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História Segredos do Passado - Eu te amo, mas não posso ficar com você


Escrita por: winngs

Notas do Autor


Olá meus leitores lindos, tudo bem com vocês?
Bom, eu to muito empolgada com essa fanfic, está sendo uma experiência maravilhosa escrever ela, não é difícil porque as ideias simplesmente vão saindo naturalmente, e eu estou gostando muito do resultado.
Fico muito feliz quando eu leio comentários falando que vocês estão gostando, que querem que eu continue, isso é muito motivante, sério.
Eu não seria nada sem vocês, de verdade, então eu só queria agradecer o carinho que vocês tem por mim e pela minha fanfic.
Prometo que vou fazer capítulos maiores ♥
Sem mais delongas, vamos para o capítulo ;)

Capítulo 10 - Eu te amo, mas não posso ficar com você


Passamos parte da noite e da madrugada na clínica veterinária esperando boas notícias sobre o Floquinho. Nós estávamos muito preocupados. Tentei pensar positivo, mas nessa altura do campeonato estava ficando difícil manter os pensamentos positivos. Chanyeol não parava quieto, ele andava de um lado para o outro agoniado. Cansei de pedir para ele sentar e esperar, que o veterinário iria salvar o Floquinho, mas parecia que ele não queria ouvir. Não posso o culpar, se fosse o meu animal, eu também ficaria nesse estado, se não pior.

— Você vai se cansar de ficar andando de um lado para o outro, Chanyeol, por que você não senta e espera o veterinário aparecer? — sugeri, mesmo sabendo que seria em vão.

— Tem razão, ficar nervoso não vai adiantar nada. — Me surpreendi com sua resposta. Ele se sentou do meu lado e ficou batendo o pé no chão. — Mas que demora, estou ficando agoniado já.

— Eles vão saber o que fazer com o Floquinho, não se preocupe tanto. — Peguei sua mão tentando fazer ele se tranquilizar. — Eu estou aqui com você.

— Obrigado Baek, de verdade. — Ele beijou minha mão carinhosamente e ficou segurando ela.

 

Eu gostaria que as coisas não tivessem acabado assim, não gosto de ver as pessoas sofrendo, ainda mais por minha causa. Pode ser bobagem, mas parece que sempre que eu começo a me envolver com alguém, acontece algo para estragar tudo. Esse é o real motivo de antigamente eu estar sempre sozinho na escola. Não sei quantas vezes eu vi grupinhos rindo, conversando, se divertindo... e eu, sozinho, imaginando como minha vida poderia ser diferente, em como as coisas não precisavam ser assim. Mas infelizmente são. Espero que um dia tudo mude, espero realmente. Eu sei que eu deveria fazer algo para mudar isso, mas não é fácil quando você cresce com medo das coisas, da sua própria família, eu fui criado para ter medo deles, eu fui criado para não ser nada além de um representante de classe nerd. Mas a vida dá voltas, não sou mais apenas o representante de classe sem amigos. Continuo "nerd" sim, estudo muito para tirar boas notas, e sou representante de classe com muito orgulho, mas com uma pequena diferença, agora eu tenho amigos, pessoas que gostam de mim de verdade. Com isso eu meio que desafiei o meu pai e a minha irmã, pois eu “saí da casca”, não aceitei o destino que a vida tinha me dado, e isso deixou ambos com raiva. Ainda estou em processo de mudanças, um dia quero me tornar uma pessoa livre, que não tem medo de arriscar, de dizer o que pensa com medo do que os outros possam pensar. Sei que isso leva tempo, mas tenho ótimas pessoas do eu lado para me ajudarem com isso, me darem apoio, eu vou conseguir.

 

 

♡⚣♡

 

 

01:30.

 

Depois de muita espera, o mesmo veterinário que ficou encarregado do Floquinho apareceu na sala de espera com uma cara preocupada. Chanyeol se levantou tão rápido que eu acabei me assustando com o ato, logo me levantando e me aproximando do veterinário.

— Vocês examinaram o Floquinho? Sabem o que aconteceu com ele? — O maior estava muito nervoso e preocupado com o gato, eu sabia que aquele gato tinha muito valor sentimental para ele.

— Calma, Chanyeol — o veterinário falou com doçura na voz. — Nós examinamos sim o Floquinho, e descobrimos que ele foi envenenado.

Park arregala seus enormes olhos e demonstra sua preocupação. Ele coloca a mão na boca, processando as palavras do veterinário na sua cabeça.

— Como assim envenenado? Eu não tiro o Floquinho de dentro de casa, ninguém fica em contato com ele a não ser eu e o Baekhyun... alguma coisa está errada.

Eu estava me mordendo de vontade de falar, mas eu não podia...

— Não foi ninguém de diferente na sua casa recentemente? — o veterinário perguntou. Chanyeol colocou o dedo na boca e ficou olhando para a parede.

— Só a minha banda... mas eles ficaram o tempo todo na sala, eu fiquei cuidando eles — ele respondeu com indecisão.

— Isso não importa agora — me meti. — O Floquinho vai ficar bem, não vai?

O veterinário se virou para mim e ficou me analisando, colocando um sorriso tímido no rosto.

— Felizmente sim, ele vai ficar bem — ele respondeu, fazendo que eu soltasse um suspiro de alívio. — Só quero que deixem ele essa madrugada aqui para ficar em observação, vocês podem buscar ele amanhã às 18:00 — ele sorriu, fazendo que com a gente se tranquilizasse. — Podem ir para casa, vocês ficaram muito tempo aqui, precisam de descanso.

