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História Segredo Virtual - Capítulo 25 Offline Final de Temporada


Escrita por: Alehandro2017

Notas do Autor


Esse é o fim da Primeira Temporada de Segredo Virtual, e essa irá entrar em hiatus por algum tempo, para eu poder focar nas outras mini-s que fazem parte do mesmo universo. Espero que gostem do final:

Capítulo 25 - Capítulo 25 Offline Final de Temporada


Sara, Dylan, Bianca, Jason, Lídia...várias pessoas que se protagonizaram e se torturaram nessa história de destruição. Mas o como uma simples garota em possível depressão, virou uma assassina que causou o caos ao redor? Ou melhor...Como nós chegamos até aqui?

 

Levanta.Levanta.Levanta. Era apenas essa palavra que Sara recitava repetidamente em sua mente, digamos assim...perturbada, se bem que isso não é novidade para ninguém. A cama parecia tão mais confortável naquele momento, e seus olhos estavam selados de mais para conseguir abri-los. Ok, então, não tem problema. Outra pessoa pode ajudá-la a se levantar. Sendo afogada por um balde de água fria, a nossa pequena protagonista rapidamente teve coragem de abrir os olhos e levantar:
— Como você ousa dormir mais do que eu no dia do meu casamento?!- Grita Lídia, empurrando ela para perto da porta.- Eu tô indo pro salão. Se arrume logo!
— Meu lençol favorito...- Resmungava Bianca, fazendo cara de choro.- Eu vou enfiar sua cara no bolo!
— Eu iria amar, Bi. Tô com medo de comer algo e passar mal...- Responde a noiva.
— Alguém vai morrer por isso!- Grita Sara para duas, correndo para o banheiro.
— Podemos parar de falar de morte pelo menos no dia do meu casamento?! Esse é o meu momento de libertação!
— Se continuar reclamando eu te mando pra Sonserina.- Referencia Bianca, enquanto abria uma caixa de joias.
— Sonserina não!- Ouvi-se a voz de Sara do banheiro.
— Eu não sou obrigada a entender essas referências de filme.
— E nem a gente a te aguentar, sua mala.- Ela retira de dentro da caixa um pingente com meio coração.
— Uau, quem te deu?- Pergunta Lídia.
— Se eu tiver que responder, vou levantar a mão na hora do " Fala agora ou cale-se para sempre".- Ameaça Bianca. 
— Por precaução retiramos essa parte do discurso. Não quero ver Ellen retornando das cinzas como uma fênix para vir atrapalhar.

 

— Que merda eu faço agora, Jason?!- Grita Daniel, eufórico. 
— Bem...Acho que você deveria vestir uma roupa primeiro.- Ele olha para baixo e percebe está nu. Rapidamente pega um cobertor e se cobre.- As garotas já devem está arrumadas há essa hora...Mas que santa pessoa consegue dormir faltando um dia para o casamento?!
— Alguém que não dormiu há uma semana?!- Daniel se tranca no banheiro.- Ah, Jason, vai se foder.- Batidas são dadas na porta. Jason a abre e o pai de Lídia adentra no local.
— Pelo jeito aqui virou um hospício.
— Boa percepção. Bora Daniel, a gente te ajuda.- Sebastian abre o guarda-roupa de Daniel e tira um terno de dentro dele.- Pelo amor de Deus, você nem arrumou a roupa!
— Não o culpe tanto. Está nervoso.- Ele continua a procurar uma calça, e enfim a acha.- Kit inicial completo.
— E a cueca?- Questiona Jason.
— Pegue você, massacrante da serra elétrica.- Sebastian bate na porta do banheiro, e Daniel abre uma fresta para pegar a roupa.
— Obrigado.- Agradeceu o noivo.- E estão limpas, se é isso que estão tão preocupados!- Jason continuava parado em seu posto, enquanto o mais velho fez as honras de pegar a roupa íntima e entregar por de baixo da porta.
— Mil desculpas, mas eu não ponho a mão em nenhuma roupa dele. É uma longa e embaraçosa história. 
— Posso imaginar...

