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História Secreto (II Temporada) - Passado e presente - Meredith


Escrita por: Satoji

Notas do Autor


Leitores, sim, aqui estou eu de volta das cinzas... Vim lhes trazer um capítulo novo e com uma narrativa diferente.
Como eu havia dito no capítulo que publiquei explicando minha ausencia (caso não tenha visto, eu estava ocupada estudando para vestibulares, por isso sumi) as coisas mudariam para : MEREDITH, IKUTO E KAGOME.

Sobre o capítulo: Entendam - SECRETO NÃO É UMA FANFIC PARA TER FINAIS FELIZES E CHEIOS DE AMOR E ALEGRIA - Eu sei que muitos de vocês querem algo como "amor cura tudo" e infelizmente, isso não é encontrado na Secreto. Nem em sua primeira temporada tivemos isso, nessa não seria diferente, então, peço que preparem seus corações, as coisas ficaram bem tristes a partir desse ponto. PORÉM NÃO QUER DIZER QUE O FINAL SERÁ IGUAL - Não se preocupem, o final, eu prometo, que não será trágico como o anterior, ok?

Esse capítulo terá dois pontos de vista, o primeiro é feito pela Meredith (como diz o titulo) o segundo será por Ikuto que vem mais tarde. Não se preocupem, não irei repetir cenas, voces entenderam mais pra frente porque fiz isso.

Bem, espero que gostem, os vejo em breve.
Boa madrugada, sem mais delongas boa leitura.

Capítulo 6 - Passado e presente - Meredith


Fanfic / Fanfiction Secreto (II Temporada) - Passado e presente - Meredith

MEREDITH 

Anos antes dos acontecimentos atuais 

 

— DEE! — Com seis anos, minha voz era fina e estridente, eu parecia uma vitrola desafinada — DEE — Eu sempre o chamava quando tinha problemas. 

— Aqui — Virei-me e dei de cara com o rosto dele, meus olhos estavam marejados, o abracei com força. 

— Angelique morreu — Senti a mão de Dee passar por meus cabelos, ele sempre sabia o que fazer ou dizer mas, naquele dia, ele me deixou chorar o que eu precisava. 

 

Fiquei horas e mais horas chorando. Perder Angelique foi a segunda maior perda da minha vida — A primeira foi mamãe — Eu não conseguia me imaginar sem Angelique. Minha melhor amiga havia pego uma doença rara e acabará por falecer. 

Lembro-me que a luz do sol batia entre as folhas verdes das arvores, dando um tom amarelado a elas. Minha cabeça repousava no ombro de Tweedle Dee e eu sentia que ele  me daria o tempo que fosse necessário para me recuperar. 

 

— Eu sinto saudades dela — Funguei baixinho. Tweedle Dee deveria ser (E ainda é) várias décadas mais velho que eu, porém, diferente de nós que eramos cartas sem rosto e sem nome, ele não morre muito menos envelhece. 

— Todos sentimos, Meredith — Eu estava de olhos fechados, Tweedle Dee não gostava que eu o visse na forma adulta, então, haviamos prometido que quando ele precisasse ficar adulto eu não olharia — Mas, ela sempre estará com você  — Ele acariciou minha cabeça e a beijou — Eu estou contigo, não se preocupe. 

 

Vivi meus próximos anos me perguntando o que seria de mim sem meu amigo Tweedle Dee. Ele era como um irmão mais velho e ainda é.  

O destino me tirou várias coisas, primeiro foi a Mamãe... Depois me tirou Angelique e com mais alguns anos, me tiraria Papai também. 


UM MÊS ANTES DOS ACONTECIMENTOS ATUAIS 

 

— Espere Gregório! — Folego me faltava, eu precisava alcança-lo, porém, Gregório possuía pulmões de aço. Ele corria em direção ao riacho. 

— Tente me pegar, Meredith!  

 

Corríamos sem parar, eu adorava meus irmãos, eram o que restava de nossa família. As coisas estavam se tornando estranhas em Wonderland e eu estava com medo de perde-los. A brisa estava forte, eu sentia meus fios de cabelo batendo em meu rosto com agressividade. Sinto o cheiro das flores e as cores que elas trazem. 

