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História Secrets - (18) Desejos e sentimentos


Escrita por: Wong_E

Notas do Autor


FELIZ ANO NOVO, AMORES ♡
Antes de mais nada, desejo um 2017 recheado de luz, paz, amor e alegrias pra vocês!
Demorei pacas pra postar o primeiro capítulo do ano, né? Peço mil perdões por isso, mas... aqui estou novamente, e acredito que os acontecimentos desse capítulo vão compensar pela demora.
Bom, não vou tagarelar por aqui, então boa leitura e espero que gostem ;)
Até lá em baixo

Capítulo 7 - (18) Desejos e sentimentos


Fanfic / Fanfiction Secrets - (18) Desejos e sentimentos

— AI MEU DEUS!

Uma voz feminina — fina e irritante — se faz ouvir próxima de Barnes e eu, nos fazendo parar imediatamente o beijo que há poucos segundos tínhamos iniciado e nos virarmos no susto para ver quem havia nos flagrado e gritado daqule jeito.

Sharon.

A loira se encontrava a alguns metros de nós ao lado de Steve, os dois com uma expressão de surpresa e ao mesmo tempo de constrangimento por terem nos interrompido. Entretanto, além da cara de tacho, o Capitão também tinha um olhar um tanto quanto satisfeito sobre seu amigo e eu, como se dissesse: "Eu sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde"

— Me... me desculpem! E-eu não esperava... que vocês estivessem... — Carter falou finalmente, aos gaguejos e gesticulando com as mãos.

Me controlei para não revirar os olhos e desviei o olhar enquanto limpava meus lábios com minha mão livre, vendo Bucky fazer o mesmo com uma expressão tão insatisfeita quanto a minha.

Foi uma péssima ideia eu ter passado justo um batom vermelho. Se nossas bocas não estivessem manchadas, dava pra dizer que ele estava só tirando um cisco do meu olho ou me ajudando com o cílio postiço que caiu. Com certeza não colaria, mas pelo menos seria menos constrangedor do que nos pegarem no amasso sem uma explicação da nossa parte, né?

— Tá tudo bem, Sharon. — respondi, lutando para não transparecer minha irritação.

É claro que não estava tudo bem, será possível que eles não podiam ter ido pelo outro lado ou simplesmente demorado mais um pouco pra sair? Podiam, mas não fizeram. Tinham que aparecer justo na hora que o beijo — que eu achei que nem aconteceria — estava ficando bom e acabar totalmente com o clima que provavelmente não vai surgir de novo!

— Nós estávamos descendo, vou levar Sharon pra casa... — explicou Rogers, sorri falsamente e Barnes apenas levantou as sobrancelhas — Me desculpem também, devíamos ter ido pelo outro lado.

Super útil pensar nisso agora. Só falta pedir pra gente continuar de onde paramos como se nada tivesse acontecido.

— Sim, nos já vamos. Bom, podem... continuar. Sinto muito mais uma vez.

E não é que a "garota" do Capitão teve a pachorra de dizer aquilo mesmo? Depois dessa o pouco que eu ia com a cara dela se transformou em nada.

Ajeitei a bolsa e a câmera pendurados no meu ombro e fiquei no mesmo lugar com o ex-Hidra observando o casal se afastar pelo corredor, nós dois em silêncio e sem saber ao certo o que fazer.

— Wanessa?

O olhei imediatamente e senti um mínimo alívio interno por ele ter se dirigido a mim depois do clima estranho que ficou entre nós. Depois desse flagra e do longo silêncio, pensei que ele fosse se afastar de mim e se fechar numa concha novamente.

— Sim? — questionei, ele se aproximou meio sem jeito.

— Me... me desculpa por... ter te beijado. Eu não queria fazer isso assim, mas...

— Tá tudo bem, Soldado. Não tem porque se desculpar, e não foi ruim se quer saber. — sorri timidamente, ele repetiu a ação — Bom, agora eu vou subir. Todo aquele vinho não me caiu tão bem...

— Eu também vou, eu... te acompanho. — propôs cordialmente, engoli em seco e manejei a cabeça em concordância.

Nós dois sozinhos no elevador depois desse beijo? Isso não vai prestar...

— Ok. — optei por concordar.

Nos colocamos em movimento lado a lado até o elevador e em poucos minutos já estávamos subindo para o andar dos dormitórios, sem trocar uma palavra ou olhar por todo o percurso.

Assim que as portas se fecharam, me recostei na parede do fundo do elevador e Bucky ficou na frente, de costas para mim e com o escudo preso no braço metálico, me remetendo ao dia em que ficamos presos nesse mesmo lugar e eu tive o ataque de claustrofobia.

Mas agora as coisas estão diferentes entre nós. Agora eu acho que não preciso mais ter medo de arriscar.

Respirei fundo e resolvi quebrar o incômodo silêncio revelando algo que há tempos queria dizer, e que dependendo de como ele interpretasse poderia ferrar com tudo de vez:

— Sabe... Desde a festa do Tony, quando nós ficamos presos aqui, eu... eu tive vontade de beijar você e até te levar pra cama, por várias vezes. — recebi um olhar de estranhamento, porém decidi prosseguir — Me surpreendi muito por ser você a tomar a atitude, não esperei que isso fosse acontecer.

Eu só não disse tudo isso antes por falta de coragem, mas agora que ele me beijou não preciso mais guardar isso só pra mim, não concordam?