 

— Vamos, Rose!- Exigia Jessica enquanto balançava a filha na cama.- Você não estava ansiosa pro casamento?
— Já passou...- Diz em um tom sonolento.- Só mais mil horas, ai eu levanto...
— Vai ter bolo, e doces!- Rose levanta lentamente após ouvir isto.
— É bom que o bolo seja de chocolate, se não alguém vai se ferir gravemente. E tenho dito!- Ameaça a criança, apontando para a mãe. Jessica esboça uma risada sem som, enquanto Rose pegava sua roupa em cima da cômoda perto da porta.
— Se não tiver, eu faço um bolo de chocolate com brigadeiros em cima!
— Vou ligar para meus contatos esconderem todos em baixo da mesa e me derem depois.- Após completar sua frase, Rose dá uma risada maligna.
— Uau, seria uma pena se eu descobrisse seu plano, não é mesmo, pequena chefe do crime?!- A menina dá a língua para a mãe.
— Você é esperta demais para minha linha de pensamentos, senhora Jessica. Tenho que dar meu braço á torcer.- Ela gira o braço para a mãe.
— Vá logo pro banho, sua enrolona.
— Mas..Mas...Tá...- Rose entra no banheiro com cara emburrada e fecha a porta. A mamãe postiça viu Lícia de pé no corredor. Seu rosto aparentava uma certa curiosidade.
— Você quer ir?
— Não, obrigada. Nunca me dei com festas.- Respondeu ela, desviando o olhar para a poeira que sobressaia sobre a luz do sol que invadia o cômodo pela janela.
— Talvez por você nunca ter a ido a uma.
— Provavelmente. Mesmo assim, prefiro ficar aqui.- Lícia volta a seus afazeres, e Jessica recua para seu quarto. Seus olhos aparentavam que lhe tinha dado um sensação de nostalgia, como se estivesse prestes a abrir um baú de brinquedos velho que contivesse algumas fotos antigas. Mas logo essa aparência se desfez, e sua visão foi para perto do seu guarda-roupa, abaixou-se até uma de suas gavetas e o abriu. Aquela sensação voltou ao seus olhos ainda mais intensa, e um sorriso delicadamente perverso ganhou forma entre seus lábios. Suas mãos enrugadas e ao mesmo tempo tão jovens, proporcionaram a retirada de sua antiga vestimenta. Uma elegante e marcante capa vermelha. Mil lembranças vieram à sua mente, e ao olhar mais afundo na gaveta, viu uma caixinha de madeira, abre-a e retira um batom tão vermelho quanto a capa. Ela caminha até um espelho de chão em formato redondo, feito de madeira escura, e então veste o seu antigo traje. Leva o batom até seus lábios, e o passa delicadamente. Ajeita seu cabelo para trás com a mão, então admirando-se em frente ao vidro, enquanto uma sensação de poder volta a correr em seus veias, como se estivesse em anos atrás.
— Nós vemos tudo...- Diz ela observando atentamente como seus lábios se mexiam, como sua voz era serena e tão graciosa.-...Inclusive a sua alma.- Um grandioso sorriso surgiu em sua face, o sorriso perverso que havia tido há poucos estantes, só que dessa vez bem mais intensificado e marcador. Essa frase sempre a fascinara, o jeito com qual as palavras saem da sua boca de uma maneira tão majestosa, o fato de ser intrigante, poético e assustador ao mesmo tempo.

 

Marina penteava seu cabelo em frente ao espelho, preparando-se para começar o dia. Uma notificação fez seu celular que estava em cima da cômoda vibrar. Ela ouve o barulho e levanta para buscá-lo. Era uma notificação do facebook avisando que havia recebido duas novas mensagens em outra conta longada no mesmo celular. O seu fake. Marina suspira, havia deixado aquilo para trás há um bom tempo, mas decidi ir em frente e entrar novamente nos encantos de uma velha aventura. Abriu uma mensagem de uma antiga amiga que não conversava há quase ano, já que ela tinha abandonado aquele universo. " Estou de volta ", a única frase. Então sai do bate-papo e vai em busca da outra mensagem notificada. Sua reação não poderia ter sido pior, quase tacou o celular na parede ao ver o nome " Jack ". Se pensava que Dylan estava vivo antes, poderia ter certeza agora. Ela abre a mensagem; " Não seja um peso morto nesse jogo, Marina. Sabe o que acontece com eles, são devorados pelos outros do bando. Espero que volte a ser Elisa. Foram ótimos momentos que passei com você :) ":
— Ei, Marina.- Chamou o irmão entrando no quarto.- Deixaram isso na porta para você.- Ele coloca em cima da cama e se retira. Ela pega um pacote lacrado com uma embalagem preta, e apenas o endereço e a pessoa a ser entregue escrito em um pedaço de papel colado. Suas mãos começam a fazer o trabalho, e então o-abre.
— Uma capa branca?!- Uma linda e dobrada capa branca, e logo sobre ela, mais um bilhete de Dylan. " Você sempre quis ser uma vilã. Tem essa oportunidade agora, Elisa. " estava escrito.