Adorava a vida na aldeia, gostava dos vizinhos, não tinha problemas com eles — exceto Eduardo, todo mundo tem problemas com Eduardo—. Minha paixão pelo príncipe era  secreta, não queria que ninguém soubesse — Nem mesmo Ikuto — Suspirei ao pensar na ideia de me declarar e senti minhas bochechas pegando fogo ao me lembrar dos olhos de Ikuto me encarando. 

 

— GREGÓRIO! — Ao longe, próximo ao riacho, Tweedle Dee estava brincando. Gregório sem demora correu em direção a Dee e pulou nele, assim, ambos caíram na água se molhando por inteiros. 

— Oh meu Deus! — Corri em direção aos dois garotos — Dee! Tweedle Dum vai se zangar com você. 

— Isso é o de menos — O rapazinho de olhos azuis ria com a brincadeira — Tweedle Dum decidiu que vai ser adulto para sempre... Não acho que seja necessário me lembrar o que ele pensa atualmente e, ao contrário do meu irmão, eu gosto de ser criança — Sorriu, tendo o sorriso retribuído por mim.  

  

Álvaro que até o momento estava atrás de nós dois também pulou na água, fazendo com que eu acabasse por me molhar também. Dee e Gregório riam com a situação, eu só pude bufar e logo em seguida rir também. Percebi Dee sair de dentro do riacho e vir até mim, enquanto meus irmãos se deliciavam com a água gelada do riacho. 

 

— Sabe Dee, eu gostaria de ser criança novamente — Levantei a barra do vestido e sentei-me à beira do riacho — Desde que Papai sumiu, ter de cuidar dos garotos é cansativo... 

— Eu imagino — Dee sentou-se ao meu lado — Eu quero me manter assim, não tenho preocupações... Mas quando estou na outra forma, é como se eu crescesse instantaneamente. Meus pensamentos e escolhas mudam.  

— Gostaria de ter essa escolha... 

— Bem, eu aproveito o máximo que posso... — Tweedle Dee já se preparava para voltar a seu posto no castelo — Eu creio que seu pai vai voltar, então, você poderá voltar a brincar conosco — O sorriso mais sincero que eu encontrava era o de Tweedle Dee. Eramos e ainda somos bons amigos.  

   

DIAS ATUAIS 

 

26 de fevereiro de 1885 — 8h14min 

— De maneira alguma — Kagome colocava sua xícara de volta a mesa — Se sua vontade é essa, não irei a impedir. 

— Agradeço — Me reverenciei e voltei meus olhos para os da rainha — Meus irmãos ainda são pequenos, devem estar preocupados... Não sei onde estava com a cabeça de sair da aldeia e os deixar aos cuidados de tia Kagura. 

— Sem problemas criança — Ela sorriu de maneira larga e segurou minhas mãos com força — Volte quando quiser, as portas do palácio estarão sempre abertas a você. 

 

Sorri, recebi um abraço apertado da rainha e me coloquei em direção a porta. Infelizmente, meu plano de evitar Ikuto não deu certo. Assim que coloquei a mão sobre a maçaneta ele abriu a porta. Nos encaramos. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas não iria chorar na frente dele, não mais.  

Passei por ele e sai, deixando-o sozinho com sua mãe.  

 

26 de fevereiro de 1885 — 10h15min 

Como saí cedo do castelo, estava de volta a aldeia antes da hora do almoço, somente achei estranho o fato de Tweedle Dee não ter vindo se despedir, mas imagino que estaria muito ocupado com seus afazeres no castelo, já que ele é um dos guardas do mesmo.  

Meus olhos devem estar vermelhos como pimenta. Eu chorei o caminho todo e continuo a chorar. Lembrar das palavras "Lágrimas de vagabunda" faz com que meu coração doa muito. Sequei o rosto com a manga do vestido. Não vou mais chorar, não por esse motivo. 

