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História Secret Journey - Sequência de Eventos


Escrita por: Tinacris

Notas do Autor


Mais um capítulo para vocês.

Capítulo 2 - Sequência de Eventos


Fanfic / Fanfiction Secret Journey - Sequência de Eventos

 Dois sentimentos conflitantes brigavam dentro de Seo Jisoo. Em primeiro lugar, ela sabia que não era e nem estava ficando louca. Ela havia visto alguém no sótão quando chegou e lá em cima os pelos dos braços se arrepiaram. Ela nunca foi ligada a histórias que envolviam fantasmas, mas já tinha assistido muitos filmes para saber que aquela casa tinha uma atmosfera perfeita. Saber que no dia seguinte ficaria lá em cima sozinha despertava esse conflito interior. Uma parte dela estava temerosa de que pudesse existir realmente algo e ela estaria então exposta ao desconhecido; por outro lado, esse mesmo desconhecido a atraía pela curiosidade e pelo próprio fascínio do medo. Aquele cachorrinho também possuía um comportamento interessante, já que diziam que animais eram mais suscetíveis a coisas que nossos sentidos normais não captavam. E agora, indo para o porão, ela se perguntava o que poderia haver lá embaixo. Será que despertaria nela a mesma sensação?

- Sora, não leve a menina para ver aquele porão bolorento agora – a avó de Jisoo falou da cozinha. - Parem um pouco e venham comer o bolo. Jisoo deve estar faminta, você terá tempo para mostrar tudo depois. O dia mal começou.

Tia Sora suspirou.

- Está bem, mamãe! - Ela gritou e em seguida olhou para a sobrinha. - Infelizmente, ela tem razão. Você nem se acomodou ainda e já estou lhe fazendo subir e descer escadas. Vamos comer e depois eu lhe mostro o porão e o resto da casa.

Jisoo até que agradeceu aquela intervenção. Ela ainda queria se recuperar das novas sensações antes de ter que enfrentar o porão. Além disso, a sua avó estava certa. Ela estava faminta e o cheiro de café novo lhe abriu o apetite.

 

Jiae desceu as escadas correndo a fim de chegar ao porão primeiro. Ao chegar aos últimos degraus, algo que não estava previsto aconteceu. O avô da garota surgiu como por encanto saindo da sala em direção à cozinha, cruzando a escada sem dar tempo de Jiae desviar. Ela acabou atravessando o corpo do homem, que parou com um súbito calafrio e olhou para os lados assustado. Ela se desequilibrou com a desorientação repentina e bateu na parede fazendo um quadro cair e quebrar a moldura de vidro, atraindo a atenção das mulheres que estavam na cozinha. Sentada no chão, encostada à parede, ela tentava se recuperar. Atravessar um corpo humano não era como atravessar uma parede. Havia sempre uma troca de energia e, com o esbarrão, parte da energia dela foi sugada, enfraquecendo-a um pouco. Foi, talvez, a sua sorte, pois a fez não ser notada nem pela garota e nem pelo cachorro. Mas foi o suficiente para fazer com que as atenções se voltassem para o quadro quebrado e para o homem que tentava explicar às mulheres o que havia lhe acontecido.

Ela viu a garota ficar para trás e se ajoelhar para pegar o quadro, olhando em volta como se procurasse algo. Elas estavam muito próximas, mas Jiae já havia aprendido a se tornar imperceptível, depois de tantos anos. Quando a garota se levantou e voltou à cozinha, ela levantou-se e continuou o seu caminho até o porão.

 

Jin olhava embasbacada para a chama da vela que se acendera sozinha. Aquela vela era o seu tesouro e ela gastava grande parte de sua energia para não deixar que se apagasse, mas agora ela havia acendido sozinha! Quando se está presa em um porão escuro sem ter como sair, a luz é essencial. Ela agradecia por Kei e Jiae terem livre acesso a toda casa, pelo menos, de vez em quando, uma delas estava ali lhe fazendo companhia, quando não iam as duas e inventavam brincadeiras para passar o tempo. De todas lhe coube ficar no pior lugar. Jin detestava o escuro. Quando criança era impossível para ela dormir com as luzes apagadas. Ficar ali, para ela, onde tudo aconteceu, era um castigo que estava além do que podia suportar. Havia dias em que pensava enlouquecer, então surgiam as amigas e enchiam o seu dia de risos. Ela sentiu a presença no porão e saiu detrás de uma prateleira para encontrar Jiae se apoiando na escada. Correu até ela.

– Jiae! O que aconteceu?

– Atravessei um corpo sem querer...

Jin estranhou o fato.

