1. Spirit Fanfics >
  2. Secrets - Os Encantos do Escorpião >
  3. Capítulo 13

História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 13


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Capítulo gigante hein? O motivo? Hoje é o niver de um mês da nossa fanfic <3 <3 Parabéns para nós <3 <3
Ganhamos mais alguns favoritos e mais algumas comentaristas lindas, então já sabem, né? Vamos aumentar a proposta kk Parece que cada vez que aumenta mais rápido vocês comentam, a última durou menos de 24 horas \0/
Pois é, vamos tentar 18 pessoas, ambicioso? Eu acho que não, mas vamos ver. Mesma sintonia, 18 Pessoas em 48 horas. Ok?
Esse capitulo é uma junção de dois, em homenagem a nossa data, eu ia fazer uma promoção para mais comentários e tals, mas não vai dar. Eu ia postar apenas mais tarde ( ou mais cedo depende do ponto de vista kkk) mas estou em semana de provas e está uma loucura.
Estamos praticamente no meio dos Encantos do Escorpião, muita coisa agora vai começar a andar, porque a segunda temporada tem que vim com tudo. Já tem o nome e tudo :) Então, as coisas vão começar a ficar mais claras por um lado, para dividirmos os lados, e por outro lado vamos começar a focar no relacionamento do nosso casal. Bora ver as teorias que vamos formar no fim desse capítulo, está cheio de detalhes, cadernetas na mão, e vamos lá!

Ps:Quando começar a segunda parte, terá passado duas semanas ;)

Capítulo 13 - Capítulo 13


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 13

 

Hannah Swift

 Dylan repassou a pauta da reunião e organizamos a publicidade da festa que aconteceria no Scorpions 1. O aniversário de trinta anos do hotel mais antigo da rede que havia sido fundado pelo pai de Ethan, um dos poucos da herança dele, aconteceria dali duas semanas, mas era um grande evento e a divulgação deveria estar impecável.

 Nem tive tempo de respirar e já fui a entrevista que Alana havia pedido para eu participar e ajuda-la a escolher os dois analistas de marketing. Eu pessoalmente gostei dos dois. A primeira era uma mulher como todas as outras na RIH, bonita que doí. Havia feito administração e pós em Marketing, tinha vinte sete anos e era casada com um dos novos assistentes de comunicação. Não vi problemas nesse detalhe e ela tinha se mostrado muito competente.

 O outro era formado em publicidade há um ano, e já havia feito engenharia da computação quando mais novo. Tinha vinte e nove anos e ótimas referências da empresa que ele fez estagio nessa área. Foram uma hora e meia proveitosa, mas que sugaram meu resto de energia.

 Eu dividia uma sala com Rafael enquanto a área de Marketing não estava pronta no andar inferior. Ethan havia nos presenteado com uma área para nosso departamento no penúltimo andar e a reforma havia começado há pouco tempo e como queríamos começar rápido, estávamos na improvisada.

 Usávamos a sala de reuniões menor e duas baias no último andar, mas precisávamos de mais espaço. Estava ficando muito bonito. O diretor, a gerente e a supervisora teriam suas próprias salas, no caso Dylan, Mary e eu. Rafael também teria uma sala junto com o outro designer gráfico que ainda estávamos atrás, os assistentes de comunicação teriam cada um a sua baia, assim como as assistentes pessoais e os analistas.

 Com a cabeça explodindo, depois de trabalhar bastante, voltei para a minha sala. Rafael terminava de fazer alguma coisa que não tive tempo, nem coragem de olhar. Apenas sentei atrás da minha mesa e apoiei os cotovelos na mesa, para dar suporte as minhas mãos.

 Aquele estava sendo um longo dia. Minha cabeça estava cheia com a discussão de sexta-feira com Brian, a teoria de alguém ter matado nossos pais e ainda estar livre, meus pesadelos e fora que já fazia alguns dias que eu não tinha múltiplos orgasmos com Ethan. Bolt, não era mais a mesma coisa. Não depois de transar com Ethan e realizar boa parte das fantasias sexuais adolescente.

 Só que eu temia mais como Brian passaria a agir agora que descobriu que eu estava tendo os malditos pesadelos de novo. Naquela manhã ele não tocou no assunto e eu tinha certeza que não iria tocar, funcionávamos bem daquele jeito e sabíamos até onde a fraqueza e o orgulho do outro ia, apenas tomamos o café da manhã juntos, como não fizemos nos dias anteriores.  Só que ele sabia como eu me sentia, sabia que eu estava perdendo uma luta com meu subconsciente.

—Hannah, você está bem? – Rafael afastou a cadeira dele da mesa – Você está estranha.

—Só dor de cabeça.

—Quer ir embora? Está na hora do lanche, e você não está parecendo nada bem. Não temos mais nada hoje, e eu posso te cobrir aqui.

 Sorri para ele em agradecimento e peguei algumas pastas mandando uma mensagem para Martin me buscar. O que eu tinha que fazer, podia ser feito em casa e eu não me importava com isso.

...

 De camisola de cetim e renda branca, cabelo enrolado num coque e pantufas do Pô, eu coloquei meus óculos de leitura quando Brian finalmente me deixou em casa após ele saber que eu havia saído mais cedo do serviço. Ele estava preocupado, só que eu não queria que ele deixasse mais um dos seus encontros com Maggie por minha causa. Os dois estavam realmente virando um casal, e iam ao Avery Fisher Hall pela primeira vez.

 Ele estava muito nervoso quando foi busca-la com Martin. Brian ia finalmente pedi-la em namoro naquela noite. Fiquei feliz que ele não fez isso quando estávamos brigados, e mais feliz ainda quando ele disse que não fez por esse mesmo motivo.

 Peguei a pasta que havia trazido da RIH e me sentei no balcão da cozinha. Apenas pedi uma pizza, eu não havia comido naquele dia e depois de saber que as coisas no campo amoroso do meu irmão estavam dando certo, eu me sentia bem melhor.

 Fiz algumas anotações e o olhei os projetos que Rafael tinha sugerido para trabalharmos juntos, o cara era realmente bom no que fazia. Já era quase oito horas da noite quando Ethan ligou, eu estava sentindo falta dele por perto e não fazia ideia se ele já tinha voltado ou se voltaria apenas amanhã. Eu simplesmente não podia sair perguntando para Judith ou a nova assistente particular dele, que era bonita demais para o meu gosto.

—Olá – falei feito uma adolescente me mexendo inquieta na cadeira e tentando soar casual.

—Oi, estou atrapalhando alguma coisa ou não está podendo falar? – ele perguntou com sua voz grave e quente.

—Não, estou sozinha em casa.

—Sério? Cadê Brian e o seu cão de guarda?

—Estão levando sua irmã para assistir a apresentação da Filarmônica.

—Argh, esqueci que os dois estão saindo – ele falou num chiado – Então você está sozinha?

—Estou, Martin os levou. Só tem os seguranças lá embaixo... – A campainha tocou para o entregador de pizza, eu já havia avisado na portaria – Espere só um minuto.

 Prendi o celular na orelha e destranquei a porta. O entregador era um cara muito jovem com problemas de pele que me olhou de cima a baixo enquanto eu assinava a nota.

—Vou pegar uma gorjeta para você entrei a caneta para ele, que gaguejou alguma coisa de volta.

 Qual é? O cara vai a dezenas de casas por dia, deveria estar acostumado a ver coisas mais esquisitas do que uma camisola.

—Hannah, é assim que você atende a porta? – Ethan perguntou quando dei as costas ao entregador.

—Assim como?

—Com uma camisola sexy e quase transparente.

 Virei de volta para o entregador e olhei para o lado. Meu coração gelou. Perto da porta do elevador com o celular na orelha e um sorriso cafajeste, havia um homem. Ele usava uma camiseta preta e jeans skinny clara, suas pernas eram definidas e compridas, dava para ver a linha de músculos das suas coxas deixando-o ainda mais intimidante. Meu corpo inteiro se contraiu com aquela visão, deixando-me automaticamente excitada.

 Ethan Parker estava aqui.

 Eu tinha que parar de me sentir assim toda vez que eu via aquele homem, era quase irracional e primitivo o desejo que eu sentia quando eu o via. Ele caminhou até nós, desligando o celular enquanto eu permaneci com o meu na orelha.

—Ethan? – perguntei embasbacada.

—Hannah – ele sorriu e se virou para o entregador que ainda estava parado. O pobre homem olhou para Ethan e depois seu olhar se demorou em mim – Esperando alguma coisa, amigo?

—Er...

—A gorjeta, eu pedi para ele esperar a gorjeta – expliquei com dificuldades de pensar direito – Espere, eu vou buscar l...

 Antes de eu terminar de falar, Ethan tirou a carteira do bolso e pegou uma nota de cem e entregou para o homem.

—Isso é mais do que a pizza – ele falou impressionado.

—Isso, é para você ir embora – Ethan respondeu frio.

 O cara deu uma última olhada para mim, como se me perguntasse se eu tinha certeza se queria ficar sozinha com um homem como Ethan e eu acenei em resposta da sua pergunta silenciosa. Quando ele olhou para Ethan, este estava com uma sobrancelha erguida com outra pergunta silenciosa “o que você ainda está fazendo aqui?”.

 —Não vai me convidar para entrar? – Ethan perguntou quando o homem se foi no elevador.

—Claro, entra – abri mais a porta para ele – Como você subiu sem que a portaria me avisasse?

 —Entrei pela garagem, você não é a única que tem boa memória. A primeira vez que estive aqui você me passou os códigos para entrarmos na garagem – ele deu de ombros – fiz errado? Eu só não queria que ninguém me visse para não dar problemas para você.

—Não, claro que não. Chegou agora de Las Vegas?

—Só deixei minha mala em casa, e vim direto para cá.

 Meu coração desregulado, desregulou ainda mais e levei a pizza até o balcão da cozinha. Ele tinha vindo direto para cá. Céus, eu não devia ficar tão animada com isso, mas eu estava.

—Eu tenho que perguntar, o que você está fazendo aqui?

 Virei-me de uma vez e encontrei um sorriso de molhar calcinhas com Ethan bem próximo de mim, me pressionando contra o balcão.