 

— Vem logo, Sara!- Grita Lídia saindo da portaria, esperando pela madrinha.
— Calma...- Ela desce rapidamente as escadas, já que Bianca e Lídia haviam ido pele elevador.- Sinto que estou esquecendo algo
— A sua pontualidade, talvez...- Introduziu-se Bianca, tentando fazer graça.
— Meus brincos! Eu já volto!- Sara corre para dentro do elevador, enquanto a noiva fingia uma expressão de raiva, que no fundo era verdade. 
— Noivas são tão neuróticas quando estão prestes a casar?- Perguntou a si mesma em voz alta. Ela chega no terceiro andar e entra no apartamento. Sara caminha até seu quarto, com passos apressadas, para não precisar ouvir mais as reclamações da amiga. Ao olhar para o que estava na sua cama, um arrepio tomou o seu corpo. A sua boneca sósia usava o colar da sua mãe, que a havia deixado em cima do túmulo há quase 3 anos atrás. Seu próximo alto foi vasculhar cada cômodo da casa, procurando por alguém, mas nada encontrou. Sara esconde os objetos em baixo de sua cama e pega os brincos que estavam ao lado de uma pilha de livros, então parte para fora do local.

 

E enfim o tão aguardado momento chegou. Havia mais ou menos vinte pessoas sentadas em suas cadeiras na areia, admirando o arco branco com lindas flores traçadas em sua estrutura. Haviam duas mesas cheias de alimentos, uma de cada lado das fileiras. E a mesa principal perto da onde seria a cerimônia, nela estava um bolo enorme de quatro andares, e vários docinhos que seriam roubados antes dos noivos realmente se casarem:
— Quando isso vai começar?!- Perguntou Rose dentro de um carro, vestida com um lindo vestido branco e segurando uma espécia de travesseiro com duas alianças. 
— Logo.- Respondeu Jessica, falando com ela através da janela.
— Eu quero logo roubar os doces, mãe! Ou você vai lá roubar por mim?- A menina faz uma cara fofa para que a adulta trouxesse os doces. 
— Tudo bem, Rose, eu pego os doces.- Decidiu a mãe, enquanto caminhava até a mesa em que o bolo se encontrava. Sara e Lídia estavam no carro ao lado, junto da companhia de Sebastian, que tentava acalmar a filha.
— Eu estou com sede.- Resmunga Sara. Lídia olha para a cara dela com uma expressão séria.- Acho melhor eu sair daqui e tomar um ar, sabe.- Dito e feito, a ex-anêmica se retira do veículo e caminha pela areia, observando as pessoas conversando ao redor. Ao olhar para um carro mais à frente, avistou Jason encostado na lateral com um elegante terno e uma gravata borboleta, " horrenda ", como pensou Sara. Ele percebe que está sendo observado e olha de volta para ela, que se recomponha e abaixa a cabeça, agora prestando atenção na luz que refletia em sua sandália. Sebastian chega por trás de Sara, colocando a mão em seus ombros e dando uma sarrada nela.- O que você está fazendo?!- Fala enquanto se vira.
— Pensei que era isso que jovens estavam fazendo ultimamente.- Respondeu ele, dando alguns passos para trás. 
— Bem, isso seria taxado como assédio.
— Então desculpe por assediar você.- Ele curvou-se para frente, fingindo tirar um chapéu de sua cabeça e colocá-lo sobre seu peitoral.
— Já estou acostumada...- Sebastian a encara com uma careta.- Não desse jeito...Passado, entende? 
— Às vezes nosso passado pode nos impedir de sorrir, se é que você me entende.- Ela concorda com a cabeça e volta a caminhar. O homem direciona sua cabeça para o penhasco, colocando a mão de frente para a testa, tentando barrar o sol em seus olhos. Uma presença esperada se encontrava lá em cima, absorvendo o que cada " peça " de seu jogo estava fazendo. Ao virar-se, Sebastian percebeu que havia alguém lhe cutucando, era o dono da funerária.- Olá, senhor Almir.
— A morte tem nome, é Almir.- Comentou Sara, prestando atenção na conversa.
— Ele deve ser milionário...- Responde Bianca, que estava sentada em uma das cadeiras.- Quem convidou ele?
— Querendo ou não, ele participou bastante dos assassinatos.- Sara levanta a sobrancelha.- Acho que precisamos enterrar o nosso passado...Destruir ele. 
— Mas não é ele que nos transforma em como somos hoje?
— Você gosta de quem foi antigamente?- Pergunta, olhando diretamente em seus olhos. 
— Não é uma questão de gostar, é de aceitar.- Após a frase dita, o choro irritante de um bebê começa a atrapalhar a conversa de todos.- Deve ser seu filho.- Sara caminha até o carro de Lídia, onde seu primogênito se encontra.- Em horas tão inapropriadas quanto a mãe. Ao olhar para o banco aonde seu filho se encontrava, Sara viu que o choro de Lídia estava bastante semelhante ao dele.
— Por favor, nunca mais se case. Se vocês se divorciarem, eu mato os dois!- Rose olha para ela, tentando forçar um sorriso.- Com todo amor e carinho do mundo.

