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História Sedução - A dor da perda


Escrita por: Shays

Capítulo 10 - A dor da perda


Fanfic / Fanfiction Sedução - A dor da perda

Sakura estava quase saindo do quarto quando ouviu Sasuke se mexer na cama. Com voz sonolenta, ele perguntou:
— Aonde você vai? Ela se voltou.
Sasuke tinha se erguido sobre um cotovelo. O lençol que estava cobrindo seu corpo havia escorregado ao nível da cintura. Não olhar aquilo teria sido óbvio demais, quase impossível, pois ele estava simplesmente magnífico.
— Vou voltar para o meu quarto. Mesmo que eles tivessem feito amor, só o fato de vê-la ali, admirando-o com aqueles grandes orbes verdes, fez com que ele sentisse uma imediata onda de desejo. Consultou o relógio de cabeceira e ficou surpreso quando viu que haviam se passado quatro horas desde que chutara a porta do quarto.
Espreguiçou-se com graça indolente, de modo que seus olhos vagassem pelo corpo dela, fazendo-o pensar na prazerosa tarde de amor que tiveram.
— O que você está usando?
Sakura tocou a gola da camisa masculina que usava.
— Minhas coisas estão molhadas.
Para ser precisa, elas estavam encharcadas no chão do banheiro, onde tinham caído quando ele a despira havia algumas horas.
Uma lembrança surgiu na cabeça de Sakura. A imagem de Sasuke de pé no chuveiro, nu, tomando banho. Ela ficara hipnotizada, incapaz de mover os olhos até que, sem avisar, ele estendera a mão e a puxara para baixo do jato d'água.
— O que você está fazendo? — perguntou ela, ofegante, erguendo o rosto na altura dele enquanto sentia mãos masculinas empurrando para trás as mechas de seus cabelos róseos  molhados.
— Eu lhe disse que foi um erro. Não pode acontecer novamente. Sei que a culpa foi totalmente minha...
— Acho que penso diferente de você.
— Rin e Óbito ... Os empregados... Todos estarão de volta a qualquer momento. Além do quê, estou vestida — acrescentou ela.
Sasuke deu um sorriso malicioso que fez o coração dela acelerar ainda mais.
— Não vai demorar muito — prometeu ele.
— Estou saindo daqui — retrucou ela, mas sem se mover um centímetro.
Sakura reparou que, se levantasse os braços enquanto Sasuke lhe tirava a blusa molhada, podia levá-lo a imaginar que sua vontade fosse que, ajoelhado, ele puxasse o jeans e a calcinha pelos quadris... Ela agarrou a cabeça dele e gemeu quando sentiu a boca máscula pressionada contra seu pescoço delicado e úmido. A lembrança da sensação prazerosa que sentiu quando a língua e os dedos dele deslizaram entre suas coxas fez com que uma onda de calor invadisse todo seu corpo.
Fechando os olhos, Sakura  afastou da mente as imagens eróticas.
— Espero que não se incomode sobre a camisa.
— Na verdade eu me incomodo. Espantada pela resposta, ela franziu a testa.
— Acho que posso exigir o que é de minha propriedade agora mesmo.
Sakura engoliu em seco e cruzou as mãos sobre o peito, num gesto protetor.
— Você está se referindo a mim ou à camisa? — Ela quis sorrir, mas não conseguiu.
— Começarei com a camisa. — Com uma das mãos na nuca, ele usou a outra para indicar a cama, que ainda tinha o cheiro de seu corpo. Sakura quis responder ao convite mais do que pôde admitir. — Volte para a cama.
Emoções conflitantes tomaram conta dela. Só o fato de olhar para Sasuke acordado fazia com que uma onda de luxúria arrebentasse dentro de seu corpo. E imaginar que jamais passaria outra noite nos braços dele a deixava em pânico.
Ao mesmo tempo que Sakura sabia que os dois não tinham futuro algum juntos, sabia também que ele a queria de volta apenas por causa do bebê.
— Isso não deveria ter acontecido. — Lágrimas brotaram de seus olhos, porque ela não tinha a mínima idéia de onde iria. — Ouça, não estou fingindo que não foi muito bom.
Sasuke olhou incrédulo para ela.
— Bom? — repetiu ele, sentando na cama, o que fez com que o edredom escorregasse para o chão, expondo-o totalmente.
— Bem, o que você quer que eu diga? Que foi uma experiência que mudou minha vida?
O rosto dele escureceu de desprazer.
— Quase qualquer coisa seria melhor que "bom" — retrucou ele. — Lembre-me de não lhe pedir para dar referências minhas.
Inconsciente de seu estado de nudez absoluta, afastou a mecha de cabelos escuros que lhe caía sobre os olhos.