— Você me liga se acontecer qualquer coisa com ele? — Park pergunta.

Era perceptível a sua tristeza em ter que deixar o gato em observação, mas era necessário, para o próprio bem do Floquinho.

— Claro que ligo, Chanyeol, não se preocupe. Agora vá para casa e descanse.

Nos despedimos do veterinário e fomos para o carro, Chanyeol estava mais hiperativo do que das outras vezes. Entramos no carro e um silêncio horrível tomou conta do local, olhei para ele e sua expressão para mim não era muito boa.

— O que foi? — perguntei confuso. — Por que está me olhando com essa cara?

— Essa é a única cara que eu tenho — ele respondeu seco.

O que aconteceu com o doce Chanyeol?

— Por que está me tratando assim? Eu fiz alguma coisa pra você?

O maior revirou os olhos e ligou o carro, me deixando sem uma resposta.

Não estou conseguindo entender o motivo dele me tratar assim, será que eu fiz algo que ele não gostou? Talvez ele só esteja estressado por causa do Floquinho, mas, não precisava me tratar assim, eu não tinha culpa.

 

 

♡⚣♡

 

 

02:00.

 

Chegamos em casa e nada do Chanyeol conversar comigo, isso já estava me irritando. Ele praticamente estava fingindo que eu não existia. Comecei a me lembrar do tempo que as pessoas faziam o mesmo comigo, doía tanto. E agora dói porque quem está fazendo isso é a pessoa que eu amo. Meu namorado.

 

Chanyeol estava prestes a subir as escadas e me deixar sozinho na sala, quando resolvi confrontá-lo.

— Posso saber o que eu fiz? Por que você está me tratando assim?

O maior se virou e ficou me encarando. Me assustei, ele nunca tinha me olhado daquele jeito. Seu olhar sempre foi doce, diferente desta vez.

— Eu não quero falar com você, Baekhyun, será que você não entende isso? — Cruzou os braços e continuou me encarando da escada.

— Não, não entendo — respondi no mesmo tom que ele. — Não entendo por que uma hora estava tudo bem, e agora você começa a me tratar assim, devo pelo menos satisfações, não acha?

— Não vou perder mais tempo com isso. — Ele virou as costas e começou a subir as escadas, em direção ao quarto dele. Saí correndo em disparada para alcançar ele — fui quase tropeçando —, mas consegui chegar perto o bastante para puxar ele pelo braço. Chanyeol puxou seu braço com força e entrou no quarto, sem me olhar. Não desisti, entrei junto no quarto e parei na sua frente, fazendo-o olhar para mim. — O que você quer Baekhyun? Me deixa em paz.

Eu já estava ficando com raiva, todo esse mistério estava me deixando com muita raiva.

— O que eu quero? Como assim o que eu quero? — perguntei já elevando o tom da voz. Chanyeol se surpreendeu, pois eu nunca fui de aumentar o tom da voz, principalmente com ele. — Você é idiota ou o que? Eu quero saber o motivo de você estar me tratando assim, não estou pedindo muito.

— Não se faça de desentendido Baekhyun, estou cansado dos seus joguinhos. — Park cruzou os braços e ficou me encarando sem emoção.

— Joguinhos? Que joguinhos Chanyeol? Você só pode estar ficando maluco — gargalhei num tom irônico. — Desde quando eu sou de joguinhos? Quem colocou isso na sua cabeça? Não me diga que foi a Kim, se for... eu vou matar ela.

— Ninguém, eu apenas deduzi isso.

— Então está deduzindo mal as coisas — respondi seco. — Você não vai me contar o motivo dessa indiferença? Tudo bem, não vou te forçar, mas não corra atrás de mim quando eu desistir de você — falei sem pensar, logo tampando a boca. Chanyeol arregalou os olhos e ficou me olhando apavorado. — Desculpa... eu não quis dizer isso.

— Mas disse... no fundo eu não duvido que você desista de mim, Baekhyun, não sei mais o que esperar da pessoa que envenenou o meu próprio gato.

Oi? Ele achava que eu tinha envenenado o Floquinho, não acredito nisso, não consigo acreditar que ele estava pensando isso de mim.

Coloquei as mãos na boca, incrédulo pelo que eu acabara de ouvir, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Chanyeol arregalou os olhos, devia ter ficado surpreso pelo que falou.

— Eu não acredito que você acha que fui eu que envenenei o Floquinho, sério mesmo Chanyeol? Se você pensa isso de mim, você realmente não me conhece.

— Pensa comigo, Byun, você é a única pessoa que fica com ele de tarde, mais ninguém tem contato com ele a não ser nós dois. — Ele tentou se explicar, mas já era tarde. — Se você estivesse no meu lugar, pensaria o mesmo.

— Calma lá, eu não pensaria não, sabe por quê? — O encarei, a raiva já estava tomando conta de mim. — Porquê você é o meu namorado, eu jamais iria desconfiar de você. Eu pensaria em qualquer outra pessoa, menos você, porque eu confio em você. Mas pelo visto, você não confia em mim.

O maior abaixou a cabeça envergonhado e tentou vir na minha direção, mas eu o empurrei com tanta raiva que ele caiu em cima da cama.

— Não chega perto de mim, Chanyeol — gritei, meus gritos ecoaram por toda a casa. — Não encosta um dedo em mim. Você não confia em mim, não tem porquê chegar perto de mim.

