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História Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 7


Escrita por: Jess_Monteiro

Notas do Autor


Completamos a proposta (finjam que coloquei palminhas pq tô no notebook kkk)
Foram onze comentários e eu fico tão feliz com isso meu povo, eu fico euforica a cada notificação como uma besta quando posto um capítulo. Sim, a proposta vai continuar e conforme formos passando vocês novatos vão vendo que os capítulos passam a chegar mais rápido. Ela vai continuar em 10 PESSOAS que irei ver lá nos comentários, quando atingi os 10 eu posto em 24 horas, as vezes passa uma ou duas horinhas, porque depende do meu serviço que não tem hora real de trabalho e minha faculdade.
Bom espero que gostem do capítulo meu povo, e perdoem os erros.

Ps: Capa é a família de Ethan, incluindo o padrasto :)
Boa Leitura :)

Capítulo 7 - Capítulo 7


Fanfic / Fanfiction Secrets - Os Encantos do Escorpião - Capítulo 7

Ethan Parker

  97... 98... 99... 100...

—Ô androide, está querendo afundar a cara no chão? – falou a voz de irritante de Jack – Mãeee, Ethan vai manchar seu carpete novo de suor.

—Jack, deixa seu irmão em paz – Respondeu mamãe da cozinha.

 Parei de fazer as flexões e enxuguei o rosto um pouco ofegante. Meu corpo inteiro estava tenso com a noite anterior, foi apenas sairmos do banheiro que Hannah se distanciou como se nada tivesse acontecido e por mais que essa fosse a reação que eu esperava das mulheres depois de transarmos, a dela me incomodou, principalmente quando rosas vermelhas chegaram na minha casa com a mesma frase que eu enviava para as outras mulheres.

Ninguém podia negar que ela tinha um senso de humor negro.

—Você está chateado – Jack falou estourando uma grande bola de chiclete – quando você quase se mata assim é porque alguma coisa te irritou. E como eu não te vi ontem, não sou eu.

 Reverei os olhos para meu irmão mais novo. Mesmo morando sozinho em Manhattan desde quando voltei do exercito, nunca consegui ficar muito tempo longe de casa e da minha família, principalmente nos almoços de domingo, como era o caso hoje. Minha mãe era doce, o tipo de mulher que amava incondicionalmente seus filhos e achava que eles nunca cresciam, era a única mulher no mundo que tinha algum poder sobre mim.

—Não respondeu minha pergunta – Jack estourou outra bola de chiclete – você está chateado, não está?

—Por que não vai encher o saco de Roger?

 Levantei do chão e vesti minha camisa.

—Ele me mandou vim encher o seu, porque está de ressaca – Jack deu de ombros – fora que mamãe proibiu meu videogame hoje, convence ela a me deixar jogar que eu te deixo em paz.

—O que você fez dessa vez?

—Eu não fiz nada, porque vocês sempre acham que eu fiz alguma coisa? Que Merda, Ethan.

—Ou esquentadinho, não estou te acusando de nada – falei encarando meu irmão de dezesseis anos – Mas algum motivo ela tem para te proibir de jogar.

 Chutando o vento, ele subiu as escadas mostrando o dedo do meio por cima do ombro. É sério, eu não era assim não quando tinha a idade dele. Estranho! O menino parecia mais do que revoltado.

—Ele já sumiu? – Roger perguntou se esgueirando na sala de estar.

—Ele acabou de subir todo esquentadinho lá para cima – respondi me sentando no chão da sala – Você está melhor?

 Roger fechou um olho fazendo uma careta e se esticou mais no sofá da sala de estar.

—Como você consegue beber tanto e não ficar bêbado? Pelo amor de Deus, eu estou um trapo e isso porque você não viu Maggie.

—Costume – dei de ombros – Conseguiu achar alguma coisa do que eu te pedi?

 Eu não estava a fim de ser muito sutil, ir direto ao ponto era o melhor a fazer e a noite anterior estava me matando.

—Mais ou menos, será que podemos conversar no escritório da mamãe?

—Eu vou só tomar um banho – me levantei – daqui quinze minutos eu desço.

 Ele apenas gemeu em confirmação se afundando ainda mais no sofá e cobrindo o rosto com uma almofada enquanto subi para o meu quarto no andar superior. Não demorei muito, minha mãe deixava todos os quartos intocáveis mesmo nós três tendo saído de casa há eras. Para ela não importava eu ser um CEO, Maggie advogada ou Roger um agente federal, ela ainda sim mantinha as coisas do mesmo jeito com o passar do tempo.

...

