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História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 3


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Olá, já voltei. Bom, mais um capítulo para vocês. Até agora já conhecemos a Hannah e Brian, ambos são filhos de ex agentes da CIA. Mesmo não sendo o pai biológico dela, esse ex agente a amava muito e isso é bom deixar bem claro. Temos também Martin, ele é o segurança e faz tudo de Hannah e também é muito importante para história. Charles é um grande amigo de Hannah e Brian e vamos ter ele muito nessa história. Ivy, Ed, Judith, Roger, Maggie, Rafael, Stuart, Olivia e Dylan apareceram ao decorrer também e mesmo sendo personagens secundários são importantes.
O Ethan ainda não foi oficialmente apresentado, mas temos um pouquinho dele nesse capítulo e aos poucos vocês vão os conhecendo melhor.
A história não vai ser narrada apenas pela Hannah, Ethan também vai ter seus capítulos eles estão bem próximos de chegarem. Qualquer duvida que fique e que eu possa responder, podem deixar nos comentários. Toda a história tem fundamento, todas as informações que eu deixo ou explico mais detalhadamente são importante e não são colocadas em vão e podem ajuda-los mais para frente a responder alguns suspenses e perguntas que vão surgir. Espero que estejam gostando, desculpe qualquer erro e boa leitura.

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 3

 Eu estava consciente que estava num ambiente de trabalho, eu tinha completa consciência disso... Mas minha libido não. Descaradamente meus olhos por baixo dos meus óculos de leitura, que eu deveria ter tirado e esqueci, percorreram pelo corpo do homem que estava na minha frente.

  Devo confessar. Minhas memórias anteriores não fazia justiça a aquela pessoa em especial.

 Ethan Scorpions Parker era ainda mais bonito que eu me lembrava. Tinha os cabelos loiros escuros levemente arrepiados e bagunçados, os olhos eram de um azul intenso, seu queixo quadrado e todas as linhas do seu rosto eram másculas e sexys. Seu nariz era bem desenhado e reto além  de uma boca que me dava arrepios com aqueles lábios rosados.

 E ele era alto. Bem alto mesmo, do tipo que me humilhava publicamente com seus um e oitenta e cinco, segundos as últimas medidas que eu tinha por acaso verificado. Seu terno Armani preto estava impecavelmente alinhado, com uma gravata da mesma cor e uma camisa branca. Seu corpo ficava escultural. Por baixo de tanto tecido havia um corpo muito bem trabalhado cheio de músculos e definido.

 Cara, aquele terno...

 Aquilo era uma fantasia feminina que nunca tive, mas que naquele momento queria dar uma trepada com ele usando aquele terno preto, com apenas a braguilha aberta enquanto eu me segurava nas lapelas do seu terno com toda minha força. Passei na minha mente se eu tinha algum parente menor de Bolt, meu vibrador principal, na minha bolsa...

— Eu pensei que você tinha saído, Ethan – A voz de Judith me despertou das minhas fantasias sexuais.

—Stuart marcou uma reunião, vou conversar com Dylan depois – respondeu sua voz sexy e de certa forma firme.

 Um pouco ofegante ergui o olhar, eu já sabia como minhas pupilas estavam dilatadas naquele momento, eu conhecia meu corpo quando estava excitada, e a umidade que senti entre as pernas era o de menos. Sorte que eu havia vindo de jeans.

 Assim que meus olhos se encontraram com os deles eu quase, quase mesmo, corei. Mas nem vergonha na cara eu tinha para fazer isso. Os olhos azuis intensos me encaravam com certa diversão assim como o sorriso cafajeste no canto dos lábios. Por mais que eu tentasse dar uma resposta educada com um pedido formal de desculpas, eu não conseguia de forma alguma, estava presa naquele olhar.

 Ele era simplesmente lindo, e bom de cama pelo tanto de mulher que pegava. E aquela informação não me ajudou porra nenhuma.

 Entretanto alguma coisa nele, naquele momento abalou completamente minhas estruturas, eu já havia conversado com ele várias vezes pelo telefone, se é que pode chamar aquilo de conversa, mas também já tinha o visto pessoalmente outras vezes pelos corredores. Sempre fiquei impressionada com sua beleza, mas naquele momento eu estava hipnotizada.