 

Após quase uma hora de agito e gritaria( O que era para acontecer depois ), enfim o casamento começou. O noivo já estava posicionado em seu devido lugar, enquanto Rose passava com uma cesta cheia de pétalas de flores diferentes, que ia jogando lentamente, caminhando para perto do noivo, até que acaba tropeçando no chão e caindo com a cesta em cima dela. Lídia observava aquilo pela janela do carro, Sara já havia entrando e sentado em uma cadeira mais à frente:
— Se eu cair, me deixa no chão. Eu quero enfiar a cabeça na terra e não tirar mais.- Avisou ela, para Jessica que via Jason indo até lá para levantar a menina.- Sinto que irei infartar. 
— O casamento foi caro, viva pelo menos pro bufê.
— Esse é o único motivo de eu continuar viva, os brigadeiros.- Rose acaba de jogar as pétalas que ainda haviam dentro da cesta, se senta perto de Sara que acaricia seus cabelos e beija sua bochecha e faz sinal para a noiva entrar. O pianista que havia chegada atrasado começa a tocar a consagrada e clássica musica de entrada da noiva, Lídia paralisa, mas Jessica a empurra para mais perto da porta. Sebastian abre a porta para a filha, que sai graciosamente do veículo com a ajuda do pai, que oferece seu braço para ela. 
— É uma cena que eu nunca esperava ver.- Cochicha Sara para Rose.
— A tia Lídia casando?
— A tia Lídia quase subindo no pai de tanto nervosismo.- Ao ouvir a frase, a criança começa a prestar atenção nisto, e logo após coloca a mão na boca para evitar o riso.- Viu?- Ela concorda com a cabeça.
— Adultos são tão imaturos.- Comenta a pequena. Lídia chega ao altar de areia, e o pai vai diretamente para um assento.- Seria muita crueldade levantar a mão na hora do " Fala agora ou cale-se para sempre "?
— Eles retiraram essa parte, triste.
— Afê, que casamento porcaria.- Reclama. Sara prende o riso, voltando a olhar para a amiga que estava se casando, mas logo um fato importante vêm a sua mente.
— Você não tem que voltar pra lá, pra entregar as alianças?
— Odeio minha vida.

 

