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História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 14


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Eu não acredito, voltamos \0/ Dessa vez a culpa não é minha meu povo, é dos fantasmas, então... Já sabem que vocês devem caçar. Apesar de não fazer nem uma hora do decimo oitava comentário, eu vim aqui postar ( sou boazinha :D)
Bom, hoje eu não tenho muito o que falar kkk É sério, eu estou um pouco preguiçosa e tenho que voltar ali para continuar a escrever, tô na reta final da história ( já faz um ano que eu tô nela kkk, mas finalmente está indo)
Agradecimentos a todas as meninas que estão comentando, eu adoro o comentário de vocês e estou sempre de olho em certas pessoas que estão fazendo motins lá, as senhoritas boas demais para a CIA -.-
Por agora é só, enquanto aos erros, eu desisto deles cada vez que eu leio pra corrigir sempre sobra um... Boa leitura :)

Ps: A nova capa da fic, ficou linda né? <3 (digam que sim kkk assisti mais de mil tutoriais pra fazer kkk)

Capítulo 14 - Capítulo 14


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 14

Hannah Swift

 

 Peguei um copo de leite na geladeira, cumprimentando Miranda que arrumava o apartamento. Eram apenas oito horas da manhã, três horas apenas depois de eu me deitar e não tinha dormido merda nenhuma mesmo tendo festado a noite inteira.

 Eu deveria estar dormindo a essas horas, só que meu pesadelo tinha acabado comigo e eu me sentia cansada o bastante para dormir, só que frustrada demais para conseguir tal feito.

 O barulho de Brian do de quarto eram apenas de roncos, eu sabia que ele não estava sozinho, tinha se tornado comum Maggie dormir aqui em casa vez ou outra, assim como era comum ele dormir na casa dela.

—Martin já acordou, Miranda? – perguntei.

—Já, ele tomou o café da manhã aqui e foi para a sala fechada.

 Apenas acenei e fui para o meu quarto. Troquei minha camisola por uma calça de moletom cinza e um top preto e prendendo meu cabelo num rabo de cavalo. Aproveitei para pegar um engradado de coca na geladeira, e Miranda apenas sorriu para mim voltando aos seus afazerem enquanto eu ia me encontrar com Martin.

 Abri a porta do anexo para confirmar, mas estava vazio. O anexo de Martin era grande e espaçoso, uma sala com cozinha acoplada e uma suíte, uma área particular apenas para ele com um escritório e alguns equipamentos de computadores.

 Fechei a porta do anexo e segui pelo corredor, para a única porta que havia lá. Eu podia ouvir os barulhos lá dentro.

—Martin? – chamei abrindo a porta.

—Oi Hannah – ele parou de socar um dos sacos de pancada e se virou para mim – Você não deveria estar dormindo?

 —Eu não consigo. Posso te fazer companhia ou quer treinar sozinho?

—Entre e coloque as luvas.

 Segui suas ordens indo até o armário. Onde estávamos, um dia foi uma sala de vídeo muito grande, só que a esvaziamos e a transformamos na nossa sala de treinos “ a sala da frustração”, Brian chamava.

 Havia nela apenas três armários, um para cada, com alguns equipamentos para treino. As paredes eram pretas e apenas uma era branca, havia um frigobar entre dois armários, alguns colchonetes empilhados no canto e dois sacos de pancada que se moviam em linha reta pendurados no teto por um equipamento que facilitava deixa-la vazia para os combates que de vez enquanto travávamos.

 Mas o motivo de escolhermos aquela sala era a vista, não era a do Central Park e nem morávamos numa cobertura, mas toda a parede era feita de vidro blindado e reforçado que dava uma claridade a sala, dali víamos o movimento das ruas, o trânsito infernal, a vida de outras pessoas nos prédios adjacentes e nos permitia ver o céu porque não havia arranha-céu de frente.

—Eu guardo os refrigerantes – Martin pegou o engradado – Você se aquece.

 Martin era autoritário e reservado, só que assim como eu e Brian, ele também teve uma família, esposa e dois filhos, mas perdeu tudo. Ele não falava sobre isso. Ele era um cara grande que não demonstrava muitos sentimentos, e nos abraçamos apenas três vezes na minha vida nos últimos dez anos que ele cuidou de mim.

 A primeira foi quando eu tinha 18 anos e escutei pela primeira vez minha mãe falando sobre a vida do meu guarda costas com Susan. Minha tia disse que era o dia do aniversário da filha que ele perdeu, e até aquele dia eu nem sabia que ele tinha família e nunca tinha visto Martin beber.

 Elas pediram para eu ir vê-lo e que se tinha uma pessoa que poderia ajuda-lo, essa pessoa era eu. Obedeci atordoada por não saber, até aquele momento, a dor de perder todo mundo que ama. A última vez que eu tinha o visto ele estava chegando de carro com uma sacola de papel com algumas garrafas de bebida e desde então não tinha o mais visto naquele dia. Estava preocupada com ele, queria saber o que estava acontecendo e pelo menos amenizar sua dor.

 Eu o encontrei no celeiro maior, uma música country triste tocava no som portátil velho que ele tinha concertado e que eu tinha descartado semanas atrás, e uma garrafa de vodca estava vazia enquanto a outra estava por meia perto da sua perna. Antes daquele momento eu me sentia intimidada por aquele homem apesar de respeita-lo, foi naquela noite que não me senti mais intimidada. Apenas me sentei ao seu lado enquanto ele bebia em silêncio, ele colocou a palma da mão virada para cima e eu coloquei a minha ficando com ele pelo resto da noite ambos sem falarmos uma única palavra.

 Quando o ajudei a voltar para casa, sem medo, sem vergonha, sem nada, o levei até sua cama tirei suas botas e o ajudei a se ajeitar. Ele se sentou na beirada e colocou a cabeça entre as mãos com os cotovelos sobre os joelhos. Eu não entendia aquela dor ainda, apenas a respeitava, e naquele momento tudo que eu consegui fazer foi abraça-lo. Aquela foi a única vez que eu o vi vulnerável, e nunca mais queria ver. Foi o primeiro abraço que demos um ao outro, nunca soube se ele se lembrava daquele abraço forte e de urso que ele chorou no meu ombro, e isso não importava.

