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História Secret Truths - ''Hoje é por minha conta.''


Escrita por: IzzeM

Notas do Autor


Olá gente, mais um capitulo pra vocês. Desculpem a demora, mais estou viajando e quase não tenho tempo...
Boa leotura ;)

Capítulo 6 - ''Hoje é por minha conta.''


POV - DRACO MALFOY

Andou lentamente até uma das mesas mais aos fundos do bar. Já fazia algum tempo que ele estava sentado ali, bebendo solitariamente e pensando sobre os últimos acontecimentos do dia, quando uma garota adentrou o pequeno bar, chamando sua atenção.
        Raramente via mulheres por ali, ainda mais tarde da noite. Em um primeiro olhar, era uma jovem garota, talvez tivesse sua idade, aparentemente magra apesar da grossa capa que usava, e pouco mais baixa que ele. Com uma bagunçada, mas bonita, trança de lado. E foi isso que chamou a sua atenção. Já tinha visto aquela garota em algum lugar, com aquele mesmo penteado. Aproximou-se pensando ser alguma ex-colega da Sonserina, e quando percebeu quem era, não resistiu ao impulso de insulta-la e deixa-la com raiva. Hermione Granger, a sangue-ruim que ajudou a salvar o mundo bruxo. Lembrou-se de uma matéria, sobre a garota estar frequentado bares trouxas e bruxos, e sobre sua inclinação para o álcool. Pensou ser só mais uma falsa matéria para vender exemplares, porém vê-la ali bebendo um uísque de fogo como quem bebe suco de abobora o fez ir até ela.

                ‘’Ora, ora se não é a sangue-ruim da Granger.’’

                ‘’Mas que diabos está fazendo aqui Malfoy?’’ Recuperada do susto, ela o fuzilava com os olhos.

                ‘’Então é verdade, Hermione Granger, a menina de ouro agora frequenta bares ao invés de bibliotecas.’’ Fez questão de não responder a sua pergunta, e sem cerimônias sentou a frente da garota. O que a deixou ainda mais irritada.

                ‘’Quando começou a se interessar pelos lugares que frequento?’’ Disse tão sarcástica quando ele.

                ‘’Não me interesso. ’’ Deu de ombros, e acenou ao atendente, que veio logo em seguida. ‘’Mais dois uísques. ’’ Ajeitou-se melhor, erguendo as pernas por cima de uma das cadeiras vazias, e pondo as mãos á nuca.

O olhar de Granger passou de raiva, para indignação e por fim indiferença. Logo que as bebidas chegaram ela deu de ombros e pegou um copo. Agora os dois bebiam, vagarosamente, cada um perdido em seus pensamentos, e ficaram assim por um longo tempo.

