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História Secrets - Decisões - final (parte II)


Escrita por: Wong_E

Notas do Autor


Hello, chuchus!
Demorei, eu sei, mil desculpas por isso. Tô com o tempo bem curto ultimamente e precisei me desdobrar pra escrever e fazer outras coisas, masss finalmente finalizei o capítulo e ele ficou do jeitinho que eu queria.
Bem, como vocês já devem ter percebido eu sou imprevisível, por isso resolvi colocar uma revelaçãozinha básica e uma participação especial nesse último capítulo, só pra não perder o costume de deixar uma pulga atrás das suas orelhas hahahah
Sem mais delongas, vamos lá? Espero que gostem ♥ ah, e leiam as notinhas finais ok?
Boa leitura!

Capítulo 28 - Decisões - final (parte II)


Fanfic / Fanfiction Secrets - Decisões - final (parte II)

— Só mais um pouquinho... pronto! — solto um suspiro convencido ao terminar e arrumar a gravata do ex-Hidra, o medindo de cima a baixo e balançando a cabeça positivamente — Olha, é uma grande pena que a gente tenha que ir pra esse julgamento, porque você tá tão sexy vestido desse jeito que eu tô fantasiando muita coisa aqui.

Não, eu não estou exagerando e muito menos sou uma tarada que só pensa naquilo, ele realmente está muito sexy nesse conjunto social de camisa cinza clara, terno, calça e gravata pretas e com cabelo preso nesse rabo de cavalo meio bagunçado, além do típico perfume entorpecente que como sempre está me deixando com vontade de mordê-lo descontroladamente. Mas é claro que eu não vou fazer nada disso, pelo menos não agora.

— Você não é a única — ele diz sorrindo de lado, seu olhar descendo até o decote da minha camisa —, eu tô me controlando muito pra não perder o controle e arrancar essa sua roupa.

Arqueio uma sobrancelha e fecho um botão da camisa para diminuir sua visão dos meus seios.

— Qual é o seu problema afinal? O que nós fizemos essa noite não foi suficiente pra você?

— É claro que foi... — sua mão normal desliza pela minha coxa direita e sobe por dentro da minha saia, me fazendo estremecer e recuar alguns passos — Mas como você mesma diz: tem vezes que não dá pra controlar a imaginação e a vontade.

— Caramba, Soldado — falo seguido de um riso —, você tá muito mais safado do que antes. Tá muito mais do que eu até. Vamos lá pra sala de reuniões porque o Steve e a Nat já devem estar nos esperando.

Dizendo isso eu catei minha bolsa de cima da cama, calcei meus sapatos e deixei o quarto primeiro, sendo seguida por ele logo que saí para o corredor. Descemos rapidamente até o andar da sala de reuniões e cruzamos o longo corredor juntos, no entanto eu estaquei o passo em frente a um dos laboratórios de Tony pois o vi sentando sozinho numa banqueta, cabisbaixo e de costas para a parede de vidro que dá visão ao corredor.

— Ué, não sabia que ele tinha voltado de Dubai... — comentei com Bucky quando ele também parou —, eu vou falar com ele, se importa?

O ex-Hidra meneiou a cabeça em negação e olhou brevemente para Stark. Por sorte ele não está mais com raiva do enferrujado, e do fundo do meu coração eu espero que esse sentimento também venha da parte dele.

— Não, vai lá. Ele não parece muito legal.

Lhe enviei meu melhor sorriso de agradecimento e dei um selinho em seus lábios antes de adentrar o laboratório. Somente quando cheguei perto de Tony eu vi que ele estava segurando um anel entre os dedos e com duas garrafas de uísque na mesa a sua frente, sendo uma delas totalmente vazia e a outra com menos da metade da bebida.

— Hey, o que aconteceu? — eu questionei segurando seus ombros por trás, ele desgrudou os olhos do anel e me encarou. Olhos vermelhos e profundos, nariz fungando e hálito com forte cheiro de álcool. Era exatamente assim que ele estava, coisa que me preocupou considerando que fazia muito tempo que ele não ficava nesse estado — Os outros sabem que você voltou e tá aqui tomando esse porre?

— O que você acha? — perguntou, e eu senti o azedume em sua voz embargada — Os únicos que estão na Torre são o Dorito e a Romanoff... e eles já tem com quem se preocupar. Aliás... você também deve estar preocupada com o seu soldadinho, então para de fingir que se importa comigo e vai lá...

— Droga, Tony! Para com isso! — exbravejei o interrompendo, mas em seguida respirei fundo e procurei me manter calma, pois eu sabia que ele estava com algum problema sério pra estar agindo desse jeito e eu não iria ajudar nada me estressando — Eu tô sim preocupada com o Bucky e com mais um monte de coisas que não vêm ao caso, mas nem por isso vou ignorar o fato de ver você nesse estado. Eu sou sua amiga, Stark, mesmo você sendo um pé no saco, portanto colabora e não me faça ser grossa com você porque essa é a última coisa que eu quero.

O Lata Velha soltou um suspiro pesado, apoiou os cotovelos na mesa e passou as mãos pelo rosto algumas vezes, como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo e quisesse tirar o peso dos olhos para não voltar a dormir.