— Vamos conversar Baek, não é bem assim... eu falei aquilo porquê... eu estava nervoso, droga. Não quero brigar com você por besteiras.

— Devia ter pensado antes de me acusar, foi uma acusação muito grave Chanyeol, você tem noção disso?

— Tenho — ele respondeu. — Eu me arrependi, não devia ter te acusado só por estar com raiva, por favor Baek... me perdoa.

Cruzei os braços e fiquei encarando ele, era nítido o seu arrependimento. Mas eu não podia perdoá-lo, eu queria tanto... mas talvez esse fosse um bom motivo para eu me afastar ele, e quem sabe tentar esquecê-lo.

— Eu não sou ninguém para te perdoar — respondi seco. — O que foi feito, está feito.

Chanyeol se levantou da cama e veio correndo na minha direção, me puxando pelo braço e colando nossos corpos num caloroso abraço.

— Por favor Baekhyun, eu não quero te perder... quantas vezes vou ter que te pedir perdão? Me perdoa meu baixinho, por favor. — Tentei me afastar de todos os jeitos, mas foi em vão, Chanyeol me apertava meu corpo com força sobre o dele. — Eu sei que não devia ter falado aquilo, mas eu estava com raiva, confuso, eu só queria uma explicação de tudo isso ter acontecido... se coloca no meu lugar.

— Você pode me soltar? Está me sufocando — digo sem emoção.

Chanyeol me soltou e ficou me olhando, mas eu mantinha minha cabeça baixa, para evitar qualquer contato visual com ele, eu sabia que se eu olhasse em seus olhos, eu iria desabar em lágrimas.

— Olhe para mim, Baekhyun. — Ordenou. Senti um arrepio na espinha, eu teria que lutar contra lágrimas. O encarei, encarei aqueles lindos olhos castanhos. Nunca pensei que seria tão difícil. — Você me ama?

Assim do nada? Isso não é hora, Chanyeol, por que isso agora?

— Por que isso do nada? — Comecei a tremer por causa daqueles enormes olhos que estavam me encarando enquanto esperavam uma resposta.

— Apenas me responda... — Sua voz estava tão doce, tão tranquila... eu estava tão relaxado, mas eu precisava resistir à tentação. — Você me ama, Baekhyun?

Mordi meu lábio inferior, aquilo estava me deixando nervoso. O que era certo responder? Eu deveria ser sincero ou mentir?

— Estou esperando Baekhyun... — o maior passou sua mão macia no meu rosto, e ficou acariciando a maçã do meu rosto. — Você me ama ou não?

Suspirei pesado, ele não iria desistir tão facilmente.

— Eu te amo Chanyeol. — Pude ver um sorriso se formar no seu rosto. — Mas não posso ficar com você, me perdoa.

O sorriso recém-formado foi morrendo aos poucos com a minha resposta. Abaixei a cabeça e lutei contra as lágrimas, senti minha vista embaçar e minhas pernas tremerem.

— Se você me ama, por que não pode ficar comigo? Você pode sim Baek... não diga besteiras.

Ele estava muito confuso, e não era para menos. O maior tentou se aproximar novamente, mas eu desviei. Estava doendo demais, e eu não podia voltar atrás.

— Por favor, tenta me entender, Chanyeol. Eu te amo muito, muito mesmo... mas nós não podemos mais ficar juntos.

— Posso saber o porquê? — Park estava muito confuso, uma hora eu falava que amava ele, outra hora eu falava que a gente não podia mais ficar juntos, eu já estava me enrolando.

— Um dia você vai entender, eu prometo. — Uma lágrima escorreu, limpei antes que outras viessem. — Amanhã eu vou fazer minhas malas e sair daqui, já te dei muito trabalho desde que você me conheceu.

Eu estava odiando ter essa conversa com ele, estava doendo muito.

— Muito pelo contrário, você nunca me deu trabalho Baekhyun, sempre foi um prazer ter você do meu lado... eu só gostaria de saber o motivo dessa sua decisão radical.

Abaixei a cabeça, toda aquela conversa estava me deixando pior, se eu ficasse ali por mais alguns minutos, com certeza eu mudaria de ideia. Eu precisava ser forte, para o nosso próprio bem.

— Eu adoraria te explicar, mas infelizmente não posso... só espero que um dia você entenda. Sei que agora parece confuso para você, e que esteja doendo... está doendo em mim também Chanyeol, você não faz ideia o quanto. — As lágrimas não pensaram duas vezes em cair, era a única coisa que eu conseguia fazer no momento, chorar. — Mas eu já falei demais. Amanhã eu não vou na escola, vou procurar outro lugar para ficar.

— Tem certeza disso? Mesmo que eu insista, você não vai ficar aqui comigo? — o maior perguntou. Sua doce voz estava falhando, e isso era culpa minha, só minha.  Levantei a cabeça e olhei para ele, ele estava chorando também, isso partiu meu coração em mil pedaços.

— Me perdoa por favor... — Seguro sua mão com toda a força que eu tinha. — Eu adoraria ficar, mas eu não posso. Espero que um dia eu possa te contar tudo, mas agora eu não posso. Sinto muito Chan.

O maior começou a fungar e a limpar as lágrimas, ele estava tão arrasado quanto eu.