  Vergonha... Era isso... Eu estava assim porque estava com vergonha das minhas palavras, e não porque ele era absurdamente lindo. Eu já tinha o visto antes, cacete!

 Naquele momento eu tinha três alternativas, tentar abrir a janela e me suicidar de vergonha, pedir desculpas e sair com o rabo entre as pernas ou a que escolhi naquele momento: dar uma de cara de pau.

A última opção era quase um mantra na minha vida levando em consideração que eu realmente a usava com frequência.

—Senhor Parker, prazer em revê-lo – falei estendendo a mão com meu melhor sorriso – Espero que tenha feito uma boa viagem.

 Ele encarou minha mão e eu nem escutei a respiração de Rafael atrás de mim. Para a minha surpresa Parker a pegou e a apertou... O toque da sua mão era firme e fez meus dedos formigarem, e alguma coisa dentro de mim disse que não era pela força do aperto, já que o meu também era firme.

—Foi uma boa viagem. Você é quem?

 Ele não soltou minha mão, só que sua pergunta me fez puxar ela sem me preocupar em não ser gentil. EU SOU A ESCRAVA CAFETINA QUE VOCÊ ACORDA DE MADRUGADA DURANTE DUAS SEMANAS, pensei em gritar. Mas eu já tinha testado demais a paciência dele. Para o inferno esse homem filho da mãe que me acordou durante vários dias.

—Hannah Swift – respondi com uma paciência forçada.

—A assistente?

 Não, sua avó.

—Sim senhor.

  Ele caminhou até a mesa dele e finalmente eu me virei de volta para as outras duas pessoas que estavam na sala, Rafael estava pálido enquanto Judith estava mais tranquila, eu sabia que ela e Ethan eram amigos de longa data.

 O maldito tirou o paletó ficando apenas de colete e afrouxou o nó da gravata, em seguida dobrou as mangas da camisa até os cotovelos de uma forma prática revelando uma tatuagem de Jesus Cristo no antebraço direito e algumas outras no esquerdo que não dava para ver direito. Caramba, parecia um show de Strip-tease silencioso e o pior que eu tinha a vaga impressão que tinha a ver com o modo como eu olhei para ele antes. 

—Eu tenho a impressão de que já nos vimos antes, mas não me lembro precisamente de você, Hannah – para você Swift –  Você parece muito jovem para trabalhar aqui, estamos contratando menores de idade, Judith?

—Não senhor, Hannah já tem 23 anos – respondeu Judith, mas minha língua coçou.

—23 anos, não parece. Pensei que tivesse uns 18 – meu sangue esquentou quando ele falou isso tão casualmente – Deve ser a altura.

 FILHO DA PUTA! Tocou na ferida de qualquer baixinha, principalmente na minha, ainda mais quando se trabalha numa empresa que só tem pernas cumpridas. Lembrei-me da sua idade, pelo que eu também sabia, ele completaria 30 anos daqui alguns meses. Não era uma diferença tão grande assim. Quem ele achava que era? O Papai Noel?

—Então o senhor tem uns 40 anos? Se for levar em conta altura, talvez esteja perto dos 50. É a primeira vez que eu vejo alguém indagando idade por tamanho já que, segundo os pesquisadores e cientistas, quanto mais velho você fica mais você vai encolhendo por causa dos desgastes dos ossos.

  As palavras simplesmente saíram da minha boca e quando vi, ele que me encarou sério durante alguns segundos.

—Boa teoria – ele falou passando os polegares no queixo – Bom, vamos fazer o que temos que fazer aqui, afinal de contas menor de idade ou não, estou pagando para você trabalhar.

—E é exatamente para isso que eu me levantei oito horas da manhã, depois de ser acordada as três da madrugada.

 Qual é o meu problema? Eu podia ficar calada e deixar tudo correr, mas aquele homem estava despertando os piores sentimentos em mim e o primeiro era a raiva. Eu odiava quando as pessoas debochavam com a minha cara, eu odiava quando uma pessoa tentava ser mais que eu. Ninguém era melhor que ninguém!

 Ele sorriu com um jeito estranho de deboche, ao lado dele Judith parecia se divertir e perto de mim, Rafael mal respirava. Ele se esticou de uma forma elegante pegando um tablet e apoiou um cotovelo sobre a mesa, enquanto digitava rapidamente com a outra mão.