— Foi... Foi mal, eu não queria ser grosso. — disse afastando as mãos da face e me lançando um breve olhar — Eu dei sorte que não foi a Romanoff ou o Rogers no seu lugar, porque sinceramente eles não tem a paciência que você tem pra ouvir os problemas dos outros.

— É, eu tenho esse problema de tomar as dores dos meus amigos pra mim — manejei a cabeça e toquei de leve em seu ombro —, mas agora me conta. O que foi que aconteceu?

— A Pepper... — pronunciou depois de segundos em silêncio, engolindo em seco e deixando a voz morrer. —Ela...

Arregalei os olhos e o chacoalhei involuntariamente enquanto indagava com a voz em tom de espanto:

— Ai, minha Nossa, ela morreu?

— O que? Não! — exclamou, suspirei aliviada. Eu gosto da srta. Potts, mesmo não tendo tanto contato com ela, e não consigo imaginar como Tony seria sem ela por perto. Ele não sabe nem o número da própria identidade pra vocês terem uma noção. — Nós só... meio que... nos separamos e não vamos mais casar. Ela não quer mais porque durante a nossa viajem à Dubai eu... tive um problema com algumas armaduras e isso quase custou a vida dela.

Pronto, agora sim meus olhos se esbugalharam ao máximo e minha boca se abriu em um O prefeito. Quando eu disse "não consigo imaginar como Tony seria sem ela por perto" não fazia ideia de que ouviria essa notícia de que eles terminaram no segundo seguinte. Porra, eu não acredito no que acabei de ouvir!

— Você preferiu as suas armaduras a ela? — foi o que eu perguntei depois de longos segundos.

Tony bufou e passou uma mão por entre os fios de seu cabelo bagunçados, agindo de maneira inquieta diante da minha pergunta.

— Eu amo a Pepper, mas as minhas armaduras se tornaram uma parte de mim. Eu não seria feliz e nem faria ela feliz se fosse obrigado a parar de usá-las, eu não quero e não posso parar, Wanessa. Essa é a minha vida, e se eu tiver que sacrificá-la será fazendo o que eu faço desde que me tornei o Homem de Ferro.

O ouvi atentamente e ao fim de sua explicação mudei meu ponto de vista, de incrédula para compreensiva. No fim eu entendi ele e não fui capaz de discordar de sua decisão, pois se eu tivesse que escolher entre um sentimento — vulgo amor — e a minha vida de Vingadora eu escolheria a segunda opção sem pestanejar. Por que eu faria isso? Porque pra pessoas como eu e ele é impossível deixar o lado sentimental tomar a frente de qualquer outra coisa.

— Eu te entendo. — respondi por fim, Stark me encarou com estranhamento — É sério, eu não vou te condenar dizendo "você devia ter largado tudo e escolhido ficar com ela" porque sei que você se arrependeria se tivesse feito isso. Sinto muito por você ter tomado um pé na bunda justo agora, apesar de achar que ela pode voltar atrás e te dar outra chance, mas o mundo precisa do Homem de Ferro e os Vingadores precisam do Tony Stark frio e calculista.

Terminei meu discurso e observei Tony me fitar com uma careta indecifrável por um tempo, mas logo sua expressão se modificou e ele começou a rir. Uma risada verdadeira e demorada, coisa que eu nunca tinha visto ele fazer antes. Ai ai, deve estar mais bêbado do que parece.

— Sabe, agora com você aqui me dizendo todas essas coisas eu até fiquei pensando... — ele falou ao fim da gargalhada, se aproximando de mim com um olhar diferente —, como seria se a gente tivesse tido um relacionamento além daquela noite? Tudo bem que você me enganou com aquela história de que era uma estudante precisando de um estágio pra ajudar nas despesas de casa, mas...

Oh, não, não, não. Essa história não. Não agora.

— O nosso trato era não desenterrar esse assunto, Tony. — o interrompi me afastando — Isso foi a muito tempo e eu já repeti milhões de vezes que o que nós fizemos naquela noite foi só sexo, e só aconteceu porque eu fui designada pra outra missão e não vi problema em te levar pra cama.

Eu sei que essa última frase ficou estranha considerando que eu sou mulher, mas foi exatamente como aconteceu. Fui eu quem o levei pra cama, depois de tanto ele dar em cima de mim e me provocar de todas as maneiras. Passei exatos um mês e meio me fingindo de secretária pessoal de Stark e fugindo das investidas dele para não comprometer minha missão, até a hora em que recebi outra e precisei acabar com o meu papel de estagiária ingênua sem mais nem menos. Bem, como na época eu tinha 22 anos, estava livre, desempedida e no atraso a um bom tempo simplesmente resolvi chutar o balde na última noite como sua secretária e mostrar que de ingênua eu não tinha nada, com a ideia de que não o veria mais e que ninguém nunca saberia de nada. Doce engano...

O Homem de Ferro abriu a boca para responder e se moveu na minha direção novamente, mas parou e olhou para a porta no momento em que Bucky passou por ela. Arregalei um pouco os olhos, sentindo um frio no estômago ao pensar se ele tinha escutado a nossa conversa, mas me tranquilizei ao lembrar que já havia lhe contado toda a história. Inclusive esse foi o estopim para uma das brigas que tivemos lá em Washington, mas nada que eu não tenha conseguido contornar ao meu modo.

