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História Sedentarismo é uma forma de arte - I donUT HAVE VERGONHA NA CARA


Escrita por: _senjouhara

Notas do Autor


depois de cinco meses sem fazer merda nenhuma, eis que surge um novo plot (como? idk), que não é csnta! (deixando pra outro momento e pras notas finais, cof) e sim, vai ser oneshot, tá???
sekai, é claro, parece até irônico perguntar. caso queiram ler uma historinha fofinha e engraçadinha com piadinhas sem fundamentos, você está no lugar certo ♡
queria mandar um abraço para minha best, natália; pra minha irmã, que me ajuda sempre; para os amigos dela que são engraçados, duda e chiyo; pra minha stalker sumida, julEA; pro meu professor de física, vulgarmente conhecido como sonho de valsa; e pra todos vocês, que são um máximo ♡ meus pequeninos amorzinhos e fofinhos ♡
aqui temos sehun sendo canalha, jongin todo nhonho, chanyeol pau no ânus e kyungsoo sendo... kyungsoo.
LEIAM AS NOTAS FINAIS, COISAS IMPORTANTES PARA O FUTURO DE CSNTA (caso exista alguém aqui que leia)
alerta: viadagem extreme hard, alerto também para não seguirem os exemplos abaixo e qualquer brincadeira citada (mau gosto, aposto) não tem intenção de ofender ninguém ;;

Capítulo 1 - I donUT HAVE VERGONHA NA CARA


Fanfic / Fanfiction Sedentarismo é uma forma de arte - I donUT HAVE VERGONHA NA CARA

Sedentarismo é uma forma de arte.

 

Hoje em dia, onde se predomina o capitalismo – opressor, fascista, tirano e etc –, é claro que se reina o consumismo. (E, awn, parece começo de redação do ENEM, daquelas que tu ganha no máximo uns 540 pelo esforço. Mas é o que tem pra hoje, né galerê?).

Voltando, consumismo. Principalmente de donuts. Aquelas tão preciosas roscas de gordura e recheio, fofinhas e deliciosamente açucaradas. Metade dessa apropriação vinha de um moreno viciado nesse mini bolinho de Deus – tanto que passava noites assistindo Guerra dos Donuts na Home&Health.

Boatos de que se não fosse por esse moreno, a empresa dos donuts da Coreia do Sul estaria falida. Afinal, o lucro da loja vinha de 45% do bolso dele. Mas aqui não trabalhamos com rumores, e sim com fatos. E, de fato, saiu no Jornal Nacional de Seoul que um garoto quase tinha morrido após ter ganhado uma competição onde quem comia mais rosquinhas era o vencedor.

Nem precisa mencionar que não tinham donuts o suficiente após a inscrição de Kim Jongin, o tão fissurado nesse doce que pouco se fode pra sua taxa de glicose. O jornal, audacioso, ainda disse que ele não tinha sangue correndo pelas veias, mas sim recheio de morango.

Dispensável, pois não?

E, além disso, Kim Jongin era um exímio sedentário, com o verdadeiro espírito de gordo correndo pelas suas veias. Sério, até quando se escrevia “garoto” no celular, o próprio corretor mudava para “gordo” tamanho sedentarismo e gordice desse moleque.

Com seus donuts, hm, era invencível no quesito de bom-pra-nada. Tinha de abacaxi, chocolate e de maracujá, mas seu preferido mesmo era o de morango com chocolate salpicado por granulado. Seus gostos eram bem específicos quando se tratava disso.

Somos todos preguiçosos e procrastinadores natos, ansiando por uma cama quentinha ou um sofá aconchegante para acolher nossas bundas, prontamente para passar à tarde/noite toda, acolhidos e protegidos desse mundo corrompido.

Entretanto, alguns são formados e administram a arte do sedentarismo como ninguém. E ousamos dizer que Kim Jongin tem PhD nesse quesito. O mestre lendário, propenso a sofrer alguns distúrbios e atrofiações no futuro, mas a cara dele de quem liga pra isso, enquanto saboreia um donut.

O gordo-mor.

Porém, o moreno não era o único que se esparramava no sofá e definhava o resto do seu dia assistindo séries criminais e comendo puro colesterol. Jongin tinha um parceiro para aqueles momentos especiais, Park Chanyeol, seu grande amigo, companheiro de frituras e colega de quarto.

Compartilhava um apartamento pequeno com Chanyeol e seu outro amigo, Do Kyungsoo. Caindo entre nós, um hyung fresco, pra ser sincero.

Mas vai dizer isso na cara dele que o baixinho dá uma cabeçada no seu ínfimo pinto, sem misericórdia. Chanyeol estava quase para virar eunuco, coitado. Porém, Kai ainda era humilde e partilhava sua dor, de maneira figurativa, obviamente.

Tragicamente, Jongin era um garoto de metabolismo rápido, então ele tinha a sorte de não engordar, apesar de comer de tudo, até o reboco da parede. Alguns nascem lucky ones e outros nem tanto, no caso de Jongin, ele nasceu pra ter o mesmo peso até a morte – que não demoraria muito a chegar com o seu saudável hábito alimentar.

Em mais um dia produtivo, o moreno estava jogado no sofá, com duas caixas de donuts fresquinhos no seu colo. Ainda bem que havia pegado o assento antes do orelhudo. Era um briga por aquele sofá desconfortável, que credo, parecia dois selvagens.

Seria mais produtivo ligar o Animal Planet, onde reproduziriam imagens ao vivo de duas antas brigando pelo seu território. E não é engraçado imaginar duas antas se esmurrando e se empurrando.

Ok, talvez seja um pouquinho, mas voltando, sem incitar o ódio entre antas...

Jongin grunhiu e suspirou em desagrado, não por suas rosquinhas. Longe, bem longe disso, nossa, quilometricamente longe. A merda do controle remoto magicamente havia surgido em cima da cômoda do outro lado da sala.

Olhou para cima, para os lados e continuou a resmungar, dando de ombros, afinal, nem ferrando levantaria dali. Nunca arriscaria seu assento sagrado por um mísero controle! Incrivelmente, o canal do boi havia se tornado interessante.

Estava prestes a enfiar a segunda rosquinha em sua boca, nem mesmo terminando de engolir a primeira, quando Chanyeol entrou na sala, esticando os braços, como se estivesse se preparando para uma nova maratona de séries. Seu pescoço estalando de maneira duvidosa.

O mais velho deu mais alguns passos para perto do sofá, nem vendo um moreno deitado ali e se jogou no mesmo, sem preocupações.

O moreno sentiu sua barriga afundar e um cotovelo ser jogado contra sua mão. Jongin se engasgou com um donut, que foi empurrado goela abaixo, fazendo o recheio espirrar pra fora da massa e sujar toda sua camisa. Chanyeol olhou assustado pro mais novo, que se contorceu e começou a tossir.

O mais alto se levantou do sofá e ficou encarando Jongin, que mesmo engasgado tinha tempo pra sentar no sofá e pôr delicadamente e com o maior cuidado do mundo as caixas amassadas com o doce em cima da mesinha. O moreno continuou tossindo, colocando a mão no peito, os olhos começando a lacrimejar e olhando suplicante para Chanyeol.

Mas Chanyeol conseguia ser bem filho da puta, rindo da desgraça alheia, em vez de ajudar seu amigo com algumas batidinhas nas costas. Infelizmente, o Park estava preocupado demais com o recheio de morango que podia sujar seu sofázinho, que com esforço tinha comprado com suas economias.

Enquanto o mais alto se preocupava em rir e Jongin estava prestes a ter um derrame por ter suas vias aéreas bloqueadas, lutando para tentar libertá-las, Kyungsoo entrou na sala, irritado. O mais baixo estava com as mãos na cintura e parou no meio do cômodo, observando a situação do lugar.

– Mas que merda é essa? Parece que alguém tá com tuberculose! – Reclamou e olhou para Jongin que estava roxo e esticava a mão em sua direção. – MISERICÓRDIA. – Sua expressão mudou para uma horrorizada e correu para tentar socorrê-lo, porém Chanyeol gritou antes.

– NÃO! Deixa ele assim! – Gargalhou e Kyungsoo ignorou o mesmo, voando até seu precioso Jongin e socando suas costas com força. – Nossa, assim você piora a situação, Kyungsoo.

– Tô ajudando ele, coisa que você não moveu um dedo pra fazer. – Retrucou e continuou esmurrando as costas do moreno, que quase teve seus olhos pulando da sua cara, além de um pedaço de donut, que voou da sua boca e caiu deslizando sobre a mesinha. Toda babada e nojenta.

– Senti essa merda indo e voltando do meu pulmão. – Os três encararam a comida e riram, enquanto Jongin choramingava pelo seu doce desperdiçado. – Parecia que eu tava pagando boquete pra um africano. – O mais novo deu uma longa respirada, aliviado, com uma súbita raiva daquele traidor.

PARK JUDAS.

O moreno se levantou, sorrindo, e foi na direção de Chanyeol, que tentou acalmar seu amigo, KIM JESUS. Entretanto, Jongin acabou desferindo um chute bem no meio da sua barriga like a Jackie Chan, impiedoso. O orelhudo caiu pra trás com o impacto e resmungou, massageando suas gorduras afetadas.

– Da próxima vez, que me ajude! – Ameaçou, tirando seu moletom, ficando apenas com uma regata e se jogando novamente no sofá.

Entregou o pano sujo para Kyungsoo, que imediatamente foi colocar aquele trapo na cesta suja, logo após ter limpado aquele breve incidente. Kai pegou mais uma vez suas caixas e olhou com desdém para um Chanyeol arrependido jogado no chão.

– Pega o controle e bora continuar a terceira temporada de Greys Anatomy, antes que eu me arrependa da minha própria bondade.

– Agora mesmo! – Chanyeol sabia que tudo ficaria bem e foi até o moreno, sentando no mini espaço do sofá, que foi liberado pelo mesmo. – Sorte a sua que eu tenho pernas de saracura pra caber nesse cantinho. – Comentou, enquanto Jongin pousava a cabeça na sua coxa fina, rindo.

– Mano, tu tem canela, joelho e canela. Não tem nada nessas tuas coxas, é só pele e osso. – Respondeu, observando Chanyeol pegar detrás do sofá alguns pacotes de doritos e rufles. Deveria ter algum tipo de compartimento secreto ali, porque Kai nunca achava nada quando tentava furtar ilicitamente alguns petiscos.

O mais alto o encarou de cima.

– É porque as gorduras vão tudo pras tuas coxas e bunda, aí não sobra nada pra mim. – Deu de ombros com a cara desacreditada de Jongin, abrindo os salgadinhos, começando a comê-los. – Você deveria considerar isso um elogio, não é tu que tem as pernas tortas. – Disse amargamente.

– Ah, claro, me sinto muito abençoado por você ficar falando que minhas pernas são gordas. Sim, entendi também que o cara das pernas de alicate fica dizendo que eu tenho joelho de elefante, saquei. – Resmungou, mudando o canal, ao mesmo tempo em que se deliciava com um donut, sentindo-o se desmanchar na sua boca.

Excelente. Magnífico. Esplêndido.

Encarou a página inicial da Netflix, vendo três quadradinhos do plano que haviam comprado, lendo a pergunta de sempre “Quem está assistindo?”. O primeiro era “O cara que paga a conta” tendo uma coruja como ícone, Jongin rapidamente passou por cima do mesmo e foi para a sua “Parasita 1”. Aliás, a do Chanyeol era “Parasita 2”.

– Pernas de alicate?! – Chanyeol bufou, franzindo o cenho, sujando toda a boca com pó de doritos. Resmungou rapidamente por Jongin ter mudado novamente o nome da sua conta, que antigamente era “Chanrola”. – Que absurdo tu ficar me diagnosticando com raquitismo, tá dando uma de McDreams?

– Eu nem mencionei isso... – Ia continuar, porém Chanyeol colocou uma quantidade razoável de nachos dentro da sua boca, o impedindo de falar. Encolheu os ombros e virou o rosto para assistir mais um episódio do seriado.

Kai encarou a frase “Continuar a assistir”, focando na palavra “assistir”, que coincidentemente tinha oito letras, que era o número do episódio em que estava, que lembrava Jongin de uma coisa que o perturbava fazia algum tempo. E ele precisava compartilhar o seu raciocínio com Chanyeol.

– Você já parou pra pensar que se você erguer os braços pra cima e formar um “O”, você vira um oito?

Foi inevitável quando Chanyeol jogou a cabeça pra trás e riu alto. Algumas migalhas caindo sobre o moreno, que pouco se importou, continuando:

– Reflita.

– Orra, mano, nunca pensei nisso. – Respondeu após algum tempo gargalhando, bagunçando o cabelo de Jongin com a mão limpa.

– Deveria pensar. – Kai ofereceu uma rosquinha para o mais velho, que aceitou de bom grado, já que aquele tipo de coisa era raro. – E, tipo, se tu virar de lado, forma um infinito. – Voltou a dizer, lendo as legendas que passavam na televisão, desinteressado com o desenvolvimento da história.

– Hm... Quando perguntarem qual o tamanho do meu pau, eu posso me deitar no chão e fazer o infinito. – Jongin olhou secamente para Chanyeol, que estava orgulhoso com sua ideia doente.

– Nem precisa se dar ao trabalho de deitar, fica em pé mesmo que é a resposta.

– O que? Oito centímetros? – Chanyeol resmungou, aturdido com a possibilidade, negando veemente com a cabeça. Tinha confiança no tamanho do seu documento. Pelo menos o suficiente para não ser comparado com o dedão do seu pé.

– Pensei que estávamos falando de milímetros. – Jongin retrucou astuto, rindo. – Quer que eu traga a lupa e a pinça pra você conferir e me dizer caso eu tenha acrescentado um milímetro a mais? Não, espera, um microscópio seria melhor?

– Acho que só vou ter o trabalho de me deitar quando perguntarem qual a profundidade do seu cu.– Abaixou a cabeça e devolveu o olhar para o moreno, dessa vez de maneira brincalhona. – Vou precisar de um cabo de uma vassoura se for pra tentar medir a profundidade. Ou você acha que ainda é pouco?

Jongin estreitou os olhos.

– Ou perguntarem quantas vezes alguém quis enfiar um soco bem no meio dessa tua fuça. Devolve a porra da minha rosquinha. – Exigiu e Chanyeol se pôs no desafio de empurrar todo o doce na boca, sorrindo após o ato, exibindo dentes cheios de geleia de morango.

Bastardo disfuncional.

– Desde quando eu peguei na sua rosca? – Ambiguidade rolando solta na língua de Park Chanyeol, o que fazia Jongin revirar os olhos quase a 360 graus, o fazendo ter a vontade de ver seu cérebro. Coisa que parecia faltar em Chanyeol.

– Você não pega e nunca vai pegar. – Grunhiu, arrancando o pacote de doritos da mão do mais velho, que aumentou ainda mais o sorriso malicioso.

