1. Spirit Fanfics >
  2. Segredo Virtual >
  3. Capítulo 22 Madruga de Socorro

História Segredo Virtual - Capítulo 22 Madruga de Socorro


Escrita por: Alehandro2017

Notas do Autor


Caros leitores, eu corri para fazer esse capítulo antes de eu ir viajar( Dia 12) e provavelmente só voltarei em fevereiro, mas irei escrever o anti-penúltimo capítulo(Capítulo 23) por lá, então é quase certo que daqui há menos de um mês provavelmente será postado um capítulo novo, então não vão ter que esperar mais 2 meses como sempre. Obrigado por lerem a descrição, ah, e por favor leitores fantasmas, se vocês existem se manifestem, esse é um capítulo " especial " por ser o maior de todos que já tivemos, ultrapassando até o " Baile de Respostas I "!

Capítulo 22 - Capítulo 22 Madruga de Socorro



Sara estava parada, apenas olhando para a sua mais nova pessoa na lista de quem odiar, rejeitar e simplesmente ignorar( O qual no topo estava Jason, mesmo não merecendo tal colocação ), e impressionantemente conseguiu o primeiro lugar mais rápido que todos:
— As crianças estão devorando a mesa, já acharam o isqueiro?.- Diz Jason ao chegar no quarto, sem perceber o clima de tensão entre as duas. Ele então liga os pontos ao ver que Sara estava a segurar o capuz da Girl Blood; "Acabara de descobrir a verdade sobre sua mãe ", pensou ele.- Meu Deus...- Jessica caminha até Jason, lhe entregando o isqueiro e saindo do quarto de cabeça baixada, Sara cruza os braços e desvia o olhar para o chão, não sabia se ele já sabia, provavelmente, mas mesmo assim não queria papo com ele e nem com ninguém. Ela apenas se sentou na cama, vendo ele se retirar, e logo após olhando para a parede vazia, tentando lembrar de como havia chegado naquela situação tão desagradável, e como tudo o que passou foi tão...obscuro.

 

Dentro de uma caixa de vidro estava Daniel, preso e tentando sair com chutes daquele lugar, suas mãos estavam algemadas e obviamente estava em pânico por isso, infelizmente, mesmo se conseguisse, não iria embora dali tão fácil:
— Se eu fosse você, ficaria quietinho e esperaria a morte, sentado.- Dizia Rebeca sentada em uma cadeira de balanço, carregando uma arma nas mãos.
— Vamos iniciar na meia-noite. Ainda precisamos pegar os outros.- Fala Ellen ao descer as escadas do local pequeno e quase vazio.- Coloque as mangueiras.- Rebeca a obedece e pega uma escada extensiva de madeira, ela sobe até o topo da caixa de vidro e coloca mangueiras lá em cima, nos locais furados do teto de uma altura que Daniel não alcançaria.
— Vocês não vão vencer, vilões nunca vencem.- Diz Daniel se sentando no chão da caixa, enquanto olhava para cima, observando Rebeca colocar uma a uma das mangueiras nos buracos.
— Não existem vilões, Daniel, aqui todos buscam justiça, da forma errada ou certa.- Ela sorri satisfeita com seu própria frase, então desce a escada. Após isto, a encosta na parede e pega seu celular no bolso de sua calça jeans.- Essa frases são sempre meu ponto fraco em filmes de heróis.
— E de que forma você vê a sua justiça?.- Questionou ele, intrigado com aquela frase " poética ". Rebeca simples não responde, tentando evitar o assunto.
— Vamos embora.- Chama Ellen, subindo as escadas e ligando para alguém.
— Não vão ligar a água?
— Se quiser adiantar a sua morte.- Responde a mesma, continuando a tentar ligar.
— E realmente precisava de tantas delas?.- Ele faz mais uma pergunta, tentando se distrair daquilo tudo.
— Preciso ter certeza que você estará bem morto depois da meia-noite.- Rebeca tira uma foto de Daniel e em seguida guarda seu celular no bolso.- Só uma lembrança.
— Mas o jogo precisa ser justo, com todos.
— Não vejo nada justo aqui sem ser sua calça, Ellen.- Ironiza ele em um tom brincalhão.
— Deixarei uma marreta aqui, se você conseguir virar o homem-elástico vai ter sucesso em sair daqui.- Diz ela revidando a ironia, colocando a marreta no chão.
— E se alguém o encontrar?
— Não estamos em um clichê, Rebeca. Estamos na vida real.
— Às vezes o clichê pode acontecer e o resultado pode não ser bom para você.- Argumenta ela.
— Essa é minha decisão.
— Bravo! Eu bateria palmas se não estivesse algemado.