Agora ele esquecerá um pouco quem estava sentada a sua frente, e voltava aos pensamentos que rondavam a sua cabeça o dia todo. Hoje faziam exatos dois meses do assassinato de sua mãe, dois meses em que ele se via sozinho no mundo. E por ironia do destino, hoje fora o dia da execução da sentença de seu pai. Lúcio havia sido acusado e condenado a inúmeros crimes, mais o único crime que Draco esperava de fato que ele fosse declarado culpado e pagasse por tal, era o assassinato de sua mãe. Não demorou muito, e o mesmo júri que havia inocentado o garoto, condenou Lúcio ao beijo do Dementador. Era fato que ele queria que o pai sofresse mais, que pagasse por tudo que ele e sua mãe passaram, mas ao ver do ministério o beijo do Dementador era suficiente.
            Logo após o anoitecer, uma carta do ministro o avisou que a execução da sentença havia sido feita, e que Lúcio não havia resistido. Na carta o ministro dizia que o departamento encarregado, perguntava se ele desejava enterrar o pai ou deixava a encargo do ministério. Sem ressentimentos, Draco respondeu na mesma hora, para que fizessem o que achassem melhor, ele não se importava, afinal não tinha homenagens a prestar ao pai, nem muito menos desejava sepulta-lo junto de sua mãe.
          E pensando nisso, lembrou-se do dia em que prestou suas últimas homenagens a mãe. Não sabia como proceder em tal assunto, afinal nunca precisou sepultar ninguém, nunca foi chegado a essas coisas também. E ninguém menos que Judith Zabini, mãe de Blásio, se encarregou de providenciar tudo. Pouco tempo depois ficou sabendo por Blásio que enterros são a especialidade de sua mãe, de forma irônica, pois a mulher já havia enterrado seis maridos. A sra. Zabini acatou o único desejo de Draco, que a mãe não fosse enterrada no jazigo da família Malfoy, e sim no da família Rosier, que era a família de sua avó materna. Naquele dia poucas pessoas foram prestar suas últimas homenagens a Narcisa. Draco, Blásio, sra. Zabini, uma tia de sua mãe que ele não recordará o nome, Robert, dono do bar que ele agora estava, um repórter do ‘’Profeta Diário’’, e ele, o santo de todo um mundo bruxo, Harry Potter. O que Potter estava fazendo ali, ele não sabia, mais também não fazia a menor questão de ir até lá perguntar, nem mesmo para expulsa-lo. Sua única e exclusiva atenção era para a mulher que dormia eternamente em um caixão a sua frente. Potter não lhe dirigiu a palavra, e assim que o pequeno funeral acabou foi embora.
              Uma memória ainda tão viva, que o fazia ter pesadelos e o deixava acordado durante horas à noite, até ser vencido pelo cansaço. Um nó apertado se formou em sua garganta, um enorme vazio o consumiu. Daquele dia em diante, ele soube que esse vazio sempre estaria ali, nunca mais seria preenchido. Sua vida agora seria de uma solidão eterna. Sem sua mãe, a única pessoa que o amou verdadeiramente, nada mais fazia sentido. Solidão era só o que sentia. Sentiu-se ainda mais solitário quando adentrou a Mansão dos Malfoy, onde viveu toda a sua vida com sua mãe, e também com o crápula do seu pai. Cada canto daquela imensa casa trazia alguma lembrança, boa e ruim. Ele chorou e gritou no vazio da casa, quebrou tudo que estava a sua volta. Desejou que sua mãe o tivesse levado. Desejou por fim a própria vida.
                 Foi então que Blásio apareceu, e adivinhando o que Draco pretendia, o estuporou. O garoto acordou algumas horas depois, em uma sala que ele sabia não ser a da luxuosa mansão Zabini.

Flashback on

‘’Olá carinha, que bom que acordou...’’ um Blásio sorridente sentava-se na poltrona a sua frente.

‘’Que lugar é esse?’’ Perguntou sem rodeios.

‘’Ah, bom, essa é uma das casas da minha mãe... ’’ Olhou ao redor, parecia entediado ‘‘... ela deixa eu ficar aqui, dar festas, trazer garotas, desde que eu não destrua o lugar.’’ Deu de ombros.

‘’E por que estamos aqui?’’ Agora era um Draco curioso, analisando o local. Não podia negar era bonito, de muito bom gosto.

‘’ Sei lá, meio que pensei ‘talvez ele não queira ficar naquela mansão, vou trazê-lo para cá’, falei com a mamãe e ela só pediu para não destruirmos a casa e decoração, ou algo do tipo... ’’ agora ele ria ‘‘... Pedi para Mendy, arrumar um quarto, e quando fui busca-lo vi que a decisão foi boa...’’ a voz do garoto se perdeu, olhando tristemente para Draco.

