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História Secret Truths - A dor da Morte


Escrita por: IzzeM

Capítulo 4 - A dor da Morte


POV - DRACO MALFOY

De todas as coisas que imaginou aquela com toda certeza era a última delas. Agora ele estava parado do outro lado da rua, em frente uma casa antiga que agora ele reconhecia ser a casa de sua tia-avó por parte de mãe. Uma leve repulsa tomou conta de seu estômago, a casa que um dia pertenceu a alguém de sua família, mesmo que parentes distantes, agora acomodava o Santo Potter. O menino de ouro, o menino que sobreviveu. Ele tentou afastar o pensamento, e ódio que sentia do garoto que sempre teve tudo que ele, Draco Malfoy, queria.
            Ele nunca quis fama ou fortuna, ele só queria ter amigos, pessoas que se importassem com ele e fossem capazes de dar a vida por ele, assim como o Potter tinha. Ele sempre foi sozinho, cresceu sozinho na grande mansão, cercado por arte das trevas e empregados medíocres, e com um pai que servia um bruxo que talvez nem fosse voltar. Ele tinha sua mãe, era um fato, mais ele queria ter mais que isso. Quando entrou na escola só tinha dois idiotas que o seguiam para todo o lado, e ele sabia que só ficavam ao seu lado por interesse, porque seus pais os obrigavam a ficar ao seu lado, achando que assim os imprestáveis Crabe e Goyle teriam alguma visibilidade no mundo bruxo. Pouco tempo depois, ele precisou comprar sua vaga no time de quadribol e sua casa, já que não tinha tanto talento assim. Diferente do Potter, que parecia não se esforçar em nada, e conseguia tudo que queria. A única coisa em que Draco era realmente melhor que ele, era nos estudos, era inteligente e o melhor aluno de sua casa. Mais de que adiantava isso, se a sangue ruim da Granger ainda era melhor que ele. E isso causava brigas em casa também, porque o maníaco do seu pai não suportava a ideia que uma sangue ruim fosse mais inteligente que Draco, e por vezes o castigava por isso. Então como uma ajuda de seu pai, ele começou a odiar Potter e quem quer que ande com ele, principalmente o pobretão traidor do sangue e a sangue ruim. Aos poucos ele estava se tornando uma cópia exata do pai, ao lembrar-se disso sentiu nojo de si mesmo. 
                Desviou os pensamentos, e olhou para o lado. Agora tinha alguém ao seu lado, talvez a nova ‘’amizade’’ não fosse durar muito mais que hoje, mais de alguma forma sentiu-se grato por ter o colega ali. Gratidão, um novo sentimento que acabará de descobrir, juntamente com a esperança. Que diabos de sentimentos eram esses que ele nunca sentiu, e naquela noite resolveram aparecer.

                ‘’É isso Malfoy, chegamos, quer que eu bata na porta?’’ Blásio parecia estar se divertindo, o que causou certa raiva em Draco.

                ‘’Isso não é brincadeira Zambini’’ respondeu irritado, e caminhou em direção ao número doze, do Largo Grimmauld. Blásio não respondeu, apenas o seguiu.

                Essa era a hora, reuniu o toda a coragem que possuía e bateu a porta uma, duas, três vezes. Estava incomodado com a demora. Até que ela abriu.

                ‘’Quem diabos está querendo derrubar minha po...’’ Um Weasley ainda mais irritado que Draco apareceu na porta, e mal pode terminar de falar quando Draco o cortou.

                ‘’Até que enfim Weasley! Onde está o Potter?’’ Tentou ser educado, mais conseguiu ser mais arrogante que o normal.

                ‘’Olha como fala seu comensalzinho de merda...’’ Rony o respondeu cheio de raiva, e ficando com o rosto da cor de seus cabelos ‘’... o que você pensa que está fazendo?’’ seu tom de voz, uma nota mais alta, e cheia de fúria. O pobretão já ia puxando o velho suéter para cima, como se preparando para um briga.

                ‘’Saia da minha frente eu quero falar com o Potter, se quisesse falar com você teria chamado por ‘o pobretão Weasley’’’, Draco já estava de punhos cerrados e prontos para acertar a cara de do Weasley, quando ele viu o garoto por quem tanto exigia ver.

                Potter parou ao lado de Weasley, os olhos indo de Draco a Blásio, e mais uma vez Draco. Agora analisando os machucados no rosto do garoto. Arqueou as sobrancelhas, e autoritário, perguntou.

                ‘’O que quer na minha casa Malfoy?’’

                Draco pensou em xinga-lo, ou até mesmo acertar um soco em sua cara e terminar de rachar sua testa. Mas então lembrou o motivo que o levou até ali, e não era para bater em Potter ou no pobretão do Weasley. Era por sua mãe, e quase como num sussurro, lhe disse:

                ‘’Preciso da sua ajuda.’’