– Mas você adora pegar no meu saco, né? – Jongin virou a cabeça pra coxa do mais alto e deu uma mordida forte no local, por cima do jeans. Chanyeol se sobressaltou e choramingou, ficando mufino na mesma hora.

– CANSEI DE VOCÊ, PARK CHANYEOL. Caralha heim. – Rangeu os dentes, voltando a cara pra televisão, decidindo ignorar Chanyeol e sua atentação. Garoto perturbado da merda.

Não adiantava dizer seus sentimentos para ele. Chanyeol nunca entenderia sua linha de raciocínio. Ele não era um ser humano pensante, afinal.

– Não importa quantas vezes eu olhe para a Meredith, eu vejo como a vida dela é uma máquina de tomar no cu. – Suspirou, como se sentisse empatia pela personagem, enquanto abria o pacote de rufles. – Só tem ar aqui. – Reclamou e Jongin ergueu a sobrancelha, ainda olhando para a televisão.

– O ar que há pouco tempo me faltava? – Alfinetou e Chanyeol fez bico, lambendo os dedos alaranjados rapidamente.

– Acho que aqui tem é mais.

 

– Há quanto tempo estamos aqui? Dias? Anos? Décadas? – Chanyeol falou fracamente, deitado em uma almofada, no apoio do sofá. Ainda tendo suas coxas servindo como travesseiro para Jongin, sentindo-as dormentes. Olhos fixados na televisão, nos créditos finais do episódio.

– Só sei que a comida acabou... – Kai respondeu após algum tempo, tentando buscar sua voz perdida no meio de sobras de donuts na sua garganta, já sem calças e apenas com boxer branca de algodão e regata.

– E que já terminamos mais uma temporada. – O mais velho completou e Jongin apenas acenou com a cabeça. Chanyeol olhou para o lado, tentando ver através das frestas da cortina, semicerrando os olhos. – E já anoiteceu.

– Vocês tão todos cagados mesmo, né? – Kyungsoo surgiu do nada, assustando os outros dois, que ainda estavam em um estado de vegetação. Olharam para D.O, o vendo de pijamas e com um semblante assustador. – Quero ver quem é que vai limpar essa imundice. – Ameaçou, mexendo as sobrancelhas para frisar a situação da sala.

Jongin se sentou no sofá lentamente, passando os olhos sonolentos pelo cômodo, zumbificado.

O chão estava bagunçado com caixas de donuts e pacotes de salgadinhos espalhados pelos cantos, algumas migalhas e respingos de refrigerante pra completar o serviço. Chanyeol estava com a boca e as pontas dos dedos coloridos, a camisa amarrotada e atrofiava no cantinho do sofá.

E não era como se seu próprio estado fosse um dos melhores.

O moreno estava com o cabelo bagunçado – efeito Chanyeol –, havia uma mancha rosa relativamente grande na borda da sua cueca, sua camisa estava suja de todo tipo de coisa que se possa imaginar e podia sentir sua boca mais inchada que o normal por causa da combinação de donuts e doritos.

– Somos habitantes dessa zona nesse momento. Nosso território. Mijamos na sala toda. – Jongin explicou para Kyungsoo, que apertou as mãos em punhos, desacreditado. Caso fosse Chanyeol que tivesse falado essas lorotas, não pensaria duas vezes antes de socar sua cabeça, mas como era Kai, dava sempre um desconto.

Entre Chanyeol e Jongin, Kai era o filho caçula favorito, por conta disso era privilegiado. Mas ninguém precisava saber do ranking de favoritismo de Kyungsoo.

– Chanyeol, tu deu o que pro Jongin cheirar? – Indagou entredentes, porém o mais alto ainda não havia se movido, meio morto, murmurando um “pó de doritos” bem fraquinho.  – Quero vocês dois no banheiro. AGORA. Se limpem e vão dormir. – Foi ditando, enquanto Park já dava sinais de vida, levantando do sofá e se esticando.

Uma ordem era uma ordem. Ainda mais vinda de Do Kyungsoo.

– Tá, tá. – Kai resmungou, não dando muita atenção para D.O, ainda sentado no sofá. Chanyeol olhou para o moreno acomodado e se sentou ao seu lado, não resistindo o suficiente para continuar em pé. Kyungsoo sentiu o rosto ferver de raiva com aquele descaso, se aproximando.

– Vocês já estão em seus vinte e poucos anos, seus preguiçosos inúteis. – Repreendeu com um tom de voz ameaçador, observando Jongin levantar o braço e esbravejar:

– Enquanto houver amanhã, minha preguiça será imortal! – Kai estava lúcido disso. Após sua extensa pesquisa, concluiu que, infelizmente, a vida adulta não era pra ele. Aliás, ele agradecia a oportunidade e desejava sucesso a todos que tentarem.

– Ah, então eu vou cuidar para que você não veja a luz do amanhã. – O baixinho falou, trazendo o moreno de volta para a realidade. Jongin fez bico e partiu pro aegyo, porque seu hyung simplesmente não resistia a sua fofura.

– Calma hyung... – Mas Kyungsoo não estava afim de ficar ouvindo abobrinhas.

– Vão tomar vergonha na cara, seus vagabundos! Essas merdas fazem mal pra caralho e vocês comem como se fosse água. – Kyungsoo ficou de frente aos dois que faziam sua cabeça latejar de dor e ódio. Apontou o dedo na cara de Chanyeol, o chacoalhando. – Vai tudo pras tuas orelhas, Chanyeol. Kai, tu tá obeso, merda.

– Eu não. Minha mãe vive falando que eu sou só osso. – Comentou, colocando o braço sobre a barriga e o mais alto ao seu lado gargalhou audivelmente, como se estivesse o zombando.

– Isso porque ela não toma banho contigo. – Respondeu, dando um tapa estalado na coxa de Jongin, que fez a sua carne balançar, fazendo o moreno ficar vermelho de vergonha. Pegou na barra da sua regata e a abaixou, para tentar tampar suas coxas fartas. – Não era tu que ficava tuitando que se prostituia pra comprar x-burguer? – Chanyeol adicionou, colocando a mão no queixo, pensando. – Eu tenho prints.

– Não acredito que tu tá ficando contra mim, PCY. – Se encolheu contra o sofá, puxando seus joelhos para perto do seu peito e Kyungsoo pigarreou, chamando sua atenção. – Eu estou em forma, okay?

– Sim, até porque círculo também é uma forma. – Chanyeol riu mais ainda, recebendo um soco desajeitado no seu ombro. – E aí, você vai me deixar calcular o raio da sua circunferência? – Jongin se enfezou e cruzou os braços rente ao peito, agarrado as suas canelas.

– Toma bem no meio da sua circunferência imunda, filho da puta. – Falou baixo para não ser repreendido por Kyungsoo, beliscando o bucho de Chanyeol, que reclamou de dor. – Tinha que ser de exatas mesmo. Não tem como esperar humanidade vinda de você.

– Vai arranjar um estilo saudável, então. Ao contrário, continuará crescendo – D.O aconselhou, revirando os olhos para a briguinha de ambos, com um sorriso pequeno nos lábios. – para os lados.

– Até tu, Brutus? – Kai soltou um muxoxo, fazendo outro bico para seu hyung. – Você sabe que eu posso ficar complexado, né? – Dramatizou e Kyungsoo suspirou, apertando os dedos na têmpora, controlando a enxaqueca.

– Chanyeol? – Pediu e o orelhudo concordou com a cabeça, olhando para Jongin.

– Incrivelmente gordo.

– Será que existe lado bom em ser gordo? – Kai se perguntou e refletiu por um momento, olhando para um ponto no meio do nada. Sua vida passando pela sua cabeça em uma epifania, sendo bruscamente interrompida por um:

– Bola não tem lado. Volte sempre. – Kyungsoo deu o golpe de misericórdia e ergueu uma sobrancelha para o moreno, o desafiando.

Jongin não aguentou mais aquele desaforo, e resolveu destacar os pontos bons da sua vida mórbida e pacata. Precisou buscar nos fundos dos fundos da sua mente algo útil para se dizer, além de “claro que tem, o de dentro e o de fora!”.

– Pra sua ideia, hyung – Falou de um jeito depreciativo, quase que cuspindo. – Eu sempre estou fazendo uma coisa muito importante...

– Respirar não é fazer realmente algo. – O mais velho rebateu antes de Jongin concluir, fazendo o mesmo se engasgar na sua própria frase. Como Kyungsoo sabia que ele falaria isso? Seria Kai tão previsível assim?

Hora de seguir pro plano B.

– Eu quis dizer...

– Nem piscar.

Jongin lambeu os lábios, piscando devagar, diminuindo aos poucos seu tom de voz.

– Bom, na verdade meu talento mesmo é...

– Ficar levando comida até a boca de modo automático também não.

MAYDAY. MAYDAY. Abortar missão, você está sem argumentos no seu estoque de emergência.

– Kyungsoo, – Jongin implorou. – assim você me arrasa.

– Você que faz vários nadas o dia inteiro, quer o quê?

– Olha, se tu me atacar – O moreno ditou entredentes, mau humorado. – eu te destruo. Sai daqui, seu pobre de espírito!

– Garoto! – Rosnou e Jongin fez mais um bico, abaixando a cabeça, murmurando um “não grita comigo, hyung”.

– Convenhamos, Kim Jongin. – Chanyeol interviu, fazendo o mais novo o olhar, captando sua atenção. – O único movimento que tu faz é – O orelhudo fez uma concha com a mão direita, a movendo pra cima e pra baixo, na frente do seu baixo ventre, imitando uma cara de orgasmo. – punhetar, meu irmão.

Kai deixou seu queixo cair, perplexo.

Não que seja mentira, mas...

– É O QUE? MEU JONGIN NÃO FAZ ISSO. – Kyungsoo proferiu em alto e bom som, dando um chute na canela de Park, e Jongin não disse mais nenhuma palavra, ouvindo um “PUTA QUE ME PARIU KYUNGSOO” ao seu lado.

– Eu vou é vazar. – Comentou e saiu correndo para o seu quarto, a tempo de ouvir um comentário infeliz de Chanyeol: “cuidado pra não sair rolando!”, e em seguida um tapa bem depositado em sua nuca dado por Kyungsoo. Ainda bem que tinha o privilégio de ter seu hyung sempre ao seu lado.

Jongin realmente pouco se importava pro que as pessoas pensavam sobre seu peso e caso estivesse engordando ou não. A sociedade não deveria ficar ligando pra vida alheia, porque quem cuidava da vida de Jongin era ele mesmo. Pessoas gordinhas são legais e quentinhas. E Jongin gostava de ser legal e quentinho.

Kai também compreendia que sua alimentação não era lá essas coisas, e que precisava mudar para uma nutrição melhor para continuar sobrevivendo. No fim de tudo, Jongin não queria ter problemas e varar no hospital. Lá a comida era podre de ruim e estragada.

Apesar de tudo, o moreno estava confiante em uma coisa: Amanhã começaria uma dieta e se tornaria Kim Fitness Jongin. Também iria caminhar na praça pra perder alguns quilinhos a mais, viveria na base da água e nunca mais encostaria em nenhuma fritura.

Não que estivesse dando razão ao que aqueles dois falavam... Mentira, Jongin não queria acabar como seu pai, que morreu por diabetes II. Iria adquirir uma vida saudável, arranjar umx namoradx na academia e seria feliz com sua salada.

Mas, ugh, odiava tanto salada. E academias. E a palavra “dieta”. Saudável também estava incluído na lista. Que os Deuses dos donuts rezassem por sua alma.

 

– É hoje! É hoje que eu vou ser que nem aqueles homens da Polishop. – Jongin falou decidido, acordado às plenas quatro horas da tarde, alucinado pra alcançar seu recém-objetivo. Nem parecia aquele moleque de ontem soterrado de donuts.

Com uma nova mentalidade, uma nova determinação e um novo sentimento crescendo em seu peito. Agora Kim Jongin era um novo homem. Daqueles que iriam para a praia e passariam óleo corporal para fazer seus músculos reluzirem ao sol, chamando a atenção das moças com a pele brilhosa do seu abs. Faria até aquela paradinha de mexer o peitoral por livre e espontânea vontade.

Puta merda, Jongin, tu tá passando muito tempo com aquela bosta do Chanyeol. O moreno conseguia visualizar Kyungsoo ditando essa frase pra ele, enquanto entrava em um estado de negação, caso ouvisse essa fantasia débil.

Era caso sério: Jongin viajava muito na maionese. Gostava com frango, inclusive.

Foi até a cozinha e encarou o ovo na cuba, pensando se deveria quebra-lo e comê-lo cru que nem faziam nos filmes. Mas talvez Kai não estivesse tão decidido assim, pois essa ideia foi prontamente descartada no lixo.

Correu devagar até a sala, exercitando suas pernas, se preparando pra ir até a praça e cumprir sua meta. Era que nem aqueles três F’s: Foco, força e frituras. Quer dizer, fé. Seria exigente consigo mesmo e não deixaria qualquer provocação destruir sua metamorfose.

– Hey, meu gordinho preferido. – Kai se assustou por Chanyeol estar na sala naquela hora, assistindo Netflix. Sua boca salivou por ver o mais velho comendo bacon e batata frita pro lanchinho da tarde. Engoliu em seco, tentando espantar aquela tentação em forma de fatias de porco fritas. – E, minha nossa, que roupa é essa? – Fez careta para Jongin, se levantando e indo até o mesmo.

Jongin franziu o cenho e abaixou o olhar para sua roupa. Shorts que iam até metade da sua coxa – não sabia onde Kyungsoo havia escondido sua calça legging para pegar emprestado – moletom e all star, já que não tinha um tênis da Adidas no seu armário (ninguém naquela casa cagava dinheiro).

No geral, se sentia apropriado para ir se exercitar.

– Qual o problema? – Perguntou curioso e Chanyeol puxou a faixa que adornava a cabeça de Jongin rudemente. – Ei! Minha faixa!

– Você perguntou qual era o problema. Esse é o problema: essa coisa é ridícula. – Comentou e jogou a faixa amarela longe, ouvindo o moreno resmungar algumas palavras de indignação, emburrado.

– Mano, eu me preparei conforme o Google instruía. Conforme o WikiHow, cara! Não destrói minhas pesquisas desse jeito não. – Ralhou, ajeitando sua franja bagunçada, ainda bolado com Chanyeol e sua falta de sensibilidade. – Se tava na internet então era verdade.

– Também diz que canibalismo, em algumas culturas, é uma antropofagia da vida, algo simbólico, tu vai tentar também? – Ridicularizou, e Jongin tentou entender a analogia de Chanyeol com antropofagia e sua pobre faixa amarela. – Eu tô tentando te poupar do ridículo.

– Acho melhor tu parar de assistir Hannibal, Yeol. – Aconselhou compadecido, apertando o ombro do mais alto.

– É deep web mesmo. – Suspirou e andou até o sofá, se virando de costas para o mesmo e se encostando no estofado. – E essas coxas amostra desse jeito? – Indagou, fazendo uma cara de poucos amigos, abaixando o olhar para aquele par de pernas desnudas, frisando sua fala.