 

— Finalmente você desceu, Sara.- Falou Jason a vendo descer os degraus.- As crianças já foram embora, sobrou doces...- Sara passa por ele sem se importar e sai da casa fechando a porta brutalmente, ao ouvir o estrondo, Jessica aparece na sala e olha para Jason que se senta no sofá.- Ela acabou de sair...
— Tudo bem.- Jessica respira fundo e pega uma vassoura que estava encostada na parede.- Eu não devia tê-la enganado e te forçado a esconder esse jogo dela.
— Tarde de mais para se arrepender, não?- Jason olha para ela que desiste de varrer e se senta ao seu lado.- Você é do Cold Blood, agora é obrigatório guardar segredos e dizer mentirar.
— Eu já fui, mas não me sinto a mesma de antes e nem quero voltar a sentir.
— Sara já desceu?- Lídia acabara de sair da cozinha segurando uma bandeja de doces.
— Deve estar na esquina.- Ele se levanta e caminha até a prima, pegando a bandeja e a levando com sigo até o sofá.- Vou ligar a TV, com certeza está passando mais um episódio de " A Próxima Volta ".- Após dito, é feito. Lídia se senta no braço do sofá, enquanto Jessica desfrutava dos docinhos na bandeja.
— Rose já está dormindo, Jessica?- Indaga Lídia olhando para a televisão, mas desviando o olhar para obter a responda.
— Depois de tanta agitação, literalmente despencou na cama.- Elas sorriem uma para a outra, esperando que alguém diga algo. Jason olha para o relógio em seu pulso e percebe que já está para dar onze hora.
— Já está tarde, acho melhor eu ir embora.- Ele coloca a bandeja em cima do sofá e se levanta, caminhando em direção a porta.
— Você tem razão, tchau Jessica.
— Mas nem está tão tarde...Tchau.- Ela força um pequeno sorriso para eles antes de saírem da casa.

 

Sofia estava com o celular na mão, a sua empregada não a atendia mesmo depois de nove chamadas. Ao ouvir alguém com passos agitados no corredor, ela decide ir ver quem é, e acaba se deparando com o Prefeito correndo de um cômodo para o outro:
— O que você está fazendo?.- Pergunta, assustada.
— Descobriram tudo! Naomi contou tudo, Sofia!.- Ele entra em seu quarto, agoniado, pegando uma mala de rodinhas em baixo da cama e a colocando em cima da mesma, e então começa a colocar roupas e objetos necessários.
— Merda!- Ela acelera o passo para ir até seu guarda-roupa, mas é segurada.
— Já me arrisquei bastante por você, e não vou fazer isso de novo.- Ele pega um livro na prateleira e o foleia procurando por algo.
— Vai me abandonar?...E isso é hora de ler um livro?.- O prefeito retira de lá um envelope com dinheiro e também o coloca na mala, enquanto joga o livro no chão.- Eu vou junto com você, querendo ou não.
— Sofia, não entre mais no meu caminho.- Rapidamente, ele pega a mala e sai do quarto, Sofia o segue, tentando pará-lo de qual quer modo.
— Tarde de mais.- Os dois param no topo da escada, ela tenta arrancar a Mala de suas mãos, mas a tentativa é em vão.- Você não vai sem mim!.- Ele suspira e a abraça. Ela estranha a atitude inesperada, e pensa tenha o convencido a levá-la.- Porque isso, tão repentinamente?.
— Porque eu te amo.- Após a frase, ele pega a mala e bate fortemente nos quadris de Sofia, a fazendo despencar da escada,- Te amo mais do que pode imaginar, querida.- Com um sorriso sínico, seus pés começam a se agilizar e desce as escadas sem se importa com o corpo caído no penúltimo degrau e vai embora escondido dos empregados.

 

Marina ainda está no hospital, sua mãe continua ao lado de sua cama, mas dessa vez a filha estava muito bem acordada:
— Meu pai ainda não deu noticiais?.- Inquire ela tentando puxar assunto com a mãe que estava um pouco inquieta.
— Eu sei que perder o bebê foi um choque para você, mas não precisa mudar para um assunto tão...
— Apenas responda.
— Tudo bem. Acho que é melhor assim...Já aconteceram tragédias de mais de ontem para hoje...Estou farta.
— Já estão acontecendo há muito tempo. Desde que voltamos para a cidade estamos passando por todo esse sofrimento...- Marina se senta na cama, conversando frente a frente com Ruby.
— Sugere que nós mudamos daqui?- Pergunta ela meio desconfortável.
— Não, não sei...Talvez devêssemos dar um tempo, parar de segredos. Me sinto como em uma novela mexicana que precisa urgente de ibope.
— Acho que nem uma novela mexicana consegue dar tanta reviravolta como as nossas vidas...Eu tenho que te contar, Marina, mas não faça perguntas até eu lhe dizer a história toda.
— Está me assustando.- Ruby desvia o olhar para a parede, a filha percebe e puxa a mãe para mais próximo.- Pode me contar.
— Acho que nesse ponto eu fui como seu pai...
— Você nunca será como ele, Mãe.- Ela coloca a mão sobre seu rosto e o acaricia levemente, dando um sorriso carinhoso, que é retribuído com um abraço abundante.

