1. Spirit Fanfics >
  2. Secret Journey >
  3. Brincando com Espíritos

História Secret Journey - Brincando com Espíritos


Escrita por: Tinacris

Notas do Autor


Não demorou! Espero que gostem.

Capítulo 5 - Brincando com Espíritos


Fanfic / Fanfiction Secret Journey - Brincando com Espíritos

Depois que tudo acalmou, Jisoo ouviu novamente a voz da tia, que tentava abrir a porta, mas não conseguia. Ela entendeu que era Jin que a estava impedindo.

- Jisoo! Abra essa porta! Você está bem?

Jisoo olhou para os rostos apreensivos das três garotas e gritou de volta.

- Está tudo bem, tia Sora. Acho que houve um pequeno tremor de terra que pôs os armários abaixo. A porta deve estar emperrada. Vou ver o que consigo arrumar aqui embaixo e subo daqui a pouco.

- Não vai querer ajuda?

- Não, posso fazer isso sozinha, não se preocupe.

Ela então ouviu a voz da tia se afastar e Jin pôde relaxar e cair sentada no chão.

- Você está bem? – Jisoo perguntou.

Jin sorriu.

- Não se pergunta isso a um fantasma.

Jisoo olhou em volta. As duas que estavam na escada ainda pareciam assustadas.

- Vocês não parecem fantasmas para mim.

- Talvez seja porque ainda não somos...

A garota que falou sentou-se no primeiro degrau da escada e escondeu o rosto entre os joelhos. A que estava em pé ficou na frente de Jisoo.

- Sou Jiae e aquela é Kei. Jin você já sabe quem é. Acho que também já deve saber sobre Baby Soul.

- Sim, foi ela que me mandou correr para o porão e ajudar Jin.

- Por que ela mandou você aqui? Como ela soube? – Jin perguntou.

- O tabuleiro começou a tremer e a se mexer sozinho...

Kei levantou a cabeça.

- Você usou o tabuleiro?

- Não! Eu pretendia usar, mas Baby Soul apareceu na minha frente, me impedindo de fazê-lo.

Jin levantou-se encarando Kei.

- O que pode ter ativado o tabuleiro, Kei?

- O sonho... – Kei sussurrou. – Foi uma tentativa de contato e eu não atentei para isso. Foi tudo culpa minha, ele agora sabe...

Jisoo sentia-se confusa.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Jin olhou para ela e suspirou.

- Você merece saber, e já que vai demorar um pouco por aqui, Jiae pode fazer as honras e contar tudo.

Jiae encarou Jin.

- Tudo?

Jin deu de ombros e sorriu de forma resignada.

- O que eu mais temia acabou de acontecer, Jiae. Pelo menos, se ela puder nos ajudar, vamos ter tentado.

- Não!

Kei gritou assustando as outras.

- Não sabemos realmente o que aconteceu aqui hoje. Ele só vai saber se rompermos o selo e isso não aconteceu. Já fiz uma grande besteira e não quero fazer outra.

- O que significa romper o selo? – Jisoo perguntou.

Kei respondeu.

- Há outras de nós. Cada uma presa em um aposento dessa casa, sem poder sair. O selo só será quebrado se algum limite for ultrapassado.

- E por que você duas estão aqui e não presas em algum aposento?

Jiae tomou à frente.

- Quando os selos foram criados, eu e Kei tínhamos saído de nosso quarto para beber água. Somos as únicas que podem ir e vir pela casa, mas apenas dentro dela. Nenhuma de nós pode sair lá fora.

Jisoo pensou um pouco.

- O quarto ao lado do meu... o desenho na janela.

- Yein tinha acabado de desenhar aquilo quando você entrou – disse Kei.

- Era por isso que Bilbo latia tanto.

- É por minha causa que ele late, acho que sente a minha presença – Kei falou sorrindo,

- Eu já sabia do sótão e do porão, mas e as outras?

- Sujeong está presa na biblioteca e Mijoo no quarto de brinquedos – disse Jiae.

- Tudo bem, se não é para contar tudo, acho que já falamos demais – interveio Jin.

Jisoo olhou para a bagunça no porão e suspirou.

- Seja lá quem fez isso, estava muito bravo com vocês.

As três se entreolharam.

- Existe uma maneira de evitar o pior – falou Kei. – Eu prometo não intervir mais nos sonhos e destruímos o tabuleiro.

- Você por acaso interviu nos meus sonhos ontem? – Jisoo perguntou, mas Kei apenas abaixou a cabeça. – Vou tomar isso como um sim.

- Pode ser uma boa ideia. Onde está o tabuleiro? – Perguntou Jin.

Um mal pressentimento passou pela mente de Jisoo.

- Está no sótão...

- Baby Soul... – Kei e Jiae falaram ao mesmo tempo, já subindo a escada em direção ao sótão.

