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História Sedução - Arquitetando um encontro


Escrita por: Shays

Capítulo 5 - Arquitetando um encontro


Fanfic / Fanfiction Sedução - Arquitetando um encontro

Esquecendo da ligação telefônica que tinha pretendido responder, Sasuke estava prestes a ligar a ignição quando ouviu mais risadas do lado de fora. Mas, dessa vez, misturado a elas, ouvia-se um choro lacrimoso que continha uma nota de medo.
Franzindo o cenho, voltou a cabeça no mesmo momento em que os jovens se movimentavam e viu o rosto da garota, que, apesar de maquiada, era muito jovem.
O terror que ele viu estampado nas feições infantis mudou de modo radical a situação. Não se tratava de um grupo de jovens se divertindo.
Com um suspiro, ele abriu a porta do carro. O fato era que não tinha nada a ver com aquilo, mas não havia sido criado para ignorar seu dever e responsabilidade social.
Os jovens estavam em plena algazarra e, se as latas de cerveja descartadas no chão eram algum indicador, estavam bêbados demais para notar sua presença até chegar ao grupo.
— Acho que a moça gostaria de ir embora.
Quando se voltaram para encará-lo, as expressões de todos eram visivelmente beligerantes. Um, que obviamente era o líder do grupo, enfiou os polegares no cinto e deu um passo destemido em direção a Sasuke que, em vez de recuar aterrorizado, simplesmente encarou com desdém.
Esta reação fez com que o líder da gangue o olhasse com frieza.
— Quem lhe perguntou?
Sasuke sorriu. Era um sorriso que deixou o jovem mais enfurecido ainda.
— Por que vocês não vão para casa sem causar problemas? — sugeriu Sasuke friamente.
Um dos jovens levou a lata de cerveja à boca e sorveu-a inteira antes de amassá-la e arremessá-la ao chão por cima do próprio ombro.
— Não vamos a lugar algum, companheiro! — gritou ele. — Por que não toma conta da sua própria vida?
O patético desafio quase fez Sasuke perder a paciência. Ele puxou a manga do paletó e olhou o caro relógio que brilhava contra sua pele clara. Tinha lugares para ir e seu plano de chegar lá antes do almoço estava começando a ficar comprometido.
— Esta é sua escolha, é claro. Mas a jovem — ele assentiu em direção à amedrontada adolescente —, gostaria de ir para casa. Não é? — A jovem assentiu rapidamente e correu para o abrigo oferecido pelo braço estendido dele.
— Você está bem? — perguntou Sasuke.
A garota, que olhava para ele como se fosse seu salvador, assentiu novamente e enxugou as lágrimas do rosto, borrando a maquiagem. Olhando para ela mais de perto, Sasuke percebeu que, a não ser pelos cabelos cor de cobre, ela não se parecia em nada com sua esposa. Para início de conversa, a mulher com quem se casara jamais seria intimidada por uma corja de desmiolados. Sasuke sorriu para si mesmo pensando nas prováveis ações de Sakura se estivesse numa situação similar à daquela garota. Naturalmente teria acabado com os facínoras somente usando sua língua ferina. Se isso não fosse o suficiente, teria dado alguns chutes nas partes mais vulneráveis dos integrantes daquele bando. Por fim, não se mostraria grata à bem intencionada intervenção dele. Mais do que isso, teria dito que era mais do que capaz de se defender sozinha.
— Acho que é hora de você ir para casa — sugeriu ele.
Ela dirigiu-lhe um último olhar de suprema gratidão e saiu correndo.
Quando o jovem líder moveu-se para persegui-la, Sasuke o bloqueou com o próprio corpo.
— Não acho que seja uma boa idéia — disse Sasuke.
— Mas ela gostou de mim. Gaara sorriu.
— Você não sabe? É privilégio de uma mulher mudar de idéia, e um cavalheiro sempre se lembra disso.
Sentando-se no carro, Sasuke descartou o incidente quase imediatamente, mas os cabelos róseos continuavam provocando memórias que lutou para manter afastadas pelo resto da viagem.

