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História Secrets Between Neighbors - Last Chance


Escrita por: Sunnyes

Notas do Autor


MEUS DEUSES, FAZ TANTO TEMPO QUE EU TÔ ESCREVENDO ISSO
Sem mais delongas de novo, vamos ao que parece ser o penúltimo capítulo da fic (e o mais longo) ç-c
Quero agradecer de todo o coração pelos últimos comentários, que eu não vou poder responder agora, mas que foram muito muito muito MUITO importantes
Vocês são os melhores leitores que eu poderia ter ♥

Capítulo 51 - Last Chance


Não dissemos nada durante o trajeto até o aeroporto. Eu chorei o caminho todo, mas os soluços foram diminuindo a medida que eu aceitava que não havia nada que eu pudesse fazer. Quando tia Cassandra estacionou, eu já havia parado, apesar de ainda sentir vontade de chorar mais. 

Ajudei a tirar as malas do carro e nós entramos no aeroporto. Haviam apenas uns gatos pingados nos balcões e sentados em cadeiras aleatórias. Fizemos o check-in e esperamos, em silêncio, sentados em cadeiras perto da praça de alimentação. Logan tirou seu celular do bolso e começou a jogar, e, depois de um tempo, tia Cassie resolveu quebrar o silêncio.

- Bem, o vôo dura umas três horas - Ela disse, se endireitando na cadeira. Parecia suar um pouco. - Então vamos chegar lá pelas dez e meia. 

Logan e eu não respondemos. Sabíamos que tia Cassie tinha um pouco de medo (segundo ela, não era medo, mas sim um receio) de viajar de avião. Por isso, ela havia vindo para nossa cidade de carro, o que resultava em um dia todo de viagem.

- Daqui a pouco vamos poder entrar no avião - Ela olhou em seu relógio de pulso. - São sete e dez.

- Fica calma, tia - Logan murmurou.

- Eu acho que vou no banheiro. - Ela se levantou.

- Sabe que tem banheiro no avião, não é? - Logan ergueu os olhos para ela.

- Sei, mas eu não consigo lá - Tia Cassandra disse.

Antes de ir, ela passou a mão nos meus cabelos e me lançou um olhar compreensivo. 

Ela caminhou até que entrasse em um corredor e sumisse da minha vista.

Então ali eu estava. No aeroporto. Pronta para me mudar. Deixar para trás tudo o que eu conhecia. Deixar Armin para trás. 

É isso que eu quero?, pensei. E me toquei que era a primeira vez que eu pensava no que eu queria. E então, talvez um pouco tarde demais, a ficha caiu. Os pensamentos em minha cabeça começaram a passar rápido demais. Tudo se tornou real demais. Não era brincadeira, eu iria mesmo para Seattle.

Eu não tinha que fazer isso, me mudar. Tinha ficado tão preocupada em pensar no que era melhor para o meu pai e para o meu irmão, que acabei esquecendo do que era melhor para mim. Eu não seria egoísta em pensar em mim pela, quem sabe, primeira vez na vida. Eu podia não ser uma adulta ainda, mas eu sabia o que era certo e errado. E ir para Seattle parecia tudo, menos certo. Lembrei das coisas que Armin havia me dito. Droga, ele ia dizer que me amava, e eu fui embora. Ele disse tantas coisas, e eu apenas escutei. Eu devia ter me aberto com ele também. Eu sentia o mesmo, não sentia? TInha demorado muito para perceber. Desejei ter uma última chance. "Minha casa só é a minha casa se você está do lado". Seattle nunca seria minha casa, porque não era ali que Armin estava. Eu não podia ir. Não, eu ainda tinha uma chance.

Olhei para o lado. Tia Cassie tinha deixado a bolsa ali. A bolsa com a chave do meu carro. 

Não é uma boa ideia, Rebecca.

- Logan - Chamei, sem tirar os olhos da bolsa. - O que acontece quando alguém perde o vôo?

- Eu não tenho certeza - Ele disse, distraído com o jogo. - Mas acho que você paga uma multa e usa a passagem depois, ou tem um desconto pra... - Ele levantou os olhos para mim. - Espera um momento.

Eu me levantei, e Logan se levantou também, ficando na minha frente.

- O que você vai fazer, Rebecca?

Uma loucura.

- O que é preciso - Eu disse. Qual era a diferença?

