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História Secretos of a Mermaid Life - (Not) Nice to Meet You


Escrita por: Gio_Gio_Fics

Notas do Autor


Gentweeeeeee! Fiz uma coisa insana! Sabe aquele joguinho talking angela? Então.... eu e a @titiachiichan passamos TODOS os níveis daquele minijogo Tiny Puzzles, juro que depois eu queria morrer! Por isso não postei ontem a noite, mas olha eu aqui, e pra compensar trouxe um cap com 3,600 palavras! O próximo deve sair hoje ou amanhã e vai ser narrado por nossa querida Maya!

Antes que eu esqueça, mudei o nome e a capa da fic porque... sei lá, porque sim.

Penúltima coisa, meu PC pegou um vírus (maldito popcorn time) e tá meio bugado, então talvez o próximo do próximo cap 9) só saia em fevereiro.

Última coisa, a música deste cap é inteiramente de minha autoria, mas como eu não vou me expor pra internet (e porque eu não canto bem) pedi pra minha irmã falar com uma amiga dela pra ver se ela canta pra mim, se der certo posto o link nas noas finais do próximo cap, ok?

B
O
A

L
E
I
T
U
R
A
!

Capítulo 7 - (Not) Nice to Meet You


Acordei um pouco mais tarde do que pretendia, desci para tomar café e encontrei todos vestidos e já comendo, então lembrei que Lolla me disse que iria ao supermercado pela manhã.

 

— Vai ao supermercado com a gente, Aly? — Chloe me perguntou pulando em meu pescoço sem que eu tivesse tempo de responder. Girei a menina no ar e assenti rindo.

 

Lolla dirigiu cerca de vinte minutos, com Noah no banco do passageiro e eu, Cath, Chloe e Mia, uma amiguinha de Chloe, nos bancos de trás. Chloe não parava de falar o caminho inteiro sobre o presente que o Papai Noel deixou para ela, falou coisas incríveis sobre o ursinho e até gritou bem alto que era o que ela queria. Não conseguimos evitar a risada que fez a menina ficar sem entender nada. Chloe era muito pequena e ainda acreditava em Papai Noel.

 

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Levar crianças em supermercados sempre rende boas risadas, e desta vez não foi diferente. Cada coisa que elas viam, tinham que ler em voz alta e fazer um comentário sobre a embalagem, como “Olha, olha! Esse gato aqui parece o Garfield. ”, ou “Meu deus! Aquela mulher é uma baleia! ”, claro que depois nós riamos ou repreendíamos baixinho, mesmo assim os comentários foram incessantes. Chegou a hora de pagar e eu tenho certeza de que foi o maior mico passado em toda a história da humanidade.

 

— Olha Aly! — Chloe me disse apontando para uma estante cheia de balinhas mentos. Mia puxava a manga de Cath e apontava para a mesma estante. Nos olhamos e Lolla disse a elas que poderiam pegar uma caixa cada uma, mas na hora que elas foram pegar a bala uma tropeçou no pé da outra e elas caíram em cima da prateleira de revistas e derrubaram todas elas no chão. Claro que fez um barulho absurdo e metálico, as duas meninas logo se esconderam atrás de Lolla competindo por espaço. Cath e eu estávamos paralisadas, já Lolla e Noah riam da confusão feita pelas duas crianças.

 

— Parem de rir! — uma mulher vestida em uma roupa de mamãe Noel do outro lado do supermercado gritou, mas a voz da mulher era muito esganiçada.    

 

  Eu e Cath começamos a rir junto, então todas as pessoas no supermercado estavam rindo também, menos a mulher Mamãe Noel, claro.

 

O gerente do lugar chegou e riu ao ver a “bagunça feita pelas duas crianças fofas que se escondiam atrás da senhora de roxo sorridente”. Palavras do próprio homem. Ele não ficou bravo ou irritado ao ver o tamanho do estrago no lugar, muito menos pediu para que pagássemos por todos os produtos derrubados, então pegamos as compras e fomos embora como se nada tivesse acontecido.

