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História SECRETS - A Newtmas Fanfic - Hello, Newt


Escrita por: fulgordonewt

Notas do Autor


HEY, ANGELS
Me desculpem pela demora! Tive alguns probleminhas essa semana, mas isso não vem ao caso...
Enfim, preparados para mais um capítulo de SECRETS??? Espero que sim! Tenham uma boa leitura ❤
Observação de utilidade pública para que todo mundo entenda a piada: Necrofilia é o uso de um cadáver como objeto sexual (Espero que pelo menos vocês riam um pouquinho ajakahsfawhj)

Capítulo 3 - Hello, Newt


Fanfic / Fanfiction SECRETS - A Newtmas Fanfic - Hello, Newt

Teresa Howard para o “Voice Of The River”, a sua principal fonte de notícias em Riverwood.

A morte de Trina Waller foi um grande choque para toda a população de Riverwood. O corpo da jovem foi encontrado ontem à tarde em sua casa. A mãe da garota, Grace Waller, estava viajando e quando retornou encontrou o corpo de sua filha boiando na piscina. Um vizinho insistiu em afirmar que Trina teve a sua garganta cortada de orelha à orelha. Evidentemente, o xerife local, Janson Sangster, informou que o principal suspeito desse brutal assassinato é o namorado da vítima, Zart Williams, que está desaparecido. Mas a dúvida ainda insiste em pairar pelo ar. Será mesmo que foi Zart o responsável por tudo isso? Com a história sangrenta dessa cidade, lembranças do psicopata da antiga faculdade de Riverwood, Vince Maddox, estão por toda parte. Pelas ruas, pode-se ver os moradores aterrorizados e se perguntando: Será que ele voltou?

***

— Só isso? — Minho indagou contrariado para si mesmo no exato instante em que terminou de ler a notícia estampada na tela de seu celular. — Eu preciso dos detalhes sórdidos! Estou pouco me fodendo se Zart é o assassino...

— Zart não é um psicopata — Harriet murmurou convencida, interrompendo a fala do asiático. — Não importa o que a imprensa diz.

— Eu também não consigo imaginá-lo fazendo coisas assim, mas se ele é inocente, por que não aparece? — Newt perguntou enquanto avaliava um grupo de estudantes circulando pelo refeitório.

— Eu não sei — Harriet disse pensativa. — Talvez esteja com medo. Eu tentei ligar para ele, mas não deu muito certo. Queria que Zart me ligasse de volta.

— Harriet, eu não acredito que você está dizendo isso! — Sonya exclamou incrédula, lançando o seu celular sobre a mesa. Tal ato causou um som irritante aos ouvidos de Newt, que sentia a cabeça latejar. — Trina foi assassinada a sangue frio e Zart é o principal suspeito. Não pode ficar trocando ligações caridosas com ele! Newt, o seu pai trabalhou na cena do crime. Nos diga o que ouviu. Talvez assim essa louca da Harriet coloque alguma coisa na cabeça além de eu devo ajudar todo mundo.

— Ele não me disse muita coisa — disse Newt, dando de ombros. — Ele só me disse que um vizinho viu o carro do Zart estacionado em frente à casa da Trina na hora em que ela foi morta. Não havia sinal de arrombamento e as digitais de Zart foram encontradas em um copo. Isso sem contar que encontraram algumas mensagens estranhas no celular dela. Agora Zart está desaparecido e os pais dele não conseguem encontra-lo. Ninguém consegue.

— Meu Deus, isso é tão estranho — Harriet disse enquanto suspirava. — Digo, quando Zart namorava a Trina eles brigavam muito, mas viviam dizendo que se amavam. Tudo isso é muito confuso para mim. E isso sem contar que foi muito sinistro o fato de que ontem vocês me disseram que estavam falando sobre assassinos em série na aula do professor Jorge e então quando chegamos à nossas casas descobrimos que a senhora Grace encontrou o corpo da própria filha boiando em uma piscina.

