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História Segredo Virtual - 2 T: Capítulo 1 Online


Escrita por: Alehandro2017

Notas do Autor


E é com esse capítulo que eu dou início a 2 Temporada de Segredo Virtual! Novos rumos, novos aliados, novos segredos, novos jogadores. Sejam bem-vindos à segunda camada do jogo!

Capítulo 26 - 2 T: Capítulo 1 Online


Fanfic / Fanfiction Segredo Virtual - 2 T: Capítulo 1 Online


- Não acredito que vamos recomeçar tudo outra vez.- Dizia a voz fina e espantosa da idosa que mexia com suas preciosas bonecas.- Bem, talvez ainda posso salvar este jogo...- Ela caminha até uma prateleira aonde se encontrava a figura de pano com a aparência de uma antiga Girl Blood, Rebeca.- Olá, minha pequena flor.- Mary a deposita sobre o balcão, e sobre a boneca joga um pano fino branco, que admira com tanta devoção e um sorriso enorme no rosto.
- Está falando sozinha outra vez, vó?- Se pronunciou Dylan, abrindo a portinha de chão e ficando com metade do corpo de fora.- Venha, estamos tomando café.- Retirou-se o jovem, deixando a entrada aberta. A velha arfa, abaixa-se para pegar uma caixa retangular que estava sobre seus pés. Ao abri-la se depara com um espelho enorme rachado, que refletia o seu rosto enrugado. Ela retira o espelho, e sobre sua parte de baixo havia uma espécie de tabuleiro que representava a cidade, Mary coloca a parte de vidro para baixo e então levanta o seu jogo. Casinhas pequenas estavam grudadas sobre a plataforma, e pedaços de papel colados com fita adesiva dizia o nome dos lugares. De repente a mini Sara despenca de sua prateleira, indo cair diretamente na lata de lixo feita de plástico.
- Que bela ironia, não acha?- A idosa deixa tudo como está e se direciona á escada de madeira, descendo por seus barulhentos degraus. Ao se aproximar da cozinha, ouve o som do rádio ligado, tocando uma musica romântica dos anos 80, com um refrão que acabara de fixar na sua cabeça: " Take My Breath Away ". Os raios do sol entrando pela janela, junto com a melodia da musica a faziam sentir-se em um clipe musical que a inspirava nostalgicamente.
- Take my breath away...- Cantarola Dylan sentado em uma cadeira de madeira, enquanto pega uma faca para colocar geleia de morango em sua torrada. Assentado de frente para si, Hernando repousava seus braços sobre a mesa, admirando seu óculos ao lado de uma xícara de café.- Querido, quer que eu lhe sirva mais?- Ele nega mexendo a cabeça, dizendo " obrigado " com a movimentação de seus lábios.
- Parecem até normais quando estão assim. Á moda antiga.- Atreveu a falar, introduzindo-se no ambiente.- Nem parece que daqui a pouco vão pegar seus celulares e esquecerem do mundo.- Os dois olham um ao outro, concordando mentalmente com o que ela dizia. Mary puxa o assento e se acomoda nele. Sua atenção é atribuída para a pintura de uma coruja, pregada na parede. A musica acaba de tocar, e logo é substituída por uma versão acústica de alguma canção pop.
- Bom dia, amores.- Exprimi Sofia, saindo de seu quarto, caminhando até Dylan e o beijando na bochecha.