—Eu vim te ver.

 Colocando as mãos espalmadas no granito do balcão, ele se curvou um pouco para capturar meus lábios num beijo suave onde apenas nossos lábios se tocaram. Aquilo me deixou desnorteada, e demorei alguns segundos para voltar a realidade.

—Você não precisava dar uma gorjeta daquele tamanho para o entregador – falei tentando recompor meus pensamentos.

—Ele estava te secando, Hannah. Você quase desconcertou o cara usando isso – ele passou a mão pela minha coxa indo para o sul – Ele não precisava ficar te olhando tanto, só que nem posso culpa-lo. Essa camisola não deixa espaço para imaginação, sabia? Fora que quando você virou, eu quase vi a curva da sua bunda.

—Isso é ciúme, Ethan?

 A pergunta escapuliu antes de eu perceber o que eu estava falando. Estava formulando alguma frase que corrigisse meu erro, mas a gargalhada dele me sacudiu quase toda pressionando minha bunda contra o balcão e meus seios contra seu peito.

—Eu não sei realmente. Só não queria que ele tocasse no que eu passei o fim de semana querendo tocar.

—Qual é? Vai me dizer que não trepou com uma modelo em Vegas.

 Esse era um assunto que me incomodava. Já estávamos ficando há um mês, sexo sem compromisso, e ainda não tínhamos conversado sobre exclusividade. Eu não queria bancar a ciumenta, só que tinha uma mente muito privilegiada e fértil, o que não ajudava muito as coisas.

—Não. Eu não fiz isso – ergui uma sobrancelha o desafiando – Eu quero você, Hannah. Eu sei, é assustador, só que eu fiquei esses dias todos me lembrando do que fizemos antes de eu partir.

—Hum.

—Não gosto que duvide de mim – fechou a cara – Se eu tivesse feito isso com alguém, por que eu mentiria?

 Sacudi a cabeça e passei por baixo do braço dele.

—Essa conversa está indo longe demais, nem sei por que estamos falando nisso – falei de uma vez – Quer comer?

—Não comida – ele se aproximou de novo com seu sorriso malicioso e tirou meus óculos.

 Segurando minha nuca, Ethan me pressionou contra a parede e me beijou. O beijo não foi como o anterior, foi mais selvagem. Suas mãos percorreram meu corpo e quando percebi, as minhas já estavam tirando a camisa dele. Passando as mãos por baixo da minha bunda, me levantou do chão e rodeei seus quadris com minhas pernas, sentindo sua ereção contra minha excitação.

—Seu quarto? – perguntou ofegante.

—Meu quarto.

  Fomos chocando nas paredes sem parar de nos beijar até o quarto, e desajeitada, eu desabotoava suas calças. Céus, eu precisava demais daquele homem.

 Nunca pensei que ia ficar tão desesperada para transar, só que eu estava. Meu corpo inteiro estava aceso, minha calcinha molhada e os meus mamilos despontados no tecido fino. A porta estava aberta e quando entramos, ele fechou com o pé enquanto me erguia de novo.

—Eu adorei todas as nossas transas – sussurrou contra meu ouvido, abaixando sua calça – Só que eu precisava te comer numa cama.

 Ri das suas palavras. Era estranho nunca termos transado numa cama depois de um mês de foda, era mais estranho ainda porque eu havia aprendido a usar sempre saia ou vestido quando eu sabia que íamos estar no mesmo ambiente. Certo, acho que eu realmente estava virando uma ninfomaníaca depravada.

 Olhei maliciosa para o volume de sua boxer, sim, eu precisava daquele volume em mim. Eu nunca tinha o visto daquela forma, e quando vi estávamos mais preocupados em gozar e não sermos pegos. Seu corpo era ainda mais forte do que eu podia pensar, seu peito era definido e com os gominhos de músculos sem ser muito exagerado.

 Seu peito era liso, mas não porque ele raspava, era assim mesmo e os únicos pelos que tinha era a trilha da felicidade que descia na sua boxer azul marinho. Havia pelos nos seus braços e pernas, mas eram poucos e castanhos avermelhados. Umedeci os lábios. Ele era mais do que lindo, simplesmente perfeito e isso estava me deixando cheia de apetite.

—Hannah?

—Sim – gemi, obrigando-me a desviar o olhar do seu volume.

—Eu quero te ver nua dessa vez. Toda nua, se não se importar.

 Sorri de lado. Nunca tínhamos ficado completamente nus na frente um do outro, não estranhei seu pedido e nem senti vergonha por causa disso. Eu queria aquele homem e queria que ele sentisse a mesma coisa que eu estava sentindo ao vê-lo nu. Estendi a mão para ele e quando suas mãos vieram me ajudar a tirar a camisola, o afastei e fiquei em pé na cama com seu apoio.

 Tentando ser o mais sensual possível, e que a estabilidade da cama me permitia, tirei a presilha dos meus cabelos que caíram sobre meus ombros. Os olhos de Ethan me perfuraram e não desviei os meus dos seus. Tirei uma alça e depois a outra da camisola e a abaixei deixando-a cair na cama ao redor dos meus pés.

 A respiração dele falhou por alguns segundos e me excitei em saber o que meu corpo podia causar nele. Enganchei meus dedos na calcinha shortinho de renda branca e abaixei-a suavemente até deixa-la cair sobre a camisola. Dei um passo para o lado, e com uma habilidade que eu não sabia ter, os chutei na direção dele que pegou no ar.

 —Você é tão linda que até doí – ele gemeu engolindo em seco, arregalei os olhos surpresa e olhei para sua ereção, ele estava ainda mais duro, se é que isso era realmente possível. Ele levou minha calcinha até o nariz e cheirou – Merda! Seu cheiro é maravilhoso, garota.

—Pervertido.

—Sim, pervertido. Um pervertido que quer chupar sua bocetinha linda e te comer muito hoje.

—Céus Ethan! Olha o que você acabou de falar? Sua mãe sabe que o primogênito dela está usando esse vocabulário com uma dama?

 As mãos dele me puxaram pela bunda para a beira da cama e ele mordeu meu mamilo causando uma dor boa, que me fez gemer.

—Nesse momento, tudo que eu consigo fazer é olhar para você.

 Derrubando-me na pelos joelhos, Ethan se deitou por cima de mim. Suas mãos não tinham pudores sobre meu corpo, ele tocava em todos os lugares, me estimulando até eu me sentir a beira de gozar e quando parava eu gemia em protesto, nervosa.

 Sua língua tocou cada todas as partes mais sensíveis do meu corpo começando pelo lóbulo da orelha e terminando numa penetração maravilhosa em minha entrada e cedeu lugar para seus dedos habilidosos que me levavam a loucura.

 O primeiro orgasmo veio rápido com uma grande pericia em masturbação. Seus dedos me invadiam, dois de uma vez, me estocando com força enquanto sua língua circulava meu clitóris. Eu mesmo apertava meus seios para tentar conter aquela onda de prazer. Quando respirei ofegante, sua língua substituiu os dedos e ele degustou do meu orgasmo.

—Isso é viciante – ele gemeu e subiu para me beijar – Preciso de você, preciso mesmo estar dentro de você.

—Ótimo – ofeguei – porque eu quero você dentro de mim. Segunda gaveta do criado-mudo.

 Ethan se esticou um pouco para pegar a camisinha e abriu a gaveta para pegar uma das muitas embalagens que eu guardava ali, arregalei os olhos ao me lembrar o que mais devia ter ali. Ele gemeu e rasgou uma de menta deslizando rapidamente sobre seu pau, afastando minhas pernas, se colocou de novo entre elas e eu as rodeei em torno do seu quadril. Por maldade, penetrou apenas a glande e gemi frustrada, ele sempre gostava de me torturar antes de se enterrar em mim.

—Eu nem quero falar sobre o que vi – gemeu – Mais céus, me deixou muito, muito excitado saber que você já usou tudo aquilo. Principalmente saber que aquilo... – ele ofegou retirando o pouco que tinha colocado em mim – esteve dentro de você.

—Você também vai poder estar – reclamei.

—Ah garota, é claro que eu vou estar dentro de você.

 Ele entrou. De uma só vez me preenchendo por completo numa só estocada. O som da sua garganta foi animalesco, permanecemos parados por alguns segundos por conta daquele movimento brusco e inesperado, tanto para mim quanto para ele.

—Eu senti falta disso... – grunhiu – Merda... É como se tivesse me apertado e você está tão molhada q...

 Ele se retirou e entrou de novo da mesma forma, só que apenas a metade para não forçar demais e arquei mais os quadris para recebê-lo. Sua brutalidade me molhava mais me deixando mais escorregadia a cada investida. Ele não enfiava até o final como na primeira estocada, mas era o suficiente para me levar ao céu. Eu sabia que ele estava querendo me deixar bem lubrificada para voltar a se enterrar em mim até o talo de novo.

 E quando entrou tudo, gemi ainda mais alto. Ethan ficou parado, apenas mexendo os seus próprios quadris sussurrando tantas besteiras em meu ouvido que me levaram ao máximo de loucura. Um grito sufocado escapou entre meus dentes quando meu corpo estremeceu.

—Você quer mais forte, não é? Quer que eu enfie tudo em você, quer me sentir por inteiro entrando em sua bocetinha... Quero te comer assim toda vez, toda aberta pra mim.

—Ethan...

—Isso garota – ele ofegou – goze pra mim. Deixe-me entrar mais em você, e me faça gozar.

 Quando me apertei ao seu redor, cravei as unhas em suas costas e ele recomeçou a investir dessa vez indo sempre até o final, deixando apenas sua glande e em seguida socando até suas bolas baterem contra a minha bunda.

 Suas investidas eram sempre certeiras. Suas palavras sensuais e sujas eram excitantes, suas mãos sabiam onde apertar com precisão e força. Seus dentes, língua e boca dedicavam atenções merecidas aos meus mamilos, seios e pescoço, como se ele necessitasse sentir o meu gosto.

 Já eu, mantinha minhas mãos ocupadas, uma puxando seus cabelos com força e a outra cravada ora nas suas costas musculosas oras em bunda, sempre que eu o ajudava na ditadura do ritmo.

