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História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 20


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Olá pessoas, bom não dá para dizer que estou feliz em estar aqui né!? A proposta mais uma vez não se completou, o número de favoritos aumentaram e os de visualização também, mas os comentários estão ficando ficando cada vez mais escassos.
Obrigada as meninas que comentaram, agradeço cada uma de vocês, fico muito feliz com cada comentário e perdoem me demorar a responder.
Já viram a quantidade de palavras? Esse é sem dúvida o maior capítulo que já escrevi, mais de 15 mil palavras e ele é dois em um, com parte um e parte dois além de o hot que vocês escolherem naquela votação. Acho que vocês vão demorar horas para terminar, então leiam!
Por hora é só, boa leitura.

Aviso: Esse capítulo contém cenas de sexo pervertido, se você espera um hot clichê de praia ou não gosta de hots pulem a parte que eles ficam pelados e recomecem depois que eles gozam ;) Eu tenho esperança na humanidade, e que muito das minha leitoras santas e boas moças vão pular essa parte de pecados carnais. Amém!

Capítulo 20 - Capítulo 20


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 20

Hannah Swift

 

—Eu ainda não acredito que você está aqui – Mel falou animada pela terceira vez – eu fiquei tão triste quando Ethan falou que você tinha desistido.

 Sorri para ela. Mel transbordava calor, e o modo como ela deixava claro que gostava de mim me fazia sentir melhor. Mesmo estando muito tarde, pouco mais de dez horas da noite, todos estavam ao redor da mesa comigo e Ethan para jantarmos. Eu já havia pedido desculpas umas cinco vezes por fazê-los esperar tanto assim, mas eles não estavam se importando nem um pouco.

 Charles estava sentado ao lado de Ed conversando com Roger, Ethan ao meu lado direito conversando alguma coisa com Jack que estava muito animado com as várias coisas que ele podia fazer. Julius e Rose sorriram para mim quando olhei para eles, enquanto Mel tagarelava sobre o que poderíamos fazer no dia seguinte. Mas havia uma pessoa que eu ignorava naquela mesa: Brian.

 Eu o havia cumprimentado muito rapidamente e fugido dele para me refugiar na falante Melissa Scorpions, Maggie estava ao seu lado conversando com os irmãos em tom baixo, mas eu sentia os olhares de Brian queimando em minha pele.

 —Hannah – Julius chamou assim que a sobremesa chegou a mesa – eu pedi para levar suas coisas para uma suíte no segundo andar, na parte leste, terceiro quarto a direita.

—É ao lado do meu – Mel sorriu contente – eu posso te mostrar onde fica.

—Eu pensei que ela ia ficar no terceiro andar – Roger falou – Nas suítes principais com a gente.

  Roger e Ethan trocaram um olhar.

—Eu também achei que sim – Ethan olhou para o padrasto – porque colocar ela no corredor de vocês? – ele se virou para Brian e Maggie – Vocês estão no terceiro andar, certo?

 Os dois concordaram com a cabeça, mas tinha alguma coisa no ar ao fazerem isso, como se tivessem constrangidos, ou no caso de Maggie, com raiva.

—Pode colocar Hannah no terceiro também, eu havia pedido para coloca-la na suíte 12...

—Ao lado da sua? – Julius perguntou arqueando a sobrancelha – Infelizmente Charles e Ed estão nela.

 Um clima chato se estabeleceu na sala. Qual era essa de suítes e quartos e blá blá blá? Qual é? Essa casa deveria ter no mínimo uns 20 quartos.

—Podemos ir para outro – Charles sorriu malicioso para Ethan – o que não falta aqui é quartos...

—Hannah não se incomodaria com isso, não é mesmo? – Julius o cortou de uma forma estranha, quase fria. Um aviso. Não éramos um casal, vocês disseram que não era um casal. Será que esse fim de semana era um teste para Julius?

—Você está tornando isso desconfortável a mesa, Julius – Ethan falou sério, sem tocar em seus talheres desistindo de comer – Acho que já ficou bem claro aqui que eu e Hannah estamos ficando.

 Um gritinho exasperado saiu de Mel.

—Vocês estão namorando e ninguém me fala nada? – ela apertou minha mão – não acredito que não me contou, a quanto tempo? Quando foi que...

—Eles não estão namorando, Mel – Julius a cortou – estão apenas se conhecendo, querida. Como você disse, Ethan, esse assunto está desconfortável para a mesa, podemos resolver esse problema das suítes amanhã pela manhã, estamos todos cansados hoje. Quartos são o que não falta aqui.

 Por que eu me sentia tão encurralada contra a parede? Era como se Julius não quisesse que eu dormisse perto de Ethan, e eu não fui a única que percebi isso. As palavras de Martin vieram a minha mente, “eu não confio em Julius Peterson”...

—Está tudo bem gente – tentei soar mais confiante – eu não sabia que minha vinda causaria problemas...

—Que isso querida! É claro que não está causando problemas algum – Rose falou docemente – você é muito bem vinda aqui, o que aconteceu foi apenas um mal entendido, Hannah. Os homens dessa família são um pouco trogloditas e acham que devem controlar tudo, eles apenas esqueceram que quem manda aqui, sou eu.

 Julius e Ethan sorriram um pouco com essa declaração. O modo como Rose falou era tão doce e ao mesmo tempo tão cheio de autoritarismo que me fez sentir bem.

—Ethan, você está na suíte principal da casa como sempre. Seu quarto já está arrumado querido, não vejo problemas de Charles e Ed continuarem onde estão assim como Roger, Maggie e Brian. As intenções de Julius são as melhores, você estará no nosso andar e o das crianças – Mel e Jack fizeram uma careta, mas não falaram nada – Amanhã podemos trocar seu quarto, ou você pode ficar a vontade para dormir no de Ethan, são adultos e fazem o que quiserem de suas vidas.

 Eu juro por Deus que fiquei tão próxima de corar com isso, que até me assustei pensando que finalmente tinha criado vergonha na cara.

—Não é necessário, Rose – apressei-me –A gente não dorme junto, e eu não me importo onde durmo, contanto que eu possa dormir por cinco dias seguidos depois do dia de hoje.

 —Claro querida – ela sorriu – Problema resolvido então, alguém tem mais alguma coisa para falar? – ninguém abriu a boca – ótimo, está tudo resolvido. Jack, Mel quero vocês na cama o mais rápido possível. E aconselho a todos a fazerem o mesmo para podermos ficarmos bem e aproveitarmos o feriado.

...

 Mel entrou no seu quarto e Jack no outro, enquanto eu e Ethan ficamos parados no corredor entre o quarto dos dois. Foram as duas portas se fecharem e eu senti minha bunda sendo pressionada contra a parede e Ethan atacando minha boca.

 Sua mão subiu por cima da minha blusa e apertou meu seio direito, me fazendo gemer.

—Ainda não estou lidando muito bem com o fato de Julius ter te colocado aqui – segurou meu seio acariciando o mamilo sobre a regata – ele falou que não ia se meter. Roger me disse que foi a mesma discussão mais cedo por conta de Maggie e Brian, acho que minha mãe não ouviu. Mas minha irmã está puta da vida com ele e falou que não é mais virgem caso ele quisesse saber.

—Talvez é apenas por conta de Mel e Jack.

—Duvido muito disso – a cara dele me dizia isso mesmo, ele não estava gostando nada disso. Tudo que eu não queria agora era deixar as coisas piores para os dois... E lá estava eu, sendo motivo de mais uma briga. Se Julius não me odiava antes, estava começando a me odiar agora – ele veio me perguntar de novo o que é que tínhamos e até onde iriamos com tudo isso, que era arriscado ficar com alguém como você.

—Ele te perguntou e falou isso? – não pude evitar minha voz sair estrangulada.

Ethan balançou a cabeça.

—Por que ele quer saber disso? – fingi.

—Eu não sei, mas não estou gostando nada disso – Ethan segurou na minha cintura e me puxou de volta para seu peito – não acho que tenha a ver comigo, acho que tem haver com você ou algo assim.

 Você não poderia estar mais certo, Ethan. Novamente a conversa que escutei mais cedo veio na minha mente. A agente Lewis não estava muito confiante em minha relação com Ethan também, estava disposta a impedi-la... e se ela tivesse a favor de Julius? Sacudi a cabeça, eles não fariam isso, ou fariam? Será que eu estava tão enganada assim com Julius, ou que Martin estava certo? Eu pensei que ele tinha palavra e não iria se meter no relacionamento de Brian...

 O pior é que eu gostava do padrasto de Ethan, ele era um homem com um bom coração que havia me salvado e só queria proteger a família. Ele realmente sabia que eu significava risco para Ethan, apesar de não ser pai dele, Julius se preocupava com os enteados.

 Aquilo fez meu coração apertar mais contra o peito, eu era um risco para todo mundo ao meu redor, se meu pai, eu e Adam colocamos Brian em perigo, eu também poderia colocar Ethan. Mas se eu representava uma ameaça para sua família, por qual razão Julius me trouxe para cá?

—Eu posso entrar? – Ethan ergueu meu queixo para olhar em meus olhos, tirando-me dos meus pensamentos.

Olhei incrédula para Ethan. Ele realmente acreditava que eu era capaz de dizer não para ele?

...

 Pendurei minha última peça de roupa no armário. Eu não tinha conseguido dormir, o relógio acima da cômoda marcava pouco mais de duas da manhã. Ethan já havia saído do quarto há algum tempo depois de uma rodada quente de sexo que me deixaria quase em coma se minha cabeça não tivesse uma merda.

 Eu já havia trabalhado um pouco com meu notebook, respondido alguns e-mails para confirmar sobre a última transferência que eu havia feito e organizado minhas roupas no armário, duas vezes.  Já estava inquieta naquele quarto, troquei minha camisola por um short de laica e uma camiseta e sai.

 O corredor estava mal iluminado e usei meu celular para guiar sem incomodar ninguém. Aquela casa era grande demais, parecia mais um labirinto cheio de corredores e tentei usar minha boa memória para não me perder e achar a cozinha. Não havia empregados acordados, graças a Deus, e me senti confortável em abrir a geladeira e conseguir alguma coisa para eu comer.

 Havia alguns sanduiches com uma plaquinha em cima “lanches noturnos”, sorri ao ver isso, minha mãe sempre fazia isso porque eu e meu pai tínhamos um apetite do cão e devorávamos tudo que tinha pela frente. Sentei por cima de um dos meus pés para comer o sanduiche deixando minha cabeça vagar em várias outras direções diferentes, tentando entender o que eu estava fazendo e o que ia fazer.

 Era incrível como em pouco tempo tudo mudava...

—Desculpe-me, pensei que não tinha ninguém – uma voz adolescente chamou minha atenção.

 Na porta da cozinha um rapaz de calça de pijamas me olhou envergonhado.

—Não tem problemas – sorri para Jack – com fome?

—Eu sempre fico com fome de madrugada – falou sem graça – não vou demorar.

 Abrindo a geladeira ele pegou a travessa com os sanduíches.

—Você pode ficar se quiser, Jack, me fazer companhia.

—Não vou incomodar?

 —Claro que não.

—Então, o que acha de sentarmos lá fora? – ele perguntou – aqui dentro está muito quente e a noite lá fora deve estar incrível.

 Jack pegou algumas coisas e eu apenas o meu prato e copo. Andamos em silêncio, eu pouco atrás dele o seguindo. Saímos da casa e ele estava certo, a noite lá fora estava incrível. Jack acendeu as luzes do fundo e do caminho de areia e pela primeira vez tive uma visão da praia bem lá no fundo, muito perto, apenas uns trezentos metros no máximo.

 O mar estava inquieto e Jack estendeu uma toalha no chão, que eu nem tinha o visto pegar e se sentou ao meu lado de frente para o mar, era uma visão de tirar o fôlego ali.

—É muito lindo esse lugar!

 Ele acenou e ficamos em silêncio olhando e ouvindo o barulho do mar.

—Está com insônia? – perguntou puxando assunto.

—Vai um pouco além disso – sorri fraco para ele – já ficou com a cabeça cheia demais para dormir?