    Todos o olharam curioso, Potter o analisava da cabeça aos pés, agora notando também como Draco estava sujo e com marcas de queimado por toda a roupa. Sem lhe dirigir a palavra, indicou que o seguisse para dentro de sua casa. Quando entrou fez questão de esbarrar em Weasley e lhe lançar um olhar de desprezo. Blázio os seguiu, ainda se entender muito que acontecia, mais com um leve sorriso sarcástico no rosto.
                Os quatro chegaram a cozinha da casa, que Draco lembrava vagamente. Potter indicou as cadeiras, Blázio sentou primeiro. Draco fez o mesmo.

                ‘’Minha mãe precisa de ajuda Potter, e ela espera que você faça alguma coisa’’ Foi direto ao assunto, sem rodeios. E para não perder a coragem que tivera para começar a falar, não terminou até contar tudo o que ele e sua mãe sofreram no último mês, com o havia escapado da casa de tortura, e por fim como viera parar ali. Quando terminou todos o olhavam, Blázio parecia tonto e prestes a vomitar. Weasley estava com os olhos arregalados, e agora olhava com mais atenção os machucados de Draco, analisando cada um. Potter não tinha expressão alguma, se é que era possível, e após um curto silêncio lhe perguntou.

                ‘’E você espera que eu acredite na sua história Malfoy? Depois de tudo que você e sua família fizeram?’’

                ‘’Olha aqui Potter, não pense que estou aqui de bom grado, porque não estou. Minha mãe achou que você pudesse me ajudar a resgata-la, e prender meu pai. Não sei por que diabos ela confia que você faça algo, mais ela confia. E quanto mais demorarmos aqui, mais riscos ela corre!’’ Draco não soube em que momento ele se levantou da cadeira, mais o fato era que estava tão cheio de raiva e se sentindo ainda mais humilhado por ter contato tudo o que sofreu ao seu inimigo, que não sabia mais o que fazer.

                ‘’Sua mãe me ajudou na Floresta, e eu sei que era porque ela queria te encontrar. Talvez eu me arrependa do que vou fazer hoje. Mas... Eu vou com você. ’’ Potter o respondeu calmo e decidido.

                ‘’Harry, você só pode estar louco? E se for uma armadilha, já parou para pensar nisso?’’ Weasley olhava para o garoto ao seu lado como se o mesmo tivesse virado um enorme hipogrifo. Não acreditava que o amigo estava pensando mesmo em ajudar um Malfoy.

                ‘’Olha Ron, talvez ele esteja mentindo mesmo, mas talvez seja verdade. Vou ter que ir até lá e ver. Eu duvido muito que ele tenha sido capaz de provocar todos esses machucados em si’’ Agora Potter apontava para o rosto e braços de Draco.

                ‘’Ok, mais eu vou com você. Não vou te deixar sozinho com esses filhotes de comensais’’ Era disso que Draco sentia inveja em Potter. Não importava qual o perigo que estivesse correndo, seus amigos sempre se colocavam ao seu lado.

                Depois de Draco dizer onde ficou preso com sua mãe, Potter achou seguro Blásio ir até o ministério e pedir ajuda aos aurores, e ao próprio ministro, que era amigo de Potter. Blásio relutou um pouco, dizendo que não queria deixar Draco sozinho, e quanto mais gente para lutar com Lúcio melhor, mais acabou convencido e concordou em ir. Era a primeira vez que alguém dizia querer estar ao seu lado, lutando, não apenas para se beneficiar de alguma coisa. E Draco novamente se sentiu ‘’grato’’ pelo novo ‘’amigo’’.
                Após decidirem como iriam agir, todos aparataram, cada um para seu destino. Blásio foi para o ministério, iria procurar o Ministro e convence-lo a ir até o endereço que Draco lhe entregou. Ele, Potter e Weasley iriam voltar para a casa de tortura. Draco entraria primeiro e tentaria distrair seu pai, enquanto os outros dois entrariam logo em seguida para rendê-lo e desarma-lo. Se tudo desse certo, em pouco tempo Blásio estaria de volta com os aurores e seu pai seria levado para Azkaban, que era seu lugar e sua livre.
                Os três estavam parados próximo a casa, em silêncio tentando ouvir alguma coisa lá dentro, mais deveria estar enfeitiçada e não ouviam absolutamente nada. Draco se adiantou e foi em direção a casa.

                ‘’Boa sorte!’’ Potter havia segurado seu pulso, e tentava de uma maneira bem estranha encoraja-lo. O Weasley fez o mesmo. Realmente Draco nunca esperou por algo assim na vida. Acenou com a cabeça e entrou na casa.

                Como ele já imaginava, os gritos só podiam ser ouvidos lá dentro. E sua mãe gritava, agonizando de dor. Ele andou devagar até a sala e encontrou seu pai próximo a ela, cortando seu corpo com uma pequena adaga.