 Será que ia ser sempre assim? Será que eu nunca ia me cansar de ter aquele homem fazendo essas coisas comigo?

 Minha resposta era não. Não tinha como me cansar daquilo. Dele.

 Era impossível e saber disso não era bom para minha sanidade mental.

 Seu pau se aprofundou e ele parou. Ajoelhou-se no colchão e ergueu ainda mais meus quadris sem nos desconectar. Minhas pernas ficaram abertas com meus pés em seus ombros, enquanto ele voltava a investir dando-me mais e mais dele. Eu amava o modo como ele fazia sexo. Incansavelmente atingindo aquele ponto certo...  Indo tão fundo, aproveitando a estabilidade, a mobilidade e a nova posição.

—Estou tão perto – gemi.

—Eu também estou, vamos, vem comigo.

 No automático, levei meus dedos até lá embaixo e me toquei, oferecendo-me mais daquela sensação, ajudando a descarregar toda aquela energia acumulada dentro de mim. Os olhos de Ethan brilharam com isso e seu sorriso matador aumentou, ele investiu forte no liminar da dor e do prazer. Aquilo despertou todos outros sentidos e eu explodi em espasmos quando seus dentes morderam meu pé.

 Apertei-me contra ele sem parar de me tocar e sentindo suas estocadas fortes durando o gozo. Aquilo era incrível! Mais do que incrível. Os seus jatos vieram junto com meu orgasmo na camisinha, cravei as unhas das duas mãos nas suas coxas quando ela ainda estocava e terminava de gemer descendo a mordida para a minha panturrilha.

 Foi intenso. Forte e avassalador. E quando meus espasmos longos terminaram, e seus jatos também, Ethan desabou em cima de mim, ambos caindo numa inconsciência para recuperar o fôlego do cansaço físico.

...

—Isso é o paraíso – foi minha sentença ao comer meu terceiro pedaço de pizza enquanto o queijo derretia em minha boca.

—Você pediu uma pizza grande, apenas para você? – Ethan perguntou comendo o dele.

—Eu amo pizza, me julgue – brinquei pegando o copo com suco na tampa da caixa de pizza.

 Eu estava faminta. Quando pedi pizza grande sabia que teria que guardar na geladeira o resto, o que não seria mais necessário, já que eu estava indo me igualar ao quarto pedaço de Ethan. Realmente, tínhamos feito muito exercícios para um dia só. E ainda bem que eu não estava falando da academia que faltei.

 Estávamos na cama. Cochilamos quase meia hora até eu perceber que estava sendo esmagada por uma perna. Tínhamos tomado um banho juntos, depois é claro, de ele me encostar contra a parede e treparmos mais uma vez debaixo do chuveiro. E sim, nós usamos camisinhas, elas podem ser usadas na água, desde que sejam colocadas antes, e pelo visto, ele já tinha pensado nisso quando foi banhar comigo.

 Ethan já havia vestido sua calça enquanto eu estava com uma camiseta bem confortável, não era moleza receber esse homem duas vezes seguidas e se eu não tivesse o obrigado, contra gosto meu também devo ressaltar, a vestir a calça teríamos tido um terceiro round.

—Não tem perigo de seu cão de guarda...

—Martin – o corrigi.

—É, Martin. Não tem perigo dele ou Brian chegar aqui? – perguntou.

  Olhei no relógio. Já fazia uma hora e meia que Ethan tinha chegado aqui.

—Não, eles foram ao concerto. Devem chegar daqui umas duas horas e se chegarem.

 Ele apenas acenou e se encostou na cabeceira. Aquela cena me agradou, Ethan era um cara grande e, ao contrário do que pensei, não estava nem um pouco incomodado com essa intimidade que tínhamos acabado de ter.

 Arrumei a cama pegando os copos e a embalagem de pizza, coloquei tudo na minha mesinha de computador e liguei a televisão a caminho numa série de tevê. De uma forma quase inconsciente ele passou a mão pela minha cintura e me juntou ao seu lado, quando subi na cama.

—Como foi sua viagem? – perguntei virando o rosto para cima.

—Divertida, gosto de pôquer, só não tive muito tempo de assistir as competições. Tinha muita coisa que eu precisava resolver pessoalmente em Las Vegas, tanto nos cassinos quanto nas Nigth.

—Sinto muito, Vegas é bom para se divertir, não trabalhar.

 Ele acenou e ficou esfregando a mão pelo meu braço. Voltei a olhar para a televisão colocando minha perna por cima da dele. Olhei para o seu peito nu, caramba, eu queria outra! Eu não estava virando, eu era uma ninfomaníaca. Sacudi a cabeça, duas estava bom... duas estava bom... duas não estava bom... Eu precisava mudar de assunto, porque isso não estava me convencendo.

—Ei, se lembra quando falei que conhecia seu padrasto? – perguntei me sentando para olha-lo. Ótima desculpa para me afastar um pouco. Ethan anuiu – Pois é, eu realmente o conheço do Texas.

—Quando Julius foi ao Texas? – ele se endireitou na cama.

—Cincos anos atrás, ele me disse que estava na conferência de um prédio em Dallas. Eu estava lá na mesma época, eu e minha família.

—Conferência? – ele perguntou em dúvida, eu apenas acenei – então tá, né.

—Eu sabia que o conhecia antes.

 Voltei a deitar na cama e a olhar para a televisão, mas ele permaneceu imóvel.

—Hannah?

—Hum?

—E resto da história? – Ethan insistiu – Era só isso? Vocês se conheceram em Dallas? Alguma convenção ou excursão sobre o tal prédio?

 Neguei com a cabeça.

—Então?

Saco, o cara era insistente. A história estava indo para um lugar que eu não pretendia contar.

—Ele me salvou de uma situação – respondi me mexendo desconfortável – É uma longa história, você não vai querer ouvir.

—Engano seu, quero sim. Porque quando eu falei com Julius sobre ele te colocar na RIH, ele me disse que não te conhecia pessoalmente. Não lido bem com o fato de ele ter mentido para mim, ele nunca fez isso antes.

—Ele não mentiu – defendi Julius. Oras, o cara tinha salvado minha vida, não era um mentiroso – Ele não sabia que era eu que ele tinha salvado.

—A história está ficando cada vez melhor, então desembucha.

 Bufando frustrada, sentei-me olhando para as minhas mãos. Julius tinha me salvado de uma situação muito complicada, eu não sou de ficar assustar facilmente, só que aquele dia eu me assustei pela casualidade do fato e como aconteceu.

—Era meu primeiro torneio como capitã, meu segundo ano na faculdade e como líder de torcida. Eu tinha apenas dezessete anos...

—Você era líder de torcida? – ele riu – Desculpa, só que... É claro, você é gostosa para isso, bem gostosa mesmo, só que é muito inteligente também.

—Esse fato de que as lideres são todas burras são estereótipos, havia muitas colegas inteligentes – não eram todas burras, apenas cerca de 3 a cada 10  – Posso continuar? Não gosto muito de contar essa história.

—Claro que pode continuar – ele sorriu malicioso – Pelo menos eu sei de onde veio sua flexibilidade agora.

—Ethan!

—Foi mal.

 Revirei os olhos e ele me puxou para perto, colocando-me entre suas pernas, de frente para ele.

—Martin ainda era flexível com a gente naquela época. Meu pai foi embora de helicóptero com a minha mãe e os pais de Brian, eles sempre o usavam para viagens e tinham passado o fim de semana comigo para assistir essa competição. Quando ganhamos fui para uma festa na casa de uma das líderes adversarias – era incrível, tudo que era ruim nunca saia da minha mente e eu me lembrava de todos os detalhes – Brian não foi a essa competição, ele e Randall estavam na concentração do time de basquete.

—Só uma pergunta, quem é Randall? – Ethan me interrompeu.

—É sério? – ele afirmou – Meu ex-namorado na época, o primeiro que tive na verdade. Foi bem no começo do namoro. Só que isso não tem haver com a história mesmo, a questão é que eu fui a festa praticamente sozinha, Martin tinha me dado a privacidade de comemorar e voltado para o hotel, foi uma das poucas vezes que ele e meu pai me deixaram sozinha. Eu fiquei a festa inteira com duas amigas, Britney e Ashley e quando estava lá para o meio alguns caras começaram a encher nosso saco, eu já tinha bebido um pouco e resolvemos ir embora porque eles realmente estavam muito chatos, um deles tinha me cercado no banheiro e todo lugar que eu olhava ele estava lá.

 Olhei para minha mão na coxa de Ethan.

—Fomos embora a pé, eu tinha a sensação de estar sendo seguida, só que as duas acharam que era paranoia minha porque eu tinha bebido, então deixei de lado. Quando os vimos estávamos numa rua vazia, eles vieram dos dois lados... eram uma espécie de gangue esquisita ou sei lá o que eram.

 As coxas de Ethan ficaram rígidas e seu maxilar também quando eu o olhei.

—Eles machucaram você? – sua pergunta saiu fria e letal.

—Talvez se eu tivesse sozinha teria sido mais fácil me livrar deles, só que é difícil salvar três. As meninas entraram em pânico de cara. Quebrei o nariz de um dos caras só que o outro veio por trás e torceu meu braço, e fraturei o pulso. Eles ficaram furiosos e ameaçaram as duas, eu não podia reagir se não eles a machucavam, eles eram muitos, oito no total – contei sentindo ele cada vez mais rígido, o olhar de Ethan era tão frio que me arrepiei. Ele interpretou errado passando a mão pelo meu braço – Nos arrastaram até um beco escuro e pode parecer ridículo, mas entrei em choque. Nunca fiquei tão apavorada na minha vida.

—Ridículo? Isso é última coisa que eu vou achar de você! – ele trincou os dentes – Eles fizeram mais que te machucar assim?

—Eu sabia o que eles queriam fazer, por isso fiquei apavorada com a ideia de fizerem isso comigo ou com as duas – continuei – Eles machucaram Ashley, bateram nela, só que com Britney eles chegaram a ir um pouco mais longe. Quando eu achei que estávamos perdidas, Julius apareceu. Ele estava com uma pasta escura na mão e apontou a arma para os caras, eles o fizeram largar e furaram o ombro de Britney para conseguir isso. Minha roupa estava um caos, minha sorte que eu estava de calça jeans e quando Julius chegou eles tinham apenas acabado com minha blusa. Britney... bem, Julius realmente chegou na hora, o cara arrancou as roupas dela e... Você sabe... Ele estava no começo, foi apenas uma investida e ele não teve mais tempo.