  Ele fez uma careta adorável, que me fez lembrar muito Ethan.

—Você e Ethan brigaram? Ou é por causa do papai? Se for não ligue para os dois, eles são idiotas, eu sou o único homem da família que presta.

 Olhei surpresa para o irmão caçula de Ethan. Jack tinha cabelos castanhos e compridos com algumas pintas no rosto. Tinha um dos sorrisos mais lindos que já vi, apesar de sempre ficar tímido perto de mim.

—Você ainda não teve idade para ser corrompido – brinquei.

 —Idade é um número gata.

—Está lendo muito crepúsculo.

 O garoto fez outra careta, mas sorriu.

—Nada haver – ele fez uma pausa e olhou para meu sanduíche quase intocado – talvez fome não seja o seu problema no final das contas.

—Talvez não. Mas comida sempre ajuda quando a gente está numa pior.

—E você está?

 Encarei minhas mãos, meus nós completamente em carne viva e doloridos. É eu realmente estava na pior, bem na pior mesmo para ter chegado aquele ponto, o que aconteceu poucas vezes na minha vida.

—Eu acho que sim, é complicado, coisa de adulto sabe?

—Eu não sou mais criança, já tenho até carteira de motorista.

 Uma sensação de vazio preencheu meu peito, eu nunca tinha me sentido tão sozinha e isolada na vida. Sempre tive meus pais ao meu lado, sempre pude contar tudo para Brian e agora eu me sentia uma ilha, solitária e sem lugar para ir. Era um sentimento ainda mais doloroso e apesar da culpa, raiva, medo e outros sentimentos relacionados a Brian um se destacava no meu peito: traição.

 Eu me sentia traída por Chris, por ele não me contar seja lá o que for. Por ele não confiar em mim... Eu não queria ter raiva do meu pai, muito menos culpa-lo pelo acidente e no fundo eu não o culpava por conta disso. Eu o culpava por ele ter me deixado sozinha, por ele ter partido e me deixado, sem ele ou a mamãe.

—Eu me sinto decepcionada com uma pessoa muito especial para mim, e me sinto uma idiota por conta de tal sentimento – confessei a Jack.

—É seu pai?

Apenas acenei.

—Ele brigou com você? Por que se for isso, é normal, meus pais brigam comigo o dia inteiro.

 —E agradeça por isso – sorri olhando ao longe – eu daria tudo para que meu pai brigasse comigo novamente. Para que ele puxasse minha orelha e me proibisse de ir para uma festa porque eu respondi a mamãe. Eu daria tudo para ouvir minha mãe reclamando que eu não tinha lavado a louça de novo, ou que eu tinha que sair de frente dos computadores porque eu estava cada vez mais parecida com meu pai.

 Fechei os olhos sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos e as guardando ali.

—Eu não queria me sentir assim com ele, meu pai era tudo para mim e eu me sinto traída e o traindo com toda essa decepção.

—Eu sinto muito, eles morreram? – Jack perguntou e eu acenei abraçando os joelhos – eu nem imagino sua dor. Rose e Julius são tudo para mim, minha família é tudo para mim. Meus amigos ás vezes implicam comigo por eu ser tão colado em meus irmãos e meus pais, só que eles não entendem que mesmo eles não sendo meus pais de sangue, eu ainda os amo, mais do que eu amaria se fossem.

—Então você sabe que é adotado?

—Eles nos contaram muito cedo, para evitar fazer isso quando tivéssemos rebeldes demais e não soubéssemos lidar com as coisas. Quanto mais velho a gente fica, parece mais difícil lidar com a verdade.

 Encarei o garoto ao meu lado. Como ele podia ser tão mais maduro do que eu assim?

—Eu acho que entendo a parte de ama-los mais – falei – Chris não era meu pai de verdade, e acho que eu o amo mais por conta disso.

—É o mesmo que sinto por Julius. Ele é muito careta e super protetor ás vezes, só que eu nem consigo sentir raiva dele ou da mamãe. Papai é mais rígido de vez enquanto, ele presa nossa segurança em primeiro lugar. Não é de brigar ou discutir, mas sempre está ali para corrigir e ensinar. Rose pega no meu pé para tudo, ás vezes me faz passar um pouco de vergonha me chamando de bebê na frente dos outros, mas é a mãe mais doce do mundo. Ela é a pessoa mais maravilhosa de todo o mundo, não consigo sentir raiva dela nunca. – Jack se virou para mim – você está decepcionada com seus pais, por quê?

 A pergunta dele me pegou de guarda baixa.

—Ele escondeu uma coisa muito importante de mim, uma coisa que eu não sei ainda o que é, mas que mudou de alguma forma minha vida.

—Talvez, ele queria apenas te proteger – sugeriu.

—Eu tenho certeza que sim, só que parece que não deu muito certo essa tentativa dele – peguei o pão do sanduiche entre meus dedos e comecei a esfarinhá-lo – Chris sempre jogou aberto comigo e funcionou.

—A regra deve ter mudado. Pais funcionam de uma forma estranha, Hannah. Eu não quero dizer que acho errado você se sentir decepcionada com ele, só quero dizer que para ele deve ter sido bem mais difícil te esconder do que contar.

—É deve ter sido.

 Olhei novamente para frente e fechei os olhos. Chris me amava mais que tudo, suas últimas palavras para mim foram exatamente isso, ele não queria me deixar sozinha, disso eu não podia acusa-lo ou culpa-lo nunca. As coisas podem não ter se saído do jeito que ele queria, e eu não conseguia ver mais meu pai como um culpado, eu podia me ver como uma culpada, ele não. Nunca.

—Você não devia ficar tão triste assim, você nunca vai estar sozinha, todos meus irmãos, o papai e a mamãe adoram você – Jack segurou minha mão de forma quase inocente – Charles e Ed nem se fala e eu também gosto de você. Se não der certo com o Scorpions mais velho, espere eu completar sua idade, porque ai você vai estar quase com a idade de Ethan e a gente se casa.

 Eu tive que rir.

—Está me pedindo em casamento? – arqueei uma sobrancelha.

—Futuramente, não agora. Só tenho 16 anos e casamento é repugnante para mim ainda. A não ser com você, é claro.

—Guarde seus hormônios até lá então – apertei sua mão de volta – muito obrigada mesmo Jack, você é um ótimo conselheiro e parece ser bem mais velho para a sua idade.

—Pode repetir isso para meus irmãos quando o sol nascer?

 Rimos juntos e passei o braço pelo dele apoiando minha cabeça em seu ombro de forma afetuosa.

—Mas você ainda não está contente apenas com isso, não é mesmo? – Jack encostou a bochecha na minha cabeça – tem mais motivos ainda para você está triste?

Acenei de novo.

—E você não quer falar.

 Não era uma pergunta e nem havia pressão, mas senti vontade de responder.

—Eu acabei machucando uma pessoa muito próxima a mim e estou com medo de contar a ela. Eu nunca machucaria essa pessoa ou a colocaria em risco se soubesse o que fiz e agora... Eu sei que estou sendo uma vadia egoísta, e sei que uma hora eu vou ter que conversar sobre tudo com essa pessoa, só que... eu tenho medo de ficar ainda mais sozinha....

—Você nunca vai ficar sozinha.

 Meu coração pulou do peito e quase machuquei a cabeça de Jack ao ouvir a voz familiar e doce de Brian.

—O que você está fazendo aqui? – perguntei exasperada.

Ele não me respondeu.

—Será que eu posso conversar sozinho com Hannah, Jack?

—Claro.

 Jack me deu um beijo na testa e pegou suas coisas saindo apressado até sumir para dentro de casa. Encarei o mar na minha frente e senti Brian se sentar no lugar vazio ao meu lado. Brian estava apenas de calção e uma camiseta branca velha.

—Oi – falou.

—Oi.

 Uma tensão pairou no ar com apenas o barulho do mar entre nós.

— O que aconteceu hoje, Hannah?

—Nada.

 Sua testa enrugou.

—Nada? Suas mãos estão em carne viva, você não me atendeu durante a tarde inteira, desistiu de vir para cá, me evitou desde a hora que chegou e está acordada uma hora dessas. Bom, alguma coisa aconteceu, e se não aconteceu teremos que ver qual é o seu problema mental, porque ou você está esquizofrênica ou bipolar.

—Você está imaginando coisas, Brian – tentei me levantar, mas ele me segurou. Qual era o problema dos homens? Sempre que eu tentava fazer alguma coisa, eles me impediam – eu preciso ir deitar.

—Você está fugindo de mim, Hannah, já faz tempo que está fazendo isso. Está nos afastando cada vez mais, e eu estou odiando isso.

 Engoli em seco, sentindo minhas lágrimas queimarem novamente.

—Não sei do que você está falando.

—A não? – ironizou – então o que está acontecendo? Eu sou seu irmão, você tem que me contar.

—Me deixe em paz, Brian, eu estou cansada de você. Você não é meu irmão!

 Minhas palavras o pegaram de surpresa, paralisando-o instantaneamente. Levantei do chão de uma vez e andei rápido na direção da praia, querendo fugir dali.

—Espere Hannah.

—Me deixe em paz, por favor, me deixe em paz.

  Finalmente cheguei a areia que acariciaram meus pés enquanto eu apenas queria me afastar.

—Para com isso! – Brian gritou segurando minha mão – Para de fugir de mim, porra!

—Não é de você que estou fugindo – gritei de volta – me deixa Brian.

—Não! Do que você está com medo Hannah? Para de fugir de mim!

—Não é de você, é de mim que estou fugindo.

 Todas as lágrimas que eu tanto segurei todo esse tempo, todos esses dias saírem quentes me dando mais ódio ainda por ser tão fraca.

—Meu Deus, Hannah. Não chora, por favor, por favor... – os braços dele me envolveram com força – me deixa te ajudar, você não precisa fazer tudo sozinha. Eu sempre vou estar com você...

 Com mais força do que o necessário, o afastei enxugando as traidoras que escorriam com as costas da mão.

—Não fale como se eu merecesse isso de você, Brian. Eu não mereço ter você comigo...

—Que absurdo é esse, Hannah? – ele deu um passo na minha direção, mas me afastei dando-lhe as costas – Você merecia um irmão muito melhor do que eu. Se eu fiz alguma cagada, se eu te deixei sozinha...

—Para com isso – tapei meus ouvidos – para de falar isso.

—Eu vou sempre estar com você, somos apenas nós dois!

—Por minha culpa que só restou nós dois.

—Não estou te entendendo...

 Virei-me de volta para ele com os dentes trincados de raiva de mim mesma.

—O helicóptero foi sabotado por causado dos nossos pais e por minha causa, Brian... Eu sou o motivo vivo deles quererem derrubar aquela merda que matou todos eles, era para eu ter morrido junto com eles... Era para nossas mães terem sobrevivido, o papai poderia ter salvado minha mãe – enxuguei meu rosto com as costas da mão – ele podia ter tirado ela, e se eu tivesse ficado lá dentro, poderia ter ajuda-o a tirar sua mãe... Mas fui eu que sobrevivi, alguém queria nós três mortos e eu sobrevivi no lugar delas, era para mim morrer, não elas Brian...

 A mão dele que me segurava, caiu enquanto ele me encarava em choque.

—É tudo culpa minha essa vida que você leva, Brian. Se eu tivesse morrido, a chance delas sobreviverem eram maiores, a chance de vocês se salvarem seriam maiores – as palavras saiam em um fluxo constante, tudo que eu guardei e escondi na parte remota do meu cérebro vinham em palavras...  nada era eterno. A fuga não era eterna e isso me trouxe mais lágrimas. Aquelas eram as verdades que eu não era forte o suficiente para assumir antes, nem para mim mesmo – Estar viva significou deixa-lo em perigo. Se eu tivesse morrido você não precisaria assumir a herança do seu avô, você poderia escolher o que fazer da sua vida e ser livre.

—Eu... O que você está falando?

Um sorriso duro se repuxou para o lado da minha boca.

—Eu destruí sua vida porque sobrevivi, eu sou a causa deles te machucarem. A causa de seja lá quem for ou o que for, estar atrás de você também, porque eles sabem que a única forma de me machucar é atingir você... – uma dor inexplicável assolou cada centímetro do meu corpo com o peso da verdade – estraguei sua vida, e nunca vou me perdoar por isso. Eu deveria ter morrido...