— E por que não fez? — ele perguntou após alguns instantes, pondo o escudo no chão e se virando de frente para mim.

Certo... essa pergunta não estava no meu roteiro, agora eu digo o que?

Ergui um pouco o rosto e o encarei de lábios entreabertos, com total estranhamento por sua reação inesperada. Será possível que ele não se cansa de me surpreender?

Já que eu tive a brilhante ideia de contar tudo aquilo e por um milagre ele não reagiu mal, preciso ser ainda mais sincera e dizer meus reais motivos para não ter feito o que eu queria, mesmo que esses motivos sejam um tanto quanto idiotas para uma mulher de 26 anos.

— Eu não achei que envolvimentos amorosos estavam na sua lista de prioridades. Pra falar a verdade nem na minha estavam...

Só depois de ouvir minhas próprias palavras me dei conta de que, realmente, eu estava agindo como uma adolescente indecisa. Por Deus, por que raios eu tive de ficar em cima do muro por algo tão insignificante? Que vergonha de mim mesma por isso.

James riu pelo nariz, virou o rosto pro lado e voltou a me encarar segundos depois, com um mínimo sorriso e um brilho diferente nos olhos. 

— Eu sempre consigo incluir essas coisas nas minhas prioridades.

Fiquei literalmente de queixo caído e sem resposta, então ele envolveu minha cintura com o braço normal e me puxou contra si em um movimento só, juntando nossos lábios de uma maneira bem menos romântica do que antes e me dando todas as respostas que eu buscava com esse beijo.

Instintivamente joguei a caixa de adagas de qualquer jeito no chão e agarrei o cabelo dele enquanto nossas línguas se enroscavam sem nenhuma delicadeza, soltando um suspiro entre o beijo quando senti ele apertando a minha bunda com as duas mãos.

Acho que o Bucky dos anos 40 está de volta, e pelo visto é tão safado quanto eu...

Só tinha um problema para, mais uma vez, acabar com o clima: o elevador, que segundos depois de iniciarmos os amassos chegou ao seu destino e abriu as portas, o plim nos causando um pequeno sobressalto seguido de uma enorme frustração.

— Que merda... — ele balbuciou, mordi seu lábio inferior e antes de desgrudar nossas bocas.

— Podemos continuar no meu quarto. Eu sei que você quer isso, não adianta negar... 

Ergui uma sobrancelha e sorri pervertidamente, recebendo um olhar duvidoso em troca.

— Tem certeza disso?

— Não. Mas agora você me atiçou e eu te quero sem interrupções. — lhe dei um selinho e peguei a caixa novamente — A não ser que você esteja com medo, daí a gente para por aqui e eu finje que nada aconteceu.

Usei o olhar de cachorro sem dono que ele sempre faz para me deixar com pena, e como esperado esse olhar o fez aceitar minha proposta do jeitinho que eu queria.

— Eu vou atrás de você se fingir que nada aconteceu.

E me pegou nos braços após pegar seu escudo, saindo do elevador e caminhando a passos largos rumo aos meus aposentos. Comecei a mordiscar sua orelha e sussurrar algumas palavras provocantes em várias línguas, me divertindo imensamente com esse lado pervertido do Soldado Invernal que eu jamais achei que existisse — e que realmente tem tudo a ver comigo.

Se ele já me atraía com aquele jeito fechado e grosso, agora vai ser impossível ficar perto dele e não perder a linha de vez. Ah, se eu soubesse que as coisas seriam assim, teria parado de fazer cu doce antes e mostrado que também queria.

— Me põe no chão! — Ordenei assim que Bucky fechou a porta num chute, derrubando pelo caminho tudo que eu tinha em mãos.

— Não. — ele respondeu rispidamente.

Não tive tempo de contrariá-lo já que no segundo seguinte ele se aproximou da minha cama e me jogou sobre o colchão com toda sua delicadeza de ogro, atitude que só serviu para me deixar ainda mais excitada pelo que viria.

— Como você é hostil. Nunca te ensinaram como se deve tratar uma dama? — ironizei enquanto ele colocava o escudo no chão, lhe arrancando uma risada escarnecida.

— Eu não sei, não lembro. Mas se quiser posso tentar ser mais carinhoso.

Neguei com a cabeça e estalei a língua no céu da boca, mesmo odiando quem tinha essa mania. 

— Eu não disse que sou uma dama. Não na hora da foda.

Ao fim desse pequeno diálogo, Barnes gargalhou e fez um verdadeiro steaptease em frente a cama: tirou os sapatos, as meias, o casaco, a camisa e a calça sem desgrudar nossos olhares, fazendo tudo de uma maneira tão sexy aos meus olhos que me fez aplaudir e olhá-lo da forma mais pecaminosa que existe.

— Agora a cueca! — ordenei com empolgação, sem me importar com os vizinhos dos quartos próximos. O volume dentro da boxer preta dele era grande, e isso estava me deixando ainda mais ansiosa e apressada pra sentir aquilo tudo dentro de mim. 

— Não. Eu quero tirar a sua roupa primeiro. — respondeu, se aproximando da beira do colchão para tirar meus sapatos.

Logo que jogou meus saltos no chão, mordi meu lábio inferior maliciosamente e ergui um pé em seu ombro metálico, o que fez ele segurar minha panturrilha e mordê-la forte.

— Eu quem mando aqui, Soldado.