Fui até a bolsa e procurei as chaves. Não demorei muito para pegá-las e guardá-las no meu bolso. Voltei para perto de Logan. Um tempo atrás, eu teria de me abaixar para poder olhá-lo nos olhos, mas agora bastava que ele erguesse a cabeça um pouquinho. 

- Ouça - Eu coloquei minhas mãos em seu ombros. - Eu não espero que você entenda, mas eu não posso ir. 

- Eu entendo. - Ele sorriu de canto de boca, mas de maneira tristre. - Vai, Rebecca.

Não há palavras para descrever o quão grata eu fiquei. Grata por Logan não me julgar, por não tentar me parar. Grata por não me perguntar o que eu faria exatamente ou se eu tinha um plano, porque eu não fazia ideia do que estava fazendo. Grata por ele entender. Grata por tê-lo como irmão.

- Eu te amo, pirralho. - Eu sorri, o abraçando. - Vê se não dá muito trabalho pra tia Cassie, tá? 

- Eu sei que você me ama - Ele riu, e vi lágrimas se formando em seus olhos. - Se cuida. E fala pro Armin que, se ele vacilar com você, eu jogo o PlayStation dele da janela do quarto.

Eu ri. Foram as coisas mais sinceras que já dissemos um para o outro.

Engoli em seco, lancei um último olhar para o meu irmão e corri. Corri sem olhar para trás. Passei por pessoas que resmungaram algo, e eu compreendi. Afinal, geralmente as pessoas correm para dentro dos aeroportos, afim de não perderem seus vôos, não para fora deles.

Cheguei ao carro e entrei em um instante. Em menos de um minuto eu já estava na rua, indo para casa. Eu esperava que Logan enrolasse tia Cassie, mas tinha quase certeza de que eles iriam sem mim. Afinal, tia Cassie já tinha mostrado que não gostava da ideia de irmos para Seattle, e faltavam poucos minutos para começarem a embarcar. Ela não teria tempo de ir me procurar.

O que você está fazendo?

Suspirei, pisando no acelerador. Comecei a traçar um plano na minha mente, enquanto os meus olhos estavam vidrados na estrada.
Eu iria ao baile. Passaria em casa, colocaria meu vestido e iria ao baile. Encontraria Armin lá. Diria tudo o que precisava dizer a ele, isso era o que importava. 

O problema era papai. Ele estava no plantão, só voltaria no horário do almoço do dia seguinte, provavelmente. Eu teria de ir para casa, e não queria nem ver o que ele faria quando visse que eu tinha ficado. Mas eu ainda tinha tempo.

Isso definitivamente não vai dar certo.

Finalmente cheguei em casa, mas a porta estava trancada e eu não tinha a chave. Quase acreditei que o plano tinha ido por água à baixo por causa de uma maldita chave, quando percebi que a janela dos fundos estavam aberta, e pude entrar por ela do mesmo jeito que fiz na noite em que saí com Ethan. Corri escada acima e abri o meu guarda-roupa. O vestido azul escuro estava ali, esperando por mim. O vesti, penteei meus cabelos, passei rímel e lápis de olho. Queria ter passado batom, mas eu não tinha nenhum. Coloquei meus tênis azuis e soltei os cabelos, que caíram em meus ombros. Me olhei no espelho antes de sair. Tive certeza que, se meu pai ou tia Cassie estivessem ali, eles teriam dito que eu estava parecida com a minha mãe. Pela primeira vez, acredito que eu teria concordado com eles.

Voltei para o carro. Eu podia ir à pé, mas não queria chegar suada no baile.

Ainda dá tempo de voltar para o aeroporto. 

Olhei para o retrovisor, encarando meus olhos azuis. Me lembrei do que Armin disse sobre eles, que eram como nuvens de chuva. Liguei o carro e dirigi.

Chegando no colégio, a primeira coisa que vi foram as luzes. Era possível ver o ginásio todo iluminado, e ouvir alguns gritos e a música que não estava tão alta.

E se ele não quiser falar com você? Ele disse tantas coisas para você, e você foi embora sem dizer quase nada.

Respirei fundo e saí do carro. Minhas mão suavam, meu coração estava acelerado e eu mantinha o maxilar tenso. Havia uma brisa fria, o que fez com que eu ficasse ainda mais ansiosa. Caminhei até o ginásio, e haviam alguns grupos de jovens no pátio, rindo e com garrafas na mão. 