— Desculpem interromper, mas nós temos que ir. O helicóptero já chegou.

Assenti com a cabeça e quase suspirei aliviada. Ele estava agindo e falando em um tom calmo apesar de parecer impaciente, e eu estava rezando pro Tony não fazê-lo perder essa calma dizendo alguma asneira.

— Certo. — murmurei, mas antes de encontrá-lo na porta me virei de novo para o Lata Velha. — Vê se para de encher a cara, vai tomar um banho e dormir um pouco porque você tá péssimo. A sua escolha não vai fazer sentido e muito menos você vai ter a Pepper de volta se ficar aí bebendo desse jeito.

Vi ele revirar os olhos, soltar um grunhido e negar com a cabeça, porém sua resposta foi diferente de sua atitude infantil:

— Tá bom, tá bom. Agora vão, e boa sorte lá, pra vocês dois. Vai dar tudo certo. — olhou para James, que não esboçou reação nenhuma — Eu não tô mais com raiva de você por aquele soco, Soldado, relaxa. Só não faça de novo porque da próxima eu não vou deixar barato, e você vai sair bem mais ferrado do que eu.

Merda. É claro que ele ia soltar alguma provocação, afinal é o Bucky quem está aqui e ele não podia perder a oportunidade de insultá-lo. Não sei como ainda me surpreendo com isso.

— Eu não tenho medo de você. Só fiz aquilo porque...

— Ok, ok, vamos. — eu pronunciei empurrando Barnes para fora antes que ele perdesse a paciência de verdade. Estava bom demais pra ser uma trégua, eu devia ter suspeitado desde o princípio que o debochado do Stark soltaria alguma farpa. — Ele tá bêbado e a Pepper desistiu do casamento, não leva isso sério porque é o que ele costuma fazer quando fica mal.

Saímos da sala e seguimos a passos largos para o elevador enquanto o ex-Hidra respondia sarcasticamente:

— Você o conhece e entende muito bem. Tem certeza que não quer ficar mais um pouco pra ajudá-lo a se recompor? Pelo que parecia vocês estavam numa conversa muito boa antes de eu chegar.

Mas era só o que me faltava.

— Eu não acredito nisso. Isso é hora pra ter ciúme, Barnes?

— O que você queria? Que eu ficasse numa boa vendo toda essa intimidade de vocês? — devolveu asperamente, armei uma carranca desgostosa. — Toda vez que eu vejo vocês juntos não consigo deixar de imaginar o que ele deve pensar sobre você. Ele te olha de um jeito diferente, será que você não percebe isso?

Eu não acredito que vamos ter essa DR de novo, e justo no pior momento. Por que, meu pai?

— O Tony só não olha desse "jeito diferente" pra quem tem um pênis entre as pernas, porque se tiver um par de peitos e for gostosa é óbvio que ele vai olhar, até eu olho de vez em quando. — soltei sem papas na língua, Bucky entreabriu os lábios em sinal de surpresa. Talvez eu não tenha dito que tenho um lado lésbica, caso contrário ele não estaria com essa cara de tacho — E eu não tô nem aí pro que ele pensa sobre mim, se é que ele pensa alguma coisa. O que eu tive com ele não foi nada além de uma noite de sexo, e agora nós somos somente amigos e parceiros de trabalho. Aliás, você não pode falar muito disso porque você e a Nat tiveram uma relação muito mais intensa e eu não fico te questionando quanto a ela porque eu sei que ficou no passado.

Sim, eu estava estressada, sem muita paciência e pouco me importando se ele ia ficar ou não irritado de eu ter mencionado seu antigo romance com a Viúva Negra desse jeito. Qual é, eu sou ciumenta e não escondo isso, mas sou quando tenho motivos pra ser, não fico o colocando contra a parede e muito menos fazendo cara feia toda vez que o vejo com a Romanoff, e olha que eles estão bem amigos de uns tempos pra cá.

— Você tá certa. — ele assumiu depois de respirar fundo — Eu não devia ter dito aquilo, não quero brigar com você e nem ficar te cobrando nada.

— Tudo bem. Eu também não quero brigar, muito menos agora. — falei num tom mais brando, ele deu um meio sorriso — Mas vamos fazer um trato? A partir de hoje não falamos mais sobre os relacionamentos que tivemos no passado. O que acha?

James uniu as sobrancelhas e eu cheguei a pensar que ele estava analisando a minha proposta, mas me tranquilizei quando ele desmanchou a carranca e começou a rir. Juro que se ele estivesse pensando no que responder eu terminava esse namoro agora mesmo.

— Pra mim está perfeito. Você é a única pessoa de quem eu quero me lembrar a partir de agora, mesmo se apagarem as minhas memórias de novo. — respondeu dando de ombros, balancei o dedo indicador no ar em sinal de repreensão.

— Não vão apagar as suas memórias de novo, mas se por um acaso fizerem isso algum dia pode ter certeza que eu faço o que for pra te trazer de volta. — dizendo isso eu me aproximei e passei os braços ao redor de sua cintura, erguendo o rosto para olhá-lo nos olhos. — Sabe de uma coisa? Você não faz ideia de como eu me sinto feliz e orgulhosa de te ver assim hoje, como Bucky Barnes novamente e não como o cara acanhado que tratava todo mundo mal e não via esperança pra si mesmo...