Antes que ele sequer pensasse em responder, enrosquei minha perna por trás de sua cabeça e o puxei para a frente, girando seu corpo no colchão e ficando por cima, montada sobre o abdômen dele. Que bom que ele decidiu colaborar pelo menos uma vez pra eu poder concluir o meu golpe com sucesso, porque pra mim que tenho 1,56 dominar um homem de quase 1,90, sendo este o Soldado Invernal, não é nada fácil.

— E o que você quer que eu faça? — ele questionou de sobrancelhas erguidas.

— Que arranque o meu vestido e faça o que quiser depois.

Mordi o lóbulo da orelha dele enquanto dizia isso e afastei meu rosto para direcionar suas mãos até o ziper do meu vestido. Ele rapidamente encontrou o fecho e o puxou pra baixo, mas como não conseguia abrir de imediato decidiu ir pelo caminho mais fácil; agarrou no meu decote com a mão metálica e simplesmente estraçalhou o tecido vermelho vinho de cima a baixo como se fosse de papel, me fazendo armar uma carranca de perplexidade por ter destruído meu recém comprado Calvin Klein — que por um milagre encontrei numa liquidação, o único do meu tamanho.

— Bucky! Eu comprei esse vest...

Fui impedida de prosseguir com a minha reclamação visto que ele agarrou no meu cabelo com a mão normal e me beijou da mesma forma bruta que fez no elevador, o que obviamente fez eu esquecer na hora desse pequeno desastre do vestido e me dedicar somente a explorar sua boca com a mesma vontade, me deleitando com o gosto dele assim como ele aproveitava o meu.

Tenho que confessar que de todos os homens e mulheres — me julguem — que já beijei, ele foi o único que conseguiu me deixar tao entorpecida com seu jogo de língua, e olha que nem Thomas que beija muito bem conseguiu essa proeza no nosso primeiro beijo.

Se é bom beijando deve ser muito melhor fodendo...

Minutos depois, sem pausar o enlace urgente das nossas línguas, Bucky arrancou meu sutiã assim como fez com o vestido — na base da destruição — e me girou na cama com facilidade, ficando por cima outra vez e massageando meu seio direito com a mão normal, me permitindo sentir a aspereza de sua pele e a presença de alguns calos na palma de sua mão, mas nada que fosse me incomodar.

Comecei a sentir seu membro enrijecendo e pulsando cada vez mais sobre minha região íntima, então sem pensar duas vezes segurei nas laterais de sua cueca e a afastei pra baixo com um puxão apenas, liberando seu membro que já estava um pouco rígido e cutucou entre as minhas pernas.

Com isso ele parou o beijo e abocanhou meu outro seio quase que inteiro, fazendo um gemido alto escapar da minha garganta quando começou a mordê-lo de leve. Eu adoro que me mordam, principalmente nos seios mesmo sendo o lugar que mais dói, e ele parece ter gostado de descobrir isso.

A medida em que alternava chupões e mordidas entre meus peitos e todo o resto do meu colo, eu acariciava seu membro da base à cabeça em movimentos de vaivém afim de deixá-lo totalmente ereto, o que estava lhe fazendo grunhir de prazer e me chupar com mais força.

Tenho certeza que tudo isso vai deixar marcas terríveis na minha pele, e só espero que dê pra cobri-las com maquiagem porque eu ainda quero que ele me morda muito mais.

Quando o estimulei completamente, ele parou de me abocanhar e ergueu minhas pernas tirando minha calcinha. Se colocou com os joelhos apoiados na beira do colchão e mais uma vez me surpreendeu no momento em que introduziu dois dedos da mão normal na minha vagina e começou a estocá-los pra dentro e pra fora, com tanta maestria e habilidade que me fez gritar e contorcer o corpo de tesão logo que ele começou.

— Oh, céus... como você consegue, seu... — balbuciei em tom de elogio, o fazendo rir vitorioso e aumentar a velocidade dos movimentos.

— Achou que era a única boa com as mãos? — retrucou presunçoso.

Fiquei sem resposta e só me deixei ser explorada pelos dedos habilidosos de Bucky, e por incrível que pareça o jeito como ele me penetrava com os dedos era exatamente o jeito como nenhum outro cara sabia, o jeito que mais me deixava louca e me fazia gozar rápido.

Quantas mulheres será que ele comeu na HIDRA pra ficar tão bom assim? É impossível alguém que foi congelado, descongelado, torturado e que sofreu dezenas de lavagens cerebrais ser habilidoso desse jeito sem praticar.

— Eu já tô... Ai, Barnes! — exclamei num fôlego só, a voz saindo num murmúrio ansioso.

Ergui um pouco o tronco — sentindo as pernas já levemente moles — e o olhei quase que implorando pra ele não me torturar mais, pois eu estava me controlando pra não gozar ainda. Porém, ele nao me deu ouvidos e continuou me dedilhando até me fazer gozar, o que aconteceu alguns segundos depois e me fez soltar um arquejo esganiçado. 

Se com os dedos ele é assim, não vejo a hora de descobrir o que ele sabe fazer com o pau...

Com um sorriso lateral e nenhum pingo de nojo, ele tirou os dedos de mim e os levou a boca logo que me assistiu gozando, o que me fez fitá-lo com cara de surpresa.

Uau, ele tá mesmo bem entusiasmado. Sabia que não ia me desapontar.