 

Lolla pediu nossa ajuda para preparar o almoço, mas Chloe não parava quieta e sempre pedia para ajudar. Eram quase dez e meia quando Cath percebeu que alguém tinha que levá-la para um passeio, então eu o fiz, avisamos para Lolla que íamos em uma cafeteria que tinha perto da praia e fomos andar.

 

A cafeteria não era longe, quer dizer, ficava do lado esquerdo da praia, na direção oposta à casa. O caminho não era longo, mas quando se trata de surpresas, mesmo no menor tempo possível, elas podem vir como um choque. Se esse choque é ruim ou bom depende da pessoa e das circunstâncias.

 

— Alicia! — Lyanna disse pulando em meu pescoço. Ver a menina foi um choque, não a via desde que saí do mar pela segunda vez, quando eu vim para a Terra ela não estava no reino. Sorri e retribuí o abraço percebendo o quão estranho era ter ficado uns bons cinco segundos parada como uma banana sem fazer nada. — Eu estive procurando por você! Há duas semanas!

 

Ela estava irritada e gritava comigo cada vez mais, mas de repente seu semblante mudou de bravo para preocupado e seus olhos castanhos se fixaram em um ponto atrás do meu ombro e assumiu um tom sombrio. Chloe em um instante estava no chão e no outro nos braços de Lyanna, que me puxavam para dentro da cafeteria.

 

— Me escute com cuidado! — a morena disse se referindo à mim. — Minha intenção não foi te assustar ou te preocupar. Mas o sonho foi necessário. Nem tudo é da mais pura verdade, mas seu pai foi sim levado. Não se preocupe, Grace procura por ele há dias, mas isso não diminui a gravidade da nossa situação. Volte. Leve quem quiser junto, mas volte. Nós precisamos de você lá. Cuidando do que é seu. Não deixe que nós nos afoguemos.

 

— Me desculpe Lyanna. Não posso. Não posso arriscar, você não entende. Os perigos envolvidos são prejudiciais a todos, não só a mim. Se eu pudesse eu voltaria, mas não posso. Tem que entender isto. Por favor.

 

— Estamos passando por tempos difíceis e perigosos. Entramos em guerra com o cardume canadense, Alicia. Temos que saber formar alianças, e você é nossa melhor chance por agora.

 

Os olhos escuros e marejados de Lyanna se fixaram em um ponto distante, um balanço de cabeça e ela voltou a me encarar, foi então que eu percebi o que realmente estava acontecendo.

 

— Você passou para o lado deles, não foi? — perguntei. Ela desviou o olhar e suspirou, mas não voltou a me encarar como fazia antes. — Não acredito. Isso se chama trair a confiança e você sabe disso, mas mesmo assim escolheu o outro lado.

 

Ela voltou a me encarar, com raiva.

 

— Estamos em guerra Alicia! Abra os olhos! Temos que fazer alianças sensatas! Se eu tenho uma escolha a fazer, escolho o lado mais forte. Ninguém gosta de perder! — Lyanna chorava de ódio, rancor, angústia arrependimento e tristeza. — Não há mais volta. — sussurrou para si mesma.

 

Eu comecei a chorar. Chorei pensando em como ela traiu as pessoas que confiaram nela. Como ela não confiou em nós. Lyanna sempre fora uma má perdedora, mas abandonar sua família em momento delicado como esse é ser covarde.

 

— Eu sei que não confia em mim, não agora. Mas peço que me escute só hoje! Só desta vez será que você pode escutar? Eu sei mais que você! Faz seis meses que você não vê o que está acontecendo! Sei que pensa que estou sendo covarde, e talvez eu realmente seja! Mas mais do que isso eu fui inteligente! Fiz o melhor para mim. Pela primeira vez em anos eu me pus em primeiro lugar! Então para de chilique e escuta o que eu estou dizendo! — Lyanna voltou a gritar enquanto enxugava as lágrimas.

 

— Não esperava isso de você. De qualquer outra pessoa, sim. Mas de você, não... — disse secando as lágrimas que escorriam. Peguei Chloe e virei as costas.

