo. — Melissa falou.

Noah sorriu mais uma vez e selou seus lábios nos de Melissa. Scott imediatamente fez uma careta. Não que ele não estivesse feliz por sua mão e o xerife. Mas ele ainda não estava acostumado com visão de sua mãe beijando um homem.

— Com licença, eu preciso fazer uma ligação. — O McCall mais novo anunciou.

O garoto se dirigiu até a cozinha, pegou seu celular no bolso da calça, desbloqueou e discou o número. Ele esperou um pouco até que a pessoa atendeu.

— Oi, filho. — Rafael falou do outro lado da linha.

— Tá ocupado? — Scott indagou.

— Não. Na verdade, eu já ia te ligar pra te desejar feliz natal. — Rafael falou.

— Foi pra isso mesmo que eu liguei. Feliz natal, pai. — O garoto falou. Ele pensou em falar mais alguma coisa, dizer que queria que o pai estivesse ali com ele, no entanto ele hesitou.

— Feliz natal pra você também. Como tão as coisas por aí?

— Você acredita que o Stiles me fez ir atrás de uma árvore na sexta-feira? Como se não bastasse ser muito tarde, o jipe dele quebrou e nós tivemos que carregar a árvore por toda a cidade. — Scott falou sorrindo ao lembrar. Rafael sorriu também. — Hoje fizemos um amigo secreto. E a gente vai jantar daqui a pouco. E por aí?

— Ontem teve a confraternização do trabalho. — Rafael falou. — E hoje eu tive folga. Eu pensei em ir até Beacon Hills te ver, mas eu chegaria tarde.

— Queria que tivesse vindo. — Scott falou. do outro lado da linha Rafael sorriu. — Quer dizer, se desse pra você vir.

— Já que eu não fui te ver, o que você acha de vir pra Washington passar o ano novo comigo? Pode trazer o Isaac também.

— Eu vou falar com ele e te aviso. — Scott falou. — Eu tenho que desligar, tão me esperando pra jantar.

— Ok. Tchau, filho.

— Tchau pai. — Scott falou antes de desligar o telefone. Ele voltou para a sala.

— Achei que você fosse ficar no telefone com o Isaac a noite toda. — Stiles falou. — Eu tô com fome.

Scott sorriu. Ele se aproximou de Stiles, passou seu braço pelos ombros do amigo e eles seguiram para a sala de jantar, onde Melissa e Noah já estavam colocando as comidas na mesa.

***

— Vamos. Vernom, estamos atrasados. — A senhora Boyd gritou apressando o filho. Ela o aguardava na porta de casa.

— Já tô indo. — O garoto falou descendo as escadas rapidamente.

— A sua irmã está impaciente. — A mulher falou.

— Relaxa, o coral não vai cantar sem ela. — Boyd falou ao passar pela porta.

A senhora Boyd fechou a porta e a trancou em seguida. O senhor Boyd, Isaac e Alicia os aguardavam perto do carro estacionado em frente a garagem. A garota estava nervosa, pois ela ia se apresentar com o coral do colégio na praça do centro da cidade e era a sua primeira apresentação.

— Antes de irmos, Isaac eu tenho uma coisa pra você. — A senhora Boyd falou se aproximando do loiro. Ela entregou uma caixa pra ele. — Isso é de todos nós.

— Não precisava, senhora Boyd. — Isaac falou um pouco constrangido.

— Precisava sim. — A mulher falou. — E já devíamos ter te dado há algum tempo. — Isaac abriu a pequena caixa e se surpreendeu ao ver uma chave prateada. — O Vernom me falou que você se sentia inseguro em relação a morar conosco. Sei que a casa dos McCall é mais aconchegante pra você. Mas queremos que se sinta em casa aqui. E não precisa ficar inseguro, porque você agora faz parte da família.

— Eu... — Isaac começou a falar, entretanto ele estava sem palavras. Seus olhos ficaram um pouco marejados. E mesmo que ele ainda se sentisse um pouco inseguro, ignorou esse sentimento. — Obrigado senhora Boyd. Eu não sei o que dizer, obrigado a todos vocês. — Isaac abraçou a mulher.

— Esse momento tá lindo e eu digo de coração bem-vindo a família Isaac, mas será que podemos ir? — Alicia falou nervosa.