— Se eu sou assim hoje é graças a você e a sua insistência em me ajudar. — me interrompeu acariciando meu rosto com a mão humana — Eu lutei muito pra não me apaixonar por você, mas foi impossível. Eu achava que nunca ia sentir nada desse tipo por ninguém, mas aí chega você e me conquista de várias maneiras diferentes sem fazer muito esforço.

Ok, agora eu estou sem palavras e com uma cara de boba indescritível. Alguém por favor coloque uma trilha sonora pra intensificar esse momento porque ele realmente merece isso.

— Eu... eu não sei... — gaguejei enquanto tentava encontrar uma resposta digna da que ele merecia, porém o que saiu pela minha boca foi: — Eu amo você. Não só como homem mas também como amigo, como parceiro de equipe e principalmente por você ser um sobrevivente assim como eu.

É, já estava na hora de eu dizer isso. E não foi uma declaração tão melosa, né, então eu não preciso me sentir ridícula.

— Eu também te amo de todas essas maneiras, agente. — foi sua resposta, que veio acompanhada de um sorriso sincero.

Sorri de volta e segurei atrás do pescoço dele, ficando na ponta dos pés ao passo que ele abaixava o rosto para alcançar minha boca, entretanto não pudemos nos beijar pois fomos interrompidos quando Steve surgiu no final do corredor e pigarreou alto para chamar nossa atenção. Acho que, com essa interrupção, eu poderia fazer uma lista do tamanho da lista com os nomes de todos os filhos e ex-mulheres do Mr. Catra com todas as vezes onde o Capitão chegou na hora errada e me impediu de beijar seu amigo.

— Sinto muito por interromper, mas nós estamos atrasados em quase dez minutos. — ele disse meio sem jeito, as mãos deslizando para dentro dos bolsos da calça social azul.

Me soltei imediatamente do Soldado e arregalei os olhos, pegando em sua mão metálica e o puxando na direção do loiro enquanto tagarelava:

— Ai, meu Deus! O julgamento! Eu esqueci completamente do julgamento, e a culpa foi sua Barnes! Vamos logo, se não é capaz de te darem uma sentença negativa só por você atrasar.

Só pra constar: eu não vou deixar barato caso isso acontecer. Aliás, eu não garanto que vá me manter sob controle caso Ross e toda aquela corja do Capitolio decidam expulsar o ex-Hidra do país depois de ele ter feito tudo o que fez nesses meses como Vingador. Ou ele é legitimado por bem ou vai ser por mal.

****

Quando Nat, Steve, Bucky e eu chegamos em Washington e fomos para Capitolio, por sorte sem atraso, nos deparamos com um verdadeiro furdúncio tanto dentro como fora do lugar: na rua, mais precisamente em frente ao prédio, uma multidão de gente fazendo uma manifestação que eu não sei se é a favor ou contra a prisão de nós três, só sei que estão lá com cartazes, faixas e todas aquelas coisas comuns em manifestações; do lado de dentro diversos jornalistas de várias emissoras e portais de notícias da Internet que praticamente pularam em cima de nós logo após adentrarmos o prédio.

Bem, essas duas coisas somadas ao encontro com certas pessoas cujos nomes não quero citar só serviram para me deixar muito mais estressada e impaciente do que eu já estava. Todavia, mesmo com uma vontade enorme de mandar toda essa gente se ferrar e ir embora para assistir ao jogo dos Patriots eu estou aqui, me comportando e mantendo a paciência para não interromper o desandar do meu julgamento conjunto com a Viúva Negra. Sim, nós estamos na mesma sessão por conta das semelhanças do nosso passado e crimes, mas até agora só a minha amiga foi mais colocada na fogueira, e está se saindo muito bem por sinal. Ainda espero o momento em que alguém vai voltar a falar comigo, pois está realmente chato pra mim ficar aqui como enfeite.

— Eu tenho uma pergunta para você, srta. Lewis — o demônio chamado Ross finalmente se dirige a minha pessoa, frizando meu sobrenome com ironia. Exaspero um "ufa, até que enfim" e me remexo na cadeira desconfortável de plástico —, ou melhor dizendo, srta. Lintner... quando você defendeu o Barnes, no dia em que eu fui até a Torre para prendê-lo, fez isso por também ter sido uma assassina, não foi? Como uma, como posso dizer... dor na consciência? Por conta do seu passado negro que nunca havia sido revelado?

Reviro os olhos e curvo o corpo para a frente a fim de falar no pequeno microfone acoplado na mesa e cuspir a resposta que ele merecia. Eu já estou correndo o risco de ser presa mesmo, não custa nada dar mais motivos para ele me querer atrás das grades.

— Primeiro: na minha identidade oficial consta o nome Wanessa Lewis, então eu não aceito ser chamada por nenhum nome além desse. A não ser por quem é íntimo e me chama por apelidos, o que não é o seu caso. — ele e todos os outros fazem caretas, talvez por conta do meu atrevimento, mas como ninguém abre a boca para me xingar prossigo com os outros tópicos: — Segundo: não, eu não defendi o Barnes por nenhum desses motivos, muito menos por dor na consciência, que ideia foi essa? Uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu o defendi porque era o certo a se fazer uma vez que ficou provado que ele, mais uma vez, estava sob domínio da HIDRA e não tinha consciência de seus atos. — Minha Nossa, que orgulho de mim mesma. Acho que eu poderia tentar a carreira de advogada. — E terceiro: me desculpa, mas todas essas perguntas foram muito toscas. Isso aqui é um julgamento ou uma entrevista pra algum site de fofoca?