Momento atual. " Ela está bem, apenas quebrou o braço " disse o médico. Jessica se aliviou instantaneamente, quem dera eles soubessem que ninguém nessa cidade morre atropelado, isso é insignificante demais para uma cidade tão mista de surpresas. Miguel esperava sentado perto do bebedouro, mexia no celular despreocupando com as notícias que sua " tia " traria.
Dylan: Já sabe se a mulher irá ficar bem?
Você: Não, Dylan, eu já disse que quando eu souber eu te digo
Dylan: Você não parece preocupado, pessoas normais estariam surtando
Você: Pessoas normais são fracas, e tenho mais do que me preocupar. Minha própria vida
Dylan: Ok
Seu amigo virtual envia-o uma tirinha engraçada retirada de uma página de memes, que deixa com que sua vontade de rir comece a nascer logo na primeira frase lida, mas isso é interrompido por uma mão avassaladora que tirara o celular de suas garras.
- Ei! Me devolve!- Grita o garoto, enquanto Jessica bisbilhota o perfil de Dylan. Fotos de um menino um pouco fora do peso, da mesma idade, postagens com o assunto de jogos, e mais fotos em família. Enfim Miguel consegue arrancar seu aparelho da mais velha, que mesmo assim continua preocupada e assustada.- O que deu em você?- Proteger os outros sem eles saberem era um talento de Jessica, e mesmo que o seu instinto fosse enorme, deixar pra lá seria o melhor a se fazer agora.
- Não conte nada para a sua mãe, não quero quero que ela se preocupe atoa. Me espere aqui.- Ela se vira de costa para o menino e vai em direção à bancada da recepcionista.
- Mas eu quero ir embora!- Jessica o ignora totalmente e começa a discar um número no telefone dado pela empregada de lá. O garoto bufa e volta para sua conversa.
Dylan: Seus pais já te disseram sobre os ladrões de órgãos que estavam atuando pela cidade?
Você: Me encheram o saco com isso
Dylan: Dizem que estão esperando crianças em frente a escola para sequestrar
Você: Isso é uma lenda urbana, vão e voltam todo o ano
Dylan: Às vezes lendas se tornam reais

- Socorro!- Lídia corria entre os corpos mortos no chão. Havia alguém lhe perseguindo, e quanto mais ela se aproximava da porta de saída, mais essa pessoa parecia chegar perto. Não conseguia enxergar paredes ao redor, era tudo escuro, breu total. Então um tropeço fatal, fazendo-a cair diretamente no piso molhado de sangue fresco, ela se vira para o teto. Não adiantava mais se levantar ou arrastar-se, ele já tinha perfurado sua perna direita com uma bala de revólver.- Para!- Em seguida o perseguidor aponta para ela uma espada que refletia em sua lâmina explosões, e o seu cabo era uma fumaça tão negra quanto a escuridão ao redor. Uma coruja voa até dele, aterrissando serenamente em seu ombro.- Por favor...- Lágrimas de sangue escorriam de seu capuz, e paravam sobre o corpo trémulo e deitado de sua vítima. Um fleche de luz ilumina o seu rosto, consequentemente revelando a sua face tão bem conhecida pela mulher no chão.- Jason?!- Ele enfia a espada no abdômen de Lídia. E um grito alto ecoa pelo lugar. Seus olhos se abrem junto com a sua boca que emite um grito de pavor. Estava em seu quarto, sã e salva, estirada sobre a cama. " Aquilo não poderia ser um sonho, foi real ", refletia em seu subconsciente. A porta do quarto começa a se abrir lentamente, e antes mesmo de ver quem entraria, Lídia taca a primeira coisa que vê pela frente, um copo de plástico com florzinhas.
- Ei! Não gostou do copo?- Daniel adentra no cômodo. Ela se levanta da cama e o abraça.- O que foi, Lídia?
- Tive um pesadelo...
- Você não é mais criança pra se atingir com isso.
- Esse foi diferente, foi real! Haviam corpos no chão, sangue, e o Jason...- Ao olhar para o lado a janela se encontrava aberta.- Eu nunca durmo com a janela aberta!
- Deve ter sido por isso, você se esqueceu de fechá-la e o ar frio tomou conta do seu corpo, fazendo você se lembrar do Jason e tendo um pesadelo por isto.
- Essa explicação não está nem um pouco plausível!- Ela caminha até a janela e a fecha com grosseria.
- Fumou o quê?- Cochicha Daniel.
- Eu fumei nada! Não estou louca!
- Olha, eu tenho que voltar, só vim aqui pegar umas coisas.- Ele a beija e sai rapidamente do quarto.