— Tecnicamente, ela já estava morta quando começamos a conversa — gesticulou Minho. — Então não há relação direta com o que estávamos conversando.

— Gente, isso não importa — disse Sonya, a voz aparentando estar cansada. Newt considerou a possibilidade da loira ter passado a noite inteira chorando. — Eu não consigo acreditar que agora Trina é só um corpo.

— Um belo corpo, devo acrescentar — observou Minho, rindo da própria piada.

— Cara, tenha mais respeito! — bradou Ben, que havia ficado em silêncio até o momento. — O xerife Janson vai interrogar cada um de nós. Não pode ficar dizendo essas coisas em um refeitório repleto de alunos fofoqueiros. Se continuar assim, vai acabar parando no topo da lista de suspeitos. Agora vamos falar de coisas realmente importantes. Newtie, por acaso você sabe se buscaram por algo no notebook da Trina?

— Uau, isso me soa extremamente suspeito — disse Newt, avaliando o loiro sentado à sua frente.

— Por quê? — indagou o outro.

— Porque o notebook da Trina foi a única coisa roubada — esclareceu enquanto buscava por alguma reação nos olhos de Ben. Não havia nada ali. — Por que me perguntou isso?

— Porque Trina sabia de muitas coisas — disse sem hesitar. — Ela conseguia ser uma vadia bêbada, maníaca e incrivelmente louca. E isso sem contar que Trina também nos contaminava com a sua loucura. Tenho certeza de que encontrariam grandes escândalos no notebook dela já que escrevia para o jornal da escola. Sabe, talvez seja melhor que ela tenha partido.

— Ben, está dizendo que está feliz por ela ter sido assassinada? — Harriet indagou incrédula.

— Não — respondeu. — Só estou dizendo que as nossas vidas serão um pouco mais saudáveis agora.

— A sua certamente será menos complicada, Ben — Sonya disse, lançando um olhar acusatório para o loiro sentado ao seu lado.

Newt não precisou pensar duas vezes para entender o que estava acontecendo ali. Sem hesitar, o loiro se levantou em um movimento brusco, fazendo com que a cadeira se arrastasse contra o chão. Querendo sair logo dali, o garoto se pôs a correr apressado pelo refeitório, o que gerou certo burburinho. Newt não se importou. Só queria se afastar de todas aquelas pessoas e pensar. Enquanto corria por entre as mesas, o garoto avistou Brenda sentada com Mark e Thomas a uma boa distância de onde estava. Newt sentiu uma imensa vontade de se sentar com eles e pedir um conselho para a antiga amiga. Mas não podia.

— Newt, espera! — Ben o alcançou no exato instante em que o garoto saiu do refeitório e entrou em um dos corredores vazios da escola. — Para onde você está indo?

—  Pare de fingir que se importa comigo, okay?! — Newt exclamou irritado. — Eu já percebi tudo, Ben! Todas as vezes que o seu celular estava sem bateria e toda aquela troca de olhares. Você transou com a Trina!

— O quê? Não! — Ben disse ao seu favor, mas Newt não precisou se esforçar muito para perceber que as próprias palavras se autodeclaravam como uma perfeita mentira.

— Então olhe nos meus olhos e diga isso novamente! — Newt sugeriu convencido.

Ben suspirou, permitindo que os seus ombros cedessem sob a pressão do momento.

— Certo, eu não quero mais mentir para você — começou com certa relutância. — Mas não rolou nada sério entre eu e ela. E nós dois tínhamos dado um tempo. Você me disse que queria  pensar um pouco sobre tudo o que estava acontecendo com a sua vida. E também tem todo esse lance de eu ser bi...

— Ben, nós ficamos separados por menos de um mês! — Newt exclamou irritado. — Quer saber de uma coisa? Me deixe em paz!