Cheguei a entrada da aldeia porém, estranho o fato da calmaria do local, pelo horário, as crianças já deveriam estar correndo pela fonte atrás dos peixes e passarinhos. Desci de meu cavalo e me coloquei a andar. 

Andei um pouco até chegar na fonte. Observei que uma multidão estava aglomerada em certo ponto, arqueei minha sobrancelha e fui até o mesmo, precisava saber o que estava acontecendo ali.  

Mais alguns passos e pude ver que era a frente da minha casa. Meu coração congelou. Comecei a contar os passos mentalmente... Por favor, que nada tenha acontecido aos meus pequenos. 

 
— O que aconteceu? — Perguntei receosa ao fazendeiro da aldeia. Eu não havia levantado meus olhos para a cena a minha frente. 

— Meredith... — Ele me olhou de maneira estranha, parecia dó transbordando de seus olhos — Você não estava lá? Graças aos deuses — Ele abraçou-me e eu senti meus olhos marejarem. 

— P-Porque? — Bastou eu virar minha cabeça para me deparar com aquela cena horrenda. 

 

Alvaro e Gregório... Alvaro era o mais novo, tinha apenas seis anos, Gregório tinha dez, ambos filhos do segundo casamento de meu pai, infelizmente, minha madrasta também morrerá, assim como mamãe.  

Tia Kagura cuidava deles quando eu precisava buscar coisas na floresta. Quando ela ficou sabendo que Papai sumiu, se propos a me ajudar a olhar os meninos. Meus olhos não podiam acreditar no que viam. O que mais o destino tiraria de mim? 

Os três estavam com os corpos sujos por suas fezes. Haviam sido enforcados em frente a nossa casa. Uma grande bandeira estava espetada em frente a nossa casa próxima aos corpos... O brazão de lobo e o fundo azul com o nome do reino em dourado "Elcastian". 

 

— A RAINHA SE APRÓXIMA! — A essa altura eu estava de joelhos, sentindo a terra entre meus dedos. Eu estava paralisada pela dor da perda. Meus olhos estavam perdidos, brilho não era mais encontrado neles. 

 

Eu consegui ouvir o som dos cascos do cavalo de Ikuto. Ouvi quando ele pulou do cavalo e veio correndo em minha direção. Ele pegou em meus ombros e me ajudou a me levantar.  

 

— Mere... 

— Cale a boca — Falei de maneira fria — Eu não quero te ouvir, não quero te ver, não quero que toque em mim — Me soltei de seus braços — Não quero nada relacionado a você — Virei-me e encarei os olhos de Ikuto — Isso é culpa minha... — Meus olhos estavam cheios de lágrimas novamente — Era pra eu estar lá com eles — Apontei para meus irmãos pendurados pelo pescoço e depois apontei em direção aos céus — Mas eu não estava aqui... Não pude ajudar Alvaro e Gregório a fugir — Senti algo se entalar em minha garganta e o gosto da bile vir forte em minha boca. 

— Você não tinha como saber — Ele tentou se aproximar novamente, mas eu recuei. 

— AGORA ELES ESTÃO MORTOS, IKUTO! MORTOS! — Gritei. Vi o rosto de Ikuto ficar confuso, ele não sabia como agir. Muito menos eu. Foi então que senti o abraço forte e caloroso de Tweedle Dee. O mesmo abraço de anos atrás... O abraço que me confortava sempre que eu precisava. 

 

Eu o apertei forte contra meu corpo e chorei, deixei minha alma ser lavada pelas lágrimas que escorriam de meus olhos. Eu gritava e eu batia nas costas do Dee, eu não aguentava aquilo, não aguentava mais perdas. 

 

— Ikuto, você já fez de mais — Dee falou — Voltei para a rainha, eu cuido de Meredith — Ikuto assentiu e deu as costas. Tweedle Dee havia ouvido nossa conversa, ele sabia dos meus sentimentos em relação a Ikuto agora e mais que ninguém era o único que entendia a minha dor. 

And that's all...?

(E isso é tudo?...)


Notas Finais


Espero que tenham gostado, mais tarde eu posto a continuação.


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