Quando finalmente entrei no mesmo, fiquei impressionada. Haviam colocado mesas com toalhas brancas ali, além de duas mesas maiores e compridas com ponches e copos. As paredes estavam decoradas com faixas, as quais eu não consegui ler, e alguns pôsteres de eventos futuros. E por último, havia um palco na parte de trás do ginásio, onde uma banda estava tocando. Por um instante, achei que fossem Lysandre e Castiel, mas pelo jeito tinham contratado uma banda, pois uma garota era a vocalista. A iluminação também estava incrível, com vários globos de luz espalhados. 

Depois de parar de admirar a decoração, comecei a andar e correr meus olhos pela festa. A primeira pessoa que vi foi Castiel, fumando num canto mais afastado. Megan com certeza o repreenderia por isso, e não demorei para vê-la. Para minha surpresa, ela estava dançando com Kentin. Não, eles não estavam colados, eles estavam apenas dançando. De maneira desengonçada, mas dançando. Kentin sorria enquanto fazia graças para Megan, que gargalhava, provavelmente morrendo de vergonha. Não pude conter um sorriso, eles pareciam felizes. Nunca tinha os imaginado juntos, mas quem sabe. 

Me virei para as mesas de ponche, e vi Lysandre e Maia. Ele pareceu tentar conversar com ela, mas ela disse algo e saiu. A acompanhei com os olhos e vi que ela estava indo em direção a Ethan. Franzi o cenho. Ele estava sentado na arquibancada, olhando o movimento quando ela se aproximou, e pareceu completamente indiferente quando a mesma começou a falar com ele, não olhando para ela e bebendo seu ponche. Então Maia se aproximou e sussurrou algo em seu ouvido, e finalmente Ethan a encarou, abrindo um sorriso. Ele se levantou e a seguiu, não pude ver para onde. Não fazia ideia do que aqueles dois estavam “aprontando”, mas definitivamente não era algo bom. Não que eu me importasse, tinha mais com o que me preocupar.

Assim que olhei para frente, me esbarrei com Alexy.

- Ei, Becky - Ele sorriu para mim, me fitando. - Não esperava ver você aqui.

Alexy parecia ter levado sua ideia de ir com um smoking azul a sério, porque ali estava ele vestido um. Sua gravata era azul escura, e contrastava com todo o resto. Normalmente eu teria achado um terno assim estranho, mais ficou incrível no Alexy. 

- Você está arrasando - Abri um sorriso sincero.

- Olha só quem fala - Ele pegou minha mão para me fazer dar um volta. - Você é a única garota que eu conheço que fica maravilhosa de vestido e All Star.

Revirei os olhos, rindo.

- Alexy,  você viu o... - Comecei.

- Becky, quero que você conheça alguém - Alexy me cortou e puxou um garoto que estava atrás dele pela mão. - Esse é o Will.

Era um garoto alto e magro, mas com os braços levemente definidos. Tinha um cabelo preto raspado dos lados, com uma pequena franja. Seus olhos eram verdes vibrantes, lábios avermelhados e um sorriso largo. 

- Oi - Ele se aproximou para me cumprimentar com um beijo na bochecha. - Eu sou o namorado do Alexy. 

- Ah, então é você - Eu ergui as sobrancelhas, rindo. - Bem, parabéns? 

- Obrigado - Os dois disseram, depois se entreolharam e riram.

Abri a boca para perguntar para Alexy se ele sabia onde Armin estava, mas então eles se beijaram. Esperei um instante, depois outro. Suspirei quando percebi que eles não parariam tão cedo, então me virei e continuei a procurar por ele. Provavelmente Armin não tinha contado para Alexy que eu supostamente 

Eu esbarrava em algumas pessoas, tentando passar, e quanto mais eu o procurava, mas a ficha caía.

E se ele não estiver aqui? Só porque você pediu para que ele viesse, não significa que ele realmente veio. E se ele estiver no seu quarto agora, jogando? E se ir até lá, e ele se recusar a sequer deixar você entrar. E se você tiver perdido o vôo, receber um sermão interminável do seu pai - e com razão -, tudo isso por nada?

Ele não estava lá. Passei os olhos por cada mesa, por cada espaço daquele ginásio, mas ele não estava ali. Me senti tão... Decepcionada. Simplesmente me virei e caminhei de volta para o carro. Quando fechei a porta, a frustração me atingiu.