— Newtie, espere! — Ben tentou impedi-lo, mas era tarde demais. O loiro já havia saído em disparada pelo corredor.

***

A cabine do banheiro masculino era um local apertado, mas Newt não se importava. Sentado no vaso sanitário, o garoto proibiu a si mesmo de chorar. Não queria derramar sequer uma lágrima por Ben. Pelo menos, não ali. Após passar alguns poucos minutos naquela situação, o garoto percebeu que alguém havia entrado no banheiro. A pessoa se movia com passos lentos, praticamente inaudíveis. Newt se perguntou como era humanamente possível alguém se mover com tamanha graça.

— Quem está aí? — o loiro perguntou enquanto se levantava.

— O amigo de uma ex-amiga sua — a pessoa esclareceu, fazendo com que Newt procurasse por sua mente o dono daquela voz. Não demorou muito para que encontrasse. A voz pertencia a Thomas.

— Desculpe — Newt disse assim que abriu a porta da cabine e saiu, avistando Thomas recostado em uma das paredes cobertas por azulejos brancos. — Eu já estou de saída.

— Não, tudo bem — Thomas disse com um singelo sorriso. — Pode ficar. Se quiser a minha companhia, é claro.

— Você me parece querer ficar sozinho — observou Newt.

— Faço uma exceção para você — disse o moreno, dando de ombros. — Até porque seria injusto eu deixar você ir. Chegou aqui primeiro.

Thomas guiou o seu olhar para o rosto Newt, avaliando-o. O loiro sentiu todo o seu interior revirar. Newt acatou a hipótese de que o seu coração iria escapulir pela boca. Ninguém nunca o havia olhado assim. Era um olhar analítico, vindo de uma pessoa que parecia saber precisamente quem você era e tudo o que escondia em poucos segundos.

— Bem, eu sou o Newt — gaguejou. — Mas eu acho que você já sabe disso. Na verdade, eu já sabia que você já sabia. Só não sei por que repeti.

— Está certo. Eu já sei quem você é — Thomas disse sorrindo, fazendo com que Newt se sentisse um pouco mais confortável com a situação. — Você está bem?

— Na verdade, não. Eu estou me sentindo estúpido — Newt disse enquanto cruzava os braços e se apoiava na parede ao lado de Thomas. — Eu fico pensando que todas as pessoas têm pelo menos um pouco de bondade ou honestidade em seu interior. Mas elas não têm.

— Estou me sentindo uma pessoa cruel e sem coração depois de ouvir isso — brincou Thomas. — Mas você sabe que está no último ano do ensino médio, não sabe? É normal que ainda tenha esperança na humanidade.

Newt não ousou questionar Thomas, acusando-o de estar errado. Até porque ele não estava.

— O que está fazendo aqui? — Newt perguntou após alguns poucos e constrangedores instantes de silêncio.

— Tentando fugir dos olhares inexplicavelmente estranhos da sua amiga Sonya — esclareceu. — Sabe, às vezes eu penso que ela vai arrancar as próprias roupas em algum lugar público e pular em cima de mim.

— Não duvide da capacidade que ela tem de fazer isso — Newt disse com um sorriso. — A filha do prefeito Evan tem tudo o que quer. E provavelmente você não vai ser uma exceção. Mas eu queria mesmo era saber o que você está fazendo aqui em Riverwood.

— Ah, claro. Meu pai e minha madrasta morreram semana passada — Thomas disse cabisbaixo, fazendo com que Newt se arrependesse profundamente por ter perguntado aquilo. — E então eu acabei concluindo que viver com a minha mãe nesse fim de mundo era melhor do que viver em um abrigo.

— Sinto muito — Newt disse constrangido.

— Acho que todos nós temos os nossos próprios problemas, não é? — murmurou Thomas. — Menos você. Você me parece ter uma vida perfeita.

— Incrivelmente perfeita — Newt concordou com um sorriso triste. — Inclusive eu acabei de descobrir que o meu namorado perfeito transou com a falecida.

