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História Segredos do Passado - Ciúmes


Escrita por: winngs

Notas do Autor


Oi babys, como vocês estão?
Eu estou ótima, fui ontem para praia e foi tudo tão incrível, é maravilhoso ver as coisas dando certo pra gente, eu estou tão feliz com tudo isso. Eu vou me mudar sábado mesmo, vai ser uma correria, mas prometo sempre atualizar quando puder, nunca abandonaria essa fanfic e vocês. ♥
Boa leitura <3

Capítulo 11 - Ciúmes


Saímos da cafeteria juntos e Kai foi me guiando em direção à sua casa. Mas tinha algo estranho naquele caminho.

— Kai, para onde estamos indo? — perguntei, o mais alto se fez de desentendido e não me respondeu, ele parecia se divertir com aquilo. — É sério, por que estamos indo para onde eu te falei que eu iria morar?

— Você faz muitas perguntas Baek, espere um pouco — ele riu.

Entramos no prédio e ele apertou o número do andar, era o décimo primeiro, estranho? Eu também achei.

Saímos do elevador e ele foi para a porta de número 53.

— Você só pode estar brincando comigo, Kai. — Fiquei encarando ele que continuava com uma expressão engraçada. — Não me diga que nós somos...

Vizinhos.  — Completou, me deixando sem reação.

Realmente o mundo era muito pequeno. De tantos lugares para ele morar, ele mora bem do meu lado. Essa coincidência foi muito engraçada.

— Tudo bem. — Comecei a rir, isso seria divertido. — Vamos fingir que isso não foi uma coincidência e vamos logo entrar, essas malas estão pesadas.

Kai pegou as minhas malas e abriu a porta, revelando um apartamento com a decoração parecida com a minha, só com as cores invertidas.

— Parece que estou entrando na minha casa — comentei olhando em volta.

Kai largou as malas no quarto das visitas e voltou para a sala, me convidando para sentar no sofá próximo a ele, me sentei e coloquei meu celular na mesinha que tinha no meio da sala.

— Obrigado por ter me oferecido a sua casa, Kai. Eu iria gastar muito se tivesse que ficar em um hotel, vou ficar te devendo uma.

— Amigo são para essas coisas, Baek. Tive sorte de te conhecer, de verdade. É muito chato quando a gente se muda e não conhece ninguém na cidade, e eu tive mais sorte ainda de ter você como vizinho. Imagina quantas festas a gente pode dar. — Ele olhou para teto e ficou viajando nos próprios pensamentos, como se não estivesse no mesmo mundo que eu.

— Kai... eu nunca fui em uma festa antes, muito menos preparei uma — Confessei. Ele acordou do transe e ficou me olhando com cara de “Oi? Você é humano?”.

— Como assim você nunca foi em uma festa? — perguntou assustado. — Você está ferrado então meu amigo, está para nascer alguém mais festeiro que eu — ele falou animado, ri da sua animação. — Estou falando sério, Baekhyun. Sair é bom demais, precisamos ir em uma balada um dia, vai que você arruma alguém lá também.

Isso me dava medo. Eu não queria arrumar ninguém, eu já tinha alguém na minha mente e no meu coração.

Droga, pare de pensar nele Baekhyun, vocês não estão mais juntos. Logo ele arruma outra pessoa, e o que eu iria fazer? Aceitar, pois não temos mais nada, eu não sou mais ninguém para me intrometer nas suas escolhas.

— Tem razão, assim quem sabe eu consiga esquecer ele — digo tentando parecer confiante, acho que ele não acreditou muito.

 

 

♡⚣♡

 

 

Quinta-feira, 07:00.

 

Ontem minha noite foi bem divertida, passei parte da madrugada conversando com o Kai. Olhamos alguns filmes e eu desabafei um pouco com ele, mas sem contar sobre as ameaças, abusos do meu pai, as mensagens que eu recebia. Eu ainda não me sentia confiante para falar sobre isso com ele.