— Tudo bem — admitiu ela, baixando os olhos para evitar o brilho sarcástico no olhar dele. — Relaxe, você foi maravilhoso, embora eu não tivesse idéia de que seu ego precisasse ser tão paparicado. Sexo com você sempre foi espetacular, mas isso é tudo. — Não poderia ser nada mais que isso.
— Você quer mais do que eu lhe dei? — desafiou ele, com a confiança arrogante de um homem que ouvira elogios ardentes quando a tinha em seus braços.
— Eu quis, mas não quero mais. — Quem você está tentando enganar?
— Você poderia ser um pouco menos crítica?
— Eu o amei, não amo mais. O sexo ainda é formidável, mas posso dispensá-lo e partir. — Apenas espero que meus joelhos obedeçam, pensou ela, com medo de que eles dobrassem a qualquer momento. — Não vou para o Japão com você.
Sasuke se levantou da cama, em sua magnífica nudez.
— Você me amou, mas não ama mais e assim mesmo dormiu comigo? — Ele sacudiu a cabeça. — Você espera que eu acredite em uma palavra do que disse? Ou imagina que vou deixar você ir embora com um filho meu na barriga?
Ela teria andado descalça sobre brasas antes de demonstrar o quanto a ameaça a amedrontara.
— Só espero que você saiba perder, Sasuke.
— Não sei. Não tenho qualquer experiência a esse respeito.
— Você quer dizer que é um valentão?
Ele notou que uma lágrima descia pelo rosto dela.
— Se você pensa que lágrimas funcionarão...
— Não estou chorando — negou ela com veemência.
Sakura limpou o rosto e o observou pegar o roupão  e vesti-lo.
Voltando-se para ela, não havia nenhum traço de triunfo masculino em seu rosto, mas havia outra emoção que ela não conseguia decifrar.
Sasuke estendeu a mão e enxugou uma lágrima no rosto dela com a ponta do polegar.
— Isto vai acontecer, Sakura. Por que não pára de lutar?
Durante a pausa que seguiu suas palavras houve uma batida na porta, seguida por uma voz feminina.
— Sasuke?
— Meu Deus! — exclamou Sakura. — É Rin. Ela não pode me encontrar aqui desse jeito.
— Por que não?
— Não faça perguntas idiotas — pediu Sakura. — Ficaria chocada!
— Chocada? — repetiu ele, franzindo o cenho.
— Poderia parar de falar e fazer algo? Faça-a ir embora!
Sasuke a encarou por um instante, sorriu e gritou:
— Entre, Rin.
Sakura olhou horrorizada para ele, antes de correr para o banheiro. Ficou lá com as costas contra a parede e o coração acelerado. Levou muito tempo para recuperar a compostura e ouvir por trás da porta a conversa no quarto, que foi falada em japonês .
Quando estava prestes a desistir de entender o que eles estavam dizendo, ouviu Sasuke dizer em inglês:
— Não, Sakura não a culpa de modo algum.
— Bem, espero que não. Eu realmente espero que vocês dois acertem os ponteiros, Sasuke. Na minha opinião, Sakura é a melhor coisa que já lhe aconteceu. Mas não apresse as coisas, dê tempo a ela. Você não pode simplesmente estalar os dedos e esperar que ela volte correndo para você.
Sakura fez uma expressão de choque ao pensar nas roupas de cama amarfanhadas. Estalar os dedos... Ele não teve sequer esse trabalho!
— Itachi teria gostado dela, não acha?
Sakura ouviu um nome que nunca tinha ouvido antes e esperou curiosa a resposta de Sasuke, que demorou a vir.
— Certamente Itachi a amaria.
Algumas observações foram feitas em japonês e Sakura não entendeu muito bem, pensando no estranho tom de voz de Sasuke.
Esperou até ouvir Rin partir e a porta se fechar, e então voltou para o quarto. Sasuke estava sentado na cama.
— Quem é Itachi? — perguntou ela. Ele deu um sorriso fraco.
— Ficou bisbilhotando atrás da porta? — brincou ele.
— Era difícil não ouvir.
— Itachi era meu irmão.
Ela ficou totalmente perplexa pela informação.
— Você tem um irmão... ? Por que nunca mencionou isso?
— Tive — corrigiu ele. — Itachi morreu.
Sakura engoliu em seco e os orbes verdes brilharam com compaixão quando se sentou ao lado dele na cama.
— Oh, Sasuke, sinto muito. Eu não sabia.
Embora ele não tenha respondido diretamente, pegou a carteira, que estava em cima do criado-mudo e, tirando dela uma foto, entregou-a sem fazer comentários.
As pontas da foto estavam amarrotadas, como se tivesse sido muito manuseada, mas os rostos dos dois jovens no retrato estavam bem visíveis. Sasuke estava de pé passando o braço em volta dos ombros do irmão, que estava sentado. Ambos estavam rindo.
— Vocês eram parecidos!
Meu Deus, devia ser horrível perder um irmão. Sakura ficou surpresa .