 Fiquei feliz apenas em estar com ele, e anos mais tarde ele retribuiu aquele abraço quando eu e Brian nos vimos perdidos, sem ninguém ao sabermos que nossos pais morreram. Ele cuidou de nós, nos protegeu da forma que ele sabia, do seu jeito fechado e silencioso onde poucas vezes ele falava alguma coisa que não fosse uma “ordem”.

 Por mais que ele me achasse uma rebelde incurável e eu o achasse um dominar incurável, eu o amava muito assim como o admirava.

 Terminei de me aquecer e ele puxou um dos sacos de pancadas para o meio da sala para mim, regulando a altura para que eu pudesse lutar confortável.

 Ele continuou batendo no dele enquanto eu comecei no meu.

 Não ficávamos desconfortáveis com o silêncio, o único barulho da sala eram dos socos e chutes, a música baixa do som e os sons que fazíamos quando colocávamos muita força.  Eu desgastei toda minha energia ali, com gemidos de frustração, eu apenas soquei o saco com força. Fazia muito tempo que eu não ia aquela sala, ela não me trazia boas lembranças porque meu pai também tinha uma sala dessas na nossa fazenda. No porão.

 Era a nossa área, com geladeira, mesa de sinuca e uma televisão bem grande de quando fugíamos da mamãe para assistir algum jogo. Quando estávamos chateados com qualquer coisa íamos para lá, era o nosso lugar secreto.

 Mamãe ficava louca atrás de nós, mas nunca conseguia nos encontrar. Se quiséssemos assistir um jogo e ela queria assistir novela, fugíamos para nosso cantinho e quando Brian e Adam enfrentavam esse problema com Susan, os dois logo fugiam para se encontrar com a gente também. Foi meu pai e eu que construímos escondido da mamãe quando eu tinha doze anos, ela nem sonhava que havia uma porta secreta por baixo da grama falsa no terceiro celeiro.

 Fechei os olhos e coloquei mais força ainda naquele maldito saco de pancadas. Agora eu me lembrava porque eu não gostava de ir ali, por mais que fosse um lugar diferente, com coisas diferentes ainda sim me fazia lembrar daqueles momentos. E o vazio daquela sala enorme que estávamos, representava o vazio que eu sentia em mim por estar ali, sem a mesa de sinuca, sem a televisão moderna...  Sem Chris... Apenas tudo que aliviava a frustração, o que não estava funcionando para mim.

 Era estranho isso, eu havia aprendido tanta coisa com meu pai. Minha mãe não gostava muito, só que também nunca o impediu, preferia não ver e deixar que eu aprendesse a me defender sozinha. Chris além de um pai maravilhoso era um excelente professor. Tudo que eu sei, aprendi com ele nos meus vinte e três anos de vida, menos dançar é claro, essa habilidade e sensualidade eu havia aprendido e herdado da mamãe.

 Ele preencheu todas as lacunas da minha vida, me ensinou a me defender quando eu nem sabia o que ele era. Eu era uma excelente hacker, uma excelente lutadora, tinha uma mira incrível, eu sabia analisar o comportamento dos estranhos, investigar e desconfiar das pessoas que estavam ao meu redor, eu sabia muita coisa por causa dele e aprimorado mais ainda por causa de Martin.

 A falta que eu sentia de Chris era imensa. Foi ele que me ensinou a nadar, a andar de bicicleta, pilotar moto e até saltar nas pistas de motocross, me ensinou a dirigir carro e a tirar a carteira. Ensinou-me apaixonar pelos times nova-iorquinos mesmo não sendo muito fã da cidade antes. Quando o assunto era beisebol eu torcia pelos Yankees, basquete pelos Knicks, futebol americano pelos Giants, futebol pelo Red Bulls e roquei pelos Rangers. Eram tardes da semana assistindo televisão no canal de esporte.

 Só que ele também me ensinou que o mundo não era nem um pouco justo e nem as pessoas que nele habitam. Que as pessoas não eram o que nós pensávamos e me ensinou a levantar cada vez que eu caia, nem que fosse sozinha.

 Ele, ao lado da minha mãe, construiu o meu caráter. Porque apesar de tudo que eu sabia e aprendi com eles, os dois queriam que eu fosse apenas uma criança comum, uma adolescente comum, uma mulher comum... Que eu pudesse me defender sozinha, mas que eu pudesse também viver uma vida normal sem que a vida a parte dele me influenciasse ou me atrapalhasse.

—Hannah?

 Segurei o saco que se balançava de um lado para o outro e respirei ofegante olhando para o Martin.

—Talvez você devesse usar luvas de box, essas aí não estão sendo o suficiente.

 Olhei para as minhas mãos, os nós dos meus dedos estavam muito vermelhos e quase em carne viva, mas eu não sentia dor. Estava acostumado com ela.

—Tudo bem. Eu estou bem.

 Voltei a encarar meu alvo com força e raiva, eu o socava com força libertando minha raiva. Eu o socava por ter perdido meus pais, por ter perdido os pais de Brian, pelo acidente, pela minha vida, meus pesadelos, por Ethan...

 Eu também o socava por Ethan e isso me fez soca-lo e chuta-lo ainda mais, porque não era para eu me sentir assim. Merda, eu estava ficando viciada naquele filho da mãe, estava cada dia sentindo mais a falta dele quando nos separávamos, e estava morrendo de preocupação com ele por não dar importância ao perigo que estava correndo.

 Eu apenas soquei. Ele era meu amigo... ele era apenas meu amigo, apenas meu amigo...

 Vai falando isso até se convencer.

 A vozinha metida a enxerida sussurrou em minha mente.

Merda, merda e merda. Meus pensamentos do dia anterior, antes dele me buscar estavam de volta.

—Já chega por hoje – Martin segurou o saco de pancadas e ergueu empurrando ele para o canto da parede – Você não tem uma festa de galã para ir hoje a noite? Não vai querer ir com as mãos estouradas, ou vai?