— Tudo bem, pelo visto não vai adiantar eu implorar para você ficar. Eu não estou com raiva de você, muito pelo contrário. Eu só gostaria de saber o real motivo de você ir embora assim e me deixar sozinho... — Fez uma pequena pausa. — Vou esperar o tempo que for para ter você de novo em meus braços e fazer você feliz de novo... me perdoa se eu não fui um bom namorado, eu juro que tentei...

Apertei mais a sua mão e dei um beijo nela.

— Não se culpe, você não tem culpa de nada. Você foi um ótimo namorado o tempo que estivemos juntos, eu só me culpo de não poder ficar mais um tempo. — Comecei a soluçar de tanto chorar. — Eu queria agradecer tudo que você fez por mim, por ter me ajudado a me tornar uma pessoa melhor, por ter me acolhido por tanto tempo... você é incrível Chanyeol, você é uma pessoa maravilhosa, eu fui muito sortudo de ter o prazer de te conhecer. Obrigado, obrigado por ter alegrado um pouco a minha vida.

Nos abraçamos, ambos estávamos chorando muito. Eu não queria ter feito isso, isso era a última coisa que eu queria. Me perdoa Chanyeol, eu queria tanto ter ficado do seu lado, superando as coisas juntos, mas eu ainda sou fraco, eu tenho medo de te perder de uma forma pior... espero que um dia você possa me entender...

 

 

♡⚣♡

 

 

07:00.

 

Foi uma noite difícil, muito difícil. Não foi fácil ter que me despedir do Chanyeol, do amor da minha vida. Eu gostaria muito de ter mais coragem, me mudar de cidade, estado, mudar de nome, tudo isso para poder viver uma vida em paz do lado dele. Mas todos sabemos que não seria tão fácil assim.

A noite de ontem teve seus altos e baixos, começou com um jantar incrível, e terminou de uma forma horrível, com o Floquinho sendo envenenado pela Kim e com o meu término com o Chanyeol. Não pensei que as coisas terminariam assim, eu estava disposto a continuar do lado dele, eu prometi que ficaria ao lado dele, mas infelizmente não consegui cumprir.

Hoje seria o dia de eu me mudar da casa dele e seguir a minha vida sozinho, eu já estava com as malas prontas, eu não sabia direito para onde eu ia, mas aqui eu não podia ficar mais.

 

Peguei as malas e fui arrastando para a porta principal. Chanyeol estava com olheiras horríveis, ele devia ter chorado o resto da madrugada.

— Então é isso... — digo abalado. — Obrigado por ter me acolhido esse tempo inteiro, vou sempre ser grato a você.

— Tem certeza do que está fazendo, Baek? Você pode ficar aqui comigo... — o maior estava quase chorando de novo, tive que ser forte para não deixar mais nenhuma lágrima cair.

Infelizmente eu tinha certeza, mas não que essa fosse a decisão que eu quisesse tomar, longe disso. Essa é a decisão certa, não a decisão que eu quero.

— Tenho sim, já tomei minha decisão — falei confiante, ou tentando parecer.

— Pelo visto você não vai mudar de ideia... me sinto tão inútil por não conseguir fazer você ficar. — Ele abaixou a cabeça e ficou encarando seus pés. — Só me prometa que vai me procurar se precisar de algo... eu vou correndo onde você estiver.

Tentei dar o meu melhor sorriso, nem nos momentos mais difícil o Chanyeol deixava de ser fofo.

— Eu prometo, Chan, agora preciso ir.

Eu não quero ir. Me pede para ficar. Não que isso mudasse em algo, mas só peça.

— Antes de ir, você pode... me dar um último beijo?

Senti meu rosto pegar fogo, que tipo de pedido era aquele? Aquilo era tão tentador, era o que eu mais queria, eu queria tanto voar naqueles lábios carnudos e encher eles de beijos.

— Claro... um último beijo...

Puxei ele pelo colarinho da camiseta do pijama e selei seus lábios nos meus, foi um beijo selvagem e desesperado, ele estava desesperado tanto quanto eu. Passei a mão pelas suas costas e cravei minhas unhas nelas, Chanyeol soltou um gemido abafado e me atirou em cima do sofá com força, logo removendo minha camiseta e dando mordiscadas no meu pescoço. Aquilo estava sendo tão bom, mas tão bom que eu perdi o controle, esqueci que eu precisava ir embora, me entreguei completamente para ele.

Removi sua camiseta e vi aquele abdômen sarado que eu tanto amava, passei minhas unhas por cima dele, deixando inúmeros arranhões profundos. O maior me sentou em cima do seu colo e deu um tapa na minha bunda, ordenando que eu rebolasse em cima do seu membro, e assim foi.

Comecei a rebolar freneticamente, logo me cansando e removendo sua bermuda e cueca, revelando seu membro que estava quase implorando por atenção. Abocanhei ele e comecei a fazer movimentos de vai e vem, da base até o topo, não deixando de lado suas bolas, suguei elas também. Chanyeol estava com as costas arqueadas e com os olhos fechados, aproveitando cada segundo.

Aumentei o ritmo dos movimentos, sugando sua glande rosada com força. Agarrei suas coxas com força, cravando minhas unhas ali mesmo.

— Baekhyun-ah — ele gemeu roucamente, me fazendo enlouquecer. — Não sei se vou conseguir aguentar muito tempo... ah...

