História SECRETS - A Newtmas Fanfic - HEADs up!

Riverwood. 23h56min.

— Você é um filho da puta tarado! — Trina exclamou com um sorriso malicioso ao quebrar o seu beijo.

— Você diz isso, mas eu sei que você me ama! — Zart rebateu, também sorrindo.

— Certo, eu não vou mentir, eu te amo! — a jovem respondeu em meio a risos. — Mas hoje não vai rolar! Não importa se a minha mãe está viajando. Eu não preciso do seu pênis essa noite. Aliás, já devíamos estar dormindo. As aulas começam amanhã!

Sem dar mais satisfações, a loira pegou a sua bolsa, abriu a porta do carro de seu namorado e saiu, deixando-o completamente excitado dentro do veículo. Após caminhar alguns instantes pelo belo e sofisticado jardim que se estendia por toda a entrada de sua mansão, Trina destrancou a imensa porta de madeira com a chave que estava guardada no bolso de sua jeans e adentrou no local, fechando a porta logo em seguida. O estrépito vindo de seus saltos ecoava pelo elegante piso de madeira, quebrando o silêncio da casa vazia. Ou pelo menos quase vazia. Segundos após ter adentrado no local, o pequeno chihuahua de Trina irrompeu pela sala de estar e saltou em suas pernas, demonstrando-se estonteante com a chegada de sua dona.

— Hey, Billy! — Trina exclamou, agachando-se e pegando o seu pequenino no colo. — Quem é a coisa mais preciosa da mamãe? Quem é?

Após ter se divertido um pouco mais com o seu cachorro, a loira decidiu que iria tomar um banho de piscina antes de ir dormir. Aquela madrugada estava particularmente quente. Após retirar os seus saltos e as suas roupas, lançando-as no luxuoso sofá, e ficar trajada somente com o seu biquíni preto, Trina decidiu checar as suas redes sociais. Pegando o seu celular, que estava dentro de sua bolsa largada na mesinha de centro, a garota decidiu checar primeiramente o seu Facebook. A primeira postagem a qual presenciou foi uma foto de seu “amigo” Newt ao lado de seu namorado Ben. Idiotas, pensou. Se Newt descobrir o verdadeiro motivo por Ben ter começado a namorar com ele nunca o perdoaria. Eu tenho certeza.

Após dar uma breve checada em seu Twitter e em seu WhatsApp, Trina vestiu o seu robe de seda rosa — que estava secretamente guardado na gaveta de um dos diversos móveis da sala — e se pôs a caminhar em direção ao quintal dos fundos, onde sua piscina a esperava. A garota teve que admitir a si mesma que o caminho era longo. Teria que percorrer alguns corredores até chegar à porta de vidro que a levaria para os fundos da mansão. Durante o percurso, Trina teve a sensação de ter escutado a porta de madeira da sala ser aberta e fechada com um ruído praticamente inaudível, mas deduziu que era apenas Billy brincando no local e acabou por ignorar o que ouvira. Após caminhar por mais alguns instantes, a loira chegou ao cômodo que abrigava a porta de vidro e se aproximou dela, porém, antes que a abrisse, o celular que estava preso firmemente em sua mão direita vibrou, anunciando uma mensagem.

ZART

00h28min

Você sempre gostou de ser a estrela do show, não é?

Após mais alguns instantes, uma nova mensagem chegou, trazendo junto a si uma imagem que fez o coração de Trina acelerar. A foto claramente havia sido tirada segundos atrás. Nela, Trina pôde ver a si mesma de costas, caminhando em direção à porta de vidro. Em um movimento brusco, a loira girou o seu corpo para trás. Mas não havia ninguém ali.

— Zart?! — Trina bradou raivosa, tentando ocultar o seu nervosismo. — Eu juro que se você estiver na minha casa e eu te encontrar, você será um homem morto! Billy é um chihuahua de ataque treinado e vai estripar você em um comando!

Assim que terminou de falar, o celular em suas mãos vibrou novamente.

ZART

00h29min

Acho que eu vou continuar me arriscando...

Sem hesitar, Trina voltou a caminhar apressada, retornando para a sala de onde viera. Ela não encontrou ninguém no caminho. A garota detestava assumir isso a si mesma, mas estava começando a ficar irritada. Ela não via Billy em lugar algum. Um pouco hesitante, Trina caminhou em direção a porta de entrada assim que chegou à sala, abrindo-a vagarosamente. A primeira coisa que percebeu era que o carro de Zart não estava mais ali. Trina deslocou o seu olhar por todo o jardim e pela rua. Não havia ninguém em lugar algum. Fazendo com que a garota se assustasse, o celular que estava preso em sua mão vibrou novamente.

ZART

00h32min

Você fica ainda mais bonita quando está de costas para mim.

Logo em seguida, outra mensagem foi recebida. Dessa vez, ela trazia uma foto de Trina abrindo a porta de madeira da sala. Girando o seu rosto em um movimento apressado, a garota percorreu o seu olhar pelo local, mas não viu ninguém. O silêncio insistia em pairar pelo imenso cômodo.

— Talvez você devesse crescer e parar de ser esse babaca que você é! — a garota gritou para o nada. — Agora, eu vou entrar na minha piscina e eu juro que se você continuar com essa brincadeirinha sem graça eu te mato com as minhas próprias mãos! É melhor você ir embora daqui!

Soltando um suspiro raivoso, Trina fechou a porta da sala e caminhou em direção à porta dos fundos. Ao chegar lá, Billy surgiu do nada, lançando-se sobre as pernas da dona e latindo como se quisesse alertá-la sobre algo.

— Agora não, Billy! — Trina bradou irritada enquanto abria a porta de vidro. — Fique aqui dentro!