Ah, como eu estava sentindo falta de desafiar esse tubarão de gravata e bigode, e a sensação é ainda melhor por terem tantos caras iguais a ele por perto, todos me olhando como se fossem pular no meu pescoço ao mesmo tempo. Natasha também está me olhando feio, como se nunca tivesse visto eu fazer esse tipo de coisa, deve ser porque agora eu posso me ferrar de verdade. Mas fazer o que? A culpa foi do Ross por incitar o meu lado debochado com aquelas perguntas.

— Eu poderia te prender agora mesmo, agente. — o Secretário, enfim, ralha tais palavras depois de confabular alguma coisa com seus amigos — Poderia prender vocês duas, pois este comitê as considera culpadas por todos os seus crimes contra a pátria.

Arqueio uma sobrancelha e solto uma risada sem humor. Ah, mas eu não vou mesmo ser presa hoje, quero ver quem vai fazer isso.

— É sempre assim, né? Vocês só levam em consideração as coisas ruins porque são elas que convém. — sibilei escarnecidamente, Ross esboçou um sorriso cínico por trás do bigode — Tudo bem, nós somos culpadas e não vamos refutar essa sentença, mas deixe-me refrescar a memória de vocês. Nos últimos dois anos e meio a agente Romanoff, os outros Vingadores e eu salvamos centenas de vidas em casos que nem o exército americano foi capaz de atuar, fora os casos que nós duas também solucionamos como agentes da SHIELD...

— O curioso é que foi a própria agente Romanoff a responsável por derrubar a SHIELD, não acha isso contraditório? Como podemos confiar na palavra de alguém capaz de comprometer o órgão de inteligência no qual trabalhou por anos? — o Secretário me interrompe, olhando de mim para a russa.

— A SHIELD estava sendo controlada pela HIDRA e fornecendo mentiras! Se não tivéssemos acabado com ela teriam havido consequências bem graves. — ela rebate com a testa enrugada, Ross e os outros se calam por alguns segundos.

— Ainda assim consideramos o vazamento de todos aqueles dados como inaceitável. — um outro Secretário pergunta, não tenho certeza se é o do presidente ou das forças armadas, mas não me preocupo em saber — Vocês duas estão cientes de que irão sair daqui direto pra prisão?

Troco um breve olhar com a ruiva. Eu respondo ou você? — é o que ela indaga através desse olhar. Dou de ombros e ergo as sobrancelhas, como quem diz: Tanto faz, provavelmente nós duas vamos dizer a mesma coisa.

— Não vão nos colocar numa prisão — ela diz por fim, seu tom de voz é firme —, não vão colocar qualquer um de nós numa prisão. E sabem por que?

— Esclareça pra nós, agente. — é Ross quem responde, e então Natasha continua:

— Porque precisam de nós. Nós cometemos muitos erros, mas ainda somos os mais qualificados pra manter a segurança e a ordem. Querem nos prender? Vão em frente, sabem onde nos encontrar, mas estarão cometendo um grande erro.

Dito isso, ela me lançou um breve olhar e moveu a cabeça positivamente. Hora de ir embora. Levantamos ao mesmo tempo e deixamos a sala lado a lado, sem dizer mais nada, praticamente desfilando em meio a multidão de jornalistas que vinham ao nosso encontro.

— Tragam o Barnes. — ele pediu autoritariamente, estaquei o passo e virei para trás.

Alguns instantes depois de sua ordem quatro brutamontes surgiram de uma porta do outro lado da sala, escoltando um Bucky cabisbaixo e com cara de poucos amigos. Fiquei parada no mesmo lugar, ignorando os diversos jornalistas que estavam ali me fazendo dezenas de perguntas, até que ele enfim ergueu o rosto e notou minha presença.

— Vai dar tudo certo. — eu sussurrei seguido de uma piscadela, vendo-o esboçar um sorriso no canto dos lábios como resposta.

— Algum problema, srta. Lewis? — um dos homens do governo perguntou, e eu não desgrudei os olhos dos de James ao responder:

— Muitos. Mas eu sei que serão todos resolvidos hoje.

Lancei um sorriso carinhoso para o ex-Hidra e enfim saí da sala, sendo ainda mais encurralada pelos repórteres que disparavam inúmeras perguntas ao mesmo tempo.

— Qual a sua relação com o Sargento Barnes? Vocês estão mesmo juntos? O que vai fazer caso ele seja expulso do país?

— Você e a Viúva Negra sofreram algum tipo de condenação?

— O que aconteceu com Nick Fury?

— Qual sua expectativa para a votação de legitimação de James Barnes?

— É verdade que o Capitão América e a Viúva Negra estão em um relacionamento fora dos Vingadores?

— O que tem a dizer sobre a queda da SHIELD e o vazamento dos dad...

— SAIAM DA FRENTE! Eu não vou responder nada! — grito enquanto os empurro para poder passar.