 

Já do lado de fora, Jason e Lídia caminham um ao lado de outro, pensando no que deveriam conversar ou no que não deveriam conversar.
— Não vai ter ninguém na rua, pelo jeito, já que foi recomendado ninguém sair depois das onze, por causa do Cold Blood...- Ele simplesmente ignora o comentário e anda normalmente. Você ainda não me contou porque as coisas ficaram tão tensas entre a Sara e a mãe dela...- Diz ela olhando para o chão enquanto caminha.
— Acho melhor você não saber...E a Sara te contou sobre a Jessica ser a mãe dela?
— Ela confia em mim.-O celular dos dois que estavam em seus bolsos, começam a vibrar, eles pegam deduzindo ser uma mensagem, estranhando elas serem enviadas no mesmo momento.- É da Sara.- Lídia abre a mensagem e fica desesperada ao vê-la; " Vocês estão convidados para uma grande festa de vida ou morte. Os seus melhores amigos estão em situações de risco, escondidos pela cidade, e apenas vocês, convidados, podem salvá-los. Boa Sorte e tenham uma ótima Madrugada de Socorro :D ". Logo abaixo havia uma foto de Daniel preso dentro da caixa de vidro.
— Isso é Sádico...- Os dois se olhem não sabendo o que fazer, Jason começa a correr e Lídia o segue.
— Temos que ficar juntos, eles querem pegar você!
— Eu sei tanto dos ricos quanto você, e não quero bancar o idiota de filmes de terror agora.- Ele para na esquina e se encosta na parede, tentando raciocinar.
— São o Cold Blood, não os colocariam em lugares aleatórios.
— Acho que sei por onde começar...- Jason volta a correr, mas ao atravessar a rua, acaba sendo atropelado por um carro.
— Jason!- Lídia dá um alto grito. Ao perceber Ellen saindo do carro com uma arma, ela corre na direção contrária entrando rapidamente em um beco.

 

Seus olhos acabaram de se abrir, Sara só conseguia ver aquela imensa queda se desse um simples passo. Tentou mover seus braços, mas estavam presos com algemas em uma barra de ferro longa, ela apenas conseguia encostar na cintura de Thiago, que estava amarrado junto a ela do outro lado:
— O que está acontecendo?- Sua expressão demonstrava medo.
— " O Jogo Final " ou " Madruga de Socorro ", como quiser chamar.- Reponde Thiago com má vontade.
— Não estou entendo nada...
— Você é muito burra; As duas anfitriãs, Rebeca e Ellen nos colocaram aqui para " O Jogo Final ", onde estaremos em perigo e precisaremos da ajuda de outras pessoas para nós salvar, blablablá...um grande clichê.
— Meu Deus...- Sara arfa e levanta a cabeça, querendo deixar de olhar para baixo.- Dessa vez elas se superaram...Eu não quero morrer.
— Não sei porque está surpresa, é o Cold Blood, são como um filme de ação clichê, e com pouca ação na verdade .
— Não estamos em um filme, Thiago. Nós podemos morrer!
— E acha que eu não sei? Tem uma bomba pronta para iniciar há alguns centímetros de nós e acha que não me preocupo com a minha vida? Se seus amigos não nos acharem, estamos mortos, Sara, literalmente mortos.
— Uma bomba...
— Eu esperava mais criatividade da parte deles...- Admite ele, um pouco injusto com a situação.- Talvez estejam guardando o melhor para o final...
— Esse já é o nosso final.- Ela começa a lacrimejar.
— Já? Não sabia que a sua máscara caia tão fácil.- Diz ele rindo.
— Como consegue ver meu rosto?
— Todo mundo faz sons quando começa a chorar, deveria saber disso, é profissional...- Thiago olha para a bomba, com a intensão de saber os minutos que ainda lhe restavam.- Temos quase uma hora, podemos aproveitar e recordar os melhores momentos de nossas vidas.
— Não estou no clima para zoeiras...
— Melhor aproveitarmos o clima que nos resta.