Sua respiração estava muito rápida, meu coração parecia que ia sair para fora da boca. Resolvi mudar, parei de chupar e desabotoei minha calça jeans e removi minha cueca, atirando em um canto qualquer. Me sentei em cima do seu membro e comecei a rebolar em cima freneticamente, como se fosse a última vez que eu fizesse isso. O maior agarrou minha bunda e me ajudou com os movimentos, vez ou outra ele dava um tapa não tão forte ali, mas era o suficiente para que eu enlouquecesse.

— Mais rápido Baek... eu estou quase — ele sussurrou roucamente.

Fui o mais rápido que consegui, eu estava com a adrenalina a mil dentro de mim, tudo que eu queria era aproveitar aquele último momento ao lado dele. Rebolei e quiquei como se fosse a última vez, eu sabia que seria, mesmo tentando esquecer isso.

Dei a última rebolada e senti ele se desfazer dentro de mim, caí cansado em cima dele, o maior me abraçou e ficamos assim por alguns minutos, até eu retomar a consciência.

— E-eu preciso tomar um banho e ir embora... — Me levantei um pouco atordoado, peguei minhas roupas do chão e tentei ir para o banheiro, mas minhas pernas estavam bambas, então caí no chão e fiquei ali parado, Chanyeol veio correndo e me pegou no colo, logo me levando para o chuveiro e me dando banho.

 

Ele não tentou mais nada comigo, acho que ele sabia que aquela seria a nossa última vez, pois ele estava um tanto quanto triste, preferi não perguntar o motivo, pois no fundo eu sabia o porquê de ele estar assim.

 

O maior me ajudou a ficar de pé no chuveiro para que eu tomasse um banho e vestisse as minhas roupas, e quando eu me senti melhor, voltei para a sala, onde estavam as minhas malas.

Agarrei elas e senti meu coração partir. Como eu gostaria de ficar...

— Então é isso... eu preciso ir.

— Sei que eu já perguntei isso, mas... você tem certeza que não quer ficar? —perguntou esperançoso.

Eu quero ficar, mas eu não posso.

— Desculpa, mas eu tenho certeza sim — respondo, na esperança de não chorar novamente. — Obrigado por isso e tudo que você fez por mim, eu nunca vou esquecer dos momentos incríveis que passamos juntos.

— Eu também não vou esquecer... — Chanyeol estava incrivelmente triste, eu tive que fingir ser forte, não queria chorar na sua frente. — Então isso é um adeus?

Mordi meu lábio inferior, ele me fazia cada pergunta.

— Talvez não seja um adeus, vamos dizer que isso seja um até logo.

Ele levantou a cabeça tão rápido, um sorriso de canto surgiu no seu rosto.

— Vou esperar o tempo que for então, só para ver esse seu sorriso lindo novamente.

Não consegui evitar um sorriso bobo, ele fazia eu sentir um turbilhão de sentimentos juntos.

— Então é isso... tchau Chanyeol...

— Até logo Baekhyun...

 

Virei as costas e saí, essa tinha sido a decisão mais difícil da minha vida, mas era tarde demais para se arrepender. Chanyeol parecia ter entendido que eu não queria ter feito isso, espero que ele não desista de nós. No fundo eu não desisti, só estou querendo acalmar as coisas por enquanto. Espero que não demore para eu ficar perto do Chanyeol de novo, mas eu teria que ser forte, forte por nós dois.

— Até logo, meu doce e amado Chanyeol.

 

Quando eu saí pela porta da casa do Chanyeol, eu senti que parte minha havia ficado lá, pois senti um vazio horrível dentro de mim quando entrei no táxi sem rumo, sem direção. Minha maior vontade era de voltar correndo e dizer que foi tudo uma brincadeira, que eu não estava falando sério. Mas eu estava, infelizmente estava.

Lembram do dia que eu fui para a minha casa para pegar os meus objetos de valor e minha mãe me entregou uma coisa? Pois bem, hoje isso seria útil. Ela me entregou o cartão da minha poupança — desde que eu nasci, meus pais colocam dinheiro todo mês na minha conta e na da minha irmã, para que quando fossemos maiores, usássemos para pagar nossas faculdades, comprar um carro ou qualquer outra coisa que fosse útil. — Com isso eu poderia comprar uma casa ou apartamento, pois eu não iria voltar para a minha casa nem que fosse o último lugar do mundo, eu iria começar a ser independente, já estava mais do que na hora.

Pedi para o taxista parar no centro, eu sabia de algumas imobiliárias próximas. Paguei o taxista e desci, olhei para todos os lados e consegui ver algumas imobiliárias. Entrei na primeira que eu vi, e por sorte, estava vazia.

Um homem de meia idade disse que eu poderia passar, me sentei próximo a ele e o mesmo estranhou ver um garoto da minha idade procurando um lugar para morar, geralmente os filhos saem da casa dos pais mais tarde, mas no meu caso era diferente.

— Bom dia garoto, em que posso lhe ajudar?

— Bom dia, senhor. Eu gostaria de ver um apartamento para comprar — respondi um pouco nervoso, eu nunca tinha feito algo parecido antes. — De preferência perto da minha escola.

Expliquei calmamente onde ficava a minha escola e ele disse que tinham muitos apartamentos por aquele local, comecei a ficar animado e empolgado com isso.

— Ótimo, podemos ver isso hoje? Eu estou com um pouco de pressa...

— Claro, claro — o homem gargalhou. — Acho que tenho um apartamento perfeito para você que é jovem. Só vou pegar minhas coisas e te levo lá. — Ele começou a pegar uns papéis, a chave do apartamento e sua pasta. — Você está de carro?