– Se eu não te conhecesse, diria que está com ciúmes, Park Chanyeol. – O mais novo soltou um sorriso de canto, erguendo uma sobrancelha em descrença. – Tá de zoas, né?

Chanyeol revirou os olhos, comprimindo os lábios. Tudo bem, não iria avisar que existiam pessoas cruéis nesse mundo que poderiam assediar seu pequeno parceiro, sequestrá-lo, esquartejá-lo, roubar seus órgãos, entre outras coisas.

Deixaria Jongin se foder sozinho.

– Tu vai mesmo prosseguir com essa história e ir caminhar na praça? – Trocou de assunto, resolvendo não dar mais motivos para Jongin fazer piada dos seus sentimentos frágeis de amigo preocupado.

– Sim. Estilo saudável e essas coisas. – Segurou a vontade de fazer uma expressão de tédio e sorriu animado.

 – Olha, se tu fizer mesmo isso, não me enganando nem nada, eu te pago rosquinhas por um mês inteiro. – Ofereceu e Kai o olhou surpreso.

– Mas... Qual seria o propósito então? – Ergueu os ombros e ponderou a proposta cuidadosamente.

Um mês de rosquinhas grátis, sem tirar dinheiro do bolso e guardando para o próximo mês, podendo conseguir o dobro de caixas e explorar a carteira de Chanyeol quando quisesse.

Balançou a cabeça, tirando aquela ideia da mente.

Não.

Jongin não podia aceitar. Prometeu a si mesmo que não cairia em tentação. Deveria ser forte se necessário. Tinha que manter seus pés firmes na base, mesmo que ela estivesse dando umas tremedeiras pelas possíveis rosquinhas 0800.

– Tu quer ou não?

Jongin nem hesitou quando respondeu:

– Quero.

Bosta.

 

O sol estava ao seu favor, não muito quente, timidamente escondido atrás das nuvens. Jongin já estava caminhando na praça meio vazia, em um ritmo constante, olhos focados na frente e com um semblante sério, que não condiziam com sua personalidade deboísta.

Mãos dentro do bolso do moletom e apenas movimentando suas pernas, controlando a respiração. Fones encaixados perfeitamente em seus ouvidos, absurdamente altos e tocando sua playlist de girlgroups favorita no Spotify.

Já não bastava ser um preguiçoso escroto, só faltava virar surdo pra completar o serviço.

Por fora, o moreno parecia alguém profissional, sem demonstrar qualquer sinal de fadiga, mas por dentro Jongin estava quase morrendo de exaustão. Mal havia começado e já estava querendo parar, cansado em medidas desnecessárias, mas apropriadas para um sedentário nato.

Sabia que amanhã suas pernas estariam que nem gelatina e suas coxas sensíveis a qualquer toque. Iria usar isso como desculpa para não sair da cama e ficar sendo mimado por Kyungsoo o dia inteiro, que com certeza culparia Chanyeol por não tentar impedi-lo dessa ideia.

Inspirou fundo, limpando o suor que começava a se acumular em sua testa com a manga da sua blusa. Tudo bem, o relógio estava cronometrado para tremer daqui trinta minutos. O moreno podia aguentar correr por apenas meia hora. Conforme ia se acostumando, aumentaria o tempo, não teria pressa com seu objetivo.

Jongin não notou, mas alguém havia começado a lhe observar com olhos cobiçadores. Logo um cidadão loiro estava se aproximando de skate e tudo, acompanhando sua caminhada lerda. O rapaz mais alto o encarou intensamente esperando alguma reação com sua chegada repentina.

– Ei gracinha! – O abençoado de mechas loiras tentou chamar a atenção de Jongin, assobiando e sorrindo quando o outro lhe ignorou.

Sehun gostava dos tipos difíceis, aqueles que tentavam resistir a sua beleza.

Ainda bem que o moreno estava de fones e com os pensamentos voltados para seus donuts prometidos, evitando ouvir a cantada mais podre que o infeliz loiro teve a falta de vergonha de soltar:

– Mas, e aí gato, tu cospe ou engole?

Se Kai tivesse ouvido aquilo, sem dúvidas teria se entalado com sua própria saliva e ficaria envergonhado. Começaria a suar e gaguejar para tentar fugir daquele cara, mas como estava ouvindo música, continuava alheio à presença de Sehun.

Amém.

O loiro corou quando percebeu que o moreno bonito não estava o ouvindo. Olhou ao redor para ver se alguém havia presenciado seu vexame, sentindo suas orelhas esquentarem por perceber que uma velhinha havia testemunhado toda sua trajetória e fracasso.

Pigarreou, retomando a postura e decidiu apenas continuar a seguir o outro. Sehun rodeou Jongin com seu skate, fazendo voltas ao seu redor, tentando fazer o moreno se impressionar com suas manobras skatistas sinistras. E Jongin notou e estranhou, é claro.

Quem não notaria um cara gostoso o rodeando e o encarando fixamente? Kai não era tão estúpido quanto aparentava ser.

Garoto bonito à vista lhe paquerando. Kim Jongin, quem diria, mermão?

Jongin deu de ombros, desconfiado e determinado a ignorar o loiro. Abaixou discretamente o volume da música, caminhando até uma barraquinha para comprar água, pra ver se conseguia despistar o skatista e seus olhares desconfortáveis.

Comprou a água e voltou ao seu trajeto, não avistando mais Sehun. Suspirou aliviado, abrindo a garrafinha e voltando a andar, dando pequenos goles na bebida, quase engasgando quando ouviu uma voz grossa ao seu lado:

– Isso. Melhor beber água mesmo, porque eu tô te secando há muito tempo.

Jongin riu, achando interessante a abordagem e finalmente olhou para Sehun, mantendo o sorriso. O mais alto ficou surpreso com a atenção repentina – não sabia que algumas de suas investidas iriam dar sucesso – e devolveu o sorriso, um pouco embasbacado.

Porém, como nem tudo na vida são flores e o maior estava besta demais com o sorriso brilhante de Jongin, havia uma bendita pedra no meio do caminho e o skate de Sehun tropeçou na maldita rochinha. Puta que pariu, irmãos.

Sehun resvalou, dando de cara com o chão e skate voou para longe, até o meio da pista, onde foi levado – diz-se atropelado – por um caminhão.

Kai parou bruscamente, tirando seus fones e olhando sem reação para Sehun estatelado no chão, ouvindo seus gemidos de dor. Sehun se sentou na calçada, olhando penoso para seu joelho ralado, – maldita seja a calça que usava, aquelas rasgadas no joelho – resmungando mil e uma pragas, chateado. Pelo menos não havia machucado suas mãos, graças as suas luvas de couro.

Sehun poderia estar pior, mas se lembrou do seu skate e praguejou mais ainda. Nem havia terminado de pagar as dez prestações que havia imposto na loja e não fazia nem um mês de uso. Novinho em folha e levado embora em um minuto. Poderia Sehun ser mais azarado?

O loiro dramatizou e olhou triste para Jongin, que após rir mentalmente como qualquer ser humano normal, ajudou Sehun a levantar. Agarrou a mão do rapaz e o puxou até o banco da praça, fazendo o mesmo se sentar, logo sentando ao seu lado.

Sehun trancou a respiração quando o moreno se inclinou, observando seu joelho arranhado cuidadosamente. O menor abriu a sua garrafa d’agua, despejando um pouco do líquido no machucado, tentando limpá-lo. Sehun resmungou, fingindo que aquilo doía, tentando causar mais empatia em Jongin.

Sehun parou e ficou encarando o rosto bonito do mais baixo. A gota de suor que escorreu do seu cabelo castanho até chegar ao pescoço, se perdendo no moletom, os olhos amendoados fixos no seu joelho, aquela boquinha pecaminosa um pouco entreaberta por conta da atenção excessiva do moreno.

O loiro lambeu os lábios e se aproximou mais ainda do rosto de Jongin.

– Por que a gente ainda não se beijou? – Perguntou sacana e o moreno riu sem graça, pego de surpreso pela ousadia alheia, ainda ocupado com a ferida do outro. Sehun queria provar da boca cheia daquele garoto desde a primeira vez que havia o visto. Parecia deliciosa.

– Hm... Talvez porque eu seja hétero? – Comentou brincando e puxou do seu bolso alguns band-aids, que levava a qualquer lugar por precaução, já que era desastrado desde o nascimento e Kyungsoo o forçava a guardá-los.

Preencheu o joelho de Sehun com uma fileira dos mesmos, terminando rapidamente e ficando feliz com o resultado. Encarou o seu trabalho e segurou a risada, já que a reta dos diversos band-ais tinha uma variedade de posições e cores de Doraemon, o desenho infantil.

Até que ficava fofo com aquele cara.

O loiro havia ficado quieto depois da sua resposta, deixando Jongin apenas ouvindo sua respiração, um pouco ansioso – e bem humorado por conta da infantilidade dos seus curativos.

– Mas eu também sou hétero. – Falou no final e Jongin ergueu a cabeça, para encontrar os olhos de Sehun bem próximos dos seus. – Não dizem que hétero namora com hétero?

O moreno abriu a boca, sem saber como responder. O loiro havia bugado seu cérebro.

– Não, espera. Nós nem nos conhecemos. – Pontuou e o skatista piscou, parecendo notar isso só naquele momento.

– Ah... – Resmungou e Jongin soltou um som surpreso, olhando diretamente para a bochecha do loiro.

– Também tem um machucado no seu rosto. – Explicou, prontamente colocando outro band-aid rosa no rosto macio do skatista, que continuava resmungando. Ok. Aquilo havia atingido o limite da fofura para Kai.

– Qual seu nome? – Perguntou rapidamente, retomando a conversa e Jongin riu com aquilo, sem saber muito o porquê.

– Kim Jongin, mas pode me chamar só de Kai e o seu? – Retornou a pergunta, tentando não parecer muito curioso, mas falhando miseravelmente por estar com os olhos pregados nos do loiro, esperando uma resposta.

– Oh Sehun, mas pode me chamar só de Sehun, porque “Oh” é o que você vai ficar gemendo mais tarde. – Sorriu e moveu seu corpo para mais perto do alheio, encostando suas pernas, insinuando algo a mais. Notou Jongin ficar envergonhado e tentar se afastar, mas não deixou, pousando uma das mãos em sua coxa firmemente.

Um minuto. Era disso que Chanyeol tentou lhe alertar mais cedo? O que Jongin deveria fazer? Ele não sabia como reagir a esse tipo de coisa. Não era atoa que preferia ficar em casa a ir em festas sem sentido e namorar. Normalmente Kai evitava relacionamentos, porque não se sentia seguro o suficiente.

– Sagaz. –Tossiu um pouco, olhando para os lados, evitando pensar muito naqueles toques atrevidos de Sehun. Oh Sehun. Não parecia que ele fazia aquilo por mal, e sim como se eles já fossem amigos e fosse algo trivial. Mas duvidava um pouco disso pelo rumo que a conversa tomava.

– Bom, é como diz aquele ditado, né. – Chamou a atenção novamente do moreno, apertando sua carne entre os dedos, de maneira distraída. – Primeiro o beijo e depois o kakaotalk.

Jongin sorriu mais uma vez naquela tarde, novamente sem motivos aparentes, esquecendo tudo que lhe afligia. Havia ficado a todos os sorrisos e distraído depois da aparição de Sehun. O que não era muito normal, só ficava bobo desse jeito quando ganhava inesperadamente alguma caixa de donuts e não por outras pessoas.

– Já que você tá sorrindo assim, a gente já pode ficar? – Tentou mais uma vez, teimoso, tirando Jongin de sua guerra moral interior contra si mesmo. Embora Sehun tenha levado os dedos até o queixo do moreno delicadamente, o menor os tirou de lá, constrangido.

– Acho que seria mais preferível se nos conhecêssemos melhor... – Insistiu, desviando o olhar, considerando dar uma chance a Sehun, ainda segurando sua mão contra seu peito. O coração de Jongin batia muito rápido, consciente do loiro, então o mesmo decidiu abaixar suas mãos juntas até seu colo.

– Mas se você me conhecer melhor você não vai querer ficar comigo. – Murmurou enfezado, pendendo a cabeça pro lado, a descansando em seu próprio ombro.

Duvido. Jongin pensou, mas evitou se expressar, apenas mordendo o lábio inferior, indeciso.

O que Jongin poderia perder, afinal? O rapaz era bonito, cheiroso, lambia os lábios de maneira sexy, parecia engraçado e divertido, tinha olhos insubstituíveis e profundos. Era acompanhado de belos ombros largos, um pomo de adão protuberante e clavículas fundas, pelo que dava de ver pela regata cavada que o mesmo usava... Já disse que lambia os lábios de maneira sexy?

Jongin poderia ficar a tarde toda listando o que lhe agradava na figura de Sehun – que era composto por uma perfeição astronômica –, mas o loiro tinha outros planos para fazer sua cabecinha ficar ainda mais bagunçada do que já estava.

O rapaz se soltou do aperto do outro, levando novamente os dedos até o rosto de Jongin, fazendo o moreno parar de maltratar o lábio inferior com os dentes certinhos e o encarar mais uma vez, contra a vontade. Pois Jongin sabia que se olhasse mais uma vez para o rosto de Sehun, não resistiria e cederia aos seus desejos.

Beijar um estranho era loucura.

Jongin segurou o pulso de Sehun com força, percebendo que o loiro começava a se aproximar lentamente, com os olhos entreabertos. Sentiu a respiração quente do loiro bater contra suas bochechas igualmente quentes e, foda-se, fechou os olhos e definitivamente aproveitaria direito aquele beijo.

E Jongin estava disposto a enfrentar essa loucura com Sehun.

O moreno já sentia o nariz de Sehun se encostando ao seu, a mão grande do loiro até então ocupando grande parte da sua coxa, inabalável. O coração de ambos batendo incontroláveis dentro da caixa torácica, lábios separados por alguns milímetros, mas tudo sendo perdido por um:

– JONGIN! MENINO!

O moreno se afastou rudemente dos braços de Sehun e sentiu seu rosto esquentar em proporções anormais, enquanto o loiro praguejava irritado pela interrupção. Só mais um pouquinho! Só faltava isso para que, até que enfim, beijasse os lábios de Jongin.

Ambos viraram em direção àquela voz, constatando assustados um Kyungsoo de avental correndo até os dois. Os olhos de D.O queimavam em cólera, fazendo as poucas pessoas da praça abrirem passagem para o baixinho ensandecido. Sehun ficou com receio caso Kyungsoo resolvesse o morder e contraísse raiva.

– Pensei que tu tinha fugido de casa, seu extremo filho da puta. – Falou, rangendo os dentes, parando na frente do moreno, mal percebendo a presença de Sehun. – O Chanyeol falou que tu tinha ido se exercitar, mas que porra de se exercitar o quê? Isso seria impossível.