 

Jessica caminha até a porta do quarto de Rose, ela a abre devagar, fazendo um rangido enquanto deixa uma brecha para observá-la. Estava dormindo virada para o quarto, cobrida por um lençol e agarrada a um urso de pelúcia, um sorriso tomou conta do rosto de Jessica que então fechou a porta. No entanto, foi surpreendida com um pano sendo colocado em suas narinas, enquanto alguém segurava seus braços por trás, com um chute ela consegue que a pessoa se afaste e caia. Ao se virar se depara com Rebeca que ainda no chão pega sua arma, mas é jogada para longe com um chute, ela se levanta rapidamente e parte para cima com um soco que é desviado facilmente, Jessica consegue segurá-la e a pressiona na parede colocando seu braço contra o pescoço dela:
— Que merda tá acontecendo, Rebeca?- Jessica exige uma satisfação, mas ela continua a tentar se soltar.- Rebeca, para!
— Precisamos dela.- Diz a pressionada com falta de ar, enquanto observa Ellen se aproximar e jogar Jessica para longe, que acaba batendo a cabeça na parede. Ao conseguir se soltar, ela fica ofegante, mas logo recupera o ânimo para falar.- Prende essa idiota em algum lugar...- Ellen a arrasta pelo cabelo, procurando um cômodo para trancá-la, Jessica tenta derrubá-la mas a tentativa é falha.
— Já acabou, Jessica?- Ellen consegue trancá-la dentro do banheiro, com uma chave que pegara no bolso. Ao conseguir se levantar, Jessica começa a gritar e tentar arrombar a porta colocando toda a sua força. Após alguns segundos, Jessica consegue derrubar a porta caindo junto a ela, ao olhar ao redor não havia sinal de mais ninguém.
— Rose?!- Gritara pela filha e rapidamente corre ao seu quarto, mas Rose já não estava mais lá. Sem saber o que fazer, apenas olhou para o quarto sem a presença da filha.- Eu vou matar você, Ellen, eu juro.- Ela então olha para o chão, Onde havia um colar com dezenas de chaves de tamanho e larguras diferentes.

Lídia já não aguentava mais correr, por sorte um carro de polícia estava estacionado no fim da rua que percorra, com a pouca disposição de correr que ainda tinha ela chegou até, batendo na janela do carro e se debruçando ao ser aberta:
— Me...Me ajudem.- Fala ela arfando, enquanto percorria com a sua mão o rosto cheio de suor.
— Tudo bem, moça, o que houve?- Ao enfim conseguir ajuda de dois policiais, um sorriso de tranquilidade apareceu em seu rosto. O policial do banco do carona cutuca o outro com o ombro, enquanto olha para a mulher.
— É ela?- Sussurra o motorista, em quanto o outro concorda com a cabeça. Lídia começa a suspeitar dos dois, e por um gesto de impulso e intuição volta a correr.- Merda!- Os dois saem do carro, armados e mirando para Lídia que já estava longe. Ao perceber que havia chegado em um beco sem saída, ela apenas consegue pensar em arrombar a porta dos fundos de uma casa que levava até onde está, mas ao tentar abrir normalmente percebeu que estava aberta e entrou a deixando aberta, ao correr pelo imenso corredor acabou passando pela sala, onde uma família se reunia em frente a Televisão e se assustaram ao vê-la passar. Eles se levantam e correm até o corredor em quanto os policiais entram na casa dando instruções para todos permanecerem na sala, Lídia consegue se trancar em um quarto, ficando imóvel por nenhuma ideia vir a sua cabeça. Após perceber o tempo perdido, ela consegue fixar uma janela escondida atrás de um guarda-roupa, rapidamente, Lídia afasta o móvel e abre a janela que deveria ter cinco metros de altura, ela se senta na beira ouvindo os homens chegando correndo e tentando arrombar a porta.
— Não acredito que vou fazer isso.- Lídia se joga da janela e cai feiamente no chão, mas sem enrolação começa a correr novamente.

 