Rin dirigiu seus hóspedes à pequena sala de visitas. A sala que dava para a face sul era sua favorita na enorme casa que se tornara seu lar quando deixara sua terra natal, o Japão , para se casar com o marido  cinco anos antes.
Ela consultou o relógio de pulso antes de apoiar seu filho pequeno com mais segurança sobre o quadril. Sua expressão era relutante quando levou a mão à maçaneta.
Meia hora atrás o marido havia revelado os detalhes de seu plano mestre. Ela vira as falhas imediatamente.
— E se ela não quiser ficar na biblioteca às onze e quinze? — perguntou. — E se Sasuke estiver atrasado? O que deverei fazer então?
— Você, como sempre, pensará em alguma coisa. E, se Sasuke diz que vai estar aqui numa determinada hora, ele estará.
Rin não podia discordar do último ponto de vista de seu marido Óbito . Pessoas que cumprem suas palavras são raras, mas seu primo era uma delas.
— Eu acho, Óbito , que está se deliciando demais com todo esse mistério que só se vê em romances.
Ela, por outro lado, estava muito receosa e, quando expressou suas dúvidas sobre fazer parte do que parecia uma conspiração, Óbito  despreocupou-a.
— Conspiração? Isto não é uma conspiração, Rin.
— Bem, como chamaria isso então? Convidamos Sakura para uma festa que não existe e vamos trancá-la numa sala com seu ex-marido.
— Não haverá ninguém trancado. Apenas deixarei claro que eles podem ter a casa somente para eles por algumas horas.
— Sakura provavelmente nunca falará comigo novamente — argumentou Rin, chateada.
— Estamos apenas ajudando duas pessoas a se reconciliarem — disse Óbito . — Olhe por esse lado. Por acaso Sakura parece feliz?
— Ele não poderia simplesmente pegar um telefone e resolver isso, como todo mundo faz?
— Quando os advogados entram em cena as coisas ficam complicadas.
— Talvez, mas por que ele quer vê-la?
— Bem, obviamente ele quer tentar novamente, quer uma reconciliação. Qual outra razão poderia haver?
Rin nem sequer tentou explicar ao marido as complexidades do homem asiático seu orgulho de macho. Por mais que gostasse de Sasuke, não deixava de enxergar suas falhas; o primo era capaz de ser totalmente impiedoso e cruel. É claro, poderia ser tão simples quanto Óbito  dissera. Talvez Sasuke quisesse apenas salvar o casamento. Mas o problema era que nada que envolvesse Sasuke costumava ser simples!
— Ouça, não vejo qual é o problema. Sasuke pediu nossa ajuda. Quando que ele fez isso antes?
— Nunca — admitiu ela.
Seu carismático primo era o indivíduo mais auto-suficiente que ela conhecia. Era o tipo de homem para quem as pessoas instintivamente se voltam em tempos de crise. Uma nuvem passou por seu rosto quando os pensamentos se voltaram para a tragédia que recentemente devastara a família Uchiha. Itachi, o irmão de Sasuke, se suicidara. Tinha vergonha de admitir que ficara tão absorta em seu próprio sofrimento que pouco pensara em como Sasuke, um poço de força, deveria estar se sentindo.
Então, no dia do funeral, ela se dirigira a uma sala e o encontrara sozinho. Ao som de seu nome, Sasuke havia levantado a cabeça... O desespero que viu em seus olhos naquele breve momento permaneceria com ela para sempre.
A família achara bom ele se atirar no trabalho com mais energia do que a usual, mas ela não estava tão certa disso.
Assim, quando, depois de semanas sendo totalmente evasivo e esquivo, Sasuke havia telefonado ao acaso e avisado que se casaria, Rin ficara radiante por ele.
Uma cerimônia particular em uma pequena capela com somente ela e Óbito  como testemunhas havia parecido o supra-sumo do romance, até que soubera que o casal havia se conhecido cinco dias antes!
Era difícil não concluir, dado o escasso tempo, que seu casamento relâmpago tinha sido uma espécie de reação desesperada e inusitada à morte do irmão.
Rin não ficara surpresa quando o casamento desmoronara depois de um mês.
— Eu, por exemplo — acrescentou Óbito —, faria muito mais do que mentir por ele. Ele acreditou em mim quando ninguém mais o faria, ou você se esqueceu do quanto nós devemos a ele? Teríamos perdido essa casa... O haras, tudo!
— Eu sei... Eu também, normalmente, faria tudo por ele, mas estamos mentindo para Sakura. Como ela vai se sentir quando souber que a estamos enganando?
No final, chegaram a um acordo: Rin continuaria com o plano estabelecido. Mas se Sakura fizesse uma pergunta direta, ela não mentiria.

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