Kai se encolhia cada vez mais contra o banco, levando o sermão do seu hyung, ombros se retraindo aos pouquinhos. Sehun olhou pra Jongin amuado e riu do seu regresso, dando batidinhas amigáveis na sua perna.

– Eu de preocupado e tu aqui se esfregando com o... – Virou seus olhos até o loiro, que estremeceu com a franzida de cenho que o mais velho havia dado. – Hã? É tu Sehun? Garoto, tu tá obcecado pelo Kai, te saí, pedaço de merda.

Sehun deu de ombros, com cara de paisagem, enquanto Kyungsoo agarrava e abraçava a cabeça de Jongin, que estava confuso com a ultima frase de D.O.

– Como assim hyung? – Jongin ainda não havia percebido totalmente a situação, o que fazia D.O ter pena e mais afinco em querer proteger a sua pureza de Sehunás. Já estava bem óbvio que Sehun estava de olho no moreno por um tempo e só esperando a chance e oportunidade perfeita para atacar.

Kyungsoo abaixou o olhar até as coxas de Kai e deu o rugido da pantera com aquela mão corajosa de Sehun.

– É hoje que eu arranco a tua mão ossuda, Oh Sehun. – Grunhiu, praticamente arrancando o braço do loiro de perto da coxa rechonchuda de Jongin. O mais alto resmungou algo incompreensível com a falta de contato e calor com o moreno.

– Porra Kyungsoo. – Reclamou e o dito deu um tapa forte na sua cabeça, quase fazendo o loiro perder o juízo.

– “Porra Kyungsoo” o caralho. Me responde direito que eu sou teu hyung...

Kyungsoo continuou com o discurso censurando a atitude de Sehun, que estava com a mão sobre a cabeça, com uma expressão de dor. Levantou o olhar até Jongin, que o fitava preocupado, para logo em seguida sorrir daquela maneira Sehun de ser – canalha, e piscar para moreno.

E Jongin não conseguiu resistir o suficiente para não devolver o sorriso. 

 

Chanyeol soprou o ar com força e deu um pequeno grunhido no final do seu suspiro.

Era sexta-feira, dia de passar a noite toda com Jongin, assistindo qualquer filme com tag non-sense que achassem. Fazer aquela pipoca salgada com cobertura caramelizada e comer frango frito com cerveja, rir e debochar dos filmes que assistiam, que não continham o menor fundamento.

Mas, aparentemente, hoje seria diferente. A sua inviolável sexta-feira, estava sendo quebrada por um encontro de bosta – em sua opinião – que Jongin tinha com Oh Sehun. Tantos dias na semana e resolveram marcar logo na sexta-feira. SUA VENERÁVEL SEXTA-FEIRA.

Jongin já teve outros encontros com Sehun anteriormente – esse era o terceiro, que o Park teve o cabimento de contar, para esfregar na cara de Jongin que essa era a terceira vez que desmarcava com ele.

Chanyeol se sentia abandonado, enquanto estava jogado estrategicamente no sofá para causar algum tipo pena no moreno. Ao fundo tocava Last Friday Night da Katy Perry, e talvez, só um talvez distante, fazer Kai desistir da ideia de sair pra uma noitada com Sehun. O que seria impossível, aliás.

Sim, Park Chanyeol poderia ver forever alone o filme, mas não teria graça sem Jongin. Tinha que superar sua solidão sozinho, o que não fazia sentido, mas não podia fazer nada, apenas pedir pizza para amenizar sua dor.

– Alguém, por favor, me diz qual casaco é melhor? – Jongin chegou na sala, apenas de cueca boxer branca, segurando dois casacos, em crise com suas roupas. Aqueles eram seus casacos preferidos, mas naquele momento, ambos pareciam não se encaixar com o momento.

Kyungsoo apareceu no compartimento, enxugando uma panela, enquanto analisava as vestimentas cuidadosamente. Chanyeol se ajeitou no sofá, erguendo a cabeça e também olhando para os casacos, sem muito interesse.

– Deixa eu ver o primeiro, – Pediu e Kai mostrou. – prefiro o segundo. – Se deitou novamente no estofado, chateado.

– Chanyeol, tu não tenta me sabotar não! – Reclamou e Chanyeol ergueu o dedo do meio para o moreno.

– Eu tô tentando te ajudar, filhão. – Grunhiu, abaixando o braço, resolvendo desprezar Jongin e sua indecisão por enquanto.

– Prefiro o primeiro. – Kyungsoo comentou e voltou para a cozinha.

Jongin bufou, abraçando os dois casacos.

– Assim vocês não me ajudam... – Murmurou, olhando indecisamente para as roupas, fazendo um uni-duni-tê mental. Estava ansioso e nervoso. Qual Sehun gostaria mais? Provavelmente os dois ou nenhum. Porém, ainda assim, queria o perfeito para fazer o loiro o elogiar como sempre fazia.

Corou, relembrando que havia encontrado Sehun no segundo dia em que resolveu fazer a caminhada – tinha esperanças, apesar de suas pernas estarem o matando de dor –, conseguindo seu número de celular e o primeiro encontro de ambos.

Ainda não havia rolado nada demais do que um/muitos beijos, – Sehun tinha dito, não é? Primeiro o beijo e depois o kakaotalk –, pois Jongin queria ir com calma e Sehun respeitou sua decisão com um sorriso.

– Estou disposto a quebrar nossa rotina dos filmes sem sentido e assistir sua série favorita... – Foi despertado das suas fantasias por Chanyeol. – Então, tu não quer mesmo ficar aqui comigo e assistir Dexter? – Praticamente implorou, desesperado pela companhia de Jongin, parecendo um amigo deplorável.

– Não.

– Você poderia ter hesitado pelo menos um segundo. – Resmungou e Jongin riu alto, o nervosismo indo embora aos poucos. Vestiu o segundo casaco de lavagem jeans por cima do seu corpo seminu, recomendado por Chanyeol e abaixou o olhar para se avaliar.

É, dá pro gasto.

Sorriu entusiasmado, já que faltavam apenas alguns minutos para se encontrar com Sehun diretamente no restaurante em que jantariam. Estava tão animado e feliz, não conseguia segurar sua emoção em passar uma noite na companhia do loiro, que descobrira ser bem inteligente e interessante.

Foi tirado mais uma vez de seus devaneios – Jongin viajava muito em qualquer situação, em um momento estava na Coreia e em outro em Acapulco –, mas dessa vez pela campainha.

– Deve ser o cara da pizza. Atende aí, Kai. – Pediu Chanyeol. – Faz pelo menos isso por mim, seu ingrato. – Falou amargo, focado na televisão, não vendo o moreno fazer bico.

– Eu estou só de cueca, Chanyeol. E atrasado. – Disse, olhando para o relógio grudado na parede, contando o tempo que levaria para se arrumar por completo.

– O cara da pizza não vai estar interessado nas tuas gorduras. – Banalizou, abanando uma mão para Jongin ir logo e calar a boca. – Atende logo essa bosta.

Kai revirou os olhos, murmurando o quanto Chanyeol era um babacão, jogando o primeiro casaco no sofá, acertando a cara do mais velho, que xingou alto. Encolheu os ombros e andou até o corredor que levava à porta da entrada, falando um “já vai” quando o sujeito apertou novamente a campainha.

– Sim? – Abriu a porta por completo e deu um passo para trás quando percebeu que era Sehun na entrada do seu apartamento.

Como Sehun sabia onde Kai morava? Hm, provavelmente Kyungsoo poderia ter dado o endereço – na verdade, nenhum pouco provável. Entretanto, o mais importante, por que infernos Sehun estava na sua casa? Não que não estivesse feliz, mas...? Pra quê?

Sehunnie? – Chamou e inclinou a cabeça um pouco pro lado, confuso.

– Boa noite... E uau. – O skatista disse, mas parou no meio da frase quando percebeu que era Jongin ali, daquele jeito.

O loiro cravou os olhos no corpo de Jongin, o olhando de cima a baixo indiscretamente, lambendo os lábios em um movimento lento. Jongin, com toda a certeza do mundo, queria deixar Sehun louco com aquele tom de pele maravilhoso à mostra e aquelas coxas evidentemente apertadas por uma cueca branca.

E Sehun, definitivamente, queria matar Jongin do coração com aquelas encaradas intensas.

– Você está sexy.

Demorou meio segundo para Jongin perceber que estava apenas de cueca e um casaco para cobrir seu corpo exposto. O menor praticamente morreu de vergonha – sem hipérboles quando se tratava da personalidade tímida de Jongin – e virou de costas para Sehun, saindo andando rápido para tentar fugir.

Não. Não. Não.

Sehun abaixou o olhar para a bunda de Jongin, sorrindo travesso, correndo para alcança-lo antes que ele virasse o corredor.

– Espera, pra onde você vai? – Puxou o braço do moreno para o mesmo se voltar em sua direção, o que fez Jongin tentar puxar o pano do casaco para tentar cobrir seu dorso, se encolhendo dentro da roupa. – Temos um encontro agora.

– Mas eu ainda não me vesti... – Murmurou, olhando para os lados, em busca de alguma ajuda para amenizar seu constrangimento, levantando as golas da camisa pra se proteger.

Merda. Por que Jongin era tão envergonhado desse jeito? Não entendia pra que tanto acanhamento, mas não podia simplesmente ignorar que aquele sujeito que estava o analisando e o desejando era Sehun. O cara que queria seu afeto e sua virgindade anal.

– Quer dizer que você não vai assim? – O maior disse decepcionado, enquanto estalava a língua. A decepção parecendo falsa, já que o loiro sorria abertamente, encantando com as ações de Jongin. – Que pena.

– Por que eu sairia na rua assim? – Resmungou, e a cada palavra dita Sehun se aproximava um passo. – Eu não sou um pervertido. – Reclamou, olhando para um quadro pregado na parede, parecendo muito interessado no mesmo.

– Mas eu sou – Sussurrou perigosamente perto do corpo de Jongin. O moreno só pareceu perceber naquele momento a aproximação furtiva de Sehun, que havia posto as mãos em sua cintura, por dentro do casaco, tocando diretamente sua pele, o mantendo no mesmo lugar.

– Hm... – Foi o único som que Jongin conseguiu reproduzir, sentindo Sehun encaixar o rosto no seu pescoço, se apoiando ali, em um quase abraço.

– E você ficaria ainda mais lindo sem esse casaco... – Continuou mantendo o tom baixo e grave, a boca próxima da orelha de Jongin, o causando arrepios consecutivos. – E nos meus braços...

– Sehun-ah... – Jongin suspirou, levando as mãos até o cabelo de Sehun, acariciando as mechas loiras platinadas cuidadosamente.

Será que Jongin realmente merecia tudo isso? Porque, merda, Oh Sehun era bom demais pra ser verdade, enquanto Jongin era só... Jongin. Porém, para Sehun, Kim Jongin era incrível de um jeito que só o moreno conseguia ser, dominando completamente seus pensamentos.

– Eu sou gordo. – Protestou emburrado e o loiro sorriu, mordendo o lóbulo do moreno sem força, o lambendo logo em seguida. 

– Você é incrivelmente lindo, de todas as formas e jeitos. – Acariciou suas costas com zelo, apreciando Jongin esconder o rosto no seu pescoço, se arrepiando enquanto sentia a tez do moreno esquentando contra sua pele.

– Qual a graça de me deixar com vergonha... – Resmungou inconformado com as sensações que Sehun causava no seu corpo e na sua mente. Se afastou brevemente para apertar o loiro em seus braços com força, o dando um abraço digno dessa vez.

– É que você fica mais lindo ainda. – Sorriu ao ouvir a risada do moreno. – Então... Quando a gente terminar de jantar, você tá, hã, tipo assim, meio que a fim de ir...

– Que demora, demônio. – Chanyeol chegou, interrompendo a porra toda. – Não serve nem pra pegar a pizza... Ué. – Parou na entrada do corredor, encarando secamente aquela cena de paixãozinha na sua frente.

Basicamente, o que Chanyeol via era seu parceiro quase pelado e um Sehun o atacando, prestes a devorá-lo. Alguém chama o IBAMA, por favor. Temos um animal solto por aqui, que precisa ser transportado para a selva, seu habitat natural.

– Boa noite, Chanyeol. – Sehun cumprimentou, sorrindo sem mostrar os dentes. Jongin não soube distinguir o que o loiro queria o perguntar, mas resolveu não insistir quando o mesmo se afastou do seu abraço.

– Tu trouxe a pizza pelo menos? – Chanyeol indagou e Sehun negou com a cabeça, o que fez Park revirar os olhos. – Não? Péssima escolha de namorado, Jongin. – Desdenhou para o moreno, mas continuou parado ali, fazendo o clima ficar um pouco pesado.

– Ah – Sehun se lembrou de algo e levou as mãos até o bolso da calça. – Eu trouxe um sonho de valsa... – Mostrou o bombom para o orelhudo, que riu, pegando o doce. – Era pra ser pro Jongin, então...

– Grande bosta. – Desprezou, olhando com desdém pra embalagem, abrindo-a e comendo o chocolate de um jeito totalmente mal educado e grotesco. Encarava Sehun fixamente, mas o loiro não deixava se abalar, nem por um momento pensando em desviar do olhar avaliador de Chanyeol.

O que o ciúme não causa nas pessoas, não é mesmo?

Chanyeol sentia uma profunda raiva de Oh Sehun. Ele era o causador da quebra da sua rotina com Jongin. Ele quem roubava seu melhor amigo. Sempre que os dois se encontravam parecia que havia rolado uma Guerra Fria tensa no ambiente. E se Park pudesse, bombardearia  Leste, Oeste, Norte e Sul das nações de Oh Sehun.

Quando, a única tática de guerra que Sehun queria, na verdade, era invadir os países baixos de Jongin, começando pelo Sul.

– Tudo bem, – Chanyeol sorriu sarcástico, estendendo a mão em uma paz iludida, apenas para satisfazer Jongin. – vamos tentar ser legais um com o outro.

Entretanto Sehun não tirou as mãos de dentro dos bolsos da calça, continuando com seu típico olhar apático.

– Você não vai apertar minha mão? – Park perguntou, perplexo com a possibilidade de Sehun estar fazendo aquilo de propósito. Jongin segurou a risada com a cena, não conseguindo levar Chanyeol e Sehun a sério.

– Eu não. – Respondeu e estalou a língua. – Tu tem cara de quem peida na mão e vai cumprimentar as pessoas que não gosta.

O queixo de Chanyeol caiu no chão em choque. Kai não conseguiu mais aguentar a risada, principalmente quando Kyungsoo chegou, encarou todos e fixou o olhar no maior, pegando sua orelha e o arrastando de volta pra sala.

– Tu para de ser aqueles paizão coruja e deixa o menino se divertir. – Disse entredentes, apesar de seu próprio ser estar se doendo por conta da pureza, que estava com os dias contados, de Kai.

Kyungsoo percebeu que Jongin estava mesmo feliz com Sehun, então teria de aceitar por completo aquele erro, quer dizer, relacionamento. Voltou para a cozinha, suspirando enquanto ouvia mais uma vez a risada alta de Jongin do corredor.

