1. Spirit Fanfics >
  2. Sedução >
  3. Confissões

História Sedução - Confissões


Escrita por: Shays

Capítulo 6 - Confissões


Fanfic / Fanfiction Sedução - Confissões

Sakura, que estava lendo no sofá, pôs o livro de lado e se levantou quando Rin entrou.
— Com quem você estava conversando? — perguntou Rin, olhando o quarto vazio.
— A heroína — explicou Sakura, indicando o livro, que permanecia aberto. — Ela é tão boa que me dá náuseas.
— Então por que está lendo o livro?
— Estou esperando que ela acorde e perceba que o herói pelo qual anseia não existe. — O problema com homens que pareciam heróis era que se tornavam uma grande decepção quando se descobria que eram tão incapazes de saber o significado da palavra fidelidade quanto qualquer outro.
— Isto faz de você uma cínica.
— Isto me faz uma otimista — retrucou Sakura, passando a mão pelos cabelos róseos antes de apertar o nó do lenço vermelho que segurava um rabo de cavalo. A vibrante cor de rosa de suas madeixas brilhava mais do que nunca. — Ela não deveria ser tão tola quanto parece.
Seu olhar se dirigiu para o bebê cochilando satisfeito nos braços da mãe. Rin fazia a maternidade parecer tão fácil... Somente de olhá-la, Sakura se sentia inadequada. Ela imaginava se as boas mães já nasciam assim ou poderiam aprender com o tempo.
Sakura esperava, pelo bem de seu filho ainda não nascido, que a última alternativa fosse possível!
— Então, sendo otimista, você acha que as pessoas podem mudar?
Sakura olhou para o bebê de pele rosada e pegou Rin observando-a com uma expressão que a fazia imaginar se ela não desconfiava de nada. Não era a primeira vez que tinha aquela impressão.
Por um momento, Sakura ficou tentada a lhe contar sobre a gravidez, pois ansiava ter alguém para confidenciar, mas recuou no último momento.
Sasuke era primo de Rin e Óbito , e pedir para que ela mantivesse segredo sobre isso a poria numa posição constrangedora. Rin acharia, sem dúvida, que Sasuke tinha o direito de saber e Sakura não podia discordar, sabia que tinha de contar a ele sobre o bebê.
Chegara ao ponto de pegar papel e caneta para fazer isso na semana anterior, já que não tinha mencionado nada na última carta.
Mas, quando o momento se apresentou, ela acabou se omitindo.
Ela não tinha sido capaz... As defesas que ela lutara para construir se desintegraram assim como ela própria. No dia seguinte os olhos estavam inchados e vermelhos do acesso de choro só por ouvir a voz dele.
Seria tão mais simples se sua consciência a permitisse atrasar o que havia para contar até depois do divórcio... Porque, uma vez que ele soubesse, Sakura sabia que não haveria um divórcio amigável. Era simplesmente impossível. Sem considerar a opinião de Sasuke no que dizia respeito a pais que tentam se evadir de suas responsabilidades.
Sasuke mantinha o ponto de vista de que pais ausentes podiam ser considerados menos do que insetos. E enquanto ele havia uma vez expressado alguma admiração por mães solteiras que criam os filhos conciliando-os com as próprias profissões, havia acrescentado que era inevitável que a criança sofresse com o passar do tempo.
No momento em que ele soubesse sobre o bebê, Sakura sabia que Sasuke usaria todo o seu poder de persuasão para fazê-la desistir da idéia de um divórcio.
Mas mesmo que ele ajoelhasse implorando que ela voltasse, um cenário tão impossível quanto neve no deserto, Sakura sequer consideraria tentar novamente, especialmente pelo bem do filho que ia nascer.
Não funcionaria melhor na segunda vez, pois nada havia mudado. Essencialmente eles eram as mesmas pessoas, tão incompatíveis quanto antes. Se ficassem juntos novamente, ela acabaria tendo de ir embora uma segunda vez e isso era algo que precisava evitar de qualquer maneira.
Partir pela primeira vez a tinha ferido mais do que qualquer coisa em sua vida. E a idéia de sentir novamente uma dor como aquela era algo que não iria suportar, pensou ela, abaixando-se para pegar um ursinho de pelúcia que Takashi atirara no chão.
— Não, não acho que as pessoas possam mudar — disse ela.
Para mudar era necessário admitir que estava errado... Algo que seu marido alienado tinha recusado terminantemente fazer.