- O quê você esperava, Rebecca? - Murmurei. - Que você ia falar com ele, vocês dançariam e viveriam felizes para sempre? 

Suspirei.

- Não é bem assim que funciona. - Concluí.

De repente, fiquei com raiva. Eu só iria ficar ali, sentindo pena de mim mesma? Isso não era nem um pouco algo que eu faria. Coloquei as chaves na ignição e liguei o carro. 

Se era minha última chance, eu iria até o fim.

Dirigi tão rápido que, quando me dei conta, já estava na frente de casa. Desci do carro e corri para a casa ao lado. Subi a árvore e, em poucos instantes, batia na janela de Armin. Antes que eu pudesse recomeçar a me perguntar o que aconteceria se ele não estivesse ali, Armin abriu a janela. 

Por alguns segundos, apenas encaramos um ao outro, como se quiséssemos ter certeza de que estávamos realmente ali.

- O quê você está fazendo aqui? - Gritamos um para o outro.

- O quê eu estou fazendo aqui? - Armin apontou para si mesmo, indignado. - Eu estou jogando Assassin's Creed pela décima vez, me enchendo de salgadinhos depois que você disse que estava se mudando para Seattle. O quê é que você está fazendo aqui?

- O quê eu estou fazendo aqui? - Eu levantei a voz, entrando no quarto. - Eu estou te procurando desesperadamente depois que eu simplesmente fugi do aeroporto para ir ao baile, porque eu te disse para ir lá e se divertir, mas, ei, você não estava lá - Eu franzi o cenho, colocando o indicador no peito de Armin, que, aliás, ainda estava com a roupa com a qual iria no baile.

- Por que você está gritando comigo? - Armin ergueu as sobrancelhas. - Eu achei que você fosse se mudar, e que eu nunca mais iria te ver.

- Porque eu - Comecei, mas parei assim que percebi que não tinha resposta para essa pergunta. - Eu... Não sei. - Baixei a voz.

- Quer saber? - Armin disse, e, num piscar de olhos, me puxou para perto. - Não importa.

Eu entendi exatamente o que ele quis dizer quando eu o senti sua respiração contra a minha boca.

- Claro que importa - Agora nós sussurrávamos. Incrível como passávamos desses extremos em instantes. - Eu fugi do aeroporto, e não tenho a mínima ideia de como papai vai reagir quando descobrir isso.

- Confesso que não estou animado pra estar perto quando isso acontecer. - Armin disse, dando de ombros.

- Como assim, “estar perto”? - Fiz aspas com os dedos.

- É claro que eu vou estar com você. - O garoto deu um sorriso de canto de boca. - Ou você acha que eu vou deixar você ir fácil assim, depois dessa coisa de Seattle?

Ergui uma sobrancelha.

- Vamos deixar para pensar nisso amanhã. - Ele disse. - Não tem nada que possamos fazer agora, de qualquer jeito.

Ele tinha razão. Pela primeira vez na noite, fiquei tranquila, como se todo o peso das minhas costas tivesse sumido. A presença de Armin era suficiente.

- O que o importa agora é que estamos aqui. - Sussurrei.

Armin se aproximou para me beijar, mas eu me afastei, rindo. Eu já havia ido até ali, e agora que eu sabia que estava tudo bem, eu queria provocá-lo um pouco. Ele revirou os olhos para mim, mas abriu um sorriso.

- Bem, eu vi Alexy no baile. - Eu comentei, andando pelo quarto de costas enquanto Armin se aproximava. - Ele estava incrível naquele terno.

- O Will veio buscá-lo aqui. - Armin riu. - Papai estranhou um pouco, mas acabaram tirando fotos juntos. Agora ele e mamãe estão lá embaixo, vendo Titanic de novo. Ah, e Will é o...

- Namorado de Alexy, eu sei. - Sorri. - Fomos devidamente apresentados. Eu também vi Maia e Ethan saindo juntos.

O quarto estava com a luz apagada, e era iluminado pela televisão, onde o jogo de Armin permanecia no pause.

- Não acho que esses dois vão dar certo - Armin comentou.

- Falando nisso, vi Kentin e Megan dançando. - Ergui os ombros. - Pareciam felizes juntos.

- Você não ficou com ciúmes de Kentin, ficou? - Ele perguntou em tom de brincadeira, mas senti uma ponta de ressentimento.

