1. Spirit Fanfics >
  2. SECRETS - A Newtmas Fanfic >
  3. Hungry Eyes

História SECRETS - A Newtmas Fanfic - Hungry Eyes


Escrita por: fulgordonewt

Notas do Autor


HEY GUYS!
Eu poderia dizer muitas coisas aqui, mas só quero dizer que preparei uma surpresinha bem especial para vocês nesse capítulo ❤
Tenham uma boa leitura!

Capítulo 7 - Hungry Eyes


Fanfic / Fanfiction SECRETS - A Newtmas Fanfic - Hungry Eyes

Fitando a imensidão negra que o rodeava, Thomas suspirou fundo e guardou o celular no bolso de sua camiseta xadrez. Sentia a cabeça latejar, e isso o incomodava muito. Havia muitas coisas em que precisava pensar, porém a sua dor de cabeça não estava facilitando as coisas. Fazia pouco tempo desde que chegara em Riverwood, mas já havia presenciado tantas coisas nos últimos dias que se sentia extremamente exausto. O seu corpo ansiava por algumas boas horas de sono, portanto decidiu que havia chegado a hora de ir para casa e se render ao charme de seu colchão. Após dar uma última olhada na paisagem memorável da pequena cidade para a qual fora praticamente obrigado a se mudar, o moreno se virou e saiu do terraço do pequeno prédio.

Enquanto descia os degraus de mármore que o levariam até o térreo, Thomas não pôde evitar de pensar em Newt ao sentir o perfume do loiro ainda pairando pelo ar. O moreno não sabia como, mas aquele garoto esguio e estranhamente danificado o havia deixado curioso de uma maneira que não sabia explicar. Thomas se repreendeu mentalmente por estar pensando naquilo àquela altura do campeonato. Não podia se sentir assim por alguém depois do que acontecera com Isabella há poucos dias atrás, mas na realidade o único e verdadeiro problema que realmente o preocupava era o fato de que Newt se parecia muito com ela...

— Thomas? — a voz de Mary ecoou com certa surpresa pela sala organizada da recepção assim que o moreno adentrou no local. — O que você está fazendo aqui? Não vi você entrar.

— Quando eu cheguei a porta estava aberta e você não estava aqui. Deve ser por causa desse terrível desencontro do destino que você não me viu — Thomas disse com desdém enquanto caminhava em direção a porta que o levaria para a boate.

— Onde pensa que vai? — Mary indagou enquanto se punha a caminhar apressada e aprisionava o pulso esquerdo do filho com as suas mãos gélidas assim que o alcançou. — Ainda não me disse o que está fazendo aqui.

— Dá pra você me soltar? — o moreno perguntou de maneira ríspida enquanto puxava o seu braço de forma brusca, libertando-o das mãos frias de sua mãe. — Eu só vim conversar com o Newt.

— E desde quando você é amigo do filho do xerife? — a mulher perguntou enquanto arqueava as suas sobrancelhas.

— Isso não te interessa, Mary — Thomas bufou irritado enquanto revirava os olhos e dava as costas para a mãe. — Estou indo embora agora. Espero que não demore para fazer o mes...

— Você não vai a lugar algum, Thomas! — a mulher bradou enquanto empurrava o corpo do filho em direção à porta e segurava o queixo do mais novo com as suas unhas afiadas. — Por que age dessa maneira comigo? Eu já te pedi desculpas pelo o que eu fiz no passado! O que mais você quer? Que eu ressuscite o idiota do Chris e aquela putinha que ele...

— Você dobre a sua língua para falar do meu pai e da Isabella! — o moreno gritou enquanto se desvencilhava de Mary e a empurrava em direção ao chão acarpetado do local com um movimento brusco. — Você é única puta que eu tenho que aturar na minha vida! Não ela!

Arfando de uma maneira descontrolada, Thomas deteu o seu olhar firme em Mary, que mantinha o peso de seu tronco apoiado nos próprios braços. O moreno sentiu uma sensação de nojo percorrer pelo seu corpo ao perceber que a mulher sorria.