Saindo para o quintal dos fundos, Trina fechou a porta de vidro atrás de si, aprisionando o pequeno Billy dentro da imensa mansão. Caminhando lentamente pelo chão gramado, Trina avistou a piscina a alguns metros de distância. O seu celular ainda se mantinha preso firmemente em sua mão direita. A sensação de estar sendo observada insistia em dominá-la. Quando chegou a uma das bordas da piscina, a loira colocou o seu celular no chão de pedra que rodeava o local preenchido por água cristalina e retirou o seu robe de seda rosa, lançando-o ao chão. Calmamente, Trina sentou-se na borda da piscina e adentrou na água. A temperatura estava ótima. A sensação refrescante atingiu a garota de imediato. A loira tinha o seu corpo mergulhado em águas até a altura de seus seios fartos. Recostada na borda da piscina já há alguns minutos, Trina foi surpreendida por uma série de latidos vindos de Billy, que se chocava insaciavelmente contra a porta de vidro. Girando o seu pescoço para trás, a garota não pôde ver ninguém que pudesse ter causado os latidos de seu pequenino. Apreensiva, a loira pegou o seu celular no chão de pedra e enviou uma mensagem para Zart.

TRINA

00h43min

Foi você quem fez o Billy latir?

Em questão de segundos, uma nova mensagem foi recebida, trazendo junto a si a resposta para a sua pergunta. Sem hesitar, a garota a leu.

ZART

00h43min

Talvez. Mas, mudando de assunto, acho que agora as coisas podem ficar mais interessantes. Você está me matando...

Trina soube decifrar de imediato o que o seu namorado quis dizer com aquilo. Ela o estava matando de tesão. Com um sorriso malicioso estampado em sua face, a loira escreveu uma resposta à altura.

TRINA

00h44min

Talvez eu tenha te subestimado. Agora pare de se esconder no meu quintal e venha até aqui para que possamos tornar as coisas mais interessantes.

Antes mesmo que Trina colocasse o seu celular de volta na borda da piscina, ele vibrou novamente, anunciando outra mensagem.

ZART

00h44min

HEADs up!

Trina não entendeu o que Zart quis dizer com a mensagem. A expressão por completo significava “Atenção!” ou “Fique esperto!”, mas por que ele havia destacado a palavra “cabeça”? A resposta sangrenta veio logo em seguida. Respingando água em seu rosto, Trina percebeu que algo havia sido lançado na piscina, afundando rapidamente. Mas não demorou muito para que boiasse. Quando Trina percebeu o que era, a garota gritou desesperadamente. A cabeça decapitada de Zart boiava na água a sua frente. Apavorada, Trina içou o seu corpo para fora da piscina, com o celular ainda preso firmemente em sua mão, escondendo-se atrás de uma árvore próxima dali. Ofegante, a garota tentou desbloquear o seu iPhone para ligar para a polícia local, mas foi um ato inútil. Suas mãos estavam trêmulas demais para isso. Logo, ela concluiu que restava somente uma alternativa: correr. Com uma onda de lágrimas crescente banhando o seu rosto, a garota correu até a porta de vidro que seria a sua salvação. Porém, na verdade, ela era a sua perdição. Alguém a havia trancado quando a garota estava distraída na piscina, possivelmente na hora em que Billy latira. Do outro lado da porta, o pequeno chihuahua latia em alerta novamente, tentando ajudar a sua dona de alguma maneira, mas isso era impossível.

— Socorro! — Trina gritou com a voz rouca devido ao choro enquanto se debatia contra a porta. — Alguém me ajuda! Por favor! Alguém me aju...

A fala da garota foi interrompida pela sensação de uma lâmina afiada e pontiaguda perfurando o seu dorso. Após soltar um grito estridente, a loira se permitiu cair de encontro ao chão, fazendo com que o seu celular fosse lançado na grama macia. Com a visão turva, Trina avistou alguém trajado de preto ao seu lado. O punhal manchado com o seu próprio sangue estava sendo segurado firmemente por mãos enluvadas. Por um movimento involuntário, Trina guiou o seu olhar para cima, tentando avistar o rosto de seu agressor. Porém, o que a garota viu foi pior do que um rosto. A pessoa a sua frente estava utilizando uma máscara de médico da peste negra. Para muitos, isso não teria importância alguma. Mas, para os moradores de Riverwood, aquela máscara significava a morte. Era a máscara que Vince Maddox havia utilizado há vários anos atrás quando matou oito estudantes na antiga faculdade da cidade durante o baile de Halloween.

— Não, por favor! — Trina exclamou chorosa enquanto rastejava pelo gramado, indo em direção a sua piscina, como se a água pudesse ajuda-la de alguma forma. A dor em suas costas era insuportável. A garota deduziu que estava deixando um rastro de sangue por onde passava. — Não me mate!

Mas o agressor de Trina não atendeu aos seus pedidos. Agarrando a loira pelos seus cabelos, a pessoa mascarada ergueu-a do chão, prensando o dorso ensanguentado das costas da garota em suas roupas pretas e depositando o punhal no lado esquerdo do pescoço da jovem. Trina gritou por socorro, mas de nada adiantou. Em um movimento certeiro, o mascarado percorreu a lâmina afiada por toda a jugular da garota, dando um fim a sua vida invejada por muitos. O sangue que jorrava do pescoço da loira banhava as mãos enluvadas do assassino, que, com um movimento brusco, lançou o corpo imóvel de Trina na piscina. Após alguns instantes, o corpo boiou. À medida que o tempo passava, a água transparente foi ganhando pouco a pouco a coloração avermelhada do sangue da vítima.