- O que está acontecendo?- Pergunta Lícia, acompanhando Sebastian até a porta, que estava com uma expressão de preocupação.
- Jessica foi parar no hospital.- Ele abre a porta e já se posiciona para sair, enquanto a moça começava a também se preocupar.
- Mas como foi isso...- Antes de receber alguma resposta, leva uma portada na cara.
- Desculpa!- Grita já do lado de fora. Lícia se vira para uma foto em família dentro de um porta-retratos em cima de mesa de vidro no centro da sala, onde se encontrava Lídia, Daniel, Jessica, Sebastian, e Rose ainda criança de mãos dadas com Miguel. O som de uma chamada de vídeo era emitido por um tablet ao lado da foto. Ela se aproxima do aparelho e o carrega até seu quarto.
- Pode me dizer o que está acontecendo?- Indaga a moça asiática. Dylan era quem estava do outro lado da tela, segurando um máscara do antigo Cold Blood perto de seu rosto.
- Podemos dizer que o nosso jogo pode se complicar ou facilitar a qualquer instante. Sofia está contra mim, mas isso não significa que não queremos a mesma coisa.
- Você poderia parar de enrolar com essas frases fúteis e ir direto ao ponto?- O manipulador sorri para ela, abaixa totalmente a sua máscara e começa a falar.
- Jessica acidentalmente atropelou Sofia, mas não a reconheceu. Tenho quase certeza de que está tramando algo. Descobriremos em breve,
- Eu reconheceria uma filha da puta em qualquer lugar. Nunca fui com a cara daquela mulher desde o começo. Sinto muito por essa ser sua mãe.- Dylan reverencia e desliga a chamada.

- Me desculpa se sou um aborrecimento pra você!- Grita Carla para o seu marido, motivada por ódio.
- Eu nunca disse isso!- Defendeu-se.
- Ah, claro. Me insultar na frente de suas amiguinhas sobre meus costumes, não foi um alívio pra você?- Ela recolhe sua bolsa do chão e abre a porta.- Nem precisa responder, estou saindo!- Diogo agarra seu braço e a puxa para perto. Mas antes de qualquer outro movimento, Marina chega no local segurando um garfo e lança um olhar de desconfiança ao casal.
- Estou atrapalhando?- Os dois se calam e se entreolham, pensando a mesma coisa, " Por que ela está segurando um garfo? ". Carla deixa a bolsa deslizar para o chão.
- Não é nada, só briga de casal.- Justifica-se Diogo, dando espaço para a irmã entrar, mas Marina excita.- Estamos passando por uma fase difícil...
- Está bem, mas eu vim aqui para desmarcar o nosso jantar de hoje, acho melhor deixar para outro dia.- Ela guarda o garfo no bolso
- Ah, mas por quê?- Pergunta Carla.
- É o noivado da Bianca com a Helena, vocês precisam ver a casa delas! É um luxo! E estão convidados pelas mesmas.
- Eu irei, e você?- Se pronuncia a esposa. Ele concorda com a cabeça, e se senta no sofá.- Se não for muito incomodo perguntar...Pra quê esse garfo?
- Nunca ouviu que é melhor se precaver?- Marina lança um sorriso para a nora. Mas na verdade eu esqueci que o estava segurando.- Carla força um sorriso, pega seu celular e começa a fuçá-lo.- Bem, se não se importam, eu já estou saindo.- Ela se vira e volta para a escadaria, passando ao lado de um pequena poça avermelhada. Ao entrar dentro de uma pequena sala escura, retira o garfo de sua calça e encara seu pai jogado no chão com as mãos cheias de sangue tampando o buraco que aquele talher havia lhe feito.- Se tivesse esquecido essa cidade, talvez não teria este fim.- Ela caminha em sua direção e o manda um beijo com a palma da mão. Apenas um grito masculino abafado foi possível ouvir do lado de fora.

Rose se aproxima da loja de bonecas, e coloca a mão em sua fechadura, a rodando lentamente, até uma voz fina a convidar para entrar, o pedido é aceito e logo seus pés tocaram o piso daquele local:
- Você é a Rose certo?- Pergunta uma mulher de cabelo curto e ruivo, totalmente diferente de Mary.
- Sim, sou eu. Dylan me contou sobre a loja. Você é admiração dele.- Ela caminha até uma mesa aonde se encontra um bule de chá e duas xícaras, e é servida pela idosa.- Essas bonecas são tão realistas, você não coloca pessoas não, né?.- Diz enquanto admirava uma estante lotada de bonecas que mais pareciam humanos.- Você é a vilã?- A " impostora " dá um sorriso malicioso para Rose, e morde um de seus cookies que estão em cima da mesa.- Ou pelo menos consegue ver quem são os malvados?
- Não existem humanos malvados ou bondosos, existem pessoas lutando pela sobrevivência e exercendo seus prazeres e pensamentos sobre o mundo. Pelo menos é isto que penso.- Mary 2.0 recolhe uma boneca de cabelos loiros enormes, passando alguns centímetros do seu corpo de plástico.- Dylan também contou que sou sua avó? Mãe da sua mãe adotiva?
- Ele me contou tudo o que sabe. Meu pai está trabalhando em mim para que eu herde todo esse universo que ele construiu.- A Remake de Mary se aproxima da garota,e penteia seu cabelo arruivado com uma escova de madeira.- Ele diz que eu sou especial.
- Você é, Rose. Muito especial.
- Rose?!- Grita seu namorado. De repente toda aquela cena desaparece, e percebe que estava parada no meio da calçada.- O que está fazendo?
- Eu tava conversando com a Mary...- Ela procura a loja ao redor, mas já não estava mas ali.- É sério, nunca percebeu que tinha uma loja de bonecas aqui, Leo?
- Isso ainda existe?- Leonardo a puxa para atravessarem a rua.- Vem, sua maluca! Tá pairando ai já faz vários minutos!