—Cala a boca!

O grito dele me fez calar e fechar os olhos...

—Cala a porra da sua boca – ele continuou.

...as lágrimas voltando a cair silenciosamente a espera de tudo que eu merecia e temia.

—Eu te proíbo Hannah Swift, a falar isso de novo, está me ouvindo? Se eu escutar você dizendo um absurdo desse de novo... eu juro que arrebento sua boca.

—Infelizmente eu estou falando a verdade, Brian...

—Eu já pedi para você calar a boca – soltou entre seus dentes – à merda se essa for a verdade, Hannah. O que eu não quero ouvir é que você deveria ter morrido. Não fale isso nem longe da minha presença, sua estúpida.

 Meus olhos se abriram embaçados para olhar para ele. Brian também tinha lágrimas nos olhos, suas mãos estavam fechadas em punhos e sua respiração estava tão ofegante quanto a minha... só que não havia ali os sentimentos que eu esperava dele.

—Seria mil vezes pior enfrentar tudo se você não estivesse do meu lado, então não me diga que deveria ter morrido. Se eu consegui superar tudo, independentemente de quem morreu, foi porque você estava do meu lado, sempre esteve lá para provar ser mais forte do que eu. Você tem sua dor, só que se preocupa mais com a minha.

—Você está em perigo, Brian. Alguém me quer morta e sabe que a chance de chegar até mim é você. Não posso deixar que algo aconteça com a pessoa mais importante da minha vida.

—Você também está em perigo.

—É diferente.

—Diferente por quê?

 Eu deveria ter morrido.

—Não, você não deveria ter morrido – ele pareceu ler meus pensamentos – você está aqui, bem viva ao meu lado e é onde você deve estar para sempre.

 Os braços acolhedores do meu irmão me envolveram com força, encostando a cabeça na curva do seu pescoço, eu apenas inspirei o cheiro maravilhoso e familiar dele. Como eu poderia ficar bem se alguma coisa acontecesse com minha última família?

Eu me sentia sufocada, entorpecida até com aquele aperto no meu peito que não passava na tentativa de responder aquela pergunta. Não sei quanto tempo ficamos assim na verdade, e quando nos soltamos, sentamos na areia fofa com os braços entrelaçados.

—Não sei o que fazer, Brian.

—Como foi que você descobriu tudo isso? – perguntou olhando para mim.

Sacudi a cabeça.

—Os papeis que você deixou, está tudo em meu nome, desde o apartamento até as dívidas. Alguém trocou no sistema, mas ainda sim tudo lá me pertence, você só teve acesso porque usou o código de Martin. Você viu o que estava lá? As datas?

 Ele negou com a cabeça.

—Eu peguei o código na gaveta da cômoda do Martin, só imprimi tudo, e vi de relance. Eu juro.

—Eu tive um testamento, feito um ano antes do acidente. E nosso apartamento, foi comprado e mobiliado três anos antes – passei a mão pelo pescoço tentando desfazer aquele nó imaginário – Comecei a desconfiar daí, meus pais sabiam que alguma coisa ia acontecer com eles. Meu pai principalmente.

—Mas isso não prova nada...

—Eu escutei uma conversa da agente Lewis e Martin o escritório dele – o interrompi – Martin voou para Austin mais cedo, tenho certeza que ele foi até Lakeway. Lewis falou algo sobre ele estar atrás de alguma coisa, só que não sei o que é, parecia que era uma missão. Ele não estava muito feliz de ter nos deixado sem a proteção dele e a Lewis não estava feliz em ele estar indo para lá.

—Quero saber de cada detalhe Hannah, eu acho que tenho o direito da saber.

 Apenas afirmei e narrei tudo que assisti para ele. Comecei por Julius ter me salvado e de tudo que escondi de Brian sobre ele nos querer longe de Maggie e Ethan. Da vontade de Lewis de me separar de Ethan, da desconfiança de Martin com Julius, da última conversa que escutei antes de surtar. Brian escutou tudo sem me interromper, me deixando contar sobre o dia que Martin foi até o Bronx e minha suspeita sobre o laranja. Mas principalmente sobre o que eu estava sentindo e que a pouco tempo conversei com Jack em relação a Chris, as controvérsias dos meus sentimentos em relação aquele homem.

—Você deveria ter me contado sobre Julius não nos querer juntos – Brian falou após ouvir tudo – Isso explicaria as cenas de mais cedo comigo e Maggie e a do jantar.

—Ele se redimiu depois na festa, mas agora penso que talvez seja apenas para eu ter vindo e ele fazer as pazes com Ethan – sacudi a cabeça – eu não quero que você sofra por conta de Maggie, você a ama.

—Sim, eu amo – ele olhou para frente – se eu coloca-la mesmo em risco, a amo o bastante para deixa-la segura longe de mim.

—Eu nunca vou permitir você fazer isso por minha culpa e do meu pai Brian. Eu não vou deixar ninguém chegar perto de você, nem dela. Se você fazer isso, eu vou partir – falei séria – eu vou embora e vou deixa-los seguros.

—Não seja ridícula.

—Não seja nobre – cuspi de volta – não seja nobre quando você finalmente encontrou a pessoa certa. Não me faça sentir mais raiva de mim e do meu pai por estragar seu amor verdadeiro.

 Brian me analisou apenas por alguns segundos. Considerando-me. Ele era a pessoa no mundo que mais me conhecia, e agora que ele sabia meus motivos e a história toda, ele sabia de todas as minhas futuras reações, meus sentimentos e o que eu era capaz de fazer. E o quanto tudo isso estava doendo, principalmente isso.

—Você não pode culpa-lo ou sentir raiva do seu pai – Brian falou ignorando todo o resto e passando a mão pelo meu rosto, limpando-o – ele fez o que achou que era melhor para você, assim como eu não culpo o meu.

—Eu não sei mais o que pensar. Não quero perder a fé em Chris porque fazer isso é perder a fé em mim. Sinto-me uma fraca idiota, Brian.

—Hannah, você é tudo menos fraca, Chris nunca te acharia fraca.

 Apenas assenti deixando as lágrimas rolarem de uma vez para não voltarem mais. O vazio não era mais tão grande com Brian por perto, porém ele ainda existia.

—Vamos investigar isso, e se for preciso vamos coloca-los contra a parede – Brian me apertou mais – eles precisam nos contar quem está atrás da gente e por qual motivo. Nada faz sentido, o porquê de estarmos em Nova York ao invés de algum lugar onde estaríamos completamente ocultos. O porquê de eles fazerem tudo que estão fazendo e nos deixando no escuro, tudo isso tem que ter uma explicação e vamos encontra-las juntos, Hannah. Você me entendeu?

 Acenei confirmando e ele beijou minha testa.

—Amanhã vai fazer dois anos que eles foram tirados de nós – virei-me para ele – e ainda parece que foi ontem que tudo aconteceu. Eu só os queria de volta.

—Eu também.

—Eu quero me vingar Brian. Quero encontrar quem os tirou de nós e acabou com nossas vidas. Não sou Deus para tirar a vida de ninguém, mas se Martin e os outros não estão o achando... Eu quero os encontrar por eles, nem que eu use todas as minhas habilidades, eu os quero atrás das grades.

Ele acenou, concordando. O cansaço finalmente tomou conta do meu corpo como se eu não tivesse dormido durante muito tempo. Meus olhos foram pesando conforme eu fui relaxando e escutando o barulho do mar. Braços fortes me tiraram da areia apenas pedindo para eu continuar dormindo e senti a cama poucos segundos ou minutos depois.

—Você não está sozinha, Hannah.

 E eu não estava. Por mais que eu não merecesse Brian, Ethan e meus amigos, eu não ficaria sozinha, não com eles.

...

 —Uma hora a bela adormecida tinha que acordar – Ed beijou meu rosto quando entrei na sala de jantar na hora do almoço – Tudo bem querida?

—Tudo bem, desculpem o atraso – olhei para o relógio na parede, já era pouco mais de meio dia e todos já estavam comendo – E desculpem por perder o café da manhã e boa parte do almoço.

 Rose sorriu bondosa para mim.

—Não tem problema querida, junte-se a nós.

 Ethan, que estava na cabeceira da mesa, se levantou e puxou a cadeira ao seu lado ao seu lado.

—Eu não quis te acordar – Brian beijou minha testa – levantei cedo e te deixei sozinha dormindo.

—Obrigada por dormir comigo.

 Ele piscou para mim com carinho, e Maggie retribuiu o sorriso. Fiquei um pouco mais aliviada, era bom que ela não se importasse de Brian ter passado a noite comigo ao invés de com ela, felizmente ela entendia que éramos irmãos, e não tínhamos malicia.

—Está tudo bem com você? – Ethan perguntou diminuindo o tom de voz, de uma forma bem íntima – eu fiquei preocupado, Brian pediu para deixa-la dormir e que você foi se deitar tarde.

—Eu não consegui dormir depois que você saiu, não foi nada demais.

—Hannah...

—A gente conversa depois sobre isso, Ethan, eu estou bem. Dessa vez estou falando sério.

 Ele me encarou durante algum tempo e em um gesto espontâneo sua mão tocou meu rosto deslizando para meu queixo e circulando meus lábios, sorrindo para mim.

—Você realmente parece melhor.

 Eu não percebi que havia me inclinado para o lado dele, nem que tinha colocado a mão no seu ombro para toca-lo até sentir sua boca na minha. Eu também não sabia se foi ele que me beijou, ou fui eu que o beijei. Foi quase automática essa aproximação, mas tão boa. Não foi um beijão, apenas um brincar de lábios.

 Ethan se afastou apenas um pouco passando o polegar pela minha bochecha.

—Boa noite – sorriu de lado.

—Não é tão tarde assim – o cutuquei – O que foi que vocês já fizeram hoje...

 A pergunta morreu na minha boca quando me voltei para a mesa e todos, todos mesmo, até os empregados que estavam servindo a mesa, estavam nos encarando como se fossemos um quadro em exposição.

 Meu Deus!

Ethan arranhou a garganta.

—Vocês não tem que comer? – perguntou ficando sério.

 A mãe de Ethan foi a única que corou, Julius não esboçou nenhuma reação a não ser indiferença fria e Brian foi o único que agiu como se nada demais tivesse acontecendo, já o resto... bom, o resto tinha tanta vergonha na cara quanto eu.

—E eu ainda tendo a esperança de ser o Scorpions escolhido – Jack soltou fazendo a atenção se voltar para ele, a noite anterior com certeza tinha mudado nosso relacionamento – O que? A gente pode sonhar, a minha diferença com a de Hannah é a mesma dela e de Ethan.

 Roger se esticou na mesa e deu um tapa na cabeça do irmão.

—Claro, porque ela vai querer namorar um pirralho, pequeno Jack.

—Diz o policial que não pega nem uma mulher – Jack retrucou – você está com a moral baixa, Roger, eu vou ter que representar os homens dessa família.

 —Desde quando você colocou as asinhas para fora? – Mel perguntou curiosa, estava adorando o fato do foco não estar mais em mim e Ethan – até ontem você ainda ficava vermelho quando a Hannah te dava um Oi por conta da sua queda por ela.

 Jack corou com essa informação fazendo Ethan jogar um guardanapo nele e Roger bagunçar ainda mais o cabelo do garoto. Aquilo parecia ser muito normal entre eles, uma verdadeira cena de irmãos que me deixou aquecida.

—Pelo visto não mudou tanto assim, irmãozinho – Maggie brincou.

—A gente conversou hoje de madrugada – ele respondeu ainda vermelho, da cor da camisa de Roger – e eu não tenho uma queda por ela.

 Ethan olhou para mim, pela resposta do irmão. Pelo visto eu tinha muito mais a explicar do que apenas isso.

—Um tombo da beirada de um precipício é mais exato – Roger cutucou – Quem não está com moral agora, irmãozinho?

 —Vai se foder...