- Jisoo, é melhor você ir também. Ela também pode precisar de você.

Jisoo olhou para Jin indecisa.

- Você vai ficar bem?

Ela sorriu.

- Já disse que não se faz esse tipo de pergunta para um fantasma. Vai logo!

 

O quarto de brinquedos ficava abaixo do sótão. Mijoo escutou o barulho de objetos caindo, depois de vozes, porta batendo e tudo ficou em silêncio. De repente, uma força a jogou no chão enquanto ela ouvia os gritos de Baby Soul. O barulho de alguma coisa sendo jogada e arrastada pelo chão se repetiu por no mínimo umas quatro vezes. Ela queria se soltar, se livrar daquela força, mas ela parecia vir diretamente do chão do sótão e atingindo-a diretamente. Alguém entrou no quarto. Era Jiae.

- Mijoo, você está bem?

Antes que Mijoo pudesse responder, viu o corpo de Jiae ser arremessado de encontro à parede e ficar lá, como se estivesse grudado.

- Seja lá o que for, está vindo do sótão – falou Mijoo. – Soul está com problemas.

Kei surgiu na porta.

- Não entre! – Disse Jiae. – Vá logo para o sótão e leve Jisoo com você. Precisam parar o tabuleiro.

Kei assentiu e se foi.

- Quem é Jisoo? – Mijoo perguntou.

- A garota que chegou na casa. Ela acabou de salvar Jin lá embaixo e já sabe sobre nós.

Mijoo suspirou.

- Quando eu me desgrudar desse chão, não vai ter selo que me segure – falou entredentes.

Jiae ficou preocupada. Ela esperava conseguir segurar Mijoo caso se libertassem.

 

No sótão, Baby Soul havia ficado de olho no tabuleiro enquanto aguardava notícias. Mas de repente o jogo começou a flutuar no ar e ser atirado em sua direção. Ela teve que desviar várias vezes o corpo a fim de não ser atingida, mas teve uma hora que não conseguiu ser suficientemente rápida. A ponta do jogo bateu em sua têmpora direita fazendo sua vista escurecer. Ela caiu no chão atordoada. Como aquilo podia acontecer? O contato com a garota havia sido assim tão forte a ponto de ela ter realmente entrado no mundo material novamente? Ela tentou levantar quando viu uma mesa ser arrastada em sua direção por uma força invisível. Mais uma vez, ela não foi rápida o suficiente, e a mesa chegou a bater em sua perna, fazendo-a cair rolando até a janela. Então o tabuleiro planou acima dela, a seta apontada para baixo, em direção ao seu peito. Ela não conseguia se mexer. Foi quando a porta se abriu e o jogo pareceu perder a força e cair pesadamente sobre o chão. Jisoo correu e se agachou ao lado dela, pegando sua mão. Foi como se suas forças retornassem.

- Você está bem?

- Sim... estou.

Kei olhava indecisa para o tabuleiro que ainda se sacudia, tentando se reerguer no ar. Jisoo então pegou um pé de cabra que estava jogado no chão do sótão e começou a destruir o jogo. A madeira rachou e logo estava cortada em pedaços. O Jogo ficou inerte. Ela olhou para Kei.

- Acho que isso resolve por enquanto.

- Não posso pegar nisso, tem que queimar, enterrar ou esconder em algum lugar – Kei falou.

- Farei isso.

Baby Soul, agora se sentindo mais forte, foi se levantando.

- E Jin?

- Ela está bem, Soul – respondeu Kei.

Soul encarou Jisoo.

- Você é especial, garota. Sabe disso, não é?

- Olha, eu nunca fui especial para ninguém, mas podem contar comigo. Agora, pode me dizer como um fantasma se machuca?

Soul e Kei trocaram um olhar de concordância.

- Eu te prometi respostas e vou dá-las – disse Baby Soul.

 

No momento em que o tabuleiro foi destruído no sótão, Mijoo e Jiae se viram livres da força que as segurava. Jiae calculou o movimento e antes que Mijoo chegasse na porta, jogou-se sobre ela, derrubando-a sobre um monte de bichos de pelúcia. Mijoo lutou com furiosa vontade, mas Jiae tinha que acalmá-la.

- Saia de cima de mim, Jiae! Eu vou sair desse quarto.

- Apenas escute, Mijoo... Ainda não sabemos o que está acontecendo, até onde ele já sabe. Não podemos arriscar quebrar os selos agora, não até termos a certeza.

- E o que está faltando?

- Saber até que ponto Seo Jisoo é capaz de nos proteger.

- Por que acha que ela pode fazer isso?

- Você não viu o que ela é capaz de fazer. Por favor, aguarde mais um pouco. Ryu está procurando uma resposta nos livros. Estamos chegando perto, mas não podemos nos adiantar e estragar tudo. Não vamos ter uma segunda chance.