Daniel e Lídia sentam-se em seus lugares. Já estava anoitecendo e o teatro estava lotado para assistir a peça " Gatilhos Internos " da famosa escritora da época, Mara da Silva. A mesma que havia sido de grande inspiração para o livro de Bianca. Naomi iria interpreta uma das personagens secundárias que morreria baleada no meio da história, Cecília, mas o que não contavam eram que na verdade quem morrera era sua irmã gêmea. Lídia havia trazido grande quantidade de doces em sua bolsa para beliscar durante a atração:
- Sabia que a escritora da peça encontrou com a Bianca em paris? Ela disse que amou o livro.- Conta a esposa, lembrando das mensagens que havia trocado com a prima em sua rede social.- Ah, por falar nisso, você acredita que aquela vadia me chamou de vaca em francês?! Em francês!
- Por que não chamou de volta? Recomendo em chinês.- Aconselha.
- Boa ideia!- Lídia retira seu celular da bolsa e vai direto para o google tradutor.- Niú. Bianca sua niú. Ela não fez curso de chinês, né?- O segundo sino toca, ele anuncia que a peça estava quase na hora de começar. Após alguns minutos esperando, a peça começou e as cortinas se abriram. Veio a primeira cena, a segunda, a terceira, e a quarta...Até que chegou o início do ápice.
- Problema seu, não vou me rebaixar a este nível apenas para salvar a sua queridinha.- Atuava Naomi em cima do palco, com um longo vestido roxo, argumentando com um outro ator.- Suas ameaças não funcionarão comigo.
- Eu amo essa parte, frases tão tensas!- Cochicha Lídia para Daniel.- Mas no livro ela diz outra coisa.
- Não é uma questão minha! É o melhor para todos aqui! Se não ajudarmos poderemos acabar mortos igual a sua filha.- Cecília segura uma taça de vinha em sua mão e aproxima-se do rapaz, derrama o líquido em suas vestes.
- Já sabe a minha oposição.- Ela começa a caminha para a saída.
- Então terei que procurar outra aliada.- O Homem retira uma arma da gaveta e atira em suas costas, a fazendo cair imediatamente no chão. A plateia faz um som de surpresa, e frases como " Meu Deus " eram ditas por vozes distintas. As cortinas de fecharam, e deu-se para ouvir alguém dos bastidores chamando por Naomi. Após um minuto de espera, as cortinas se abriram novamente, por alguém que com certeza não era parte da produção. Quase todos estavam ao redor do corpo morto de Naomi, e o público simplesmente começaram a vazar.

Flashback On:

- Dylan?- Chama Mary, abrindo lentamente a porta de madeira do cômodo onde seu neto postiço passava a maior parte do tempo. Ela adentra, observando atentamente ao redor. Já havia visto pessoas tão obcecadas como Dylan, mas teria que admitir que nunca esteve tão envolvida antes. Ele estava observando um moral que cobria a parede inteira, com fotos e palavras espalhadas por todo canto e linhas de diversas cores marcando cada ponto, até um cantinho reservado para todos os que morreram ao decorrer de tudo isto. Perto de uma pilha de papéis, estava a escrivania que servia de suporte para um computador, e do outro lado do quarto, várias telas e monitores que serviam para captar imagens pelas câmeras.- Que horas vamos para o teatro?
- Não se preocupe, lhe avisarei quando for o momento.- Ele aponta para um setor de fotos aonde era ilustrado os encontros que Sara havia tido com sua avó biológica. A idosa se dirige até o seu lado, olhando todas as fotos em que estava presente. As fotos tinham sido capturadas do lado de dentro da loja, menos uma, em que a menina estaria no meio da rua segurando uma chave, olhando diretamente para onde o local estaria camuflado.
- O que ela está fazendo?- Diz indicando com os olhos.- Foi quando Ellen terminou o que começou, certo?
- Sim.- Ele cruza os braços.- Você é o ponto segura dela. Precisava falar com você antes de ir para a luta, e como não estava lá, ela alucinou. Sara sempre te viu como a manipuladora de tudo, e não está enganada.- Mary o encara, e como resposta, Dylan sorri.