—Jack, eu escutei o que você acabou de falar? – Rose questionou apertando os olhos – O que foi que você disse mesmo? Repita para o seu irmão, porque eu juro que escutei uma palavra feia durante o almoço.

 Jack trincou os dentes e seus irmãos dispararam a rir.

—Vamos ladrão de mulher – Ethan implicou, relaxado – repita para a mamãe o que você disse.

—Eu não falei nada!

—Jack?

 O tom de Rose lembrou tanto o da minha mãe e isso me fez sorrir de lado. Brian apertou minha mão embaixo da mesa, ele se lembrou da mesma coisa que eu, só que com Susan, mãe dele.

—Desculpe, Roger.

—É claro que eu te desculpo sem moral Júnior – Roger sorriu inocentemente – crianças falam sem pensar.

 Jack soltou um muxoxo de lado, se mexendo desconfortável na cadeira.

—Já que o problema está resolvido – Rose voltou a comer – Os dois podem lavar as louças do almoço e depois podemos aproveitar o calor do verão na praia.

 Roger riu por um segundo do irmão, e quando a ficha caiu, fechou a cara.

—Dois? – Perguntou a mãe.

 Maggie, Mel, Ethan e até Jack começaram a rir junto com Charles que estava completamente confortável com aquele clima.

—Exatamente, dois, vocês dois – ela confirmou sem nem olhar para ele, praticamente dando de ombros.

—Mãe, eu tenho 27 anos!

Os talheres de Rose foram deixados de forma ruidosa no prato.

—E?

 Agora eu sabia de onde Ethan tinha puxado toda a sua intimidação. Rose era uma mulher linda e delicada, do tipo de dona de casa perfeita. Só que tinha o lado CEO dela, assim como no seu filho mais velho. Os olhos azuis ficaram intimidantes.

—Nada – Roger bufou – essa situação é constrangedora.

 Seus irmãos nem se disfarçaram os risos e gozações, para Jack, ver Roger em desvantagem mesmo que ele tivesse que sofrer a punição, era muito importante e pelo brilho nos olhos dele, já valia a pena.

—Abigail, você vai poder tomar um bronze hoje – Roger ergueu um meio sorriso lindo e piscou para governanta de Ethan, eu não sabia se uma genética poderia ser mais perfeita do que a dos irmãos Scorpions – porque velhos hábitos nunca morrem.

 Eu tinha certeza absoluta que não, e aquele fim de semana iria me provar isso.

...

 Abri a porta do armário para escolher um dos biquínis que eu havia trazido, metade das pessoas haviam descido para a praia e eu tinha ficado para ajudar Roger e Jack na cozinha. Quando acabamos, subi para me trocar depois de uma guerra de sabão e espuma que fizemos por lá.

—Posso entrar?

 A porta já estava aberta e, tecnicamente, Ethan já estava dentro. Apenas acenei para ele, ainda estava vestido com as roupas do almoço, só que mais suado. Com apenas alguns passos ele chegou até mim, e passou o braço pela minha cintura. Foi um gesto feito um milhão de vezes antes por ele, só que parecia que cada vez que ele fazia isso, meu coração disparava mais rápido ainda no peito e deixava minhas pernas bambas.

—Você está suado – tentei me desvencilhar sem empregar muita força – o que você estava fazendo? Uma maratona de triatlo.

—Jogando tênis – beijou meu pescoço – Brian é o melhor com que joguei. Os outros desistiram de assistir e decretamos empate.

—Hum...

—Hum o que? – enfiando a mão por baixo da minha blusa molhada ele apertou meu mamilo entre os dedos, meu corpo inteiro se excitou com aquilo – você está muito boa com essa regata molhada, ainda bem que está de sutiã.

—Você já percebeu o quanto isso soa homem das cavernas? Tarado.

 A boca dele tocou de forma suave na minha, eu já sabia que esse fim de semana seria complicado, eu e Ethan no mesmo lugar em uma casa enorme significava de muitas maneiras um tocando o outro a todo momento ou trepando mesmo. Algumas batidas na porta nos fizeram separar.

—É o Jack, deve estar descendo – falou sorrindo de lado – fiquei de ensina-lo iatismo, da última vez que ele veio aqui eu o ensinei jet ski.

—Ele já trocou de roupa?

 —Parece que sim, se eu não me engano teve um concurso de garota de camiseta molhada – levantando minhas pernas e colocando ao redor da sua cintura, ele nos levou até a cama para eu me sentar em seu colo... bom enganchar minhas pernas nele, mas tá valendo – eu queria muito foder com você por alguns minutos, quem sabe tentarmos uma espanhola ou sei lá, um 69, mas precisamos descer para ir a praia.

 O tempo todo que ele falou a mão do bastardo ficou massageando minha bunda, o filho da mãe tinha a capacidade de me deixar excitada apenas com alguns toques.

—Se não temos tempo... – gemi ao sentir sua mão ir mais para o sul, tocando por cima da minha calcinha por baixo da minha saia – o que você veio fazer aqui?

 Tirando a mão que já estava numa zona feliz, ele xingou baixinho ao se lembrar da sua missão original. A feição de Ethan mudou quase completamente com a minha pergunta e ele me afastou para eu tirar as pernas do redor da sua cintura.

—Eu me esqueci do real motivo de estar aqui quando te vi usando essa regata molhada – falou arrumando minha blusa de volta para o lugar – minha mãe queria vir pessoalmente para te pedir desculpas e te avisar, mas eu me ofereci para vir no lugar dela enquanto ela se desculpa com Charles e Ed.

—Desculpas pelo que?

Ele suspirou sem soltar da minha cintura.

—Os Collins estão aqui em Hamptons, eles vieram na manhã do feriado – explicou, instintivamente dei mais atenção aquela conversa – Parece que o caseiro da mansão deles não estava cuidando direito de lá e a casa precisa ser dedetizada contra cupins. Julius é muito amigo do Sr. Collins e quando ele ligou, acabou oferecendo para eles passarem o fim de semana aqui com a gente como eles já tinham passado outras vezes. Julius me perguntou mais cedo, e eu disse que não tinha problemas, só que eu não sabia que Anne e Lukas estavam com eles.

 Tá ai a fonte do problema.

—É claro que se você não quiser, ou se ficar incomodada, eu posso dar alguma desculpa ou alugar a mansão mais próxima como cortesia...

—Ethan...

—Eu só não quero que fique desconfortável para você, Hannah – ele me cortou – eu juro que não sabia que eles estavam aqui, Anne já é adulta, é muito independente e mesmo antes de ir embora e se casar quase nunca vinha para cá. Eu não sabia que ela estava aqui, porque se eu soubesse teria negado.

—Eles são amigos da sua mãe e do seu padrasto.

—E eu estou aqui com você, não com ela – retrucou – se isso ficar incomodo para você, eu já te disse...

—Ei, está tudo bem – sorri para ele tocando seu rosto. Meu Deus, eu amava aquele rosto, eu amava o modo como ele se preocupava comigo mesmo não tendo motivos para isso – A gente não está namorando, eu sei que os Collins são seus amigos de longa data, e se Anne está aqui... Bom, você não quer ficar com ela, ou quer?

Ele fechou a cara.

—Claro que não!

—Então tudo bem, estamos trabalhando com exclusividade, Ethan antes de tudo, somos amigos, não vou me esquecer disso nunca e confio em você.

—Mas você não confia nela.

—Não, eu não confio nela.

Ele sorriu de lado.

—Você tem motivos para isso. Acredite, gosto disso tanto quanto você – disse sincero – eu não confio em Anne, e não é somente por conta do nosso passado. Eu realmente não confio naquela mulher mesmo que ela diga que tenha sofrido e mudado muito por conta do seu ex marido.

 O que eu sabia sobre Anne era pouca coisa. Pelo que meus amigos falaram, alguns deles conheceram ela. Ed, Judith e Dylan eram amigos de Ethan desde antes de ele ir para o exército, e nenhum deles iam muito com a cara dela.

 Quando Charles conheceu Ethan, ele já namorava Anne enquanto ainda servia. Tudo que meu amigo me revelou era que ela era uma vadia, o que explicava bem a reação de Dylan na festa de 4 de julho. Nas últimas pesquisas que fiz, quando meu ciúme explodiu ao saber que uma mulher já havia transado mais com Ethan do que eu, e já namorou sério com ele, era que ela era casada com um empresário muito importante no ramo da construção civil londrina.

 Pelas datas, foi muito pouco tempo depois dela não estar mais com Ethan. A volta permanente dele no exército e o casamento de Anne, tiveram um prazo de distância de apenas dois meses. Ninguém nunca falou, mas não foi difícil adivinhar porque a vadia era conhecida como vadia.

 Só que agora a vadia estava viúva, o marido dela havia morrido de infarto fulminante e deixando-a numa miséria de pensão. Bom, miséria era o que ela achava, porque a vadia ganhava por mês meu salário multiplicado por 10, a questão era que ela não havia herdado nenhum patrimônio do antigo marido, porque ele tinha filhos... da idade dela. Como eu disse, vadia.

 Ok, eu estava com ciúmes. Fica difícil não notar quando eu usei tantas “vadias” para descrever a herdeira dos Collins, bom, pelo menos agora ela tinha feito sei lá o que para voltar a ser senhorita Collins. Vadia.

—Hannah – Ethan me chamou franzindo a testa – o que foi?

Sacudi a cabeça voltando para a terra.

—Eles já chegaram? – perguntei.

—Já, os funcionários já os instalaram nos quartos de hóspedes e eles estão se organizando para irem a praia, na verdade eles já devem ter descido. Eles chegaram quando eu ainda estava jogando com Brian e você na cozinha.

 Fiz uma pequena careta. Meu Deus, a maravilhosa e encantadora, Anne Collins estaria usando um biquíni. Tive vontade de correr para uma butique de Nova York e fazer uma nova compra urgentemente para escolher um biquíni melhor. Todos que eu havia trazido eram sem graça, e que eu usava vez ou outra quando ia à praia.

 Eu achava meu corpo bonito, eu tinha curvas bem definidas graças a minha vida saudável... ok, comer pizza, fast food  e sanduíches a noite não era saudável, mas Martin conseguia me fazer ficar em forma. Só que mesmo tendo um corpo bonito, o meu não se comprava com o de modelo de alta classe de Anne. Aquela mulher era linda, se eu fosse homem, eu foderia ela de boa e saia assoviando depois de correr para espalhar para os outros caras.

 Aquela ia ser uma longa tarde.

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Parte II, Capítulo 20

Hannah Swift 

 O homem mais bonito que eu já havia visto na vida saiu de dentro da água bagunçando os cabelos do irmão mais novo. Eu já havia visto Ethan pelado váaaaarias vezes, só que vê-lo assim, a luz do dia, ao ar livre e vestindo uma sunga era demais para qualquer indecência feminina.

 Ethan era um perigo para a sanidade mental e moral de qualquer pessoa, principalmente para a minha.

 Vê-lo caminhando pela areia para onde Julius e Brian finalmente montavam a rede de vôlei, me fez lembrar que eu não era a única que admirava aquela cena. Anne.

 Ela estava sentada em uma cadeira de praia do lado da Sra. Collins e Rose, conversando a menos de dez metros de onde eu estava deitada com a cabeça na barriga de Charles, que dormia feito uma pedra embaixo do guarda-sol.

 Para o inferno aquela mulher, Anne era perfeita. O biquíni vermelho que ela usava era tomara que caia e tão pequeno quanto o meu e se ajustava as suas curvas de top model me dando um nó no estômago e uma vontade de joga-la para os tubarões.

 Seus cabelos loiros caiam como cascatas pelos seus ombros e seu sorriso, abaixo dos seus óculos de sol, parecia de uma propaganda de pasta de dente. Merda, eu não devia me sentir assim. Nunca tive esse tipo de raiva de nenhuma outra mulher antes, e eu sabia que aquilo era ciúme. Muito ciúme mesmo.

—Eu estou sentindo uma vibração ruim vindo de você – Charles resmungou com um braço no rosto – Não. Eram gases mesmo.

—Idiota – ri dele.

Tirando o braço do rosto e me empurrando para suas coxas, ele se sentou.

—Cadê todo mundo?