 

— Eles virão te buscar! Você sabe disso! — Lyanna gritava enquanto eu apressava o passo em direção a casa. — Eu te avisei. Te dei uma escolha. Você não ouviu, agora arque com as consequências. Pense em você!

 

Dei meia volta ficando de frente para a menina que me encarava friamente.

 

— Se você veio arrumar problemas, então é melhor ir embora. Eu tenho uma vida aqui. Uma que não planejo deixar para trás tão cedo. E se seu para você família é simplesmente laços de sangue, então reveja seus conceitos. Cansei de arcar com as consequências de seus atos Lyanna. Agora você é adulta, não aja como uma criança mimada.

 

Senti uma mão em meu ombro e me virei para encarar o dono de tal ato um pouco surpresa.

 

— O que significa tudo isso Aly? — Noah me perguntou meio surpreso com a cena. Não pude deixar de sentir dó.

 

— Eu explico depois — disse me dirigindo a ele. — E quanto a você... — me dirigi a Lyanna —, o assunto acaba aqui. Isso não se faz. Aquelas pessoas são nossa família. Virar as costas deste jeito só piora tudo. Se for para me convencer a voltar nem se dê ao trabalho de me procurar de novo, entendeu?

 

Vi Lyanna engolir o choro e andar na direção oposta à que nós íamos.

 

— Se importa de explicar aquela cena toda ali? Porque não me parecia uma briguinha de irmãs.

 

Suspirei pensando em como contaria a ele tudo o que era preciso. Preciso de permissão primeiro e depois de um plano — pensei.

 

— Só vamos embora — disse em um sussurro ainda chorando. Noah me abraçou, mas não disse nada. Posseidon como esse menino é incrível!

 

Voltamos a tempo para o almoço, mas como se divertir quando a única coisa que se passa em sua mente é em como se livrar da sua irmã mais velha? Lyanna não era minha irmã de sangue, mas dentro de um cardume todos somos irmãos e primos, pelo menos até atingirmos dezoito anos.

 

Fingi sorrisos e risadas durante toda a refeição. A família de Maya estava presente e isso me pouparia muito tempo e esforço. Quanto mais rápido partíssemos, mais rápido todo o problema se resolveria. Eu tinha um plano, e, dessa vez, era um plano bom.

 

O almoço acabou por volta das três horas. A primeira coisa que eu fiz foi puxar Cath, Maya e Chloe para o meu quarto.

 

— Presumo que esteja aqui para nos contar o motivo de ter estado tão distante durante o almoço de hoje — Cath disse em um tom brincalhão.

 

— Isso é sério Cath! Para de brincar e me escuta, por favor — expliquei. Ela assentiu junto com Maya enquanto Chloe permanecia parada sem entender nada. — Eu encontrei uma “irmã” minha hoje. Ela me informou de alguns acontecimentos recentes no meu reino. A situação não é boa, e nós vamos ficar envolvidas contra nossa vontade se não nos envolvermos agora. É por isso que vamos passar um tempo no mar e falar com a rainha.

 

Inicialmente, só o silêncio podia ser ouvido, Cath e Maya apenas concordaram com o que falei, então Chloe resolveu se manifestar.

 

— Eu vou junto? — ela perguntou, aqueles grandes olhos expressivos me encaravam curiosos. Eu queria dizer que sim, mas não era possível.

 

— Não, desculpa. É perigoso. Mas, tem algo que preciso que faça. Não conte a seus amigos sobre aquela conversa que tive mais cedo, ou a Noah e muito menos a Lolla. Entendeu? E mantenha-os ocupados, se alguém perguntar, estamos em uma viagem para negócios.

 

Chloe assentiu e se sentou em minha cama. Olhei para as duas meninas que também assentiram e se levantaram de onde estavam sentadas para descer as escadas e anunciar nossa viagem.

 

— Lolla, eu queria perguntar se eu, Cath e Maya podemos ir viajar por um ou dois dias. Não vamos demorar muito eu prometo.

 

— Claro, sem problemas! Vão quando? — ela me perguntou sorrindo.

 

— Hoje mesmo! — respondi com um sorriso falso.