— 30 Minutos.- Diz Thiago encarando o tempo cronometrado da bomba.
— Para de falar isso, parece rádio relógio.- Reclama Sara, olhando o céu, a espera de que algo caia dele para salvá-la.
— Veja pelo lado bom, seu nome é " Sara ", caso você se machuque, vai " Sarar"
— Grande piadista você, hein.- Bufa se sentindo ofendida. 
— Se anima, amorzinho , vamos para o inferno juntos, onde pagaremos por pecados que nem lembramos.
— Diga apenas por você, Thiago.
— E porque não você? Você também fez coisas horríveis.
— Eu fui obrigada pelo Cold Blood, pelas circustâncias, era o único jeito...
— De você sobreviver? Descobrir mais sobre Dylan?- Ele dá um pequeno sorriso no canto dos lábios, ao perceber o silêncio dela.- Quantas vezes teve a chance de desistir, sair da cidade, ou evitar uma tragédia, mas sempre foi teimosa o suficiente para colocar a vida de todos em risco.
— Você sabe como é ser manipulado pelo Cold Blood.
— Tem coisas que fazemos sozinhos, mesmo nos enganando achando que fomos forçados.- Os dois arfam em conjunto, mostrando que aquele assunto só os faziam depressivos.
— Então...O que você fez por conta própria?
— Muitas.
— Me diga uma.- Insiste ela, mesmo percebendo a inquietação de Thiago.
— Pra quê você quer saber tudo isso?
— Só quero que alguma vez na vida...nesse caso na morte...Eu consiga ter um momento em paz com você. Não sei sobre o seu passado, como fez para chegar nessa situação...O máximo que sei é o quão sanguinário lhe tornaram...
— Pare com isso! Eu nunca gostei de você, Sara, se te salvei de se suicidar, foi por Ellen me mandar cuidar de você. Pra mim você sempre será aquela menina teimosa, revoltada e causadora de mais sofrimento a todos que se aproximavam. Todo mundo do Cold Blood fizeram coisas que não se orgulham, e não vamos nos sentir melhor contando isso alguns minutos antes da nossa morte. Quanto mais você tenta ajudar, se aproximar, ou conversar...Só causa mais problemas à todos, todos estamos aqui por sua culpa! E não tente negar esse fato, no fundo sabe o quanto estou certo.
— Eu sinto muito...
— É, realmente deve sentir...Mas já que quer tanto saber uma das coisas que eu fiz, vou lhe contar.
— Não precisa mais...
— Eu faço questão.- Sara estava curiosa o suficiente para não insistir no " Não precisa ", e se continuasse, estaria mentindo.
— Você não sabe o houve no dia que encontrou Guy pela primeira vez na casa abandonada.
— Claro que sei, Jason me estuprou.
— Todos só sabem essa parte da história, mas o que ninguém sabe é que eu também te estuprei, Sara.- O rosto de Sara, não demonstrava expressão alguma, estava surpresa, triste, aborrecida, mas ao perceber que nada que dizer ou fazer mudaria aquilo, ela apenas forçou um sorriso.
— Então o meu filho, é seu filho?
— Não sei...Tem bastantes chances de ser.

 

Diogo caminhava tranquilamente pela rua, usando sua máscara e carregando uma arma na cintura. Já era acostumado a andar pela cidade de madrugada, mas não antes da meia-noite. Ele não tinha medo do Cold Blood ou de " fantasmas " o atacarem, apenas queria sair daquela casa e não se esconder por apenas ter um rosto deformado. Diogo sabia que sua mãe só queria protegê-lo, mesmo assim teria sua liberdade de qual quer jeito; "não é por apenas ter algo diferente em meu rosto, que não posso ser normal ", dizia ele em sua mente quando estava isolado na casa. Um carro se aproximava na esquina, com um gesto impulsivo colocou sua mão na arma, sem levantá-la ou abaixá-la, apenas a segurando. O automóvel passa por ele em alta velocidade, ao se virar percebe que ele já estava quase na esquina contrária. De repente a porta do carro se abre, e uma menina de cabelos ruiva pula de lá, rolando até a entrada de uma casa amarela. Ao ser surpreendido pela aquela cena, Diogo corre até a criança para ajudá-la, mas Ellen sai do carro apontando uma arma para ele e dando um tiro que acaba quebrando a janela da casa, rapidamente ele pega a sua arma da cintura e atira no braço dela, que larga a arma para segurar o sangramento no braço. Logo em seguida Rebeca sai do automóvel também segurando uma arma, mas antes de tentar atirar, Rose pula em cima dela gritando e a batendo com os pés, enquanto se segurava com os braços envolta de seu pescoço, com um dos pontapés, ela consegue que a arma caia no chão e se joga do corpo de Rebeca, que após aquela situação, estava imóvel. Rose consegue por suas mãos na arma e aponta para ela, Ellen se abaixa para pegar a sua que estava caída no chão, mas Diogo abre a porta do carro e a joga lá dentro antes que ela a pegue, ao perceber que estava sem saída com aqueles dois, Rebeca retorna ao carro correndo e se dirigindo ao banco do motorista, junto a Ellen que estava jogada no banco de trás. Ela acelera e vai embora, não sem antes tentar dar outro tiro com a arma reserva que guardava no porta-luvas, mas que também é desviado:
— Você está bem?- A menina confirma com a cabeça, seu braço estava ralado, assim como seus pernas.- O que aconteceu?
— O Cold Blood...- Diogo olha para a esquina, não havia mais sinal de nenhum carro.- Meu nome é Rose.