— Necrofilia é um problema. — Thomas disse, arrancando um sorriso sincero de Newt.

— Uau, você tem uma mente obscura — o loiro observou enquanto sorria.

— Você não faz ideia — Thomas sussurrou enquanto se virava para fitar o rosto de Newt. O loiro percebeu que havia algo de diferente na voz dele. O moreno estava sério, e isso fez com que o sorriso de Newt desaparecesse de sua face em questão de segundos.

— Bem, eu acho que tenho que voltar para os meus amigos — murmurou Newt, gaguejando um pouco devido a proximidade do moreno.

— Você realmente gosta deles? — indagou Thomas.

— O quê? — Newt perguntou confuso. — Está me perguntando se eu gosto dos meus amigos de escola?

— Exatamente. — Thomas disse enquanto fitava o loiro parado ao seu lado. Newt percebeu que os olhos dele eram de um castanho claro inexplicavelmente atraente. — Vejo que você não quer me responder. Mas eu espero que goste deles. Sabe, nós também poderíamos ser amigos.

Newt percebeu que Thomas estava se aproximando ainda mais. O loiro podia sentir a respiração leve e demasiadamente tranquila vinda do moreno, ao contrário da sua, que estava acelerada e parecia gritar para o mundo que o seu corpo estava indiscutivelmente desconfortável com a proximidade de um estranho. Mas Newt percebeu algo que lhe agradou. O hálito de Thomas tinha cheiro de café com um leve toque de hortelã. Newt amava café. Mas não era só isso. Havia algo a mais ali, algo misterioso. Após buscar por sua mente, Newt percebeu que era cheiro de ferrugem. Mas isso não era possível. A menos que...

— O seu celular está vibrando. — Thomas disse, fazendo com que Newt acordasse da sua seção de hipnose imaginária. — Espere, o meu também está.

Newt percebeu que Thomas estava falando sério. Enquanto retirava o celular de seu bolso, o loiro percebeu que algo muito estranho estava acontecendo. Centenas de toques diferentes ecoavam pelo corredor que o havia levado até o banheiro. Era uma sintonia perfeita que fez o coração de Newt acelerar ainda mais. Após desbloquear o seu iPhone, o garoto percebeu que havia recebido a mensagem de um número desconhecido. Mas não era um texto. Era um vídeo.

— Olha, eu também recebi — Thomas disse, mostrando o visor do seu celular para Newt. — Devemos assistir?

— Acho que sim — murmurou Newt.

Sem hesitar, o loiro deu play no vídeo enquanto se afastava de Thomas. Newt não prestou muita atenção, mas Thomas parecia ter feito o mesmo. A posição em que o vídeo se encontrava atraiu a curiosidade do loiro. Ele aparentava ter sido retirado de uma câmera depositada no alto de uma parede. Não demorou muito para que Newt reconhecesse o lugar que tomava conta da tela de seu celular. Era o quarto de Trina. Depois de alguns segundos, a porta da luxuosa suíte foi aberta em um movimento brusco. Trina e Zart entraram no local, bufando de raiva. Eles aparentavam estar discutindo.

— Não importa o que você acha! — gritava Trina. — Eu não quero esse filho!

— E o que você quer que a gente faça?! — Zart aparentava estar demasiadamente exaltado. A pele alva de seu rosto assumia uma coloração avermelhada, expelindo para fora toda a sua irritação. — Nós cometemos um erro. Teremos que arcar com as consequências!

Newt se permitiu ficar cada vez mais confuso. Trina estava grávida? 

— Não entendeu ainda, idiota?! — Trina perguntou incrédula. — Eu não quero esse filho! Eu vou abortar. E você vai me ajudar.

— O quê? Não! — Zart parecia estar surpreso com a intenção da garota. — Eu não vou te ajudar com isso! Se quiser abortar o nosso filho, peça dinheiro para a sua mãe!