Flashback off

No começo ele tentou dizer a Blásio que não iria ficar ali, mais o outro fora ainda mais insistente e ameaçou tortura-lo se fosse preciso. No fim Draco cedeu realmente voltar a Mansão não era bom. Talvez um dia, mas agora não. E querendo ou não, conforme os dias iam passando ele e Blás iam se aproximando, e algo que Draco nunca teve começou a aparecer. Amizade sincera. Era óbvio que os dois discutiam muito, mais também passavam longas horas conversando. Ele descobrirá que o garoto nunca conheceu o pai, que morreu antes mesmo do filho nascer, e que logo após sua mãe se casou de novo, e de novo e de novo. Draco não ousou perguntar a causa das mortes, mais algo lhe dizia que a doce sra. Zabini não era tão doce assim. Mas não interessava á ele, ela o deixará ficar na casa o tempo que fosse preciso, e vez ou outra aparecia para ver se estava tudo bem, se não haviam destruído nenhuma peça de decoração luxuosa e antiga, ou implicar por Draco não sair de casa. No dia de seu aniversário ela até fez um pequeno jantar para os três e o presenteou. De certa forma gostava da presença dela, e após 19 anos ele agora sabia que tinha pelo menos um amigo, Blásio Zabini.

                ‘’Oh puro-sangue, acorda.’’ Uma Granger visivelmente alterada, mais ainda não bêbada, o chamava.

                Ele a olhou por alguns segundos, com um pouco mais de atenção. As bochechas e olhos levemente avermelhados, um sorriso de deboche nos lábios. Acenou com a cabeça, para que ela continuasse, seja lá o que ela tenha falado antes. Ela entendeu, e falou.

                ‘’Você não respondeu. O que faz aqui?’’

Ele pensou se a responderia, ou ignoraria a pergunta novamente, por fim resolveu responder.

                ‘’Comemorando.’’ E saldou, como em um brinde.

                ‘’O quê exatamente?’’ Ela arqueou uma sobrancelha, e seu semblante ficou sério. Ele pode notar como os olhos castanhos, e um pouco avermelhados, o fitavam curiosos.

                ‘’A morte de Lúcio Malfoy.’’ Falou friamente, novamente erguendo o copo como se estivesse brindando.

A expressão da garota mudou, ficou séria. Abriu a boca, para respondê-lo, mas desistiu. Apenas ergueu o próprio copo, e brindou com ele. Os dois trocaram um rápido olhar, e beberam seus respectivos uísques. Um pequeno silêncio se fez presente novamente, até que algo chamasse a atenção do garoto. Ela puxava uma carteira de cigarros de dentro da capa, e estava prestes a tirar um, quando disse calmamente:

                ‘’Robert não gosta que fumem aqui.’’ Ela o olhou confusa, e por fim depositou a carteira de cigarros na mesa.

                ‘’Quem é Robert?’’

                ‘’Dono do bar, me expulsou daqui uma vez.’’ Deu de ombros.

                ‘’Hmm, bom então eu vou indo.’’ Tirou alguns galeões do bolso e depositou em cima da mesa. ‘’Hoje é por minha conta Malfoy, você não foi tão desprezível como pensei.’’

                ‘’Vindo de você até parece elogio Granger.’’ Ela levantou, e com um pequeno aceno saiu.

De todas as pessoas que ele esperava encontrar naquela noite, ela era sem dúvida alguma a última delas. Era fato que não haviam trocados muitas palavras, e as poucas que trocaram foram irrelevantes, mais no geral fora até uma boa companheira de bebida. Diferente de Blásio, que falava sem parar e vez ou outra dava algum vexame. Ela apenas bebia, em silêncio, gole após gole, calmamente. Talvez se Robert permitisse fumar no local, entre um gole e outro ela poderia estar fumando agora, e ainda estivesse sentada a sua frente, inerte nos seus próprios pensamentos. Além de ela ser a última pessoa que esperava encontrar, também nunca pensará em vê-la bebendo, e por fim puxando carteiras de cigarro do bolso. E olhou para a mesa, ali ainda estavam a carteira de cigarros, e o isqueiro dourado. Tomado por impulso, saiu atrás dela.

Olhou para os dois lados, nem sinal de Granger. Aparatou talvez. Já que estava ali acendeu um cigarro da garota e foi caminhando de volta até sua nova e temporária casa.

