― Eu menti para o meu melhor amigo, para vir até aqui e te encontrar? Era você o tempo todo! ― acusou. ― Foi você que causou o acidente e sequestrou o Aaron!
― Você mentiu desde o primeiro momento que o conheceu. Não acha que está tarde demais para se arrepender, sua aberração! ― Monstro, o elfo doméstico disse com desprezo. ― Se eu desconfiasse que os filhos da Madame Lestrange apoiavam os sangues ruins, eu mesmo teria dado um jeito de convertê-los. No primeiro momento em que descobri que esse mestiço estava vivo, eu tratei de encontra-lo para por um fim nisso e consertar o erro que o primogênito dos Lestrange fez, manchando o sangue da família. Vou terminar o que o Senhor Lúcio Malfoy não conseguiu.
― Onde está o Aaron? ― Marilyn o ignorou. ― Eu poderia muito bem acabar com a sua vida, arrancando o seu coração, mas seria pouco.
― Sua vampira repugnante, aberração! ― insultou-a. ― Saia da minha frente!
Marilyn deu um passo à frente barrando a passagem.
― Estou começando a perder a paciência com você...
― Tudo bem. ― respondeu demonstrando um pouco de medo. ― Eu solto o garoto se me der uma informação.
― O que você quer?
― Onde está o irmão da Cecília? Esse é o meu preço, a localização dele. E eu dispenso esse mestiço nojento. Eu fico imaginando o desgosto que os Senhores Bellatrix e Rodolfo devem estar sentindo, por terem um neto bastardo. Um neto mestiço gerado por uma paixonite adolescente do filho deles.
― Eles se amavam...
― Amor? Ele tinha que honrar o sobrenome que tem, ser um Lestrange não é fácil, é um privilégio para poucos. O amor nessa família só serve para amar e venerar O Lorde das Trevas. Moleque insolente! Recordo-me de como o primogênito dos Lestrange era diferente, fazia coisas escondidas dos pais. Eu via como ele tinha uma pré-disposição para rebeldia como o primo dele Sirius Black.
― Que ótimo! Você é mais chato ao vivo. ― rolou os olhos. ― Porque você quer o paradeiro dele?
― Isso não é da sua conta. Apenas me diz, ou quer que o garoto morra nas mãos do Greyback?
No momento seguinte o Lobisomem saiu da parede onde se escondia segurando Aaron pela gola.
― Ora, Ora, Ora, se não é a Princesa Marilyn, ou você prefere A Princesa Vampira? Ou ainda Sangrenta, se não engano é por esse nome que te chamam agora. ― debochou Greyback. ― É muito bom te ver de novo Sangrenta.
O garoto gritou em Búlgaro:
― Tia Marilyn! ― Aaron a chamou com o rosto machucado e sangrando.
― Aaron, querido! ― disse na mesma língua, um pouco assustada pelo estado dele. ― Solte-o Greyback. Eu sei de muita coisa sobre você que pode te arruinar literalmente.
― AH! Até agora eu não entendi o que esse garoto está falando! ― disse Greyback irritado com o garoto estrangeiro. ― Que língua é essa?
Aaron, que não estava entendendo nenhuma palavra, ignorou totalmente o que o Lobisomem disse e continuou falando com Marilyn em Búlgaro.
― É verdade que meu pai está vivo, tia Marilyn? ― disse Aaron seriamente. ― Você e a tia Cecília mentiram pra mim?
Marilyn engoliu em seco. Ela era vampira, mas ainda tinha sentimentos. Considerava Aaron como seu sobrinho. Marilyn e Cecília guardaram o segredo de que o pai biológico de Aaron estava vivo há muitos anos.
― Como descobriu?
― No funeral da minha mãe.
― Eu e sua tia Lia estávamos protegendo você... Não era seguro o mundo saber que você existia.
― Os Lestrange? A família do meu pai?
Ela confirmou com a cabeça. Aaron era muito inteligente e sabia que sua tia paterna faria qualquer coisa para protegê-lo da sua outra família, os Lestrange.
― Sua mãe, Mikaela também sabia que seu pai estava vivo. Aconteceu muita coisa... Mikaela precisou fugir do Lúcio Malfoy, ele estava tentando mata-la por estar grávida do seu pai, mas a Cecília deu um jeito e conseguiu forjar a morte dela para o Lúcio acreditar que ela estava morta. Cecília fez também com que seu pai acreditasse na mentira, ele enlouqueceu. Ele também não sabe que sua mãe se escondeu todo esse tempo e que você nasceu.
― Meu pai pensa que eu e minha mãe estamos mortos? Apesar, que a minha mãe faleceu há dois meses atrás... ― lembrou tristemente.
― Já chega desse blá, blá, blá infernal! Greyback faça! ― ordenou Monstro.
― Não! ― os olhos de Marilyn ficaram vermelhos e suas presas ficaram visíveis, então atacou Greyback quando ele ia morder o garoto.