— O quê?! Mas é claro que você vai me ajudar, seu filho da puta! — disse Trina, tremendo de raiva. — E nem ouse contar para a minha mãe! Ela não pode ficar sabendo disso. E vai ser você quem vai arrumar o dinheiro que a gente precisa.

Okay, talvez eu decida te ajudar! — exclamou Zart. — Mas agora eu só preciso saber onde eu irei arrumar essa grana!

— Não é óbvio? — Trina parecia estar tentando controlar a sua respiração. — Você ainda tem uma boa quantidade de cocaína guardada. Pode vender por um bom preço.

Newt percebeu que a sua respiração estava ofegante. A tela de seu celular ficou preta e o loiro deduziu que o vídeo havia acabado. Mas estava errado. Uma nova imagem surgiu na tela, fazendo com que Newt estremecesse. Era um take simples. Tão simples que Newt sentiu os pelos de seus braços eriçarem. O vídeo mostrava a imagem de uma pessoa vestida com a máscara de Vince Maddox em frente à uma piscina. E bem ao fundo, boiando sobre a água e manchando-a com sangue, o corpo de Trina estava exposto para que todos que tivessem recebido o vídeo pudessem admirar. A tela ficou preta novamente e uma frase escrita com uma perfeita imitação de sangue surgiu no vídeo. Sem hesitar, Newt a leu:

GOODBYE, BITCH!

***

Assim que entraram na sala, Newt decidiu se acomodar em uma carteira ao lado de Minho. Já Thomas preferiu se sentar mais ao fundo, próximo de onde Mark estava. Um burburinho enjoativo aos ouvidos do moreno tomava conta de toda a sala.

— Pessoal, celulares guardados — Jorge disse assim que todos se acomodaram em seus devidos lugares.

— Professor, eu posso fazer uma pergunta? — Harriet indagou enquanto erguia a sua mão.

— Claro — o mais velho respondeu.

— O senhor sabe nos dizer como foi possível todos nós termos recebido esse vídeo? — gesticulou com curiosidade.

Os alunos haviam se calado para prestar atenção, o que fez Thomas agradecer mentalmente por Harriet ter feito aquela pergunta.

— Eu me encontrei com o xerife agora a pouco. Ele está aqui na escola — disse o professor. — Janson me disse muitas coisas e eu devo admitir que não entendi metade delas. Sou um homem do século passado, garotos. Ainda não me acostumei com toda essa tecnologia. Enfim, o que eu entendi foi que alguém invadiu o sistema de de computadores da escola e dessa forma conseguiu o número de todos nós. Depois disso essa pessoa utilizou alguma artimanha que envolve as maravilhas da era digital e conseguiu enviar esse vídeo para todo mundo ao mesmo tempo.

— Então deveríamos ficar atentos aos nossos celulares — Minho sugeriu sorrindo. — O assassino pode muito bem mandar outro vídeo ou até mesmo uma selfie com o corpo. Nós já conseguimos seis hashtags viciantes no Twitter. Seria legal ter mais algumas.

— Minho, eu disse para vocês guardarem os seus celulares porque eu quero que vocês sejam alguém na vida — Jorge disse enquanto se levantava de sua cadeira e ficava parado em frente à lousa. — E para isso precisam focar-se apenas nos estudos e esquecer a internet.

— Okay, mas todos terão que se esforçar muito para manterem os seus celulares guardados — Minho bufou contrariado. — Ninguém resiste a um vídeo ameaçador do assassino.

— Minho está certo. — Thomas disse, fazendo com que todos o olhassem. Já estava se acostumando com isso. — Ninguém resiste a um vídeo gravado pelo assassino. E é exatamente isso que ele quer. Ele quer atenção.

— Certo, Will Graham — brincou Jorge. — Gostaria de compartilhar conosco qual é o modus operandi desse assassino?