Jongin parecia tão vivo.

– Vai vestir a porra de uma roupa antes que tu pegue um resfriado, Jongin! Não vou ficar cuidando de menino do buchão não! – D.O gritou para Jongin ouvir.

E acabou escutando um “TÁ BÃO HYUNG!” do moreno, um “DEIXA QUE EU ESQUENTO ELE KYUNGSOO” de Sehun e de acompanhamento um “NÃO AGUENTO MAIS BAITOLAGEM NESSA CASA” de Chanyeol, juntamente com um resmungo “e eu não peido na minha mão”.

– Pula da janela se tu não tá satisfeito, vai que tu voa com essas orelhas. – Revirou os olhos bem visivelmente, pedindo aos céus para que Chanyeol parasse com seus vacilos um após o outro.

– Olha, isso é bullying. – Chanyeol apareceu na cozinha para buscar mais cerveja, olhando frustrado para o mais baixo.

– Bullying é isso aqui – Mostrou um bule para Park, o ameaçando. Chanyeol fez careta para Kyungsoo. – e é o que eu vou enfiar na tua cabeça se tu ficar se metendo na vida do Jongin.

– Do jeito que tu faz? – Chanyeol realmente tinha perdido o medo de morrer. O menor quase ia jogando o bule no crânio daquele cidadão pra rachar e ver se tinha alguma coisa lá dentro, porém Jongin havia entrado na cozinha, sorrindo abertamente.

Kai já estava vestido com suas roupas – jeans colados e camisa branca, optando por não usar nenhuma jaqueta – e estava exalando seu perfume característico, deixando o apartamento cheiroso com seu aroma. Sehun chegou logo atrás, agarrando Jongin e cheirando seu pescoço.

– Sexy. – Sussurrou apenas para o moreno ouvir e Jongin deu uma cotovelada fraca no loiro. Como sempre, sorrindo mais ainda.

Kyungsoo fez cara de mãe preocupada, segurando o bule contra o peito, sabendo que deveria deixar sua cria bater as próprias asas e voar para longe, seguindo seu próprio caminho. Mas que deveria voltar antes da meia noite.

– Só queria me despedir. – O moreno explicou, enquanto Chanyeol parecia mumificado num canto. – Até mais tarde, hyungs.

– Se depender de mim, não. – Sehun comentou e todos viram Chanyeol querer arrancar os tímpanos pra não ouvir aquelas declarações amorosas e insinuativas do loiro. Kyungsoo fez uma expressão séria.

– Você tem camisinhas, certo, Sehun? – Perguntou, fazendo o loiro gargalhar e o moreno o olhar sem reação.

– Hyung... – Jongin choramingou, colocando as mãos sobre o rosto.

– É claro que tenho. – Piscou para D.O, que confirmava positivamente com a cabeça.

– Espero que tenha lubrificante também, né... Porque do jeito que o Jongin é quando tá contigo, já sei até quem leva...

– HYUNG! – Jongin.

– KYUNGSOO! – Chanyeol.

– Que é, merda? Tô tentando garantir uma transa saudável pra esse garoto imprestável.

– É melhor irmos Jongin. – Sehun falou, olhando para o relógio na parede, pegando na mão do moreno e entrelaçando seus dedos. – Temos que garantir uma transa saudável pro meu garoto imprestável. – Disse, rindo da própria piada e arrastando Jongin até a saída do apartamento.

– Sehun-ah, nós vamos... – Perguntou, demonstrando insegurança na sua voz e o loiro entendeu o que ele quis expressar.

Sehun parou e se virou para o menor, pegando suas bochechas e deixando um selar lento nos seus lábios. Aquele pequeno gesto fez Jongin derreter e puxar Sehun para outro beijo mais apaixonado.

– Deixa rolar, Jongin – Falou, entrelaçando seus dedos mais uma vez, puxando o moreno até seu carro. – Vamos nos divertir agora.

 

Kim Jongin, por incrível que pareça, conseguiu uma vida sexualmente ativa.

Ele gostava de foder com Sehun como ninguém. Gostava de todas as posições que o loiro o ensinava, de ser submisso aos desejos de Sehun, dos tapas, das palavras sujas, as de carinho e paixão, dos chupões e da intensidade que Sehun transmitia sua luxúria através de seus atos.

Gostava também da pós-foda, em que Sehun estava ofegante e cansado, exalando aquele cheiro delicioso de sexo e da mistura bagunçada dos dois, mas sempre preparado para mais uma rodada, pois Jongin era insaciável. Da maneira como o loiro o acolhia entre seus braços e só ia embora de manhãzinha, quando o moreno já estava acordado e pedia pra ele ficar de forma manhosa.

E toda vez em que os dois transavam, geralmente no quarto do moreno, Sehun ficava sussurrando o quanto Jongin era belo e arrancava toda sua roupa – alegando que Jongin só de cueca não era um modo de vida e sim uma religião – para poder o observar.

Jongin conseguiu a confiança necessária no seu corpo por conta do loiro – não que não tivesse antes, sua autoestima estava no teto por causa dos elogios exagerados de Sehun. Ele não se importava em ter algumas gordurinhas a mais, porque Sehun simplesmente adorava apertá-las e apalpá-las.

Jongin descobriu que Sehun não gostava de sentar a bunda – e que bunda, senhoras e senhores! – no sofá e assistir algumas séries/filmes. O skastita era daqueles que tinham uma vida ativa e em movimento – o total oposto de Jongin.

Kai tinha vontade de perguntar se Sehun tinha algum formigueiro no cu, porque aquele loiro não se aquietava pra nada. Afinal, sedentarismo é uma forma de arte. Por qual motivo não se sentar e apreciá-la confortavelmente?

E, descobriu de forma decepcionante e arrasadora, que além de não assistir, Sehun não gostava de séries. Mas, tudo bem. Sem desesperos. Mesmo com Chanyeol dizendo que tinha avisado que Sehun não prestava e que era pra terminar “seja lá o que eles tinham”, porque um ser humano que não gostava de seriados não era pra se confiar.

Porém, Jongin lutou contra as ideias enfiadas na sua cabeça. Nada que algumas conversas para influenciar o loiro a gostar de, pelo menos Sense8, não resolvessem. Já que Sehun sabia que o moreno era um sedentário formado e tentava se encaixar na forma de viver – viver? – de Jongin.

Eles podiam superar juntos.

Chanyeol olhava pra Jongin ao seu lado no sofá, que ria sozinho de alguma coisa que o Park não estava nenhum pouco disposto a saber – sabia que tinha algo a ver com Sehun. Ele havia estranhado as risadinhas ao ar, porque o filme que assistiam era totalmente broxante e triste, então não fazia sentido Kai ficar rindo do cachorro morrendo.

– O Sehun vai fazer sua pressão subir até o céu e te matar. – Comentou e Kai entortou o cenho, não entendendo.

– Ele aumenta a temperatura do Kai e não a pressão, seu burro! – D.O berrou lá da cozinha e Chanyeol se assustou por ele estar ouvindo a conversa de ambos. – Tinha que ser de exatas... – O Park resmungou, resolvendo dar ouvidos ao futuro enfermeiro daquela casa e ignorando a segunda parte, onde oprimia seu curso.

– Cuidado com a burra. – Jongin riu, mas sua risada foi interrompida.

A campainha tocou e nenhum dos dois se moveu, negligentes. Eles sabiam que devia ser o correio com algum pacote para Kyungsoo, que logo apareceu na sala.

– Tá, claro, obrigado por se oferecerem para abrirem, meus filhos totalmente úteis. – Ironizou, sumindo pelo corredor e o moreno ajeitou o cabelo, fingindo que aquilo não era com ele.

Chanyeol tossiu para chamar a atenção de Jongin.

– Kim Kai. – Chamou, ainda olhando para a televisão, tendo consciência que o moreno o encarava, esperando-o continuar.

– O que? – Perguntou, já que Chanyeol estava mudo, pensando em alguma outra coisa.

– Vamos virar namorados. – Falou, virando o rosto para devolver o olhar do moreno, que não expressou reação com o pedido. O que Chanyeol pretendia com essa conversa estúpida?

– Digo nada. – Ouviram Kyungsoo voltar para a cozinha, ignorando os dois e mais um problema que surgia naquela casa. Deixe que se resolvam sozinhos.

Jongin piscou duas vezes antes de esconder o sorriso.

– Por que eu faria isso? – Devolveu a pergunta, pegando um punhado de pipoca do pote, enfiando tudo na boca de uma vez.

– Porque eu quero. – Respondeu simplista e Jongin confirmou com a cabeça, entendendo.

– Mas eu não.

– Vai Jongin!

– Chanyeol, tu nem gosta de mim... E eu nem sabia que tu era do vale. – Expôs, realmente surpreso com a recente descoberta/saída do armário.

– É... Tu lembra o nosso antigo vizinho, o Byun? – Kai confirmou com a cabeça, tendo vagas lembranças dele. – Comi muito. Mas enfim, a gente não precisa se beijar, nem nada. Não precisa do sentimento.

– Claro que precisa... Isso é tudo ciúmes do Sehun?

– Não! Nem... – Chanyeol afundou no sofá. – Talvez só um pouco... É sim.

Houve uma risada forçada repentina no cômodo e ambos se viraram para olhar a fonte do som. Chanyeol fechou a expressão e Jongin se sentiu extremamente contente com a visita surpresa. Era Sehun ali, encostado na parede com os braços cruzados e parecendo irritado.

– Bonito, Park Chanyeol. – Bateu palmas sarcásticas e Chanyeol murmurou um “sou mesmo, viado” – Tentando roubar o Jongin de mim. Fura-olho do caralho. – Grunhiu se desencostando da parede, dando alguns passos para frente.

– Pra começo de conversa eu não sou nem teu amigo, cacete. – Chanyeol se defendeu, colocando a pipoca de lado, pronto pra guerra. – Tu que é um maldito que rouba o melhor amigo dos outros.

– Sehun! – Jongin abriu um sorriso gigante, que desfez a pose autoritária do loiro num segundo. Se levantou do sofá e Sehun o recebeu de braços abertos, o apertando contra seu corpo. – Por que você tá aqui?

– Você disse que tava com vontade de foder no kakaotalk – Falou baixo e sorrindo maroto, deslizando uma mão para a nuca de Jongin, para poder falar no seu ouvido. – e eu não podia perder uma oportunidade de foder você.

O moreno riu, ignorando o arrepio que cruzou sua espinha, puxando a gola da blusa de Sehun, o obrigando a encará-lo intensamente.

– Pensei que você ia responder um “eu tava com saudades”. – Sussurrou de volta, fazendo bico, que o loiro mordeu fracamente. – Mas eu gosto assim também.

– Para de sussurrar aí, caralho. – Chanyeol, que teve a presença esquecida, ditou, interrompendo o momento. Já estava virando rotina o mais alto ficar segurando a tocha olímpica e se rebelar contra seu destino.  – E de me ignorar também! Eu sofro com isso!

– Vamos pro quarto! – Jongin falou para Sehun, que não o soltou e os dois começaram a andar agarrados até o quarto do moreno, trocando olhares luxuriosos entre si.

– VOLTEM, POR FAVOR, AMIGOS! – Chanyeol pediu, estendendo uma mão e com lágrimas falsas nos olhos (tinha pegado o gelo e pingado na cara). Sehun e Jongin desapareceram pelo corredor que levava até os quartos, deixando o outro sozinho. – Ai, tá ardendo! O gelo tava dentro de um copo com Sprite... Aigoo... – Reclamou, coçando os olhos, piscando repetidamente. Os olhos do burro começando a lacrimejar de verdade.

Se caso ficasse cego, pelo menos não teria que ver Sehun se esfregando em Jongin.

– KYUNGSOO! – Chamou desesperado, passando a mão pelos olhos, que estavam ardendo demais pro seu gosto. – VEM VER SE EU NÃO TÔ FICANDO CEGO! E TRAZ O KIT DE PRIMEIRO SOCORROS!

De novo, Chanyeol?!

 

Jongin estava imprensado entre a parede do seu quarto e parede firme do peitoral de Sehun. Não é como se estivesse reclamando, longe disso, bem longe. O loiro tinha até aberto suas pernas deliberadamente para poder se enfiar no meio das mesmas e mantinha as mãos firmemente no seu quadril.

A camiseta de Kai já estava longe, como Sehun sempre fazia quando estavam sozinhos, porque o mais novo gostava de ver aquela pele morena livre de qualquer incomodo e o outro não parecia se importar de qualquer forma.

O moreno entrelaçou seus dedos na camisa social de Sehun – em que ele ficava maravilhosamente lindo – ao redor da sua cintura, encostando a cabeça na parede atrás de si. Fechou os olhos ao sentir o loiro soprando o ar quente contra seu pescoço para provocá-lo.

E aquilo realmente mexia com o equilíbrio de Jongin. A necessidade de saber qual era o próximo passo de Sehun em relação ao moreno era tão excitante.

Sentiu a ponta da língua do maior deslizar pelo seu lábio inferior e tentou capturá-la para um beijo, porém Sehun se esquivou, rindo ao ver Jongin levemente frustrado. O rapaz mais uma vez aproximou a boca bem perto da semelhante de Jongin, mordendo o cantinho dos lábios dele.

O mais velho entre os dois resmungou algo e apertou a cintura de Sehun querendo o trazer para perto, para poder finalmente findar o desejo de envolver seus lábios num beijo.  Que infelizmente ainda não havia acontecido e nem aconteceu.

O moreno abriu os olhos, decepcionado quando o loiro se afastou, andando até o meio do quarto e parando de frente para Jongin.

– Você irá me pagar por esse beijo perdido, Sehun-ah. – Reclamou, o coração batendo rápido e arfando um pouquinho. Queria muito beijar Sehun e aquela boca cheinha e rosada, mas o loiro parecia querer o deixar no limite. Porra! Só queria, ao menos, um selinho.

– Se eu fosse você começava a tirar essas calças. – Disse e Jongin riu, não conseguindo ficar com raiva do mais alto.

Kai deu de ombros, se virando de costas e ficando praticamente empinado na direção de Sehun, para poder tirar sua calça jeans. Estava desafiando o loiro sim! Não negava que gostava de provocar tanto quanto gostava de ser provocado. Sorriu quando ouviu Sehun ofegar e sabia que o rapaz estava lambendo os próprios lábios.

– Mais alguma exigência? – Perguntou e se virou na direção do loiro, que o encarava com os olhos semicerrados. – Vou ter que tirar minha cueca também? – Andou lentamente até Sehun, passando o dedo pelo elástico da peça e o maior riu. As mãos possesivas de Oh indo até a cintura de Jongin, apalpando com força e fazendo os corpos se chocarem.

– Pode deixar que eu cuido dessa parte. – Esclareceu para o moreno, logo subindo as mãos até os botões da camisa, descasando cada um. Kai fez bico com a demora de Sehun, colocando as mãos na nuca do loiro, que franziu a sobrancelha com o toque.