— Parabéns, Thomas — Mary murmurou enquanto se sentava no chão e se punha a fitar o garoto parado à sua frente, permitindo que o seu sorriso cínico desaparecesse do rosto em questão de segundos. — Você acabou de me dar uma pequena demonstração do verdadeiro monstro que você é, não é mesmo? Aliás, por que está me olhando dessa forma? Está com raiva de mim? Sabe Thomas, não é de mim que deve ter raiva. Deve ter raiva de você mesmo. Você sabe muito bem que a culpa de eles terem morrido não é minha. Você é o único culpado disso tudo. Devia me agradecer por não ter contado a verdade para ninguém aqui.

Thomas sentiu o seu corpo estremecer no exato instante em que permitiu que algumas lágrimas escapulissem de seus olhos. As palavras de Mary haviam sido tão afiadas quanto uma faca, mas o que a mulher havia dito era a mais pura verdade. Ele era culpado de tudo, e não havia outra forma de pensar sobre isso.

— Como chegou até aqui? — Mary perguntou enquanto se levantava e ajustava as suas roupas coloridas no corpo.

— Eu peguei a moto que encontrei na garagem e enchi o tanque com um pouco de gasolina que encontrei dentro de um galão — o moreno esclareceu enquanto enxugava as suas lágrimas com as costas de suas mãos e tentava não vacilar com a voz.

— Ótimo — a mulher disse enquanto esboçava mais uma vez um sorriso cínico no rosto. — Agora você vai voltar para casa a pé. E nem ouse em me questionar. Se fizer isso, vai ficar três semanas em uma rotina monótona que se resume em sair de casa para a escola e da escola para casa.

Após absorver as palavras amargas de Mary, o  garoto pensou se a sua mãe estava tentado criar um plano demoníaco para judiá-lo até o último dia de sua vida. E provavelmente estava. Mas Thomas não queria contraria-la mais. Não podia contraria-la. Por mais que detestasse admitir isso, o moreno preferia mil vezes ficar em Riverwood a ficar em um abrigo ou coisa do tipo. Suspirando fundo, Thomas deu as costas para a mãe novamente e saiu da sala. Enquanto percorria pela pista de dança repleta de dançarinas, o moreno teve a imensa vontade de gritar para todas elas o quanto detestava Mary, mas não podia. Guardando o seu desejo só para si, Thomas saiu do local apressado. Teria que enfrentar um longo caminho até chegar à sua casa.

***

Newt sentiu seu estômago revirar enquanto observava de longe um grupo de pessoas retirar o corpo de Zart do asfalto e o colocar dentro de uma van logo em seguida. O loiro sentia-se cansado e estava começando a ficar com frio, mas a única coisa na qual realmente conseguia pensar era na garrafa térmica de café que o estava aguardando em casa. Aquilo parecia irônico, mas se estivesse em situação de vida ou morte com certeza iria se sentir mil vezes mais seguro caso possuísse uma caneca de café em mãos.

— Hey, filho — Janson disse enquanto se aproximava do garoto e o abraçava. — Está se sentindo um pouco melhor?

— Estou sim — mentiu enquanto semicerrava os seus olhos devido ao brilho intenso que vinha das diversas viaturas que os rodeavam. — Será que eu já posso ir embora agora que vocês estão aqui?

— Acho melhor esperar mais um pouco — o homem disse enquanto quebrava o abraço e apoiava a sua mão direita no ombro do filho. — Não está em condições de dirigir e eu não posso te levar embora agora. Eu ficaria mais tranquilo caso não fosse embora sozi...

— Xerife, com licença — a voz do policial Alby surgiu ao lado de Newt repentinamente, fazendo com que o loiro se assustasse e ficasse ao lado do pai em questão de segundos. — Desculpa, Newt... Bom, só voltei aqui para dizer que eu e Parrish não encontramos ninguém nas redondezas. Quem quer que seja a pessoa que fez isso, já deve estar bem longe daqui.

— Obrigado, policial — Janson disse enquanto suspirava fundo. — Mas continuem procurando pela estrada principal. Talvez encontrem alguma coi...