Neguei com a cabeça.

— Tudo bem, eu te dou uma carona então.

 

Eu não tinha nem carteira ainda, mas isso era algo que eu iria tirar em breve, agora não tenho mais o Chanyeol nem meus pais para me levarem para os lugares, e eu odiava depender dos outros, mesmo que eu tenha sido extremamente dependente do Chanyeol no tempo que namorávamos. Droga, por que eu ainda estou pensando nisso? 

Fui de carona junto com o corretor. Conforme ele foi dirigindo, eu estava lembrando daquele lugar, ficava perto da casa do Chanyeol. Senti uma angústia, uma dor no peito, mas de agora em diante seria assim, eu teria que aprender a conviver sem ele, eu teria que aprender a acordar e não ver mais ele do meu lado. Se iria doer? Muito, sem dúvidas. Se eu estava arrependido de ter tomado essa decisão? Também, mas nada disso importava mais, eu já havia tomado minha decisão, por mais difícil que ela tenha sido. Claro que eu não queria que tudo tivesse acabado assim, quem gostaria? Eu não estava pronto para dizer adeus, ou melhor, um até logo. Acho que nunca estamos preparados para ir embora da vida de alguém importante.

 

 

♡⚣♡

 

 

Chegamos em um lugar diferente do que eu conhecia, eu sabia que era perto da casa do Chanyeol, mas acho que era na direção contrária. Mas o lugar era muito bonito, bem arborizado, com muitas cafeterias, lancherias e sorveterias por perto. Se eu gostasse do apartamento, com certeza seria um ótimo lugar para morar.

O prédio era muito bonito também, ele era todo colorido, o que parecia trazer uma paz e alegria para o local. Passamos pelo porteiro e entramos no elevador, o corretor apertou o décimo primeiro andar, que por um acaso era o último. Saímos do elevador e passamos por um corredor não tão grande, tinha em média cindo portas por andar.

— Esse andar e o de baixo são basicamente só de pessoas da sua idade, mais ou menos. Sempre que algum jovem diz estar procurando um bom local para morar, eu indico esse apartamento, mais precisamente, este andar e o de baixo.

O corretor foi indo em direção a uma porta com o número 54. Ele abriu a porta, revelando um enorme apartamento com uma decoração de muito bom gosto. A primeira reação que eu tive foi “uau, isso parece caro”, mas eu estava apenas olhando sem compromisso.

Entramos direto na sala com a cozinha, era um lugar bem claro e iluminado, tinha alguns quadros e o pé direito do apartamento era muito alto. O corretor foi me mostrando cada canto do apartamento, e em cada cômodo que eu ia me surpreendia mais. Era muito bonito, mas muito bonito mesmo. Fomos em direção ao que ele disse ser o meu quarto, abri a porta e me surpreendi, tinha muita luz natural e uma vista incrível, era muito bem decorado, com vários quadros e tinha inclusive uma mesinha para que eu pudesse colocar meu computador e estudar ali. Fomos para o outro quarto, ele disse que poderia ser um quarto das visitas.

Quando terminamos a visita, estava um pouco nervoso em questão do preço, eu havia me apaixonado por esse lugar, mesmo sendo um pouco grande para uma pessoa só.

O corretor largou suas coisas em cima da mesa da cozinha e se sentou, fiz o mesmo.

— Vamos falar sobre preços — ele começou, engoli seco. — Por incrível que pareça, esse apartamento não é tão caro quanto você pensa, por ser uma área escolar. Quem construiu esse prédio zela muito pelos jovens que estudam, ele foi mais construído por causa de vocês, que são o futuro do mundo, então vocês jovens, tem um bom desconto — ele sorriu, tudo parecia estar correndo bem.

— Tudo bem, mas quanto estamos falando mais ou menos? — perguntei receoso.

— Podemos negociar o valor, não se preocupe.

 

Ficamos conversando até chegarmos à um acordo que fosse bom para os dois, e como eu pagaria à vista, eu acabei ganhando um bom desconto, e ainda sobrou uma boa quantia da minha poupança — pelo menos meu pai fez alguma coisa de útil na vida dele.

Eu estava muito feliz por ter comprado o apartamento, ia ser onde eu iria morar a partir de hoje, só que iria demorar uns quinze dias para que eu pudesse me mudar para o local, era preciso ser feito algumas coisas antes, então eu não sabia bem ainda para onde eu podia ir durante esse tempo. Pagar um hotel talvez? É a única opção que eu estou tendo por enquanto. Não tenho nenhum conhecido para pedir sua casa emprestada, essa é a desvantagem de não conhecer quase ninguém.

Peguei minhas malas e saí do prédio junto do corretor, eu estava muito ansioso para me mudar.

— Então é isso, daqui uns quinze dias você já pode vir para cá, mas qualquer coisa eu mando uma mensagem ou te ligo. — Ele pegou seu celular no bolso. — Pode me passar seu celular?

— Claro. — Passei meu número para ele, o mesmo anotou na agenda do celular e nos despedimos. Ele me ofereceu uma carona de volta, mas eu disse que não precisava, que eu gostaria de conhecer melhor onde eu iria morar daqui para frente, então ele partiu sem mim.

— O que fazer agora Baekhyun? — falei sozinho.

