Se passaram alguns dias desde que fizemos as pazes. E ao contrário do que eu pensei que fosse acontecer, Cecilliye se afastou de mim por completo. O que me fez pensar de inicio ser apenas o clima chato e pesado da briga ainda pairando em nós. Mas, depois que Castiel deixou claro para ela, que não queria nada com ela e nem com ninguém, a distancia entre nós se tornou imensa e por muitas vezes já pensei que nossa amizade nem existia, era tudo por mera questão de interesse.
Eu estou me sentindo mal, e venho sentindo ciúmes dela com uma intensidade muito maior. Nathaniel está sempre por perto, como se fossem melhores amigos. Ela e ele se aproximaram rapidamente e ela esta substituindo a minha presença pela dele.
Certo dia no almoço, ela não quis se sentar comigo porque tinha que estudar, Mas meia hora depois, convenientemente, Nathaniel a convenceu a comer e eles almoçaram juntos. Ouvi risos e conversas, engoli meu ciúme várias vezes para não acontecer outra discussão. Até porque, dessa vez eu não sabia quais as intenções dele com ela.
Fiquei em casa o fim de semana quase todo, ligando e enviando mensagens para ela, tentando fazer com que Cecilliye se encontrasse comigo. Decidi contar pra ela tudo o que sinto e me arriscar, mas ela não me atendeu ou retornou as mensagens. O único momento em que sai de casa, avistei de longe ela em um piquenique com Nathaniel. Precisava conversar com ela rapidamente.
Na segunda, cheguei o mais cedo que consegui e fui procura-la. Estava na hora de ela saber de tudo. Andei por toda a escola e a encontrei na biblioteca... com o Nathaniel.
- Cecilliye? – ela parou de rir com ele e me olhou – Posso falar com você?
- Claro, Lysandre – Lysandre? Ela nunca me chama assim se não estiver brava ou algo do tipo.
- Á sós – Olhei pro Nathaniel, que estava de pé atrás dela.
-Vamos sair daqui e deixar o Nathaniel estudando – ela sorriu pra ele – Já volto.
- Ok – ele sorriu de volta.
Subimos as escadarias e fomos para a sala de ciências, durante as segundas não há aulas de ciências, então podemos ficar por aqui.
- Pronto! O que quer? – ela foi tão rude quanto pode.
- Eu te fiz algo? – disse – Eu não entendo essa sua atitude comigo.
- Não, não fez – ela me olhou – Só isso?
- O que aconteceu? Faz dias que não vejo em você sua delicadeza e aquele seu jeito fofo.
- Eu não quero falar sobre o quanto mudei com você ou com o Castiel – ela olhou pra baixo – É tudo passado agora.
- Eu quero entender o que te fiz? Por que colocou o Castiel na história?
- Você não me fez nada. Eu só não quero me aproximar de você por agora, me entenda, eu levei um fora do Castiel e não quero ficar encontrando com ele, falando dele ou ouvindo sobre ele.
- Então você vai se afastar de mim, por que eu sou amigo do Castiel – Fiz que não com a cabeça – Você não quer mais falar sobre ele, eu entendo. Não quer ouvir sobre ele, tudo bem. Mas, por que me resume ao Castiel. Eu não sou ele e apesar de muito amigos, ele e eu somos pessoas diferentes, fazemos coisas diferentes e temos vidas muito diferentes.
Ela abaixou a cabeça.
- Por um acaso pra você nossa amizade um dia foi real? Ou era tudo questão de se aproximar do Castiel?
- Ela sempre foi muito real pra mim, Lys – os olhos dela se encheram de lagrimas- Sempre.
- Então não aceito essa sua desculpa para se afastar de mim.
- Eu não sei se devemos ficar próximos.
- Por que? – eu me aproximei para enxugar uma lágrima do rosto dela que desceu – Eu não quero que se afaste. Você não sabe o quanto significa pra mim, nem como me sinto.
- eu sei – Ela se afastou de mim
- Não, não sabe! – Eu engoli seco, está na hora de contar – E-eu estou apaixonado por você. E sinto ciúmes de você. Senti com o Castiel, sinto com o Nathaniel, e Vou sentir quando qualquer outro garoto se aproximar de você.
- Eu sei disso. Me desculpa. Mas, eu não consigo fazer isso com você.
- Own – eu a encarei, como ela sabia? – Fazer o que?
- Tentar ter algo, pelo menos não agora, por isso me afastei de você. Eu quero seguir em frente, com alguém diferente.
- Nathaniel – eu disse triste.
- É. Talvez, eu ainda estou confusa - Ela se virou e foi em direção à porta – Tchau, Lys.
- Espera! Como descobriu o que eu sentia? – A Rosa e o Alexy me mostraram como suas atitudes eram diferentes comigo, o que me ajudou a ligar os pontos. Desde o dia do Jardim, eu estou tentando não te magoar. Desculpa.
- Tudo bem. Eu ainda estarei aqui se precisar de um amigo – disse
- Eu sei disso, mas é melhor nos distanciarmos um pouco agora.
Ela saiu da sala, mas eu fiquei ali com as minhas lágrimas e meu bloco de notas.
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