Não era difícil descobrir o que ela tinha visto nele Sasuke tinha mais magnetismo sexual na ponta do dedinho do que um homem normal tinha no corpo inteiro.
Sakura até podia se perdoar pela atração física, mas não por ver alguma profundeza emocional nos silêncios sombrios dele.
Isso parecia patético e risível agora, mas realmente pensara haver encontrado sua alma gêmea, o único homem no mundo com o qual queria estar. Vira o que queria, quando, na realidade, não havia nada para ser visto.
Sasuke tinha sido superficial, egoísta e cruel.
Como pudera imaginar que o casamento deles funcionaria?
Estava convencida de que sair de sua vida e dar as costas para ele e o estilo de vida no qual ela não se encaixava havia sido a coisa mais certa a fazer. Não tinha dúvidas sobre isso... Se ao menos pudesse esquecer aquele olhar desolado que vira nos olhos escuros dele...
— Mas algumas vezes... — a voz de Rin interrompeu seus pensamentos. Sakura sacudiu a cabeça.
— Minha mãe acreditou durante trinta anos que meu pai pudesse mudar.
Era a primeira referência que Sakura fazia ao casamento dos pais. Na ocasião em que Rin conhecera a mãe de Sakura, tinha sido desconcertante vê-la discorrer sobre os detalhes das inúmeras infidelidades do marido.
— Quando você era mais nova... Sabia o que estava acontecendo? — perguntou Rin, curiosa.
Sakura deu de ombros e admitiu:
— A cidade inteira sabia o que estava acontecendo.
Rin fez uma expressão de simpatia. Ela mesma achara difícil gostar de Mebuki Haruno e tinha a convicção de que, na realidade, a senhora gostava de seu status de esposa trágica e abandonada.
Já havia tempo, Sakura aceitara que, no que dizia respeito ao pai, sua mãe não podia pensar racionalmente.
E quem era ela para criticá-la? Não tinha quase percorrido a mesma tortuosa estrada?
— E, além do mais, há trechos da vida de Sasuke que são um total mistério para mim.
— Bem, não acho isso tão surpreendente, pois vocês não se conheciam há muito tempo. Não é uma crítica — acrescentou ela rapidamente. — Óbito  disse saber que iria se casar comigo cinco minutos depois que nos conhecemos!
— Mas presumo que você esperou um pouco mais do que cinco dias antes de se casar.
A maioria das pessoas sãs faz isso, refletiu Sakura, ainda incapaz de, três meses depois, explicar o modo temerário pelo qual se engajara num casamento com um homem que quase não conhecia. Um homem que tinha já descoberto ter mentido mais de uma vez para ela.
— Esse negócio de divórcio vai ser um total pesadelo. Gostaria de poder resolver tudo isso sem envolvimento de advogados. Não me incomodo nem um pouco com o dinheiro, queria deixar tudo como está, mas minha mãe diz... — Sakura  mordeu o lábio. — Ela nunca aceitou Sasuke — admitiu ela.
Rin desconfiava que Mebuki Haruno nunca aceitaria qualquer homem que um dia levasse a filha que ela usava como amparo emocional, mas manteve um silêncio diplomático.
O bebê começou a chorar.
— Takashi está um pouco irritado hoje.
— Ele é um bebê encantador — observou Sakura. — Você é uma mulher de sorte.
— Sei disso — assentiu Rin. — Então, vamos ver onde Óbito  está? Talvez esteja na biblioteca.
— Biblioteca?
— Sim, ele não vê a hora de levar você para dar uma volta no haras — disse ela, tomando o braço da amiga e conduzindo-a para a porta.
— Isso será interessante — admitiu Sakura, intrigada pela urgência da anfitriã —, mas não quero ser um estorvo. Não poderia dar-lhe uma ajuda?
— Uma ajuda?
— Por que não? Os outros hóspedes não estão chegando esta manhã?
— Todos que estão vindo deveriam estar aqui por volta das onze horas, mas tudo está sob controle.
O sorriso forçado fez Sakura suspeitar que organizar o fim de semana havia sido mais estressante do que Rin havia pensado.
— Estou certa de que tudo correrá bem — disse Sakura. Por alguma razão, aquele comentário provocou um sorriso nervoso na ansiosa hospedeira.
Rin parou quando chegou à porta da biblioteca.
— Estava imaginando... — começou ela.
— Imaginando o quê?
— Você está realmente certa sobre essa coisa de divórcio? Sei que não é da minha conta...
— Nunca estive tão certa na vida.
Rin suspirou.
— Bem, acho que é muito triste. Você e Sasuke no dia do casamento... Pareciam tão bem juntos...