 —O que você descobriu que não podia ser falado na sala? – perguntei a Roger me jogando na cadeira de frente para o computador, no escritório pessoal da nossa mãe – Alguma coisa muito grave?

—Você comeu ela ontem, não comeu?

—Não sei do que você está falando – menti colocando uma dose de uísque para nós dois.

 Álcool para curar ressaca, melhor remédio.

—Mas você está a fim da sua assistente, ela é importante para nossos amigos e não é para o seu bico, Ethan – encarei meu irmão com uma sobrancelha erguida e ele revirou os olhos – Não estou falando isso porque quero comer ela.

—Tem certeza?

—Tá, eu queria comer ela, a população masculina queria comer ela ontem, só Charles e Ed não, provavelmente. Não estou te julgando por isso e saquei ontem que ela é um caso perdido e olha que eu tentei – ele se corrigiu desconfortável – Só quero dizer... Toma cuidado com ela, ela não é qualquer uma.

Com certeza ela não era, e isso era uma merda.

—Conseguiu achar alguma coisa sobre ela? – Perguntei.

 Eu havia procurado sobre ela no programa de computador, mas nada muito especifico e havia pedido para Roger tentar colher alguma informação no banco de dados que ele tinha acesso por trabalhar para o FBI.

—Muita pouca coisa. O que eu pude descobrir no momento eu lhe mandei, e pesquisei sobre o amigo dela também. Acho melhor você ver, não é exatamente o que você quer saber, mas já posso adiantar que a garota é inacessível, sem históricos, sem nada... Eu só consegui o endereço da casa dela, que é no mínimo curioso, e de onde ela malha e trabalha porque ela está na lista de prioridade da polícia.

—Como assim prioridade? Ela não parece uma criminosa.

—E não é. Ela é prioridade porque se receberem um chamado dela ou do companheiro, eles tem que dar prioridade, questão de segurança. A polícia local faz rota perto da academia enquanto eles estão lá, para você ter ideia.

—Você conseguiu muita coisa – tamborilei os dedos na mesa me inclinando um pouco para frente – Tudo que eu sei é que ela morou e estudou em Houston durante um tempo.

—Isso também é o que eu sei e peguei usando os dados do Rh da sua empresa que é o único lugar onde temos essas informações, como eu disse sem histórico, sem nada, não tenho o código para desbloquear e seguir adiante nos dados dela – como se adivinhasse que eu falaria “Julius” ele já me interrompeu – Nem adianta, eu falei com ele antes de irmos ontem para a boate e ele ficou todo tenso quando toquei nesse assunto. Falou que se não achamos as respostas nos meios que temos, não era da nossa conta.

—Está no meu e-mail as informações que você pegou?

 Ele acenou e eu liguei o computador da mamãe.

—Por que não me falou sobre isso ontem mesmo?

—Você já transou com ela, Ethan? Fale a verdade, não minta para seu irmão – não respondi – Caramba, seu sortudo de merda. Eu sabia que vocês tinham transado, ficaram um bom tempo sumidos seus tarados.

—Eu te fiz uma pergunta, Roger.

—Espera. Se você já fez seus joguinhos de sexo casual com ela, por que quer saber ainda detalhes dela? Já aconteceu mesmo. A não ser... – não olhei para ele, apenas digitei meu e-mail ignorando-o – A não ser que você esteja a fim de fazer de novo. Ela é tão boa assim? Caramba, Charles ia rachar de rir se soubesse que você quer repetir a dose com uma mulher, ainda mais tão nova.

—Será que a gente pode ir logo para os finalmente, a mamãe agorinha vem chamar a gente para almoçar e tudo que eu mais quero é voltar para casa e dormir o resto da tarde. Eu trabalho, se você não se lembra.

—Ok, ok pedófilo. Eu resolvi seguir o conselho de Julius e deixar isso para lá, por isso apenas mandei o que eu tinha. Só que tudo mudou quando vocês chegaram a festa e eu vi Martin Thomas.

 Desviei a atenção da tela para ele, afastando um pouco a cadeira.

—Quem é esse? – perguntei.

—O segurança de Brian e Hannah. Um cara alto de cabelos grisalhos e tatuagens nos braços que ficou o tempo todo sentado no bar, você o viu?

—Vi, sei de quem você está falando. Eles não foram para a boate de limusine com a gente, foram de carro com o tatuado e outro mais jovem, reparei que ele ficou sentado num dos bares. Talvez ele é apenas algum motorista contratado ou parente deles.