E então passou os textos poéticos, votos, clássicos e " chatonildos ", como Rose gostava de chamar. As alianças já haviam sido colocadas, e os noivos já haviam dando o seu primeiro beijo de casados. Estava na parte da cerimônia que as pessoas estavam atacando a comida ferozmente, Rose que se diga, não tinha acabado de comer o primeiro pedaço de bolo, já havia garanto os dois próximos. Lídia já havia se acalmado consideravelmente, mas claro que Sara ainda tinha que aguentar alguns pequenos surtos. Marina estava entre os duas duzias de convidados, conversando com o noivo sobre como se sentia feliz por ele naquele momento. Jason continuava em uma quietude infernal, totalmente afastado daquele sentimento em que todos estavam envolvidos, Sara então entendeu qual seria a sua cena final:
— Quer que eu segure-o?- Se ofereceu Jessica para cuidar novamente do bebê nos braços de Sara.
— Não, obrigada. Você já ajudou demais.- Ela retribui o pedido com um sorriso.- Sério, obrigada...mãe!- As duas se abraçam.
— Será que alguém pode ajudar uma pobre cadeirante necessitada urgentemente de ir para algum lugar com sombra?- Disse Bianca, quase implorando para que a mais velha a empurrasse para debaixo de um guarda-sol.- Te devo minha vida.
— Olha que eu posso cobrar!- Ameaçou em tom brincalhão. Jason saiu de perto do povo, indo em direção oposta ao local. A ex-anêmica lembrou-se que foi aqui onde se conheceram, e então chegou a sua deixa. Ela caminhou até Lídia que se divertia rindo de alguma bobagem, sorriu e a beijou na bochecha.
— Eu te amo.
— Já sou casada.- Fala mostrando a aliança.
— Não, sério. Eu te amo, Lídia. Depois de tudo que a gente passou, estou feliz com esse momento tão importante para você. A sua presença foi muito especial no meu amadurecimento e em todo o caminho que eu percorri. Você foi minha lanterna quando eu estava presa no escuro.
— Você continua com a mentalidade de quatro anos.- As pessoas ao redor começaram a rir, aquela cena estava sendo muita fofa.- Que sentimentalismo todo é esse? Eu estarei lá para te acalmar no seu casamento com o Jason. 
— Sinto que estou te dando mais um problema para carregar, mas acho que desse hábito não consigo me desfazer.- Ela beija seu filho e o entrega nos braços de Lídia.- Cuide bem dele.- Sara começa a caminhar, seguindo as pegadas que Jason deixou como trilha. Daniel e sua esposa se entre-olharam, tentando entender o que tudo isso significou. Dylan parecia nem se importar de ser visto, estava há poucos metros dali, deitado em um lençol de praia enquanto tomava banho de sol, usando um óculos escuro e apenas de sunga. De repente uma chuva de realidade caiu sobre Lídia, que olha para cima do penhasco, vendo sua amiga se aproximar do suicídio em casal. Rapidamente gritou e avisou a todos, entregou o bebê para Jessica, e então começou a sua corrida para subir a enorme pedra. Jessica, Sebastian, Marina, Daniel, até o dono da funerária correram atrás da noiva que estava mais desesperada do que no início do evento. Sara chegou ao topo, Jason virou seu rosto para vê-la e estendeu sua mão para a amada, que aperta-a forte e se aproxima mais anda beira. Eles esperaram todos subirem, para então se virarem e ficarem face a face com as pessoas que mais amam no mundo.- Não faça essa despedida ser mais difícil do que já é.
— Sei que isso é um choque, e sinto muito por ter sido no meio desse momento tão especial, mas senti que essa é hora de dizermos adeus, Daniel.- Jason pisca para ele, que demonstrava estar tão desesperado quanto a esposa, mas mesmo assim, ninguém se atreveu a tentar segurá-los, poderiam acabar todos caindo dali se houvesse uma briga.- Sempre seremos um casal não assumido.- Os dois se viram para a beira novamente, ainda de mãos dadas.
— Não!- Grita Lídia. Daniel a segurava com os dois braços, tentando impedi-la de tentar reverter a situação. "Isso é uma decisão deles, Lídia " ele diz em seus ouvidos. As lágrimas dominam seu rosto, escorrendo até os braços do amado.O casal sorri um para o outro, esse era o ritual deles, um festival de sorrisos. Seus lábios disseram a última frase em conjunto, sem som algum, apenas o movimento de suas bocas..." Eu te amo ". Juntos pularam. Bianca observou o corpo dos dois caírem ao amar, as pessoas por querem ela daria a vida para salvar, e atrevidamente, uma lágrima escorreu.
— Adeus.- Disse o mestre do jogo levantando seu óculos escuro, incorporando a voz de Mary, a dona da loja de bonecas.