Depois que terminou de lamber seus dedos, James segurou nos meus joelhos e abriu mais as minhas pernas — sem desgrudar nossos olhares — para finamente começar a me penetrar, uma, duas vezes, com movimentos lentos e delicados que contradiziam totalmente com seu estilo animalesco. Eu sabia que ele estava apenas querendo se acostumar a minha entrada apertada, mas não estava com paciência pra esperar mais.

— Mete mais forte, porra! — exclamei impaciente, querendo sentir tudo dele. Precisando matar toda a vontade de te-lo dentro de mim que guardei por todo esse tempo.

— Você é quem manda.

Dito isso, ele apoiou ambas as mãos na cabeceira da cama e começou a aumentar cada vez mais a força e velocidade das estocadas, me fazendo gemer escandalosamente e sentir cada vez mais prazer a medida em que ele que socava mais fundo. Meu corpo deslizava pra cima e pra baixo sobre o lençol, o que me obrigou a abrir mais as pernas e encaixar elas ao redor dos quadris dele pra deixar nossos corpos sem nenhuma distância.

— Isso... ah! — balbuciei satisfeita seguido de um grito fino, ele estava exatamente no ritmo que eu mais gostava e isso estava sendo enlouquecedor pra mim depois de ficar tanto tempo sem sexo.

Para tentar me calar, Bucky colou seus lábios nos meus e permaneceu me beijando por vários minutos a fio, explorando cada canto da minha boca com sua língua habilidosa, mas por conta dos espasmos de prazer que se alastravam pelo meu corpo eu mordi tanto sua boca que cheguei a tirar sangue, o obrigando a parar o beijo depois de um tempo.

— Isso dói, Lewis. Você é vampira agora? — perguntou num murmúrio, distribuindo chupões pelo meu pescoço.

— A culpa é sua! Eu sou apertada e você parece um cavalo no cio. — devolvi ofegante após um grunhido.

— Eu posso diminuir...

— Eu te mato se fizer isso! — reclamei e arfei, fechando os olhos e apertando o lençol com meus dedos.

— Meu ombro... — murmurou no meu ouvido.

Logo que me recuperei um pouco dos benditos espasmos, finquei os dentes sem dó em seu ombro normal e soltei todos os gemidos que estava segurando, que ficaram abafados por sua pele e pareceram deixá-lo ainda mais cheio de tesão.

Os sons dos nossos quadris se chocando, os meus gemidos nada discretos, os grunhidos de James — tanto de prazer quanto de dor por eu estar o mordendo —, nossas respirações ofegantes e os rangidos continuos da cama contra o chão foram ficando cada vez mais altos e ritmados mesmo que tentássemos contê-los, e sem sombra de dúvidas já deviam estar sendo ouvidos pelos nossos vizinhos de quarto.

De repente, outro som se fez ouvir dentre os demais: um ruído estridente e metálico que se deu bem acima da minha cabeça, segundos antes de a estrutura da cama ceder e nos levar ao chão num impacto nada delicado.

Lembram que eu disse que Bucky estava segurando na cabeceira da cama, pra não soltar todo seu peso sobre mim enquanto me fodia cada vez mais forte? Então, o que aconteceu foi que, graças a empolgação em que ele estava e a força de sua mão metálica, ele simplesmente arrebentou a placa de madeira e metal ao meio, o que fez com que as pernas da minha pobre cama desmoronassem por conta da pressão que estava sendo exercida sobre ela.

Deus do céu, agora sim é que a Torre inteira vai saber o que tá acontecendo aqui. — pensei soltando um riso frouxo, mas assim como Barnes não deixei que isso estragasse o resto do nosso rala e rola, que se seguiu com ainda mais avidez e só chegou ao fim alguns minutos depois, quando ele finalmente se derramou dentro de mim, quente e intensamente gemendo uma palavra em romeno, me ajudando a também atingir o meu orgasmo.

Senti a velha sensação de que meu corpo ia se desmanchar de moleza e deixei minhas pernas e braços se esparramarem sobre o colchão, enquanto ele retirou seu membro de mim e deitou de barriga para cima do meu lado, soltando um longo suspiro e me aconchegando em seus braços.

Mesmo sendo muito experiente na cama e já tendo transado com caras muito bons, sou obrigada a confessar que foi como se eu tivesse tido minha primeira vez. Bom, teoricamente falando foi uma primeira vez já que eu nunca tinha transado com o Bucky antes — e jamais imaginei que transaria —, mas o que eu quero dizer mesmo é que eu nunca tinha sentido tantas sensações diferentes como as que senti com ele.

Não sei o que ele tem ou o que faz pra ser tão diferente dos outros homens na cama, mas seja lá o que for me deixou ainda mais atraída por ele, obviamente não mais no sentido de amizade.

Será que isso é algum tipo de característica dos homens dos anos 40? — mordi o lábio inferior e ri. Será que o Steve também é assim? Se for, sorte da Sharon e azar da Nat que não facilitou pra ele. 

— O que foi?

Fui tirada dos meus pensamentos obscenos com a pergunta do Soldado, que ria como se estivesse vendo uma cena engraçada — provavelmente por causa das caretas que eu devo ter feito sem perceber.

— Nada. Eu estava pensando. — respondi sem desgrudar nossos olhares.

— Em que?

— Em você e no Steve.

Fui sincera, mas tal revelação o fez desmanchar o sorriso e franzir as sobrancelhas.