—Falei com Ed quando ele estava bêbado, o cara das tatuagens não é um contratado de uma noite ou algo assim. Ele é realmente o guarda costas dos dois, leva eles para todos os lugares e fica os vigiando quando saem de casa e não estão em seus serviços. Eu achei muito estranho porque Ed me contou que quando ele vai a academia, os dois nunca treinam sozinhos ou com um personal de Charles, é o próprio segurança que treina eles o tempo todo. Charles não abre o bico para falar nada sobre eles, Ed não sabe muito também, e só me contou porque estava tonto.

 Ok, isso foi estranho. Tentei me lembrar do homem que vi na madrugada, ele era discreto, mas sempre olhando ao redor, intimidante e desconfiado parecia realmente um segurança, se camuflava bem demais para que fosse percebido caso alguém não o conhecesse ou soubesse com quem ele estava.

—Porque você só mudou de ideia quando viu ele, você o conhece?

—Martin Thomas é uma lenda viva, 10 anos de FBI e 15 anos como agente especial da CIA. Para ter ideia, as pré aulas para entrar no FBI falam sobre as missões que esse cara já enfrentou – Roger falou animado – Eu não achei que tinha importância antes, e aceitei o conselho de Julius, mas saber que Martin Thomas está de olho nesses dois despertou minha curiosidade. O que eu descobrir agora para frente meu irmão, acho que não posso te contar. Mas que isso me deixou puto curioso sobre ela, isso deixou.

 Apenas concordei ainda mais intrigado. Para que ela precisava de um segurança tão bom quanto esse tal de Martin Thomas? Abri alguns e-mails da empresa apenas para dar uma olhada rápida, ignorei a metade indo direto para o de Roger, que se esticou no sofá do escritório que minha mãe usava para trabalhar em casa na maioria das vezes. Ela e Julius comandavam a Indústrias Scorpions desde quando se casaram e meu avô materno faleceu.

 Roger estava falando sério, não tinha muitas informações sobre ela. As primeiras informações eram as acadêmicas dela que eu já conhecia, e não deixava de ficar impressionado, havia sido tirado do currículo mesmo. O segundo era sobre a academia que ela frequentava todos os dias da semana, das seis as oito, era a academia de Charles que ficava apenas duas quadras da minha cobertura e que eu também frequentava.

 No currículo dela não havia endereço fixo, mas nas informações de Roger sim.

—Ela mora num edifício na Quinta Avenida?

 Meu irmão que estava esparramado, apenas levantou o polegar. Eu finalmente estava entendendo o que Charles quis falar com ela não querer meu dinheiro. Fiz uma busca rápida na internet sobre o prédio que ela morava, era um dos das Indústrias Scorpions assim como o que funcionava a sede da minha empresa. Não havia um contrato de aluguel e não fornecia o nome do novo dono, era protegido, e fiz um lembrete de ligar para um amigo e descobrir alguns detalhes dessa compra.

 Roger havia conseguido também a conta bancária dela e do amigo dela e isso sim realmente me impressionou em gênero, número e grau. Ela tinha conta no mesmo banco que a minha família, um dos melhores e mais confiáveis...

—Como foi que você descobriu o valor da conta dela? –perguntei afastando a cadeira da mesa.

—Um amigo de um amigo é dono do banco, viu o valor que tem aí? Tem uma conta conjunta dos dois, mas apenas separados a fortuna deles são impressionante – Roger se endireitou – Pelo que sei os avos maternos dela eram brasileiros e se mudaram para o Texas muito cedo, eles se tornaram reis do gado por lá, a fortuna dela é maior do que a de Carter, e mesmo assim a dele é impressionante.

—E os pais deles? Se for alguma herança deveria passar pelos pais primeiro, não é?

—Eu não sei, não consegui achar nada sobre eles, mas acho que já morreram. Não encontrei nenhuma conta em relação a eles no banco, para falar a verdade não consta o nome deles no banco, nem na rede de dados do seu Rh.

—Então eles não têm pais, mas deveriam, não acha? Tem informação dos avos e não dos pais. Eles não são filhos de chocadeira, não são irmãos de sangue, não acha estranho nenhum dos dois terem pais?

—Sim, eu acho. Aconteceu alguma coisa no intervalo de tempo entre Houston e Los Angeles, antes disso parecia tudo normal, ambos inteligentes demais, a garota mais ainda entrando na faculdade com apenas dezesseis anos e é um super gênia com computadores, ganhou competições em na Universidade de Houston e esse nem é o curso que ela é formada. E Brian não fica atrás, se o que eles disseram ontem for verdade e eu tenho certeza que é por causa da conta conjunta que eles têm, o cara contava cartas em Las Vegas com dezessete anos. Eles não são comuns, são habilidosos demais para passarem despercebidos.

