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História Secret Truths - Mudanças


Escrita por: IzzeM

Notas do Autor


Oii gente, sei que não costumo escrever muito aqui, diretamente para vocês... Mas hoje eu vim, pois quero agradecer aos meus favs. Demorei um pouquinho pra isso, eu sei :( mas calma gente, tudo isso aqui ainda é novidade pra mim HAHAHA Obrigada mesmo, de coração.
Bom sei mais delongas, tem capitulo novo ali em baixo, então boa leitura a todos. Aos que favoritaram, e aos fantasminhas HAHAH :)

Capítulo 5 - Mudanças


POV - NEVILLE LONGBOTTON

Haviam se passado algumas horas desde que Hermione se retirou do jantar, dizendo que estava com dor de cabeça. Ele sabia que ela estava mentindo, a dor era no coração não em outra parte do corpo. Ele mesmo já havia sentido aquilo por diversas vezes ao longo de seus 18 anos. Por muito tempo sofreu em segredo, não contando aos amigos o que os pais haviam sofrido. Não por vergonha, nunca, jamais seria por isso. Seus pais eram heróis, leais aos amigos, corajosos e lutavam por uma boa causa. E foi justamente essa luta, que tirou os pais do garoto ainda pequeno. Que os privou de ser uma família. Toda vez que ia encontrar os pais naquele hospital, tinha uma esperança que um dia eles pudessem ao menos ter um momento de lucidez. Que talvez por um milésimo de segundo, eles o reconhecem e tivessem uma conversa com o filho. Mais a cada nova visita, o coração do garoto quebrava, seus pais ainda sofriam com o ataque que receberam. Haviam ficado apenas com a lembrança da dor, choravam, e pediam para que aquilo parasse. E quando não estavam tendo ataques, diziam coisas desconexas, ou ficavam olhando a esmo.
Então, ele entendia mais do que ninguém a dor de Hermione. Ele sabia que não seria fácil a amiga entender e de certa forma aceitar a nova condição dos pais. Ela deveria ao menos ficar feliz por eles, pois ambos não estavam sofrendo como os seus, eles haviam adquirido uma nova vida, novos hábitos. E mesmo que Hermione ainda não entendesse seus pais sempre estariam ali, bastava ela conhecer e aprender a amar Mônica e Wendell Wilkins. E decidido a tentar convencer a amiga a conhecer o casal que um dia foram seus pais, ele saiu a sua procura.
Pouco tempo depois ele a encontrou, e não acreditava no que estava vendo. Hermione estava junto de alguns trouxas, provavelmente alguns eram hóspedes do hotel. Ela dançava e ria no que parecia ser uma festa a beira da praia. Aquela não era Hermione, e de todas as coisas que imaginou que ela pudesse estar fazendo, nunca pensou que ela estaria em uma festa divertindo-se. Deu alguns passos até ela, e perto o suficiente pode ver que ela estava bêbada. Bêbada? Não, aquela definitivamente não era Hermione.

                ‘’Ei, o que pensa que está fazendo Hermione?’’ Disse, puxando a amiga pelo braço.

                ‘’Tô num lual, com meus novos amigos... ’’ e sorriu para o pequeno grupo de meninos e meninas que agora olhavam curiosos para os dois ‘‘... Qual é? Vai dizer que nunca foi a uma festinha Longbotton?’’

Odiava quando ela o chamava pelo último nome, era como se o provocasse, mais ele preferia não dizer nada. Não até aquele momento, pelo menos.

                ‘’Neville! Meu nome é Neville. Poxa vida Hermione, o que deu em você? Essa não é você!’’ Seu tom de voz passando de irritação, para desapontamento.

                ‘’E quem eu sou eu NEVILLE? A sabe tudo irritante? A bruxa mais inteligente da nossa idade?... ‘’ ao dizer isso o pequeno grupo riu da menina, pensando ser efeito do álcool o que ela dizia, mais ela continuou ‘’...A filha perfeita, que foi capaz de APAGAR A MEMÓRIA DOS PRÓPRIOS PAIS E MANDA-LOS PARA LONGE?’’ Agora ela já gritava, e poucas lágrimas escorriam por seu rosto.