 Martin tinha razão. Peguei a toalha que ele estendeu para mim e nos sentamos no chão. Com muita habilidade, ele jogou uma lata de coca que peguei o ar.

—Aconteceu alguma coisa para te deixar assim, Hannah?

 Neguei com a cabeça e dei um gole caprichado. O gás e o gelo fizeram meu corpo estremecer numa sensação muito boa.

—Eu não acredito muito em você – Martin colocou os braços apoiados no joelho e secou o rosto com as costas das mãos – Não quer falar sobre o assunto?

—São apenas um monte de coisas.

— Vamos começar pela primeira delas então e em seguida você me conta as outras.

 Apenas afirmei com a cabeça.

—Martin, lembra da pessoa que me salvou com Britney e Ashley no beco de Dallas – Martin enrijeceu e balançou a cabeça concordando – Eu descobri quem é.

  O semblante de Martin ficou todo rígido.

—A pessoa foi atrás de você? – perguntou de uma vez – você deveria ter me contado, é muito perigoso...

—Não, não foi bem assim – neguei sacudindo a cabeça – Julius, foi Julius que me salvou, eu o reconheci duas semanas atrás.

A cara de Martin caiu de tal forma que quase me fez rir, quase.

—Impossível.

—Não, eu já o perguntei e ele confirmou.

—Não faz sentido ser ele, Hannah – Martin massageou as têmporas, nervoso – O que Julius estava fazendo em Dallas, naquela época? A agente Lewis vai gostar de saber disso, era obrigação dele ter informado os agentes da CIA ou ao seu pai, ficamos muito tempo tentando descobrir quem era essa pessoa. Eu vou ter que falar com ele.

—Não faça isso – pedi – eu já causei problemas demais para ele contando para Ethan.

 Martin arqueou as sobrancelhas.

—Você contou sobre seus pais e sobre a CIA para o Parker? – perguntou incrédulo.

—Não, apenas sobre como eu conheci Julius - neguei – eu acabei arrumando muita confusão para ele. Ethan ficou todo cheio de suspeitas sobre alguma traição com a mãe dele e foi tirar satisfações com o padrasto por mentir e ocultar isso. Ele queria saber se esse foi o motivo de me colocar na RIH.

—Excesso de confiança da Agente Lewis em Julius, é um grande motivo – Martin trincou os dentes – quero ver se ela vai continuar acreditando no ex agente, quando saber que ele ocultou algo tão simples dela.

Encarei minhas mãos nas luvas, era muita coisa estranha acontecendo.

—Tem mais alguma coisa sobre Julius que não está me contando? – Martin perguntou, relaxando mais.

Sacudi a cabeça.

—Julius não quer que eu e Brian nos aproximemos de Maggie e Ethan, ele falou para ele que somos perigosos e ofertamos riscos – senti meu coração encolher no peito – Julius sabe que oferecemos um risco... Oferecemos, Martin? Porque se é mesmo isso... Não deveríamos ficar aqui.

 —Você falou isso a Brian? – neguei – Escute o que estou dizendo, Hannah. Ninguém, escute, ninguém tem o direito de escolher por vocês muito menos deixa-los com medo ou preocupados. Você e Brian podem ficar com quem quiserem, eu não vou deixar merda nenhuma estragar ainda mais a vida de vocês. Eu já deixei isso ir longe demais, não deveria ter os deixado fazerem o que fizeram com Brian...

—Eu já estou resolvendo isso, até o fim da próxima semana a situação de Brian vai estar resolvida.

—Isso não muda o fato que falhei com vocês. Eu cuido de vocês, Hannah, Julius duvidar da minha capacidade de fazer isso... é quase tão ultrajante quanto ele não informar sobre aquela noite de Dallas. Eu vou ter uma conversinha com ele, ele não tem direito de ficar colocando minhoca na cabeça dos outros para afasta-los de vocês.

 Encarei o meu guarda costa, de certa forma eu me sentia mais... protegida e calma.

—Ele te destratou ou falou alguma coisa que te magoou, Hannah?

 Neguei, balançando a cabeça.

—Ele me trata normalmente, nos vemos quase todos os dias na academia. Não sei se é porque ele não sabe que Ethan me contou.

—Eu vou descobrir qual é a dele – Martin resmungou – conheço esse homem há mais de 26 anos. Agora, tudo que eu quero é que você siga a sua vida e não se preocupe com nada. Quero que você realize seus sonhos, que se case, que tenha um amor quase tão grande quanto o de Chris pela sua mãe. Eu sei que Brian está seguindo esses passos, e esse era o seu sonho, não o dele. Eu vou cuidar de você até achar o cara que mereça meu voto de confiança para te deixar seguir, caso contrário, você ainda vai ter um guarda costa por muito tempo.

Sorri para ele sentindo meu coração bem leve.

—Eu deixo você me levar ao altar.

—Com todo prazer – os olhos de Martin brilharam e ele desvio para a sua latinha.

  No ímpeto eu ficava me perguntando o que meu pai acharia de minha relação com Ethan, de como ele reagiria se fosse ao contrario, se Ethan significasse um perigo para mim. As perguntas e o medo de decepciona-lo nunca foram um problema, Chris nunca me julgaria e me deixaria livre para escolher quem eu quiser, mas isso não me impedia de pensar que talvez eu tenha o decepcionado. Que eu não sou forte o bastante por ter tantos pesadelos, que eu não me imponho como antes ou até mesmo pelo modo como fiquei abalada com o que Julius pensava de mim e Brian.

—Acha que meu pai teria orgulho de mim? – perguntei fitando Martin – eu sinto tanta falta dele, Martin... tanta que eu só queria vê-lo mais uma vez.

—Eu sei que é difícil, mas vocês estão se saindo bem. O pai que não se orgulhasse de filhos como vocês seriam idiotas. Chris e Adam estariam muito orgulhosos de vocês, você sabe disso, não sabe?

—Acho que no fundo eu sei, muito obrigada por me lembrar disso, Martin.

 Ele sorriu de lado.

—Mas não é apenas isso, não é mesmo? – levantei minha cabeça para olhar para ele – Hannah, eu não sou cego e nem surdo. Eu te escuto quase toda noite, você acha que não está gritando, mas está. Brian sabe que você anda tendo tanto pesadelos?