Sehun pegou nas mãos de Jongin e as abaixou, pousando-as na sua cintura. O mais velho não entendeu, mas resolveu deixar passar, descansando a cabeça no ombro de Sehun, que novamente demonstrou desconforto, gemendo de dor. O loiro puxou o cabelo castanho de Jongin para trás, fazendo o menor o encarar.

– Algum problema? – Jongin indagou incerto, começando a encolher os ombros para se retrair. Sehun riu.

– Você ainda pergunta, gracinha? – Falou brincalhão e Jongin relaxou, sorrindo junto. Mas somente foi entender o que Sehun queria dizer, quando o mesmo puxou a gola da camisa para lados opostos, expondo sua clavícula e ombros.

A clavícula de Sehun estava coberta com vergões vermelhos, mordidas, hematomas roxos e arranhões. Os ombros nem se fale, nossa, parecia que tinha entrado em conflito com um gato. Todos causados por um moreno que tinha uma tara por ficar mordendo a pele lisinha e branquinha do loiro quando estava cavalgando no seu colo.

 Quem manda foder bem? Recebeu o que merecia.

– Ops. – Soltou nada arrependido e fascinado com o fato que Sehun ficava incrivelmente delicioso marcado daquele jeito, não conseguindo tirar os olhos da sua obra de arte.

– O cu. – Rebateu resmungando, tirando a blusa de seu corpo e jogando no chão. Jongin aproveitou pra passear as mãos pela pele desnuda e quente das costas de Sehun, sentindo a textura e largura dos ombros do rapaz.

– Desculpa Sehun-ah... – Pediu e Sehun deixou escapar um sorriso com aquele pedido feito de forma tão manhosa por seu moreno. O loiro fez uma careta pensativa, considerando aceitar e desceu as mãos até a preencher as palmas com as nádegas cheias de Jongin, que se sobressaltou com a surpresa, o fazendo ficar um pouco na ponta dos pés.

– Com uma condição – Aproximou os lábios até a orelha do menor, que se inclinou um pouco e fechou um dos olhos com o toque sensível. Sehun aproveitou o cheiro que desprendia do cabelo de Jongin, inspirando fundo. –, hoje eu vou te devorar inteirinho.

– Você quer me marcar, em outras palavras? – Sussurrou, os dedos no jeans de Sehun, especialmente no seu cinto, desafivelando-o agilmente e o puxando em um movimento só, jogando-o no chão. Sentiu o loiro concordando com a cabeça, mordiscando sua orelha. – Tudo bem. – Riu, se afastando e colocando os dedos no queixo de Sehun, encarando sua boca. – Com uma condição também...

Sehun entendeu e repuxou os lábios em um sorriso de canto. – Acho que sei o que é. – Disse e, repentinamente, colou sua boca na de Jongin. O moreno fechou os olhos automaticamente e retribuiu o beijo, abrindo a boca rapidamente, sedento para receber a língua molhada e cheia de libido de Sehun.

E o loiro fez o que Jongin estava ansiando, uma mão na bunda do moreno e a outra no meio das costas dele, atacando os lábios cheios de Jongin com fome. O mais velho entrelaçou os dedos nas mechas platinadas do maior, apertando os fios e puxando, atiçando Sehun a aprofundar o contato.

Kai deslizou uma mão pelo abdômen de Sehun, causando um arrepio no mesmo quando chegou na barra da calça jeans do loiro e brincou com o botão, fazendo o rapaz morder seu lábio inferior e o puxar entre os dentes. Jongin não demorou e logo estava desabotoando e abrindo o zíper da vestimenta, enfiando a mão dentro e apalpando o membro semiereto do maior.

Sehun gemeu entre o beijo, findando o ósculo e se separando minimamente de Jongin, para vê-lo ainda de olhos fechados e lábios entreabertos, já que estava focado em começar uma masturbação lenta no loiro por cima da boxer preta.  Jongin ofegou e ficou mais vermelho ao notar que Sehun estava completamente duro por sua causa.

O maior desceu os lábios para o pescoço alheio, dando um pequeno beijo no local, apenas pro moreno começar a ficar ansioso, o que funcionou.

Desceu pelo peito de Jongin, beijando todo pedaço de pele que encontrava, até chegar à sua barriga – em cima da sua pintinha – e deixar uma mordida ali. Kai riu, porque Sehun não mordia com força para não o machucar e aquilo somente causava cócegas no moreno.

– Esse é seu máximo? – Provocou e, ah, Jongin se arrependeria deliciosamente daquilo. Mas no final de tudo, Jongin nunca se arrependia realmente.

– Não. – Disse e Sehun mordeu novamente. Mas, rapaz, foi a mordida daquela vez. Os dentes de Sehun se afundaram na barriguinha de Jongin, querendo que a sua arca dentária ficasse marcada como uma tatuagem no corpo do moreno.

Ambos gemeram ao mesmo tempo e seus corpos se apertaram ainda mais um no outro. Jongin, por ter levado uma mordida inesperada e Sehun, já que por conta da mordida, o moreno se agitou e apertou o pênis do loiro entre os dedos.

O loiro subiu o rosto e selou o ombro de Jongin, o incentivando a continuar as carícias. Foi subindo os beijos até a clavícula, vendo a pele morena se arrepiar a cada toque de lábios. Parou num ponto do pescoço e lambeu, antes de abrir a boca e fincar seus dentes no pescoço de Jongin com força.

O moreno gemeu de novo, uma expressão de dor e prazer aparecendo em seu rosto.

Soltou o pescoço de Jongin, passando a língua pela marca dos seus caninos afiados para amenizar a dor. Se afastou para olhar o resultado e se sentiu satisfeito consigo mesmo pelo trabalho. Jongin desceu as unhas pelas costas de Sehun, o arranhando, apenas para se vingar, porém, o mais baixo estava inegavelmente excitado.

– Sehun-ah... – O moreno resmungou sôfrego, seu pau latejando contra o tecido da cueca branca, pressionada contra as coxas de Sehun. Necessitado de alguma atenção.

Sehun não respondeu e continuou mordendo o pescoço do moreno, até estar plenamente saciado por ter sua vontade executada. Jongin soltou o pau de Sehun, e se agarrou nos braços do maior, para tentar se equilibrar. Não sabia se conseguiria se manter em pé do jeito que Sehun o mordia, alternando a força e depois lambendo sua pele lentamente.

Seu rosto pulsava em vergonha, e mantinha os olhos fechados com força, sentindo as mordidas latejarem e os dentes de Sehun se cravando na sua pele. Murmurando uma vez ou outra, ou simplesmente se arqueando contra o skatista, suas pernas vibrando, oscilando.

Sehun parou quando viu que não tinha mais espaço nas clavículas, no pescoço e nem nos ombros de Jongin para poder continuar marcando. Afastou-se para ver o estado de Jongin, só agora percebendo que ele estava com as unhas cravadas nos seus braços, tremia levemente e estava com os olhos fechados, respirando erroneamente.

Lindo pra caralho.

– Jongin-ah? – Chamou, atraindo sua atenção e o mesmo abriu os olhos, que estavam um pouco lacrimejantes por conta das múltiplas dores misturadas com sua excitação latente. – Você é delicioso, belezinha. – Elogiou, dando um pequeno beijo em seus lábios e Jongin sorriu para Sehun.

E o loiro pensou que nunca cansaria daquele sorriso.

Sehun agarrou o corpo arrepiado de Jongin, o puxando até a cama, onde se sentou e colocou o moreno na sua frente. Puxou os braços do mais velho para baixo, fazendo o mesmo se ajoelhar entre suas pernas abertas ainda cobertas com o jeans apertado.

Jongin entendeu o que Sehun queria pelo seu olhar e mordeu os lábios, os molhando inconscientemente.

O loiro puxou a franja de Jongin entre os dedos, o forçando a encará-lo, enquanto Sehun descia as calças até as coxas e se masturbava por cima da cueca, apenas pra amenizar seu tesão. Logo desceu a peça intima e suspirou aliviado, gostando de ver o rosto de Jongin próximo ao seu pau, a respiração quente batendo na sua ereção.

O moreno soltou o ar pela boca quando Sehun puxou seu cabelo para o mesmo ficar cara a cara com seu pênis. A glande brilhosa e entumecida, as veias se sobressaindo, a base sendo apertada pela outra mão do loiro, que parecia estar na beira do limite.

Afinal, um Jongin ajoelhado no meio das suas pernas, as clavículas mordidas, todo bagunçado e pronto pra lhe dar um oral era um pouquinho barra pesada demais com Oh Sehun e sua sanidade.

E Jongin gostava demais daquilo. A sensação de ver Sehun se controlando era tão estimulante, que fazia o moreno ter a vontade de jogar tudo pro ar, montar no loiro pra ele perder aquela merda de controle e o foder logo.

– Por que você não para de apreciar e começa a chupar logo? – Sehun inquiriu, passando a ponta do pênis pela bochecha de Jongin, espalhando o pré-gozo, até chegar nos seus lábios inchados, esfregando a glande no local macio, parecendo hipnotizado com a visão.

Jongin sorriu, dando uma ultima lambida nos próprios lábios, raspando a língua pelo pau do loiro de propósito. O maior continuou com os dedos embrenhados na franja do moreno, apenas para ditar os movimentos quando quisesse, mas por enquanto, deixaria que Jongin fizesse o que bem entendesse.

Tirou a outra mão do caminho, quando o moreno pôs a língua pra fora e lambeu toda a extensão do seu pênis, causando um arrepio bem no início da sua espinha. Jongin subiu as mãos para o pau de Sehun, acariciando e distribuindo lambidas e beijos molhados, especialmente na sua glande, atiçando ainda mais Sehun.

Kai subiu com a direita, apertando conforme chegava na ponta, fazendo a fenda de Sehun expelir seu pré-gozo mais abundantemente. A boca devassa de Jongin engoliu a cabeça do membro do loiro, pressionando a mesma contra a parte inferior das suas bochechas, fazendo uma protuberância surgir no seu rosto moreno e Sehun morder ainda mais os lábios.

Jongin levantou o olhar para o skatista, fazendo barulhos eróticos e molhados para provocá-lo, sentindo o gosto do loiro invadir todo seu paladar.

– Porra Jongin... – Sehun arrastou a voz, puxando os fios de Jongin para baixo com força. – Chupa direito. – Mandou e fez seu pau entrar por completo na boca quente e umedecida do moreno, movimentando seu quadril. Suspirou e sentiu Jongin se engasgar pela glande estar tocando sua garganta, tentando se afastar, colocando as mãos nas suas coxas.

Sehun riu e imprensou ainda mais a cabeça de Jongin contra seu pau, o impedindo de sair da posição imposta. – Eu não mandei você começar chupar? – Indagou e se sentiu satisfeito quando sentiu a língua de Jongin resvalando pelas suas veias, o dando um belo de um oral.

Acariciou o cabelo de Jongin com a outra mão e puxou a cabeça do moreno para trás, o dando um curto tempo para respirar e a afundou novamente no seu comprimento. Ouviu mais uma vez Jongin engasgando, fazendo vibrações gostosas se espalharem pelo seu corpo, o obrigando a movimentar os quadris mais uma vez.

Jongin estava com dificuldades em respirar e seu couro cabeludo doía pelos puxões que Sehun descontava no mesmo. Não desaprovava o fato de Sehun estar fodendo sua boca sem dó, nem do mesmo estar acertando sua garganta, o fazendo engasgar abafado. Até se esforçava em acompanhar seu ritmo e chupar com gosto seu pênis, apenas zelando o prazer do seu parceiro.

O loiro desceu os dedos até seu pescoço, procurando uma mordida mais funda especial entre todas as outras, fazendo uma breve carícia na marca encontrada, antes de pressionar os dígitos no local com vigor. Jongin fechou os olhos com força, gemendo alto de dor, seus ombros estremecendo.

Sehun gemeu também, porém de prazer. Levou os dedos até o queixo do menor, tirando lentamente os lábios de Jongin ao redor do seu pênis, observando seu pau reluzir de saliva e o moreno o olhar suplicante, enquanto o ato era finalizado com outro som lascivo.

Jongin tossiu por finalmente ter sido liberado, estava ofegando e sua saliva escorria dentre seus lábios, sem controle próprio. Oh se aproximou e lambeu sua boca, passando as mãos pelas suas costas e aproximando seus corpos mais uma vez.

O moreno foi, sem qualquer resistência, ainda desnorteado. O maior fechou os olhos e beijou Jongin, que despertou do seu torpor ao ter seu membro pressionado pela mão grande de Sehun, e logo foi posto sobre seu colo, retribuindo as lambidas do loiro.

Oh percorreu suas palmas pelas costas suadas de Jongin, apreciando a textura aveludada, adentrando sua cueca e apertando sua bunda entre os dedos. Jongin gemeu manhoso, a boca nunca deixando a de Sehun, ansioso e aflito para continuar e receber sua parcela de prazer.

– Você é muito malvado, Sehun-ah. – Jongin resmungou, os braços agarrados na cabeça do loiro, que riu baixo e deu de ombros. Sehun concordava com a observação do moreno, mas era inevitável não malinar Jongin, porque o mesmo era tão acessível e inofensivo quando se tratava de Sehun.

Para dar o que Jongin merecia, o skatista desceu a boxer do moreno, se inclinando para trás e trazendo o corpo sinuoso junto, fazendo-o ficar empinado. Sehun apertou as coxas grossas de Jongin, apalpando com volúpia e Jongin se retraiu, descansando a cabeça no pescoço do loiro, arfante para o que viria a seguir.

Com a esquerda, Sehun procurou o sachê de lubrificante que carregava no bolso do jeans, tendo complicações por causa da sua posição e da calça estar na metade das suas coxas. Sehun apoiou o queixo no ombro do mais velho, achando o que procurava e abrindo o pacote com os dentes.

O loiro abaixou a mão que segurava o sachê até o vinco das nádegas alheias. Com a direita, apertou e puxou um os lados com maestria, abrindo espaço para deslizar o lubrificante pela pele de Jongin. O menor chiou baixo e arqueou as costas, sentindo o líquido viscoso chegar até sua entrada, deslizando pelas suas pernas.

– Hunnie... – Jongin chamou, pedinte. – Vai logo, por favor. Eu não tô mais aguentando esperar.

E não era como se Sehun aguentasse também.

– Com você pedindo desse jeito... – Sehun considerou e deslizou um dedo pela entrada de Jongin, acariciando e o preparando, lubrificando o local.

Sorriu ao ouvir o gemido de Jongin se intensificando, quando o loiro pegou seu próprio pênis com a outra mão e o esfregou contra as coxas do moreno, resgatando o resto de lubrificante que havia escorrido.

– Caralho Sehun! – Choramingou, ao que o loiro pressionou sua próstata de repente, suas costas se arqueando. O skatista aproveitou a posição e resolveu abusar mais um pouco da orelha e o pescoço alheio, mexendo ainda mais com os sentidos de Jongin.