—Todo mundo você quer saber do Ed? – ele confirmou me empurrando – ele está com Maggie e Mel jogando frescobol.

 Ele olhou para onde pequenas ondas chegavam a praia, Ed estava com uma sunga xadrez e camisa branca jogando com as duas. Os olhos de Charles ficaram sorridentes ao olhar para o parceiro se divertindo, e ao conferir que ele estava bem, voltou a se deitar.

—Você já conversou com ela? – ele perguntou. Como se soubesse que estava sendo mencionada, Anne olhou para nós abrindo um pequeno sorriso – ela é uma vadia.

 —Apenas os cumprimentei.

—Eu não gosto dela, muito menos do irmão dela – Charles falou – acho bom ele manter uma distância segura de Ed se quiser preservar os dentes.

Virei a cabeça para Charles.

—Ele é gay?

—Antes fosse – a mandíbula de Charles ficou contraída e senti todo o seu corpo desnudo ficar tenso – o cara é um playboy sustentado pelo pai. Ele tem a idade de Brian e nem sabe o que é trabalhar, gosta de bancar o engraçadinho.

—Ele e homofóbico – não era uma pergunta.

—Não sei se é realmente isso, mas gostava de bancar o terror nas noites nova-iorquinas. Em uma festa na casa de Dylan acabamos brigando feio, Rose não sabe exatamente disso apenas que não gostamos dele, e duvido que os pais dele também saibam, só que quase fomos para a delegacia.

 Estiquei a mão para Charles que sorriu bondoso para mim ao aperta-la, ele não precisava falar, eu já poderia imaginar o que ele tinha passado.

—Ele é um panaca, qualquer coisa que ele tenha dito pode acreditar que é mentira – falei séria.

—Eu sei, também sei que não deveria ter perdido a calma – Charles fechou os punhos – só que ele não fez nada para mim ou falou diretamente comigo, a formação em Yale dele valeu para alguma coisa.

—Ele mexeu com Ed – também não era uma pergunta, e automaticamente tive vontade de estripar Lukas por mexer com um cara tão incrível como Ed.

 Eu não conseguia imaginar alguém não gostando de Ed, assim como eu não conseguia imaginar alguém não gostando de Charles. Ed era um cara alegre e espontâneo que me fazia rir sempre, seu jeito espalhafatoso e diferente do parceiro me fazia apenas ama-lo mais. Charles e Ed levaram anos de amizade antes de resolverem assumir um relacionamento, e eram um dos meus casais favoritos no mundo, perfeitos um para o outro.

 Olhei para o cara que se aproximou de Ethan perto da rede. Lukas era bonito, mentiria se dissesse o contrário. Tinha os cabelos loiros do tom mais escuro dos pais, ao contrário do platinado da irmã, seus olhos eram claros e tinha músculos protuberantes por todo o corpo. Ele tinha mesmo cara de playboy, com aquele jeito marrento.

—O que ele fez?

—Ele intimidou Ed na festa. Queria apenas zoar de um mais fraco, com brincadeiras sem graça e se exibir para os amigos. Custamos achar Ed. Dylan e eu, reviramos a festa até acha-lo encolhido e machucado com um corte no supercilio e no lábio.

—Filho da puta!

 Minha voz saiu estridente, e Charles acenou antes de continuar a contar.

—Estávamos juntos apenas há 6 meses, isso faz quase três anos. Ele pediu desculpas para Ed um bom tempo depois, e você sabe como Ed é... acabou desculpando o desgraçado. Ele tentou a sorte comigo, mas eu nem me dei ao trabalho de falar com ele. Naquele dia, quem apanhou foi ele, assim que Ed me contou eu perdi a razão e quebrei o nariz e uma costela do desgraçado. Acho que ficou claro que Ed é o bondoso da nossa relação, Lukas aprendeu isso da pior forma possível e vive me evitando desde quando recusei seu pedido.

 Ed ainda jogava com as meninas, ele não estava perto dos outros na quadra. Pelo contrário, estava completamente oposto. Isso me fez pensar, Ed era realmente uma pessoa boa de coração apesar das suas brincadeiras malvadas e sarcásticas, só que mesmo um coração bom como Ed não podia esquecer para sempre o que aconteceu no passado.

 Mesmo assim eu sentia orgulho dele, Ed poderia nem estar aqui na praia, só que estava. Perto do cara que o humilhou e maltratou no passado.

—Ele vai ficar bem – olhei para Charles – acho que Lukas não conseguiria se safar se tentasse alguma coisa com ele, ou machuca-lo de novo. Disso você pode ter certeza.

—Você não precisa ficar com raiva dele por minha conta, Hannah. O moleque pode ter mudado, eu não desculpa-lo não quer dizer que você também tem que ter uma mente pré-formada sobre ele. Seria burra se não desse uma chance para conhecer alguém.

—Vou pensar sobre isso.

 Charles precisou fazer uma abdominal para beijar minha testa e voltar a posição anterior. Uma sombra e um biquíni vermelho me fizeram olhar para cima de uma vez, Anne estava parada perto de nós, em pé.

—Posso me sentar com vocês? – ela perguntou.

 Ótimo, até a voz da vadia era bonita.

—Claro.

 Charles não respondeu, apenas a ignorou colocando os óculos. Anne colocou seu guarda-sol e cadeira perto de nós dando um suspiro com a reação de Charles.

—O sol ali esta coberto demais – ela falou de uma forma casual olhando para onde estava antes – eu preciso bronzear. Você não vai?

 Olhei para a minha roupa, eu ainda não tinha tido segurança suficiente para tirar minha saída de banho, não quando aquela mulher estava vestida de vermelho. Meu biquíni era pequeno e estampado de azul e branco, não tinha nada de mais além de alguns babados, pelo menos minha saída de banho era sensual naquele tom branco que parecia uma camisa masculina.

—Por enquanto eu só estou bronzeando as pernas – menti, isso nem fazia sentido.

 Encostando na cadeira, ela colocou os óculos. Da quadra de vôlei, os meninos começavam a brincar treinando. Brian pediu Maggie para passar protetor solar nele, e Rose se levantou para passar em Jack e Julius, enquanto Mel passava em Ethan e Roger. Aquela cena de todos juntos me fez olhar algo que nunca reparei antes.

 Ethan já havia mencionado que o lance dos escorpiões era de família, mas eu nunca havia questionado o porquê e nem imaginei o quanto isso era importante para eu saber. Naquele momento vendo-os juntos, me arrependi de não ter perguntado antes.

 Todos os sete tinham tatuagens de escorpiões nos corpos no mesmo lugar nas costas próximo as costelas do lado direito, a diferença era que as de Maggie, Mel, Jack, Roger e Julius eram menores. Era o mesmo desenho e cor cinza, só que em uma versão com alguns centímetros de diferença.

 A de Roger ficava próxima a outra que ele tinha na lateral e a de Julius era solitária naquele lugar apesar dele ter um dragão chinês na perna. Maggie tinha algumas poucas tatuagens pequenas e discretas isso não me surpreendeu porque mesmo aquele escorpião sendo a maior das suas até combinava com ela.

 O que me surpreendeu foram dois fatos. O de Jack e Mel terem essa “tradição” no corpo tão cedo, apesar de a deles parecerem mais recentes, e a de Rose. E com certeza a de Rosalie Scorpius Peterson era uma surpresa. A dela era a única que se aproximava, ou até mesmo era, do tamanho da de Ethan. Era no mesmo lugar da dele, com o mesmo formato e desenho, além da beleza. Eu nunca tinha visto isso nela, até porque ela estava de vestido antes. Era uma tatuagem tão cheia de autoritarismo quanto a do filho e me fez perguntar o significado daquela tradição de família.

 Eu amava a minha tatuagem nas costas, eu tinha muito orgulho dela apesar de não ser uma tradição de família como a deles, tinha um significado muito forte. A minha fênix era o meu mantra. Era a minha definição de mim mesmo e me perguntei se não estava na hora de contar para Ethan o que essa tatuagem tinha tanto haver comigo, assim como o motivo dela ser feita naquele lugar exato.

 Como se soubesse que eu estava pensando nele, Ethan olhou para mim. Ele parecia preocupado apesar de sorrir, e em seguida colocar Mel nos ombros para joga-la na água.

—Eu queria te pedir desculpas sobre aquele outro dia – Anne falou virando um pouco a cabeça para mim sem mais nem mesmo – Eu havia bebido um pouco, não queria estragar o namoro de vocês.

 Vadia mentirosa. Charles ladrou um riso, e ela o ignorou de novo. É claro que ela sabia que eu e Ethan não éramos namorados, ela sabia que estávamos ficando e tudo que ela queria era me humilhar falando isso em voz alta.

—Não tem problemas, estamos mantendo em segredo – e o Oscar de melhor mentirosa vai para... – sabe como é, não contamos nem para a família dele. Além de nós dois e Charles – acotovelei meu amigo de leve – apenas você está sabendo, espero que não conte para ninguém sobre nosso namoro.

 Eu juro que a mulher trocou de cor instantaneamente e que o sorriso dela foi um pouco amarelo. Eu não sabia por que fiz isso, porque menti assim... tá eu sabia, aquela vadia ia dormir na mesma casa de Ethan, era bom ela achar que ele estava amarrado a mim.

—Então vocês dois estão namorando? – ela falou com falsa animação – devo dar os parabéns? Sei como Ethan Parker é um homem, como posso dizer, complicado.

—Parabéns, está bom – retribui o veneno.

 Estendendo a mão ela tocou a minha, minha vontade inicial era tirar, mas apenas deixei.

—Olha Hannah, apesar de sábado, eu e Ethan não temos nada – ela disse tirando os óculos – Ethan é apenas um grande amigo que eu gosto muito e quero apenas o bem, nosso passado não tem importância. Crescemos juntos e tivemos uma história, e torço para que vocês sejam muito felizes juntos como fomos ou até mais. Ele merece e tenho certeza que você também, eu gostaria muito que fossemos amigas também.

 Tire minha estatueta do Oscar, e dê a Anne Collins. Levei mais do que o necessário para processar as palavras daquela mulher. Outra pessoa acreditaria nela, ela era uma ótima atriz, e eu poderia dar um 8 fácil para ela.

—Claro que podemos!

 —Isso é ótimo, Hannah. Fico muito feliz que Ethan finalmente conseguiu seguir em frente.

—Quer saber – Charles se levantou de uma vez – eu estou com vontade de vomitar. Desculpe Hannah, mas eu não tenho soro antiofídico aqui contra cascavel, eu vou jogar com os rapazes.

Ele se abaixou depois de tirar os óculos e beijou minha testa.

—Hannah – se despediu e se virou para Anne – cobra.

 Charles nem esperou a resposta da mulher que o olhou assustada. Apenas foi para a quadra nem olhando para Lukas.

—Ele não gosta muito de mim ainda – ela falou magoada – na verdade acho que nunca gostou. Não achei que Charles era rancoroso.

—Charles é tudo menos rancoroso – o defendi firme – ele é uma pessoa incrível e melhor amigo de Ethan, esse é apenas o jeito dele de mostrar lealdade.

—Oh, eu não queria ofendê-lo, só que Charles nunca iria me entender.

 Não fiz mais perguntas, apenas fiquei em silêncio, porque ao contrário de Charles, o meu problema com ela, era que eu não queria atendê-la.

—Hannah – Brian gritou – tira essa bunda daí e vem jogar.

—Nesse ano? – perguntei desanimada.

—Ou você vem, ou eu te jogo nos meus ombros.

 Disso eu não duvidava.

—Você não vai? – perguntei a Anne.

 Ela olhou para eles por alguns segundos, e depois para as unhas da mão.

—Acho melhor não.

 A pergunta era educada, na verdade não queria que ela fosse e fiquei feliz quando disse que não. Respirando fundo, tomei a coragem que eu necessitava para ir e tirar a saída e banho. Um assovio veio da quadra, e quando vi, Ethan estava dando um tapa na cabeça de Jack.

—Se ela vai usar isso aí – Roger apontou para mim – ela vai ficar no meu time para distrair os adversários.