—Deve ser muito ruim ser acordada as três da madrugada quando não se tem vida social – ele falou olhando o tablet – Hannah Duarte Swift, 23 anos... Minha assistente há um mês e ex-assistente do diretor financeiro. O que aconteceu? Não deu muito certo com Stuart?

 Stuart... Eu havia trabalhado quase três meses como assistente de Stuart quando entrei na RIH. Dos encontros pessoais com Parker, duas das três vezes que me sentei com ele na sala de reuniões foram como assistente pessoal de Stuart, mas não deu muito certo. Eu estava realmente pensando em sair quando surgiu a oportunidade de ser assistente de Parker quando ele estava planejando uma viagem para Houston. Como eu disse, as outras mulheres não gostavam de mim e infelizmente, Olivia era a assistente pessoal de Stuart...

 Digamos que na época fiquei feliz em ser “promovida” antes que colocasse o nariz plastificado de Olivia para dentro da cara. Foi ai que me reuni com Parker pela última vez, numa espécie de seleção onde mais quatro pessoas estavam concorrendo. Na época parecia uma boa ideia trabalhar para o deus grego... Na época.

—Não foi nada pessoal. – dei de ombros, minhas pernas estavam trêmulas e para minha sorte ele acenou para eu e Rafael nos sentarmos nas duas cadeiras a sua frente.

—Hannah, passou pela seleção que o senhor fez. Ela está com o senhor desde o dia 25 de março, mês passado, e foi a melhor contratação que podíamos ter feito – Judith falou como uma mãe orgulhosa... – Ela está cuidando do programa para as suas... Digamos... Aventuras.

 Os dois trocaram um sorriso cumplice de anos de amizade e ele voltou a atenção para o maldito tablet.

—Bom... Você tem duas graduações?

 O que ele estava querendo com isso? Mostrar que conhecia meu currículo? Apenas confirmei.

—Impressionante. Formada em Publicidade e Propaganda além de Administração. Entrou na faculdade com dezesseis anos? Isso é verdade?

—Eu era avançada para minha turma aos seis anos – respondi me sentindo novamente na minha entrevista – Se não acredita, tenho meus dados escolares.

—Não estou duvidando, é apenas interessante – ele sorriu em desafio – Como você conseguiu conciliar dois cursos de uma só vez com tanta pouca idade?

—Matérias parecidas, turnos diferentes. Esse tipo de coisa.

—Graduou em Houston, Texas. Concluiu sua pós-graduação e MBA em Marketing em Los Angeles e agora mora em Nova York... – eu já estava com raiva daquilo. Apenas arqueei uma sobrancelha o olhando sob os óculos. Eu também sei jogar esse jogo, Parker! – Temos aqui também um curso de informática avançada e software ainda muito jovem, antes da faculdade. Você é uma dotada?

—Não é a palavra certa, não chego a ser dotada, tenho um QI normal para uma pessoa inteligente o suficiente. Alguns chamam apenas de prodígio.

—Já ouvi falar nesse termo. Isso explica sua contratação tão jovem pelo menos – falou olhando no meu currículo – Mas não tem muita informação aqui, apenas graduações e antigos serviços, garçonete durante dois anos e assistente de gerente júnior em uma empresa de Publicidade por quase três anos, ambos em Houston.

 Eu sabia bem do que ele estava falando. Martin e Lewis não iam deixar minhas informações vagando por aí, meu currículo havia sido minimamente verificado várias vezes para não passar nenhuma informação demais.

—Seu curso de informática e software não é muito antigo, e explica também o modo como você conseguiu trabalhar bem com o programa de computador, fique com ele por um tempo. Acho que vou precisar, e como eu acabei de ver aqui, seu passatempo é ler de madrugada.

Eita sorrisinho que eu queria arrancar no tapa!

—Você rapaz? – Parker se virou para Rafael.

—Rafael Turner – Judith se precipitou.

—Deixe-me ver. Formado em Design Gráfico e fez alguns cursos de administração nos últimos anos, a idade é boa, 26 anos. Já trabalhou como garçom numa das empresas Rafael?

—Já, durante seis meses.

—Estagiou um tempo numa boa empresa como Designer aqui mesmo no prédio e trabalhou lá durante dois anos após o estagio. Tem boas referências apesar de ter ficado fora do mercado de trabalho da sua área por um bom tempo. Seja bem vindo a empresa, Rafael. Temos bons planos para você futuramente. Espero que aproveite a oportunidade e que esteja gostando do serviço.