 

Ao perceber que já havia corrido o suficiente, Lídia se senta no chão em quanto pega seu celular no bolso. Ela liga para Daniel, mas após alguns minutos insistindo na ligação, desiste e apenas se deita na calçada, suando frio e fechando lentamente os olhos, em quanto sem perceber um carro se aproximava com a janela aberta:
— Não é hora para dormir, Lídia!- Jessica abre a porta do carro para ela, que em seguida entra dando um sorriso enorme ao vê-la.- Sabe o que está acontecendo?- Lídia pega seu celular e mostra para ela a mensagem, que arfa ao terminar de ler.
— Atropelaram Jason, a Sara sumiu e o Daniel não entende...A policia também está envolvida...
— O jogo começa a meia noite, temos vinte minutos para encontrá-los.- O carro da partida, e elas cruzam a esquina.
— E como vamos fazer isso? Eu não tenho a menor noção da onde eles possam estar. 
— Algum lugar que marcou a trajetória deles na cidade com o Cold Blood...Não podem ter ido muito longe.
— Acho que bom sim...- Lídia olha pela janela, tentando por um momento se distrair daquilo. O carro passa por um ponto-de-ônibus, perto das cadeiras, havia uma placa anunciando " Chucky - A Serie ", uma lembrança de repente vem à sua mente.- Sei onde procurar...

 

Marina estava dormindo na cama do hospital, sua mãe havia lhe contado sobre o irmão, ela não quis fazer muitas perguntas, pois sabia que era melhor saber o mínimo possível por enquanto, ainda não estava liberada para voltar para casa e a mãe já tinha preocupações de mais. Ao ouvir o barulho da porta se fechando, ela acorda, olha ao redor e não vê ninguém. Marina coloca a mão em cima da cômoda ao lado da cama para pegar um copo d`água, mas acaba a derrubando:
— Merda!- Reclama ao deixar a água cair e molhar o chão. Ao olhar novamente para a cômoda, percebeu uma caixinha de presentes em cima dela, Marina pega um pedaço de papel que estava em baixo da caixinha e o lê: " Não precisa se preocupa com ele, já dei conta pra você. Pode me agradecer depois Ass: Seu amado ".- Mãe?!- Chama ela, mas não recebe resposta. Marina então decide abri-la para saber o que havia dentro; um dedo, um dedo humano sem unha e ainda com sangue. Ao ver aquele membro, ela joga a caixa para longe e começa com gritos histéricos, até que uma enfermeira junto com sua mãe entram no quarto.
— O que houve?- Perguntou Ruby, mas a filha não conseguia falar, apenas apontava para a caixa.
— Quem colocou isto aqui?!- Fala a Enfermeira, pegando o dedo que havia voado para longe da caixa e o colocando de volta nela. Ruby ao ver aquilo, se senta na cama junto a filha.

 

— Não acredito que fizemos isso...- O motorista ainda estava em choque, em quanto Bianca não parecia se importar nem um pouco. O carro já estava na garagem, o homem se dirigiu até a entrada da porta dos fundos, onde pegou uma cadeira-de-rodas e a levou até a entrada do banco do carona. Ele a pegou no colo e a sentou na cadeira.
— Quero minha outra cadeira depois.- Disse Bianca em quanto se dirigia até o jardim da mansão.
— O que devo fazer com...o corpo?- Ele sussurra, esperando instruções.- Não posso tirar o que você quer em quanto não enterrar ela em algum lugar...
— Estou te pagando, essa parte é problema seu.- Bianca olha para o chafariz, se lembrando de época em que era pequena, ela e seus irmãos eram encantados por aqueles chafarizes brilhantes, o jogo de cores tão lindos, mas uma vez em que estavam em um festa de grande porte, Dylan queria vê-lo mais de perto, e acabou sendo empurrado por Jason. Ela começa a rir a se lembrar disso, Sofia chegou correndo para tirá-lo de lá, e todos na festa pararam para apreciar a criança molhada ser resgatada. 
— Dona Bianca?!- Uma voz atrapalhava sua risada, ao se virar vê uma de suas empregadas caminhando até ela.
— O que houve?
— O senhor prefeito foi preso.- Bianca queria sorrir e gritar de felicidade mais que em qual quer momento da sua vida, mas ao perceber que um sorriso estava nascendo no canto dos lábios, resolveu esconder sua agitação.
— Por quê? Minha mãe sabe disso?
— A policia veio aqui atrás dela, mas não tiveram nenhum sinal da sua mãe...Ainda não sei o que houve, estou tensa com tudo isso...- Com uma expressão falsa, demonstrava estar totalmente desinformada e preocupada com a situação.
— Vou tentar descobrir algo, obrigada.- A empregada se retira. A felicidade de Bianca não existira mais, queria sua mãe atrás das grades, mas infelizmente para ela, Sofia era mais esperta do que aparentava, e a maior pergunta ficou em sua mente: " Aonde ela pode estar ". Ao decidir ir em bora, Bianca olhou pela última vez o chafariz, e de repente ele ligou. Ela olha para todos os lados, procurando alguém, mas todos estavam longe de mais para conseguirem ligá-lo.