- É claro que não - Fingi estar ofendida, fazendo Armin rir. - Se bem que... - Parei no meio do quarto, e seu sorriso desapareceu.

- Se bem que? - Armin perguntou, um pouco desconfiado. Ele se aproximou de mim, e eu dei mais um passo para que ficássemos há centímetros de distância.

- Talvez eu tenha ficado com um pouco de inveja. - Dei de ombros. - Eles pareciam se divertir tanto dançando.

- Entendi onde quer chegar - Ele revirou os olhos, sorrindo de leve. - Bem, senhorita, já que estamos vestidos a caráter, quer dançar comigo?

- Hum - Fingi pensar. - Já que eu não tenho nada melhor para fazer, eu aceito.

Bem, como eu havia dito antes, até podíamos dançar, mas isso não era um conto de fadas. Nós não dançaríamos e magicamente tudo ficaria bem, como nas histórias. Mas, naquele momento, me pareceu suficiente.

Cambaleamos pelo quarto, desajeitados e rindo. Armin pisava no meus pés, e tenho certeza de que a cena estava muito engraçada, ainda mais quando Armin fui me girar, mas eu tropecei e caí na cama, levando Armin comigo. Gargalhamos juntos, deitados um do lado do outro.

- Essa foi a primeira e última vez que eu tentei dançar. - Ele disse, encarando o teto. - Ainda mais com você.

- Eu danço muito melhor que você. - Comentei. 

Rimos mais um pouco e então ficamos em silêncio. Eu provavelmente devia checar o celular, pois com certeza estaria cheio de mensagens de tia Cassie, mas simplesmente não pude. Uma das melhores coisas da companhia de Armin é que o silêncio bastava.

- Então... - Armin começou. - Só perguntando, você não estava mesmo com inveja de Megan e Kentin, estava?

Franzi o cenho. Não esperava por isso.

- Como assim? - Perguntei, me apoiando em meu cotovelo para olhá-lo nos olhos.

- Você não... Queria estar no lugar de Megan, queria? - Ele perguntou.

- Claro que não - Eu respondi, indignada de verdade dessa vez, me sentando na cama. - Por que perguntou isso agora?

- Bom, é que você já... - Ele começou, se sentando na cama também.

- Eu já o quê?

- Você sabe. - Armin suspirou. - Vocês já se beijaram algumas vezes.

- É, mas na cama de quem eu estou agora? - Ergui uma sobrancelha, e não me importei nem um pouco em como isso soou. Armin me encarou, surpreso e uma certa luz se acendeu em seus olhos. - E você também fez umas idiotices, certo? - Me levantei da cama.

- É? Que idiotices? - Ele veio atrás de mim.

- Quer lavar a roupa suja agora? - Me virei para ele.

- Bem, agora eu estou curioso pra saber que idiotices eu fiz. - Armin me fitou, se aproximando.

Dizíamos as coisas como se estivéssemos brigando, mas havia algo mais. 

- Em primeiro lugar, você jogou slush em mim. - Andei de costas, até me encostar na parede.

- Nada disso não teria acontecido se eu não tivesse jogado slush em você - Ele se veio até mim. Eu podia sentir o cheiro do seu suor, e nunca tinha notado o quão familiar esse cheiro era. - Ah, e você foi naquela festa e deu meu Nintendo pra primeira pessoa que passou.

- Você não desgrudava daquela coisa - Retruquei. - Você me ignorou depois de me beijar.

- Você estava com Kentin - Estávamos tão perto que eu senti quando Armin suspirou. - E não vou nem mencionar os outros caras que você beijou. 

- Eles quem me beijaram - Corrigi.

- Ah, sem falar que você me deixou plantado na esquina de casa enquanto ia pro aeroporto. - Ele continuou.

 - Eu voltei, não voltei? - Eu sussurrei. - Você disse que não queria mais ser meu amigo.

- Disso eu não me arrependo. - Armin colocou suas mãos nos meus quadris, meio hesitante no começo, mas ficou mais confiante quando eu não recuei ou protestei.

- Ah, não? - Ergui as sobrancelhas. - E por quê?

- Você se lembra daquela vez, aqui no meu quarto - Armin pendeu a cabeça para o lado, encarando meus lábios. - Quando Alexy disse que éramos quase um casal, só que sem as partes boas?