 Com ele, o jumento é legal...

—Muito obrigado, senhor Parker.

—Por nada. Podemos começar, Judith?

  Certa vez, Martin colocou eu e Brian para corrermos cinco quilômetros com pesos de cinco quilos em cada perna por faltarmos a academia por três dias seguidos e outra vez ele nos colocou para lutar com os professores de Krav Manga depois de chegarmos em casa quase onze da manhã depois de uma festa de arromba no domingo, ambos numa ressaca do cão. Para mim, essas duas coisas eram torturas...

 Até eu ficar sentada, por mais de uma hora de frente para Ethan Parker, com aquelas mangas arregaçadas e dois botões aberto, que ele abriu no decorrer da nossa pequena reunião. Volta e meia ele me olhava, eu me torturava com todas minhas forças para não desviar o olhar com lembranças de suas palavras rudes, tentando alimentar a raiva que eu sentia por elas, mas não conseguia.

 O colete sob a camisa e o paletó na sua cadeira só alimentava minha imaginação fértil. Repassamos sua agenda e todos os eventos importantes que algumas Nigth teriam, informamos os problemas do site dos Scorpions que estávamos tentando resolver além da contratação de um chef de cozinha para o Gourmet 1 aqui em Nova York.

  Dentro da empresa cada filial tinha uma forma de identificação.

 As casas noturnas, as Nigth RIH, chamadas apenas de Nigth eram enumeradas de 1 a 30 e variavam de todas as formas, todas diferente uma das outras e com sete apenas aqui em Nova York. Os restaurantes, RIH Gourmet, eram chamados apenas de Gourmet de 1 a 22. Os hotéis, RIH Scorpions, chamados de Scorpions de 1 a 20. Os resorts, Resort RIH Scorpions, chamados apenas de Resort que variam apenas de 1 a 5. E os hotéis cassinos, Casino RIH, chamados apenas de Casino que variavam apenas de 1 a 3, junto com os resorts foram o que eu decorei primeiro, porque demorei muito tempo para decorar todas as 80 fontes de renda da rede.

 Eu já estava ficando inquieta com aquela situação, ele raramente dirigia a palavra para mim, mas também não tirava os olhos. Merda! Eu não deveria ter discutido com o chefe. O clima pesado no ar podia ser cortado com uma faca facilmente e até o pobre do Rafael estava sentindo isso.

 Eu tinha que admitir, ele era muito bonito. O modo como ele conversava tranquilamente, os dedos entrelaçados enquanto ele passava vez ou outra o polegar nos lábios enquanto escutava, fora o sorriso pretensioso que ele me dava vez ou outra quando me pegava olhando para ele. Ele queria se vingar da nossa pequena discussão, e estava conseguindo, porque cada movimento que ele fazia eu só conseguia pensar em uma coisa: sexo.

 Quando Judith finalmente passou a tomar a dianteira e nossa parte acabou, Stuart e Olivia entraram na sala para reunião dele. Cumprimentei meu ex-chefe e ignorei a sua assistente. Rafael e eu trocamos um olhar pensando praticamente a mesma coisa, vazar dali. Olhamos para Judith que apenas acenou e continuou falando com ele.

 Como um bom cavalheiro que era, Rafael se levantou e puxou a cadeira para mim e colocou a mão na parte inferior das minhas costas, quase beijei ele por isso, minhas pernas estavam trêmulas e aquilo serviu como um apoio, senão eu ia acabar torcendo um dos pés no salto.

 Apenas quando saímos das cadeiras que viramos o centro das atenções. O olhar de Parker foi para a mão de Rafael e depois para meu rosto que apenas acenei enquanto Rafael, mais pálido que nunca, sussurrou um “licença” me fazendo girar nos calcanhares e ser guiada por ele porta a fora.

—Jesus amado! – Rafael disse assim que a porta de metal se fechou – O que foi isso?

—Eu não sei, mas eu quero pular desse andar.

 Rafael não estranhou nem perguntou o que eu fiz em mais de quinze minutos no banheiro na hora do nosso intervalo. Mas eu tinha que usar o primo do Bolt, um vibrador em formato de batom, Lipstick, que eu levava para todos os lugares e que se passava perfeitamente por maquiagem.