 

Jessica sabia como jogar com o Cold Blood, procurar nos lugares que marcaram história, e o penhasco foi uma história até mesmo na época em que ainda fazia parte do grupo, foi lá onde a sua mãe morreu. Ao chegar no topo, viu Sara e Thiago algemados em uma espécia de barra de ferro, e perto deles uma bomba cronometrada:
— 2 minutos e...Jessica?!- Ela pega o colar com as dezenas de chaves no bolso, e começa a tentá-las.- Ai meu Deus, quantas chaves tem ai? 34?
— 32.- Ela responde a pergunta retórica.
— Não poderiam ter enviado outra pessoa para nos ajudar?- Resmunga Sara, tentando olhar para Jessica, mas seu pescoço doía o suficiente para fazê-la desistir. 
— Duvido que a Lídia saiba desarmar bombas.
— Lídia está bem?- Pergunta Sara.
— Está me ajudando a procurar vocês, Jason e Daniel também foram pegos e a Rose...faz só alguns minutos.
— Não acho que eles pegariam tão em cima da hora, é a " madrugada de socorro ", então temos até o sol nascer para encontrá-los.- Thiago tenta pôr esperanças em Jessica, que acredita que aquilo faz sentido.
— Como sabia que estávamos aqui?- Ela consegue abrir a algema de Thiago, ele sai de perto da barra e esfrega seus pulsos com a mão, tetando tirar a marca dolorida das algemas.
— Esse lugar é importante para o Cold Blood, várias coisas aconteceram nele.
— Nem me diga...- Lembranças com Jason vêem atona em seus memórias.- Dá pra agilizar?
— São 32 chaves, não dá pra agilizar.- Jessica continua tentando abri-la, em quanto Thiago desarmava a bomba.- Sobre hoje, Sara...
— Eu não quero ouvir, sério, eu realmente não quero ouvir.
— Sinto lhes informar, mas não tem fio vermelho.- Brincava Thiago mesmo estando em risco.
— Arranca o branco.- Jessica já era especialista no assunto de bombas, ela aprendeu com a melhor da organização. Finalmente ela acha a chave para soltar Sara, com cuidado ela sai da beira e vai para perto de Thiago.
— Pronto, desarmei.
— Agora temos que correr, precisamos achar Daniel, não sei se a Lídia o encontrou.- As duas começam a descer o penhasco, tentando ser rápidas e cuidadosas para não despencarem de lá com uma outra armadilha. Ao olhar para trás, Sara percebe que Thiago não havia mexido um músculo para descer, Jessica pega seu celular e a encara.- Meia-noite.- O barulho de uma bomba apitando vinha de dentro de Thiago, as duas enfim perceberam onde a verdadeira bomba realmente estava.
— Fodeu.- Com essas últimas palavras ele explode, seus membros e órgãos voam para todos os lados, seu sangue esquixa na roupa e rosto das duas que estavam totalmente em choque. A perna havia ido parar aos pés de Sara, que a encarava desnorteada.
— Meu Deus...- Sara limpa seu rosto.
— Bem, adeus Thiago. Vamos, Sara.- Jessica volta a descer, ainda dando algumas olhadas para trás para ter certeza que a filha a estava acompanhando.

 

Lídia havia pedido para Jessica deixá-la próxima de uma rua, a rua em que ficava a casa abandonada onde Sara encontrou sua boneca, mas ao chegar ao local não havia mais nenhum sinal da casa, ela havia sido demolida há ano atrás, e aquele terreno havia se enchido de mato. A morena já estava para ir embora, até que algo no chão lhe chamou a atenção, um brinco de ouro, Ellen o estava o usando no Baile. Ao perceber aquela pista, Lídia entra no meio da mata do tereno, olhando para baixo à procura de qual quer coisa que a leve a um dos " desaparecidos ". Após algum tempo procurando, enfim achou a porta de um alçapão que estava trancada por um pedaço de madeira, ela a tira e abre a porta, desce as escadas o mais rápido possível e dá de cara com seu namorado dentro de uma caixa de vidro:
— Daniel?!- A água já estava começando a encher, o rosto de Daniel demonstrava esperança, Lídia não sabia o que fazer, apenas o encarava.
— Pega a marreta!- Gritou ele, a água enchia cada vez mais rápido, e já chegava ao seu joelho. Ao olhar para o chão perto da parede, ela vê o objeto que ele havia mencionado, rapidamente a pega com um pouco de dificuldade e começa a bater fortemente no vidro, que após 3 batidas já começa a rachar.- Vamos, Lídia!- Ouvindo a motivação de seu namorado, ela tenta pôr cada vez mais força, até que o vidro sede e a água molha toda a sua calça, e a corrente a faz dar passos para trás. Daniel sai de lá e em seguida a abraça.
— Você está bem agora!- Lídia pega seu celular no bolso, que por milagre não estragou.- Temos que ir!

