História See You On Summer. - Counting stars

Finalmente chegamos em Santa Monica. Já dentro do taxi eu podia ouvir o barulho do mar e sentir aquele cheirinho de praia. Como eu amava estar naquele lugar. Fomos direto pra casa e Ash, Calum e Luke já se encontravam na porta, inquietos. Michael e Gi estavam comigo, já que havíamos ido no mesmo taxi. Assim que destranquei as portas, quase fui atropelada por 5 animais abruptos. Não, quer dizer, eram apenas minha amiga junto com meu irmão e seus amigos. 

— Ei, esperem! O quarto de frente pro mar é meu! - Gritei, sendo completamente ignorada. Resolvi correr atrás do que era meu também. Subi as escadas rapidamente e andei pelo corredor encontrando todos quartos praticamente ocupados por seus "donos". Meu quarto era o último do corredor, no caso, o quarto que tinha a vista pro mar. Aquele quarto era considerado "meu" desde sempre. Quando mamãe comprou a casa, eu acabei escolhendo ele por acaso. Mas depois descobri que além de uma vista pro mar, a noite, eu tinha uma vista maravilhosa do céu. Sempre que íamos pra California, eu só conseguia dormir se fosse olhando pro céu. Me dava uma sensação de paz inexplicável. Fui me aproximando do quarto quando vi Hemmings se debruçando em minha cama, no meu quarto.  — Ei, pode ir tirando esse seu corpinho da minha cama. Aliás, pode ir tirando as suas coisas, do meu quarto. - Falei autoritária e ele riu, como sempre, debochado.

— Eu não estou vendo seu nome aqui, Kimberly.

— Não me interessa, Luke. Esse é o meu quarto.

— Pois agora ele é meu.

— Luke, sai! 

— Eu não vou sair. Cheguei primeiro. - Ele ergueu as sobrancelhas.

— Errrrrrr, Luke Hemmings, eu te odeio! - Dei as costas batendo a porta e pude ouvir ele dizer alguma coisa que eu ignorei completamente. 

Desci as escadas e fui pro unico quarto do andar debaixo. Não era nada legal a idéia de dormir sozinha lá embaixo. Não mesmo. Mas se Luke achava que eu tinha me dado por vencida, ele estava bem enganado. 

Todos se arrumaram pra festa que teriam mais tarde e desceram, me encontrando de pijamas, na porta do quarto.

— Kim, tem certeza que não vem? - Gi questionou.

— Tenho, Gi. Quero ficar pra arrumar umas coisas ainda...

— Hm, então tá bom. Estão prontos meninos?

— Sim. - Todos responderam prontamente.

— Bom, quer dizer.. Na verdade eu esqueci de passar meu perfume. — Disse Luke. — E esqueci meu celular lá em cima também. 

— Cara, você só não esquece da cabeça porque tá grudada no pescoço. - Calum debochou.

— Ha-ha! Podem ir na frente, donzelas... Eu vou atrás. - Disse em tom malicioso. 

— Não foi essa ordem que fizemos na noite passada. - Michael retrucou, arrancando gargalhadas de todos. Luke rolou os olhos e subiu as escadas, fazendo com que todos os outros fossem à caminho da festa. 

— Tchau Kim! - Disseram em coro, fechando a porta.

— Tchau, aproveitem muito! Gi, você principalmente. - Gritei e ela gargalhou do outro lado da porta, entendendo o que eu quis dizer. 

Nem esperei Luke descer e fui pro "meu" novo quarto arrumar minhas coisas por lá. Algumas horas depois, ouvi uma movimentação estranha na sala... E a TV... Ligada? Ótimo. Além de estar sozinha no quarto, no andar debaixo, eu ainda estava tendo alucinações. Ou não. Talvez fosse um ladrão. Mas porquê ele estaria assaltando minha casa com a TV ligada? Não faz sentido. De qualquer forma, peguei um taco de baseball que se encontrava no quarto e fui até a sala, caminhando lentamente até o interruptor, quando...

— Boa noite, Kim! - Eu dei um salto de susto. 

— Caralho, Luke! Que merda. O que você tá fazendo aqui?

— Assistindo televisão, ué. E você? Trocou a festa por uma partida de baseball de madrugada? - Riu.

— Errrr. Não. - Soltei o taco. - Eu ouvi uma movimentação estranha na sala e resolvi vir ver o que era.

— E pretendia se defender com isso? - Gargalhou.

— Mas é claro. Uma tacada na cabeça deve doer. - Falei séria.

— Pode ser... Mas não sei se você teria coragem de fazer isso.

— Da ultima vez que duvidou da minha capacidade, acabou se surpreendendo, Hemmings. - Disse me referindo a luminária que taquei em cima dele e ele fez uma cara de assustado.

— Ouch. É verdade. Não está mais aqui quem falou. - Ele ergueu as mãos se dando por vencido. 

Eu me aproximei, sentando no sofá e fitando a televisão por alguns minutos.

— O episódio da luminária foi um acidente. - Quebrei o silencio.

— Um acidente completamente premeditado. - Luke retrucou.

— Não foi bem assim. Errr, mas não importa. Passou. 

— Eu ainda tenho danos psicológicos causados por você, Kimberly Clifford. 

— Sem drama, Hemmings. Eu já disse que foi um acid..

