Sem aulas por um mês, os dias de neve acabaram por adiantar as férias de natal e ano novo. O fato de não ter aula não iria atrapalhar meus planos de convencer Cecillyie que deveríamos assumir o namoro de uma vez. Antes de dormir, peguei o celular em cima do criado mudo e me sentei na cama, para conversar com ela.
LYSANDRE: Pequena?
CECILLYIE: Estou aqui.
LYSANDRE: Acho que precisamos conversar.
CECILLYIE: Sobre?
LYSANDRE: O namoro, Pequena.
CECILLYIE: Tem algo te incomodando? Eu fiz alguma coisa?
LYSANDRE: Não fez nada, mas me incomoda o fato de esconder o namoro dos seus pais e dos nossos amigos. Eu queria conversar com os seus pais esse fim de semana e deixar tudo resolvido.
CECILLYIE: Lys... eu sei que não parece certo o que estamos fazendo e não é, mas eu preciso de um pouco mais de tempo... não estou pronta ainda, por favor, me entenda.
LYSANDRE: Eu estou tentando entender, fazem dois meses... É difícil pra mim também, eu quero que saibam e sei que você avançou bastante em relação ao inicio e está menos preocupada com verem ou não a gente, mas...
CECILLYIE: Eu sei... Só mais um tempinho, por favor
LYSANDRE: Okay.
CECILLYIE: Não fica chateado comigo, é só mais um pouco eu juro.
LYSANDRE: Não estou. Dorme bem.
CECILLYIE: Você também.
Estranhamente, acordei ouvindo muito barulho, pareciam estar arrastando móveis, desci depressa, ainda de pijama, para ver o que estava acontecendo.
- Belo pijama – disse Alexy enquanto afastava o sofá e as poltronas – Bom dia.
Olhei para Leigh que parecia ajudar Rosa na cozinha e fui até lá. Porque será que o Alexy está na minha sala, mexendo nos móveis. Quando cheguei eles pareciam cozinhar.
- O que o Alexy faz aqui? – eu perguntei e ambos se viraram para me encarar.
- Alexy veio ajudar a organizar a confraternização de hoje á tarde – Rosa disse sorrindo – Você não se esqueceu, não é mesmo, Lys-fofo? – Leigh voltou a mexer a panela enquanto segurava o riso.
DROGA. Esqueci-me da confraternização. Antes que o Natal chegasse, Rosa organizou uma comemoração com o nosso grupinho de amigos, na minha casa.
- Vou me trocar e desço para ajudar – dei meia volta indo em direção às escadas.
- Bom dia – Alexy disse – Novamente
- Oh! Desculpe-me Alexy – só então percebi a grosseria – Bom dia – disse rápido e subi para o meu quarto.
Quando desci, ajudei a preparar bebidas e cortar algumas frutas, até a hora de chegarem. Prya chegou primeiro e se acomodou na sala conosco, pouco depois Cecillyie e Castiel chegaram juntos. O fato de terem chegado juntos me incomodou um pouco, mas é bobeira minha desconfiar que sentem algo um pelo outro. Passado é passado.
Todos estavam na sala de estar então fui até a cozinha buscar as comidas e bebidas, assim que entrei na cozinha, Rosa e Cecillyie entraram também para me ajudar. Rosa me tomou a bandeja de copos e se virou para voltar a sala, pedindo para que Cecillyie me ajudasse com o resto.
-Lys?- ela caminhou e parou de frente a mim- o que preciso fazer?
- No momento, preciso que acabemos com esse clima chato - a abracei - não vou mais insistir e tentar te apressar.
- Ok – ela sorriu e se aconchegou no abraço – assim que eu estiver pronta para contar poderemos assumir de vez – olhou para baixo – Desculpa a demora.
- Sem problemas - sorri e acariciei suas bochechas rosadas - Eu posso esperar – olhei para outras bandejas, desfiz o nosso abraço e pedi que me ajudasse a levá-las para sala.
- Venham rápido! – Rosa Gritou da sala – Vamos começar o jogo.
Deixamos tudo sobre a mesinha de centro da sala e nos sentamos lado a lado.
Minha intuição dizia que aquilo iria dar errado. Em um copo vazio havia os nomes de todos ali. Rosa chacoalhava o copo e tirava dois nomes o primeiro desafiava o segundo.
Alexy e Rosalya – ela disse seu nome e o encarou fingindo não ter medo do desafio que poderia surgir – Diga!
- Te desafio a tirar as botas e colocar seus lindos pezinhos na neve lá fora.
Eu não teria feito, mas ela fez. Rapidamente tirou as botas e caminhou até a porta de vidro que dava para a varanda e quintal. Abriu a porta e estremeceu com o vento frio, atravessou todo o deck da varanda e colocou os pés sobre a neve no quintal.
- Facil, fácil- Rosa disse com a voz trêmula e correu para dentro da casa, fechando a porta atrás de si.
Ela se sentou e pediu Leigh para retirar novos papeis do copo enquanto calçava as botas novamente.
- Os próximos serão Lys e Prya – Leigh disse e os olhares se voltaram para mim.
- Desafio você a desenhar um retrato do Castiel, o mais fidedigno que conseguir – sabia que ela era péssima em artes e que dependendo do desenho, Castiel se irritaria.
Ela tentou, rabiscou e rabiscou a folha por quase cinco minutos e o resultado foi um boneco de palito com uns rabiscos vermelhos na cabeça, segurando um objeto estranho que ela nomeou de guitarra. Ela esticou o desenho fazendo ficar lado a lado com o rosto do Castiel.
- Igualzinho – ela olhou para mim e depois para as outras pessoas – Vocês não acham?
Algumas rodadas se sucederam. O jogo era bom, talvez estivesse julgando errado, todos os desafios foram legais ou engraçados. Porém, Alexy pediu que aumentássemos os níveis dos desafios, e o mau pressentimento voltou.
- Prya e Castiel - Rosa declarou - Uou, só não explodam a casa.
Prya riu e pensou por alguns segundos enquanto formulava seu desafio.
- Te desafio a beijar a menina mais bonita daqui.
Aquele era o pior de todos os desafios. Eu estava de frente para o Castiel e percebi que assim que a pergunta foi feita ele não tirava os olhos de Cecillyie. Eu fui tomado pelo ciúme e ele percebeu porque parou de encará-la e passou o olhar para o chão. Ele não poderia beijar ela, não suportaria ter aquela imagem implantada na minha cabeça. Então, quando estava quase tento um Ataque, Castiel, de súbito, beijou Prya, que estava ao seu lado.
Respirei aliviado e olhei para a minha pequena em busca de encontrar seus olhos doces, mas ela parecia estar furiosa ao ver a cena. Eu não entendia, vê-la assim por causa dele partia meu coração.
Quando o beijo acabou, Castiel olhou para Cecillyie por um segundo e voltou para o chão. Parecia fugir de seu julgamento.
- Podemos continuar com o jogo?- ele pediu, ainda sem encará-la.
- Já que insiste- disse Alexy- chacoalhando o copo.
Cecillyie se levantou, murmurou algo sobre pegar água e foi para a cozinha. Quando me levantei para ir vê-la, Rosa me puxou pelo braço e foi em meu lugar.
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