 

Bianca está deitada em seu cama, escrevendo mais um capítulo de sua história em seu nootbook. Já havia começando aquele enredo há alguns meses, e surpreendentemente já havia escrito 34 capítulos enormes, ela o postava em um site para escritores iniciantes e já tinha vários fãs que aguardavam ansiosos por capítulos novos. Ela dá uma pausa de escrever após ouvir o barulho de mensagem em seu Facebook: " Oi, está ocupada? ", Bianca a responde.
Você: Sim.
Helena: Desculpe, mas você não posta capítulos novos há 1 semana, e nunca ficou tanto tempo assim.
Você: Problemas pessoas, amanhã já sairá um novo.
Helena: Que bom :D 
Você: Então, o que está achando do relacionamento dos protagonistas?
Helena: É totalmente insano, ele matou a mãe dela, como podem se apaixonar desse jeito?
Você: Quer receber um spoler?
Helena: Pra ser sincera, eu prefiro ler com meus próprios olhos, é bem mais emocionante e revoltante.
Você: Tudo bem, já que prefere assim.
Helena: Prefiro.
Você: Você é a décima segunda leitora que vem me perguntar sobre o capítulo novo.
Helena: Realmente desculpa de novo.
Você: Na verdade eu gosto :V 
Helena: Quem diria, ela usa emoticons.
Você: E quem não usa?
Helena: A sua personagem que teve as duas mãos amputadas 
Você: Que horror :V
Helena: Não fui eu que escrevi a cena.

 

Meia hora depois...Lídia e Daniel percorriam a rua, procurando Sara e Jessica que então apareceram, ensanguentadas:
— O que houve?- Questionou Lídia, que estava assustada com suas roupas cheias de sangue.
— Colocaram uma bomba dentro de Thiago.- Respondeu Jessica, tentando evitar que Sara se sentisse mal ao dizer.- Ele explodiu e o sangue voou para todos os lados...
— Meu Deus...- Ela não sabia o que dizer, então resolveu mudar o assunto.- Acharam Rose?- As duas balançam a cabeça negativando.
— Acho que uma de vocês deve voltar para procurá-la, ela pode ter conseguindo fugir.- Diz Daniel tentando ser útil.
— Ela é só uma criança, não conseguiria fugir do Cold Blood.
— Rose é mais esperta do que você pensa, Lídia.- Jessica a encara, com uma expressão de quem sabia mais.
— Devemos nos dividirmos em dois para procurá-los, Jason também foi pego.- Falava Sara.-Temos que pensar como o Cold Blood, ser o Cold Blood, não acho que isso será difícil para nós. Isso é um jogo, e a única regra é que não tem regras, então devemos usar todas as armas que temos para sobreviver.- De repente o som de um tiro é disparado, todos olham ao redor procurando por Ellen ou Rebeca. Não sentiu o tiro em seu peito a atingir, o sangue escorria pelas suas vestes, e ao olhar para seu próprio corpo, viu o buraco que o havia lesionado, Todos procuravam um atirador, mas não um ferido. Ao cair no chão, eles enfim perceberam, sabia que aquele poderia ser o seu último momento, e apenas olhou para a imensidão do céu onde uma estrela cadente passava, e fez um pedido, poder ver o rosto de sua filha pela última vez.
— Lídia!- Daniel correu até ela, e com as mãos tampou o sangramento.
— Lídia, por favor...- As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto ensanguentada de Sara, que se ajoelhou junto a amiga.- Não posso te perder também.

— Você vai ficar bem?- Diogo estava parado em frente a porta da casa de Rose, junto a ela que pegava a chave em baixo do tapete.
— Vou sim.- Respondeu a garota.
— Sua mãe está casa? Só irei embora quando você ir lá ver.- Rose entrou na casa, onde ficou vários minutos. Percebendo a demora, Diogo resolveu ir embora, não podia arriscar que alguém o visse e o pedisse para tirar a máscara. Pela janela, a garota o olhava sair, esperando o ficar bem longe de sua casa. Após isto, tranca a porta e se dirigiu ao quarto que estava totalmente escuro, deixando que apenas a brecha de luz entre a porta e o chão passassem. Havia um homem encostado em sua parede, ele caminhou para mais perto dela e acariciou seus cabelos ruivos, Rose se sentou na cama e pegou um livro que estava perto de seu travesseiro.
— Ele já foi embora, tio Dylan. Pode ler mais uma história pra mim?

 

Continua...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...