Flashback Off:

- Não podemos deixar uma completa estranha morando na nossa casa!- Discute Sebastian com Jessica, na sala de casa.- Sabe por acaso de onde ela veio? Pode ser uma golpista, ou algo pior...
- Ela não tem pra onde ir, Sebastian. Aquela mulher precisa da gente!
- Ela tem que ter vindo de algum lugar. Todo mundo vem!- Lícia observa a briga dos dois de longe, mas sabia o que Dylan pensaria se pudesse interferir agora.
- Eu acho...- Se intromete a empregada.- Que depois de todo esse susto, deveríamos deixá-la ficar, pelo menos por alguns dias...Vocês aumentaram a casa, tem espaço o suficiente para dez pessoas morarem aqui. O casal se entreolha, receosos com o show que Lícia acabara de presenciar.- É um total desperdício ter uma mansão dessas e não dividir com mais pessoas. Quando Rose morava aqui ainda não tinha esse espaço todo.
- Tudo bem, Lícia. Não precisa ficar criando novos argumentos, concordo em deixar a moça aqui. Ela pelo menos tem um nome?
- Ágatha. Super combina com ela, parece ser gente boa.- Sebastian olha para Lícia, esperando com que sua escolha esteja certa.
- Ah, Bianca ligou avisando que a festa de noivado dela é hoje. Até me convidou.
- É verdade, prometemos ir...- Jessica puxa seu marido pela mão e o leva até a escada.- Precisamos nos arrumar, não quero fazer o mesmo que fiz no aniversário dela.
- Se esquecer e ir um mês depois? Essa foi épica.
- Cala a boca.- Ele começa a rir, e dá uma última olhada para a empregada, que diz movimentando os lábios; " Confia em mim ", e então se vira.