Se vão fazer a minha caveira e me chamar de grossa? Ótimo, não importa. Eu não estou com paciência pra agir como manda o figurino e responder nenhuma pergunta.

Depois de praticamente atropelar os jornalistas eu me dirigi à sala de espera onde ficamos antes do julgamento. Empurrei as portas duplas num sopetão e dei de cara com Steve, Romanoff, Hill e Sam — ou seja: eu faria papel de vela ali. Quando os dois últimos chegaram ou porque estavam ali eu não faço ideia, mas seria bom ter mais gente por perto para ajudar a quebrar a tensão.

— Por favor, me diga que você não bateu em nenhum jornalista. — Sam diz a medida em que me aproximo.

— Não, mas quase. E vocês, o que estão fazendo aqui?

— Hill e eu já estávamos em Washington — responde olhando para a morena, repito a ação erguendo uma sobrancelha —, aí nós decidimos vir pra cá dar uma força pra vocês.

Hum, quem diria que a Maria ia viver pra cima e pra baixo com ele. Logo ela, a difícil, que repetia de pés juntos: "eu não quero nada com o Wilson!".

— Eu estava contando como você se portou bem na frente do Ross e dos outros. — é Nat quem comenta após um breve silêncio, sua voz carregada de ironia — "Isso aqui é um julgamento ou uma entrevista pra um site de fofocas?"

Ergo as sobrancelhas. Essa frase nem foi tão inapropriada assim, foi?

— Você disse isso? Pro Ross? — Hill questiona surpresa, enquanto que Steve e Sam riem de forma contida.

— Não, pra Rainha Elizabeth. — debocho, fazendo o Falcão rir mais alto — Foi pra ele sim, as perguntas que ele fez não tinham nada a ver com as outras que estavam sendo feitas. Ele me chamou de assassina na cara dura, acreditam?

— Ah, você tá exagerando. — a russa revidou, a olhei de cenho franzido — Você devia ter previso que ele ia te provocar e associar com o James depois do que você fez aquele dia na Torre.

— É claro que eu previ, mas daí a aceitar o cinismo dele são outros 500. — movi os ombros — Todo mundo sabe da rixa que nós temos um com o outro, eu não podia perder a oportunidade de aumentá-la um pouco mais.

— Você ainda vai acabar presa por ser assim. — Maria sibilou com aspereza — E eu vou fazer questão de ir te visitar só pra dizer "eu te avisei".

Ah, como é bom ouvir esse tipo de coisa, ainda mais vindo de uma amiga tão legal e carinhosa como ela. Só não fico irritada porque sou pior.

— Se for uma visita íntima eu deixo você dizer isso e o que mais quiser, mas só se caprichar na lingerie. — zombei e pisquei um olho, deixando os dois homens com caretas de espanto — Sem querer ofender, Sam, mas a Hill sempre teve uma queda por mim. E pela Natasha também.

— Isso é verdade. — ela ajudou, recebendo um olhar surpreso de Steve — Sinto muito, Rogers, mas se a Hill assumir que me ama eu fico com ela.

Nossa, essa doeu até em mim. Ainda bem que o Cap já conseguiu se acostumar um pouco mais com o senso de humor da Romanoff.

— Calem a boca. — a morena ralhou revirando os olhos.

Depois disso o assunto morreu por alguns segundos, tempo que eu aproveitei para me afastar deles e ir até a máquina de café presente no fundo da sala. Cafeína iria me fazer bem, pois apesar de ter me distraído durante aquele diálogo a tensão ainda estava presente dentro de mim. Como será que o Barnes tá se saindo diante do Ross e de todos aqueles tubarões? — penso ao bebericar um gole do café, que está muito doce e quente para o meu gosto.

— Bucky me contou sobre você ter aceitado o pedido dele. — me viro para trás ao ouvir a voz de Rogers, mas sem ter me assustado — Estou feliz por vocês, parabéns.

Dou um sorriso tímido e coloco o copo de café ao lado da máquina. Isso realmente está muito doce e eu não gosto de bebidas muito doces.

— Obrigada. Eu confesso que não esperava uma atitude dessas do seu amigo, mas como diz o ditado, a vida é uma caixinha de surpresas, né?

— É, ele sempre foi complicado em relação às mulheres. — tradução: com "complicado" o Dorito quis dizer galinha, desapegado, livre, leve e solto, daqueles que não ficam com a mesma mulher mais de uma vez. Tudo bem, no passado eu também era assim, portanto não vou condená-lo — O que eu vou dizer agora é ridículo, mas no começo eu senti um pouco de ciúme por vocês terem se aproximado tão rápido. Eu não achei que ele fosse confiar em alguém além de mim.

Se Steve não fosse um homem tão viril e másculo, daqueles que exala testosterona até debaixo d'água, eu juro que teria levado esse comentário pro lado gay e tirado uma com a cara dele. Porém, como eu não consigo imaginá-lo sendo homossexual — nada contra, até porque eu também tenho um lado gay bem escondido — e muito menos queria bancar a piadista neste momento inadequado, me dignei a soltar um riso fraco e pronunciei a seguinte resposta:

— Mesmo confiando em mim ele levou quase dois meses pra começar a me tratar bem, lembra que o Tony até nos apelidou de cão e gato?