                ‘’Chega Hermione, agora foi você quem foi longe de mais!’’ Sem pensar duas vezes, andou até ela e a jogou em seus ombros, já que não poderia usar um feitiço para leva-la até o hotel ou desaparatar com ela daquele lugar **merda de munda trouxa!!** E ao lembrar que os trouxas agora os olhavam com mais curiosidade do que antes, sem que ninguém percebesse, pegou a varinha do cós da calça e lançou lhes um feitiço para esquecer o que haviam acabo de presenciar.

O caminho até o hotel foi um pouco mais longo do que ele pensava mais se sentiu grato por Hermione ter pegado no sono no meio caminho, evitando assim mais discussões. Por sorte não havia ninguém acordado àquela hora, ou pelos menos não os pais de menina. Subiu com ela até seu quarto, queria evitar que ela fugisse no meio da noite ou fizesse qualquer outra besteira. Com delicadeza a levou para o chuveiro, a fim de dar-lhe um banho gelado. Diziam que isso ajudava, embora poções para ressaca fossem muito mais eficazes. Mais não chegou a fazê-lo, ela acordou ainda mais irritada que antes.

                ‘’Muito obrigada por me trazer até aqui, mais posso me virar sozinha. ’’ E sem dar chance de resposta, desaparatou do banheiro de Neviile.

Os dias que se seguiram foram ainda mais conturbados, vez ou outra a amiga voltava bêbada ao quarto. E a julgar pela rapidez com que voltava a beber, era quase impossível dizer que não estivesse virando uma alcoólatra. Ela poucas vezes falava com ele, e quando o fazia era rude. Até mesmo os pais da garota, que agora ela fazia questão de dizer que não era nada além de estranhos pra ela, notaram sua mudança. Ele escreveu cartas a Harry e Rony, afim de que os dois o ajudassem com amiga, e ambos ficaram como ele, sem saber como lidar com essa ‘’nova Hermione’’. Mais foi quando pegou a menina fumando, o que pareceu ser algo dos trouxas, que ele perdeu a cabeça de vez.

                ‘’Eu aceitei viajar com você para cá, aceitei te fazer companhia enquanto achava uma maneira de tentar trazer a memória de seus pais, entendi seu silêncio, seu choro. Entendi até mesmo, quando você bebeu pela primeira vez depois daquele jantar, mais isso? Isso eu não entendo. Sair todos os dias com pessoas que você nem sabe quem são! Já saiu até no Profeta Diário! Por Merlin Hermione, o que você pensa que está fazendo?’’

                ‘’Pelas barbas de Merlin, você acha que eu ligo para o que sai no Profeta? ‘A Garota de Ouro sucumbe após a Guerra Bruxa, seriam consequências da Guerra ou a pobre menina só quer chamar atenção? Por Rita Skeeter.’’ E riu, como se tudo fosse realmente uma grande piada ‘’...E francamente, eu não preciso mais de babás, se não está feliz pegue suas coisas e vá. E não pense que não sei que andou escrevendo para Harry e Rony! Parem de tentar me dizer o que fazer vocês não são meus pais! Eu nem tenho pais, eles morreram, lembra?’’ sua voz era tão cheia de desprezo quanto à de um Malfoy.

                ‘’Então essa é a questão? Você acha que por seus pais não poderem recuperar a memória, e não se lembrarem de você pode bancar a adolescente rebelde? É isso? Você prefere criar a ilusão de que eles morreram e sair por ai bebendo e fumando, seja lá o que você esteja fazendo, além disso? Você acha que a sua dor vai diminuir com isso? Ah Hermione, você se engana, e como se engana... ’’

                ‘’E quem é você pra me dizer alguma coisa... ’’Ela ia o interromper, e antes que se desse conta do que havia dito, o estrago estava feito, e ele já a respondia.

                ‘’O que diabos eu sei sobre isso? Eu vou te dizer o que eu sei Hermione Granger, por 18 anos eu vivi com pais moribundos trancafiados em um hospital, sem nem ao menos saber quem eu sou ou pronunciar meu nome. A cada visita, a cada ano que passava eu via o quanto os delírios deles aumentavam, enquanto a minha esperança diminuía. E no seu melhor dia, eu os via começarem uma conversa, e logo depois esquecerem-se dela. E eu sofri tudo isso sozinho, sofri calado, diferente de você que tem todo um mundo a sua volta pronto pra te amparar caso você chame. Mais o que você preferiu fazer? Se revoltar, afastar aqueles que te amam de verdade e querem te ajudar a enfrentar esse problema. Um problema não tão grande assim, porque ao contrario dos meus pais, os seus estão ai, bem e felizes. Não sofrem alucinações por causa de uma tortura. Eles estão alegres e bem, vivendo uma vida segura. Uma vida que você escolheu pra eles, para protegê-los!’’