— No Steve? — questionou com uma careta engraçada que me fez rir.

— Sim, eu estava me perguntando se ele tem a mesma "aptidão" — fiz aspas com os dedos — que você já que os dois são das antigas e tem esse soro de super soldado.

— Tem curiosidade em saber como ele é? — questionou com uma expressão séria, balancei a cabeça em concordância.

— Sim, mas não por mim.

— Por quem então?

Comecei a deslizar meus dedos pelo abdômen definido dele, dando alguns arranhões leves pelos vários gominhos presentes ali.

— Pela Natasha. Você já deve ter percebido que o Steve é afim dela. — respondi por fim.

Desculpa, Nat, mas vou ter que te por na roda.

— Ele é, mas não sabe como dizer isso. — riu abafado — Ele tem medo de qual seria a reação dela já que ela não parece ser do tipo que se interessa em relacionamentos amorosos.

Desviei o olhar e fiquei em silêncio por alguns segundos, pensando que o que Rogers sente é basicamente o que eu senti em relação a ele.

— Eu entendo como ele se sente. — soltei sem querer, recebendo um olhar confuso dele.

— Era isso que você pensava de mim?

— Mais ou menos. — respondi alguns segundos depois seguido de um suspiro.

— Eu pensava o mesmo de você. — voltei a fitá-lo com as sobrancelhas unidas, o obrigando a desenvolver — Você é tão independente e centrada no trabalho que me dava um pouco de medo de tentar me aproximar mais. 

Apoiei meu queixo em seu peitoral e não pude evitar de sorrir de um jeito bobo diante de seu jeito tímido. Era fofo ve-lo assim.

— O ex Soldado Invernal assumindo que estava com medo de mim? Outra coisa que achei que não veria.

— Não de você em si — riu pelo nariz — Do que você faria quando eu fosse mais direto. Eu perdi o tato com as mulheres, não sabia como chegar em você.

Santo Deus, que situação complicada...

— Se fosse em outra época eu te daria um tiro, porque eu sempre gostei de ser quem toma a iniciativa — brinquei com falsa seriedade, o fazendo arregalar um pouco os olhos —, mas depois desses meses que a gente se aproximou eu até comecei a gostar de você e vou deixar passar.

— Até gostou?

— É. — dei de ombros e fingi indiferença.

— Ok...

Vi ele murchar e fazer uma careta de falso desapontamento, me obrigando a concertar as coisas ao meu modo; sem avisos, abri um sorriso de orelha a orelha e pisquei os olhos repetidas vezes, no melhor estilo criança espevitada que fez merda e faz uma carinha fofa afim de ganhar o perdão dos pais.

— Você me faz te odiar quando faz isso! — exclamou entre risos instantes depois, bagunçando meu cabelo com a mão metálica.

— Ah é? — desmanchei o sorriso — Então nós temos um problema, pois esse meu jeito tende a piorar quando eu ganho intimidade com alguém. E acho que depois dessa noite nós teremos muita intimidade...

Suas orbes azuis me analisaram por um bom tempo antes de ele finalmente perguntar, os lábios roçando na pele do meu pescoço e causando arrepios em todo o meu corpo:

— Quer saber de uma coisa?

— Que coisa? — sussurrei de volta, ele acariciou meu rosto com a mão normal e sussurrou no meu ouvido:

— Eu sempre tive um fraco por mulheres que me irritam, mesmo que eu odeie ser irritado.

Entreabri os lábios e não pude evitar de esboçar o quão surpresa e feliz fiquei com essa confissão tão subliminar.

— É, nós temos mesmo um problema — montei sobre a cintura dele e me apoiei em seu abdômen mega definido —, porque eu sempre detestei contradições, mas inevitavelmente me atraio só por pessoas contraditórias.

— E o que faremos então? — segurou nas minhas coxas.

Em resposta, somente sorri de lado e puxei seu rosto em direção ao meu, grudando nossas bocas em um longo selinho que foi se transformando um beijo menos casto até acabar novamente em outra... bem, vocês sabem em que.

****

Abri os olhos devagar e os comprimi para me acostumar com a claridade vinda da grande janela — que eu nunca lembro que precisa de uma cortina —, e logo que minha visão se tornou nítida a primeira coisa que vi foi o par de olhos azuis de Bucky, vidrados em mim como se eu fosse a única coisa visível do ambiente.

Sorri minimamente e ergui uma mão para acariciar o rosto dele, que estava lindamente sereno como eu nunca tinha visto.

— Bom dia, Soldado. Como foi a sua noite?

Perguntei ironicamente, vendo seus lábios se curvarem num grande sorriso que fez várias ruguinhas se formarem em seu rosto. Por um segundo pensei que esse sorriso era a coisa mais bonita que eu já vi ao acordar, mas afastei esse pensamento tão logo ele surgiu. Pensar em algo desse tipo soa muito romântico pra mim, ainda mais depois da total selvageria que se deu nesse quarto.

Mas é verdade que ele fica ainda mais lindo com esse sorriso, não me importaria em acordar com isso todas as manhãs.

— Acho que a melhor de todas já que nenhuma outra foi assim. — esclareceu após um bocejo.

Levantei um pouco o tronco e me sentei no colchão, e só então me dei conta de que ainda estava com as pernas um pouco doloridas de tanto que ele me apertou com a mão metálica.

— Assim como? — inquiri.

— Tranquila. Eu...