—Ele me acordou certa noite, eu sinto muito está acordando você, Martin.

 Ele negou.

—Esse não é o problema, talvez você devesse marcar mais sessões com o doutor Hector, ou tomar remédios para dormir por enquanto, ele pode te receitar alguns. Tudo que você não pode é continuar do jeito que está, você não dorme Hannah. Parker sai daqui e você logo acorda, fica andando angustiada pela casa, dorme no sofá... eu só quero te ajudar e me sinto incapacitado quando não posso fazer isso por você.

—Eu sei Martin, obrigada pela preocupação.

— Certo...  Parker não tem nada haver com isso não, ou tem? Porque se ele estiver te fazendo mal, Hannah...

—Ethan nunca me faria qualquer mal, Martin – sorri para ele – ele é um amigo.

—É assim que vocês jovens chamam isso agora?

 Gargalhei jogando a cabeça para trás e ele riu de mim.

—Não deixa ele te machucar... não estou falando fisicamente, você é uma excelente pupila, daria conta do grandão, eu estou falando aí dentro – o olhar dele ficou sério e bateu os dedos nas laterais da latinha – Vocês estão ficando juntos há algum tempo, faz tempo que eu não te via com a mesma pessoa. Você gosta dele?

—Ele é um ótimo amigo.

—Sabe que não estou falando disso – ele retrucou – Não quero falar no sentido de Julius, mas eu não gosto do jeito que as coisas estão encaminhando entre vocês e tenho medo que se machuque. Se eu não gosto disso, Brian vai gostar menos ainda ao saber que vocês estão juntos, ele é super protetor, Hannah. Além de vocês serem amigos, dessa vez, o cara não é um dos pirralhos que você se envolvia durante um mês ou dois. As chances de você sair machucada é ainda maior e Brian não vai permitir isso.

—Ethan é apenas um amigo.

—Vai repetindo isso para você mesmo até se convencer disso.

 O olhei indignada. Era o que faltava agora, Martin e minha consciência começarem a falar a mesma coisa.

—Martin, eu sei me cuidar.

—Não estou falando que não sabe. Não quero que se afaste do Parker, a decisão é de vocês. Só que pensa bem Hannah, vocês passam suas horas livres juntos, agem como um casal e nem perceberam isso ainda. Qualquer um com olhos e que não seja Brian, perceberia isso.

 Rimos juntos, eu sentia falta dessa camaradagem entre a gente.

—Esse papo ficou meloso demais, e sou péssimo como conselheiro – ele jogou as latinhas na lixeira reciclável e se posicionou – Vou te ajudar a esquecer toda essa lista de problemas do jeito que eu sei, você tem uma hora para conseguir me dar uma chave de perna.

 Sorri para Martin e me posicionei, adorava desafios. Desviando do seu soco, me lacei nele, eu não precisava mais aliviar como antes, Martin havia cuidado disso por mim.

...

 

Ethan Parker

 

 Eu já estava quase usando minha chave e indo para a entrada dos funcionários quando me lembrei que não estava ali para trepar, muito menos saberia explicar para Brian o que eu estava fazendo ali entrando daquele jeito.

 Toquei a campainha apenas uma vez antes do próprio freio em pensamento, abrir a porta.

—Ethan – ele me abraçou, depois olhou para os papéis na minha mão e puxou a porta atrás de si para conversarmos nos corredores – Aconteceu alguma coisa? Maggie está muito preocupada com o que aconteceu com o seu carro.

—Não, eles vão começar as investigações hoje, já entreguei tudo para a polícia – respondi – Eu tive que contar para Hannah, mas eu não queria deixar ela preocupada.

—Não tem problema. Ela está no banho, passou a manhã treinando com Martin.

—Mas hoje é sábado.

—Pra você vê o quanto ela está estressada – Brian sorriu – Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

—Hannah pediu para Ryan uma relação de lugares, não sei para que ela precisa disso.

 Entreguei a Brian o envelope e ele passou os olhos rapidamente nos relatórios dos locais que o carro tinha estado e os colocou de volta.

—Eu vou pedir para Martin me levar até a casa dos seus pais, sua mãe pediu para irmos até lá. – Brian colocou a mão na maçaneta – Eu vou conseguir apenas algumas horinhas para vocês na sala secreta.

—É pra lá que ela vai querer ir? – perguntei sobre a sala na Nigth 3, ótimo, eles tinham ate apelidado ela, a cara deles isso.

—Tenho certeza que sim, acho melhor não falarmos para a sua irmã agora – ele enfiou a mão no bolso e tirou seu celular, mas entre os dedos havia pequenas “coisas” pretas. Quando ele me devolveu o envelope, deixou cair na palma da minha mão aquelas coisas e olhou para as câmaras do corredor – É para Hannah, quando eu sair com Maggie, entregue a ela por mim, não vou ter tempo.

 Apenas acenei e ele abriu a porta para entrarmos. Maggie já estava o esperando quando entrei, e Miranda me serviu alguns biscoitos e café enquanto esperava Hannah.

—O carro está pronto, Brian – Martin entrou na sala – Parker.

—Thomas.

 O olhar frio que ele me lançou era diferente, mas ele não falou nada. Maggie me deu um beijo na testa antes de sair e com Brian, saiu pela porta da frente enquanto Martin foi pelo elevador de serviço. Nosso elevador de serviço, sorri.

—Oi, você veio rápido – Hannah apareceu de short jeans curto e rasteiras – Quer ir agora?

—Quero – enfiei a mão no bolso da calça e entreguei a ela tudo que Brian havia me entregado – Brian pediu para te entregar.

 Ela se encostou no balcão e os colocou em cima separando eles com o indicador.

—Acha que demora quanto tempo para chegarmos a Nigth 3? – ela perguntou e olhei para seu decote, sua regata branca não deixava muito a imaginação, seus seios estavam separados por conta do modelo do sutiã e com um pequeno vão entre eles, perfeito para... – Ethan!

—O que? – sobressaltei.

—Quanto tempo para chegarmos na Nigth 3?