Ele despejou nela tudo que estava sentindo. A revolta por ela lidar com aquilo como se fosse uma criança, ou pior, como se estivesse realmente sozinha. Ela não lhe disse nada, abriu e fechou a boca uma ou duas vezes, mas nada disse. Ele pode notar um pequeno sinal de arrependimento nos olhos da amiga, e os olhos levemente marejarem, mais em poucos segundos seus olhos ficaram frios e sem brilho.

                ‘’Ótimo, agora que ambos disseram o que queriam. Sugiro que volte a Londres, e me deixe em paz. ’’ E virou as costas, deixando para trás um Neville sem reação. ‘’E não se preocupe, não saíram mais matérias, nem flagras da menina de ouro e sua rebeldia. ’’ E ela se foi, sem olhar para trás, desaparatou.

POV - HERMIONE GRANGER

Dois meses haviam passado desde a frustrada viagem a Austrália, desde o encontro com os pais, e principalmente desde que virá Neville pela última vez. Bom, ela até o tinha visto uma ou duas vezes, mas não trocaram uma palavra se quer. Por mais que lá no fundo ela quisesse falar com ele, e se desculpar agora já era tarde.
           Pouca coisa mudou desde aquele dia, ela acabou voltando há Londres alguns dias depois de Neville. Mas diferente do amigo que voltou por chave de portal, ela preferiu viajar do modo trouxa. Voltou para a antiga casa dos pais, e como se já tivesse previsto o que iria acontecer, sua dor e solidão aumentou ainda mais. Se é que era possível. Continuava bebendo, e em algumas ocasiões fumava alguns cigarros. Mais como havia ‘’prometido’’ a Neville, se manteve o mais discreta possível quando resolvia sair e beber. E assim não saiu mais nenhuma outra matéria sua nos jornais. Harry e Rony procuravam não deixa-la muito tempo sozinha, e Gina por muitas vezes acabava indo dormir na sua casa, Luna às vezes lhe fazia alguma visita, mais era visível o desconforto que Hermione sentia na presença da amiga. Nenhum dos amigos lhe fazia perguntas, ou tocava no nome de seus pais, era quase como um tabu.

                ‘’Mionini? Mionini?’’ Ted a puxava pela manga do suéter, afim de que ela prestasse atenção no garotinho. Aquela noite ela estava  jantando na casa de Harry, e Ted estava com eles, visto que o menino ficava cada vez mais apegado ao padrinho.

                ‘’Que foi Ted?’’ Disse docemente para o pequeno, que agora já estava no seu colo. Ted havia crescido consideravelmente nos últimos meses. Já dizia algumas palavras, ou tentava pelo menos. Seus poucos cabelos estavam definitivamente azuis, mais seu tom mudava levemente conforme o seu humor, agora estavam no azul claro. O que indicava que ele estava cansado, e sonolento.

                ‘’Dumi’’ E se aninhou no colo da menina. Ted era, sem dúvida, a única coisa que a fazia se sentir melhor. Ela havia se apegado ainda mais no pequeno, talvez por terem algo em comum. A perda dos pais. Não demorou muito, ele pegou no sono e Harry o levou para seu quarto.

A noite passou tranquila, Monstro que agora voltará de vez para casa havia preparado o jantar. E agora ela, Harry e Rony estavam sentados à mesa, conversando sobre as cartas que haviam recebido naquela tarde.

                ‘’Eu queria voltar a Hogwarts, eu gostava do castelo, e ainda mais da comida’’ Rony ria

               ‘’Eu também, mais poder começar meu treinamento para auror é algo que eu sempre quis, então sei lá... ’’ Harry parecia ficar triste por não poder voltar, mais feliz por poder finalmente ser auror.