 

— Ótimo! Mas não demorem muito mais do que dois dias ok?

 

Assenti e suspirei saindo da sala e voltando para o quarto, onde Cath e Maya se encontravam. Chloe saíra para a piscina uns cinco minutos antes.

 

— Ela deixou — dissemos em uníssono.

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— Por que temos que acabar com essa guerra mesmo? — Maya perguntou pela décima vez durante o trajeto para a praia.

 

— Porque a guerra vai causar destruição na terra e metade da população mundial humana vai ser completamente dizimada. Além de doenças que se espalharão e dos tsunamis que destruirão cidades. — Respondi pela décima vez.

 

— Okay. — Maya fez uma pausa para voltar a falar. — Essa rainha... ela é brava?

 

Ri com o comentário inoportuno enquanto negava com a cabeça. A rainha é bem legal.

 

— Pensei que soubesse disso. Não foram buscar seus anéis com ela? — perguntei ainda rindo.

 

— Não, uma criança nos trouxe os anéis.

 

Assenti com a cabeça lembrando de quando a rainha escolheu sua ajudante, Meredith.

 

Continuamos caminhando em direção à praia, até que avistamos a imensidão branca e azul. Foi muito rápido, não sei o que aconteceu, mas em um instante estávamos paradas ali olhando o lindo mar a noite e no outro estávamos fazendo uma guerrinha de areia. 

 

Então um choque de realidade me atingiu, ou melhor, uma onda. Feita de água. Água gelada. Pulei no mar em desespero e senti as duas me acompanharem alguns segundos depois. Gesticulei em direção ao fundo e “lá fomos nós”.

 

Chegamos na mais profunda parte do oceano em pouco tempo, mas não rápido o suficiente para passarmos despercebidas.

 

— Rainha Jill? Você está aí? — perguntei ao ver uma pequena luz que levava a um túnel.

 

— Alicia! Que bom te ter de volta. E é um prazer tê-las aqui Catherina e Maya — Jill respondeu em seu tom doce costumeiro, mas um pouco mais cansado que o normal. — Venham, sigam o túnel.

 

Nos entreolhamos e assentimos partindo para dentro do túnel de a luz vinha e espremendo os olhos tentando amenizar a claridade repentina.

 

— Sei por quê me procuram jovens. Alicia quer permissão. Maya tem dúvidas. Catherina tem um plano, ou quase isso. Todas as suas perguntas serão respondidas — Jill voltou a falar quando terminamos de cruzar o túnel. — Alicia, permissão concedida. Maya, isso só você pode responder, mas se você quiser... há sempre uma porta ao fundo. Catherina, seu plano é bom, porém falho, te aconselho a contar com a ajuda de suas amigas para melhorá-lo.

 

A rainha sempre tem os melhores conselhos e dessa vez não foi diferente, mas o que realmente me alegrou foi ter a permissão dela. Metade dos problemas resolvidos.

 

— Muito obrigada. Temos que ir, mas voltaremos para visitá-la.

 

Saímos de lá em direção ao meu reino, assuntos a serem tradados me aguardavam.

 

— Alicia — ouvi alguém me chamar de longe. — Onde esteve? Procuro por você há meses! Seu pai, não consigo acha-lo!

 

— Acalme-se Grace, vamos encontra-lo. Tenho certeza — disse me virando para a minha madrasta. Ao contrário do que o sonho mostrava ela era bem legal e atenciosa. Nem um pouco má como a Grace criada por Lyanna. — Soube de Lyanna? — perguntei à minha madrasta que me encarava triste, sabia o quanto Lyanna era importante para mim. Era.

 

— Soube. Dói muito ser traída por uma pessoa que confia, não é mesmo? Sei como se sente — Ela me envolveu em um abraço apertado e soluçou como se chorasse, suas lágrimas azuis se destacavam no meio da água límpida e transparente do mar. — Ela mesma levou seu pai querida.

 

Aquela notícia veio como um choque. Meu carinho maternal por Grace era vezes maior do que o sentido pelo meu pai, mas saber que sua melhor amiga de infância levou seu pai não é uma coisa fácil. Sorri fraco e a abracei.