 Os olhos de Ethan se fecharam e ele trincou os dentes.

—Me diga que Julius os matou.

—Não. Claro que não. Julius não precisou de arma para acabar com eles, quando um deles pegou a arma no chão, Julius começou o ataque, um a um ele foi derrubando os caras. Quando eu o elogiei na sexta, ele falou que não ia conseguir sem mim. Mas era mentira, eu derrubei dois e segurei o terceiro para ele, nenhum dos meus estavam armados com facas. Ele deixou os mais fáceis para mim. Eu não tive tempo de agradecê-lo, dois dos caras se levantaram e fugiram, ele perguntou se ia ficar tudo bem e me entregou a arma...

Mordi o canto do lábio.

—Eu nem o vi, estava tão escuro o lugar, apenas as lâmpadas no começo do beco estavam acesas e foi nessas poucas luzes que vi alguns lampejos do rosto dele. Ele foi atrás dos outros dois.  Ashley estava mais composta e não sabia usar uma arma, então fiquei com Britney e os bandidos. Ela não precisou ir longe, Julius pelo visto havia acionado a polícia e assim que eles a viram na luz vieram até nós.

—Isso foi horrível, sinto muito que tenha passado por essa.

—Eu me odiei depois disso. Não fiquei traumatizada ou algo do tipo, mas me dediquei mais aos treinos do que nunca, para poder me defender mais.

—Isso não ia mudar muita coisa – ele acariciou meu rosto e fechou os olhos – Se eu visse esses caras em minha frente... Meu Deus, eu mataria eles por te machucar.

—Eu sempre quis agradecer o misterioso, quando eu contar as duas que eu o conheci, elas vão ficar muito histéricas – sorri para ele, só que mesmo assim ele continuou sério, todos os músculos tensos – Martin chegou até nós quase junto com a polícia. Quando ele viu meu pulso inchado, minhas roupas rasgadas e eu com um colete da policia para cobrir meu sutiã... Ele pirou e não deixou barato, os policiais nem falaram nada. Os dois que fugiram também foram presos a poucas quadras de lá, Julius os amarrou com uma gravata no poste e eles também receberam suas doses de Martin.

—Eles mereciam muito mais do que isso.

—Nunca soube que você era violento – brinquei.

—Não tem graça, Hannah. Eles machucaram vocês, e se Julius não tivesse chegado lá?

—Eu sei. Meu pai nem gostava de tocar nesse assunto, e ele e Martin nunca descobriram quem foi, isso me lembra devo contar para Martin, ele vai gostar de saber que um ex colega dele me salvou. Martin e papai queriam que eu e as meninas fizéssemos o retrato falado da pessoa que nos salvou, mas não conseguimos muita coisa. Martin ficou quase obsessivo na época, e fechou completamente minha segurança, ele achava que a pessoa que nos salvou pudesse ser perigosa porque fugiu, “quem foge quando não tem nada para temer?” ele citava.

“Eu achei um absurdo, e ele falou que nem tanto porque talvez de certa forma os caras nos cercar pode ter estragado o plano de algum sequestro ou coisa e tal, ele não confiava no fato de um cara simplesmente aparecer do nada com uma maleta e uma arma em plenas 3 horas da manhã. Quando eu notei que ele e meu tio Adam estavam mais focados em descobrir porque a pessoa fugiu, tive que pedir para a minha tia e minha mãe dar um jeito neles. Os três ficaram mais quietos, depois, mas Martin ainda insistiu, ele só dizia que só ia relaxar a segurança quando descobrisse o cara, para pega-lo ou agradecê-lo. Ele é um pouco super protetor, meu tio também, então eu os entendo.”

 Ethan sacudiu a cabeça afastando algum tipo de pensamento.

—Faz sentido o que eles disseram. Eu talvez pensaria da mesma forma, para seu pai deve ter sido mil vezes pior. Como ele ficou?

—Eu nunca vi o papai tão preocupado e culpado, quando voltamos para Houston ele ficou uma semana no meu apartamento, ficava esperando eu pirar ou alguma coisa do tipo. Ele não conseguia se perdoar por ir embora naquela noite, por ter me deixado ir sozinha mesmo nada muito grave tendo acontecido. No hospital ele ficava segurando meu pulso machucado e eu o peguei chorando, eu amava a capacidade dele de expressar os sentimentos. Para ele, era culpa dele por ser um péssimo pai, quando na verdade ele era maravilhoso e não podia me blindar de tudo. Vocês homens tem a mania de se culpar, não é?

—Não é isso, o que esses animais queriam fazer com vocês... Meu Deus, eu nem precisava te conhecer para querer acabar com eles. Isso é simplesmente nojento da parte deles.

—Brian falou a mesma coisa. Esse foi outro que mudou completamente depois desse incidente, ele e Randall viraram cães de guarda. Onde eu ia, eles estavam atrás, principalmente quando meu pai voltou para casa. Brian não se conformava por não ter ido, e Randall era pior. Aquele papo de namorado e honra, precisa ver a rivalidade que os dois criaram com os times de Dallas nos jogos. Mesmo não fazendo sentido.

—Pra mim, faz todo sentido.

Ele fechou os olhos e encostou a cabeça na cabeceira.

—Se eu soubesse que você ia ficar assim, não teria contado – falei desfazendo as rugas que se formaram no meio da sua testa.

—Desculpa. Nem sei o que está dando em mim – ele me puxou para ele – Não julgo seu ex e nem Brian, se alguém fizesse alguma coisa parecida com uma das minhas irmãs ou minha mãe, acho que eu reagiria bem pior do que eles.

—Eu sei. Eu te entendo, acho que todo mundo tem esse instinto. Minha raiva maior nem foi o que fizeram comigo, mas com Britney, eles avançaram um pouco com ela.

 Ethan assentiu, um silêncio confortável pairou sobre nós. Assistimos um pouco de televisão, mas eu via que a fisionomia de Ethan ainda estava rígida.

—Ei o que foi? – perguntei.

—Eu não sei, Julius não cuidava das conferências dos prédios nessa época. Essa parte era com a minha mãe – ele olhou para mim – acho que sei mais ou menos quando foi isso. Foi uma que eu tive que assumir as Indústrias por uma semana porque ele insistiu em ir com ela e voltou depois. Ele já estava estranho naquela época, antes de ir para lá.

—Estranho como?

 Ele sacudiu a cabeça.

—Apenas estranho, acredite eu me lembro bem dessa época porque Julius é sempre muito animado e cuidadoso. Minha mãe falou que era estresse, mas eu me lembro que fui conversar com ele sobre as Indústrias Scorpions, e o encontrei no escritório falando ao telefone no mesmo dia que eles voltaram. Eu não sei com quem ele falava, mas estava muito... sei lá. Falou que tinha se atrasado, e que isso não ia acontecer de novo. Falou que ia tentar outra vez e que ia conseguir fazer tudo certo, sem falhas e que precisava de uma segunda chance.

—Segunda chance?

—É, ele desligou quando eu o chamei. Ele me disse que tinha errado com os cálculos de uma construção. Nunca o vi falhar antes, não em um prédio. Julius é brilhante, o melhor engenheiro civil que já vi. Fora que ele é engenheiro mecatrônico e robótico. Trabalhou anos para a Cia, construiu computadores, armas, programas... É uma lenda. Na época achamos que ele estava traindo minha mãe, Roger ficou atrás dele um tempão e não descobrimos nada, então deixamos para lá. Se ele estava nessa hora na rua, minha mãe voltou alguns dias antes dele. O fato de ele estar na rua tão tarde, me fez perguntar se ele não estava mesmo traindo ela.

—Julius não tem cara que traí, Ethan! – o defendi.

—Eu também não achava. Porra, Hannah. O que ele estava fazendo na rua uma hora dessas? Pior, ele não contou nada para ninguém sobre isso. Fora que faz todo sentido ele sumir de lá, ia ficar bem estranho para ele nos contar que salvou vocês uma hora daquelas quando ele devia estar voltando para casa. Agora a ligação faz todo sentido merda. Ele devia estar pedindo uma nova chance para amante, eu sabia que tinha alguma coisa errada! Eu sempre gostei de Julius, ele é o pai de Mel e Jack, mas eu não posso deixar que ele faça com a minha mãe o que o Clark fez...

—Você pode estar exagerando.

 Ele passou a mão pelos cabelos nervosa e concordou com a cabeça.

—É você deve ter razão. Nem sei por que estou pensando nisso na verdade, eu só devo estar encabulado com o fato de ele ter ocultado isso de nós, eu vou conversar com ele, esclarecer porque ele nunca nos contou sobre isso, vou fazer todas essas perguntas para ele. Tirando as suspeitas de traição, Julius é um grande amigo, ele nunca faria nada para machucar Jack e Mel, muito menos minha mãe.

 Apesar de dizer isso, Ethan não relaxou. Julius era meu novo herói, o cara havia salvado minha vida e pelo pouco que vi dele com Mel e Jack, ele não teria coragem de trair uma mulher como a mãe dele. Pelo menos Ethan era a adulto o suficiente para conversar com o padrasto antes de tomar alguma decisão de cabeça quente.

—Eu nunca vi seu quarto antes – Ethan falou olhando ao redor, tentando mudar de assunto – Bom não conta o dia que eu te coloquei na cama, eu mal entrei e as luzes estavam todas apagadas.

—E o que você está achando?

 Ele me tirou dos seus braços com cuidado e se levantou. Meu quarto era enorme, mas com Ethan ali pareceu ficar muito pequeno. Ele olhou ao redor.

—Acho que é a sua cara, para falar a verdade – sorriu – tem algumas coisas muito certinhas, e outras meio adolescentes. Parece muito como eu te vejo, cada vez de uma forma diferente. E eu gosto disso.