Sehun tirou os dedos do interior quente do moreno, e apertou seu membro com a mão, guiando-o até a entrada lambuzada de Jongin. O menor se arrepiou completamente e seu coração disparou em expectativa, sentindo Sehun acariciando o lugar com a glande inchada, estimulando-o, sem realmente enfiar.

O loiro levou as mãos até a bunda de Jongin, apertando e a massageando entre as falanges, a abriu e encaixou seu pau no lugar perfeitamente. O moreno ofegou surpreso, sentindo Sehun apertar suas nádegas com seu comprimento duro no meio das mesmas e empurrar seu quadril pra frente, o estocando.

O moreno escondeu o rosto no pescoço de Sehun, fechando os olhos com força, gemendo baixinho com o contato íntimo. Sehun pendeu a cabeça para trás, entreabrindo os lábios em deleite, seu pau se esfregando na entrada pulsante de Jongin e friccionando seus testículos, o faziam aumentar o ritmo dos movimentos.

Kai ficou puto com a demora do outro, a impaciência atingindo seu limite, seu corpo entrando em combustão. Queria aquela droga de pau dentro de si, o estocando com força, caso contrário iria ficar louco.

Jongin se afastou de Sehun, colocando as mãos nos seus ombros para se apoiar. O loiro franziu o cenho e o encarou confuso, subindo as mãos para apertar sua cintura.

– O que foi... – Tentou perguntar, mas engasgou no meio da frase, vendo Jongin pegar no seu pau com força e introduzir em si mesmo, lentamente.

Jongin resmungou baixo, seus lábios tremendo e com as unhas fincadas na pele do loiro, concentrado. Enquanto Jongin terminava de sentar no seu pênis, Sehun espremeu os olhos, descendo as palmas até o quadril alheio, o ajudando no processo.

– Você é muito apressado, Nini.

Jongin riu por causa do apelido, olhando para baixo, se certificando que sua bunda estava sobre as coxas de Sehun e seu pênis totalmente dentro de si. Suspirou, tendo prazer só de sentir Sehun no seu interior, as veias latejando e o loiro pressionando os dedos na sua pele cálida.

Sehun esperou e Jongin fez o primeiro movimento. Apenas uma rebolada sutil, quase para se ajustar ao tamanho do loiro, prendendo os lábios entre os dentes.

– Sabe... – O loiro jogou a cabeça para trás, grunhindo quando o moreno se moveu lentamente no seu colo, dando à Jongin uma bela visão do seu pomo de adão subindo e descendo. Sehun riu soprado e Jongin o olhou interrogativo. – O jeito como eu cheguei em você foi horrível...

Opa, sem querer um assunto que não deveria ser mencionado. Como fugir dessa?

O maior olhou para o mais velho, que ainda o encarava sem entender nada. Pegou na bunda morena e a ergueu, fazendo seu pênis sair quase por completo e logo o enfiar novamente, numa estocada agressiva. Jongin gemeu e resmungou, se agarrando ao ombros de Sehun, enquanto o mesmo iniciava o vai-e-vem lento e intenso.

– O que? – Perguntou, tentando se focar nas palavras, mas elas pareciam fugir da sua mente nublada por Sehun e apenas Sehun. – Eu achei... interessante. – Sussurrou, encarando o loiro nos olhos.

– Hah... – Sorriu mais uma vez, relembrando. – Isso é porque você não estava me ouvindo na primeira vez. – Enquanto ele falava, Sehun ia passando as mãos pelo corpo amorenado, apalpando e alisando diversos pontos, considerando-se sortudo por ter Jongin à sua mercê. – Foi... mais diferente que você imagina.

Jongin riu, beijando Sehun nos lábios, o incitando a continuar, repentinamente curioso.

– E o que foi que você disse? – Perguntou, vendo o skatista negar com a cabeça, passando os braços sobre seu corpo, o apertando contra si, nunca parando de mover os quadris contra Jongin, ainda devagar, aproveitando a fricção.

– Você não vai gostar de saber. – Murmurou, descendo o rosto até o peito do menor, mordiscando a pele e chupando seus mamilos, deixando mais pequenas marcas. Jongin comprimiu as pálpebras, embrenhando os dedos no cabelo loiro do outro, estremecendo.

– Me conta, Hunnie... – Devolveu no mesmo tom, só que mais manhoso e arrastado. Jongin resolveu jogar sujo quando começou a rebolar e se contrair sobre o pau de Sehun, abaixando os lábios até seu ouvido, gemendo baixinho, estimulando e mexendo com o loiro, enquanto lambia seu lóbulo sensível.

Sehun fechou os olhos e sorriu, a lateral do rosto colada ao peito de Jongin, a língua ousada roçando pelo mamilo durinho, tentando se lembrar do que estava falando antes. Tudo bem, se era o que Jongin queria. O loiro voltou a posição anterior e observou minuciosamente o rosto de Jongin, que o aguardava falar.

Bom, eu cheguei perguntando se tu cuspia ou engolia, gracinha. – Contou, piscando um olho, safado, não parecendo ter vergonha alguma ao relembrar disso. – Se é que você me entende.

Jongin entreabriu os lábios, surpreso. Desviou o olhar, sem graça, mas logo voltou a fitar Sehun, que sorria divertido pelo dilema de Jongin, se devia/conseguia visualizar a imagem do mais novo naquele momento.

– Mas eu já descobri que você gosta de engolir. – Provocou e o moreno fez bico, começando a ficar vermelho, compreendo a situação. O moreno colocou ambas as mãos sobre o rosto, tampando seu constrangimento do loiro. – Amor? – Chamou, tocando seus pulsos, porém Jongin ainda estava parado, morrendo ali, enquanto quicava no colo de Sehun.

– Eu não acredito... que você ia tentar começar uma conversa assim. – Resmungou, tirando as mãos do rosto e batendo fracamente nos ombros de Sehun, que resmungou. – Puta que pariu Sehun. – Parou de agredir o loiro, que ficou o encarando, o vendo sorrir timidamente.

Sehun devolveu o ato, mas Jongin não viu a intenção escondida por trás daquele sorriso.

– Já que paramos a conversa, ótima por sinal, que tal eu começar a te foder de verdade? – Indagou e Jongin riu, abraçando o pescoço de Sehun, acabando com toda a distância que havia entre os dois. O loiro desceu os dedos pela costa de Jongin, até chegar na sua bunda, a agarrando com força, sentindo a maciez entre os dígitos. – Hm, gostoso.

– Eu estou esperando por isso desde que eu te enviei aquela mensagem, Oh Sehun. – Respondeu, se esfregando de maneira desinibida por toda a extensão do corpo de Sehun, o calor aumentando e tornando o ambiente absurdamente quente. – Quando você vai começar a me foder de verdade?

– Você sabe que eu não consigo resistir aos seus pedidos. – Sussurrou, e virou o corpo de Jongin abruptamente sobre a cama, ficando por cima do mesmo, ainda conectado ao interior do moreno.

Sehun apoiou uma das mãos ao lado da cabeça do rapaz, deixando seu rosto na altura do outro, apenas para ver a expressão que Jongin fazia tão inconscientemente entregado por e para Sehun. Escorregou suavemente a outra mão pelo torso do moreno, o vendo se contorcer sob seu toque, até chegar na sua coxa e espreme-la entre seus dedos.

– Sehun-ah, por favor. – Pediu, abraçando sua cintura e buscando um beijo encarecido de paixão. O loiro se aproximou e viu uma gota do seu suor caindo sobre a bochecha de Jongin, deslizando até seu queixo e desaparecer. O moreno o esperava, o observando tão lindamente por entre os cílios negros e a boca entreaberta, pronta para receber a semelhante.

– Droga. – Rosnou, avançando nos lábios de Jongin e o beijar como ele realmente precisava. Jongin gemeu, arqueando as costas, tentando se concentrar no beijo, porém não conseguindo ignorar quando Sehun começou a mover os quadris cada vez mais rápido, desencadeando um ritmo insano.

Jongin gemia alto, pouco se importando se tinha mais alguém na casa ou não. Ele não se importava, porque junto de Sehun, o moreno se esquecia de tudo, ficava completamente vulnerável pela sua fascinante presença. E, bom, Sehun continuava o fodendo com toda a força e gás que tinha, surrando diversas vezes sua próstata.

O loiro gemeu, erguendo o tronco e segurando firmemente no interior das coxas de Jongin, as erguendo, o dando mais mobilidade de se mover. Continuou metendo em Jongin violentamente, usando tanta força que seus dedos pressionados na epiderme alheia começavam a criar manchas vermelhas nas coxas do moreno, as palmas se suas mãos ficando dormentes.

Jongin se agarrava aos lençóis, se contorcendo cada vez mais, ofegante e os lábios sempre entreabertos para poder soltar gemidos mais constantes. Grunhiu de novo, ao sentir um choque passar por todo seu corpo, sabendo que Sehun havia atingindo seu ponto novamente, se esquecendo completamente do seu pau negligenciado, que se esfregava contra sua própria barriga.

Sehun soltou uma das coxas de Jongin, o encarando por debaixo dos fios loiros da sua franja, o ar parecendo rarefeito, levando a mão até seu pênis ignorado, iniciando uma lenta e habilidosa masturbação.

Jongin não conseguiu conter o gemido, que veio mais alto que os outros, estremecendo visivelmente pelo prazer duplo causados por Sehun, puxando o ar com força para os pulmões.

– Sehun-ah...! – Vibrou e contraiu seu interior. O maior soltou uma lufada de ar, tentando recuperar algum tipo de linha de raciocínio, completamente perdido nas sensações que o corpo de Jongin era capaz de causar em si, aumentando o ritmo da felação.

Ouviram duas batidas fortes contra a porta e Sehun virou a cabeça institivamente até o barulho, franzindo o cenho. Jongin permaneceu deitado, disperso de qualquer outra coisa que não fosse Sehun o fodendo, puxando o loiro de volta, querendo capturar sua atenção novamente.

– Kai! Cala a tua boca, caralho! – Não tinha coisa mais broxante para Sehun do que ouvir a voz de Chanyeol num momento como aquele, mas não dá de simplesmente perder o apetite sexual com Jongin. É impossível tendo um corpo tão sexy desse jeito na sua frente e tão absorto em prazer. – Quero assistir essa merda de Netflix e dá de ouvir tu gritando da sala!

Sehun encarou Jongin, que o olhava da mesma forma. Ambos sorriram cúmplices e Sehun, se possível, começou a foder o moreno com mais força ainda, o barulho dos corpos se chocando e dos gemidos prazerosos de ambos preenchendo o quarto.

– Que decepção... – Chanyeol resmungou, encarando mortalmente a porta do quarto de Jongin, não notando Kyungsoo se aproximar pra saber quais barbaridades estavam acontecendo. – Espero que vocês estejam jogando dominó! – Gritou novamente pro casal dentro do quarto e o outro riu.

– Tá louco? Eles tão é brincando de outra coisa. – Se compadeceu de Chanyeol e também olhou para o móvel com uma raiva controlada, tentando parecer maduro e ignorando os gemidos de seu menino Jongin do outro lado da porta.

– ... Batalha naval? – Chanyeol tentou.

– Se com “batalha naval” você quer dizer saco se chocando com saco, sim. – Falou, cruzando os braços e a realidade caiu sobre a cabeça de Chanyeol, que ficou perplexo com a resposta de Kyungsoo.

Chanyeol ficou quieto por mais alguns segundos, e outro som agudo foi ouvido do quarto, fazendo o mais alto fechar a expressão, com a famosa “cara de bunda”.

– Tá bom, Jongin! – Esbravejou, colocando as mãos na cintura. – Pode ficar se comendo aí e me abandonar! Traidor!

Após suas palavras, por incrível que pareça, Jongin não gemia mais. Jongin gritava pra toda a vizinhança ouvir que estava sendo fodido e que adorava aquilo.

Kyungsoo olhou para Chanyeol, esperando alguma reação, mas apenas foi encarado de volta.

– Já que eles tão... – Começou, gesticulando as mãos e o mais baixo franziu as sobrancelhas grossas, semicerrando os olhos. – A gente deveria tentar também pra...

– Ave Maria. – Kyungsoo saiu andando, estremecendo em horror e com um gosto amargo na boca, não conseguindo imaginar nem a possibilidade daquilo acontecer. – Vai dormir, Chanyeol.

– EU NÃO CONSIGO COM ESSA BARULHEIRA! – Se ajoelhou no meio do corredor e se lamentou, como de costume, digno de pena e compaixão.

– Então vai tomar no cu.

Kyungsoo revirou os olhos e foi embora, resmungão.

– Parece que eles finalmente se foram. – Sehun disse, sorrindo, seu quadril se movendo freneticamente e Jongin rebolando gostosamente no seu pau. – Porra Jongin, se você ficar rebolando assim... – Avisou e Jongin mordeu os lábios.

– Hm... Hunnie, goza pra mim. – Pediu e Sehun ofegou, se lembrando que nunca conseguia negar um pedido do moreno. – E me deixa gozar para você. – Sussurrou manhoso e os dedos de Sehun trabalharam com mais força e agilidade sobre o membro de Jongin. – Oh Deus...

– Eu sei. – Sorriu de canto e se abaixou para lamber os lábios inchados e vermelhos do moreno, logo iniciando um beijo cheio de carinho e promessas silenciosas.

Sehun acertou mais algumas vezes a próstata de Jongin, até o mesmo se agarrar com força nos braços torneados do loiro e gemer alto, se contorcendo sobre os lençóis. O maior afrouxou o aperto da sua mão na excitação de Jongin, sentindo a glande se inchar e Jongin atingir o orgasmo, liberando seu gozo sobre a barriga morena. Entretanto Sehun continuou o estimulando, percebendo que o menor tremia.

A visão de Jongin de olhos fechados, se entregando à luxúria e ao orgasmo, deixava Sehun sem estabilidade e controle, logo acompanhando o mais velho na viagem maravilhosa que era atingir o ápice do prazer.

Sehun só precisou de mais algumas estocadas no interior contraído e apertado de Jongin, para gozar e preencher o moreno com sua porra. Levantou o queixo e deixou que um gemido arrastado e rouco saísse e que suas costas estremecessem, sentindo seu esperma escapar da entrada de Jongin e deslizar até a cama.

Jongin amoleceu e Sehun caiu sobre o moreno com cuidado, abraçando seu corpo suado. Ambos cansados e arfantes, satisfeitos com o sexo. O loiro se retirou de dentro do mais velho com cautela , apenas para ver Jongin ofegar mais um pouquinho ao ter sua entrada tão exposta daquele jeito e a porra de Sehun continuar escorrendo por sua bunda.

– Você esqueceu da camisinha de novo, Hunnie... – Resmungou sonolento, enquanto Sehun deitava ao seu lado, o puxando para seu peito, logo se acomodando. O menor esfregou o rosto na superfície macia e o loiro apoiou o queixo na sua cabeça, aspirando seu cheiro, em seguida suspirando feliz.