Ela ainda não sabia o que fazer, apesar dos três terem sido dispensados da volta a escola, ambos havia recebido um convite para trabalhar como aurores. Visto que seus desempenhos durante toda a Guerra fora melhor do que muitos bruxos mais velhos. E manter o Trio de Ouro no combate às trevas, certamente dava uma sensação de segurança ainda maior a comunidade mágica. Mas o que o Ministério não sabia, era que apenas Harry iria seguir para o treinamento, enquanto Rony ajudaria Jorge na Gemialidades Weasley, e ela ainda não sabia realmente o que fazer. Não queria voltar a viver no meio de lutas e trevas, e tudo o mais. No entanto também não queria voltar à escola e conviver com olhares de pena ou de admiração por feitos que ela já não sentia mais tanto orgulho.

                ‘’E você o que acha Mione?’’ Perguntou Harry.

                ‘’Desculpe, não prestava atenção, o que disse?’’

                ‘’Malfoy, você acha que ele vai voltar a Hogwarts depois de tudo que aconteceu?’’ Harry havia lhe contado sobre a noite em que Narcisa havia morrido, e tudo o que ela e Draco haviam passado nas mãos de Lúcio. E de como ele estava lindando com a situação.

                ‘’Não sei, mas acho pouco provável que ele queira voltar. ’’ Ela disse, sinceramente era aquilo que achava.

                ‘’Talvez ele abra um bar em Hogsmead.’’ Rony disse gargalhando.

                ‘’É isso que você acha Ronald? Ou é uma indireta para mim? Ou melhor, é isso o que você pensa de mim agora e usou o Malfoy para me alfinetar?’’ Um Rony arrependido pela sua brincadeira, e corando levemente, se encolhia na cadeira. E uma Hermione furiosa o fuzilava com os olhos. Qualquer menção dos amigos a bares e afins, era motivo para discussão, pois ela achava que era com ela.

                ‘’Eu.. eu não quis dizer isso, realmente...’’ Ele olhou em direção a Harry, como quem pede ajuda, que prontamente apareceu.

                ‘’Mione, ele não quis dizer isso. E é claro que ninguém pensa isso de você.’’ Harry estava aflito, já sabendo o que estava por vir.

                ‘’Não ouse mentir pra mim Harry Potter! Acha que eu não percebo o jeito que me olham? Todos vocês? Como se revezam para ficar comigo, tomando cuidado para que eu não perceba. Eu não perdi minha inteligência Ronald Weasley, eu sei o que todos falam as minhas costas. Eu sei o que ficam pensando cada vez que eu saio sozinha. ‘Oh, onde vamos encontra-la dessa vez, num bar trouxa ou numa taberna bruxa? A memória de quem vamos precisar alterar para não haver escândalos e matérias no jornal?’’ Sua voz era calma, porem fria e afiada.
                  Como nas muitas vezes em que discutiram, eles a olhavam incrédulos. Como incapazes de acreditar que a pessoa que estava a sua frente era sua amiga de anos. Por vezes eles discutiram sobre as atitudes dela, mais no fim apenas tentavam a manter longe encrencas, ou escondiam as encrencas em que ela se metia. Ninguém era capaz de entender que ela só queria viver aquele tempo pra ela, fazer o que tivesse vontade, ou não fazer nada. Ela só queria não ter com o quê, nem com quem se preocupar. Ela só queria ser uma garota comum, e não a bruxa famosa que ajudou a salvar o mundo. A garota de ouro, que tinha de ser perfeita, e sorrir pra todos, quando na verdade sua vontade era desabar e chorar ou gritar até não aguentar mais. Ela queria mostrar a eles que ela era uma pessoa normal, mais nada.

                ‘’Se querem saber, eu cansei. Vou embora. ’’ E antes que eles lhe dissessem qualquer coisa, desaparatou.

Agora ela estava em um pequeno vilarejo bruxo em Wiltshire. Era um lugar mais afastado, ao sul da Inglaterra, ela havia lido sobre ele uns dias antes. E por ser afastado, dificilmente alguém a encontraria ali. Pelo menos nenhum de seus amigos. Andou um pouco pelo local, e notou um pequeno bar aberto. Sem pensar muito, entrou no local, sentou em uma das mesas mais afastadas e pediu um uísque de fogo assim que o atendente apareceu.

      ‘’Ora, ora, se não é a sangue-ruim da Granger.’’

Ela conhecia aquela voz. Merlin só podia estar de brincadeira.



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