 Eu amava o meu quarto. Eu nunca parava de decora-lo. As paredes eram cinzas claro e escuro, e apenas uma remetia meu lado adolescente, a que ficava de frente para a cama onde a mesinha de computador estava encostada, a parede maior. Havia pufes, lençóis e armários monocromáticos na parte comum.

 Na parede da adolescência, havia vários ingressos usados dos shows que eu e Brian íamos, ele tinha um igual em seu quarto. Ao contrário dos livros da minha biblioteca, a estante estava cheia de séries e livros que eu amava ler, nas primeiras divisórias havia livros do Harry Potter, Crepúsculo, Divergente, Jogos Vorazes, A seleção e vários outros nesses estilos. Na outra parte havia uma série de eróticos que eu estava começando a formar, 50 tons, Cretino Irresistível, Crossfire, Envolvida por um bilionário, entre outros alguns ainda nas primeiras edições de séries e trilogias.  

—Safadinha você hein? – Ethan tirou 50 tons de Cinza – eu não sei o que pensar de você na verdade, eu olho esses livros e sua gaveta mágica na cômoda e acho que você é uma pervertida muito sexy. Mas então, olho para esses outros... Harry Potter, Hannah?

—Quer brigar comigo? Fale uma palavra mal dos livros ou do filme para você ver.

 Rindo, ele ergueu as mãos em sinal de rendição. Ele continuou fuçando, só que em outro lugar, mais ao canto onde havia vários poemas, poesias e pensamentos de vários autores diferentes que eu transcrevia para fixar ali. Eu não gostava de imprimi-los, era muito impessoal, então eu apenas os escrevia. Todos na verdade.

—Eu não conheço nenhum desses – ele tirou um e olhou – são autores anônimos?

—A maioria sim, eu acho isso um desperdício na verdade queria conhecer metade deles ou saber seu nome pelo menos, mas outros não. Outros são apenas menos conhecidos e eu acho isso uma pena.

—Por que pouco conhecidos e anônimos? – ele fez a pergunta que todo mundo que entrava ali me fazia – Por que não famosos que todos conhecem e que fazem pessoas suspirarem? Algo contra a literatura antiga?

—Não, pelo contrário eu até os admiro. Mas eu gosto desses que estão começando agora, esses que colocam a emoção que estão sentindo nesse momento, que são jovens ou adultos que escrevem suas emoções de uma forma mais simples. Que eu me identifique e que também não precise me esforçar para entender.

—Não sabia que gostava disso.

—Eu gosto, muito na verdade.

—E o seu preferido? – ele perguntou olhando para a parede – tem algum preferido?

—Papel rosa a sua esquerda – apontei – minha autora preferida de poemas e pensamentos no momento. Eu gosto do modo que ela escreve, Brian diz que eu gosto dela porque ela é brasileira e me lembra da minha parte de lá, talvez seja, ou talvez seja porque ela escreve exatamente como eu me sinto na maioria das vezes. Ás vezes é ao contrário, é como se eu soubesse o que ela estava sentindo e isso é bom, é uma pena que ela parou de postar no blog “Minha Vida em Pequenos Versos”, Tassyane Souza é ótima com palavras.

 Ethan tirou o pedaço de papel e olhou de um lado para o outro, depois entregou para mim.

—Falo cinco línguas, português não é uma delas.

 Peguei o pequeno pedaço de papel rosa, parecia tão inofensivo, mas falava tanta coisa. Para bons entendedores, alguns versos falavam mais do que estavam escritos nele.

 

Enigmas de um grito mudo

 

Ontem eu sorri de tanto chorar

O gosto salgado é tão doloroso

Quanto o doce mais amargo

 

Palavras diversas

Clichês sem fim

Hoje eu sorrio com toda a dor como se isso fosse apenas um triste sonho ruim

 

Olhos vermelhos!

Mais um dia gasto

Mais uma longa historia sem fim

 

Eu só queria poder não sonhar com o que não posso ter

T. S

 

—Isso foi intenso – Ethan pegou o pedaço de papel de volta – Essa mulher é boa.

—Não é mulher, é uma adolescente.

—Então é melhor do que eu pensava, tão nova e já escreve assim, ganhou meu respeito agora – ele colocou papel de volta no lugar e depois se virou para mim com as mãos nos bolsos – Esse é um daqueles casos em que você e o autor estão sentindo coisas diferentes, ela pode ser por amor, o seu por perda.

 Não disse sim, nem não. Ele sabia a resposta, e eu gostava de Ethan por conta disso, ele nunca perguntava demais sobre mim. Ele nunca perguntava o que aconteceu com meus pais, o que eles eram ou o porquê de Martin estar sempre ficar comigo, ele apenas me deixava na minha, me deixava escolher o momento certo de falar e isso dizia muita coisa sobre a pessoa maravilhosa que ele era.

 Por trás do gênio e rei das noites nova-iorquinas estava um homem que podia ser sim um bom amigo. Eu amava a parte do sexo, mas a parte de amizade e companheirismo dele estava sempre ali, mesmo quando eu ficava em silêncio.

—Eu acho melhor ir, antes que alguém chegue.

 Ethan beijou o topo da minha cabeça e catou sua camisa no chão do lado de fora do corredor.

—Devo ressaltar que gostei muito de usar uma cama.

—Como vamos fazer para se encontrar? – perguntei o levando pela outra entrada, a do elevador dos funcionários do prédio que apenas Martin e Miranda usavam – Já passou da hora de definirmos isso, Ethan, não podemos ficar nos pegando assim em todos os lugares.

—Eu não sei. O que você sugere? – ele perguntou.

—Podemos nos encontrar aqui em casa – sugeri.

—E Martin e Brian?

—Martin vai saber de toda forma, nem adianta sonhar que ele não sabe que você esta aqui agora. Enquanto a Brian, acho melhor ele não saber, você é amigo dele também. Ele é meio traumatizado com esse lance dos amigos dele.

—Sei.

—É sério. Só que isso não importa agora. Você pode usar esse elevador a partir de hoje, amanhã eu te entrego uma chave do apartamento pra você entrar e sair sem ser visto por Brian.

—Então vamos transar só aqui? – ele ergueu uma sobrancelha de uma forma sexy.

—Ethan...

—Acho que essa regra pode ser assim – ele mordeu meu lóbulo e sussurrou para continuar – quando der tesão a gente fode.

Gemi e minhas pernas fraquejaram.

—Já estávamos mais ou menos fazendo isso. Essa regra é absurda – consegui falar respirando fundo.

—Por quê?

—Isso não faz sentido, por exemplo, eu estou com tesão agora...

Ele praguejou e me girou.

—Então vamos ter que resolver isso, Deus me livre quebrarmos essa regra.

 E erguendo minhas pernas para colocar no quadril, afastando minha calcinha, ele me penetrou ali mesmo. Ok, terceiro round então.

 

Parte II, capítulo 13

Hannah Swift

 Digitei o código e esperei. No porão da Nigth 3, Ethan me entregou um copo grande de refrigerante e eu coloquei os pés em cima da mesinha olhando para a tela.

—Você realmente entende isso? Por que para mim, é um monte de números sem sentindo – ele falou encostado em minha cadeira.

—É simples e fácil, vai levar apenas alguns minutos.

 Pisquei para ele que retribuiu e foi até onde Charles estava. Era uma sexta-feira, duas semanas após a trepada no meu apartamento, o penúltimo dia do mês de junho estava quase chegando ao fim, Charles havia dado um jeito de arrumar tudo aqui para a gente, ele que havia conseguido o lugar. A Night 3 era a mais próxima do prédio da sede da RIH e tinha uma espécie de sótão que servia como almoxarifado. Era perfeito, com prateleiras e livros velhos e gastos.

 Ethan não sabia o porquê de tudo aquilo, apenas Charles, e apesar de me sentir culpada de esconder algo dele, ainda sim queria mantê-lo longe da parte desengonçada da minha vida. Ele havia voltado nos dias seguintes para o meu apartamento, dia após dia ele o invadia no meio da noite, quando Brian não estava em casa ou quando estava distraído com a televisão. Meu quarto havia se tornado nosso lugar secreto para trepadas, e estávamos nos divertindo com aquilo.

 Eu sabia que mais cedo ou mais tarde aquilo ia acabar, tinha consciência que não ia durar para sempre e estava cada vez mais envolvida com ele. Estávamos criando uma rotina nossa, em nossa amizade.

 Quase todos os meus almoços eram com ele, mesmo que em companhia de outra pessoa. Já estávamos transando há dois meses, mais de um mês e três semanas nesse acordo de amizade com benefícios que estava sendo bom para os dois. Só que não transávamos apenas, conversávamos, nos conhecíamos, discutíamos sobre trabalho, assistíamos jogos na tevê ou íamos a estádios aproveitando sempre seus privilégios e aos poucos conhecíamos as preferências um do outro até mesmo para comida.

 Ele havia se tornado uma espécie de melhor amigo, conhecia meus gostos mais do que Charles por ser mais observador, mas Charles conhecia meus segredos, o que deixava os dois no mesmo patamar. Brian, que já não pertencia mais a essa categoria há muito tempo, estava contente que eu passava mais tempo com Ethan e Charles, assim ele podia dedicar mais tempo a sua primeira namorada depois do acidente.

 Nos fins de tarde, eu e Ethan nos encontrávamos na academia e sempre fazíamos o lanche da tarde junto com Brian, Mel e Jack, que com o tempo passou a conversar mais comigo.

 Eu adorava os irmãos deles. Nas festas Roger, que era o único que parecia saber da nossa amizade com benefícios, vivia me tirando para dançar ou soltando algumas piadinhas infames. Maggie e Brian eram um casal a parte, o casal do grupo. Eles combinavam de todas as formas, como se fossem feito um para o molde do outro e era exatamente o que eu achava que eram, na verdade.

 Jack e Mel, me faziam lembrar de quando eu e Brian éramos adolescentes. Sempre achando que tudo ao nosso redor era antiquado e fazendo caras entediantes, só que Mel tem muito mais senso de moda do que eu tinha naquela idade, e é muito mais animada também.