— Xerife Sangster! — uma voz feminina ecoou pela estrada escura assim que desceu de um furgão que Newt deduziu ter aparatado ali, já que não havia nada no lugar onde ele estava segundos atrás. — É verdade que vocês encontraram o corpo de Zart Williams?

— Quem diabos é você mesmo? — Janson perguntou enquanto observava a jovem trajada com um perfeito tailleur cinza se aproximar com um brutamontes ao seu encalço. — E quem é ele?

Enquanto observava o policial Alby se afastar da cena formada ali, Newt sentiu uma pequena sensação de raiva percorrer pelo seu corpo ao reconhecer o rosto da morena parada à sua frente. Era ela. Era justamente o rosto da mulher que havia criado a teoria absurda de que ele havia matado a sua própria mãe no ano passado.

— Já se esqueceu de mim, xerife? Eu sou Teresa Howard. Trabalhava no site de notícias local — a jovem respondeu dando de ombros. — Mas agora eu fui promovida. Aliás, esse aqui é Derek Hale, o meu mais novo cinegrafista...

— Acabei de me lembrar de você — o xerife disse vagarosamente, proferindo as palavras sem se preocupar em esconder o rancor que sentia da jovem. — Agora, senhorita Howard, será que você pode me dizer o que diabos está fazendo aqui?

— O prefeito Evan me deu um novo emprego no jornal da nossa TV local, senhor — Teresa esclareceu enquanto estampava um sorriso estonteante em sua face. — Ele quer que eu cubra todas as novidades sobre os assassinatos que estão acontecendo aqui. Aliás, foi justamente ele quem me mandou para cá.

— Escute bem o que eu vou dizer para você, jovenzinha — Janson disse com o dedo em riste. — Não me importa o que o Evan tenha dito para você, mas sou eu quem está cuidando disso tudo, não ele. Portanto, você não vai gravar nada aqui. O circo midiático que se formou em torno dos assassinatos de Trina Waller e Lydia Martin já se extinguiu e eu não vou permitir que a minha Delegacia fique infestada de jornalistas como você novamente após espalhar uma reportagem sensacionalista dizendo mentiras cabulosas sobre a morte de Zart Williams!

Newt não pôde evitar de olhar para o semblante de seu pai. O loiro percebeu que o mais velho estava estressado de uma maneira que não ficava há muito tempo. Porém, Teresa não parecia nem um pouco preocupada com aquilo, já que revirou os seus olhos e deu as costas para todos, voltando para o seu furgão acompanhada pelo seu quase cãozinho Derek Hale e indo embora dali logo em seguida.

— Newt, eu preciso conversar com você a sós — Janson disse em um sussurro após a partida da jovem abutre, o que atraiu a atenção do loiro.

Não demorou muito para que os dois se afastassem da horda de veículos que preenchia todo o local de forma desorganizada. Enquanto caminhavam para um canto afastado da estrada principal, Newt percebeu o quanto o pai aparentava estar cansado. A cabeça do homem pendia para frente e o seu rosto era presenteado por olheiras nem um pouco atrativas.

— Filho, eu não sei o que você estava fazendo aqui e nem quero saber, mas eu acredito que mereço algumas explicações — Janson disse assim que estacaram os seus devidos corpos no asfalto. — Eu acho muito estranho justamente você ter encontrado o corpo de Zart. Por acaso está tentando esconder alguma coisa de mim, Newton?

 Sério, pai? Você acabou de me chamar de Newton? Isso não é nada bom...

— Eu... Eu não sei por que encontrei o corpo dele — gaguejou enquanto enxugava o suor de suas mãos na calça. — Estava voltando do Motel California quando vi a rede largada no meio da estrada e decidi checar o que era.

— Você acabou de enxugar as suas mãos na calça — observou o mais velho. — Está escondendo alguma coisa de mim.

Newt sentiu os seus batimentos cardíacos acelerarem. Por que diabos o seu pai tinha que conhecê-lo tão bem assim?

— Não estou escondendo nada — disse com a respiração falha. — Eu só...

