O dia estava escurecendo e Tae e eu andava-mos pelo bairro da cidade, esperando o efeito do álcool desaparecer.
Nosso amigos já haviam voltado pra casa - já que, mesmo sendo de maiores eles ainda tinham horário pra voltar pra casa -.
Não que a gente também não tivesse, mas era mais preferível levar uma bronca por chegar além do horário do que chegar com um Taehyung bêbado e sentimental.
- Jungkookie - Paramos na frente do pequeno mercado do lugar, olhando pra placa um pouco desbotada e borrada.
- Hm? - Olhei pro mais velho, sorrindo sem mostrar os dentes, enquanto adentrava-mos no lugar.
- Eu não quero ir pra casa...! - Abaixou a cabeça e eu pude perceber que brincava com os dedos.
- E por que não? - Fomos até a área de congelados, pegando de lá o que nossa mãe havia pedido pra comprar antes de voltar pra casa.
- Sei lá, to sentindo uma coisa estranha... - Olhou pra mim de loslaio, respirando fundo várias vezes. - Tipo, um mal pressentimento.
- Nyaa, isso é coisa da sua cabeça - Falei sorrindo, tentando passar a melhor sensação pro mais velho, transmitindo também calma, pra que ele ficasse bem logo.
- É, deve ser mesmo! - Sorriu quadrado pra mim e eu juro que meu coração parou de bater por alguns minutos.
Eu só não entendi o motivo!
[...]
Se eu estava com medo?
Claro, com certeza e sem dúvidas!
Haviam se ultrapassado mais ou menos umas três horas do horário estabelecido.
Mas o bom era que Taehyung já estava, hm, podemos que se dizer, sóbrio.
Então, provavelmente a bronca e as lições de moral seriam menores.
Respirei fundo, abrindo a porta com cuidado pra não fazer muito barulho, ja que as luzes estavam todas apagadas e a casa tava mais silenciosa que o lugar mais silencioso do mundo.
Tá, não é pra tanto.
Mas é sério, a casa tava muito quieta. O que era bem estranho.
- Acha que eles estão aí? - Tae cochichou perto do meu ouvido, para que eu pudesse ouvir melhor e não ficar igual um retardado falando: "O que?" toda hora.
Mas, aquilo me trouxe vários arrepios e eu me xinguei internamente por ser tão sensível à qualquer toque ou outro tipo de coisa em meu corpo.
- Eu não sei... Acho que sim, mas a casa tá muito quieta! - Susurrei de volta, girando o corpo e fechando a porta com o máximo de cuidado possível.
O mais velho já havia ido pra cozinha, e tudo o que passava na minha cabeça era: "Como ele conseguiu chegar ali tão rápido e sem fazer nenhum barulho?"
Até por que né, se fosse no meu caso, eu teria esbarrado em tudo qualquer objeto que tinha ali já frente - já que o comodo estava escuro - e provavelmente teria quebrado alguma coisa.
- Ei Jungkook, precisa ler isso! - Dei um pulo olhando pra ele com os olhos arregalados, já que ele praticamente havia "gritado" e também por que eu estava perdido em pensamentos, tipo, no desastre que seria se eu tivesse ido na frente.
- O que? - Olhei pras escadas, mas nenhum movimento ou a luz do quarto dos meus pais havia acendido, então, respirei aliviado.
- Nossos pais, saíram! - Corri até ele, praticamente arrancando o papel de sua mão, encarando a caligrafia tremida do nosso pai.
"Jungkookie e Taehyungie, sua mãe e eu tivemos que sair para... Resolver alguns problemas!
Não precisam se preocupar, voltaremos amanhã de manhã!
Ps: Sua mãe disse que deixou comida pra vocês na geladeira!
Amamos vocês, até amanhã! S2"
Não vou mentir que a sensação de alivio me invadiu por completo, e um sorriso da mesma forma brotou em meus lábios.
- Tiramos sorte dessa vez! - Falamos em uníssono e ambos riram, encarando um ao outro.
- Vem, vamos dormir! - Ele falou em meio a risadas, segurando meu pulso delicadamente e me levando - se lê arrastando - até o quarto.
"Saiba que há muitas amizades
Mas nosso laço é mais forte" (Hey Brother - Avicii)
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.