                ‘’Sua vadia imunda, traidora do sangue, o que você pensa que fez! Acha mesmo que aquele aborto, covarde vai voltar para salvar a vadia da mãe?’’ Sua mãe perdeu a consciência e caiu de lado no chão. Sangue escorria ao redor do seu corpo.

                ‘’Ela não acha, tem certeza. E aqui estou querido pai.’’ Sua voz era fria, e carregada de ódio.

                Ele viu quando Weasley e Potter entraram pela porta dos fundos, e se escondiam na escuridão do corredor que ligava a sala a cozinha.

                ‘’Ora, ora não é que o aborto voltou! E olha só, ele está sozinho? Que foi garoto, percebeu que não tem amigos e ninguém viria ajuda-lo que resolveu se juntar a vagabunda de sua mãe?’’ Seu pai possuía um sorriso doentio, e suas palavras eram como facas atingindo seu corpo. Mas o que ele não sabia, era que alguém tinha acreditado nele, e que ele não estava sozinho naquela noite.

                ‘’Como sempre achando que sabe tudo’’ riu-se o menino.

                E naquele instante o Weasley saiu da escuridão e estuporou Lúcio Malfoy. O sorriso de Lúcio sumiu, e deu lugar a um Weasley que indicava alegria e que ansiava por aquilo a anos, mais Draco não se importou. Ele correu junto até sua mãe. Ela sangrava muito, havia vários cortes em seu corpo, e um longo em profundo corte no rosto. Este sangrava ainda mais, e tinha uma cor verde, pegajosa. Veneno. A adaga estava envenenada.

                ‘’Mãe, fale comigo!’’ Dizia o menino enquanto a colocava deitada em seu colo, ela mal abriu os olhos. ‘’Por favor! MÃE ACORDE!’’

                Após prenderem Lúcio , que ainda estava desacordado devido ao estuporamento, Potter e Weasley se dirigiram até Draco e sua mãe.

                ‘’Potter faça alguma coisa! Ela acreditava em você! Salve-a!’’ Ele agora implorava pela vida de sua mãe. O Santo Potter deveria saber de algo para salva-la.

                ‘’Malfoy, eu sinto muito, eu não sei o que fazer’’ Potter estava em choque, olhava atônito para a mulher que agora respirava cada vez com mais dificuldade.

                Ouviram passos invadindo a pequena casa, Blásio agora estava com o ministro e dois  aurores que Draco não conhecia, e o Weasley pai. Ambos olhavam o cômodo tentando entender o que estava acontecendo. Lúcio que agora acordava, começava a entender o que estava acontecendo. Os aurores o seguraram um de cada lado, e o arrastavam para fora do lugar, mais Lúcio ainda conseguiu dirigir uma última palavra ao filho.

                ‘’Chegou tarde, querido filho, a traidora não vai viver mais que essa noite’’ E com uma risada estridente foi levado para fora.

                Draco olhou para a mãe, que ainda estava com a cabeça no seu colo.  E estava cada vez mais pálida.

                ‘’Filho, você não chegou tarde. Eu sabia que viria.’’ Aquelas palavras cortaram seu coração.

                Ele olhou todos que estavam ali, em busca de ajuda, mais não teve respostas. Shackleboult murmurava feitiços no corpo de Narcisa, e alguns cortes fechavam. Mais o corte maior, no rosto não fechava, e sangrava cada vez mais.

                ‘’Shh, não fale, eu vou te tirar daqui, você vai ficar bem mãe.’’ Uma lágrima escorreu no seu rosto, mais ele não teve vergonha.

                ‘’Potter? Onde está o Potter?’’ Uma Narcisa cada vez mais fraca pediu pelo garoto que continuava ajoelhado ao lado do ministro, tentando sem sucesso fechar o ferimento.

                ‘’Estou aqui sra. Malfoy’’

                ‘’Meu filho, ele é inocente Potter. A culpa sempre foi de Lúcio’’ Sua voz ficava cada vez mais fraca, sua pele agora possuía um tom branco perolado.

                ‘’ Draco, olhe para mim. Olhe para mim...’’ A mãe suplicava ao filho ‘’... Eu sei que você é bom, não se esqueça disso. Eu te amo’’

                Após essas palavras o corpo que o menino segurava em seu colo, amoleceu e a vida que ali habitava evaporou. Sua mãe morreu em seus braços. Ele não fora rápido o suficiente para salva-lo. Ele carregaria o peso da morte de sua mãe, para o resto da vida. A única pessoa que o amou verdadeiramente, havia partido. Ele estava sozinho, mais sozinho do que jamais esteve. Uma dor o tomou, tão forte quanto qualquer castigo ou tortura que recebeu. Ele estava sozinho. E então gritou, raiva, dor, ódio, medo, solidão, tudo era sentido em um único grito. Olhou para o corpo sem vida de sua mãe, e chorou. Ele estava quebrado.



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