— Sinto muito, não tinha a mínima idéia.
Quando Sasuke voltou a fitá-la, o vazio em seus olhos a amedrontou. Seu coração doía e ela colocou a mão sobre seu peito num gesto de empatia.
— Parecíamos iguais, mas era somente na superfície. No resto, não éramos nada semelhantes. — Ele pegou a foto da mão dela e a observou fixamente. — Itachi era sensível e criativo. Se você quiser, lhe mostrarei algumas de suas pinturas qualquer dia. Itachi era muito talentoso.
— Ele era um artista?
— Ele fazia uma porção de coisas. Era incansável. Acho que nossos pais pensaram que o casamento o faria sossegar.
— Era casado? Sasuke assentiu.
— Ele era, mas não deu muito certo. Itachi passou quatro anos tentando ser fiel e mudar a si mesmo, para ser o tipo de homem que ela gostaria que fosse.
Era óbvio, pela tensão na maneira de Sasuke, que não gostava de falar sobre o irmão. Sakura hesitou antes de gentilmente perguntar.
— Como ele morreu?
— Ele se suicidou. — Um silêncio carregado se seguiu às palavras abruptas e chocantes dele. — Com uma overdose.
Ela levou a mão à boca e os orbes verdes se encheram de lágrimas de compaixão.
— Quando o encontrei, parecia que estava dormindo. Parecia em tamanha paz... — recordou Sasuke.
Os olhos de Sakura se arregalaram com horror. Não bastasse o irmão ter se suicidado, Sasuke ainda encontrara o corpo! Quis confortá-lo, mas o que poderia dizer que não parecesse uma trivialidade quase patética?
— Ele veio me procurar dias antes daquela semana para pedir conselhos, acredita?
Não era algo incomum: Seu irmão sempre aparecia quando tinha algum problema. Algumas vezes Sasuke tinha dificuldade em considerar as coisas que tiravam o sono de Itachi como "problemas". E sendo brutalmente honesto, o viés dramático que Itachi dava a incidentes triviais frequentemente o incomodara.
Para Sasuke, parecia que Itachi pulava de um drama para outro. Itachi não havia conhecido uma mulher bonita, mas uma deusa
Sasuke jamais conhecera uma deusa e, definitivamente, nunca sentira o desejo de colocar uma mulher num pedestal. Quando Itachi, brincando, o acusava de não ter alma, ele não discordava.
— Quer saber o que eu disse a ele? — Sakura sacudiu a cabeça e se sentiu inadequada diante da angústia escrita em cada linha do rosto dele. — Eu disse: "Reaja, Itachi . As pessoas não morrem de coração partido”. Mas ficou provado que morrem.
O laudo oficial, é claro, foi diferente. Apurou-se que Itachi tinha sido recentemente diagnosticado com transtorno bipolar e havia convencido os médicos de que vinha tomando a medicação correta para isso. Sua família não sabia da doença, e julgou-se ser justamente isso o fator principal que o conduziu ao trágico suicídio.
Mas Sasuke pensava diferente. Achava que podia ter mudado as coisas; que deveria ter mudado as coisas.
Horrorizada, Sakura podia apenas ficar ali sentada ouvindo as palavras que saltavam da boca dele. Tinha a impressão de que Sasuke havia se esquecido de que ela estava ali e chegou a imaginar por quanto tempo ele vinha prendendo todos aqueles sentimentos dentro dele.
— Meu irmão precisou de mim e tudo que lhe ofereci foram trivialidades inúteis. — Sua voz era de desgosto profundo. — Ele amava aquela mulher mais do que a própria vida e eu disse: "Não fique sentado se lamuriando. Seja duro. Vá lá e a pegue." Itachi foi e ela lhe disse que amava outra pessoa, então ele se matou. — Quando ele fechou os olhos, sua cabeça caiu para a frente e Sakura viu que seus ombros se sacudiam. — Itachi! Seu idiota. Deus, que desperdício — concluiu, colérico.
Incapaz de conseguir suportar a dor dele por mais tempo, Sakura se ajoelhou na cama, pressionando o corpo contra as largas costas de Sasuke.