 Nada fazia sentido. A conta conjunta dos dois era o suficiente para deixa-los bem de vida durante algum tempo, mas as contas separadas de cada um eram incríveis. Hannah compraria metade da minha empresa de boa e ainda sim ficaria folgada antes de receber o lucro, e se ela tinha tudo aquilo, porque ser apenas uma assistente quando podia na verdade montar qualquer tipo de empresa?

 Passei a mão nervoso pelo cabelo, aquela menina estava me deixando maluco. Eu só conseguia pensar naquela filha da mãe e apesar de ter gozado e tido uma transa incrível durante a madrugada, tinha batido uma só me lembrando de tudo que aconteceu naquele maldito banheiro.

 O almoço passou voando, Charles e Ed se juntaram a nós bem na hora como sempre faziam. Não tocaram no assunto de Hannah, apenas mencionaram Brian uma vez para Maggie que estava ainda mais animadinha com seu “amigo”.

 Eu não toquei mais no assunto de Hannah nem mesmo com Roger que já estava desconfiado de todo esse meu interesse depois de ter conseguido o que eu queria. Não sai no domingo apenas trabalhei até tarde em casa em alguns documentos que estavam mais do que atrasados e a expansão de um novo resort no Caribe, eu estava interessado em quatro resorts por lá e com a intensão de comprar dois deles por causa das altas temporadas que preenchiam quase o ano inteiro.

 Bruce, meu cão e único companheiro na cobertura, parecia captar meu estado de espirito.

 Dificilmente eu recusava um convite para sair de Dylan, mas naquele domingo eu recusei. Na segunda eu estava acordado muito mais cedo do que o normal encarando o teto depois de bater pelo menos duas punhetas lembrando da “rapidinha no banheiro”.

 Aquela garota estava acabando comigo.

 Hannah estava me fazendo quebrar todas minhas regras, tirando-me da zona de conforto e a noite não consegui parar de pensar naquele olhar cinzento e misterioso principalmente quando ele ganhava um tom mais escuro. Não aguentando mais ficar na cama me levantei pouco antes de sete horas para manhã, minha empregada nem tinha chegado ainda e apenas a governanta, Abigail, estava na cozinha.

 A cobertura na Upper West Side era grande o suficiente para uma família como a minha morar, mas apenas eu residia ali com meu cachorro Bull Terrier. Era um prédio extremamente caro, mas valia a pena pela liberdade para cães, proximidade com as outras regiões de Manhattan e conforto, acima de tudo conforto.

 Com os milhões que eu havia conseguido depois de trabalhar duro e investir cada vez mais na coisa certa e na rede que eu havia criado, de certa forma me tornaram um homem público, com alguns cuidados para tomar. Ryan estava comigo desde a época que sai do exercito e resolvi multiplicar a fortuna deixada pelo meu pai, era um homem tão sério quanto a esposa, Abigail.

 Ele comandava toda segurança que eu precisava de forma que eu não precisasse ficar muito incomodado em simplesmente sair de carro sozinho para ir a casa da minha família, ele tinha os meios dele de me manter seguro e eu gostava disso.

 A manhã em Manhattan era infernal de todas as formas, carros atolados no trânsito, pessoas conversando ao telefone ou apressadas demais, vendedores ambulantes vendendo seus produtos aos berros, fumaça e sempre uma nova obra ou construção para fazer perder a paciência, mas não a de Ryan.

 Quando Ryan abriu a porta do Suv e assim que desci, eu a vi...

 Hannah estava a alguns carros de distância, Martin Thomas estava vestido como todo e qualquer bom motorista e ela saiu do carro ajeitando o jeans comportado e a camisa preta de botões que me deixou imediatamente de pau duro principalmente por causa dos saltos da festa que ela usava para dar ainda mais casualidade ao seu look.

 Eu precisava estar dentro daquela mulher mais uma vez. Minha mente mandou os alertas de sempre e eu os ignorava, apenas mais uma vez... Mais uma vez e toda essa tensão e tesão vão diminuir.

 Talvez, só talvez, você esteja assim porque não aproveitaram o suficiente no banheiro da boate.

 Ela se abaixou mandando um beijo soprado para dentro do carro antes de Martin fechar a porta e saiu rebolando ao entrar no prédio. Ela não parecia perceber, mas todos os olhares masculinos pareciam se concentrar nela naquele momento. Os homens, e até mesmo as mulheres, olhavam para ela.