—Er... Vinte minutos, o trânsito está bom – olhei para os lados, a empregada dela já devia ter ido embora, então a puxei pelo braço e a coloquei no meio das minhas pernas – O que acha que darmos uns amassos?

—Não estamos com pressa? Você não tem uma festa hoje para ir?

 Mordi seu lábio inferior e puxei de leve antes de beija-la. O gosto era bom, sempre era bom. Uma mistura refrescante de menta e hortelã com algum suco que ela tinha tomado, seus lábios eram rosados e cheios na medida certa e do modo como eu estava minhas mãos podiam percorrer cada curva do seu corpo.

 Massageei seu bunda e ela arfou entrando mais no meio das minhas pernas. As suas mãos deslizaram para o meu pau por cima da calça e ela acariciou toda a minha extensão subindo para passar a mão nos pelos da minha barriga.

—Ethan não é justo você começar essas coisas e depois termos que interromper – gemeu quando desci para seu pescoço.

—Não precisamos interromper se você não quiser.

—Não vai rolar hoje campeão – ela sorriu e mordeu meu queixo – Eu estou naqueles dias, desceu hoje depois da festa.

 Gemi frustrado quando ela se afastou.

—Merda! É sério? De novo?

Ela riu.

—Ethan, ainda bem que veio de novo. Mulheres menstruam todo mês e ela descer significa que os remédios e as camisinhas estão funcionando.

 Passei a mão pela bunda dela e a ergui para senta-la na minha perna, beijei seu pescoço e desci para o seu colo mordendo a parte de cima dos seus seios de leve.

—Seus seios sempre ficam incríveis nessa época do mês? – perguntei abaixando seu sutiã e tirando um mamilo para fora.

Ela gemeu quando passei o dedo na ponta e abaixei passando a língua.

—Ethan... precisamos trabalhar agora.

 Erguendo a blusa de volta para tapar o mamilo, ela pulou do meu colo e se colocou de pé. Maravilha, vou ficar de saco roxo por uns três dias!

—Eu preciso instalar isso na sala de Martin, ele deve ter ligado o alarme, então vou ter que fazer meu melhor daqui mesmo.

 Eu nem queria saber o motivo dela instalar esse tipo de coisa na sala do guarda costa.

—E como você vai entrar lá sem soar o alarme? – perguntei ajeitando meu pau na calça, era para ser broxante ser interrompido no meio dos amassos, mas vê-la dando uma de nerd misteriosa era muito excitante.

—O novo computador que Charles comprou, se eu usar o meu ele vai saber, mas se eu usar o novo – ela estalou a língua em negativa – Me espere no carro, não quero que isso dê problemas para você depois.

—Hannah...

—Ethan, por favor, eu sei o que estou fazendo – ela falou indo em direção ao seu quarto – E eu prometo te recompensar por isso depois.

 O que eu podia fazer? Eu ainda tinha esperanças de comer... não, comer no, trepar, esperanças de trepar com aquela mulher depois. Céus, agora estou imaginando a teoria de quem come quem.

...

 Cruzei os braços no peito e Hannah se sentou de frente para o computador, sugando o canudo. Ela segurou os papéis com as coordenadas do GPS em uma mão e com a outra digitava no mapa do santo GOOGLE. Eu apenas a observava fazer isso. Ao meu lado Roger, Charles e Ryan faziam o mesmo ainda sem entendermos o que ela estava fazendo.

—Hannah? – a chamei, já fazia dez minutos que ela estava parada fazendo isso – Tem algum problema aí?

 Ela sugou de novo o canudo com força e fechou a cara para mim, me olhando feio por trás dos óculos com um olhar de encolher as bolas. Ficou mais uns cinco minutos desse jeito e quando parou foi de uma vez. Ela desceu os pés da mesa e se sentou direito olhando para os papéis e de novo para a tela.

—Ryan? – ela chamou – Você ficou o tempo todo dentro do carro depois que deixou Ethan...

 Ela parou de falar e olhou para Charles e depois para mim.

—Pode falar, deixou Ethan na sua casa – Charles completou com um sorrisinho malicioso.

 Encarei Roger furioso, mas ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

—Eu não falei nada.

—Nada o que? – Hannah deu uma de cara de pau.

—Pelo amor de Deus – Charles revirou os olhos – Vocês dois acham que estão escondendo isso de quem? Todo mundo sabe que vocês estão trepando como coelhos por aí.

 Hannah arregalou os olhos e a boca e olhou sem graça para Ryan, pensei que ela ia corar, ai me lembrei que aquela mulher não tinha vergonha na cara suficiente para isso.

—Você não sabe do que está falando Charles – falei frio.

—Ethan, Ethan, Ethan, vocês realmente acharam que iam fazer isso sem que eu percebesse? – ele perguntou – Que tipo de melhor amigo eu seria se não soubesse que meus dois melhores amigos estão transando a sei lá, dois meses?

 Hannah olhou para mim apavorada e a risada de Roger me fez socar suas costelas.

—Ou. Eu tentei avisa-los – Roger murmurou segurando as costelas – mas vocês são tão sutis com suas desculpinhas esfarrapadas...

 Era o que faltava. Passei a mão nervoso pelo cabelo. Não queríamos que os outros soubessem, não queríamos que toda vez que ficássemos juntos eles nos olhassem como se fossemos trepar a qualquer momento, o que sempre acontecia, ou como se fossemos terminar tudo e eles tivessem que se dividir.

 Merda. Muito bem Ethan Parker. Tenta sair dessa agora.

—Vocês deveriam ter aberto o jogo há muito tempo isso sim – Charles continuou – deveriam ter nos alertado. Seja lá qual relação vocês estejam tendo quando isso chegar ao fim pode afetar todos nós. Ou vocês acham que vão ficar fazendo isso que estão fazendo para sempre?

 Um silêncio constrangedor se estabeleceu na sala. Olhei para Hannah, ela estava séria no canto dela e quando encontrou meu olhar, apenas sacudiu a cabeça, caminhou até Charles e jogou os braços ao redor do pescoço dele.

—Meu desculpa, eu deveria ter te contado – ela falou devagar e ele retribuiu o abraço.