— Newt? — a voz de Thomas surgiu de repente atrás do loiro, fazendo com que o mesmo gritasse de susto devido a tensão do momento.

— Você me assustou, filho da puta! — Newt exclamou assim que se virou e observou o moreno parado na sua frente.

— Parece que você mudou de ideia sobre a forma de como devo chamar a minha mãe — o moreno sussurrou com um sorriso torto brincando pelos seus lábios.

— Não foi isso que eu quis dizer, imbe...

— Eu ainda estou aqui, garotos — Janson os interrompeu. — Não vai me apresentar o seu novo amigo, Newt?

— Ah, claro. Desculpa. Pai, esse é o Thomas — o loiro disse enquanto observava o outro garoto se aproximar de Janson e apertar a mão do homem. — Ele é filho da Mary.

— É um prazer conhecer você, xerife — Thomas disse enquanto separava a sua mão do mais velho. — Ouvi falar muito bem de você.

— Com certeza estavam exagerando quando te disseram qualquer coisa sobre mim — Janson disse com um sorriso sincero, o que deixou Newt um pouco mais alegre. — Mas o que você está fazendo aqui, Thomas? Sabe do que aconteceu?

— Sei sim. Escutei alguns policiais comentando sobre o ocorrido logo ali atrás — murmurou o moreno. — Parece que encontraram o corpo do garoto que estavam acusando de ser o assassino. Mas não se preocupe, xerife. Eu não coloquei o corpo dele no meio da estrada para que Newt o encontrasse. Aliás, eu acabei de sair do Motel California após a minha mãe me obrigar a voltar para casa a pé.

Newt não conseguiu evitar de ficar surpreso após descobrir o que Mary havia feito. Aquilo não condizia nem um pouco com as atitudes da mulher calma e bondosa que encontrara há pouco. E pelo visto não era o único que pensava assim. Janson também parecia ter ficado um pouco surpreso com a situação, já que fitava o rosto de Thomas há bons segundos sem dizer uma só palavra.

— Thomas, por acaso você está com a sua carteira de habilitação? — o mais velho perguntou após o longo instante de silêncio.

— Estou com ela aqui sim senhor — o moreno respondeu calmamente enquanto a retirava de sua carteira e a entregava para Janson, que a observou rapidamente.

— Ótimo — o xerife disse enquanto a devolvia para Thomas. — Será que pode levar Newt para casa? Ele não está em condições de dirigir, e isso sem contar que você vai sair em vantagem já que não precisará mais enfrentar essa caminhada desnecessária.

— Claro que posso fazer isso — Thomas disse com um sorriso estampado em sua face. — Será um prazer levar o filho do xerife para casa em completa segurança.

Newt sentiu uma imensa vontade de revirar os olhos, mas não o fez.

— Pai, eu prefiro esperar o senhor...

— Nada disso. — Janson disse enquanto agarrava o filho pelo braço e o puxava em direção ao carro do garoto, ambos sendo acompanhados por Thomas, que se manteve em silêncio o tempo todo. — Você vai para casa agora. Tranque tudo depois que checar o sistema de segurança e me espere lá. Eu prometo que vou voltar logo. E sobre aquela nossa conversa, nós terminamos outro dia, okay?

***

Teresa não pôde evitar o sorriso que tomou conta de seus lábios enquanto Derek estacionava e saía do furgão novinho onde estavam. O seu dia estava sendo particularmente maravilhoso. Depois de tanto trabalho árduo no site de notícias Voice Of The River, a jovem finalmente havia conseguido o prestígio que tanto merecia. Havia enfrentado uma dura jornada para chegar até ali, mas todo trabalho tem a sua devida recompensa. E a recompensa do trabalho duro de Teresa com certeza estava sendo melhor do que ela esperava.

— Será que realmente podemos gravar aqui? — Derek perguntou enquanto abria a porta do furgão para que Teresa pudesse descer, mostrando-se como um perfeito cavalheiro que não aparentava ser.