 Eu recebia os mesmo olhares, não era falso modesto e sabia o efeito que causava nas pessoas. Mas ver o modo como o segurança abriu a porta do prédio para ela entrar virando a cabeça para vê-la seguir até o elevador e depois ajeitar as calças me deixou um tiquinho estressado, o suficiente para...

 Para nada Ethan!

Meu Deus! Eu precisava parar com isso.

 Parei a alguns metros de distância dela, que parecia alheia a minha presença na porta do elevador. Assim que as portas abriram ela entrou mascando um chiclete e se assustou ao me ver entrando e parando ao seu lado.

—Hannah.

—Senhor Parker.

 O que aconteceu com Ethan? Agora eu tinha voltado a ser Parker, ótimo... Eu realmente não devia me sentir assim, devia estar feliz que ela estava seguindo a vida dela como todas as outras mulheres faziam, devia estar feliz por ela não ficar no meu pé ou não ficar me olhando cheia de expectativas por trabalhar na mesma empresa que eu. Eu não devia um monte de coisa, mas naquele momento alguma coisa dentro de mim se incomodou por ela me tratar assim.

Você queria ela te chamando de Ethan como nos gemido do banheiro, seu tarado!

 Será que era assim que as mulheres se sentiam quando esbarravam comigo e eu as tratava normalmente? Será que elas se sentiam usadas, como eu me sentia usado naquele momento?

 Um pau ambulante. Eu era apenas um pau ambulante.

 Todo o meu corpo estava ciente da presença dela ao meu lado, o corpo reto, uma mão escorada na barra de apoio e o salto batendo no chão como se quisesse que o elevador subisse logo para se livrar de alguma inconveniência, que pelo visto era eu.

 Olhei para as portas do elevador fechando minha postura e tentando, ficar neutro a presença dela tão próxima num elevador lotado. Ela era vários centímetros mais baixa do que eu, e mesmo assim eu me sentia completamente indefeso por essa garota que hoje usava os cabelos soltos caindo em cascatas sobre suas costas e cintura.

Céus!

 Quando as portas abriram no último andar ela saiu na minha frente como se fosse para mostrar o que eu já tinha aproveitado antes e que agora não podia mais pegar. E era aquela sensação que tive ao vê-la sair.

 Aquela semana foi infernal, com saída de Mirtes ela se tornou a minha assistente principal tendo que trabalhar mais perto de mim, ir as reuniões e resolver alguns assuntos pessoais. Antes, ela era a assistente encarregada dos assuntos que chegavam até Judith antes de virem para mim, tendo apenas as ligações e serviços extras com o programa deixando seu contato quase mínimo se não fosse por telefone.

 Agora não, ela estava mais por perto. Ok, eu deveria ter pensado nisso antes de ter ido com ela até o banheiro da boate e ter transado com a garota, o clima entre nós não era nada bom.

 Fora da empresa, nos evitávamos. Não saiamos juntos, e de certa forma acabamos dividindo nossos amigos nas horas do almoço ou nos bares. Parecia algo distante, eles não perceberam, mas naquela semana que se passou deixávamos o contato o mínimo possível e quando nos encontramos na sexta após o trabalho no Caverna com a turma toda, mal nos cumprimentamos.

 O fim de semana foi trucidante, minha concentração foi uma merda e o modo como ela me tratava como se nada tivesse acontecido no fim de semana anterior estava acabando comigo. Eu precisava continuar com aquilo, precisa sentir aquelas sensações que senti com ela e que quando eu fiz sexo casual com uma mulher que conheci num evento de caridade no sábado não consegui sentir.

A situação estava tão desesperadora, que o ponto alto da noite foi quando liguei para Hannah reservar uma suíte no hotel para ver se ela deixava alguma pista que estava incomodada, mas não. Ela apenas me passou as informações e se despediu.

 A mulher era meu tipo preferido, tinha vinte e nove anos, alta, olhos claros, cabelos loiros e longos além de ser modelo fotográfica, mas alguma coisa estava errada. O modo como ela caiu fácil na minha caçada, a casualidade do hotel, a monotonia de toda a sensação não foi o que eu gostava, ou que achava gostar.

 A segunda chegou infernal e eu estava mais mal humorado do que nunca após a frustação do final de semana. Para piorar Hannah apareceu ainda mais fodidamente sexy no trabalho oito dias após transarmos no domingo de madrugada. Ela estava com uma blusa de alças de oncinha e uma saia de couro preta colada ao corpo e que ia cinco dedos acima dos joelhos.