—Deveria mesmo.

—Minha vida sexual não é da sua conta, mas não tínhamos o direito e nem a intensão de fazermos algo que prejudique o grupo, Charles – ela se afastou e segurou a mão dele – só estamos nos divertindo um pouco um com o outro, na hora certa vai acabar e eu juro que vai o mesmo que antes.

 Charles olhou para mim por alguns segundos, mas eu não falei nada. As palavras “Quando acabar” ficarem rebobinando em minha mente. Hannah já havia falado várias vezes comigo sobre os planos dela para o futuro, os planos de encontrar alguém que fosse para ela, o que seu pai foi para a sua mãe.

 Eu sabia que não teríamos futuro juntos, ela queria algo que eu não queria. Ou achava não querer. Eu não era homem para ela, presava minha liberdade e não acreditava nem um pouco em relacionamentos. Ela era completamente o oposto, tirando o fato da liberdade, ela queria há muito tempo um relacionamento e acreditava fielmente a isso.

—Tudo bem – Charles beijou a testa dela – Só que vocês precisam contar para o resto do grupo, não só para mim.

 O celular dele tocou quebrando silêncio da vergonha e ele parou para ler a mensagem.

—Ed avisou que os vestidos das garotas estão prontos – ele avisou para Hannah – ele criou um especial para você, Hannah. Vai deixar na portaria do seu prédio, então, vamos logo ao assunto. Você estava perguntando o que mesmo para Ryan?

 Ela sacudiu a cabeça e se virou para o meu motorista.

—Você ficou o tempo todo no carro depois que deixou Ethan no meu apartamento?

—Eu passei no alfaiate para buscar o terno do senhor Parker, por que, está desconfiando de mim, senhorita Hannah?

—Não, Jesus, Ryan. Claro que não, e não me chame de senhorita, por favor. Eu só preciso saber onde eu devo procurar, já salvei as rotas, e uma das delas foram na frente do banco – Hannah caminhou até o notebook e mostrou o pontinho vermelho – Eu só preciso ter certeza de que você desceu nesse lugar, porque o timing tem que ser perfeito.

—Eu parei no banco, para sacar o dinheiro da compra do mês. Abigail sempre faz as compras na sexta-feira e na quinta eu saco o dinheiro para ela ir ao mercado – Ryan explicou.

—Isso é que eu precisava saber.

 Hannah se sentou pegando um sanduiche e outra coca que ela havia trazido. Ela ficou em silêncio no começo, os dedos dela digitavam muito rápido e números apareciam na tela sem que eu entendesse o que ela estava fazendo.

—Você está invadindo o sistema do banco? – Roger encostou na cadeira dela se abaixando.

—Apenas as câmaras de segurança. Quero as gravações do lado de fora – ela afastou a cadeira e colocou um pendrive no outro notebook fazendo o mesmo processo – Preciso ver se eu acho o de algum lugar perto do alfaiate também... Pronto. É isso.

 Ela fez uma dancinha mexendo os ombros e voltou para o notebook principal.

—Alien conseguiu invadir o sistema de segurança externo do banco.

—Alien? – perguntei.

—Brian deu o nome para o notebook, nem eu mesmo entendo isso. Nem precisa tentar.

 Ela mordeu o sanduíche e voltou para os notebooks arrastando a cadeira de um lado para o outro e em seguida abriu o que havia trazido de casa e que, segundo ela, tinha desfeito o alarme de quando ela entrou no escritório de Martin.

—Pra que tudo isso? – Charles se jogou no sofá.

 Eu o acompanhei, Hannah parecia estar num parque de diversão particular indo de um lado para o outro, aquilo já estava me dando nos nervos.

—Alien está cuidando do banco, mas este aqui estava cuidando da lavandeira de frente para a Alfaiataria – ela apontou para o segundo notebook

—E?

—Teve um carro que seguiu o Suv, era uma minivan discreta preta e a pessoa desceu – praticamente todos a rodearam, e ela apontou para uma calçada – Quando Ryan saiu, ele voltou para o carro antes da hora, olha...

 Um cara com um capuz estava com uma caixa de ferramentas na mão e voltou para dentro assim que Ryan saiu com o saco do meu smoking.

—Acha que é ele que fez isso? – Roger perguntou.

—Acho que sim, olhe essa sequência de imagens aqui – Hannah foi para o terceiro computador com várias janelinhas abertas uma do lado da outra, o Suv passava e a minivan o seguia logo atrás – Essas câmaras são dos sinaleiros, a rota exata que Ryan usou até o banco.

—E você também invadiu o sistema de vigilância pública – Roger assoviou – Já pensou em trabalhar para o FBI garota? No meu departamento temos um cara que faz essas coisas, ele recebe muito bem.

 Hannah não o respondeu, apenas piscou para ele e parou no tal do “Alien”. Ela colocou os pés novamente em cima da mesa e voltou a comer o sanduíche olhando a tela.

—E agora? – perguntei.

—Eu já adiantei muito, eu não posso fazer isso sem perdemos alguns detalhes... Achei – ela praticamente deu um pulo – Mais rápido do que eu pensava. Filho da puta, olha isso Ethan.

 Três câmaras em ângulos diferentes mostraram Ryan descendo do carro, Hannah passou a cena mais rapidamente e parou na minivan a dois carros de distância. Um homem desceu do banco do passageiro com capuz e a mesma caixa de ferramenta na mão olhando para os lados. Muito rapidamente ele desmontou um carrinho e entrou rápido debaixo do carro, foi questão de menos de um minuto e o cara já estava levantando, arrumando as roupas e voltando para o lugar dele.

—O cara que fez isso não estava sozinho – Roger deu um soco no ar com raiva – Tinha alguém que estava dirigindo.

—A placa é fria – Hannah falou – Acabei de olhar.

—E agora, só temos as provas de que alguém cortou os freios do seu carro – Charles colocou a mão no meu ombro – Você tem que tomar cuidado, Ethan.

—Eu sei, eu vou.

—Não é tão fácil assim, se pegarmos quem cortou, quem sabe pegamos o motorista e o possível mandante? – Hannah sugeriu.