Sakura engoliu em seco. Lembrou-se de como tudo parecia perfeito quando a boca dele cobria a sua.
— Algumas vezes as coisas não funcionam exatamente como a gente gostaria. — Foi só o que disse, pois não podia falar mal de Sasuke para a prima dele.
Na verdade, não falara mal dele para ninguém e, por mais paradoxal que parecesse, em mais de uma ocasião se viu defendendo Sasuke da crítica mordaz que a mãe fazia. Bem, o que quer que ele fosse, Sasuke era o pai do filho que ela carregava.
— Óbito  e eu tivemos brigas homéricas logo que casamos — revelou Rin candidamente. — Viver com alguém, mesmo quando você o ama, pode ser difícil nos primeiros dias.
— Ouça, aprecio o que está dizendo, mas você e Óbito ... Bem, não há comparação a fazer. Alguma vez Óbito  fingiu ser alguém que não era? Você teve que lidar, logo no início do casamento, que seu marido era alguém muito diferente?
Rin, parecendo confusa, sacudiu a cabeça.
— Você não sabia quem era Sasuke?
— Bem, não sabia que ele era um banqueiro muito rico com uma árvore genealógica de alta estirpe, e ficaria muito grata se você dissesse isso para todos que sugiram que eu tenha me casado com ele por causa do dinheiro.
— Ninguém pensa isso! — exclamou Rin, horrorizada pela sugestão.
— Não tenho dúvida de que pensarão — retrucou Sakura, recordando o momento em que acidentalmente descobriu a identidade verdadeira do futuro marido, quando pegou no chão um papel que ele tinha deixado cair de sua pasta de documentos. O timbre no papel indicava que vinha do Banco Uchiha.
Ela lembrou que ficou impressionada pela coincidência de Sasuke fazer negócios com um banco que tinha seu próprio nome. Havia sido mera curiosidade, não desconfiança, que a fizera ler a carta datilografada. E se Sasuke tivesse problemas financeiros para receber uma carta do banco? Em mais de uma vez ela o tinha censurado pela exagerada generosidade de seus gastos.
A linguagem técnica do texto da carta deixara-a sem entender nada, mas uma coisa que ela entendera muito bem fora a assinatura na parte inferior. Teria reconhecido aquela caligrafia onde quer que a visse.
O que estava o nome de Sasuke fazendo ali, na carta de um banco?
De repente, ela recordara um incidente que, na ocasião, não parecera importante. Havia sido na primeira vez em que ele a tinha levado a sua casa dois dias antes. No caminho ela havia apontado para o sobrenome dele num enorme portão de ferro batido e, rindo, perguntou se era ali que ele morava.
— Uchiha é um nome comum por aqui.
Na próxima curva ela visualizou uma enorme casa feita de pedra, que lembrava um castelo de contos-de-fadas.
— As pessoas que moram aqui devem ser muito ricas — comentou Sakura.
— Eles são donos da propriedade.
— O terreno é grande?
— Milhares de hectares.
Naturalmente, ela esqueceu as pessoas abastadas no castelo de pedra quando ele a trouxe para sua própria casa, que a encantou totalmente. Sasuke explicou que a estava transformando com as próprias mãos. Era um perfeito casamento de rústico com contemporâneo.
Os planos dele para a casa eram ambiciosos.
— Quando eu a terminar haverá um corredor de vidro ligando as duas alas da casa.
— É linda, Sasuke.
— Está perfeitamente habitável no momento. É algum lugar onde você possa imaginar morar?
— Nunca morei num lugar que tivesse a metade da beleza que tem essa casa.
— Poderia morar.
— Você quer dizer pelo resto das minhas férias? — perguntou ela.
— Quero dizer ficar e viver aqui comigo.
O oferecimento a deixara atônita, mas ela não entendera o significado real.
— Você diz permanentemente? Mas eu tenho um emprego, uma vida... Eu...
— Você não entendeu. Estou pedindo que se case comigo.
Pensando em tudo aquilo, ela abrira o laptop dele.
Momentos depois, a internet tinha confirmado suas desconfianças.
Sakura o havia confrontado imediatamente.
Ela havia esperado que Sasuke ficasse na defensiva e talvez aborrecido por ela ter vasculhado sua vida, mas Sasuke ficara totalmente relaxado sobre a coisa toda.
— Ora, ora! Que pequena detetive você me saiu — murmurou ele com indulgência. — Não deixa de ser uma invasão de privacidade, sabia?
— Mas você disse que trabalha com cavalos.
— E realmente trabalho. Não menti para você. Apenas faço outras coisas, também.