– Isso nunca aconteceu antes. O que te fez ser tão descuidada?

– A pressa, Jin! Eu precisava avisar você.

– Me avisar de quê?

Jiae olhou para cima e viu que não havia nenhum movimento próximo. Ainda deviam estar na cozinha.

– Chegou uma garota nova na casa. Ela parece ter trazido uma energia muito forte com ela.

– Uma garota? Que tipo de energia?

– Uma forte o suficiente para ter feito Baby Soul se materializar na janela e ser vista por ela.

Jin deu um passo para trás.

– Soul ficou louca?

– Aí é que fica estranho. Ela não quis se materializar, foi espontâneo. Mas foi o suficiente para deixar a garota curiosa.

Jin olhou para a vela que havia acendido sozinha e começou a entender.

– Então foi ela que fez aquilo?

Jiae seguiu o olhar dela e viu a chama ficar mais forte a cada momento, como se uma fonte invisível a alimentasse. Por um momento, ela ficou paralisada. O fogo mexia com todas elas, mas Jiae tinha as piores lembranças. Jin tocou em seu braço.

– Jiae?

Como se acordasse de um transe, a garota balançou a cabeça.

– Sim, pode ter sido ela. Elas estão vindo para cá. Você precisa se manter escondida para não correr o risco de se materializar também.

– Entendi, mas como vou esconder a vela?

– Apague-a. Se for mesmo como pensamos, ela se acenderá novamente.

 

Tia Sora acendeu a luz que levava ao porão. Quando ela abriu a porta, Jisoo sentiu o cheiro de velas e o mesmo arrepiamento nos pelos dos braços. Ao contrário do sótão, ali não entrava a luz do sol. Era um ambiente sufocante, cheio de prateleiras empoeiradas e caixas de ferramentas. Ao fundo havia uma parede de tijolos que destoava do restante. Era ali que Tia Sora queria limpar e transformar em uma lavanderia, mas o trabalho seria grande, pois as coisas estavam muito bagunçadas. O ar ali era pesado e Jisoo começou a sentir uma tristeza a lhe oprimir o peito. Ela não queria ficar mais tempo ali.

– Tia Sora, eu posso subir?

O que foi, não gosta de lugares fechados?

– Não é isso...Acho que estou u pouco cansada por causa da viagem e o ar aqui embaixo é muito...sufocante.

A tia respirou fundo e concordou.

– Está bem, vamos subir. Vou mostrar o seu quarto para que você possa descansar um pouco.

 

Jin e Jiae saíram de detrás da prateleira e a vela voltou a acender. Ambas olharam para a parede de tijolos com um medo silencioso.

– Você acha que ela sentiu? - Perguntou Jin.

– Não sei, mas sei que ela acertou em cheio, não foi?

– Fala da tristeza?

– Sim, esse lugar exala isso. Como consegue viver aqui sem enlouquecer?

Jin deu um sorriso amargo.

– Tenho escolha? Acho que a esperança me deixa lúcida.

Elas ficaram em silêncio por alguns instantes.

– Quem é essa garota, Jiae?

– É o que temos que descobrir, e logo.

 

Tia Sora resolveu sair para comprar mantimentos na cidade e levou a mãe com ela. Jisoo, que já havia se instalado em seu quarto no segundo andar, observou o carro se afastar e sentou pesadamente sobre a cadeira. O quarto em que estava era novo e reformado, um dos primeiros a ter passado por isso, segundo a tia. Os outros permaneciam com papel parede e cheiro antigos. Um em especial vivia trancado por nunca terem encontrado a chave. Era o que ficava no final do corredor. Para chegar até ele, era necessário passar pelo quarto de brinquedos. Havia também um outro quarto após o dela, mas Jisoo não queria explorar aquele andar ainda. Estava cansada e a cabeça começou a doer. Precisava mesmo descansar, mas antes desceria para tomar um analgésico.

Lá embaixo, seu avô lia o jornal no sofá da sala. Ele sorriu ao vê-la.

– Pensei que fosse descansar, querida.

– E vou, mas estou com dor de cabeça. Vim só tomar um remédio.

Ele suspirou.

– É compreensível. Você passou por maus pedaços, não foi?

– É, vovô, não foi fácil.

Ela se aproximou e sentou no sofá ao lado dele.

– O que o senhor acha que aconteceu na escada?

Ele ergueu a vista e pensou.

– Nunca havia sentido aquilo antes. Foi como se uma rajada fria tivesse me atravessado.

– Essa casa é muito velha, não é?

Ele riu sabendo onde ela queria chegar.