—E como você vai fazer isso?

Ela abriu um sorriso largo.

—Ser sua cafetina serviu para alguma coisa.

—Hannah...

—Relaxa Ethan, relaxa – ela ampliou as fotos na tela até o rosto do homem ficar um pouco mais nítido na hora que ele se levantou desajeitado – Dê um oi para o reconhecimento fácil.

—Isso fica cada vez melhor – Roger gemeu infeliz, a animação indo para o ralo – eu nem quero saber como você conseguiu invadir o sistema de dados da policia também.

—Só para conhecer o rosto – ela fez cara de inocente, durou poucos segundos porque de inocente aquela mulher não tinha nada – pronto, está aqui seu suspeito. Um mecânico do Bronx, Stefan Juarez, três passagens pela polícia por roubo e porte de arma.

—Por que um mecânico ia querer te matar? – Charles me perguntou.

—Não foi o mecânico, alguém o contratou para fazer isso.

—Não foi realmente uma tentativa – Hannah se virou para mim – Eles queriam te dar um susto, Ethan. Se eles quisessem realmente te matar teriam feito isso quando sabiam que você estava dentro do carro.

 Ele colocou as imagens do prédio que ela morava, na hora que eu desci e voltou mais para trás, a minivan já estava posicionada atrás.

—Eles viram você descer no meu prédio – Hannah continuou – Eles sabiam que apenas Ryan estava no carro. Você já mandou para a polícia as possíveis ameaças que você recebeu?

—Já estão com os colegas de Roger – respondi.

—Tudo bem, eu vou fazer uma copia para você, Ryan – Hannah se virou para meu motorista – Você vai saber o que fazer com isso.

 Ryan apenas confirmou com a cabeça.

...

—Eles ainda não voltaram – Hannah colocou o saco com seu vestido pendurado no closet.

—Minha mãe é bem persuasiva quando quer, ela adora o Brian...

—Mas Julius não o adora – sussurrou mais para ela mesmo, do que para mim.

 Eu não sabia o que dizer na verdade.

—Não ligue para isso – me sentei em sua cama – Hannah, sobre o Charles...

—Relaxa, Ethan. Ele só está preocupado. Vamos tratar de um assunto mais interessante.

 Ela caminhou pelo quarto e parou perto de mim colocando as mãos na barra da regata e retirando-a por cima da cabeça ficando apenas de sutiã.

—Pensei que não poderíamos fazer nada – enlacei sua cintura – Você tem que parar de me provocar, Hannah. Vou ter que ficar três dias sem estar dentro de você.

 Ela abaixou a cabeça e mordeu o lóbulo da minha orelha.

—Tem outras partes do meu corpo que você pode se divertir, Parker.

—Continue, estou gostando dessa história.

 Ela sorriu, aquele sorriso perfeito e ao mesmo tempo malicioso. O meu coração acelerou de uma forma estranha... Quando eu ia me acostumar de olhar para esses sorrisos dela? Hannah tinha o sorriso mais lindo o mundo, aquele que contagiava e me deixava completamente sem ar. Eu poderia ficar olhando para ela assim durante dias e não me cansar.

—Pare de me olhar assim – ela me empurrou.

—Assim como?

—Desse jeito estranho. O que foi?

—Seu sorriso – passei a mão pelo seu rosto descendo para seus lábios – Ele é tão lindo.

 Ela me fitou por alguns segundos sem dizer nada. Seu sorriso tinha um forte concorrente: o seu olhar. Hannah parecia fitar a alma das pessoas com seus olhos cinzentos, misteriosos e curiosos. Era de uma cor tão intensa que eu não tinha certeza se ele era realmente castanho, ou até mesmo azul por trás de todo aquele cinza. E eles eram grandes, grandes e encantadores com cílios compridos e escuros que davam a ele ainda mais destaque, que me deixavam ainda mais hipnotizado.

—Obrigada, eu acho.

 E lá estava ela, a mulher incrivelmente bonita que não sabia receber elogios para o quanto era linda.

 Como se fosse para mudar de assunto, ela se curvou e me beijou. Primeiro um beijo terno, nossos lábios se encontraram devagar, apenas os entreabrindo um pouco, me deixando saber o quanto eles eram macios, o quanto o seu gosto era bom. Quando ela parou para me olhar, seus olhos estavam no tom que me deixavam de pau duro na hora, o tom da luxúria.

 Puxei-a ainda mais para mim, e já era a ternura. As mãos dela encontraram o rumo dos meus cabelos puxando-os para trás, explorei sua boca da melhor forma que pude. Minha língua percorrendo cada centímetro de pele, sentindo e explorando seus gemidos baixos e manhosos. Eu não me cansava daquilo.

 Eu sabia que hoje o controle não era meu, hoje ela ia até onde ela quisesse ir.

 As mãos de Hannah fizeram com a minha camisa, o que ela fez com a dela, passando por minha cabeça. Pegando-me pela mão para eu levantar, e nos virou. Sua boca percorreu pelos meus ombros, queixo, peito e foram descendo até ela se sentar na beirada da cama.

—Hannah... – gemi quando ela abaixou minha calça e acariciou meu pau por toda a extensão.

—Posso?

—Deve, garota, você deve continuar.

 O sorriso malicioso dela se alargou no rosto. Ela o tirou para fora o segurando com as duas mãos e deslizando bem devagar, manuseando a pele pela glande. Juntei seus cabelos na mão puxando com força e ela gemeu.

—Chupa.

 Entreabrindo um pouco os lábios, Hannah colocou apenas a glande para dentro sugando-a de leve. Meu corpo inteiro tremeu com aquilo, principalmente quando ela o colocou quase todo na boca, se inclinando para frente e indo até seu limite. Gemi com aquilo. Era bom demais para ser verdade, quase gozei quando ela repetiu o mesmo processo de forma mais rápida, uma, duas, três... e mais vezes.

 Enfiei meus dedos com força em seu cabelo ditando um ritmo e ela gemeu. Puta Merda. Ela gostava daquilo quase tanto quanto eu, essa era a diferença dela. Hannah ficava excitada enquanto me dava prazer e isso me levava a loucura. Ela não fazia aquilo por mim, ela gostava de me chupar.