 Mantínhamos nossa relação de benefícios em segredo, Brian apenas desconfiava que eu estava transando com alguém, só que não sabia quem era. E os outros pareciam lidar bem com isso, porque tirando os benefícios, eu tratava Ethan como tratava Charles na frente deles.

 Brian não tocou no assunto do pesadelo nos dias que se sucederam, foi sutil em sugerir que precisávamos ir com mais calma nas investigações e pediu para eu aumentar minhas consultas com o doutor Hector, o que eu não fiz, não estava com muito tempo. Não quando eu estava trabalhando feito louca na RIH, treinando mais ainda com os castigos de Martin e ainda dando conta de Ethan a noite, e essa última parte eu não conseguia abrir mão. O Sexo com Ethan era a melhor parte dos meus dias.

—Acha que Martin vai desconfiar? – Charles perguntou cruzando os braços no peito.

—Creio que não. Sempre que viermos aqui vai ser escondido, não vamos vir os dois de uma vez durante o meio de semana, e no sábado e domingo, damos nossos jeitos.

—Acha que já posso instalar os bloqueadores? – Brian perguntou – Eu terminei de adaptar eles.

 Charles e Ethan olharam ao mesmo tempo no relógio, fazia menos de cinco minutos que Brian tinha se sentado no chão com o que para eles eram “bugigangas”.

—Pode colocar os bloqueadores de rede aqui – apontei para a mesinha onde estava o computador – Bloqueadores de sons e sinal você pode espalha-los pela sala.

 Brian assentiu e colocou suas coisas na caixa para subir numa escada. Enquanto ele instalava os equipamentos, voltei-me para o computador. Eu ainda estava com a roupa da academia e tínhamos mentido para Martin que iriamos nos arrumar na casa de Charles, havíamos saído pela garagem em um dos carros do Ethan, que meu guarda costas não conhecia. Para ele era comum ficarmos até tarde na casa de Charles, principalmente quando estávamos combinando em sair hoje para virmos para essa boate em especial mais tarde.

 Quando a tela limpou, comecei a fuçar as redes das cidades até conseguir uma pública de eletricidade, era perfeito. As redes públicas de eletricidade eram as maiores, os pontos de localização variavam bastante e eram quase impossíveis de se localizar ao certo qual estava sendo usada.

 Demorei menos que o necessário para invadir o sistema frágil da polícia e mexer nos relatórios das patrulhas. Com eles sempre rodeando onde estávamos ficava difícil sairmos sem ser notados por ele. Passando todos os códigos para o pendrive fechei tudo e passei para o notebook da Apple para eu poder utilizar ainda a caminho daqui quando eu e Brian tivéssemos vindo.

—Terminei – falei guardando o notebook na bolsa enquanto Brian descia das escadas – Podemos modificar as rotas das patrulhas quando tivermos que vir para cá em questão de minutos.

—Conseguiu as câmaras? – Brian perguntou.

—Ainda não, temos que ir logo. Essa vai ter que ficar para a próxima.

  Virei para Charles e Ethan, ambos nos olhavam como se fossemos alienígenas.

—Preciso passar em casa para trocar de roupa – avisei – Ainda não tomei banho.

—Eu posso te levar em casa – Ethan ofereceu pegando a chave do carro – Vamos?

—Vocês encontram com a gente onde? – Brian perguntou. Ele já estava pronto, com calça jeans e camiseta polo – Eu vou para a casa de Charles e de lá vou com Martin buscar Maggie, vocês vão ter que ir até lá para Mason acompanha-los, então eles vão desconfiar que não estávamos lá. Vamos nos encontrar depois onde?

—Podemos nos encontrar aqui mesmo, já deixei a portaria avisada que vocês vão vir – Ethan respondeu – A nossa mesa já está pronta, na segunda área. Acha que uma hora e meia dá tempo de você se arrumar, Hannah? Eu te deixo no seu apartamento antes de ir para o meu.

—Por mim tudo bem.

 Brian e Charles concordaram já bem acostumados comigo sair vez ou outra sozinha com Ethan, ou ele me levar em casa. O problema é que eu também estava, e isso era no mínimo perigoso.

...

 Dei uma última volta de frente para o espelho. O vestido havia sido feito por Ed, na verdade, quase todos os meus vestidos eram feitos pelo meu amigo, que parecia saber tudo que ficava bom em mim. Aquele era justo e curto, para cima do meio das cochas com predarias que circulavam o aberto que deixavam minha cintura do lado de fora, e nas mangas compridas.

 No começo eu estava meio cismada em usa-lo, era muito ousado. Mas se tratando da Nigth 3... Aquela era a casa noturna da perdição e luxuria, com postes de Pole Dance. Era a casa noturna indicada quando você estava em busca de sexo e era o lugar escolhido pelas meninas dessa vez.

 Não que eu estivesse a procura, mas elas não sabiam disso. Das meninas, Alana e Maggie estavam comprometidas, menos Ivy e Judith. Judith e Roger pelo que eu sabia apenas trepavam de vez enquanto, eles já haviam tentado namorar antes e da primeira vez não deu certo. Alana namorava o gerente da Nigth em Los Angeles pela internet há mais de dois anos e eles se encontravam de vez enquanto. Então na lógica deles, a Nigth 3 era perfeita para Rafael, Dylan, Ethan, Ivy e eu arrumarmos parceiros sexuais. Porque na cabeça dos comprometidos, seus amigos solteiros tinham que estar com suas vidas sexuais felizes e arrumarem comprometimentos também.

 Acho que eles funcionavam assim. Apesar de saberem que Dylan, Ethan e Ivy eram do tipo que não entravam em relacionamentos sérios, eles queriam que pelo menos eu e Rafael entrássemos naquela categoria e como isso não ia acontecer entre nós dois, seria mais fácil acontecer em outro lugar.

 Agora em relação a mim, eles sabiam que eu queria um relacionamento. Brian fez questão de falar isso para eles. Já fazia muito tempo que eu não encontrava nenhum sério, o mais duradoura havia sido Randall, e os outros nem podiam entrar nessas categorias porque o máximo que um conseguiu durar foi três meses, e era quase um recorde porque o cara morava em outro estado e no vimos um total de cinco vezes nesse período.

 Passei a mão jogando a franja para trás e peguei a carteira preta com alças compridas para festas, essa era a noite que as meninas que bancavam. Calcei os saltos que estava de lado e que Ed havia escolhido, era nude com o solado vermelho e bem alto.

 Meu celular vibrou com a mensagem de Ethan quando eu já estava no elevador me dizendo que estava me esperando. O porteiro sorriu para mim ao abrir a porta e eu parei assustada ao ver Ryan abrir a porta de um Cadillac Escalade preto, bem diferente do Porsche que Ethan me deixou aqui mais cedo.

—Isso que é um carro – falei empolgada para Ryan – deve está todo empolgado dirigindo essa maquina.

—Eu ainda prefiro o seu Guardian, Hannah – Ryan sorriu.

—Acredito, mentiroso. Modelo 2012?

—2013.

—Metido.

 Ryan segurou minha mão para me ajudar a entrar no carro, com um sorriso satisfeito. Ethan estava sentado do outro lado com o telefone e o afastou da orelha para olhar para mim, seus olhos percorreram desde o meu salto até a barra do meu vestido com um olhar bem malicioso.

—Oi para você também – beijei sua bochecha.

Ele piscou para mim e voltou a falar no telefone.

—...Não mãe, eu não vi...Não sei o que foi, Roger já levou para o seguro, o relatório chegou agora a pouco... Ryan está bem, ele estava devagar... Não, não, foi ele que escolheu o carro dessa vez... É claro que é seguro, aumentei a segurança também... Julius?...  – ele esperou deliberando –... Pode passar para ele.

 Ethan não olhou para mim. Retirei os saltos e dobrei uma perna no banco colocando a bolsa no meio para não mostrar o short que era usado por baixo do vestido de laica. Ele parou de falar por um tempo apenas escutando, meu coração estava disparado tentando saber o que estava acontecendo e eu o olhei inteiro.

—Um Cadillac – ele falou e seus dedos tamborilaram pelo apoio de copo ao lado dele – Não precisa, Julius, Ryan já está resolvendo tudo... Não, Maggie está com o namorado dela e Roger na Nigth 3, já providenciei para aumentar a segurança...  Só acalma a mamãe, ela está exagerando e eu já estou tomando as providências necessárias. Roger não devia ter contado a ela de qualquer forma, os resultados acabaram de chegar... Não, por sorte eu já havia comprado o Cadillac há algum tempo, já era para termos aposentado o SUV...

 Ele parou de falar e pegou um notebook que estava aberto digitando alguma coisa nele e me deixando ainda mais ansiosa. Eu não era uma pessoa muito paciente e estava entrando em colapso nervoso com isso.

—Já enviei... Quando eu souber peço para alguém avisa-lo, então... Obrigado, Julius, nos vemos amanhã na festa... É sim, obrigado.

 Ethan jogou o telefone no banco e voltou a mexer no computador. Ele ficou olhando para a tela durante uns três minutos, digitando de vez enquanto, e quando terminou fechou o notebook.

—Já pode ir para lá, Ryan.

O motorista acenou e foi aí que notei que estávamos dando voltas no meu quarteirão.

—Aconteceu alguma coisa, Ethan? – perguntei já não aguentando mais.

—Nada demais, não se preocupe.

 O analisei em silêncio por algum tempo. Eu sabia que a relação de Ethan com Julius não estava das melhores. Os dois haviam conversado e Ethan tentou tirar satisfações com o padrasto, o que não adiantou nada. A relação dos dois estava meio abalada desde lá.

 Eu não sabia mesmo o que pensar. Ethan havia me contado tudo e não deixei de ficar insegura com o que Julius falou para ele e Maggie sobre mim e Brian, que nós dois éramos problemas. Eu não tinha contado nada para Brian que foi Julius que me salvou, e tinha resolvido deixar assim quando Ethan me falou isso.

 Ethan estava escondendo alguma coisa de mim, eu sabia disso. E pelo pouco que pude ver tudo estava muito estranho, ele não recorreria ao padrasto quando os dois mal estavam conversando.