Algo incrível aconteceu quando a briga entre a vampira e o lobisomem começou. Aaron guardava consigo uma pedra brilhante banhada em prata levantou a pedra no ar e conjurou um feitiço desconhecido em latim:
Hic ego formam creaturae naturam redire moderabitur. - Aqui, a criatura voltará a sua forma natural e eu irei controlá-lo.
O Lobisomem que estava agressivo rapidamente ficou manso, saindo da luta violenta em que estava.
― O que foi isso? ― Monstro assustou-se e rapidamente aparatou com medo da habilidade do menino.
― Volta aqui, seu elfo doméstico! Eu quero a minha recompensa! ― Greyback disse cansado e caiu inconsciente no chão do galpão abandonado.
― Aaron, o que você fez? ― perguntou Marilyn impressionada com tal feito. ― Isso é o que eu estou pensando? Ah não, espere, eu esqueci que você só fala Búlgaro!
Surpreendentemente o herdeiro Lestrange disse na mesma língua:
― Não precisa! Eu entendo o que você fala, eu sei falar inglês. ― disse timidamente.
A vampira não sabia o que dizer, e ficou encarando-o estranhamente.
― E pelo o que eu vi latim também. Onde conseguiu a Pedra de Prata? Ela é raríssima! Eu procurei por ela há milhares séculos!
― Eu peguei no bolso do Greyback sem ele perceber.
― Garoto você tem um talento! ― elogiou-o impressionada. ― Você herdou o jeito imprevisível do seu pai. Vamos embora! Acho que temos muito o que conversar... ― passou as mãos no cabelo do menino que lhe deu a mão para irem embora, zarpando com a sua habilidade de rapidez vampiresca.
Horas depois – Hospital Chances
O garoto Lestrange olhava muito atentamente o hospital cheio de pessoas estranhas que pareciam vigiar o lugar e quem entrasse nele.
― São vampiros? ― perguntou assustado.
― Ahh... Sim. Eles são o meu exército que eu trouxe para proteger sua tia, enquanto eu te procurava. Só não olhe muito, eles se sentem ameaçados.
Confirmou com a cabeça, enquanto desviava o olhar.
― A tia Lia está bem?
― Acho que ela vai melhorar á beça quando te ver. ― disse sorrindo.
Abriram a porta e encararam uma Cecília adormecida.
― Tia Lia! ― foi em direção à moça.
― Aaron! ― acordou, falando em um tom de alívio e felicidade. ― Você conseguiu! Obrigada Sangrenta! ― abraçou o garoto. ― Você está machucado! O que aconteceu?
Marilyn explicou o ocorrido em detalhes. Havia passado meia hora, desde que chegaram. Aaron comia uma torta de frango enquanto conversavam.
― Me perdoe. Eu não queria que soubesse dessa maneira, nós íamos te contar. ― disse Cecília.
― Você... Você escondeu uma coisa que eu tinha direito saber! Era sobre o meu pai! ― Aaron irritou-se. ― Não inclua os outros no seu erro! Você que começou tudo isso!
― Aaron! Sua tia só queria o seu bem! ― Marilyn se intrometeu.
― Não, pare de defender ela! Pare de protege-la!
― Eu nunca quis magoar você. Eu só queria que tivesse uma vida tranquila. Longe dessa maluquice, que é a minha família. Você não sabe o que diz! ― berrou Cecília autoritária. ― O Malfoy estava querendo matar a sua mãe, eu não tive escolha!
― Forjar a morte da minha mãe grávida de mim?
― Eu estava desesperada, eu só tinha quatorze anos, Aaron! Eu estava sozinha. Os meus pais estavam em Azkaban, os meus tios maternos, os Malfoy, estavam com a guarda da gente, minha e do seu pai, eles eram horríveis com o seu pai. Lúcio queria matar sua mãe grávida de dois meses, eu tive que impedir.
― Ai o meu pai virou um adolescente drogado. A tia Marilyn me disse no caminho pra cá.
Marilyn tentou se explicar.
― Escapou!
― Eu não sou mais uma criança! Eu sei das coisas.
― Eu queria que você tivesse uma vida que eu e seu pai não tivemos: uma infância saudável, ser amado pela a sua família, viver sem medo. ― disse Cecília segurando o choro. ― Me desculpa.
― Mas você estragou tudo. ― o garoto saiu do quarto batendo a porta.
― Ele te ama, Cecília. Aaron ainda está triste com perda da mãe. É tudo muito recente pra ele. Primeiro a mãe dele morre, depois o acidente e agora ele sabe que o pai está vivo, e você guardou esse segredo dele. Ele está com raiva, porque as pessoas que ele ama sabia da verdade e não contou pra ele. ― falou Marilyn.
A ameaça de chuva pode ter um impacto maior que a própria tempestade.
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