 Além dos saltos... Ela só podia estar querendo me provocar porque aqueles saltos deveriam ser usados apenas para foder, eram de um vermelho quente e sexy que me deixaram de pau duro assim que ela entrou na sala de reuniões para tomar notas atraindo todas as atenções sem nem ao menos se importar.

 Não arrisquei olhar para ela enquanto falava e quando Stuart tomou conta da reunião, eu não tinha mais concentração, não quando eu tinha quase certeza que ela usava cinta liga com aquelas meias. O que eu não daria para descobrir isso...

 Já eram duas horas da tarde na tarde daquela segunda-feira quando ela veio até mim com Rafael pela última vez no dia para anotar as pautas da reunião que teríamos na quarta. E foi assim que tive certeza que ela usava ligas por baixo da saia e perdi o resto da boa vontade que tinha quando ela cruzou as pernas.

 Tive vontade de manda-la ficar para conversarmos sozinhos, o que eu não podia fazer. Ainda mais quando ela estava toda profissional para cima de mim, me chamando de Parker a todo momento. A cada vez que ela me chamava assim eu me sentia decepcionado, era como se a apenas eu tivesse maluco para ter uma próxima vez, como se apenas eu parecesse um cachorro no cio, o que realmente estava parecendo mesmo.

Outra vez... As palavras ecoaram pela minha cabeça.

Outra vez...

 Essa era a chave para esquecer tudo isso que estava pensando, meu corpo queria apenas mais outra vez com a fascinante Hannah Duarte Swift para todo o resto voltasse a funcionar. Para eu simplesmente voltar a pensar o que fazer.

—Judith, venha até minha sala – Falei ao ligar na mesa dela.

 Menos de dois minutos depois, Judith entrou pela minha sala de forma eficiente e rápida como sempre.

—Eu preciso de um balanço completo de toda a contabilidade escrita da Nigth Original, quero a do arquivo, pode pedir para Hannah organizar tudo para mim?

—Claro, posso pedir Rafael para ajuda-la andar mais rápido...

—Não, peça para o Turner organizar os documentos enviados pela empresa terceirizada de marketing – a interrompi– Quero isso o mais rápido possível também.

—Certo – ela anotou no bloquinho de papel – Quer que eu peça para eles fazerem isso agora? Assim eles podem ir embora mais cedo e pularem o intervalo.

Quase sorri de satisfação com isso.

—Tanto faz – fingi dar de ombros – Se alguém me ligar anote o recado ou avise que retornarei daqui algum tempo.

 Ela saiu e eu não fechei o metal da porta, vi quando ela foi até a sala de Hannah e Rafael, de onde eu estava podia ver um pedaço da mesa dela e a outra sala também. Ela fez uma cara de tédio quando se levantou e saiu andando com Judith.

 Fiquei tentando me convencer de não ir lá, só que não consegui. Meia hora depois dela, como o fraco que era, me levantei e fui até ela.

 Tudo que eu queria naquele momento era resolver minha situação.

 Algumas salas estavam vazias para o intervalo de quinze minutos que eles revezavam. Segui em direção ao corredor dos banheiros escutando o barulho de vozes na cozinha e caminhei até a porta de frente para o corredor entre o armário de vassouras e sala de xerox.

 A porta estava entreaberta e a luz ligada, aproximando mais escutei um barulho lá dentro. Ela cantava a música que dançamos na noite da boate “Echo”, abri a porta um pouco e a vi de costas, próximo a um dos armários com uma gaveta aberta. Tranquei a porta atrás de mim e fiquei observando-a.

 Ela estava com fones de ouvido e cantava um pouco alto de uma forma engraçada. Devo ter durante uns três minutos daquele jeito, quando ela errava a letra inventava outra parte ou sacudia a cabeça dizendo “merda” voltando a cantar de novo. Os pés dela nos saltos vermelhos estavam firmes no chão, mas eu observei a mania que ela tinha que coçar o tornozelo usando a ponta do outro salto o cruzando para trás.

 Os cabelos estavam soltos e caídos nas costas indo para baixo da cintura numa cortina escura e sedosa.

Céus! Eu já estava com o pau duro de olhar para ela assim.

—Hãhã – Arranhei a garganta alto próxima ao seu corpo.

 Ela se virou de uma vez e se assustou nos saltos, me fazendo segura-la pela cintura, com os olhos arregalados e arrancando os fones de ouvido. Ela estava de óculos, ninguém devia ficar quente usando óculos, só que aquela maldita garota ficava.

—Jesus! Você me assustou senhor Parker.

 Um sorriso se formou nos meus lábios e contra a minha vontade, soltei-a para ficar firme sozinha.