A empatia dela e o contato físico pareceram ajudá-lo a recuperar um pouco do controle.
— Não posso imaginar a dor que você sentiu — disse ela.
— Quer realmente saber? — gritou ele, se voltando para Sakura com raiva. — Isso irá satisfazer sua curiosidade feminina? Você é como todos os outros, fingindo empatia enquanto gosta mesmo é dos infortúnios alheios.
— Se você quiser me contar, Sasuke...
Sakura percebeu que ele nunca tinha parado de se culpar pela morte do irmão.
— Eu acordo todas as manhãs e há um espaço vazio dentro de mim... Um buraco negro. — Ele pressionou o peito com a mão e voltou os olhos, que estavam cheios de uma amarga de auto-censura. — Dói saber que nunca mais o verei, nunca mais ouvirei sua voz, e a pior parte é que eu poderia tê-lo impedido. — Sakura estava chocada. Por quanto tempo, imaginou ela, ele carregava aquela culpa e aquela dor? — Nunca me ocorreu que ele estivesse doente.
Certamente, quando Itachi  apareceu na casa dele parecendo a personificação de um herói trágico, Sasuke havia ficado mais irritado do que alarmado. A situação do casamento do irmão era desesperadora.
— Por que eu não vi que o estado emocional dele estava ficando pior?
— E por que você deveria ter visto?
— Eu deveria. Só isso.
— Nós não analisamos de minuto em minuto o comportamento das pessoas que nos cercam.
— Talvez ele não quisesse que eu visse. Mas quem pode culpá-lo. Não é como se eu tivesse sido incrivelmente compreensivo antes.
Sasuke parecia determinado a se culpar pelo que tinha acontecido ao irmão.
— Você contava tudo a ele?
Sasuke descartou a pergunta com gesto impaciente.
— Se ele não achasse que precisava esconder a doença de mim... — Suas feições estavam rígidas, e ele socou o colchão. — Se eu soubesse, poderia ter garantido que ele tomasse a medicação. Se eu tivesse pensado melhor antes de dar o conselho que ele me pediu, Itachi ainda poderia estar vivo.
— Quando coisas ruins acontecem, Sasuke, sempre queremos achar alguma razão — disse ela, escolhendo as palavras com cuidado. — É a natureza humana. Mas algumas vezes elas simplesmente acontecem, até mesmo para pessoas boas que não mereciam aquilo. Você não pode se culpar pelo que aconteceu a ele. A culpa não é sua.
Ele deu um meio sorriso.
— Isto é o que os médicos disseram — admitiu ele. — Falaram sobre desequilíbrio químico, mas sei que foi desespero. E eu fiquei alheio e deixei acontecer.
Sakura não podia suportar ouvir mais nada.
— Isto é uma grande tolice e você sabe disso! — protestou ela.
— Itachi estava sempre lá para mim. Sempre tinha tempo para gastar comigo.
— Não se repreenda tanto, Sasuke.
— Você está certa. Estou chafurdando em auto-piedade.
— Não foi isso que eu disse. — corrigiu Sakura.
— Não? — Ele arqueou uma sobrancelha e deu de ombros, curvando um canto da boca sensual num sorriso. — Desculpe-me, não deveria ter gritado com você. O problema é que, para mim, é muito difícil falar sobre meus próprios sentimentos... Itachi sempre costumava dizer que minha aura... Ele era muito chegado a esse tipo de coisa... Devia ter tantos sinais de "afaste-se", que só mesmo uma pessoa muito corajosa conseguia chegar perto de mim. "Alguém que vai onde os anjos temem ir", foram as palavras exatas dele.
— Deve ter sido uma época terrível para você e sua família — murmurou ela, acariciando-lhe os cabelos. Seu coração doía por vê-lo tão vulnerável.
— Não foi bom — ele deu um meio sorriso —, mas na ocasião havia muitas coisas a fazer, e ficamos sem tempo para pensar. Mais tarde, quando todos revimos a situação, foi mais difícil. Meus pais se ressentiram muito.
E todos esperavam muito de Sasuke, pensou Sakura, olhando para seus ombros largos e pensando em como as pessoas deveriam sobrecarregá-lo.