— Apenas mexa-se rápido, Derek — a morena disse enquanto descia do veículo com o seu microfone em mãos e caminhava apressada em direção à entrada da delegacia. — Estaremos ao vivo em poucos segundos.

— E se algum policial aparecer e nos botar para fora à pontapés? — o homem perguntou enquanto pegava a câmera com as suas mãos fortes dentro do furgão e corria atrás da jornalista. — Ninguém pode gravar aqui sem a autorização do xerife.

— Preste bem atenção nas duas coisas que eu vou lhe dizer, Derek — Teresa disse enquanto ficava de costas para a entrada da delegacia e alisava o seu paletó. — Primeiro, eu não sou ninguém. Segundo, eu sei que toda essa sua massa muscular desnecessária e essa sua câmera esquisita atrapalham a sua corrida, mas quando eu digo rápido, por favor, interprete isso como mecha esse seu rabo preguiçoso agora!

— Okay, miss simpatia — o homem bufou irritado enquanto posicionava a câmera em seu ombro. — Entramos no ar em três, dois... Um.

— Boa noite, cidadãos de Riverwood — a jovem disse enquanto fitava a câmera parada diante de si e segurava o seu microfone firmemente, apesar de estar totalmente tranquila com a situação. — Aqui é Teresa Howard falando diretamente da entrada da delegacia de nossa cidade. Esperamos conseguir uma entrevista com o xerife Janson Sangster assim que ele chegar da cena do crime. Sim, é exatamente isso que vocês ouviram. Todos os boatos que estão circulando pela cidade são verdadeiros. Zart Williams, de dezessete anos, foi encontrado morto na estrada principal. Com isso, vocês devem estar se perguntando o que vai ser de nós agora que descobrimos que o possível assassino está morto. Mas a resposta é mais simples do que parece. Das duas à uma, ou alguém descobriu o paradeiro do jovem Williams e o matou para se vingar dos assassinatos que ele cometeu ou Zart nunca foi o assassino. Parece meio cedo para dizer, mas eu tenho a leve impressão de que esse pesadelo está apenas começando. Eu não quero insinuar nada, é claro, mas não acham muita coincidência Newton Sangster ter encontrado o corpo de Zart Williams, um de seus amigos da escola, assim como encontrou o corpo de sua mãe no Halloween do ano passado?

***

Thomas mantinha o seu olhar fixo na estrada a sua frente enquanto permitia que o vento que entrava pela janela do carro de Newt bagunçasse o seu cabelo. O moreno adorava aquela sensação, mas sabia que o loiro sentado ao seu lado ainda estava com frio mesmo após tê-lo emprestado a sua camisa xadrez depois de vê-lo abraçar o próprio corpo, por isso logo fechou a janela do veículo.

— Baunilha — murmurou Newt, quebrando o silêncio que havia se formado entre os dois desde que entraram no carro após a ordem do xerife. — O seu cabelo tem cheiro de baunilha.

— Não sabia que se interessava pelo cheiro do cabelo alheio — Thomas disse enquanto sorria. — Vou adicionar isso na lista mental de coisas que uso para tentar entender você.

— Tem uma lista mental de coisas que usa para tentar me entender? — o loiro perguntou surpreso enquanto arqueava as suas sobrancelhas.

— Na verdade, faço uma lista mental para cada pessoa que conheço — respondeu o moreno. — Eu adoro fazer isso. Me ajuda a descobrir se posso confiar em uma pessoa ou não.

— E você confia em mim? — Newt sabia que aquela pergunta era arriscada, mas não tinha nada a perder.

— Eu não confio em ninguém de verdade — Thomas sussurrou sem tirar os olhos das ruas praticamente vazias. — Não completamente. Eu apenas finjo que confio. Sabe, você devia aprender isso comigo.

Após virar o seu rosto rapidamente e checar o loiro sentado no banco ao seu lado, Thomas percebeu que Newt havia decidido se isolar na sua bolha invisível de solidão novamente. O moreno não pediu por nenhuma resposta do garoto, afinal o que havia dito era apenas um conselho. Sem conseguir se conter, Thomas virou o seu rosto mais uma vez e observou o quanto Newt se parecia com Isabella. Não era o cabelo e muito menos as roupas, mas sim o olhar perdido que ambos possuíam em comum e o mesmo sorriso que esboçavam quando estavam felizes. Thomas concluiu que Newt definitivamente o lembrava dela, e isso o machucava.