Quando Jiae falou em segunda chance, Mijoo foi se acalmando. Sim, devia isso a elas. Quando ela deixou de lutar, Jiae a soltou e sentou ao lado, ofegante.

- Você parece estar bem esperançosa com essa garota.

- Você não viu o que aconteceu no porão.

- E você está louca para me contar, não é?

Jiae sorriu, aliviada por não ter mais que tentar conter Mijoo.

- Certo, eu vou contar.

 

Jisoo teve que sentar diante das palavras de Baby Soul.

- Somos espectros, não fantasmas. Estamos debaixo de uma maldição imposta a nós há muito tempo. Quem fez isso conosco se certificou de manter nossos espíritos presos entre os dois mundos. Ainda temos nossos corpos carnais, como o seu toque pôde comprovar, mas à medida que o tempo avança, nossa matéria vai ficando mais fraca. Um dia deixaremos de ser espectros e nos tornaremos fantasmas de verdade.

- Mas quem fez isso com vocês? De quem vocês têm tanto medo?

Jisoo notou mais uma troca de olhares entre Kei e Baby Soul. A primeira continuou o relato.

- Esse é o grande mistério. Nunca vimos seu rosto ou soubemos seu nome. Sabíamos apenas que era um homem pelo corpo e pela voz. Ele garantiu que teria domínio sobre nós, mesmo após a morte. A maldição garantia isso. Se um dia nós tentássemos sair daqui ou retomar nosso lugar no mundo material, ele saberia e voltaria para sugar o resto de matéria que ainda nos dá esperança.

- Por que ele fez isso com vocês? O que começou tudo?

- O jogo! – As duas disseram ao mesmo tempo.

- Sim, tudo começou quando eu e Mijoo encontramos o tabuleiro e convencemos as outras a jogar – Baby Soul falou quase num sussurro.

- Toda maldição pode ser quebrada. Precisamos descobrir como quebrar essa – Jisoo falou.

- Uma de nós, Sujeong, está procurando respostas na biblioteca – Kei lembrou. – Ela sempre achou que a resposta estaria ali, e agora, com a sua vinda, ela pode manusear os livros livremente.

- Vocês não me contaram a história toda.

- Não, Seo Jisoo, vai ter que se contentar em saber dela aos poucos – Baby Soul falou com um sorriso.

Nesse momento, tia Sora grita a plenos pulmões.

- Jisoo! Desça aqui e venha me ajudar a guardar esses livros que chegaram pelo correio! Deixe esse sótão empoeirado para depois.

Jisoo sorriu para as outras.

- Acho que vou ter a oportunidade de conhecer Sujeong agora. Descansem, eu vou dar um fim a esse tabuleiro.

 

Quando Jisoo saiu, Kei abraçou Baby Soul.

- Me perdoe. Minha imprudência quase levou você e Jin hoje.

- Esqueça. Foi bom ter acontecido assim. Talvez ela realmente possa nos ajudar afinal.

Soul levou a mão à testa e gemeu, ainda doía. Ela sorriu.

- Foi bom sentir um pouco de dor novamente.

 

Jisoo encontrou tia Sora já passando pela porta de entrada.

- Venha, venha, criança, me ajude aqui! Faz tempo que eu espero por essa encomenda feita especialmente para enriquecer minha biblioteca. Tivemos sorte, pois o lote veio no carro dos correios que cruzou a ponte antes que ela caísse com a chuva.

Jisoo acompanhou a tia e ajudou a levar as caixas para dentro. Eram seis caixas de tamanho médio, uma delas estava meio aberta por causa do sacolejo da estrada. Jisoo pôde ver parcialmente o nome de um dos livros: O Grande Livro das Maldições. Aquilo a fez pensar se tia Sora poderia saber de alguma coisa.

 

Yein observava da janela enquanto elas carregavam as caixas de livros para dentro de casa. Tomou o cuidado de não se aproximar demais da vidraça para não ser vista. Sentiu a presença de alguém. Kei e Jiae entraram parecendo exaustas e desabaram na cama.

- Estava pensando quando ia aparecer alguém para me contar o que estava acontecendo.

- Muita coisa está acontecendo, Yein – Jiae falou.

A mais jovem das garotas olhou com atenção para as companheiras e franziu o cenho.

- O tabuleiro acordou, não foi?

Kei arregalou os olhos.

- Como você...

Yein revirou os olhos.

- Ora, vamos, Kei, sabemos que Baby Soul e Mijoo convenceram vocês a jogarem pensando que poderiam me proteger com isso. Mas tudo o que fizeram foi liberar o mal. Não queiram me esconder nada.

- Não vamos, Yein – garantiu Jiae. – Vamos contar tudo.

- Ótimo. Não pretendia ir a lugar nenhum mesmo.

 

 

 

 


Notas Finais


Adoraria saber o que estão achando!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...