 Aliviou bastante a tensão que eu sentia e para minha sorte o banheiro estava vazio e tudo que eu tive que fazer para ir até lá era colocar o vibrador no bolso da calça para “retocar a maquiagem”. As fantasias naqueles minutinhos... Foram muito sutis e assustadoras.

 O resto do dia passou mais do que rápido, não tínhamos muito que fazer nas poucas horas que restaram e apenas marcamos as reuniões e avisamos a família de Parker que ele estava de volta, a pedido dele.

 Meia hora antes do fim do expediente Roger e Maggie, irmãos de Ethan Parker vieram ao escritório. Eles não tinham os cabelos loiros escuros do irmão, ambos tinham cabelos castanhos, mas todos os três tinham os mesmos olhos azuis que variavam apenas um pouco na tonalidade.

 Maggie era alta e magra, parecia uma modelo delicada e sensual, seus cabelos escuros eram lisos e sedosos em um corte Chanel clássico. Vestia saia lápis, camisa azul Royal de botões e terninho, além de sapatos de saltos agulhas. Não parecia uma patricinha como imaginei, era séria demais para isso.

 Roger era pouco mais baixo que o irmão, mas do mesmo modo musculoso. Seu corte de cabelo era casual, suas roupas eram discretas, mas como a boa observadora, que eu era, pude ver sua arma e um distintivo muito bem escondido. Ficou todo doce com Judith enquanto Maggie já entrou na sala, não ficaram muito, apenas alguns minutos e logo foram para conversar com Dylan na área improvisada de Marketing.

—Você e Parker já conversaram antes? – Perguntou Rafael enquanto guardávamos nossas coisas – Porque a reação dele com você, foi no mínimo estranha.

—Eu também achei, já tínhamos conversado antes.

 Eu já tinha me reunido com Parker, mas não me surpreendo que ele não me reconheceu hoje. Nos primeiros dias eu era a única idiota que se vestia formalmente aqui, com terninho e coque assim como devia se vestir uma administradora ou secretária comum. Usar roupas menos formais eu só passei a usar quando sai pela primeira vez com Judith e ela me contou que não precisávamos nos vestir formalmente como certa assistente tinha me orientado, a exigência era vir bem vestido. Pelo menos para Parker.

 Na época que nos vimos eu estava tão desesperada para ser aceita nesse maldito emprego que se me vissem acreditava que eu tinha uns vinte e sete anos, tudo tentando ser madura para me encaixar nesse serviço onde eu era a mais jovem. Todos os contratados aqui tinham mais de 25 anos, assim como flexibilidade de horário e disposição para viagem, o que nenhum dos dois casos eu não me encaixava.

 Não respondi muita coisa a Rafael. Na verdade, os efeitos do orgasmo causado pelo vibrador estavam voltando e tudo que eu queria era descarregar toda essa tensão e tesão na academia.

—Vamos passar na cantina para tomarmos um café e um chá enquanto os elevadores ficam mais vazios? – Convidou Rafael assim que terminamos.

 Desistimos assim que chegamos as máquinas de guloseimas, compramos cada um uma coca e dividimos um pacote de Doritos. Conversamos mais um pouco sobre o fim de semana enquanto dividíamos o Doritos avidamente.

—...Para você também...

 Eu nem precisei me virar para reconhecer a voz atrás de nós quando eu a escutei cumprimentando Ivy.

 A voz rouca, firme e sexy de Parker me fez ficar arrepiada por inteiro e a careta que Rafael me fez perceber que ele também estava assustado com o patrão mesmo depois de ser tratado tão bem, ao contrario de mim, é claro.

 As duas mulheres do nosso lado se viraram quase num balé sincronizado para falar com ele enquanto eu continuava de costas. Assim que o elevador abriu as portas eu e Rafael, imitamos o passo delas na hora de entrar e nos encolhemos num canto, o que nos fez rir. Tinha sido um movimento de quatro passos e estávamos dentro nos virando ao mesmo tempo.

 Mas isso não foi o suficiente.

 O olhar Parker se prendeu ao meu e ele caminhou confiante conversando com uma das bailarinas sincronizadas, o elevador era espaçoso, mas o filho da mãe ficou ao meu lado, quase me espremendo entre ele e Rafael enquanto o restante das pessoas entravam.