— Bem, vamos começar com o simples fato de que assassinato é um jogo solitário — gesticulou Thomas, certo de que nesse exato instante tinha a atenção de todos os alunos. — Finja que você é o assassino, okay? Você invade a casa da Trina, se esconde, a assusta e então você a mata. Pronto! Mas e depois? Você corre vitorioso ao redor da piscina enquanto canta trechos de Pumped Up Kicks? Você fica lá em pé, vendo o sangue se espalhar na água e imaginando loucuras?

— Não. — Newt respondeu, virando-se para fitar o moreno no exato instante em que entendeu onde ele queria chegar com aquela conversa. — Por que eu criaria um espetáculo desse nível somente para mim? Isso não seria nem um pouco interessante.

— Exatamente! — Thomas exclamou enquanto fitava o loiro sentado algumas carteiras à sua frente. — Estamos vivendo na era do Instagram, do YouTube e do Tumblr. Precisamos compartilhar as coisas que fazemos ou nos sentimos como se elas nunca tivessem acontecido. Precisamos de atenção. Ansiamos por isso.

— Obrigado, garotos. — Jorge disse, dando um sinal claro para que eles parassem aquela conversa por ali. — Sabe Thomas, você deveria lecionar uma matéria intitulada tutorial de como fazer monólogos arrepiantes.

***

As aulas haviam passado vagarosamente. Um pouco apressado para ir embora, Newt guardou alguns livros em seu armário e o trancou rapidamente. Uma massa crescente de alunos tomava conta do corredor, todos caminhando em direção à saída. Enquanto arrumava as alças de sua mochila, Newt percebeu alguém se aproximando ao seu lado.

— Newt, precisamos conversar — Ben disse assim que estacou o seu corpo na frente do outro garoto.

— E eu preciso que você me deixe em paz! — Newt exclamou, nem um pouco interessado em ouvir qualquer palavra vinda do loiro parado à sua frente.

— Você não entende?! — Ben parecia estar se exaltando. — Trina tinha todo mundo que ela queria aos seus pés! Eu não consegui evi...

— Você é um filho da puta, Ben! — Newt exclamou enquanto sentia uma onda crescente de ódio tomar conta de si. Não queria acreditar que Ben havia dito aquilo. — Nós damos um tempo e você transa com a Trina sem nem ao menos pensar duas vezes?! Quer saber de uma coisa? Está tudo acabado entre a gente!

Irritado, Newt empurrou Ben contra um dos armários, fazendo com que um som estridente ecoasse pelo corredor. Esse simples ato funcionou como pólvora. Alastrando-se com a mesma potência de um incêndio, o burburinho que se iniciou entre os alunos preencheu todo o espaço. Newt não se importou. Com a respiração ofegante, o loiro se pôs a caminhar apressado pelo corredor, sem nem ao menos olhar para trás.

— Você vai se arrepender por ter feito isso, idiota! — Ben gritou para Newt, que o ignorou completamente.

Enquanto empurrava todo mundo que bloqueava o seu caminho, Newt se permitiu a correr. O garoto não se importava com mais nada. Assim que saiu da escola, o loiro percebeu que Harriet e Sonya gritavam o seu nome, mas ele as ignorou, da mesma forma que ignorou o tempo completamente nublado. Precisava pensar. Desviando de seu próprio carro, Newt correu em disparada pelas ruas, permitindo que algumas lágrimas escapassem por seus olhos. 

Após correr por alguns minutos, Newt decidiu desacelerar assim que avistou uma das várias praças da cidade. Sem hesitar, o loiro retirou a mochila de seus ombros e a lançou sobre um dos bancos, sentando-se logo em seguida. Newt estava se sentindo exausto. As lágrimas insistiam em brincar por suas bochechas, mas o garoto decidiu que era melhor não contê-las. Ao longe, revelando-se como um som abafado, Newt escutou uma trovoada que cortou o ar no exato instante em que o celular em seu bolso vibrou, fazendo com que se assustasse. Enquanto enxugava as lágrimas com uma de suas mãos, Newt retirou o celular de seu bolso. No visor, a palavra UNKNOWN se destacava. O garoto decidiu atender.