— Sim. Por vocês viverem brigando e no fim voltarem a se falar. — o loiro recordou com um pequeno sorriso.

Aproveitando o fio da meada eu comentei sobre a separação de Tony e Pepper,  e a partir daí começamos a conversar sobre coisas aleatórias relacionadas a Stark e aos Vingadores até o momento em que James entrou na sala e atraiu nossas atenções, acompanhado do advogado amigo de Natasha que veio para defendê-lo, Matt Murdock.

Sem pensar em mais nada eu caminhei a passos largos até ele e soltei as perguntas de um milhão de dólares:

— E aí? Como foi?

Ele e o dr. Murdock continuaram sérios por cerca de cinco segundos, como se quisessem só aumentar nossa expectativa. Somente quando eu e todos os outros já estávamos pensando no pior foi que os dois desmancharam as carrancas e Barnes me respondeu com uma alegria que eu nunca vi antes:

— Conseguimos chegar a um acordo definitivo e eu vou receber minha cidadania de volta!

Sorri de orelha a orelha e quando vi já estava pulando em cima dele, apertando seu pescoço com os braços e distribuindo alguns beijos em seu rosto. Essa era, definitivamente, a notícia que faltava para fechar com chave de ouro esse ciclo ruim das nossas vidas.

— Eu sabia! Eu sabia! Te disse milhões de vezes que ia dar tudo certo, não disse? E você sempre discordou, seu filho da mãe! — eu sibilei entre risos, e por estar falando perto de seu ouvido ele reclamou pela minha voz esganiçada.

— Eu consegui convencer a maioria dos líderes de que ele não apresenta mais riscos. — o advogado comentou de repente, sua voz calma e macia era invejável e o deixava ainda mais misterioso. James me pôs no chão e ambos olhamos para ele. — Anexei aos documentos da defesa os relatórios de todas as missões das quais participou com os Vingadores e alguns arquivos vazados da SHIELD sobre o Soldado Invernal que estavam encriptados.

Sorri mais ainda com suas palavras, mas aí reparei num detalhe que parecia ter passado despercebido pelos outros e mudei para uma careta.

— E como você conseguiu decriptar esses arquivos? Que eu saiba é impossível fazer isso sem um software e o conhecimento adequado.

Minha pergunta pareceu pegar todos de surpresa, exceto Matt e Romanoff. Os dois se mantiveram com expressões calmas, como se aquela fosse uma questão irrelevante, o que definitivamente não era. Não me levem a mal, eu não estou o subestimando pelo fato de ele ser cego, mas sim por ser um cara aparentemente leigo em questões tecnológicas — com o conhecimento básico, segundo o que eu soube.

— Eu tenho um amigo que trabalha num setor minoritário do FBI. — ele me responde brandamente, olhando na minha exata direção. — Foi ele quem me ajudou com isso. Eu não entendo nada sobre decriptação, e mesmo se entendesse não poderia fazer por ser cego.

Será mesmo que você é cego? Eu tenho minhas dúvidas, e também acho que não é quem aparenta ser.

— Bom... — Rogers diz para mudar de assunto —, eu te agradeço muito, dr. Murdock. Sua defesa foi excelente.

— Eu fiz apenas o meu trabalho, Capitão. Além do mais não é todo dia que sou chamado para defender um integrante dos Vingadores. — diz seguido de um riso curto — Bom, adoraria ficar mais mas infelizmente tenho que atender outro cliente no centro. Meus parabéns, Bucky, você é um homem livre novamente.

— Obrigado. — ele responde apertando a mão do advogado, logo Natasha diz:

— Steve e eu alugamos um carro e podemos te dar uma carona. Nós temos que dar uma passada por lá antes de voltarmos pra Nova Iorque.

Murdock não recusou a carona deles, e como não tínhamos mais nada para fazer no Capitolio tratamos de sair todos juntos. O Capitão, como era de se esperar, ficou para trás em meio aos jornalistas e respondeu algumas de suas perguntas antes de nos encontrar do lado de fora do prédio. Ele, Nat e o advogado de despediram de nós e foram para seus respectivos compromissos; Hill e Sam também seguiram para uma das palestras dele, agora que estão juntos ela está acompanhando o Falcão em algumas palestras e o ajudando vez ou outra; e para terminar restamos apenas James e eu, que pegamos o helicóptero de volta para Nova Iorque logo que Fury mandou uma mensagem avisando que iria ainda hoje para a Europa, depois de ficar sabendo sobre o desfecho da votação.

Eu? Fiquei triste e com certa raiva do cosplay de pirata, afinal o combinado era eles partirem daqui a três dias, pro caso de o julgamento ter um resultado negativo. Mas não, como alegria de pobre dura pouco é lógico que ele tinha de se adiantar e mudar a data para hoje, eu devia ter adivinhado. Apenas por essa razão cá estamos Barnes e eu chegando à área restrita do aeroporto, onde só podem decolar/pousar jatos particulares. Nick descolou um jato particular com um de seus velhos amigos para terem mais discrição e conforto nas viagens de um país a outro. Vôos comerciais chamam muita atenção, e não são nada indicados para quem estará em uma missão secreta.

— Você tem certeza de que não quer que eu fique? Ainda posso desistir... — ele questiona quando paramos perto do imponente jato branco, balanço a cabeça em discordância.