—O senhor precisa de alguma coisa? – Ela perguntou me fitando com seus olhos cinzentos.

Sim você.

 —Não, eu só vim ver se adiantou algum documento – menti, eu tinha toda aquela papelada no escritório da minha casa. Isso ninguém precisava saber – Você canta muito mal, Hannah.

—Esse com certeza não é um dos meus talentos – Ela sorriu dando um passo para trás, afastando-se.

Dei outro na sua direção.

—Mas dançar é.

 Ela engoliu em seco e deu outro passo para trás sem desviar os olhos dos meus, e eu a segui.

—O que você quer, Parker? – ela perguntou cruzando os braços e encostando na gaveta de metal que fez um barulho com o choque do seu corpo – Esta me deixando nervosa.

—Estou te deixando excitada?

 Novamente ela engoliu, e eu segui o movimento da sua garganta. Pressionando meu corpo contra o dela, fechei a gaveta usando sua bunda e a pressionei no armário frio espalmando uma mão de cada lado da sua cabeça.

—Bom, agora você me deixou excitada – ela falou rapidamente – Eu preciso trabalhar senhor Parker.

—Dá pra parar de me chamar assim? –perguntei já com raiva – O que está acontecendo Hannah? Por que você está me tratando assim?

 Ela juntou fechou a cara confusa.

—Assim como? Estou te tratando como sempre trato aqui na empresa.

—Você sabe que não estou falando disso.

 A ficha dela pareceu cair e ela ergueu uma sobrancelha fazendo o que eu mais odiava e amava nela, me desafiando.

—Era parte do acordo agirmos da mesma forma que antes, não era? Bom, eu só estou seguindo suas regras, só estou cumprindo o que eu te prometi – ela me encarou firme, apesar de eu sentir seus joelhos tremerem bem próximos a mim– Não precisa me tratar diferente apenas porque transamos dias atrás, Parker.

—Pare de me chamar de Parker – as palavras saíram cheias de raiva e eu bati o punho no armário me virando de costas. Não era possível que eu pudesse estar assim tão frustrado, não podia ser assim. Era para eu estar repetindo as regras, escuta-la de fora era completamente diferente. O que aquela mulher tinha que conseguia me tirar tanto no sério? Passei as mãos, nervoso, pelos cabelos e me virei de volta para ela que me encarava com uma mistura de raiva e indignação – Desculpe-me, não devia ter falado alto com você. É sério, foi mal.

 Encostei-me na porta colocando a cabeça para trás e fechando os olhos. Eu estava começando a sofrer com o pior caso de saco roxo da história e isso estava começando a mexer com meus neurônios.

—Você não queria que eu agisse normalmente?

Respirei frustrado. Eu queria? Claro que não.

—Não – Respondi seco.

—Por quê?

—Eu não sei.

 E eu realmente não sabia.

—Bom, eu não sei como você quer que eu haja Ethan, se você me falar vai ser mais fácil de contornarmos o que estamos sentindo e pensando.

 Suas palavras e meu nome saindo de sua boca me fizeram olha-la, ela estava alguns metros de distância de mim. Parecia tão pequenininha e poderosa, feita para tirar o chão de qualquer homem, inclusive o meu.

—Estamos? No plural? – Perguntei.

—Acho que você está tão confuso quanto eu, apesar de eu não entender o porquê de você está assim – ela tirou os óculos e os limpou na blusa colocando-os na parte de cima do armário sem olhar para mim – Eu gosto de ser sincera, então eu vou ser, não quero que se assuste ou pense que vou descumprir minha promessa, só estou tentando me entender e entender o que você quer também.

—Eu só quero a verdade, Hannah. O porquê de estar me tratando assim.

 Ela que respirou fundo antes de continuar.

—Eu sei que devia estar seguindo suas regras clássicas, eu já fiz sexo casual antes umas duas ou três vezes e mesmo não sendo tão complexo como o modo como você faz eu entendia o fato de que era para ser apenas aquilo e pronto, sem nada depois, nem troca de telefones – ela falou sem me encarar – Só que sei lá, foi tão bom aquele dia, que deixou um gostinho de quero mais, eu fiquei com medo de que estragasse tudo. Eu não sei, estou confusa, não era para me sentir assim, ou era? Eu não estava com vontade de segui-las, e se eu não seguisse, o que isso poderia trazer de consequências depois?

 Mordendo o canto dos lábios, ela me encarou.