– Sim, e ela deve ter seus fantasmas. Mas eles nunca me importunaram, então está bem para mim.

Jisoo sorriu e o beijou no rosto.

– Bem, vou tomar meu remédio e subir.

 

Kei e Yein estavam sentadas na cama do quarto, escutando o som que vinha do quarto ao lado. A garota alta e bonita ao lado de Kei suspirou de olhos fechados.

– Você tem razão. Posso sentir a energia daqui - ela falou.

– Estou aliviada por terem dado a ela um dos quartos reformados - disse Kei. - Não seria bom para nenhuma de nós dividir o espaço com ela.

– Seria engraçado - Yein riu de um jeito moleque.

– Yein, isso é sério.

– Sei que é, mas nunca vi fantasmas terem que se esconder antes.

– Nós não somos...

– Somos sim! Se não somos agora, seremos em breve. O tempo está acabando.

Lá fora, uma chuva fina começou a cair. Yein levantou e chegou até a janela.

– Você lembra da sensação da água caindo sobre o rosto, Kei?

– Lembro sim - Kei sorriu com saudades de um tempo distante.

Yein fez um movimento com o dedo desenhando algo na vidraça, aproveitando o vapor que se formava. Kei se aproximou e viu um rosto redondo e sorridente. De repente, os latidos de um cachorro soaram do lado de fora e unhas arranhavam a porta. Em seguida, o som de passos e uma porta se abrindo. Mais passos no corredor. Elas se encararam sem saber o que fazer. Yein puxou Kei para dentro de um armário embutido no momento em que a porta do quarto se abria.

 

Jisoo entrou no quarto com o cachorrinho nos braços. Ela estava quase dormindo quando ele começou a latir e arranhar a porta, fazendo-a levantar e verificar o que estava acontecendo. Ela observou o quarto todo decorado no modelo das antigas casas vitorianas. O papel de parede de cor bege com folhagem verde oliva, a cama de solteiro com dossel e um grande espelho de corpo inteiro com moldura de pinho. Um armário embutido de fechadura antiga ficava em um canto. Jisoo se arrepiou novamente, não sabia se pelo tempo que havia esfriado com a chuva ou se por outra coisa. O cachorrinho se sacudiu em seus braços e desceu, correndo diretamente para o armário. Ele parecia ter farejado algo.

– O que foi, garoto? O que tem aí dentro?

Ela se aproximou pronta para abrir a porta, quando notou o desenho na vidraça que já começava a se desfazer. Ninguém dormia naquele quarto, pelo que soube da tia. Além disso, aquele desenho era muito recente, quem o fez ainda devia estar por perto. Ela olhou novamente para o armário, indecisa se deveria abrir ou não. Decidida, pegou o animal nos braços e saiu rapidamente, voltando para o próprio quarto e trancando a porta.

 

Elas saíram do armário, sabendo o que a garota tinha visto. O desenho ainda não havia sido desfeito por completo.

– Por que aquele cachorro te persegue? - Perguntou Yein.

– Como vou saber? Talvez ele consiga me ver, sei lá.

– Ela viu isso. O que vai pensar?

Kei passou a mão nos cabelos. Geralmente, ela era a calma em pessoa, mas estava ficando difícil controlar tanta coisa.

– Olha, tente não desenhar mais nada. Vou ver Mijoo e tentar evitar um novo incidente.

– Kei, não tente levar tudo nas costas. Precisamos cuidar disso juntas.

Antes de sair, Kei abriu os braços num gesto de desalento.

– Sim, eu concordo. Seria ótimo se pudéssemos ficar juntas, não é? Mas ele nos negou isso também.

Ela saiu antes que Yein pudesse responder.

Fora do quarto, Kei sentou na escada e Jiae veio se juntar a ela. As expressões sérias denotavam a preocupação crescente com os últimos acontecimentos.

– Como está Jin? - Kei perguntou.

– Bem, na medida do possível. Avisou a todas?

– Vou ver Mijoo. Acho que vai ser a mais difícil de controlar.

– Deixe Sujeong comigo.

– Por quê?

– Tem algo que eu quero perguntar a ela. Viver trancada em uma biblioteca deve ter suas vantagens.

Kei sorriu.

– Certo. Depois disso, encerro meu dia.

– Eu também. Nunca assombrei alguém tanto assim sem querer. Isso cansa.

Jiae desceu as escadas em direção à biblioteca e Kei foi para o quarto de brinquedos. Ambas esperavam que não houvesse mais incidentes. Mas uma coisa era certa, apesar de seus esforços. A garota já estava convencida de que aquela casa era assombrada.

 


Notas Finais


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