— Não, eu sei que você quer e precisa fazer isso, e no fim você nem vai sentir minha falta. As belezas da Europa vão tomar toda a sua atenção, você vai ver.

— Sinto muito por me intrometer e estragar a despedida de vocês, mas ele não terá tempo pra admirar as belezas da Europa. — a voz dura e grave de Fury se faz ouvir atrás de nós, me viro e o encaro de cenho franzido, entretanto antes de eu reclamar qualquer coisa ele prosseguiu: — Nós temos que embarcar, o piloto já preparou o avião e está nos esperando a mais de meia hora.

— Ok. — Bucky respondeu depois de um suspiro pesado.

Nick se despediu de mim com as palavras "se cuida enquanto estivermos fora" e passou por nós seguindo até o jato, a barra de seu sobretudo balançando graças ao vento forte.

— Bom, vamos acabar logo com isso porque eu odeio despedidas e não sou de fazer a dramática. — falei quando o tapa-olho já tinha entrado na aeronave, Bucky esboçou um meio sorriso e assentiu.

Sem mais delongas ele soltou sua mala no gramado e segurou minha cintura com a mão humana enquanto eu segurei atrás de seu pescoço e fiquei na ponta dos pés para poder alcançar sua boca. Foi um beijo consideravelmente rápido, mas nem por isso deixou de ser intenso como todos os nossos bejjos. Nossas línguas se colidiam de maneira lenta e suave e as mãos dele passeavam pelas minhas costas e cintura ao mesmo tempo que as minhas se embrenhavam entre seu cabelo agora solto. Finalizamos o beijo com dois selinhos e em seguida nos abraçamos, e foi quando ele falou a seguinte frase:

— Eu prometo não demorar, senhorita. Será que você aceita jantar comigo quando eu voltar?

Soltei um riso abafado e dei uma fungada em seu pescoço antes de dar um fim ao abraço, coisa que como de costume fez os pêlos de sua nuca arrepiarem.

— Acredito que não vou ter nenhum outro compromisso no dia, então eu aceito. E vou cobrar caso você esqueça.

— Não irei esquecer. Te pego às 8 em frente a sua casa, tudo bem pra você?

E como sempre, a minha mente maliciosa distorceu tudo e eu tive que fazer um comentário demonstrando isso.

— Não prefere me pegar no meu quarto? É bem mais reservado, acredite. — ambos rimos, e então eu olhei para o jato e vi Fury surgindo na porta — Bom, acho melhor você ir se não vai ser deixado pra trás. Se cuida, Bucky, por favor. Não vai fazer nenhuma loucura como querer invadir alguma base da HIDRA sozinho. Eu te mato se me der um bolo, é a primeira vez que alguém me chama pra jantar.

— Eu não farei nada disso, prometo. E jamais daria um bolo na minha garota. — ergueu a mão no ar como quem faz um juramento à bandeira, me dando um último selinho antes de girar nos calcanhares e seguir para o avião.

Permaneci na área restrita do aeroporto até o jato decolar e sumir do alcance da minha vista. Eu não posso dizer que não estou me sentindo estranha e preocupada por vê-lo partindo nessa missão arriscada pois seria uma grande mentira, mas estou me sentindo tão feliz por tudo ter finalmente entrado nos eixos que não vou me abalar pensando nisso como uma despedida ou algo perigoso. No máximo é um até logo, pois dentro de alguns meses ele está de volta, tanto pra minha vida quanto pra sua própria, voltará a integrar os Vingadores e ainda me levará pra jantar como prometido. Até lá eu sigo em frente e faço valer minha escolha, sem mais segredos para me comprometerem e fazerem da minha vida uma vida obscura. 


Notas Finais


E então? Como definem esse final?
Bom, vamos começar por partes, primeiro falando sobre o capítulo.
Alguém aí se surpreendeu com a revelação de que Tony e Wanessa já tiveram uma noite caliente? Ficaram curiosas pra saber como foi?
Finalmente o casal amnésia disse o tão esperado "eu te amo". Confesso que estava ansiosa por isso e amei escrever a cena ♥
O que dizer desse julgamento? É claro que eu não poderia ferrar o nosso Buckete depois de todas as ameaças de morte que recebi hahahah e por falar nisso, o que acharam do advogado dele? Alguém gostou de ver o dr. Murdock ali? Eu espero que sim 😉
Bem, e agora o final... Não tenho muito o que falar, só que fiquei com o coração pequenininho de escrever essa despedida e Lana Del Rey ainda ajudou a acabar com o psicológico, mas tudo bem, eu sobrevivo.
Ok, agora sobre algumas outras coisinhas.
Eu não marquei a história como finalizada, como devem ter notado, porque vou fazer um capítulo de agradecimento onde também quero comentar sobre uma ideia que tive, e antes que me perguntem não pretendo fazer um epílogo porque ainda não defini muita coisa sobre a próxima temporada, por isso não tenho como fazer um epílogo.
Enfim, é isso gente. Eu espero que tenham gostado, e desde já agradeço por terem comentado, favoritado e acompanhado a minha primeira história. Foram vocês que me deram incentivo e ânimo pra não desistir dela, e espero vê-las na próxima temporada ♥
"Até logo" ♥


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