Todos entraram no carro. Alicia, Boyd e Isaac estavam sentados no banco de trás. O senhor Boyd no banco do motorista e sua esposa no banco do carona. O homem deu a partida no carro e começou a dirigir. Minutos depois, eles já estavam na praça da cidade. Alicia saiu do carro e foi correndo encontrar seus companheiros do coral. No centro da praça, tinha uma grande árvore de natal. Os membros do coral estavam reunidos perto dela. Várias pessoas estavam lá pra assistir à apresentação. Os Boyds e Isaac foram para junto da multidão. Não demorou muito para que o coral começasse a cantar. Isaac se afastou um pouco das pessoas e pegou seu celular no bolso do casaco. Ele abriu procurou o número de Chris Argent e discou. A chamada acabou caindo na caixa postal.

— Oi, sou eu, o Isaac. — O loiro começou a falar sua mensagem. — Sei que já tem um tempo que não nos falamos, mas liguei pra te desejar um feliz natal. Aí já deve ser dia vinte e seis né? Bom, eu espero que esteja bem hoje ou ontem, apesar de tudo. Eu... — Ele fez uma pausa pensando se deveria prosseguir ou não, mas decidiu que diria aquilo. — Eu te amo, Chris. Obrigado por ter me acolhido por um tempo e me desculpa se te causei problemas.

Isaac encerrou a mensagem, bloqueou o celular e o guardou novamente no casaco. Ele voltou para junto da pequena multidão que assistia ao coral e passou a olhar para Alicia, que estava radiante cantando uma música natalina. O garoto estava distraído e não percebeu alguém se aproximando por trás dele. Esse alguém tapou seus olhos com as mãos. Lahey se assustou um pouco, mas ao virar o pescoço pra ver quem era, se deparou com Scott sorridente.

— Oi. — O loiro falou surpreso. Em seguida deu um selinho em McCall. — Achei que estivesse no amigo secreto.

— Já trocamos os presentes. Eu ganhei uma camisa bem legal do Noah. Você vai gostar. — Scott falou sorrindo. — Depois que jantamos não tínhamos nada pra fazer, então a minha mãe decidiu que queria ver o coral. Então viemos.

Isaac avistou Melissa, Noah e Stiles perto deles e acenou. Os três acenaram de volta e passaram a prestar atenção na apresentação. Scott passou seu braço pelos ombros de Isaac, que apoiou sua cabeça no ombro do moreno e os dois também passaram a prestar atenção no coral que cantava a música O Holy Night.

— Feliz natal, Scott. — Isaac sussurrou no ouvido do moreno.

— Feliz natal. — McCall deu um beijo na bochecha de Isaac e eles ficaram ali assistindo a bela apresentação do coral do colégio com as pessoas importantes pra eles.


Notas Finais


Primeiramente eu espero que vocês tenham gostado e que não tenha ficado cansativo. Ainda tenho minhas dúvidas quanto a capítulos monstruosos. E esse passou de 11mil palavras. Ele tá recheado de referências.
Algumas explicações sobre o capítulo: Acho que vocês notaram, mas vou reforçar aqui, que Malia foi visitar Derek e as irmãs dele. Eu não sei se os três vão dar as caras, mas eu acho que talvez o Derek ainda possa aparecer. Lembrando que ainda tem mais um capítulo especial e o epilogo.
Pra quem não sabe, Lost in Kostko é a banda que o Tyler Posey era o vocalista. Eu já escutei algumas músicas e são legais.
O garotinho do hospital não é o Liam Dunbar, nosso little beta, é só alguém com o mesmo nome. Eu tenho alguns planos para o Liam Dunbam, não quero falar muito disso, mas ele vai ser alguém muito importante pra Scott no futuro. Será que vai ser um concorrente pra Isaac? (Mistério)
O capítulo ia ter mais coisas no final envolvendo o Rafael. Mas essa parte mudaria o clima do capítulo e então eu resolvi deixar de fora. E também o capítulo já ta enorme. Eu ainda to vendo como encaixar essa parte no futuro.

https://i.pinimg.com/736x/00/1c/b2/001cb2c77b290f485655fdb7a8d5771f--cute-jewelry-diy-jewelry.jpg (Presente que Isaac deu pra Scott)
http://www.everythingwolf.com/shop/productimages/wolf_kisses_photo_frame.jpg (Presente que Scott deu pra Isaac)

É isso pessoal, eu vou tentar não demorar um mês pra postar o próximo especial. Que vai ser do dia dos namorados. Vem coisa boa por aí (se é que me entendem). Até mais.


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