— Alô? — Newt disse assim que aceitou a chamada.

— Olá, Newt — uma voz masculina e aguda atingiu a audição do loiro. Newt teve a sensação de que pequenas agulhas perfuravam toda a região de seu crânio.

— Quem é? — indagou enquanto enxugava outra lágrima, esforçando-se para não vacilar com a voz.

— Um amigo — a pessoa proferiu as palavras rapidamente, como se estivesse dando a melhor resposta do mundo.

— Desculpe, mas eu não estou no clima para brincadeiras — murmurou Newt.

— Por que você está chorando? — a pessoa perguntou, fazendo os batimentos cardíacos de Newt acelerarem.

— O quê? — o loiro indagou ofegante, agora sem se importar em esconder a voz falha.

— Odeio ver você tão triste — a voz disse. Newt podia jurar a si mesmo que havia certo tom de desdém na maneira de como a frase havia sido pronunciada.

— Você está me observando? — perguntou no exato instante em que se levantou do banco, percorrendo o seu olhar por toda a praça e pela rua. Não havia ninguém em lugar algum.

— É disso que vocês gostam, não é? — perguntou, elevando o tom de voz e acentuando ainda mais o deboche. — Centenas de amizades no Facebook e milhares de seguidores no Twitter. Todos querendo mostrar os seus sorrisos perfeitos e as suas vidas perfeitas. Mas eu sei que tudo isso não passa de uma perfeita mentira.

— Quem diabos é você? — indagou Newt. O garoto percebeu que a sua respiração poderia muito bem fazer qualquer pessoa pensar que ele havia acabado de correr uma maratona.

— Eu sou a pessoa que irá destroçar todas essas máscaras de falsos sorrisos — esclareceu vagarosamente, dando ênfase a cada palavra. Newt percebeu que a pessoa não mantinha mais um tom de deboche em sua voz, mas sim de raiva. — Uma por uma.

E então desligou no exato instante em que a chuva começou a cair sobre Newt, fazendo com que o loiro guardasse o celular no bolso de sua jeans e pegasse a sua mochila rapidamente. Newt correu com uma sensação estranha tomando conta de seu corpo. Era um arrepio familiar, como se um boneco de neve psicótico houvesse decidido correr atrás dele e soprasse a sua nuca a cada instante. Ele se virou, mas não viu nada além da água da chuva que insistia em se avolumar. Devia ser apenas o nervosismo. Enquanto corria, Newt tinha somente uma certeza: precisava chegar ao seu carro e ir para casa tomar um bom banho quente e beber uma boa quantidade de café. O garoto ansiava pela sensação de ter o líquido quente tomando conta de seu corpo. Precisava disso o mais rápido possível.


Notas Finais


HELLO, SIDNEY
HELLO, EMMA
HELLO, NEWT
Me emocionei aqui, desculpa :')
Enfim, espero que tenham gostado do capítulo e desse pequeno momento Newtmas! Vou tentar postar o próximo capítulo o mais rápido possível ❤
Ps: Meu muito obrigado às pessoas que estão acompanhando a fic! Amo vocês :3
Pss: Gente, eu gostaria de deixar bem claro que essa fic tem e vai ter muitos trechos da série Scream. Os "discursos" do Thomas, por exemplo, são quase iguais aos do Noah (Te amo, mozão). Mas não, eu não vou pegar a série e transformar ela em uma fanfic! Não se preocupem caso algum dia queiram assisti-la!!! O que eu quero na verdade é fazer uma homenagem à essa obra-prima...
Bom, acho que era só isso que eu queria dizer mesmo!
XoXo


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