—Vai sonhando retardado – Ethan enlaçou minha cintura de uma vez me puxando contra seu corpo – ela já é do meu time, o resto que se resolva.

 Roger ergueu o dedo do meio para o irmão e foi escolher o time com os outros.

—Está tudo bem? – Ethan perguntou me virando para ele, a mão pousando na curva da minha bunda, eu tinha minha suspeitas que era para tampa-la.

—Claro que sim, por quê?

Ele apontou para o lado onde Anne olhava para o rumo onde estávamos.

—Nada demais – só falei que somos namorados – ela só falou que quer ser minha amiga.

—Ela é uma bastarda filha da puta.

—Ethan! – sorri por dentro – ei... eu acho melhor você vestir um calção.

 Nós dois olhamos para baixo, a ereção dele pressionando contra a minha barriga me deixou excitada.

—Você está muito mais gostosa do que o normal com esse biquíni, garota – se inclinando para baixo ele capturou meus lábios, sua boca desceu para meu pescoço, deixando-me nas pontas dos pés, e subindo para a minha orelha – eu queria tanto arredar seu biquíni e entrar bem devagar em você, Hannah.

—Ei seu tarado – falei arrepiando a alma – não podemos fazer isso agora, não seria nada suspeito sairmos daqui do nada.

Ele rosnou.

—E você liga para isso?

Eu ligava? O demônio puxou meu coque e mordeu meu queixo, provocando-me. Na verdade, pensando desse...

—Tem uma casa com trocentos quartos logo ali – Maggie se aproximou – sem sexo na praia, temos crianças por aqui.

 Ethan riu, escondendo o rosto no meu pescoço.

—E? – ele perguntou ainda rindo.

—E o que? – perguntei.

—Vamos sair daqui.

—Ethan! Deixa de ser tarado – o empurrei com o ombro e ele sorriu de lado levantando a cabeça.

—Não custava ter esperanças – ele deu um tapa na minha bunda de leve – não se esqueça, Hannah, temos o fim de semana inteiro em uma casa com muitos cômodos para estrearmos, fora que eu ainda vou foder você nessa praia, nesse mar e tem aquela mata ali do lado. Pode fugir agora, mas não vai fugir para sempre.

 Fugir? Eu estava com vontade de subir nele agora mesmo e começarmos a estrear a mata ou a praia... Após ganharmos a partida de vôlei, escolhemos a primeira das duas opções deixando a segunda para mais tarde.

...

 Eu apenas ria enquanto era puxada por Ethan pela mão. A noite estava escura, e de certa forma eu estava um pouco mais dolorida. Eu estava morta de fome, e todos naquela hora estavam indo jantar, quando Ethan me mandou colocar o biquíni e me guinchar para fora da sua casa.

 Não paramos na praia em frente a sua casa, e quando eu o ameacei dizendo que estava com fome demais pra correr pela areia como uma adolescente, ele me jogou nas costas. Por um instante pensei que ele estava me levando para a mata de novo, onde tivemos uma rodada incrível de sexo mais cedo. Mas ele seguiu para além dela, atravessamos a beirada da mata e continuamos seguindo um pouco para onde havia algumas pedras.

 O lugar fez meus olhos brilharem de tão lindo que era. Era o fim da costa, a areia era ainda mais branca e molhada, e ele me desceu para pisarmos nas pedras a fim de chegarmos ao trecho de areia mais acima, próximo a uma grande rocha onde havia uma tolha de mesa estendida, com uma cesta de piquenique e lamparinas para iluminar o local.

—Meu Deus Ethan, isso é lindo! – Olhei para todo o lugar ao redor – O que você está querendo fazer com isso, rapaz?

Ele abriu um sorriso de lado, erguendo uma sobrancelha, quando me puxou para sentar na toalha.

—É sério que você ainda pergunta? Meu primeiro sexo na praia é claro.

 Ri de sua honestidade.

—Bom, vai ser meu primeiro na praia também. Mas... – sorri de lado abrindo a cesta – se eu não comer nada agora, eu vou desmaiar durante o sexo.

—Então coma, Deus me livre de eu ter que começar com a necrofilia, nessa altura da minha vida.

 Havia na cesta comida para um batalhão de pessoas, e assim como eu, Ethan comia muito. Havia torradas, sanduíches, crepes, iogurte e até mesmo chocolate e para beber, vinho. As intenções dele estavam bem claras com aquilo, porque havia até embalagens de preservativo no fundo.

Assim que comemos mais do que devia, ao contrário do que pensei que ele iria me atacar para começarmos uma rodada quente de sexo, ele não fez. Ethan deitou-se de costas para a toalha no chão, e me puxou para junto dele, aninhando-me no seu braço. Me senti tão confortável ali, como em nenhum outro lugar, a noite estava quente, e a fogueira ajudava a manter isso dessa forma.

—O que você acha de Lukas Collins? – perguntei no fim de uma conversa.

O corpo de Ethan ficou tenso, quando ele afastou a cabeça para olhar para mim.

—Porque você quer saber dele?

 O seu ciúme me fez rir.

—Charles me contou o que aconteceu com Ed anos atrás, ele falou que não gosta dele, mas falou que não devo ir pelo passado dos dois – respondi – Quero saber o que devo achar dele, Charles disse que seria burrice não permitir-me conhecer outra pessoa.

—Charles disse isso? – Ethan perguntou entre dentes.

—Não nesse sentido, como pessoa.

Ele não respondeu de imediato, ficou olhando para céu e eu acompanhei seu olhar. Até que finalmente falou.

—Ele não tem muito objetivos na vida, eu não estava quando aconteceu, mas sei da história – seus dedos deslizaram sobre a minha pele, eu usava a mesma saída de banho, e um biquíni rosa – Talvez eu esteja errado, mas Lukas só quer chamar a atenção dos pais. Sempre quis na verdade. Desde muito cedo todas as atenções eram sempre em Anne. Não acredito que ele seja um mau caráter, mas não confio nele.

—Falou o que eu suspeitava, então.

Fiquei pensando em um garoto carente e ofuscado pela irmã mais velha. Mas eu não conseguia sentir pena dele, talvez compaixão. Quem era eu para falar? Sempre fui filha única.

 Tentei imaginar os pais dele, parecia sempre tão sérios, não era de surpreender que Anne tenha se tornado um tanto amarga. Charles estava certo, eu não podia julgar Lukas pelo pouco que eu sabia dele, e pelo que ele fez com Ed, mas já era o suficiente para eu deixar minha guarda alta contra aquele rapaz.

—Eu vou me permitir conhecê-lo melhor – falei por alto.

 Dessa vez, Ethan não apenas endureceu. Ele se sentou, com cara de muito poucos amigos.

—É sério isso? – perguntei me sentando ao lado dele.

—Vai me dizer, que Lukas pode entrar para aquela sua lista de possíveis namorados?

 Ouu...

—Como é que é? – sacudi a cabeça, não tinha graça, mas eu estava rindo quando me levantei, e isso só piorou a situação de Ethan que ficou com ainda mais raiva – Ethan, de onde você tirou isso?

—Ele não é homem para você, Hannah.

—Quem disse que tenho uma lista de possíveis namorados? E muito menos ainda, eu me permitir conhecer Lukas, é apenas como pessoa e talvez amigo, para ajuda-lo.

—Madre Hannah de Calcutá agora é?

 Eu deveria estar puta da vida, batendo o pé e falando para Ethan que em mim ele não põe freio, mas eu não fiz nada disso. Apenas ri, porque homens não deveriam ficar bonitos e quentes como o inferno com ciúmes como ele, ainda mais vestindo aquela camisa cavada e calção de banho.

—Você falou como eu agora – ri mais ainda, ele sempre dizia que eu que falava coisas estranhas, mas ele havia conseguido algo quase inédito me chamando de “santa” – Sem malicia por favor, Ethan, não quero fazer caridade ou bondade com Lukas. Não se preocupe com isso.

—Ele bem que vai querer fazer bondade e caridade com você.

—Meu Deus, agora sim, você que está agindo como um mal fodido, Ethan Parker – abrindo um sorriso malicioso, abaixei para colocar o dedo em seu queixo e fazê-lo levantar a sua carranca para mim, ao invés de olhar para o nada – Acho que já sei o que fazer com você.

Antes de ele falar qualquer outra coisa, fiquei parada em sua frente. Seus olhos escureceram quando comecei a abrir botão por botão da minha saída de banho. O barulho e o clima sugeria algo bem mais romântico, mas eu não queria ser romântica apenas por estarmos na praia, eu queria ser selvagem, provocativa... Não ser clichê.

 Eu pensava muito ultimamente no que viria depois que voltássemos para casa, e eu sabia que mais cedo do que eu pensava, nossa relação iria acabar.

 Assim que todos os botões se abriram, escorreguei-a pelos ombros deixando-a cair no chão. Olhei para ele entre os cílios semicerrados, e puxei uma respiração ao ver o modo que ele retribuía meu olhar.

 Suas pupilas estavam dilatadas, sua boa entreaberta e eu podia ver facilmente sua excitação pelo seu calção de banho.

—Tira a roupa – mandei usando minha voz mais sexy.

 Seu sorriso repuxou de lado, quando ele se levantou. Ethan passou sua camisa pela cabeça, quando eu perdi o pouco de controle que eu tinha, puxando-o para um beijo. Ele me recebeu de bom grado, sua mão grande na pele nua da minha cintura, erguendo-me quase até me tirar do chão.

 Senti cada centímetro da sua boca, o gosto da sua língua provocando e brincando com a minha. Quando o ar se tornou mais necessário, sua boca desceu para o meu pescoço e minha mão ansiosa para o seu calção, precisei apenas desamarrar para ele cair na areia, revelando o grande volume em sua sunga azul escuro.

—Eu falei que você estava mal fodido – brinquei percorrendo a mão pelo seu cumprimento.

—Hannah...

Ele não terminou de me repreender, minha mão invadiu sua sunga pegando-o nela e colocando-o para fora. Ele estava mais absurdamente duro do que eu pensava, percorri o dedo pelo liquido na ponta e levei até a boca olhando dentro dos seus olhos quando gemi pelo gosto.

O vento estava esfriando um pouco, mas eu me sentia quente. Em brasas.

Colocando a mão em seu peito, o empurrei para trás, sem nenhuma resistência. Seu pau não amoleceu nem quando suas costas encontraram o frio da rocha maior, meus joelhos encontraram a areia sem incomodar-me nenhum pouco com isso, e quando escutei seu gemido ao manuseá-lo, decidi me juntar a ele.

 Passei a língua da ponta úmida até a base, sem brincadeiras ou preliminares, segurei suas bolas em minha mão desocupada e quando subi a língua de novo colocando-o dentro da minha boca molhada.

—Porra Hannah...

 As mãos de Ethan cravaram no meu cabelo com força, sem que ele nem percebesse. Chupei a cabeça do seu pau, em forma de vingança e quando ele praguejou e estremeceu na pedra, o coloquei inteiro na boca, inclinando a cabeça para seu pau entrar mais profundo na minha garganta, arrancando um gemido gutural de Ethan.

 Eu gostava dessas reações. Eu não me sentia submissa de joelhos chupando o seu pau, eu me sentia poderosa, quase dominadora onde um homem daquele tamanho e com aquela beleza estava sobre o controle das minhas mãos e minha boca.

 Deslizei por ele enfiando-o o mais profundo a cada vez, acostumando a mim mesmo a recebê-lo assim, deixando-o confortável e gemendo por estar entrando tão longe em mim. O seu líquido pré-ejaculatório vinha cada vez mais grosso conforme eu o chupava, lambia e até o apertava mais forte entre meus lábios e dentes para dar pressão. Suas palavras vinham em forma de xingamentos, gemidos e até mesmo palavras que eu não conseguia entender.

 Quando senti que ele estava quase gozando, desci uma das minhas mãos para a parte inferior do meu biquíni, arrastando-a para o lado. As mãos de Ethan passaram a ditar o ritmo o qual eu o chupava, e os meus dedos acariciaram meu clitóris a procura do meu próprio prazer. Porque não precisava ser comigo, o fato de dar prazer a ele, me deixava na borda de gozar.