—Sr. Parker – Cumprimentou Rafael.

—Rafael.

 Talvez essa fosse a intenção do idiota, me fazer sentir como uma anã entre dois gigantes. Parker era muito alto e Rafael não perdia no quesito altura, era uns bons quinze centímetros mais alto do que eu, o que me fez sentir ridiculamente baixa.

—Não tem graça – Falei dando uma cotovelada nas costelas de Rafael ao meu lado.

—Desculpa – Ele falou segurando o riso e me oferecendo mais Doritos.

 O elevador, que por ser os últimos dois andares e pertencia apenas a nossa empresa, o que era uma vantagem de Parker por ser da família dele, encheu e finalmente começamos a descer.

 Senti-me uma anã, uma sardinha enlatada além de excitada pelo homem a minha esquerda. O cheiro dele era maravilhoso, a pose dele descolada encostado na parede do elevador como se fosse um qualquer e não dono da empresa onde todos ali dentro trabalhavam.

 Ele conversava normalmente com os outros, não era autoritário e muito menos grosso, mas sabia o que falar e o que fazer no momento certo o que intimidava e fazia com que todos ali o admirassem. A fama dele pendia para três lados, todos ali sabiam que ele era um galinha é que inclusive tinha comido umas quatro mulheres só do escritório. Todos ali sabiam que ele era um cara sério e sem rodeios, era direito e um gênio e que todo mundo o respeitava, afinal o cara era um playboy milionário extremamente brilhante.

 E todos ali sabiam que apesar de tudo isso ele conseguia ser normal, como simplesmente engatar uma conversa de beisebol como fazia naquele momento, bom essa parte eu não sabia, mas os outros pareciam saber por que mesmo intimidados pela presença dele, conversavam sobre um assunto nada haver com a empresa. Tudo que eu sabia é que alguns ali dentro eram amigos dele, como Judith, por exemplo.

—Seu celular está vibrando – avisou Parker me assustando – No seu bolso.

 Arregalei os olhos e bati a mão no bolso traseiro do jeans ao lado dele, ele estava certo, meu celular vibrava perto do quadril dele e tive que me virar um pouquinho de lado para pegar sem tocar nele, o que na verdade eu tinha muita vontade de fazer naquele momento.

 Na tela, a foto minha e de Brian apareceu, havíamos tirado dois meses atrás e estávamos deitados no gramado do Central Park. Meu cabelo estava solto e parecia uma mancha negra no verde, estávamos cada um para um lado, mas com as cabeças próximas uma da outra. Eu lembrava bem daquele momento, foi um dos poucos momentos que me senti bem depois do acidente, e eu me sentia bem porque Brian estava bem.

 Naquele momento, Brian comparava a nuvem com o cabelo de uma mulher, a mão dele estava apontada para cima e eu gargalhava ao ver que ele realmente tinha razão. Martin que capturou aquela foto e quando chegamos em casa naquele dia já estava no meu e-mail e no de Brian com a mensagem “ é assim que seus pais queriam ver vocês”. Foi naquele momento que parei de sentir ódio de Martin por nos trazer para longe de onde queríamos ir, apesar de ainda ter raiva dele de vez enquanto, ele se importava com nós.

—Obrigado.

Agradeci Parker e vi que ele olhava para o mesmo que eu, a foto na tela do meu celular.

—Já estou no elevador, Brian – falei assim que deslizei o dedo na tela.

—Estamos te esperando há horas! – ele exagerou – Quanto mais cedo irmos, mais cedo terminamos.

—Não precisava ligar, daqui a pouco estou ali. Preciso passar em casa...

—Já passamos, saí mais cedo depois de querer matar um dos advogados do meu avô, nada demais – Brian soou irônico, ele podia querer mostrar que estava bem, mas eu sabia que não – Peguei sua mochila, e sua roupa que deixou preparada, acho que não esqueci nada, era só o que estava na cômoda mesmo?

—Que gracinha! Sabe que eu te amo por isso, não sabe?

—Eu tenho que me esforçar, eu já tentei fazer Martin burlar a academia hoje, mas adivinha?

—Ele não deixou, tudo bem. Uma hora não faz mal.

—Você fala isso porque é quase tão viciada quanto ele.

—Brian... – falei um pouco resistente – Está tudo realmente bem?

Ele ficou em silêncio por alguns instantes.