— Oi? Essa noite foi tudo, menos tranquila. — o interrompi com deboche, ele fez uma careta.

— Eu digo tranquila no sentido de não ter nada na minha mente me preocupando. É a primeira noite que eu consegui deixar de pensar nos problemas que sempre me atormentam.

Ai, minha nossa.

Tentei segurar a risada e me manter séria diante de sua declaração, mas quando dei por mim já estava gargalhando e soltando uma das minhas pérolas:

— Eu juro que te matava se você broxasse por pensar nos seus problemas. — abracei meus joelhos de tanto rir — Essa foi boa, hein! Quem pensa nos problemas enquanto tá transando? Você realmente tem muito o que aprender.

Nem preciso dizer que a cara dele se fechou totalmente após essa frase nada ideal para o momento casal fofo que estávamos vivendo, não é? E nem preciso dizer que a minha gargalhada desapareceu no momento em que o ex-Hidra se levantou da cama — ou do que era uma cama — bufando e começou a catar suas roupas pelo quarto, preciso?

— Sério que você vai ficar bravo por isso? Qual é, Bucky?

Me levantei e caminhei até parar em frente a ele, que com seu olhar furioso começou a me deixar irritada também. Santo Odin, eu nem falei nada de mais, que mau humor é esse dessa criatura?

— Eu estava falando uma coisa séria e você, como sempre, fez uma das suas piadinhas. Eu não gosto disso! — exbravejou ao colocar as calças.

— É mesmo? Juro que não tinha percebido isso antes! — debochei — E eu sinto muito, Barnes, mas não vou mudar o meu jeito só pra te agradar. Se não gosta dele, é um problema seu.

Exclamei isso da maneira mais debochada que pude, mantendo a cabeça erguida e o semblante zombeteiro diante do olhar nada amigável que ele tinha sobre mim.

Ao invés de continuar se vestindo e sair antes que a discussão piorasse, ele apinchou as roupas no chão e passou as mãos pelo cabelo, soltando um pesado suspiro e balançando a cabeça em negação enquanto cuspia as palavras:

— Eu te odeio por fazer isso comigo.

Ergui uma sobrancelha e ri sem um pingo de humor. Então é assim? Me faz ter orgasmos até eu desmaiar e agora me odeia? Bom saber.

— Ótimo, então estamos quites porq...

Fui impedida de concluir o "eu também te odeio" que tanto queria devolver graças ao beijo de tirar o fôlego que o estressadinho me deu, que me pegou mais uma vez de surpresa e só não acabou na cama por conta das batidas que se iniciaram do lado de fora da porta, quando já estávamos, literalmente, grudados um no outro.

— Que inferno! Será que sempre vão ficar nos interrompendo? — desenrolei as pernas de sua cintura e não pude evitar de rir ao ver o estado em que ele já estava. — Vai pro banheiro. Banho frio. — aconselhei pausadamente, me afastando e pegando o roupão que estava sobre uma poltrona para cobrir minha nudez.

Imediatamente ele catou suas roupas e correu em direção ao banheiro, enquanto eu, já recomposta e vestida com a peça amarelo bebê, tratei de ver quem estava batendo na minha porta tão cedo e o que queria comigo às 9h no domingo de Natal.

— Clint? 

Tombei a cabeça pro lado e torci o nariz ao dar de cara com o Gavião, que me mediu da cabeça aos pés por vários segundos. Ué, eu achei que ele tinha voltado pro sítio com a Laura.

— Bem que o Tony falou que a sua noite com o James devia ter sido boa. — comentou com as sobrancelhas erguidas após o pequeno confere. — Eu estava duvidando até agora, mas... 

— Tony? Como ele sabia sobre isso?

Praticamente gritei as palavras em tom de incredulidade, mas só então me lembrei das duas coisas que podem ter nos entregado: as câmeras/saídas de áudio dos corredores e do elevador onde Bucky e eu nos agarramos, cujas imagens e conversas Stark tem acesso a hora que ele quiser, ou Steve, que como nos viu aos beijos pode ter bancado o X9 e contado a novidade para todos os demais, que com certeza ficaram fofocando até chegarem a conclusão do que realmente houve.

Não, o Steve não é de contar quando vê essas coisas, e se ele falou que foi o Tony quem fez o tal comentário, só pode ser porque...

— Ele ficou nos vigiando através das câmeras assim que saímos do salão, não é? — perguntei em tom de afirmação, ele assentiu.

— Você não pensou que ele ia fazer isso, pensou?

— Não pensei que ele teria tanta falta de amor à vida. — respirei pesadamente e encostei minha testa na porta. Deus, dai-me paciência pra eu não matar aquela criatura quando ver ele na minha frente.

— Eu avisei que ele devia ter se mantido calado diante do que viu. — deu de ombros — Eu não falei pra ninguém da putaria infernal que ouvi aqui. — abri a boca para responder mas ele continuou — No início eu achei que você tava com problemas, mas daí começaram os gemidos, gritos...

— Chega, Barton! — exclamei irritada e dei um tapa em seu ombro. — O que você quer, afinal?

Após um pigarro, o cosplay de Arrow finalmente se recompõe e desembucha a que veio:

— Bom, eu vim só pra avisar que o Coulson te quer na SHIELD. Ele ligou pra você várias vezes, mas você não atendia ele me ligou e pediu pra eu te avisar.