Assenti, esperando que ele continuasse, mas Armin pareceu um pouco envergonhado de repente. Para encorajá-lo, passei minhas mãos ao redor de seu pescoço e beijei seu pescoço de leve. Senti Armin se arrepiar.

- Não me importaria de ter as coisas boas. - Ele sussurrou, no meu ouvido.

Isso foi como uma faísca. Bastou para que tudo pegasse fogo. Armin me pressionou contra a parede e me beijou intensamente, parecia que esperava por isso desde o instante que entrei no quarto, e começou a beijar meu pescoço. Parecia que cada parte do meu corpo estava em chamas, nunca havia me sentido assim antes. Logo tirei a sua camisa, e suas mãos estavam abaixo da minha cintura por debaixo do vestido. Confesso que jamais tinha me imaginado numa situação dessas com Armin, apesar de algumas parecidas já terem acontecido, mas ela apenas aconteceu, assim como as outras. 

- E o seu jogo? - Provoquei, enquanto ele puxava o zíper do meu vestido.

- A vida real tá bem melhor agora - Armin me fitou, enquanto meu vestido caía. - Aliás, que vestido lindo.

 Eu ri, e Armin tirou sua calça, exibindo o volume em sua boxer preta. Olhei para mim mesma, me lembrando que estava vestindo minha lingerie bonitinha hoje, a de renda azul escura. Nos encaramos por um instante, constrangidos. Acho que não esperávamos acabar daquele jeito - pelo menos, eu não esperava. É estranho ver o seu melhor seminu, mas o constrangimento foi embora quando pensei nos seus beijos molhados e das suas mãos quentes. Eu o deseja, céus, como eu o deseja. Meu estômago revirava de vinte formas diferentes. Me aproximei novamente, e olhei Armin no fundo dos olhos, e me perguntei se ele podia ver o furacão que se formava dentro de mim. Pelo jeito, ele podia, porque não esperou muito para voltar a me beijar. Ele timidamente subiu sua mão que antes estava no quadril para o meu seio, e apertou gentilmente, eu suspirei de prazer. O garoto parou de me beijar para observar minha reação e sorriu, me fazendo arrepiar. Eu o sentia contra mim, e isso me enlouquecia. 

O puxei para a cama, mas então algo me ocorreu.

- E os seus pais? - Perguntei, ofegante.

- Você tem sempre que fazer a gente parar, não é? - Armin riu, um pouco frustrado por eu ter o interrompido. - Eles estão lá embaixo, vendo filmes. Vai ficar tudo bem, a não ser que você ache que vamos fazer muito barulho.

- Cala a boca. - Eu sorri, o puxando para mais um beijo. Armin se ajoelhou em sua cama, de frente para mim, e suas mãos foram para as minhas costas. - Eu acho que você vai precisar de uma ajudinha aí. 

Eu ri, mas não demorou nem um segundo para que eu sentisse o alívio do sutiã desabotoado. Olhei para ele, surpresa.

- Mãos ágeis. - Ele explicou, as abanando na minha frente. - Agradeça aos jogos.

Eu sorri e puxei o meu sutiã para frente, tirando a peça de roupa e deixando meus seios vulneráveis. Armin olhou para eles enquanto eu deitava de costas em sua cama. O garoto ficou por cima de mim, e não perdeu tempo pois foi diretamente ao meu busto, distribuindo chupões ao redor do meu mamilo e, quando ele passou a língua pelo mesmo eu soltei um gemido. Com a outra mão, ele apertava meu outro seio, e eu me contorcia embaixo de Armin enquanto minhas mãos estavam enterradas no seu cabelo negro. O puxei para cima, dando um beijo molhado e mordendo seu lábio. Minhas pernas estavam abertas, o envolvendo e o sentindo contra mim, e eu queria mais contato. Precisava de mais. O soltei, e me afastei um pouco e Armin se distanciou, entendendo o recado ficando apoiado por cima de mim com seus braços na cama em cada lado meu. Ele me fitava, encantado, e eu tinha certeza que estava com o mesmo olhar em meus olhos. Deslizei minhas mãos até o cós de sua cueca, a puxando para baixo. Depois, fiz o mesmo com minha calcinha. 

Ele não precisou me perguntar se eu tinha certeza do que queria, porque logo envolvi sua cintura com minhas pernas novamente, esperando. Ele se posicionou, e olhou nos meus olhos por um instante. Quando Armin moveu seu quadril, eu deixei escapar um gemido. A sensação era incrível, uma vez que entrava com facilidade graças as nossas preliminares. 