 Ela subia e descia com sua boca, seus dentes raspavam levemente contra meu pau cada vez que ela o engolia, sua língua circulava minha glande quando ela chegava a ponta, num oral tão incrível que me levava para um abismo sem fim. Quando ela soltou suas mãos da base e uma delas desceu para segurar minhas bolas, joguei a cabeça para trás soltando um gemido alto e gutural que fez minha garganta doer.

 A outra mão dela desceu para o short e quando abaixei a cabeça, respirando com dificuldade, vi seus dedos se enfiarem pelas laterais e ela se tocar me deixando ditar o ritmo que ela me chupava.

 Hannah fechou os olhos e aumentou a sucção me deixando completamente sem controle enquanto estocava sua boca, eu tentava pensar com clareza com a possibilidade de estar puxando seus cabelos com força demais, mas não conseguia. Sua boca, sua língua, dentes, sua mão apertando e acariciando minhas bolas tão devagar, eram a combinação da loucura.

 Eu queria me enfiar dentro dela, deita-la na cama de quatro e meter em sua boceta sem parar, mas não sabia se ela se importava em estar menstruada, porque eu não me importava de forma alguma. Apenas queria estar dentro dela.

 Imaginando-me dentro dela e sentindo toda aquela explosão de sensações, escutando os gemidos de quando ela chegou ao orgasmo, cheguei ao meu estopim. Fechei ainda mais as mãos em seus cabelos e deixei toda aquela sensação se esvair de mim, todo aquele prazer, toda aquela sensação de loucura e a estranha sensação que aquela mulher estava fazendo aquilo por mim sem esperar receber nada em troca.

 Ela engoliu cada gota do meu orgasmo e quando terminou passou a língua por toda extensão bem devagar, com lambidas longas até limpa-lo por completo.

—Céus, seu gosto é bom – ela lambeu os lábios com a ponta da língua.

 Minha vista ainda estava escurecida e abri e fechei os olhos algumas vezes antes de poder voltar a realidade do que estava acontecendo, do que tinha acontecido.

—Meu. Deus. – consegui falar – isso foi incrível, Hannah. Obrigado.

 Ela sorriu e pegou sua blusa para colocar de volta, ficando um pouco tonta.

—Eu te machuquei? –enlacei sua cintura, segurando-a – Minha Nossa, Hannah. Me desculpa, eu nem me toquei.

—Está tudo bem, Ethan. Eu estou bem – ela riu me afastando – Gostei de te chupar, adoro quando você perde o controle.

—Eu podia ter te machucado...

—E eu vou ficar com lembranças do seu gosto na minha boca durante toda a festa hoje.

—Garota, eu vou ficar com a sensação da sua boca no meu pau. Acho que quem saiu ganhando hoje fui eu – ajudei-a a recolocar a blusa e ela fez o mesmo me ajudando a colocar a minha camiseta – Eu preciso ir, e você precisa começar a se arrumar.

 —Sério? Eu estava pensando em voltar a fazer isso de novo – ela desceu a mão para a minha calça – E de novo e de novo, e quem sabe de novo...

—Hannah... Você está me deixando mais duro – gemi na sua boca.

— Mais duro?

—Sim, mais. Muito mais duro.

 Ela se colocou nas pontas dos pés e beijou meu queixo.

—Quer que eu resolva isso de novo?

—Que pergunta idiota, você já sabe a resposta.

 Puxei sua cintura tirando-a do chão e capturei sua boca enquanto ela ria. Era quase automático, sua boca sempre me dava passagem e me recebia de bom grado.

—Hannah você conseguiu entrar no escritório... – a porta se abriu de uma vez e o sorriso que um dia esteve no rosto de Brian se desfez – Parker?

 Hannah gemeu baixinho nos meus lábios e soltou os braços do meu pescoço, para eu devolvê-la ao chão.

—Eu posso saber o que está acontecendo aqui?

 Sim eu poderia dizer, mas o tom da voz dele me dizia que não ia ser uma conversa muito amigável.

 


Notas Finais


Bom, é isso aí. Mais teorias meninas? Estou doida para lê-las, acho que dei um pouquinho pra vocês pensarem.
A proposta continua a mesma apesar de ter aumentado os favoritos, 18 pessoas em até 48 horas.
Agradecimentos também a Aline, ( não posso esquecer kkk) que está me ajudando sempre, a coitada lê quase todos os dias pedaços de capítulo gente uns duas ou três vezes, então ela merece meu agradecimento master principalmente agora que ela está me ajudando no momento mais grande da minha vida onde eu estou preparando uma reviravolta de 360 graus e está me ajudando a organizar tudo com essa nossa fase cheia de mudanças e separações. Fora que ela está me ajudando com os planos futuros de quem sabe publicar um livro. Quem diria que eu ia conhecer alguém como ela aqui, hein? Virou meu anjinho da guarda ^.^
Meninas, já vou avisando, estou escrevendo o final dessa temporada e está ficando grandinho os capítulos, algum problema?

Flw pessoal, espero não demorar a ver vocês de novo, então... Fantasmas, eu se fosse vocês dava um jeito de aparecer por aqui viu kk os próximos estão muito bacanas ;)

Spoiler:
"—... e eu devo avisa-la, que faço tudo para proteger os meus. Tudo mesmo, mesmo que isso os faça me odiar.
Era uma ameaça? Poderia facilmente ser, mas eu não me importava. Eu também sei jogar, Julius.
—Eu quero que saiba, Julius, que eu também faço. E com isso quero dizer de você mexer no relacionamento do meu irmão.
Ele me olhou um pouco surpreso, mas um sorriso divertido lhe escapuliu.
—Ele é o seu ponto fraco. Bom, todos sempre temos um.
—Onde você quer chegar com isso, Julius?
—Acho que em nenhum lugar especifico. Estamos deixando os pratos limpos aqui, e acho que o que tinha que ser dito já foi..."

É isso, gente é muito difícil achar spoiler kkk vocês não tem ideia kk

Beijões ;)


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