Obviamente, a última coisa que pensei nas últimas horas foi na SHIELD ou em atender as ligações de quem quer que fosse, e conhecendo bem Coulson tenho certeza que ele deve estar furioso por eu não ter lhe atendido.

— Ok. — suspirei lentamente — Eu vou pra lá daqui a pouco, só tenho que...

— Tá tudo bem, não precisa me explicar. — interrompeu gesticulando com as mãos.

— Obrigada, Gavião. — sorri sem humor — Ham... já que você foi o primeiro a presenciar minha situação, será que você pode me ajudar com aquilo?

Abri mais a porta e indiquei minha cama destruída, o que fez Clint tapar a boca com uma mão e arregalar os olhos de perplexidade.

— Caramba! — começou a gargalhar escandalosamente, senti minhas bochechas esquentando de vergonha — Sempre achei que vocês dois iam acabar se pegando, mas não imaginei que o negócio seria tão... selvagem assim.

Será que ele acredita se eu disser que nem eu imaginei isso?

— Você pode me ajudar ou vai ficar só zombando da minha desgraça?  — indaguei impaciente e revirei os olhos, o fazendo cessar os risos.

— Me desculpa, Nêssa. Eu te ajudo sim, vou chamar um amigo meu e...

— Ótimo, obrigada de novo. Preciso me arrumar, até mais.

Dito isso, fechei a porta na cara dele sem nem esperar uma resposta. Sei que é grosseria bater a porta na cara das pessoas — ainda mais quando é um amigo de longa data que sabe quase todos os meus podres —, mas eu realmente não tenho tempo e nem vontade de continuar conversando com ele nesse momento.

Desamarrei o roupão e o joguei dentro do guarda roupa no mesmo momento em que James saiu do banheiro, já vestido, com os cabelos molhados e levemente bagunçados e exalando o inconfundível perfume do meu sabonete de romã.

Ao se deparar comigo pelada outra vez, ele me lançou um olhar mais que impróprio e assoviou um fiu fiu, me fazendo soltar uma curta gargalhada e negar com a cabeça. Mais uma coisa que eu nunca achei que aconteceria.

— Eu preciso ir pra SHIELD daqui a pouco, então acho melhor você não tentar nada. — revelei com o dedo indicador em riste, ele murchou de imediato.

— Pra que?

— Não sei. Barton veio me dizer que o Coulson me quer lá o quanto antes.

Peguei uma toalha e segui para o banheiro sem avisos, sentindo o olhar dele pesando sobre mim — ou na minha bunda, mais especificamente.

— Entendo... — ele veio atrás de mim — E você volta pra cá depois?

— Não sei. Por que? — perguntei com falsa inocência, já sabendo o porquê de sua pergunta.

— Pra... resolver o problema da sua cama.

Ergui as sobrancelhas e segurei o riso que queria sair.

— Não fui eu quem quebrei. — devolvi séria.

— Tá dizendo que eu devo resolver então? — indagou com uma careta, ri e coloquei a toalha sobre o balcão da pia.

— Não, seu bobo. O Clint vai me ajudar com isso, não se preocupe.

— Ele ficou muito espantado com o que viu? — perguntou após um breve silêncio.

— Achou engraçado, só. Ele ouviu a bagunça que fizemos. — revelei, um riso abafado escapou de sua garganta e ele murmurou um "não me importo".

Quem diria que ele não ficaria com vergonha dos outros saberem o que aconteceu. Mas não que eu não tenha gostado disso, na verdade é otimo considerando que eu nunca fui muito paciente com homens tímidos. 

— Bom, eu... vou indo então. Não quero te atrasar. — informou  instantes depois, o olhar levemente frustrado.

— Eu realmente tô com pressa, se não te puxava pra baixo desse chuveiro comigo. Não gosto de tomar banho sozinha.

Consegui lhe tirar uma breve risada, seguida da pergunta nada inocente:

— Quem sabe na próxima?

— Então vai ter uma próxima? — curvei uma sobrancelha.

— Só se você quiser. 

Me aproximei lentamente e deslizei as mãos pelo tórax dele, até jogar meus braços ao redor de seu pescoço.

— Vou pensar no seu caso.

Tradução: logo logo estaremos nos pegando outra vez.

— Vou esperar pela sua decisão. — deslizou as mãos pela minha cintura e me puxou para si.

Ok, agora eu assumo que é impossível resistir a você. — constatei enquanto a boca dele alcançava a minha, novamente levando o meu auto controle pra bem longe. 

****

— Achei que não viria! 

Coulson ralhou assim que pus os pés pra dentro de sua sala, com um olhar nada feliz sobre mim por conta do meu atraso de quase 2 horas após seu chamado. Digamos que eu demorei mais tempo do que o normal pra me maquiar e escolher uma roupa que não mostrasse muito o meu pescoço e colo, além dos minutos que gastei pra arrumar um pouco da bagunça do meu quarto é claro.

— Eu tive alguns problemas e não pude vir antes. — expliquei evasiva, lhe tirando um olhar desconfiado. 

— Deve ter sido algo grave pra fazer você desligar seu celular e se atrasar tanto.

Não consegui responder de imediato já que ele me analisou de cima a baixo com visível desconfiança, e só rezei pra que os hematomas que Barnes deixou no meu pescoço estivessem bem cobertos pela maquinagem que passei neles.

— Eu... isso não vem ao caso. — pigarreei e ajeitei a postura — O que tem de tão urgente pra me chamar aqui no domingo de Natal?