 Ethan não gostou nem um pouco de Julius se meter em nossa relação, muito menos no da irmã com Brian já que os dois estavam cada vez mais próximos um do outro. Pedir para os dois se afastar da gente era algo abusivo demais e me fez pensar em várias coisas que eu não deveria. A primeira era que se Maggie resolvesse ouvir o padrasto, Brian ia sofrer para caralho. Só um cego não via o quanto ele estava apaixonado por ela, e eu temia o quão mal meu irmão ia reagir a isso.

 A segunda é que eu não estava preparada para me afastar de Ethan ainda, era assustador, mas eu estava viciada ao seu toque.

 Uma onda de nostalgia me pegou de surpresa e quase me encolhi olhando pela janela. Quais tipos de problemas ofereceríamos aos enteados de Julius? Meu coração se apertou ainda mais no peito ao pensar na resposta e o quão nobre Brian seria se soubesse que poderia ofertar algum risco ou problema a Maggie e quanto isso seria difícil para ele.

Eu queria confrontar Julius nas vezes que ele me tratou normalmente quando nos vimos depois da discussão dele com Ethan. Eu tinha essa oportunidade quase todos os dias na academia ou até no evento social que eu conheci a mãe de Ethan na semana passada. Mas o que eu poderia dizer? Eu mesmo estava com medo de realmente oferecer algum risco as pessoas ao meu redor. As teorias passavam a fazer sentindo agora, se Brian soubesse, ele mesmo não iria negar que havia sim um assassino ou que alguém estava sim atrás de nós. Eu não podia julgar Julius, ele deve estar muito arrependido de ter me salvado e ter ajudado a CIA a nos deixar tão próximos aos seus enteados, principalmente porque eu e Brian significávamos “perigo” a sua família. No lugar dele, eu faria a mesma coisa... ou pior.

 —Ei, eu posso ver rugas na sua testa que não combinam com seu vestido – ele sorriu e se sentou no meio do banco, próximo a mim, colocando a mão na minha coxa e me fazendo olha-lo – Falando nisso. Você está muito gostosa com esse vestido, garota.

—Ethan!

—Estou falando a verdade – sem nenhum tipo de vergonha ele subiu a mão para o decote aberto na lateral da minha cintura e enfiou a mão por dentro para pegar na minha bunda.

—Seu tarado!

 Ele riu alto quando eu tirei a mão dele de lá e apertou um botão ao meu lado. Um vidro muito escuro subiu separando a parte da frente, onde Ryan estava.

—E agora eu posso tocar em você? – ele perguntou mordendo o lóbulo da minha orelha.

 Sua boca desceu para meu pescoço e quando subiu para meus lábios senti sua mão entre minhas pernas.

—Apesar desse short, dificultar meus planos de acariciar você por baixo da mesa, fico feliz que ele esteja ai – mordendo meu lábio o filho da mãe afastou meu short e tocou meu clitóris –Meu Deus Hannah, você não usa calcinha por baixo dele?

—Marca o vestido, esse short é feito para vestir por baixo.

—Se você chamar esse pano mole, justo e curto de short – ele desceu o dedo e penetrou bem devagar dentro de mim, gemendo e colocando a cabeça no meu ombro ele disse: – Você está molhada.

 O toque era suave, ele colocava e tirava o dedo bem devagar, sua respiração estava tão ofegante quanto a minha e ele apoiava a testa no meu ombro.

—Ethan... não vamos fazer isso agora – consegui falar, o negócio estava tão bom. Se ele continuasse daquele jeito eu acabaria gozando – Você está me deixando mais excitada.

—Isso é ruim?

—Não, quer dizer, sim... Ethan...

 Ele colocou um segundo dedo e mordeu meu queixo, tirando qualquer pensamento que eu pudesse ter. Meu corpo parecia estar pegando fogo e eu já estava me mexendo bem devagar no ritmo dos seus dedos, quando ele parou e os retirou de mim.

 Olhei para ele indignada. Como ele podia fazer isso? Quando o trem estava ficando mais bom...

—Você está certa – ele colocou os dedos na boca e eu o observei lambê-los antes de continuar falando – temos que enfrentar uma noite com nossos amigos e não quero tirar suas forças agora.

—Filho da mãe.

 Fechei a cara e desci as pernas do banco me afastando.

—Ei, você ficou com raiva? – ele virou meu rosto para olha-lo – Você falou que não queria, Hannah.

—Deixa de ser cínico, Ethan – tirei a mão dele – Isso foi antes de você quase me fazer gozar.

 Soltando uma gargalhada, ele passou a mão pela minha cintura e me puxou para perto beijando meu ombro.

—Não faz essa cara de mal comida, garota.

 Olhei indignada para ele. Como ele podia falar uma coisa dessas?

—Mal comida um cacete! Eu não sou comida, você sabe que tecnicamente quem come é a mulher, não sabe? – perguntei.

—Mais uma das suas teorias feministas?

—Não, apenas um fato. Tecnicamente falando, nós mulheres temos a entrada, a boca e vocês homens tem a carne, no caso a linguiça. No processo do sexo, vocês entram na gente, entram na boca. É um fato, um homem só come quando está dando para o outro, porque ele está comendo...

—Pode para por ai, eu já entendi o que você quer dizer – ele jogou a cabeça para trás rindo – Eu gosto de você, garota. De onde você tira essas coisas? Agora eu vou ficar imaginando essa última cena toda vez que um dos meus amigos falarem que comeu alguém. Já falou isso para Charles e Ed?

—Charles disse que preferia não comentar, Ed amou.

—Claro, não esperaria nada diferente dele. Você estragou essa palavra quente e sexy para pelo resto da minha vida.

 Não deixei de rir, quando ele me estremeceu pelas vibrações do seu peito. Ele não tinha noção do quanto a risada dele era incrível, do quanto ele ficava bonito quando uma covinha aparecia no seu queixo e em como seus olhos brilhavam quando ele fazia isso.

 Ethan era lindo de qualquer forma, mais rindo, ele ficava perfeito demais para ser real. Sua camisa rosa de botões estava com os dois primeiros botões abertos e as mangas dobradas nos cotovelos, sua calça jeans era apertada e o deixava ainda mais gostoso, como se não bastasse ser bonito, ele tinha que esculachar.

—O que foi? – ele perguntou quando viu que eu estava o olhando.

—Você é muito bonito, isso não é justo com os outros caras e não estou falando isso para inchar seu ego, fique bem claro essa informação.

 Com o sorriso de molhar calcinhas ele aproximou seus lábios dos meus e me beijou bem de leve.

—Você é muito mais bonita, e não adianta fazer essa cara – ele me deu outro selinho – Eu preciso de você hoje, Hannah. Acha que podemos ir embora mais cedo?

—A gente pensa nisso depois – passei a mão pelo rosto dele – Ethan, eu realmente quero saber o que está acontecendo. Aconteceu alguma coisa com o Suv, não foi?

Ethan balançou a cabeça.

—Os freios foram sabotados ontem – levei as mãos na boca de uma vez – Não precisa se preocupar, Ryan que estava dirigindo, ele conseguiu sair do carro quando percebeu o que estava acontecendo. Ele não se machucou, Ryan é treinado e estava sozinho, apenas teve alguns arranhões e nem quis ganhar folga depois que saiu do hospital.

 Olhei para o vidro na frente, Ryan parecia bem quando eu falei com ele, só que mesmo assim...

—O que aconteceu? – perguntei. As pontas dos dedos dele brincavam com algumas pedrinhas do meu vestido – Quem foi que fez isso?

—O carro bateu numa mureta de proteção, e amassou a lataria. Agora quem fez, eu não sei.

—Acha que alguém...

—Quer me matar? – ele completou e depois negou com a cabeça – Hannah, eu sou famoso, tenho muito mais dinheiro do que a maioria das pessoas, esse tipo de coisa acontece. Não é a primeira vez, minha mãe só está preocupada. Roger está de férias, mas alguns amigos dele já estão investigando e Julius já está tomando algumas providências para saber quem foi.

—Você poderia ter morrido! – a possibilidade disso ter alguma ligação comigo, deixou minhas mãos trêmulas.

—Ei, eu não estava no carro, estava na sua casa, se lembra? – apenas assenti – Ryan já está cuidando de tudo, já dobrei a segurança. Achamos que é só uma brincadeira de mau gosto da concorrência, eu já tive problemas assim antes.

—Por que Julius perguntou sobre sua irmã?

—Julius só queria saber se Maggie já sabia, para ficarmos em alerta – mentiu, eu sabia que era mentira, ele queria saber com quem ela estava... Tudo que eu conseguia pensar era em Brian – Ela já sabe e está tudo sobre controle, o resultado só chegou agora quando cheguei em casa, então temos que ficar em alerta.

—Por isso você está armado? – perguntei.

 Ele olhou para baixo nas vestes dele e depois para mim.

—Como você sabe?

—Você deveria saber que eu reparo em tudo – cutuquei o ombro dele, mas ele não desistiu.

—Como você sabe?

Bufei antes de responder.

—Pelo volume é uma 22 pequena, não está aparecendo, mais o modo como você se virou deu para perceber que tem algo ai. Ryan também está armado e com um colete a prova de balas por baixo do terno, ele está com um 38. E o carro que estamos não é um simples Cadillac, ele tem pneus run-flat, Blindagem, Vidro grosso e sistema de iluminação fluorescente. Você falou para Julius que comprou á algum tempo esse carro, então você já estava se sentindo ameaçado. Esse não é um carro comum, Ethan, e tenho certeza que você gastou muito mais do que algumas centenas de milhares nele.

Ele se afastou de mim com algumas rugas na testa.

—Hannah... Como você sabe dessas coisas? Você não ficou do lado de fora nem por um minuto inteiro.

—Isso não tem importância. O importante é que você sabia que precisaria de proteção, Ethan, se não soubesse não teria um carro como esse na garagem por um acaso do destino.

 Ele sacudiu a cabeça, pegou uma garrafa de uísque no console e virou a dose de uma vez. Eu não desisti, cruzei os braços e olhei para ele esperando.

—Recebemos algumas ameaças nas últimas semanas. Na verdade não eram bem ameaças, apenas alguns avisos, só que nada coerentes – ele colocou mais uma dose – Ryan que tem me levado no seu apartamento a noite, ontem foi uma casualidade. Quando eu saio dirigindo, ele sempre vem atrás para ficar de olho e aumentei a segurança, apenas por precaução.