 

— Me desculpe Grace. Temos que ir. Ainda há uma coisa que precisamos fazer.

 

Grace assentiu e nós partimos deixando-a só.

 

Chegamos ao destino final de nossa viagem cerca de meia hora depois. Precisava de uma coisa para o meu plano dar certo. Uma única estrela do mar especial.

 

— Eu achei uma. Vamos? — gritei para que Maya e Cath pudessem ouvir.

 

Voltamos para a terra um tempo depois, percebi que passamos mais ou menos um dia fora. Deu certo.

 

— Meu deus! — ouvimos uma garota exclamar correndo em nossa direção. — Vocês são perfeitas! Diz que podem participar do nosso desfile de praia, por favor!

 

Ri da oportunidade irônica que se apresentava à nossa frente. Coincidência? Não. Era exatamente o que eles precisavam e exatamente o que eu ia usar a nosso favor.

 

— Claro, por que não? — respondi sorrindo. — Agora, se nos dá licença, precisamos voltar.

 

Reparei nos olhos inexpressivos vistos e lembrei de tê-los visto pela manhã. Sorri com minha comparação e pensei em como o meu plano estava dando certo.

 

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— Noah, preciso falar com você — disse assim que chegamos em casa. Ele me olhou desconfiado, mas me seguiu até o quarto. — Lembra do que aconteceu hoje de manhã? — ele assentiu e abriu a boca para falar, mas voltou a fechá-la logo em seguida fazendo um gesto para que eu continuasse. — Eu sei que não vai acreditar se eu falar, mas... pode ver com seus próprios olhos então.

 

Joguei água em mim mesma e esperei os vinte segundos para que me transformasse. Senti o chão frio contra as palmas de minhas mãos e esperei uma reação por parte do menino que me encarava atônito. Nada.

 

Noah abriu a boca para falar mas tornou a fechá-la mais uma vez.

 

— Uau. É tudo que consigo dizer. Uau. Minha namorada é uma sereia!

 

Eu ri e me sequei voltando ao normal.

 

— Aquela briguinha de ontem foi porque minha querida “irmã” — disse fazendo aspas com os dedos —, Lyanna veio me informar sobre a atual situação em que nos encontramos. Guerra. Isso resume bem o motivo da conversa, mas não da briga. Não sei. É mais complicado do que parece ser.

 

— Eu entendo, mas é importante. Fale Aly. Faz bem. — Sua voz saiu recheada de compaixão e leveza. Talvez contar fosse uma boa ideia, escondi isso de muitas pessoas por muito tempo.

 

— Ela manipulou um sonho meu, depois veio me contar e ficava olhando para trás e agiu toda estranha. Acontece que ela mudou de lado. Ela traiu a própria família. Acabou com toda a confiança existente em nós. Fiquei brava, gritei com ela, ela gritou comigo, você chegou. Ainda bem que você chegou!

 

Comecei a chorar, “estou chorando muito ultimamente” — me repreendi. Ele me abraçou. É assim que se resume nossa relação: conta uma história, chora, abraça. Ri de meu próprio pensamento ainda abraçada a ele.

 

— Você provavelmente tem que saber que eu vou ser modelo em um desfile de fim de ano na praia — disse contendo o riso só para animar e descontrair o clima pesado. Ele se afastou de mim se fingindo de bravo.

 

— Alicia! Teu reino em guerra e você aí desfilando. Toma juízo menina! — ele disse ainda se fingindo de bravo. Ri mais e me aproximei um pouco.

 

— Eu sei que você não está bravo. Pode parar de fingir. Sou um anjo, ninguém consegue ficar bravo comigo — brinquei fazendo uma carinha de anjo e piscando os olhos.

 

Noah se aproximou mais de mim cortando quase toda a distância existente entre nós.

 

— Sobre isso você está certa — sussurrou no meu ouvido. — Não consigo ficar bravo com você, anjinha. — Cortou toda a distância entre nós selando nossos lábios em um beijo calmo.

 

— Precisamos fazer isso mais vezes — disse sem ar enquanto me afogava em seus olhos.