Bianca e sua noiva moram na zona rica da cidade, perto de uma outra cidade que era conhecida pela sua ostentação. A casa era bem grande, quase do mesmo tamanho que a de Jessica agora. Os convidados usavam roupas chiques, provavelmente conhecidos de Helena, Lídia e Daniel chegam junto com seus filhos, cumprimentam as noivas, e logo em seguida partem para o bufê:
- Foi corajosa da parte delas continuarem com a festa mesmo depois do ocorrido...- Comenta Lídia para o marido.
- Isso vai ser comentado durante a festa inteira.- Ele se senta em uma cadeira perto das bebidas e retira seu celular do bolso. Logo ao liga-lo, a foto de Isabela apareceu, fazendo-o refletir sobre os acontecimentos dos últimos anos. Rose estava estérica no celular, ligando incansavelmente para o seu namorado.
- Talvez ele esteja ficando com outra.- Provoca Miguel, também enfiado no celular com Dylan. Enfurecida, sua irmã pega seu aparelho e o taca em um jarro de flores com água dentro.- Vai se fuder, Rose!- Ele corre até o recipiente e tira-o de lá.
- Parem. crianças!- Fala Lídia, constrangida.
- Deu sorte que não queimou.- Miguel seca o celular com a camisa, enquanto isso, Helena chega próxima de Jessica, que usava um lindo vestido vermelho, com a mesma tonalidade da antiga capa da Girl Blood.
- Você está maravilhosa.- Elogia a noiva, encantada com aquela roupa.- Eu realmente aprecio essa cor, aonde você comprou?
- Eu mesma fiz. Quando ficamos velhos precisamos nos ocupar com algo. Mas quem sabe no seu casamento eu faça um igual para cada. Carla se intromete na conversa, também impressionada com aquele vestido.
- É tão lindo...- Seu marido chegava logo atrás, pensando no que fazia com que ela achassem uma peça de pano tão fascinante. Marina já estava ali há algum tempo, sua aproximação com Helena foi algo tão repentino em sua vida, e com certeza a marcou muito. Lícia também chega na casa, seus olhos demonstravam o quanto estava impressionada com aquele lugar.
- O que houve com a esposa do antigo prefeito foi algo lamentável.- Comentou uma convidada para um grupo de pessoas.- Colocaram uma bala de verdade na arma. Marina inclina-se para ouvir melhor o assunto, já Lídia não queria mais falar sobre aquilo, estava horrorizada.- Também estão sabendo sobre os ladrões de órgãos? Estão pegando jovens para vender suas partes no mercado negro!- Lídia caminha irritada até Bianca, pergunta aonde fica o dinheiro e segue em sua direção. Ao entrar no cômodo se surpreende com o quanto um banheiro pode ser luxuoso, nunca havia visto um tão bonito antes.
- Chega de tragédias.- Ela pega água com suas palmas e lava o rosto, admira-se no espelho e reflete sobre os acontecimentos em sua vida.- Bem, eu não deveria estar chocada.- Respira fundo. Estava prestes a abrir a porta, mas Carla foi mais rápido.
- Ah, desculpa, não sabia que tinha gente.
- Tudo bem, erros acontecem.- Já estava para se retirar, mas a prima de sua melhor amiga parecia querer puxar assunto.
- Hoje é aniversário da Sara.- Lídia se vira para Carla que olhava para baixo.- Queria ter mais um momento com ela...Ao menos um segundo.
- Queríamos...Eu amo a Sara, e é bom ter alguém que sabe o que estou passando.- Bianca encarava a janela, esperava alguém específico em sua festa, alguém que tinha visto em paris. Dylan usava um lindo terno, similar ao que Jason usou no casamento de Daniel. Sua irmã se sentia ansiosa e ao mesmo tempo confusa; " O que você fará, Dylan? ". Ela mira em suas mãos, e enfim percebe a cabeça de boneca sendo arremessada em sua direção, mas consegue se jogar no chão antes que ela a acerta-se. O som do vidro quebrando faz com que todos se alojem para perto da janela. Marina vai socorrer a noiva, que acaba se cortando em meio as cacos estilhaçados no chão. Mas o que ninguém esperava, era que mais uma surpresa estava por vir, o dono do jogo atira novamente pelo mesmo buraco, mas dessa vez uma bomba de fumaça.- Tampem o nariz!- Diogo consegue abrir a porta, e puxa todas as pessoas perto de si para fora. Os convidados começam a sair para a rua, tossindo mais do que imaginavam que podiam. Bianca e Helena conseguem sair em seguração, e logo atrás vinha Lídia puxando Miguel pelo braço. Um minuto após o acontecimento, todos já haviam saído.- Onde está a Rose?- Pergunta para seu filho.
- Eu não sei!- Ele começa a procurar ao redor, mas percebe que mais alguém está faltando.
- Daniel, a Rose sumiu!- Grita Lídia para o marido que estava quase fora de vista.
- E a Jessica também.- Anunciou Miguel.

A cadeira de balanço fazia um som assustador, e isso exitava de certa forma Mary, que segurava uma taça de vinho apreciando a majestosa pintura de uma coruja. Um toca discos pairava sobre a pilha de papéis na escrivania de Dylan, e ao seu lado se encontrava a fotografia de Sara ao pular junto de seu amado do penhasco:
- Non, rien de rien...- Cantarola junto com a musica que tocava, enquanto saboreia a bebida em sua boca. Sobre o seu colo um inspirador buquê de rosas violetas ficara, e as suas vestes eram pretas, tão pretas quanto o escuro ao redor. E a sua pele fina e branca era como se brilhasse em meio aquele breu. A portaria estava trancada e alguém gritava e a forçava do lado de fora, alguém que com certeza estava desesperado para abri-la. Ela enche o copo com o último resto de vinho na garrafa e a deposita no chão. Seus olhos são mirados novamente para a pregada na parede. A coloração a intrigava, e a ilustração apenas a mostrava o quanto estava enganada sobre essa história, o quanto achava que sabia alguma coisa sobre o mundo e as pessoas. Jamais saberia da onde aquelas vidas tiravam forças para lutar e sonhar. Deu seu último gole, e então disse a frase que sempre pensou em dizer após ter sido trazida pelo destino.- Ce sera mieux que prévi.- E então fechou seus olhos...Para a morte.

Continua...
 



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