Acordaram às 8 da manhã, com o alarme do celular de Lucy. Josh a abraçava na altura da cintura e ela tentava alcançar o celular.
- Duncan... é hora de acordar...
- Não. Quero ficar mais um pouco aqui. – Ele resmungou.
- Outro dia, quem sabe? Você precisa voltar para o hotel. – Lucy fez carinho no cabelo dele, totalmente desgrenhado.
Ele se levantou e, trôpego de sono, foi para o banheiro.
- Você vai ao show, não é? – Ele perguntou.
- Eu... – Como explicar para ele que seria complicado assistir ao show depois da noite anterior?
- Posso providenciar um passe para você, não se preocupe. – Barulho do chuveiro.
- Ah, sim, obrigada! – Lucy estava de pé, enrolada no lençol, indo para a sala buscar suas roupas. Sem tomar banho mesmo, começou a se vestir. Teria que leva-lo até um ponto de taxi perto da Avenida Paulista e depois voltaria para o Maksoud e não haveria tempo de tomar um banho ali e fazer tudo o que ELE tinha que fazer.
Conforme havia planejado, deixou-o no ponto de taxi da Rua Itapeva e, de lá, seguiu para o Maksoud.
Lucy entrou em sua suíte e caiu na cama. Tirou um cochilo e acordou pouco antes do meio dia. Depois do banho, desembaraçou os cabelos, vestiu uma camiseta, a calcinha e ligou a TV, enquanto secava os cabelos. Pensou em pedir um lanche ao restaurante do hotel...
O celular tocou. Josh estava meio nervoso e pediu que ela fosse até o hotel dele.
Vestiu-se rapidamente com uma calça pescador, uma sandália rasteirinha, pegou a bolsa e o celular. Dentro do carro, encontrou no porta-trecos um elástico. Prendeu o cabelo no primeiro farol e colocou os óculos.
- Pelo jeito, alguma coisa muito grave aconteceu... – Lucy tamborilava nervosamente o volante, enquanto esperava o farol abrir.
Ela parou o veículo na porta do Fasano e sequer pensou nos fãs que estavam ali. Simplesmente desembarcou, entregou o carro para o manobrista e entrou.
No saguão, logo encontrou Dalton.
- Ele está nervoso – Dalton alertou dentro do elevador – Houve uma briga entre ele e a Clare e...
- E o quê? – Lucy temia a resposta.
- Ela, aparentemente, quer o divórcio.
- O quê? – O elevador girou em torno de Lucy. Não sabia se, ou ria e abraçava Dalton, ou ficava consternada.
- É, eles discutiram, ela o provocou e ele acabou entregando o que vem acontecendo entre vocês. – O elevador estava parando no andar em que a banda inteira estava hospedada.
Desceram do elevador e Lucy entrou no apartamento de Josh.
- Oi, babe – Josh veio de encontro a Lucy, abraçando-a e a beijando.
- Como você está? – Lucy estava apreensiva.
- Vou fazer o quê? Ela precipitou as coisas! – Josh pegou na mão dela e a levou até a beirada da cama.
- Não, espera! – Ela se levantou para sentar-se na poltrona em frente a cama queen. – O que aconteceu exatamente?
- Meu celular tinha milhares de chamadas dela que eu não respondi. Quando liguei, ela estava enfurecida e discutimos. Eu disse para ela que, assim que chegasse em casa, conversávamos. Foi quando ela começou a falar um monte de coisas pesadas e eu acabei falando mais do que devia. Foi ai que ela pediu o divórcio e bateu o telefone na minha cara.
Lucy olhou para o chão.
- Você está arrependido?
- Eu?! Não! – Ele buscou as mãos dela. – Só não queria que terminasse assim. Ninguém quer terminar um casamento assim.
- Compreendo. – Lucy permanecia olhando para o chão. Ficaram em silêncio por minutos. Ele se levantou e foi até a janela. – Olha, o que você quiser... se quiser que eu vá embora, eu vou neste minuto e não vou falar nada para ninguém. Como sempre. Ninguém nunca soube das correspondências, nunca falei para ninguém. Quem esteve envolvido nisso, ou está aqui, ou nunca vai falar...
- Pelo amor de Deus, do que você está falando? Você ir embora? Não! – Josh se alarmou.
- Pelo amor de Deus digo eu! Eu nunca pensei em fazer isso acontecer, nunca pensei em nós dois, desde que paramos de nos corresponder... quero dizer... – Lucy explodiu.
- Como é? Você não me ama? – Ele arregalou os olhos e alterou o tom de voz.
- Sim, eu te amo! Sim, eu vou te amar para sempre! Mas é inegável que ela tem uma ascendência sobre você que eu não sei se, a longo prazo, você não vai se ressentir.
- Você disse que nunca pensou em nós dois!
- Duncan, depois que aquelas correspondências acabaram, eu tive que abafar o que eu sentia, de alguma forma, tive que abafar. Abafei e segui a minha vida sem pensar em você, como você deve ter seguido a sua. – Ela pegou nas mãos dele, geladas. – Só cheguei a pensar em você, naquelas cartas quando vocês vinham para cá. Por isso não tinha coragem de chegar perto de você. Entenda isso!
- Você me ama? – Ele sussurrou arrasado. Lucy se levantou e o abraçou.
- Claro, meu amor! Eu te amo tanto que estou aqui, longe da minha casa e longe da minha filha.
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