— Você sabe que para pessoas como nós não existem feriados ou férias. — retrucou secamente, me controlei pra não revirar os olhos.

— Sim, eu sei, mas o que quer de mim, afinal?

Se eu não for direta, acreditem: ele vai ficar enrolando o dia todo.

— Não prefere sentar? Você parece... cansada. — comentou sugestivamente indicando uma cadeira.

Ok, agora estou começando a acreditar que as fofocas sobre a minha noite com o Soldado já chegaram por aqui também.

— Eu estou bem em pé.

Cruzei os braços em frente ao peito e me mantive inexpressiva, mesmo que internamente eu estivesse com total constrangimento. 

— Como preferir. — apoiou as mãos na mesa — Eu te chamei aqui pra avisar que o diretor Fury vai se transferir pro Triskelion amanhã e você vai junto, sem previsão de volta.

Escancarei os lábios até o limite e arregalei os olhos. Estava tudo bom demais pra ser verdade.

— É o que? Por que ele vai se transferir pra lá? E por que quer que eu vá junto se tem vários agentes bons naquela base?

Todas essas palavras sairam numa voz fina e irritante tamanha foi minha insatisfação diante da notícia. Eu odeio aquela base e todos que trabalham nela, essa é a verdade, mas se fosse há uns dias atrás eu não veria nenhum problema em ter que ficar lá por sabe Deus quanto tempo, afinal eu sou uma das agentes de confiança de Fury e é meu dever seguir suas ordens sem titubear — mesmo que eu desobedeça muitas delas.

Entretanto, dadas os atuais acontecimentos da minha vida — lê-se: minha nova amizade colorida com Bucky —, essa notícia caiu como um balde de água fria em todos os planos que eu já tinha feito com ele antes de vir pra cá.

Como eu posso explicar, sem magoá-lo depois da noite de filme romântico que tivemos, que eu vou ter que cancelar todos os programas de "casal" que fizemos por conta dessa transferência? Eu tô ferrada.

— Ele não diz os seus motivos, achei que já soubesse disso. — levantou as sobrancelhas e se encostou em sua cadeira de couro. — Tem algo que te impeça de seguir essa ordem?

— Não, mas... — soltei o ar pela boca — Isso não estava nos meus planos. Eu não sei se posso me afastar dos Vingadores por tanto tempo.

Nessas horas eu agradeço de joelhos por tê-los como álibi pra me agarrar. Já me livrei de muitas transferências por estar na equipe.

— Quanto a isso não se preocupe, já conversei com o Steve e ele disse que está tudo bem quanto a sua ida. A equipe não ficará desfalcada agora que Barnes e Wilson foram recrutados.

Tive vontade de deitar e espernear no chão ouvir isso, mas me mantive firme na pose de agente séria. É uma maravilha quando você tem aquele amigo que, de tão prestativo que é, sempre ferra com tudo, não acham? Quem não tem um amigo assim?

Como agora meu único álibi foi por água abaixo e eu não posso recusar uma ordem do diretor apenas para ficar ao lado do ex-Hidra concordei com a cabeça e respondi meio a contra gosto:

— Ok. Eu vou pra Washington com ele.

— Ótimo. — falou empolgado, permaneci inexpressiva — Vocês partem às 9h, esteja aqui às 8.

— Estarei. Era só isso?

Não me importei em transparecer toda a impaciência e frustração que estava sentindo, e por sorte Coulson não fez nenhum questionamento quanto a isso. Depois de tantos anos de convivência, eu tenho certeza que ele percebeu que há algo errado, mas não vai se importar em saber o que é já que eu aceitei a missão sem reclamar muito. Seus problemas pessoais não me interessam. — é o que ele diria caso entrássemos nesse assunto.

— Sim. Está dispensada. — disse, manejei a cabeça e me virei para a saída — Ah, antes de você ir procure a Hill. Ela tem alguns relatórios pra você analisar na sua casa e trazer amanhã.

Agora sim ficou perfeito. Só falta pedir pra eu trazer um cafezinho também.

— Entendido.

E deixei a sala dele a passos duros, com a certeza de que essa maldita transferência seria ruim em todos os sentidos.

Além de ter que me afastar de Bucky justo quando começamos a nos entender, eu ainda terei que me encaixar entre a equipe do Triskelion — dos quais todos os agentes não me passam confiança —, ficar no apartamento minúsculo que tenho em Washington que deve estar infestado de traças e aranhas depois dos dois anos sem ser utilizado, e pra fechar com chave de ouro, adivinhem? Passar o réveillon sozinha, já que não terei tempo e nem ânimo de voltar até Manhattan para comemorar com meus amigos e muito menos eles irão até lá pra me fazer companhia e estourar a champanhe.

Realmente, estava tudo bom demais pra ser verdade.


Notas Finais


E então? 
Finalmente as coisas desandaram pra esse casal!
Valeu a pena esperar? Compensou pela enrolação? Posso ver algum shipper #Buckynessa por aí?
Sobre a hot: confesso que, apesar de ter gostado de escrevê-la, sofri um pouco e fiquei em dúvida se devia ou não postar já que é a primeira vez que escrevo algo desse tipo, então se tiverem sugestões ou críticas sobre isso sintam-se a vontade para expor ;)
Por hoje é só, obrigada por lerem e espero que tenham gostado!
Beijos e até o próximo ♡


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