Olhei para os lados e vi uma cafeteria grande, muito bonita para falar a verdade, resolvi tomar café da manhã lá mesmo. Fui arrastando minhas malas pelas ruas movimentadas, até chegar na cafeteria. Tinha uma música muito agradável tocando, uma que era só o instrumental. Logo após achar uma mesa com vista para a rua, uma garçonete apareceu com o cardápio em mãos.

— Bom dia, posso fazer o seu pedido?

— Bom dia — dei um sorriso gentil e logo dei uma olhada no cardápio. — Eu vou querer panquecas com frutas vermelhas e um suco de laranja, por favor. — Entreguei o cardápio de volta, ela anotou o pedido e foi para o balcão passar o pedido.

Senti meu celular vibrar no meu bolso, peguei ele e tinha alguém me ligando, ou melhor, o Kai.

 

— Alô Baekhyun, é o Kai.

— Oi Kai, eu vi que era você — ri.

— Ah, ok — ele riu também. — Como você está?

— Indo... e você? O que me conta de novo?

— Eu fui hoje na sua escola para fazer a minha matrícula, pensei que te veria lá, mas não vi. Eu começo amanhã.

— Que legal — respondi animado. — Eu não pude ir hoje para a escola, tive que resolver uns assuntos pessoais, mas amanhã eu já vou estar na escola.

— Bacana, onde você está agora? Estou sem nada para fazer, a gente podia se encontrar. O que acha?

Pensei um pouco, acho que seria bom ter alguém para conversar.

— Eu estou em uma cafeteria. — Tentei explicar a localização por telefone mesmo. — Conseguiu entender?

Baekhyun, eu sei onde fica esse café, ele fica perto da minha casa — ele gargalhou. — Em cinco minutos eu estarei aí, até mais.

— Até mais, Kai.

 

Pelo visto ele morava bem perto daqui, seria bom ter alguém conhecido por perto para me apresentar esse lado da cidade que eu ainda não conhecia.

 

Minutos depois, vi uma silhueta grande entrando na cafeteria, eu estava distraído em pensamentos, então balancei a cabeça duas vezes para conseguir ver quem era. Era ele, e ele vinha com um enorme sorriso na minha direção.

— Baekhyun, que bom te ver. — Nos abraçamos, ele se sentou na cadeira na minha frente e ficou me olhando com uma expressão preocupada. — Você me deixou curioso, não posso negar.

— Curioso? Com o que?

— Por que você não foi para a escola hoje? E por que está em um bairro diferente do que você havia me dito aquele dia que nos conhecemos? — Ele olhou para os lados e acabou vendo minhas malas do lado da mesa. — O que essas malas estão fazendo aqui?

— Calma, uma pergunta de cada vez... — ri sem humor. — Eu saí da casa do meu namorado, ou melhor, ex namorado.

Ele pareceu surpreso e um tanto preocupado.

— Aconteceu alguma coisa para vocês terminarem?

— Eu não posso contar... nem ele ao menos sabe o motivo.

— Tudo bem. Você deve ter seus motivos para não poder contar, não vou te forçar, mas serei todo ouvidos quando você quiser me contar um dia, se quiser, é claro — Kai disse de uma forma extremamente gentil.

— Obrigado... e como eu saí da casa dele, eu vim para cá procurar outro lugar para morar. Na verdade, eu já encontrei — comentei — Mas só posso me mudar daqui uns quinze dias, sabe como é burocrático esse negócio de comprar casa.

— Eu imagino, no começo é um saco, mas depois vale a pena — ele sorriu. — Estou morrendo de sede, você já pediu algo para comer?

Assenti com a cabeça, ele chamou a garçonete e pediu um suco de abacaxi. Que logo em seguida foi entregue junto com as minhas panquecas e suco de laranja.

— Então me diga Baekhyun. — Ele deu um gole no suco. — Por onde você vai morar?

Eu estava com a boca cheia de panquecas, mastiguei calmamente antes de falar.

— Eu comprei um apartamento, ele fica no décimo primeiro andar daquele prédio grande. — Apontei para o local, Kai se virou para ver, e quando viu se afogou com o próprio suco e começou a tossir freneticamente. — Você está bem?

— Só me surpreendi por ser tão perto — ele sorriu.

Estranhei sua atitude, mas resolvi deixar isso para lá.

 

Conversamos durante horas, e quanto mais eu conversava com o Kai, mas eu via que ele era uma boa pessoa. Alguém que cativa os outros facilmente. Tão facilmente que eu até me assustava com isso. Mas isso era bom, eu precisava conhecer novas pessoas, tentar esquecer o Chanyeol, porque afinal, ele era passado. Um passado muito bonito para falar a verdade. Um passado que eu não iria esquecer tão facilmente. Mas eu precisava ser forte, aprender a conviver sem ele, mesmo que não fosse fácil. Um dia eu teria que seguir em frente, aceitar a realidade. Eu não namorava mais com o Chanyeol, ponto.

O que será que ele está fazendo? No que será que ele está pensando?

Sinto muito por tudo isso, eu sou um poço de confusão, você deveria saber disso antes de querer namorar comigo. Mas você sabia, não é mesmo? Sabia que eu era uma pessoa com um passado turbulento, mas mesmo assim nunca desistiu de mim. Infelizmente fui eu que desisti de você, de nós. Espero que um dia você saiba que eu não queria ter feito isso, eu me senti na obrigação. Eu estava com tanto medo, não sabia o que pensar, muito menos fazer. Eu estou aguentando tudo isso sozinho, a dor de perder você, a dor de não poder ter você perto de mim. Meu coração está doendo muito, mas nenhuma dor dura para sempre.

