História Segredos... - Dividida

Pov Cecillyie

O braço dele apertava o meu, mas nem se comparava ao aperto que eu estava sentido no peito. Tanto tempo escondendo e guardando tantos sentimentos, que estava difícil de respirar. O pior é que a pressão dele sobre mim piorava todos os sintomas, se eu não respondesse não sairia dali e tudo o que eu queria era ir para longe e voltar a respirar.

- Eu não sei Castiel – Disse sem olhar pra ele – Eu gosto muito dele, mas não acho que seja tanto quanto eu queira e nem tanto quanto ele.

- Por que? – ele fez uma pausa e engoliu em seco – Porque não consegue gostar tanto quanto ele?

Eu soltei meu braço do dele num gesto brusco e ele pareceu assustado, continuei olhando para a saída do jardim e suspirei antes de responder

– Por que... Porque, eu gosto de você bem mais do que gostaria. E se quer saber, eu preferia poder escolher e amá-lo como ele me ama- eu olhei pra ele - Percebi que não significava tanto pra você quanto pra ele no dia que marcamos de ir ao parque. O Lys, correu atrás de mim, tentou me proteger e eu briguei com ele. Tive problemas em casa e não pude ir, fiquei tão envergonhada por ter te dado um bolo, me culpei e penalizei mentalmente a noite inteira, ensaiei desculpas, mas, pela manhã, descobri que você nem tinha ido.

Comecei meus passos largos até a saída, quando ele me puxou pelo braço de novo e me virou para ele, aproximando nossos corpos – Eu fui.

- O Que? – perguntei sem entender

- Eu fui ao parque – Ele me soltou tão rapidamente que cambaleei – Eu fui naquele maldito parque – a mão dele passeou pelos fios vermelhos de seus cabelos – Eu disse que não fui por que não queria que soubessem que uma garota tinha me dado um bolo, só o Lysandre sabia. – ele estava inquieto e passou a mão pela face, como se alisasse uma barba inexistente – Se eu soubesse que você iria dar tanta bola pra essa mentirinha, eu teria desmentido antes.

A informação não entrava na minha cabeça nada ali fazia sentido. Eu não sabia o que fazer. Alias, sabia sim. Não é porque ele me balança e nem porque me contou coisas que eu vou largar tudo e ficar com ele.

- É meio tarde pra me dizer isso. Eu não pretendo terminar com o Lys. Eu só posso te oferecer minha amizade.

- Não querer ficar comigo é uma coisa, mas fingir que ama ele? – ele parecia indignado, mas o interrompi antes que ele acabasse falando besteiras.

- Não finjo que gosto dele. Nunca fingiria, até porque o Lysandre me conhece o suficiente para saber quando finjo ou não algo. Ele não é só o seu melhor amigo, é o meu também. – eu respirei antes de colocar um ponto final na história – Castiel, quanto mais tempo passo ao lado do Lysandre, mais eu gosto dele, arrisco a dizer que ele é minha alma gêmea. O jeito dele, calmo e paciente, deixa tudo acontecer no tempo exato e eu gosto disso. Sem pressão. Infelizmente, ou felizmente pra mim, quanto mais eu me aproximo e gosto dele, mais esqueço a intensidade do que sentia por você, e quanto mais esqueço menor ela se torna. Eu sei que sou capaz de amá-lo como ele me ama. Como um dia eu te amei.

- Eu entendo – ele disse e abaixou o olhar, logo se virando pra não me ver ou para que eu não o visse.

- Eu realmente quero ser sua amiga – eu toquei o ombro dele e senti ele estremecer – seria bom pra nós três.

Ele assentiu com a cabeça e eu percebi que era melhor deixa-lo sozinho. A pressão de antes diminuiu, mas eu sabia que tinha mentido pra ele e, provavelmente, o magoado. Meus sentimentos pelo Castiel não diminuíram, apesar de o Lysandre me conquistar cada dia mais e meu sentimento por ele crescer. Um nunca substituirá o outro.