POV – HERMIONE GRANGER

Em um primeiro momento sua vontade era estupora-lo. Ou quem sabe até tortura-lo. Agora já em casa, ela lembrava-se do garoto, agora quase um homem, pálido e platinado que a fizera companhia a noite toda.
            Vê-lo ali, zombando dela, sentando-se despreocupadamente a sua frente, e ignorando suas perguntas quase a fizeram socar sua cara novamente. Antes que pudesse expulsa-lo dali, ele chamou o atendente e pediu mais dois uísques. Por fim ela desistiu de expulsa-lo, deu de ombros e resolveu ver até onde aquilo ia, imaginou que ele passaria o resto da noite a alfinetando ou fazendo insinuações, mais não. Estranhamente ele apenas bebeu, assim como ela, vagarosamente, gole após gole. Acenando, uma, duas, três vezes para que tornassem a encher os copos da mesa. Nem uma única palavra. O olhar do garoto era distante, vazio, e completamente sem brilho.
              Ela se esqueceu do motivo que a levará até ali, e apenas o olhou atentamente. Seu cabelo platinado, agora um pouco mais comprido do que costume, estava tão bagunçado quanto o de Harry. Algumas mechas caíam sobre os olhos. Olhos esses, que agora possuíam um tom ainda mais acinzentado, sem vida. Pequenas olheiras eram visíveis, e a pela tão pálida quanto a de um fantasma. Malfoy estava aos cacos, ela pensou.
                Ele suspirava, inconscientemente. Ela pode jurar que viu seus olhos enxerem de lágrimas, porém nenhuma lágrima caiu. Ele deveria estar pensando na mãe. Hermione lembrou que ela havia sido assassinada há pouco tempo, Harry e Rony contaram assim que ela voltou da Austrália. A pior parte, além da morte, era saber que o causador fora seu próprio pai. E por um misero segundo, ela sentiu compaixão pelo garoto.

Resolveu puxar conversa. Ela sabia o quanto pensar nos pais era dolorido, de certa forma ela também não tinha mais os dela. E como imaginara, ele estava ali, bebendo e comemorando a morte do pai. Pouco mais cedo ela havia lido no jornal, sobre a execução de sentença de Lúcio Malfoy, e como a comunidade bruxa se sentia segura, agora com o último Comensal da Morte condenado. E ele mesmo a confirmou, sem emoção alguma e brindar tal coisa. Ela ficou séria, ao ver um filho comemorar a morte do pai, mais por fim talvez fosse um motivo para comemorar. Não para ela, mais para ele. E resolveu acompanha-lo no brinde.
              Hermione pode notar um pequeno olhar curioso sobre ela. Não durou muito, mais foi intenso, e talvez pela bebida sentiu-se um pouco tonta. Deu mais alguns goles, e sentiu uma enorme vontade de fumar. Tragar a fumaça do cigarro, a deixava relaxada, sua mente se esvaziava, e a única atenção ficava por parte de tragar o cigarro e logo em seguida liberar a fumaça de seus pulmões. Para sua surpresa Malfoy lhe dirigiu a palavra, alertando sobre o dono do bar. Talvez ele viesse ali sempre, já que sabia o nome do dono... Decidiu então que era hora de voltar para casa, e apesar de nunca ter desejado companhia quando saí para beber, a de hoje apesar de inusitada, não fora das piores. Retirou as moedas que julgou suficiente para pagar a bebida de ambos, pôs sobre a mesa e saiu.

Tomou um banho relaxante, e agora em pé na cozinha, olhando a casa vazia e solitária, sentiu a mesma vontade de fumar. Pegou sua varinha **Accio cigarros** nada, proferiu o feitiço novamente e nada. Então, lembrou-se. Havia deixado cigarro e isqueiro na mesa do bar.

                ‘’Droga, aquele era meu isqueiro preferido.’’

Suspirou tristemente, e julgando ser muito tarde para sair atrás de cigarros, subiu em direção ao seu quarto. Como de costume, aninhou-se entre os travesseiros que pertenceram aos seus pais, e que ainda possuíam o cheiro de ambos, adormeceu.

 

 


Notas Finais


Desculpem os possiveis erros... Bom, até mais galeuras.


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