— Minha mãe especialmente... Sempre houve um vínculo muito especial entre os dois. — Nada em sua expressão revelava qualquer tipo de ressentimento sobre aquele relacionamento. — Ela nunca mais foi a mesma.
— Ela ainda tem você! — O protesto indignado morreu na língua de Sakura quando, sem avisar, ele tomou-lhe o rosto nas mãos.
— Você também me tinha, mas não me quis.
Não o quis? Por Deus, se aquilo ao menos fosse verdade! Se ela estivesse enganando a si mesma dizendo que não o amava mais, os últimos minutos tinham destruído aquela ilusão. Ela sentia a dor e a perda dele como se fossem suas.
E, todavia, estava prestes a acrescentar àquele sofrimento o fato dele não poder ser pai em tempo integral, algo que realmente o machucaria demais.
Ela não poderia fazer isso com ele.
— Sempre o quis, Sasuke. — E sempre o amarei, pensou ela.
Os olhos sombrios escureceram mais ainda.
— Sakura — suas mãos deslizaram pelos ombros dela enquanto ele dizia algo em japonês . Quando curvou a cabeça em direção à dela, Sakura fechou os olhos —, está dizendo que concorda em voltar para o Japão  comigo?
Meu Deus, é isso que estou fazendo? Quero realmente passar minha gravidez em um país estrangeiro, amando um homem que só me quer de volta por causa da criança que estou carregando?
— Estou preparada para concordar com isso pelo bem do bebê. — Você é louca, Sakura, pensou ela. — Mas os segredos e omissões terão que parar. E não diga que não há segredos, porque nosso casamento foi baseado numa porção de mentiras e silêncios. Haja vista que nunca mencionou seu irmão para mim.
— Imaginei que seria um alívio estar com alguém que não soubesse nada sobre Itachi, para escapar de uma composição interminável. A conversa que parava quando eu entrava na sala. Falar sobre morte é um tabu em nossa sociedade. As pessoas ficam desconfortáveis em estar com alguém desolado. Chegam a atravessar a rua para evitar você.
— Quando ele morreu? — Não podia aceitar o fato de que um homem como Sasuke, ferozmente reservado e contido, pensasse daquele modo.
— Há seis meses.
Isso significava que quando conheceu Sasuke, fazia apenas três meses que o irmão havia morrido...
O encontro deles, o romance desencadeado como um furacão, a impetuosidade do casamento... O fato de ter sido tudo tão de repente fazia um pouco mais de sentido agora.
O comportamento que ela atribuíra a um homem apaixonado poderia igualmente ser atribuído a um homem que não queria confrontar seus sentimentos, a um homem desesperado. Algumas pessoas em circunstâncias semelhantes poderiam ter se voltado para a bebida ou ainda para as drogas.
No caso de Sasuke , ele havia se voltado para ela!
Tudo isso fazia um terrível sentido agora.
Ele a tinha usado para aplacar seu sofrimento. Ela fora nada mais do que uma mera distração.
Teria ele começado a perceber que não a amava realmente na noite do baile? Isso explicaria o porquê de não fazer nada para impedi-la de partir. Claro, o orgulho dele havia sido ferido. Afinal, fora ela quem partira e o deixara, mas talvez bem no íntimo tenha ficado secretamente aliviado. Até que descobriu sobre o bebê.
— Você está gelada — disse Sasuke enquanto ela tremia.
Sakura forçou um sorriso e se levantou, apertando o roupão em volta do próprio corpo.
— Um pouco.
— Você está bem?
— Muito bem. Acho que vou trocar de roupa.
— Pode ficar com a camisa.
Meu coração pela sua camisa. A troca parecia quase justa.
Contendo a risada histérica que estava presa na garganta, ela assentiu e deixou o quarto.

                    😓😓😓


Notas Finais


HAI^^
QUERIDOS LEITORES, NÃO ESQUECEM DE COMENTAR, PARA EU SABER SE ESTÃO GOSTANDO, A OPINIÃO DE VOCÊS CONTAM MUITO. BEIJOS♡


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