— Pronto, chegamos — o moreno disse assim que estacionou o carro na entrada da casa dos Sangster e retirava o seu cinto de segurança.

— Eu não vou sair daqui — o loiro disse sem desviar o seu olhar do vazio sinistro que a noite provocava na rua escura.

— Como assim eu não vou sair daqui? — Thomas perguntou confuso.

— Eu não vou ficar dentro daquela casa sozinho à noite enquanto um serial killer está solto pela cidade — Newt sussurrou incomodado.

— Se quiser, eu posso entrar com você e ficar lá até o seu pai chegar — Thomas sugeriu, percebendo que aquela não era uma má ideia.

— Eu não vou ficar sozinho com você dentro da minha casa — o loiro disse, finalmente olhando para o moreno sentado ao seu lado.

— O quê? — o moreno perguntou ainda mais confuso, sem entender até onde Newt queria chegar com aquilo.

— Foi você mesmo quem disse que eu não devia confiar em ninguém — o garoto esclareceu enquanto sorria, o que chamou ainda mais a atenção de Thomas. — Eu aprendo rápido, O’Brien. Aqui dentro do carro eu pelo menos tenho a chance de sair correndo feito um louco pela rua enquanto grito por ajuda após você me atacar.

— Você é sempre tão cheio de surpresas — Thomas observou enquanto sentia algo novo crescer em seu interior. Sabia que não devia estar se sentindo assim, e nem queria, mas não conseguia mais fugir daquilo. Não podia mais mentir para si mesmo. — E é isso o que te torna tão interessante, Newton Sangster.

Sem conseguir mais se conter, Thomas lançou o seu corpo sobre o de Newt e o prendeu com as suas pernas. O loiro foi pego totalmente desprevenido quando o outro garoto agraciou os lábios de ambos com um beijo afoito. O moreno não pediu passagem com a língua, é claro, mas logo Newt pareceu relaxar com a situação e agarrou os cabelos negros de Thomas, permitindo aos poucos que ambos se divertissem no mesmo ritmo, sedentos por prazer.

Com o passar do tempo, o beijo apressado e guiado por tamanha excitação foi ficando lento e sereno. Newt tinha gosto de café, além de possuir um toque calmo que causava uma onda de sensações confusas em Thomas quando ele deslizava os seus dedos finos pelo dorso do moreno. Enquanto interrompiam os movimentos de seus lábios lentamente, ambos perceberam que tudo o que haviam sentido ali parecia ser algo novo. 

— O que diabos você está fazendo? — Newt perguntou ofegante assim que Thomas separou os seus lábios dos dele.

— Atacando você — o moreno disse enquanto tentava controlar a sua respiração descompensada e se permitia ficar cada vez mais colado no corpo quente abaixo do seu. — E aí, por acaso você vai sair correndo pela rua enquanto grita por socorro?

— Pelo visto não — Newt disse enquanto fitava os olhos famintos do outro e grudava as suas mãos na cintura do moreno. — Agora cale a boca e me ataque novamente.

Sem pensar duas vezes, Thomas agarrou os cabelos do loiro e o beijou mais uma vez, permitindo que os corpos de ambos fossem agraciados pelo o que concluíram ser uma espécie de combustão que provavelmente não chegaria ao seu fim tão cedo.


Notas Finais


OLHA NEWTMAS AÍ, GENTE!
E só pra constar, Gale Weathers, Piper Shaw e Teresa Howard dividem um apartamento em um universo paralelo (E sim, a Piper matou as duas MUHAHAHA)
Ps: Pessoal, esse final de semana eu vou fazer uma prova chamada PAS que é tipo o ENEM, por isso eu vou ficar afastado do SS por um tempo, okay? Mas eu volto logo ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...