- Becca... Quietinha, ok? - Armin pediu. - Eu não quero ninguém interrompendo a gente. 

- Eu também não. - Suspirei.

Tive que morder o lábio, porque cada vez que ele penetrava eu sentia uma pequena dorzinha na base da barriga, e era uma dor maravilhosa. Eu arranhava suas costas, e quando os movimentos foram ficando mais rápidos, foram as minhas que se envergaram para trás. Imagino que para não terminar rápido, Armin desacelerou. O fitei. Seu cabelo bagunçado, seus braços se tensionavam cada vez que ele entrava em mim, suas mãos apertando minha cintura. Ele examinava o meu corpo, como se não quisesse perder nenhum detalhe, e quando seus olhos encontraram minha boca, gemi seu nome. Armin se retesou completamente, perdendo a postura e respirando firme. 

Ele saiu de mim, me virando de lado e deitando logo atrás de mim. Meu corpo já estava mole, mas eu ansiava a sensação novamente. Tirando o meu cabelo do meu rosto e o colocando pra cima, Armin beijou o meu pescoço, e o formigamento em meu ventre aumentou. Sua boca parou na minha orelha, e ele mordeu meu lóbulo.

- Armin... - Eu sussurrei.

- Eu sei que eu disse pra você ficar quietinha - Ele sussurrou no meu ouvido, e sua mão saiu da minha cintura e foi para o meu seio, o apertando com força. Gemi. Ele encaixou perfeitamente atrás de mim, me envolvendo em uma conchinha, e eu o sentia contra mim novamente. Ergui minha mão para a sua nuca, mesmo sem vê-lo. - Mas nunca pensei que ia ouvir você falar meu nome desse jeito. 

- Nunca? - Murmurei, empinando minha bunda para ele, que respirou fundo cotra meu ouvido. - Eu pensei algumas vezes, desde o beijo em sua cozinha.

- Mesmo? - Pude sentir que estava sorrindo. - Então talvez eu tenha pensado sim.

Ser adolescente é complicado. Seus hormônios falam mais alto muitas vezes, então não posso dizer que nunca desejei Armin antes. Mas fantasiar e se encontrar na situação são coisas completamente diferentes. Já contei segredos para ele muitas vezes, mas agora estamos em sua cama falando besteira enquanto ele massageia meu seio. E eu não queria estar em nenhum outro lugar.

Gemi seu nome mais uma vez enquanto ele me penetrava por trás. Sua mão desceu do meu seio para minha coxa, a puxando para cima e ficando mais fácil de entrar em mim. Seguimos nessa posição, com ele arfando em meu pescoço e eu me esfregando em seu torço, começamos a suar e eu fui cada vez mais perdendo completamente o controle dos meus sentidos, bem como Armin perdia o controle dos seus cada vez mais, e mais, e mais...

[...]

Quando acordei no dia seguinte, estava vestindo somente uma camiseta de Armin - aliás, uma do Capitão América -, enquanto ele estava sem camisa. Minha cabeça estava no vão de seu pescoço e ele me envolvia em seus braços. Me afastei para poder olhá-lo. 

Ele dormia tranquilamente, com a boca semiaberta. Os cabelos bagunçados, a pele branca - com algumas marcas roxas aqui ou ali, é verdade -, mas faltava algo.

- Armin? - Chamei, baixinho. Ele continuou dormindo, então levantei um pouco a voz. - Armin.

- Mais meia hora - Ele resmungou, balançado a cabeça.

Eu ri, e então ele abriu os olhos. Ali estavam, os olhos-céu que completavam os meus olhos nublados. O beijei, apenas um selinho. 

- Ufa, não foi um sonho. - Ele piscou algumas vezes. - Morri de medo de acordar e você estar em Seattle.

- Eu te amo. - Eu sussurrei.

- Quê? - Ele me encarou.

Me aproximei do seu ouvido.

- Eu te amo. - Disse, baixinho, como se fosse o maior segredo do mundo, e como se fosse a última chance de contá-lo.

E valeu muito a pena finalmente compartilhá-lo para a pessoa que eu mais confiava, quando Armin sussurrou de volta:

- Que bom, porque eu também amo você.
 


Notas Finais


Não sei o que dizer, apenas sentir
(Agora com um hot pra vocês, rsrs)


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