— Tá, tá bom! Eu entendi! E você já ta perdoada... - Fitamos a televisão novamente. - Mas e aí... Está se sentindo melhor?

— Estaria, se você não tivesse pegado o meu quarto. 

— Estou me referindo ao seu mal estar e a enxaqueca.

— Sim, estou, Luke. Mas estaria melhor se você não tivesse pegado meu quarto.

— Errr, ok Kim. Você pode dormir lá se quiser. - Afirmou.

— É sério? - Sorri empolgada. 

— Sim. No chão. - Gargalhou. 

— Argh, idiota! - Bufei.

— Porquê quer tanto esse quarto? - Questionou.

— Quer mesmo saber? - Ele assentiu que sim. - Então, vem. Sobe comigo... - Me levantei subindo as escadas e Luke me acompanhou. 

Chegando no quarto, abri as cortinas e arrastei a cama pra um pouco mais perto da janela, me sentando na beirada. 

— Aqui está o motivo de eu gostar tanto desse quarto. 

— O outro quarto também tem janela, Kimberly.

— Idiota. Senta aqui, vem! - Bati na cama e Luke sentou ao meu lado, agora surpreso.

— Caramba, Kim. A vista daqui é sensacional... - Disse enquanto olhava pro céu, boquiaberto. 

— Pois é. Dá vontade de ficar aqui pra sempre.

— Fazia tempo que eu não via tantas estrelas assim no céu. Quantas será que temos por aqui?

— Não sei, nunca parei pra contar. - Ri.

— 1, 2, 3, 4, 9, 10, 15... - Luke começou a enumerar.

— Fica quieto e só aproveita a vista, tá bom? - Ele assentiu com a cabeça e novamente ficamos em silêncio.

Era diferente dividir esse momento com alguém.  Ninguém nunca demonstrava tanto interesse quanto eu na paisagem desse quarto. Eu achava que eu era maluca de ficar olhando pro céu toda noite, até ver Luke... Ele com certeza ficava viajando naquela janela mais do que eu. Fiquei fitando Luke por algum tempo, quando resolvi questionar algo que não saia da minha mente.

— Eu babei?

— Quê? - Luke saiu do transe.

— Eu babei no seu ombro quando dormi no aeroporto, Luke? - Perguntei séria ele gargalhou, bufei.

— Não. Eu só falei aquilo pra te deixar irritada mesmo, Kimberly. Alias, essa pergunta é séria? - Ele ria ainda mais. 

— Sim, é uma pergunta séria. - O encarei. - E aliás... Não sei qual é esse seu prazer de implicar comigo a todo instante. 

— É você quem implica comigo.

— Eu não implico com você, Hemmings!

— E o quê você está fazendo agora, Kimberly? - Riu. 

— Questionando!

— Hm, tá bom, tá certo! - Concordou.

— Você não vai dizer mais nada?

— Eu não. Você está certa.

— Argh, idiota! - Eu disse, fazendo Luke gargalhar.

— Tá vendo? Você quem implica comigo... 

— Luke, você sempre implicou comigo. Sem contar que nunca reconheceu minhas qualidades...

— E você já reconheceu alguma minha?

— Sim!

— Ah é? Pois então diga...

— Ah, Luke... Sei lá! Agora eu não sei. - Ele me olhou, erguendo a sobrancelha, não satisfeito com a resposta. - Você faz cafuné muito bem. - Eu disse rapidamente, corando em seguida com o que havia falado. Como assim eu tinha acabado de dizer que o cafuné de Luke Hemmings era bom? E ainda pior, pro próprio Luke Hemmings! 

— Hm, ok. Eu vou aceitar como uma qualidade... Não são todos os homens têm tantas habilidades com as mãos assim como eu. - Riu.

— E eu, tenho alguma qualidade pra você?

— Hm... - Ele pensou por alguns instantes. - Não. - Respondeu seco.

— Argh, Luke! - Cruzei os braços e emburrei. 

— Mas você pode me mostrar ter alguma qualidade.

— Como? 

— Retribuindo o meu cafuné, agora... - Ele respondeu e eu gargalhei.

— Eu não vou fazer cafuné no seu cabelo, Luke!

— Aí você perde a oportunidade.

— Quê oportunidade?

— A de tocar no meu cabelo sedoso. - Riu. - E de eu me equiparar a você. Porque se seu cafuné realmente for bom... Eu terei de assumir. Assim, você assume uma qualidade minha, e eu, uma sua... - Disse convincente. 

— Pode ser. Mas isso é só porque eu não quero sair por baixo, ok? 

— Certo. 

— Vem cá... - Eu disse, puxando Luke pra deitar no meu colo enquanto entrelaçava meus dedos em seu cabelo, acariciando devagar. Ele me olhou nos olhos por alguns instantes e só agora pude perceber o quanto Luke tinha os olhos lindos. É sério, eu nunca havia parado pra reparar direito nesses 4 anos. Acho que perdíamos tempo demais discutindo. Luke desviou seu olhar para o céu novamente, dessa vez com um sorriso no canto da boca e eu acabei me distraindo enquanto analisava cada detalhe do seu rosto. Eu nunca havia ficado tão próxima de Luke Hemmings como nessa noite. E aliás, eu nunca havia feito cafuné num cabelo tão sedoso... Na verdade, eu acho que nunca tinha feito cafuné em outro alguém. Mas eu jamais deixaria Luke saber disso.