—Eu achei que seria melhor fazer isso logo, seguir suas regras agora, eu quero dizer – continuou – Mesmo estando com muita vontade de repetir o que aconteceu na Nigth, e não ache que estou querendo dar uma desculpa só pra você trepar comigo. Estou falando isso porque, sei lá, você está aqui agora bravo comigo pelo modo como estou agindo, mas eu estava agindo apenas do jeito que você queria que eu agisse. Eu não leio mentes Ethan, também sou complicada e confusa demais para isso. Preciso saber o que você quer comigo, você não está aqui por coincidência e pensando bem, duvido que realmente precise desses documentos. Só me explique o que vamos fazer, porque eu não sei, talvez não devêssemos ter feito nada no sábado para evitarmos tanto constrangimento que estamos causando nesses últimos dias.

—Você está arrependida? – A pergunta simplesmente escapuliu cheia de frustração, porque apesar de tudo, arrependido era algo que eu não sentia nem um pouco apesar de estar confuso.

—Me arrependo do que é ruim, e aquilo que fizemos para mim foi incrível.

—Você fala como se tivesse sido apenas para você – Retruquei.

 —Você deve ter trepado com metade da população feminina, com mulheres que fazem o seu tipo em hotéis que quase custam meu salário – ela deu de ombros e um sorriso mínimo se formou em seus lábios – Não posso saber o que você achou. Você foi a suíte principal do hotel Scorpions no sábado. Como eu vou saber o que achou de uma rapidinha no banheiro em comparação a isso?

—Foi incrível para mim também, Hannah.

—Ethan...

—Nem comece com suas divagações sobre minha vida sexual agora – Levantei a mão para impedi-la.

 O silêncio pesou na sala de arquivos, ela mordia a parte interna da boca próxima ao lábio, cada tempo que eu ficava próximo dela, aprendia uma mania diferente sua.

—Você não respondeu minha pergunta – ela falou se aproximando de mim – O que você realmente quer?

—Bom, eu realmente não sei – confessei – Eu estou num tesão lascado em você, queria sentir tudo aquilo de novo, parece que ainda posso sentir meu pau escorregando dentro de você...

—Ethan!

—Você pediu para eu falar o que eu queria – falei segurando seu braço obrigando-a ficar mais próxima de mim – Eu não sei o que eu quero realmente, sei lá... Pare de me chamar pelo sobrenome ou de me ignorar.

—E?

—Eu quero meter em você. Fundo, forte e lentamente.

—Tarado!

 Deslizei minha mão puxando o tecido da sua blusa e tirando de dentro da saia, o levantei um pouco sentindo sua pele macia e quente. Meus dedos pareciam estar recebendo ondas pequenas de choques. Deslizei a mão mais um pouquinho deixando-a embaixo do seu seio, ergui o sutiã apenas um pouquinho e passei o dedo pelo seu mamilo excitado.

—Fica difícil pensar quando você fica me tocando e me assediando, Ethan – ela segurou as lapelas do meu terno e puxou de leve, depois subiu as mãos até minha gravata e desapertou o nó – Fora que você está de terno.

—E o que estar de terno tem haver com meu assédio?

 Com um sorriso malicioso ela me puxou pela gravata e levou a boca muito próxima da minha orelha.

—Eu me masturbei várias vezes pensando em você – ela mordeu o lóbulo da minha orelha e apertei com força seu quadril pressionando-a contra mim – E você estava me comendo apenas com a braguilha aberta enquanto eu me segurava nas lapelas do seu terno e gemia.

—Céus! Você não pode me falar esse tipo de coisa e achar que vai sair daqui sem eu meter em você, garota – Falei com a respiração acelerada.

 Meu Deus, o que essa garota estava fazendo comigo?

—Bom, talvez essa tenha sido minha intensão.

 Era oficial, Hannah Swift estava querendo me deixar maluco, e ela estava conseguindo.


Notas Finais


Eu sei que parei bem na hora, mas eu sou mal hahahahahá Espero que tenham gostado e já sabem o que tem no próximo, né? Não é no escritório, mas tá valendo kkk
Espero ver vocês logo e comentem por favor, já sabem o quanto isso é importante, né?
Até a próxima :)

Spoiler:
" Puxando a barra ele tirou minha blusa jogando-a no chão e soltando o fecho frontal do meu sutiã branco sem alças deixando meus seios expostos. Ele se afastou um pouco para me olhar, um sorriso diabólico surgiu em seus lábios entreabertos e ele passou a língua pela veia que saltava no meu pescoço enquanto seu polegar acariciava um dos meus mamilos.
Gemi completamente atordoada.
Eu precisava dele dentro de mim, urgentemente."
#VenhamParaLuzFantasminhas eu não mordo ;)


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