– Talvez não. – Comentou e apertou o corpo de Jongin para continuar na mesma posição, quando o moreno deu indícios de se levantar. – Tô brincando. – Falou para tranquiliza-lo, subindo sua calça jeans e cueca que estavam presas na metade de suas coxas.

– Ah sim. – Bocejou e fechou os olhos, abraçando o corpo magro e esbelto de Sehun, que acariciava as madeixas macias de Jongin, o deixando com mais sono ainda.

– Foi de propósito mesmo. 

 

– Você vai mesmo pedir o Jongin em namoro com isso? – Chanyeol perguntou sentado no sofá, fazendo careta para Sehun. O loiro mordeu os lábios, nervoso, olhando para o buquê de donuts que segurava nos braços.

Isso mesmo, um buquê de donuts.

– Sim.

– A viadagem é sentida do outro lado da cidade. – Bufou e Sehun riu, convencido que seu plano dos donuts iria funcionar. – Você vai dar uma puta diarreia no moleque.

– Por que eu vim pedir ajuda pra você mesmo? – Pensou e logo lembrou. – Ah é, eu não pedi. Você tá se intrometendo porque quer. – Deu de ombros, um frio se apossando no seu estômago e assustado com essa mudança de comportamento do seu próprio ser.

– Tomara que leve um fora. – Resmungou, ignorando a presença inquieta de Sehun, olhando para a frente e voltando a comer suas batatinhas.

No outro cômodo, Kyungsoo tentava acalmar um Jongin frenético.

– Você vai mesmo pedir o Sehun em namoro com isso, Jongin? – Kyungsoo perguntou, na cozinha, enquanto encarava a marmota de Kai.

– É só um skate novo, hyung. – Murmurou, as mãos suando e o rosto quente, pensando no que faria quando visse Sehun. Apenas rezando para não gaguejar ou ter um infarto na frente do futuro-talvez-provável-namorado, olhando para o skate em mãos e colocando todas suas boas vibrações nele.

– Você tá subornando o menino pra ele ficar contigo?

– Claro que não, – Desdenhou, revirando os olhos. – é só uma garantia da aceitação dele.

– Isso se chama propina. – Explicou, mas cruzou os braços, notando que Jongin não estava o ouvindo, perdido nos próprios pensamentos, buscando coragem no fundo do seu coração.

Kyungsoo se alarmou com o estado de Jongin, que usava um moletom grande sobre seu corpo. Estava quase mandando ele se trocar e por algo mais leve, pois não queria que ele ficasse com uma insolação, já que parecia que seu corpo estava quase febril. Era normal ter tanta vergonha assim, meu pai?

Ambos ouviram Chanyeol grunhir bem alto “sai dessa casa, Oh Sehun, seu puto” e o coração de Jongin foi pra garganta e desceu novamente, sem demora seu estômago afundou e se fundiu com o fígado. Sehun estava lá, no outro cômodo, na sua sala. A sua respiração desregulou e a sua mente parou de funcionar por um momento.

– Kai? – Kyungsoo chamou, mas ele não respondeu, estático. – Jongin! – Puxou seus ombros para trás e o moreno finalmente piscou, olhando choroso para Kyungsoo. – Não faz essa cara. Vai dar tudo certo. – O incentivou e balançou a cabeça em concordância, levando Jongin a confirmar também.

– Mas... E se... – Começou inseguro e D.O negou avidamente.

– Ele não seria louco. O pivete... – Lambeu os lábios, hesitante, tentando escolher as palavras certas. – O Sehun realmente gosta de você.

–... Obrigado hyung. – Murmurou, apertando o skate entre os dedos, tentando ficar confiante. Porra, ele era Kim Jongin, o cara dos donuts, o cara que Sehun beijava, o cara que Sehun gostava e o cara que Sehun iria namorar.

Kai se virou e respirou fundo antes de andar até a sala, mordendo o lábio inferior.

– Se der errado, a gente dá uma corsa nele. – Kyungsoo disse, com fogo nos olhos, mas Jongin não ouviu, ainda preocupado, os passos mais lentos que o comum.

Sehun estava quase enfiando o pé na boca de Chanyeol pra ele calar a boca e parar com o chororô, porém viu Jongin entrando na sala com um skate nas mãos, olhando pra baixo e praticamente escondido dentro daquele moletom.

Sehun engoliu em seco e, merda, Jongin era tão gracioso.

O loiro nem viu quando suas pernas se moveram sozinhas e já estava de frente à Jongin, o olhando fixamente. Kai viu os tênis de Sehun no seu campo de visão e arrancou valentia para levantar a cabeça, dando de cara com ele tão perto de si, segurando um buquê de donuts, que fizeram seus olhos brilharem.

– Pra que isso? – Perguntou, olhando melhor pras rosquinhas, lambendo os lábios, esquecendo seu real objetivo.

Jongin pôde vislumbrar Oh Sehun desviar o olhar e levar uma mão até o cabelo, sem graça e constrangido. Voltou seu olhar para o moreno e sorriu com os olhos.

– Eu pretendia te pedir em namoro. – Sussurrou e Jongin corou, um sorriso de descrença surgindo em seu rosto.

Sério? Sérião? De verdade?

– Eu... – O moreno desabafou, segurando o skate com uma mão e a outra indo de encontro ao braço de Sehun, o apertando fracamente. – Eu também.

Sehun sorriu e aproximou o rosto perto do mais velho, passando o braço pelo seu corpo, o trazendo pra perto.

– Vocês acham que saíram de um manhwa, caralho? – Chanyeol reclamou, ainda no sofá, presenciando a cena que o ocorria justamente na sua frente, tapando sua visão da televisão. Braços cruzados e com um beiço enorme no rosto.

Sehun encarou o orelhudo pelo canto dos olhos, irritado com a interrupção totalmente dispensável.

– Acho que os dois aceitaram, né. Agora acelera o processo e... – Calou a boca de súbito e sentiu sua orelha arder de repente, grunhindo.

– Chanyeol, tu é tão desnecessário aqui. – Kyungsoo o puxou rudemente, até ele se levantar do sofá e o acompanhar até a cozinha, soltando resmungos dolorosos para amolecer D.O.

Como diziam: água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.

O loiro voltou sua atenção para Jongin, que parecia em transe, enquanto encarava atentamente Sehun. Aproximou novamente seus lábios e beijou o moreno. Um beijo cheio de sentimentos e felicidade. Jongin soltou um som alegre e agarrou Sehun com força, se aproveitando totalmente do beijo.

O skatista se afastou e entregou o buquê para Jongin, que também passou seu presente para Sehun. Jongin olhou maravilhado para os donuts empilhados um no outro, parecendo saborosos, logo erguendo o olhar para o loiro, bem humorado.

– Você quer deixar seu namorado diabético? – Perguntou, sorrindo travesso e Sehun riu alto.

– E você quer que seu namorado dê com a cara no asfalto de novo? – Retrucou, abraçando o skate com um braço e arqueando uma sobrancelha, ao som da gargalhada de Jongin. – Você tá afim de ver algum filme?

Jongin o olhou e concordou com a cabeça timidamente, enquanto o mais novo trocava a série que Chanyeol estava assistindo anteriormente, de propósito e por maldade, e colocava em algum filme bacana, do seu interesse. Em sequência, se sentou no sofá e colocou o skate no chão, o usando de apoio de para seus pés.

Ergueu o olhar para o moreno que ainda estava parado, olhando ansiosamente para seu buquê, contente. – Nini, vem cá. – Sussurrou, batendo nas próprias coxas e o menor prontamente atendeu seu pedido, andando até o sofá.

O mais velho sentou de lado no seu colo, pernas esticadas no espaço deixado e pés descansando sobre as almofadas fofinhas. Sehun suspirou sereno e passou os braços sobre a cintura de Jongin gentilmente, encostando a cabeça no seu ombro e assistindo preguiçosamente o filme.

Kai também assistia, mas pacatamente, já que estava concentrado em seus donuts deliciosos, degustando cada um vagarosamente, soltando alguns “hm...” dengosos. Sehun sorria cada vez que Jongin experimentava uma rosquinha, seus ombros se mexendo em agrado e seus pés se esfregando um contra o outro, aprovando o sabor.

Paralelo a isso, cada donut que Jongin comia, o mesmo dava um selinho em Sehun, o fazendo sentir o gostinho do morango e da essência do moreno. Eram apenas selares castos de agradecimento e carinho, que, claramente, Sehun aprovava todos com a maior dedicação.

Jongin colocou o buquê ao lado, ficando com somente um na mão, deixaria o resto pra comer mais tarde. Foi desfrutando até sobrar o último pedaço, o oferecendo para Sehun, que abriu a boca inconscientemente, aceitando o doce, vendo Jongin lamber os lábios e chupar os dedos pra limpar o excesso de gordura.

– Agora que eu lembrei... – O loiro começou e Jongin o olhou, a boca melada de açúcar e recheio rosa. – Você não tava fazendo uma dieta? – Perguntou, mas não por estar achando o moreno gordo, e sim por curiosidade.

– Ah... – Se lembrou do seu passado distante, sorrindo bobo. – Talvez eu deva começar uma dieta diferente...? – Sua voz estava rouca e Sehun não entendeu a mudança repentina, encarando o mais velho, que tinha um olhar diferente na face.

– De que jeito? – Entrou na brincadeira, franzindo a sobrancelha.

– Pelo menos um aquecimento, sabe, tipo uns agachamentos, em cima de certo alguém. – Provocou e Sehun devolveu o sorriso sensual do moreno, pressionando os dedos na sua cintura. – Você também devia fazer dieta, Hunnie.

– Qual? – Indagou, enquanto sentia Jongin se mexer sobre seu colo, mudando a posição e se colocando de frente ao corpo alheio, suas pernas ao lado das coxas de Sehun, o apertando.

– Aquela do tipo, me chama de dieta e me come de três em três horas. – Mordiscou sua orelha, o seduzindo e o loiro riu perverso. Tinha sido seduzido.

Jongin deslizou até os lábios de Sehun, iniciando um beijo de verdade. As línguas se entrelaçando e com gosto de morango, fazendo o moreno chupar o lábio inferior do rapaz e entrelaçar os dedos entre suas mechas macias, abstraído.

Sehun sorriu entre o beijo e suas mãos agarraram a cintura de Jongin, o jogando contra o sofá e se colocando por cima, sem parar o ósculo extasiante. O loiro subiu as mãos pela barriga de Jongin, infiltrando-se por dentro de seu moletom, sentindo a maciez da sua pele estremecendo sob seu tato.

O clima começava a esquentar rapidamente, as mãos bobas de Sehun nunca parando de explorar o corpo alheio, e Jongin também já começava a tocar as costas do loiro por debaixo da regata, o incitando. Ambos ofegantes e vermelhos, às vezes parando e apenas se encaravam, apreciando um ao outro, porém logo voltavam a se beijar.

Estavam tão absortos no beijo que esqueceram que haviam mais pessoas presentes no apartamento.

– Ah, não! No meu sofá não! – Ouviram Chanyeol indignado e se separaram minimamente, atrapalhados e ainda fora do ar. Inesperadamente, Sehun foi arrancado dos braços de Jongin e empurrado contra o chão, fazendo suas costas se colidirem contra a superfície dura e o mesmo grunhir de dor.

Chanyeol riu brevemente e olhou para baixo, vendo Kai enfezado e com o cenho franzido, indicando sua irritação.

– Chanyeol hyung! – Ralhou bravo, se sentindo vazio por não ter mais o corpo do outro sobre o seu. O maior o olhou com desgosto, estalando a língua.

– Sai tu do meu sofá também. – Empurrou com facilidade Jongin do estofado, que soltou um grito perplexo, caindo sobre Sehun e minimizando seu impacto. Mas não a dor do loiro, que se engasgou com o ar.

– Aish... – Resmungou, colocando a mão sobre a testa e outra sobre a costa de Jongin, que o olhava preocupado.

– Quem disse que eu vou deixar vocês dois transarem no meu sofá? – Park perguntou irônico, se jogando no sofá e se esticando no estofado, não deixando mais nenhum espaço à mostra, por conta do comprimento das suas pernas monstruosas. – Nem fudendo.

– Aparentemente, nós também não, né? – Retrucou, revirando os olhos, descansando a cabeça no chão, olhando para o teto.

– Park Chanyeol! – Ouviram Kyungsoo exclamando, chegando irritado no recinto, se aproximando do móvel. – Muito bem! Eu que não ia limpar. – Sorriu orgulhoso e trocou um aperto de mãos com o mais alto, que devolveu o sorriso. – E por qual motivo vocês ainda não se levantaram desse chão congelante? Quero nem ver menino catarrento na minha frente, aviso logo.

– O Jongin não quer sair de cima de mim. – Explicou e o moreno riu alto, negando com a cabeça.

– Porque você tá com a mão na minha bunda, Sehunnie! – Se defendeu e o loiro deu de ombros, aproveitando pra dar umas apertadas na carne rechonchuda de Jongin.

Não seria mais repreendido por ninguém, ambos eram namorados agora. Tinham um compromisso, logo ninguém tinha o direito de se meter na vida dos dois.

Sehun tossiu, sem graça, encarando os olhos de Jongin, ficando sério.

– Na verdade, eu... bem, eu acho que caí em cima do skate. – Confessou e o moreno gargalhou, enquanto Chanyeol e Kyungsoo riam alto da desgraça alheia. Como Satanás e seu assistente infernal. – É sério, eu senti ele se partindo no meio e quase perfurando minha coluna.

– Você não tem sorte com skate, Sehun. – Jongin subiu um pouquinho para poder beijar Sehun e o confortar, mas apenas conseguiu alcançar seu queixo. Rapidamente Sehun entendeu e abaixou o rosto, fazendo biquinho para Jongin o beijar nos lábios. – Já pensou em andar de bicicleta?

– Você vai comprar uma bicicleta pra mim, Jongin? – Sehun bradou desacreditado, uma pitada de esperança e euforia preenchendo seu ser.

Jongin era realmente incrível para Sehun, fazia tantas coisas doces em relação a si, era tão cuidadoso e lindo, realmente se importava com o maior e demonstrava isso, tanto que o loiro sentia o grau de amor subindo gradativamente.

– Não.

– Ata.


Notas Finais


ficou bem viado, awn
obrigado por ter lido até aqui, cacete viu! muito bom! agora você não pode ir embora sem me dar sua opinião após +18k palavras, a maldição está lançada. mas, e aí, gostaram ou pau no meu cu? espero que sim, enquanto eu morro de vergonha aqui, ta
queria avisar que o capítulo novo de csnta está em progresso, começando do 0% (meu hd foi todo queimado, ou seja, perdi todas as fanfics que eu tinha), preciso me estabilizar primeiro, ok? e bom, minhas referências estão desgastadas e tem o vestibular no final do ano, entretanto;; choremos
ENTÃO, VOCÊS QUEREM LEMON NAQUELA CARALHA? ME RESPONDAM PQ EU NÃO SEI OQ FAZER
cu de galinha
vlw flw


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