—Merda Hannah, eu vou gozar na sua boca, garota...

 Os jatos vieram antes do final do aviso, fortes e potentes, mesmo a gente tendo feito outras vezes antes daquela hora. Meu gozo veio junto com o seu de uma forma mais suave, no entanto prazerosa.

 Com dificuldade de respirar. Levantei-me da areia, limpei meus joelhos e enrolei meu cabelo, sentindo-me um pouco tonta. Ethan continuou se recuperando pelos próximos segundos, enquanto eu o observava.

—Ainda bem que eu tinha onde encostar – sua voz soou rouca.

 Ele abriu os olhos com um sorriso nada galanteador, parecia de menino quando olhou para mim. Seu braço venceu o espaço entre nós, e ele tocou meu rosto com carinho, percorrendo-o com o polegar.

—Eu não estava mal fodido – brincou – mas ainda sim, não gosto de você perto de Lukas. Não me julgue por não querer você assim com outro homem, Hannah. Sabe o quanto é difícil para mim imagina alguém te olhando ou te sentindo assim?

 Respirei ofegante, não pelo cansaço, mas por suas palavras.

—Ethan...

—Eu não sou seu dono, eu só quero o melhor para você.

 Sorri para ele, sentindo-me aquecida. Ele ainda estava com o pau para fora, quando encostei nele, e senti algo crescer ainda mais na minha barriga.

—E você sabe o que é melhor para mim? – perguntei ficando na ponta dos pés.

—Hum? – ele gemeu, quando minha boca encostou em sua orelha.

 Seus dedos desceram para a minha entrada, com a tanga afastada, e ele me penetrou afundando o rosto em meu pescoço e mordendo o meu ombro.

—Me diga o que você quer.

—Ser fodida de um jeito bem bruto aqui na praia.

Ele me afastou, e seu semblante era de surpresa.

—Céus, você não pode me falar essas coisas, garota.

—Que eu quero ser fodida com força na praia?

 Um movimento bem rápido e eram as minhas costas que estavam na pedra. Com um rosnado, Ethan se afastou de mim, suas mãos brutas arrancaram a parte de cima do meu biquíni e ele curvou-se colocando meu mamilo em sua boca.

 Ele primeiro lambeu, dessa vez minhas pernas que estremeceram, e em seguida o sugou entre os lábios quando seu dedo se aprofundou mais ainda em minha umidade.

—O que mais você quer, além de ser fodida com força? – perguntou, seu dedo ganhando um companheiro e ambos dando uma estocada forte em mim.

 Joguei a cabeça para trás gemendo, ao sentir seus dentes morder meu outro mamilo e em seguida chupa-lo.

—Sinceramente? – consegui falar – que você esteja dentro de mim, tipo já, seria bom.

 Ele riu. O bastardo riu e tirou seus dedos afastando-se, assim que eu o mandei ir para o inferno, atordoada. Pouco tempo depois, senti suas mãos me segurando, o sorriso de Ethan havia apenas aumentado quando uma camisinha deslizou sobre o seu pau e no instante seguinte, uma perna minha já estava erguida quando ele me penetrou.

 Santo Deus, eu não me acostumava com aquela onda de prazer que assumia o meu corpo cada vez que seu pau grande e grosso abria caminho dentro de mim. Ele foi cruel de um jeito delicioso, quando apenas em uma estocada atingiu o ponto mais profundo. Aquela dor familiar de alargamento e profundidade passou mais rápido do que o de costume.

 Não fazia ideia do que era aquilo. Se era a maresia, o clima que era para ser romântico e no entanto Ethan entrava em mim furiosamente, que me fez ficar cada vez mais molhada. Ofeguei ainda mais quando sua boca encontrou a minha, meu pé apoiado no chão, cravava na areia enquanto nos balançávamos e metíamos um no outro.

 Senti minhas pernas amolecerem quando em uma estocada firme, meu seio foi chupado em sua boca. O orgasmo veio sem preguiça dessa vez, fazendo meu corpo estremecer e seu pau ser contraído diversas vezes dentro de mim, sendo sugado pelos espasmos.

—Coloque suas mãos na pedra, e se incline um pouco.

 Minhas pernas ainda estavam bambas quando olhei para ele no seu comando. Virei-me com sua ajuda, e afastando as pernas inclinei-me espalmando as palmas na pedra fria. Senti a camisinha deslizar pela minha boceta e estremeci ao sentir minha umidade nela.

—Eu vou te comer com força, garota.

—Isso é tudo que eu quero. Ahh...

 Eu não sei se era o ângulo, ou a posição de costas contra ele, mais sua penetração fez as minhas pernas cambalearem ainda mais. Institivamente as abri mais, e o senti curvar os joelhos um pouco para dar a altura certa. Novamente ele me invadiu, repetindo aquele ato selvagem, nem quando estávamos no meio da mata encostados em troncos de arvores foi assim.

 Seu pau não deslizava apenas, ele me destruía. Alargando-me, suas bolas batendo firmes contra a curva da minha bunda, meus seios balançando pela brutalidade de ser fodida daquela forma e o prazer crescendo de uma forma alarmante e preocupante.

 Senti o orgasmo vindo mais forte, mais perigoso, mais selvagem. Como uma explosão percorrendo cada fibra do meu corpo, eu tinha certeza que as mãos dele iam ficar marcadas em minha pele, pela força que me apertava subindo da minha bunda para os meus seios, sempre em ritmos mais rápidos.

—Goza comigo – Ethan rangeu os dentes – Eu não posso segurar muito, garota. Porra, Hannah, você está tão gostosa assim... Eu quero te foder na água ainda. Te segurar nos meus braços e entrar em você. Só que eu preciso que você goze comigo, vamos lá.

Ele não precisava insistir. E o toque de seus dedos compridos no meu clitóris serviu apenas para deixar as coisas ainda mais fortes. Uma vontade brutal de gritar ao sentir o orgasmo roubando minha sanidade venceu e quando vi, o grito de prazer saiu do meu corpo pela minha garganta de forma alta como nunca gemi antes, sendo seguida por um som gutural da garganta de Ethan, quando suas bolas bateram forte em minha bunda e seu gozo preencheu a camisinha naquela parte isolada da praia.

 Eu me senti uma gelatina molenga, quando a testa de Ethan encostou em minhas costas, e seus braços protetores circularam a minha cintura para não me deixar cair.

—Eu te machuquei? – sua voz mesmo cansada, saiu preocupada.

—Eu vou ficar dolorida pelas próximas horas, tarado.

 A risada dele, estremeceu meu corpo. E ao invés de ficar dolorida por tê-lo ali dentro, me senti mais dolorida quando seu pau se retirou de mim.

 Ethan me deitou na toalha espalhada no chão, nem liguei que um pouco do meu cabelo ficou na areia, e ergui o olhar para olha-lo em pé na minha frente. Ele tirou a camisinha, enrolou e guardou na embalagem para jogar fora. Quando seus olhos encontraram os meus, observando-o, ele sorriu de lado.

—Você está dolorida – lembrou-me.

 Apenas acenei balançando a cabeça, vendo-o nu. Um pouco mais sério ele olhou para mim com seus olhos azuis profundos, só que quase pretos pelas suas pupilas dilatadas. Sua mão segurou seu pau, e ele deslizou por ele, incitando-o.

—Sabe, você fica nojentamente linda assim. – disse-me, percorrendo cada centímetro do meu corpo com os olhos – Meu Deus, deveria ser pecado ser assim, você está me deixando duro te olhando pelada e deitada ai, desse jeito.

—Então para de se masturbar – o provoquei.

—Não dá. Acho que eu virei um adolescente punheteiro de novo, porque tudo que eu quero é foder com você de novo.

 Um gemido escapuliu da minha garganta, quando ele desceu sua mão pelo seu cumprimento inteiro, ressaltando as veias grossas. Céus, ele estava duro de novo.

—Você é um bastardo, tarado, Parker.

Abaixando, ele pegou outra camisinha e rasgou a embalagem no dente. Fiquei hipnotizada olhando para ele manobrar o pau na mão vazia, sem nem desviar os olhos de mim.

—Eu prometo que vou mais devagar dessa vez, mesmo quando você pedir para ir mais forte – ele me provocou – Pode me chamar de egoísta, mas eu preciso foder você, mesmo que esteja dolorida.

 Apenas assenti como um daqueles bonecos de posto de gasolina, quando ele colocou mais pressão e mais velocidade em sua masturbação. Quando o líquido pré-ejaculatório escorreu de novo, ele passou o dedo na ponta e deslizou, lubrificando-se.

Senhor da Glória, ele tinha virado o adolescente punheteiro e eu a ninfomaníaca.

 —Ethan...

—Hum? – ele perguntou mordendo o lábio inferior, aquela cena dele se masturbando depois de um sexo selvagem na praia era quente como o inferno – Fala Hannah.

 Umedeci os lábios, quando ele gemeu meu nome, e deslizou finalmente a camisinha em seu pau. Ele curvou-se apenas um pouco para pegar a minha mão e me erguer, quando fiquei em pé, tirou-me do chão fazendo minhas pernas enlaçarem em sua cintura e bem devagar deslizou para dentro de mim.

 A carne estava sensível e estimulada, além de dolorida, quando ele entrou. Só que a sensação, era tão boa que nem consegui respirar direito, ele se retirou de dentro beijando meus lábios com mais força para compensar estar do lado de fora, e caminhou pela areia em direção ao mar. A água não estava nem ao menos gelada, nossas pernas se submeteram e quando entramos em uma profundidade ainda maior, deixando apenas meus seios para o lado de fora, ele deslizou para dentro de novo, dessa vez ainda mais suave para irmos para o nosso segundo round na praia, mais precisamente, no mar.

...

 Intenso. Essa era a palavra que eu usaria para descrever aquele fim de semana naquele lugar incrível.

 Mesmo os Collins estando ali, o calor da família anfitriã ate mesmo Julius, e principalmente o mais velhos dos cinco irmãos, deixaram-me completamente aquecida até mesmo no pior dia do ano. Naquela manhã de sábado, o dia seguinte, tinha tudo para ser como no primeiro aniversário de morte que eu e Brian havíamos passado um ano atrás. Mas não foi.

 Não foi um dia alegre e eu não esqueci que foi naquele dia que perdi as pessoas mais importantes da minha vida. Mas aquele 6 de julho foi mais do que eu poderia esperar porque pela primeira vez eu e Brian nos sentíamos acolhidos.

 Ethan era parte disso, com todos sabendo da nossa “amizade” e Anne Collins pensando que estávamos namorando, não precisávamos mais disfarçar ou nos separar.

 Eu nunca tinha sentido aquilo, nem no meu começo de relacionamento com Randall, onde no início do namoro o casal tem aquele fogo todo e os jovens passam muito tempo trancados apenas transando, sim, eu tive essa fase, mas é normal para todo mundo depois que arruma o primeiro namorado e não é virgem. Com Ethan estava sendo pior.

 Havíamos estreado o escritório dele ali na mansão, já que o homem não parava de trabalhar nem um único dia inteiro e teve que resolver alguns problemas durante aquela manhã de sábado.

 Eu ainda me perguntava quanto sêmen ele ainda tinha, porque não podíamos nos ver ou ficar próximos um do outro que já estávamos mandando sinais ou códigos para nos encontrar em outros lugares.

 Eu estava feliz por ter vindo, teria sido muito ruim ter passado o dia em casa me relembrando e pensando no monte de coisa ruim que já havia acontecido comigo, e tudo que eu mais odiava era bancar a vítima.

 O jantar foi servido mais cedo, a programação do dia havia sido intensa naquela noite de sábado. Tanto na praia particular, quanto na redondeza porque se tinha uma coisa que ninguém podia negar era que os cinco irmãos tinham muita energia. Apesar do jantar, Ed e Charles haviam dado a ideia de fazermos uma fogueira na nossa última noite ali daquele fim de semana prolongado maravilhoso. Eu nem cheguei a comer direito, para falar a verdade, eu não estava com fome.