— Como, por exemplo, fazer montanhas de dinheiro?
— Contanto que tenha o suficiente para sustentar uma família, não acho que minha situação bancária seja relevante.
Sakura olhou para ele, incrédula.
— Mas você é dono do banco! Seu nome está na primeira coluna da lista dos homens mais ricos do Extremo Oriente. A árvore genealógica de sua família deve levar à realeza.                                                                — Bem, agora você pode ver a razão pela qual não grito aos quatro ventos que sou banqueiro, pois as pessoas começam a achar que você não é um mortal comum.
— Não é hora de piadas, Sasuke. As coisas estão acontecendo rápido demais.
— Então vamos ser sérios por um momento. Não possuo um banco... Minha família, ou melhor dizendo, meu pai possui. Dinheiro é um resultado do que eu faço, mas não é importante para mim.
— Mas não é apenas o dinheiro. Você tem uma família, Sasuke. Eles, por acaso, sabem sobre mim?
— Minha família a adorará, minha querida — disse ele, na sua pecaminosa voz sexy. Sakura sentiu sua raiva se dissipar quando ele meigamente a beijou. — Meus pais estão hospedados na casa de minha irmã, na Austrália. Contatei-os e contei a eles sobre nosso casamento. Eles vão telefonar esta noite para falar com você. Não vêem a hora de conhecê-la. Voariam de volta para o Japão , mas minha mãe sofreu um acidente... Nada sério, mas não pode fazer a viagem. Eles passaram por momentos tristes recentemente. Você trará alegria à vida deles, assim como trouxe à minha — disse ele, encarando-a com uma expressão que fez seu coração dar saltos.
— Mas não deveríamos esperar até que eles voltem? Não entendo a pressa.
— Não posso esperar tanto tempo, meu tesouro, para fazê-la minha esposa. Depois — prometeu ele, com um dar de ombros —, eles podem arrumar o que quiserem, mas você será minha...
O toque de Rin interrompeu as reflexões de Sakura.
Enquanto ultrapassava a porta da biblioteca, Rin parou e a encarou.
— Escute, Sakura, sei o que isso parece. Sakura sacudiu a cabeça desnorteada.
— "O que isso parece”?
— Realmente sinto muito.
— Sente o quê?
Rin sacudiu a cabeça, com o olhar localizado num ponto da sala além de Sakura, que automaticamente se voltou. Ela sentiu o sangue desaparecer do rosto. Seu corpo reagiu à visão da figura alta e extremamente elegante que deu um passo à frente, impecável em seu terno cinza claro e camisa branca aberta no pescoço. Por um átimo de segundo todas as células de seu corpo se inflamaram.
Sakura olhou para ele com um nó na garganta, formado pelas emoções trancadas lá. Uma parte irracional dela se visualizou se atirando nos braços dele, e teve de lutar contra sua predisposição de realmente fazê-lo.
Não permitiria que a história se repetisse. Uma mulher na família disposta a se humilhar para continuar com um homem já era mais do que o suficiente.
Isso não pode estar acontecendo agora. Não estou pronta pra fazer isso ainda.
A mesma consciência sexual que sempre experimentara na presença dele fez o sangue entrar em ebulição nas veias novamente e a deixou incapaz de agir racionalmente.
Ele estava de pé a apenas alguns passos dela. Se ela estendesse a mão, poderia tocá-lo, pôr a mão em seu peito e sentir o calor de sua pele, a batida de seu coração.
Sakura deu um sorriso estranho. Perdendo a compostura, com rapidez, voltou a cabeça. Seu olhar se voltou para Rin, que respondeu à reprovação silenciosa nos olhos dela com uma expressão de dor.
— Sinto muito — murmurou.
— Vocês planejaram isso. — A sensação de traição era indescritível. Tinha ficado sensibilizada com o esforço da prima de Sasuke para cultivar uma amizade mesmo depois do que acontecera.
— Sasuke apenas queria falar com você e... Tivemos a melhor das intenções.
Óbito, que aparecera atrás da esposa, pôs as mãos sobre os ombros dela.
— Vamos embora, querida. Deixemos que os dois se entendam. — Quando pegou o filho e saiu da sala, olhou diretamente para Sakura. — Rin não queria fazer isso.

                       ♥♥


Notas Finais


HAI^^
O QUE ACHAM QUE VAI ACONTECER NESSE ENCONTRO??
NÃO DEIXE DE COMENTAR.
KISSES💋💋💋


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...