—Está sim, eu só preciso de você.

—E você já me tem – falei com meu coração apertado. Ele estava sobrecarregado e eu não podia fazer nada – Vai ficar tudo bem Brian. Acho que vamos poder unir o útil ao agradável hoje.

—Já confirmei com Charles. Ele de todo jeito vai estar na academia e vai adiantar as coisas antes de irmos. Te amo... E valeu...

—Também te amo. Eu sirvo para isso baby, te vejo daqui a pouco.

 Desliguei o telefone, Brian realmente estava ansioso e não muito feliz. Ele realmente queria ir ao bar e apesar de ser bom, era ruim também porque significava que ele queria medidas estremas para aliviar sua tensão... Igual a mim.

 Guardei o celular na bolsa dessa vez e quando levantei o olhar, vi os olhos de Parker ainda me encarando. Devia ser errado olhar os outros assim, não devia? Ele parecia acima de tudo curioso, com um olhar estranho no rosto e não sorria, nem de deboche, nem de nada. Eu queria desviar os olhos dele, mas não consegui, ouvi a porta abrir, só que mesmo assim ainda não conseguia tirar os olhos dele.

—Hannah, vamos – Chamou Rafael.

—Claro.

 O botão do elevador estava ainda para ir para a garagem no subsolo. Apenas acenei para o Sr. Parker enquanto Rafael falou o nome dele em despedida e seguimos pelo saguão lotado que se esvaziava, dei apenas mais uma olhada para trás e lá estava de novo o sorriso no rosto de Parker enquanto as portas se fechavam e ele ia para o subsolo.

 Assim que passamos pelas portas giratórias o movimento de Manhattan tomou conta de nós. Parecia que vivíamos num lugar isolado lá dentro, e sair e sentir o barulho incessante, o cheiro de pneu queimado, fumaça e a gasolina nunca foram tão confortantes depois de sentir o aroma másculo de Ethan Parker que parecia loção, menta e... Parker. Era como um cheiro único.

 Despedi de Rafael que conseguiu um taxi e segui para o Mercedes Guardian estacionado um pouco mais na frente. Deslizei para o banco ainda um pouco atordoada assim que Martin abriu a porta, apenas dando um beijo na bochecha de Brian que falava ao telefone com uma “colega de trabalho” dele. Minhas suspeitas eram que ele realmente gostava dessa colega, mas não falei nada.

 O treino foi agitado e passou rápido já que Martin pegou pesado. Foi apenas uma hora de treino, uma a menos do que a que fazíamos já que tínhamos entrado em acordo. Minha concentração estava uma verdadeira merda, eu só conseguia pensar no maldito Parker deixando meu mau humor elevado ao quadrado.

 Seu terno, sua voz, seu cheiro... O modo como ele me deixou excitada e irritada ao mesmo tempo. Tomei um banho gelado no vestiário colocando a mesma roupa que usei no serviço e descemos para encontrar Charles na lanchonete conversando com alguns funcionários.

—Vocês estão péssimos! Semana ruim? – Perguntou Charles me dando um beijo na testa.

—Década ruim.

—Você vai com a gente de carro? – perguntou Brian.

—Vou, deixei o carro na garagem, bebida e direção não combinam e pelo jeito, estamos todos precisando. Onde está Martin?

—Foi pegar o carro – dei de ombros – Vamos, preciso de álcool e preciso agora.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, essa bebedeira vai dar o que falar. Qualquer pergunta ou duvida podem deixar nos comentários. Eu peço que comentem para mim saber o que estão achando e se devo continuar postando porque odeio ficar no escuro e me ajuda muito a criar. Beijos e até a próxima ;)

Spoiler:

"—É Senhorita Swift para você – respondi rapidamente. Mais gente, não é que eu estava ficando corajosa?! Estava na hora de ligar para agente Lewis e falar umas poucas e boas também – olha senhor Parker, se o senhor quiser comer essa felizarda, leve ela para o banheiro e dê uma rapidinha, é muito mais prático e rápido. Pra que hotel? Na Verdade, faça isso com todas as outras ou se não, grave os números de uma lista de hotéis e se não quiser dar a rapidinha no banheiro, ligue o senhor mesmo. Então, hasta la vista baby. E só pra saber é o Exterminador do Futuro 2."


Ps: Comentem fantasminhas ;)


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