—Você deveria ter me contado, Ethan.

—Assim como você me conta porque Martin é seu guarda costa? Julius falou que eu gostaria dessa teoria se você confiasse em mim o suficiente para contar.

 —Touché.

 Virei a cabeça para o lado e olhei para fora. Ele estava certo, ele não tinha dever nenhum de me contar, mas isso não queria dizer que eu não estava preocupada com ele. Eu queria contar as coisas para Ethan, mas eu não me sentia preparada para isso, ainda mais com a data de dois anos do acidente se aproximando, eu já estava perturbada demais com isso e querendo começar logo com minhas investigações.

—Me desculpa, Hannah... Eu não devia ter falado assim com você.

Neguei com a cabeça.

—Se eu não falo sobre minha vida, você não precisa falar sobre a sua. Você está certo, Ethan, não é da minha conta – mas pode ter alguma coisa haver comigo, não deixei de pensar.

—Não, eu não quero dizer que não é dá sua conta. Merda! – ele se aproximou de novo e pegou na minha mão me fazendo olhar para ele – Eu só não queria ter deixar preocupada, só isso. Não é porque não confio em você...

—Você acha que eu não te conto as coisas porque não acredito em você? – ele deu de ombros – Não é por causa disso, Ethan. Eu só não estou pronta para conversar com você sobre essas coisas, eu confio em você.

Um silêncio constrangedor se estabeleceu quando o carro parou de frente a Nigth 3. Ryan não desceu para abrir a porta, mas o vidro se abaixou.

—Quer descer agora, senhor?

—Ryan, você acha que o carro foi sabotado quando? – perguntei antes de Ethan respondê-lo.

 Ryan olhou para Ethan confuso, e ele apenas acenou de leve para o motorista.

—Não temos certeza ainda, as investigações começaram agora a pouco.

—Você pode conseguir uma lista das coordenadas de onde o carro esteve nas últimas 48 horas antes do ocorrido?

—Eu posso usar o sistema do GPS, só que vou precisar de tempo – Ryan me respondeu confuso – Senhor?

Ethan ficou alguns segundos calado e depois balançou a cabeça.

—Faça o que ela está pedindo, Ryan. Para amanhã.

...

 A música Stay da Rihanna, agitava a casa noturna que era pura luxúria para cada canto que você olhava. Pessoas dançavam coladas umas nas outras, pessoas beijavam pessoas sem vergonha escondidas pelas luzes que agitavam o lugar. Eu havia bebido pouco, Ethan menos ainda e quase não tínhamos dançado também.

 Brian havia saído com Maggie, e Martin estava de olho em nós num dos bares com Mason. Para ele, Brian e Maggie havia ido dar uns amassos, mas não. Brian havia descido para pegar seus brinquedinhos, precisávamos colocar o quanto antes as escutas no escritório de Martin.

 Os braços de Ethan estavam sobre meus ombros, o que todos já estavam acostumados, e eu sentia que ele estava tenso ainda. Ele podia fingir que não, mas eu sabia que ele estava mais preocupado do que aparentava.

—Vocês dois estão calados – Ed falou apontando para nós dois – Brigaram?

—Eu só estou cansada. Amanhã é a festa de aniversário o Scorpions 1, e tivemos um problema com a divulgação em Las Vegas.

—Falando nisso, eu já liguei e resolvi tudo – Dylan disse – Você foi incrível, Hannah, parabéns. E você também, Rafael, fez um ótimo trabalho.

—Obrigado, só que não vou poder fazer isso para sempre sozinho – Rafael rebateu – Preciso de ajuda, já tem prazo para a nova contratação?

—Já estamos terminando de resolver isso. Você se lembra daquele designer que eu te falei que trabalhava na mesma empresa que eu, Ethan? Ethan... Ethan, estou falando com você.

 Apertei a coxa de Ethan que olhou para mim e depois para Dylan.

—Desculpe, eu não prestei atenção.

—O designer que eu te falei – Dylan repetiu – eu consegui ele para nossa equipe, segunda ele se apresenta.

—Ótimo, a área de Marketing está pronta, bom que a equipe vai estar completa e já vão estar no lugar certo.

—Você está muito distraído, Ethan – Charles olhou sério para ele – Mais algum problema?

—Não, está tudo do mesmo jeito.

  Charles assentiu.

—Vem, vamos dançar – Ed estendeu a mão para mim e guinchou Rafael – Tudo está muito sério hoje e chega de falarem de trabalho seus viciados.

...

 

Ethan Parker

 

—Você tem que levar as coisas mais a sério, Ethan – Charles falou trocando de lugar, e se sentado ao meu lado – Descobriram alguma coisa sobre o carro?

—Não, Ryan não sabe ainda por onde começar.

—Eu conversei com Liam agora a pouco, amanhã eles vão pegar os relatórios dos mecânicos do seguro. – Roger comentou – Como não ouve feridos, o processo vai ser um pouco lento, não estão lidando como tentativa de assassinato, e você só recebeu os resultados há pouco mais de quatro horas, ainda não deu tempo de descobrirem nada. Eu queria poder fazer mais, mano.

—Já está fazendo o bastante – sorri para meu irmão – Aproveite as férias, seja o que for vamos descobrir.

 Os dois trocaram um olhar preocupado. Não é que eu não tivesse também, mas demonstrar isso não era o que eu queria fazer, ainda mais na frente deles estragando suas noites.

—Eu falei que não precisam se preocupar – repeti para os dois, Dylan olhou sobre o copo e não falou nada.

—Não é tão simples quanto parece Ethan, cortaram os freios do seu carro, tentaram te matar – Charles murmurou sério – Eu acho que você deveria entrar em contato com alguns conhecidos e ver o que descobre.

Suspirei.

—Hannah pediu para Ryan uma lista dos lugares que o carro esteve nas 48 horas anteriores – Roger me olhou surpreso, mas Charles pareceu relaxar no banco– O que foi?

 Charles sorriu mais tranquilo.

—Se Hannah pediu isso, então ela sabe o que fazer. Ela vai descobrir o que aconteceu, pode ter certeza disso.

 Se fosse algum tempo atrás eu acharia estranha essa confiança de Charles. Agora nem tanto. Por mais que eu passasse muito tempo com Hannah, conhecesse muito sobre seus gostos e tivéssemos nos tornado amigos, ainda tinha coisas sobre a vida dela que eu não sabia.

 Julius não estava gostando nada que estávamos juntos, ele sabia que havia algo errado com ela, mas não queria me falar. Pedir para eu me afastar, para me manter seguro, era no mínimo um pedido estranho vindo dele. “ Não quero que aconteça nada com você” foram exatamente essas as suas palavras quase duas semanas atrás, o que ele queria dizer com isso, eu não fazia ideia. Julius sempre foi protetor comigo, meus irmãos e minha mãe, mas nunca se meteu em nada. Não até ele descobrir que nós dois estávamos saindo.

 O que de risco, Hannah e Brian poderiam oferecer para nós?

 Tudo que eu sabia era que ela inteligente, muito mais inteligente que o comum e tinha habilidades que eu não fazia ideia de como ela havia adquirido. Cada vez eu me surpreendia mais com ela. A garota era uma maquina, e eu não estava dizendo isso apenas por ela realmente ser incrível na cama, estava falando em todos os outros sentidos.

 Hannah era mais observadora do que o normal, as coisas que ela me falou no carro me deixaram impressionados. O modo como ela deduziu que eu estava armado, apenas pelo modo como eu me mexi perto dela. O modo como ela adivinhou que meu motorista estava usando coletes a prova de bala agora, e até mesmo características do carro que eu não fazia ideia de como ela pode perceber tudo aquilo tão rápido olhando apenas por alguns segundos do lado de fora de casa.

 Mas não era só isso. A história dos computadores na sala do sótão estava me deixando com uma pulga ainda maior atrás da orelha, ela realmente sabia fazer aquilo... Na verdade, ela e Brian sabiam o que estavam fazendo, e eu não precisava ser um gênio para imaginar que nem mesmo eu conseguiria fazer metade daquilo.

 Ela era por um lado completamente entregue quando estávamos juntos, mas por outro, eu apenas descobria detalhes que eu aprendia a observando no decorrer do tempo. Como o fato de uma garota que não pesava nem sessenta quilos derrubar um ex agente do FBI e CIA ou os marombados da academia quase todos de uma vez.

 Isso não fazia sentido, porque ela precisava saber de tudo aquilo? Por que ela e Brian precisavam? Porque o cara não ficava muito atrás, o namorado da minha irmã não parecia um advogado quando estava no tatame, parecia um mercenário ou lutador de MMA.

 A publicitária e o advogado, pareciam fachadas quando o assunto eram Hannah Swift e Brian Carter, e pelo modo como Charles relaxou quando eu o avisei que Hannah ia dar uma olhada no caso, tinha muito mais do que eu podia imaginar ali.


Notas Finais


Bom pessoal, espero que tenham gostado. Ficou gigante né? kkk Pra nunca mais pedir capitulos enormes Tassy kkk
Bom, aquele lindo verso poema foi escrito pela Nossa Tassy, os creditos são todos dela nela viu :) Segue o link do blogger dela :) http://mvepv.blogspot.com.br/?m=1
Morrendo de sono aqui, prova de ontem foi tensa... Então, espero seus comentários ali embaixo senhores detetives e senhores fantasmas.

Spoiler: Ethan Parker

"—O cara que fez isso não estava sozinho – Roger deu um soco no ar com raiva – Tinha alguém que estava dirigindo.
—A placa é fria – Hannah falou – Acabei de olhar.
—E agora, só temos as provas de que alguém cortou os freios do seu carro – Charles colocou a mão no meu ombro – Você tem que tomar cuidado, Ethan.
—Eu sei, eu vou.
—Não é tão fácil assim, se pegarmos quem cortou, quem sabe pegamos o motorista e o possível mandante? – Hannah sugeriu.
—E como você vai fazer isso?"

Custei achar um spoiler, meu cérebro está lendo :) Boa noite lindas ^.^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...