 

Fiquei distraído em pensamentos distantes, até que Kai começou a estalar os dedos na minha frente, acordei do transe e pisquei inúmeras vezes, até conseguir enxergar o Kai de novo.

— Você estava longe — ele riu. — Estava pensando nele, não é?

— Como adivinhou? Parece que você leu a minha mente — dei um riso fraco, no fundo eu estava destruído.

— Experiência própria — respondeu. Tomou outro gole do suco.

Tomo um gole do meu suco.

— Você já conheceu seu namorado pessoalmente? Lembro que no dia que a gente se conheceu, vocês ainda não tinham se encontrado.

Ele se afogou novamente com o resto do suco de abacaxi.

— Desculpa. — Ele continuou tossindo. — Mas não, não nos encontramos ainda. Mas estamos marcando.

— Entendi, espero que vocês se encontrem logo.

— Eu também espero Baek, mal vejo a hora disso acontecer — sorriu de canto. — Mas vamos parar de falar de mim, vamos falar de você. Como você está se sentindo com o término do namoro? Estou preocupado com você, sua cara não está muito boa. — Kai parecia preocupado, como se fosse um irmão mais velho.

— Se eu falasse que estou bem, eu estaria mentindo — ri fraco, Kai fez bico. — Mas não tem nada que eu possa fazer para mudar isso, é mais complicado do que você imagina.

— Olha, Byun. — Ele segurou a minha mão e ficou acariciando ela. — Eu não tive muitos namorados ou namoradas, mas o que eu sei, é que se duas pessoas se amam, elas devem ficar juntas, não importa o que aconteça. Não tem por que vocês dois não ficarem juntos. Você sente falta dele, não sente? — Assenti, meus olhos estavam começando a marejar. — Aposto que ele também sente sua falta. E não precisa chorar, tudo vai ficar bem. Se for para vocês ficarem juntos, vocês vão ficar.

As lágrimas começaram a cair, eu não consegui impedir isso, apenas deixei que caíssem. Droga, chorar era a coisa que eu mais fazia.

— Eu gostaria de conseguir pensar assim Kai, de verdade. — Limpei algumas lágrimas. — Talvez o dia que eu te conte o verdadeiro motivo disso tudo, você mude de ideia também.

— Talvez, mas enquanto isso vou torcer muito por vocês dois. — Ele soltou a minha mão, colocando ela sob a perna. — Eu não te conheço direito, Baek, mas sei que você é uma pessoa boa e de bom coração. Parece até engraçado, mas eu já te considero meu amigo. — Ele sorriu e alisou uma mecha de cabelo para trás da orelha. — Eu odeio ver meus amigos tristes. Vou fazer de tudo para te deixar sempre feliz, eu prometo.

— Obrigado Kai, obrigado por estar aqui comigo quando todo mundo não está nem aí — sussurrei.

— O mundo é cruel, Baekhyun, as pessoas viram as costas para os outros, é nesses momentos que vemos quem são nossos amigos de verdade, quem se importa verdadeiramente conosco. Não fique assim. — Ele pegou seu celular para olhar a hora. — Caramba, como o tempo voa. Já são quase 10:30.

Olhei o celular também, realmente, o tempo tinha passado muito rápido. Dizem que o tempo passa rápido quando estamos com alguém que gostamos. Fiquei esse tempo todo falando com o Kai e nem vi a hora passar.

— Antes de irmos, eu gostaria de te perguntar uma coisa Baek.

— O que foi?

— Você tem onde ficar esse tempo que está esperando a casa? — Ele ficou me fitando.

— Não, eu estava pensando em ficar em um hotel. Não sei bem, se bem que é a única opção que eu tenho no momento — digo indiferente.

Ele mordeu o lábio inferior e deu um sorriso de orelha a orelha.

— Baekhyun... você pode ficar na minha casa esse tempo que não tem onde ficar. O que me diz?

Arregalei os olhos com a proposta.

— Sério? Eu não seria um incômodo?

Ele começou a rir.

— De jeito nenhum, eu moro sozinho. Às vezes me sinto muito solitário, e vai ser bom ter outra pessoa morando junto comigo, mesmo que por pouco tempo.

— Tem certeza que não vou atrapalhar? Eu não quero dar trabalho...

— Para com isso, Baek, você vai morar comigo durante esse tempo sim, e não adianta discutir comigo. — Ele gargalhou, pegando minhas malas e indo pagar as coisas que comemos.

Talvez essa fosse a chance perfeita de eu tentar esquecer o Chanyeol, pelo menos por um tempo. Eu só precisava me esforçar para isso. Ter a companhia do Kai iria me distrair um pouco, minha cabeça ficaria ocupada. Eu tentaria, eu vou tentar, de verdade. Ficar pensando nele e no que poderíamos ter sido não adianta mais, nossa relação ficou no passado, e o passado é uma coisa que deve ficar lá. Era isso que eu estava tentando pensar, mas quando o assunto é Park Chanyeol, tudo muda. Ninguém disse que seria fácil esquecer ele, conviver sem ele, mas eu consigo. Eu vou forte, e vou conseguir. Eu sempre vivi sem ele, e não vai ser diferente agora.

Mas... eu sinto tanta a falta dele...


Notas Finais


Uma boa semana para todos, qualquer coisa estou no twt @jiminfit
beijinhos


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