 

Dez anos depois...:
— Vamos logo, crianças.- Chamou mais uma vez Lídia, colocando uma garrafa d`água em sua bolsa.- Eu tenho que sair e vocês também!- Miguel estava totalmente fascinado em seu celular, já Rose estava ocupada demais tirando fotos no espelho do banheiro.- Quer saber? Pra mim já deu!- A adulta vai até onde o roteador se conecta e o tira da tomada.
— Ei!- Gritaram os dois em coral.
— Saiam de casa agora!- Ordena apontando o dedo para a porta. Eles bufam se dirigindo para fora.
— Hoje é sábado, mãe. Pode falar pelo menos pra onde você vai?- Pergunta Miguel.
— Nós realmente queremos saber?- Cochichou Rose.
— Vou visitar alguém.- A dona da casa então também se retira, andando na direção oposta a deles. Hoje era uma data especial, um momento que nunca faltava todos os anos. Ao olhar para a rua ao lado, mais á frente, se encontrava Bianca junto de Helena, andando lado a lado sobre saltos vermelhos.
— Ei Bianca!- Acena Lídia.- Como foi a viajem para Paris?
— Bonjour vous stupide vache.- Reponde a ex-aleijada, agora usando um cabelo curto e uma franja de lado.
— Está me xingando? Vou pesquisar no Google Tradutor!
— Eu não te eduquei assim, Bi.- Falou em tom de brincadeira Helena. Lídia volta ao seu rumo, tentando memorizar a frase dita por sua prima. Após alguns minutos andando, chegou ao seu destino, a Cafeteria Liniel, a junção do nome do casal. Eles haviam comprado o restaurante em 2020 e transformado ela em uma cafeteria novamente, mas dessa vez com um toque de criatividade. Cada mês haveria um tema, uma nova decoração e bolinhos decorados igualmente, e dessa vez o tema era: " viagem no tempo ". As paredes estavam lotadas de relógios que giravam ao contrário, cabines fotográficas e várias referências históricas.
— Ora, Ora, olha quem chegou.- Daniel se aproxima da esposa e a entrega um cupcake com a cabine do Doctor Who confeitada. 
— O que seria isso?- Disse se referindo ao confeite.- Uma máquina do tempo?
— É uma referência a uma serie antiga. Veio me ajudar?
— Não, só ver como vocês estavam.
— Eu estou ótimo, Senhora Lídia!- Se intrometeu Luke, um dos funcionários jovens.
— Ainda vai querer ir ao teatro hoje?- Pergunta Daniel.
— Mas é claro. Eu não vejo a mãe da Ellen há tanto tempo que quero saber como ela está agora.

 

— Você não tinha que estar no aeroporto?- Pergunta Diogo para Carla. Seu rosto havia sido ajustado em 2019, e agora estavam casados, morando em um apartamento perto da pousada que estranhamente ainda existia, mesmo sendo ofuscada por um hotel que havia aparecido há três anos.
— Estou de folga.- Respondeu, sentando-se no sofá ao seu lado.- Hoje é aniversário da Sara. Quando éramos crianças a gente sempre saia para ir ao circo nessa data, foi lá aonde ela conheceu o primeiro namorado.
— Sara é aquela sua prima?
— Sim. Ela " morreu " uma vez, como te contei, e então quando descubro que está viva, ela meio que morre outra vez. Isso é deprimente.- Diogo se aproxima dela e a beija, tentando se afastar do assunto.- Sua irmã vai vir para o jantar com a gente?
— Eu não sei. Provavelmente ela venha, Marina não é de furar compromissos, ainda mais quando envolvem comida.
— Credo, assim faz parecer que a menina é uma esfomeada.- Reclama Carla, defendendo a cunhada.
— Não disso que não era. 
— Deveria ter mais respeito por ela.
— Eu só estava brincando, Carla.- Diogo pega seu celular no bolso e começa a escrever uma mensagem.- Agora podemos ter certeza.
— Ela deve estar operando um coração, retirando um tumor...
— Ou dando pontos em uma criança que caiu do skate, o que logicamente é o mais provável.

 