 

— Anotado.

 

Ri pelo nariz e corei um pouco. Entrelacei seus dedos com os meus e descemos as escadas.

 

— Finalmente! Vamos para a praia pombinhos, amanhã tem desfile — Cath disse agarrando meu outro braço e me arrastando em direção à porta enquanto seu outro braço estava entrelaçado ao de Todd.

 

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— Vocês chegaram! Ainda bem, temos que testar as roupas e decidir o que vão fazer no fim do show! — a mesma menina de antes, Kira, correu nos agarrando e deixando os meninos lá. Fiz cara de confusa e olhei para trás como quem pede socorro, mas Noah nem Todd estavam lá.

 

O vestido que Kira e Lina, que patrocinaria o desfile, escolheram para mim era lindo. A parte de cima caía sem decotes exagerados até a linha da cintura e era coral, onde um elástico o prendia ao redor de meu corpo, a saia na parte da frente terminava em minhas coxas e fazia um degradê de tamanho meio transparente até a parte de trás. A tiara em minha cabeça ia do meio da cabeça até quase a nuca, meio prateada, meio branca, um tom perolado, segundo Lina, parecia uma coroa. Os sapatos eram delicados com tirinhas em um tom delicado de rosa bebê e com um salto talvez muito alto. 

 

— Vai fazer o que no final do desfile? — Lina perguntou para Cath enquanto terminava de apertar o vestido que a menina usaria.

 

— Não sei, dançar talvez? — respondeu fazendo uma breve careta.

 

— Você dança? — eu e Maya perguntamos ao mesmo tempo.

 

— Sim, balé.

 

— E vocês meninas? — Kira perguntou para nós sorrindo, mas seus olhos eram como livros abertos, eu podia ver tudo.

 

— Eu não sei, talvez dançar também... — Maya disse pensativa enquanto se olhava no espelho.

 

— Eu vou cantar. E eu mesma vou compor a música.

 

Todas me olharam como se não acreditassem. O que tem de extraordinário nisso?

 

— O que? — perguntei olhando-as.

 

— Boa sorte com o tempo! — Kira frisou. — Tic Tac, Tic Tac. — entendi aquela frase com um duplo sentido. Seus olhos roxos malignos brilharam indicando exatamente o que eu pensava.

 

Me troquei e corri para fora da tenda do concurso que já estava armada na praia com um palco e algumas luzes, presumi que o desfile seria de noite.

 

— Noah! Você vai me ajudar, não é? — perguntei correndo em direção ao garoto completamente molhado que me encarava com uma cara divertida. — Tenho que escrever uma música para amanhã. Não sei mais nada para fazer no final então... música.

 

— Okay.

 

Sentamos em uma parte da praia com sombra e começamos a discutir a música e no final do dia estava pronta.

 

— Muito obrigada mesmo! — pulei em seu pescoço para agradecer.

 

— Não vai cantar para mim? Que feio, Lice! — Noah me jogou sobre o ombro, sorri ao ouvir o apelido.

 

— Eu canto para você, seu bobo! — ri, ele me pôs no chão.

 

Your eyes, your eyes

Make feel like I’m in the skys

Your look, your look

Let me read you like an open book

But who says I’m okay just being friends?

         Who says I don’t dream with other ends?

        

         Your way, your way

         Makes me see how much things have changed

         Your smile, your smile

         Has torn my world upside down

         And what now?

         Who says I don’t want things to change

         Who says I’m okay the way I am?

 

          I wanna shout how much I love you

         I wanna know if you do too

         So tell me what I wanna hear

         It’s a simple I love you

         Oh, oh, oh..

 

Minha pequena performance foi seguida de aplausos. Cath me abraçou, quando ela chegou ali mesmo? Ri do abraço coletivo que se seguiu e voltei a caminhar em direção nossa casa.

 

— Vamos lá pessoas! Amanhã é um dia cheio!

 

Ter uma semana de alegria em meio ao caos que ainda estava por vir era muito bom, pelo menos eu acho...


Notas Finais


Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar! Beijos e até o próximo.


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