 O relógio estava cada vez mais perto da hora marcada e eu sentia uma sensação muito estranha e dolorosa dentro do peito. Será que um dia isso ia passar? Será que um dia ia chegar essa data, eu estaria casada e com meus filhos e quando eu olhasse para o relógio eu me lembraria que naquele dia, entre dez e onze da noite tudo que eu tinha se foi junto com o helicóptero?

 Eu temia que não. Não dava para esquecer aquilo. 

 A fogueira era animada, Lukas e Anne participaram dela junto com seus pais. Eu mal conversava com eles, e também não era rude. Anne não participou muito do nosso dia, ficou mais em casa, mas Lukas havia participado de tudo e trocado uma ou duas palavras com Charles o que deixou as coisas mais confortáveis.

 Ele parecia se dar bem com todos os irmãos para falar a verdade, já Anne... Apenas com Mel e Rose. Maggie falava com ela mais por educação, Roger nem se dava ao trabalho. Eu me perguntava o que ela estava fazendo aqui, se sabia que não era muito bem vinda. E os olhares que ela lançava para Ethan, respondia muito bem a minha pergunta.

 Nos sentamos todos ao redor da fogueira, e ela ao lado dele. Os dois conversaram bastante, mas apenas no campo profissional, nada que eu sentisse ciúmes principalmente porque Ethan havia me prendido entre suas pernas com a cabeça e costas no seu peito de uma forma bem íntima, ele tentou me integrar na conversa, só que desistiu quando viu que eu não prestava muita atenção.

 Por alguns instantes o fogo crepitou prendendo a minha atenção, e já não importava mais Anne falando com Ethan e todo o resto ao meu redor. Tudo que eu segurei durante o dia começou a queimar ali na minha frente, quando levantei o olhar encontrei o de Julius olhando para mim com um sorriso compreensivo até.

 Ele devia saber, Martin devia ter o alertado sobre esse dia e seu sorriso fez meu peito apertar com saudades do meu motorista. Talvez eu não devesse ficar com tanta raiva de Martin quando ele bancava o super protetor porque eu queria muito que ele tivesse aqui agora, não Julius.

Eu queria o homem que me abraçou quando me contou que meus pais morreram, que no nosso primeiro ano após a morte, ficou comigo e Brian o tempo todo, em um silêncio sem fim onde nos tornamos reclusos do mundo externo. Era como se Martin preenchesse um lugar, que nenhum outro ali conseguiria preencher.

 Afastando-me de Ethan, eu me inclinei um pouco para frente para o calor da fogueira. O senti falando meu nome e tentando me puxar para trás, mas apenas sacudi a cabeça e ele voltou a falar com alguém, que agora eu não sabia quem era. Eu não arrisquei olhar para Brian ou Charles. Não queria preocupa-los, e não queria ver o sofrimento de Brian porque eu era egoísta demais em relação ao sofrimento do meu irmão, eu tinha que aprender a deixa-lo seguir.

—Hannah...

 Já ia falar que eu estava apenas me aquecendo para Ethan, quando senti que a mão que tocou meu braço não era a dele. Julius havia se abaixado ao meu lado.

—O que foi? – perguntei piscando para recuperar o foco.

— Tem uma pessoa que parece que não consegue realmente ficar longe de vocês – o celular de Julius tocou e ele se voltou para mim sem se importar que eu estava ainda confusa – ele esta esperando por vocês.

 Julius estendeu a mão para eu me levantar e eu o obedeci, somente ai que eu notei que a fogueira estava silenciosa pela primeira vez naquela noite. Apenas eu e Julius estávamos em pé, mas logo Brian se levantou também do seu canto bem afastado, longe até mesmo de Maggie.

—Não estou entendendo, Julius – voltei-me para o homem ao meu lado que me tirou do meio da roda.

 —Você está bem, Hannah? – Brian se aproximou de nós e se virou para Julius preocupado – O que aconteceu com ela?

 Ele apenas negou com a cabeça e apontou para o outro lado, perto da mata. No primeiro instante eu não entendi o que ele estava apontado, até ver uma silhueta muito grande para um ser humano comum, com calça cargo militar e camisa preta se desenhar com os braços cruzado no peito.

 —Ai meu Deus, Martin!

 Eu só percebi que estava correndo quando Ethan gritou meu nome, mas não me importei nem parei. Eu escutei os passos de Brian atrás de mim, meus pés descalços percorreram a areia o mais rápido possível e eu apenas me lancei em Martin para o nosso quarto abraço. Para minha surpresa ele fez mais que retribuir, ele me pegou já de braços abertos no ar e tirando-me do chão em um abraço de urso.

—Eu não sei o que dizer – falei com dificuldade – mas eu nunca fiquei tão feliz em te ver. Eu preciso mais de você do que pensei Martin, e não quero que você me abandone tão cedo.

—Eu também não quero, menina – ele me colocou no chão, e eu senti outro impacto vindo por trás em um abraço, Brian – Vocês não vão se livrar de mim tão cedo.

 Eu me sentia esmagada entre Brian e Martin naquele abraço. Foi Brian que intercedeu pela minha asfixia, saindo de trás de mim e quando eu soltei Martin, arrumando a bagunça do meu cabelo, ele o abraçou mais de perto.

—Eu não sou muito bom com palavras – Martin falou com seu jeitão rude quando Brian o soltou – Mas sou bom com bebidas, e apesar de me autocolocar em serviço, eu vou ficar alguns minutos bebendo com vocês.

 Ri quando ele tirou umas das suas melhores garrafas de uísque do bolso da calça, perto do joelho e estendeu para nós. Em algum lugar eu queria saber o porque de Martin ter voltado antes da sua viagem, o que ele foi fazer, e mais um monte de outras coisas, mas elas eram vontades secundárias e amortecidas agora.

Brian foi o primeiro abrir e dar um grande gole no uísque, passando depois para mim. Não tínhamos uma fogueira, mas nos sentamos os três na areia de frente para o mar com a garrafa se revezando entre as nossas mãos.

Eu não precisava olhar no relógio para saber que ás dez horas estava começando a correr. Que tudo aquilo há dois anos aconteceu, eu ainda podia fechar os olhos e ver tudo tão bem, eu me lembrava de cada palavra, cada barulho, cada dor física e emocional que senti como se não tivesse se passado nem dois minutos.

  Eu me sentia muito estranha, nostálgica até para falar a verdade. Como se algo me impedisse de falar ou chorar, ou respirar porque eu estava entorpecida.

—Eu ainda sinto dor– Brian quebrou o silêncio, sua voz um pouco mais grave. Eu amava o fato do meu irmão ser assim, dele não ter vergonha de chorar e saber o que falar por mim quando eu não conseguia fazer isso – eu acho que no fundo, a gente nunca vai querer que fique mais fácil, porque apesar de todas as fotos e lembranças, a dor é a única coisa que os torna reais.

 Olhei para seus olhos bonitos e avermelhados, ele sorriu de lado.

—Você deve ter percebido que não doí tanto como na primeira vez, no ano que vem vai doer menos que nesse... – ele continuou – E no outro menos ainda. Vai restar apenas o vazio, aquele que vai se tornar uma dorzinha chata como uma dor de cabeça só que no peito, e que vai se apertar toda vez que nos lembrarmos de todos os momentos bons que já passamos ao lado deles. Acham que eu estou certo? – ele olhou de volta para o mar – porque pode parecer masoquismo, mas eu quero que reste pelo menos um pouco de dor no fim das contas.

 Eu o entendia, muito bem. E foi ai que eu chorei, que as lágrimas trasbordaram porque eu achava a mesma coisa. Elas rolaram pelo meu rosto escorrendo pelo meu pescoço e se perdendo de vista. Aquele dia eu podia fazer isso, eu me permitia sentir isso.

—Eu estou muito feliz de você estar aqui com a gente, Martin – Brian falou – deve ser estranho um homem da minha idade ficar feliz com a presença de um guarda costa, mas nós três sabemos que você é muito mais do que isso.

—Eu não poderia estar em outro lugar, Brian.

 Não ele não podia mesmo, porque Martin não era bom com palavras e nem carinhoso. Mas apenas sua presença deixava tudo mais fácil no fim das contas, eu não ligava para as dúvidas que iam surgir mais tarde, tudo que importava era que ele estava ali naquele momento, com a gente.

— Eles apenas se foram, se tornaram pedaços do azul do céu – falei, ergui a garrafa olhando para o nada — A Susan e Adam Carter.

 Virei dois grandes goles e passei a garrafa para Brian.

—A Chris e Hellen Swift.

 Ele deu dois goles fortes e parou.

—Ao piloto, Josh.

—Ao piloto, Josh.

 Ambos demos um gole caprichado antes de passarmos para Martin. Eu não queria que ele se afastasse de nós nunca, eu queria que mesmo depois de tudo, Martin ainda continuasse com a gente, era uma dependência não por proteção física, apenas por proteção sentimental. Não era mais apenas nós três, havíamos conhecido pessoas muitos especiais, só que no fim, saber que ele estava ali era o que mais importava.

 Martin deu um gole para cada um dos nomes que falamos e no final ergueu a garrafa.

—A Hannah e Brian.

 E os minutos entre as dez e a onze passou em um silêncio, apenas lágrimas e o barulho das ondas curando e levando a parte reservada da dor daquele dia, para doer menos no ano seguinte. 


Notas Finais


Bom espero que tenham gostado. Esse é sem duvidas um dos meus preferidos porque tem tudo que eu mais gosto, romance, sexo, humor e melancolia. Quero saber muito o que acharam e se o amaram tanto quanto eu.
A proposta vai continuar sendo 23 pessoas e 48 horas para postar, entenderam? Dessa vez eu vou esperar se der a proposta, menos de 48 horas eu posto.
Mas se não fantasmas acho bom dar as caras por aqui se não capítulo só daqui três semanas. Isso mesmo, três semanas, hoje é 20 né? Capítulo só mês que vem no dia 7 de dezembro, porque cara vocês fantasminhas não tem noção como é dificil para mim escrever capítulos desse tamanho, e eu estou lutando muito para terminar o último dessa temporada e começando a outra, fora que eu faço faculdade, vou entrar em período de provas, tô em um fim de relacionamento de quase seis anos e ainda tô organizando uma mudança porque eu vou mudar aqui de Goiás para Mato Grosso do Sul, SOZINHA. Então, custa comentar quando faço tanto sacrificio para escrever? Não né, obrigada de nada ( tô de tpm sim!)

Spoiler:

" Céus, não era difícil ter um orgasmo apenas com essas palavras. Ethan foi deslizando e aumentando a velocidade gradativamente, nossos corpos voltaram a suarem mais e mais enquanto ele entrava e saia de dentro de mim. Meu corpo se mexia criando ritmos e danças para combinar com cada um dos seus movimentos.
Eu o sentia ali, bem profundo enquanto meus quadris subiam e desciam, iam para um lado e para o outro... E ele se enterrava cada vez mais forte e bruto perdendo o resto do controle que tínhamos."


Spoiler:
" Brian pareceu ler meus pensamentos.
—Eu não quero o Randall para você, e tenho certeza que essa demora para me responder não é porque ele te traiu, coisa que nunca vou perdoar – enfatizou apertando os olhos – Mas eu já falei e vou repetir, se você está cogitando isso pelo Ethan, quer dizer que é dele que você gosta.
—É claro que eu gosto dele. Ethan é um cara incrível e um dos meus melhores amigos – retruquei.
—O que você sente por ele, irmãzinha, tá longe de ser apenas isso."

Spoiler:
" Tive vontade de bater na porta de Ethan, apenas para dar um oi, mas continuei andando e me convencendo a não fazer isso, quando Lukas chamou o elevador que estava no térreo, a porta de Ethan se abriu. Por alguns instantes um sorriso se formou, ao pensar em vê-lo, só que quem saiu de lá não era ele. Era Anne."

Eu sei, eu sei, a tpm tem oscilações de humor, eu tô brava com os fantasminhas, mas isso não me impede de presentear as lindas que sempre comentam com 3 spoilers. Bom, espero ver vocês logo no fim da proposta, ou então até dia 7 de dezembro meu povo lindo, acho bom todos os fantasmas começarem a comentar, não custa nada e serão todos muito bem recebidos ;)


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