— Ei, miguel!- Chamou Leonardo, encarando o menino entretido com sua HQ.- Miguel!- Grita novamente, dessa vez conseguindo sua atenção.
— O que foi? Eu vim pra loja de quadrinhos só pra terminar essa edição.
— Eu ia te chamar para ir tomar um sorvete, mas agora deixa, né.- Ele volta a ler.- A propósito, o protagonista morre no final e a pessoa de capuz é o pai dele.- Miguel taca a HQ em Leonardo, que começa a rir.
— Você vai ver na próxima. Tome bastante conta da sua coleção de bonecos chibi.
— Com certeza eu vou cuidar.- Garantiu em tom irônico.
— Dá para as duas crianças pararem?- Interrompe Rose, tirando um de seus fones de ouvidos para reclamar dos dois. Leonardo abraça ela por trás, beija sua bochecha e logo em seguida sua boca. Miguel arremessa outro gibi, dessa vez acertando os dois.
— Ei!- Gritaram em conjunto.
— Acho que quero um sorvete.- Diz forçando um sorriso. Sebastian por uma porta tampada por uma cortina, ele havia aberto essa loja de presente para os dois netos, mas a dupla não havia se alegrado tanto quando descobriram que aquilo seria o presente de natal.
— Jessica vai vir te buscar para ir tomar sorvete.- Anuncia Sebastian.
— Então eu te comprou outro dia.
— Quanto tempo eu vou ter que ficar esperando?- Pergunta o menino, forçando seus punhos contra suas bochechas.
— Nem mais um segundo.- Jessica entra no estabelecimento, indo até Miguel e acariciando sua cabeça.- E sim, eu fiquei esperando uma hora grandiosa para eu entrar.
— Não foi muito efetivo.- Cochicha Miguel para si mesmo. Sebastian e Jessica dão um selinho, e voltam aos seus afazeres.- Eu não quero ficar segurando sabre de luz, vamos logo!- Rose olha para fora da rua pela janela, havia algo estranho que chamou a sua atenção. " Aquele loja sempre esteve ali? ", pergunta em seu subconsciente, observando a loja de bonecas.

 

Sara estava deitada em uma cama de hospital. Ela havia sobrevivido á queda, mas Jason não teve a mesma sorte. Mesmo com a tamanha sorte de todos esses anos, essa decisão custou um preço alto. Segundo os exames médicos, Sara bateu a cabeça em alguma rocha e havia entrado em um coma por todos esses anos. Marina apoiava-se na cômoda ao lado da cama, observando a mulher que dormia profundamente há 10 anos. Sem perceber, a enfermeira havia se apegado a paciente, e desenvolvendo um carinho além da amizade. Ela se aproxima mais do corpo parado, como se estivesse tentando sentir a sua respiração pelas narinas, seus lábios se encostam e um pequeno beijo é selado, mas o som de passos atrapalha o momento, fazendo com que ela se afaste:
— Oi Marina, como ela está?- Pergunta Lídia entrando no recinto.
— Como sempre.- Se sentia envergonhada mesmo não tendo sido pega no flagra. Lídia se senta na cadeira aonde Marina repousava.- Veio por hoje ser o aniversário dela, não é? Você nunca vem dois meses seguidos...
— Assim faz parecer que eu não venho quase nunca.
— Isso é muito comparado ao paciente ao lado. A família dele, o senhor Willian, o abandonou aqui faz alguns anos.- Ela observa Sara enquanto fala, pensando de como seria triste se si mesma ficasse tanto tempo desacordada.
— Bem, isso não vai acontecer com Sara.- Lídia posiciona seu cotovelo na cama e segura a mão de sua amiga.- Parabéns!
— Parabéns!- Repete Marina em um ênfase maior.- As crianças estão bem?
— Rebeldes, mas bem. Todos nós passamos por essa fase.- As duas se olham, e então desviam o olhar para a real protagonista do momento.- Vai fazer dois anos que a sua mãe morreu, não é?
— Sim, ela sempre disse que não queria ser enterrada em Sanru, queria ser enterrada na cidade vizinha, Nobile, e fiz isso.

 

— De que sabor você vai querer, querido?- Pergunta Jessica, enquanto dirige o carro. Ao perceber que sua pergunta está sendo barrada por uma conversa de mensagens no celular, ela então reforça a questão.- Depois vai querer ir um hambúrguer? 
— O hambúrguer antes.- Apenas essa frase.
— Tá legal.- Ele volta a conversa, e após o último barulho de mensagem recebida, uma gargalhada estrondosa toma conta do veículo.- Essa deve ter sido bem engraçada.
— E foi!- Disse quase engasgando.
— Com quem você está conversando?
— Dylan, Dylan Augustos.- Espantada com o nome que acabara de ouvir depois de tanto tempo, Jessica acaba deixando o carro desgovernado, e ao perceber a sua atitude, pisa no freio, mas já era tarde. Uma mulher de 50 anos havia sido atropelada, e Jessica logo correra para prestar socorro. Era Sofia.

 

Continua...


Notas Finais


A realmente vai se repetir? Será que eu estou perdendo a criatividade? O enredo vai se sustentar com assuntos antigos? Vocês realmente não fazem a menor ideia do quê está por vir e o que aconteceu durante todos esses anos. Segredo Virtual, O Jogo de Dylan ainda é um início.


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