Hoje era o primeiro dia de aula do Kai na escola nova, e o meu primeiro dia de aula sem ter o Chanyeol por perto. Seria muito estranho ir para a escola e não falar com ele, não segurar em sua mão, não passar o recreio do seu lado. Mas tudo é uma questão de costume. Como eu disse antes, eu vivi minha vida inteira sem ele, e agora não seria diferente.

Estávamos nos arrumando, minha cara não estava muito boa pois eu acabei chorando um pouco antes de dormir. Já devem desconfiar do motivo. Sim, seu rosto estava em minha mente, parecia que isso estava me impedindo de dormir. Infelizmente fui dormir perto das cinco da madrugada, o que resultou em um Baekhyun que parecia que tinha sido atropelado dez vezes por um caminhão.

Me olhei no espelho e minhas olheiras estavam muito profundas. Eu parecia doente, para falar a verdade.

Kai surgiu por trás de mim no espelho do banheiro e se assustou com a minha aparência.

— Eu sei, minha cara não está nada boa — falei desanimado, ele concordou, parando do meu lado.

— Vamos dar um jeito nisso Baek, só um minuto. — Ele foi correndo para o quarto e trouxe uma base que parecia ser da cor da minha pele. — Vamos passar um pouco disso no seu rosto e você ficará novinho em folha!

Eu nunca tinha passado maquiagem antes, então tudo isso parecia um pouco estranho para mim. Mas resolvi confiar nele e na sua boa intenção de me deixar com a aparência um pouco melhor.

Kai espalhou a base delicadamente pelo meu rosto magro, dando leves batidinhas com os dedos nas minhas olheiras.

— Dê uma olhada no espelho, Baek.

Me virei e dei uma olhada no espelho, me assustei com o resultado, minhas olheiras haviam sumido, mas eu estava parecendo pálido, acho que a base era clara demais para mim.

— Kai, estou parecendo um fantasma — gargalhamos. Ele disse que iria fazer uma mágica para que tudo ficasse parecendo natural. Foi no seu quarto e buscou outras maquiagens. — Só não me deixe parecendo um palhaço.

Kai começou a rir e pegou outra base um pouco mais escura e passou em lugares específicos do meu rosto, segundo ele, iria conseguir dar um pouco mais de naturalidade sem parecer que eu estava usando maquiagem. Deixei tudo com ele, Kai parecia saber o que estava fazendo. Após passar a base um pouco mais escura no meu rosto, ele pegou um blush rosado, confesso que me assustei com aquilo.

— Você vai passar esse negócio em mim? — Apontei para o blush na mão do Kai, ele olhou para sua mão e começou a rir.

— Confia em mim, precisamos dar um pouco de cor nessas bochechas. Agora faz boca de peixe. — Fiz a boca de peixe, ele pareceu se divertir com aquilo. Então passou o blush levemente nas minhas bochechas. O resultado ainda estava me assustando, aquilo já estava me deixando nervoso. Eu nunca passei uma base sequer no meu rosto, e do nada aparece meu amigo me maquiando por completo. 

Kai parou de me maquiar e me olhou de longe, logo sorrindo e pedindo que eu olhasse no espelho.

O resultado não me deixou tão assustado como eu pensei, eu estava parecendo um boneco de porcelana, meu rosto estava incrivelmente bonito e liso, e o blush quase não aparecia.

— Nossa, maquiagem é um negócio milagroso — começamos a rir da minha reação, eu estava de boca aberta em como aquilo tinha ficado bom. — Confesso que eu nunca tinha passado nada no meu rosto antes, mas gostei do resultado, talvez eu passe esses negócios mais vezes.

Kai olhou para um delineador e lançou um sorriso diabólico para mim, arregalei os olhos assustado. Não, não, não. Tudo menos isso.

— Kai, eu sei o que você está pensando... mas não, não vou passar isso. — Apontei para o delineador.

— Bobo, não é você que vai passar, sou eu que vou passar em você — ele riu, logo pegando o delineador e vindo na minha direção. Tentei fugir, mas Kai era muito mais forte e rápido que eu — Vai ficar legal, Baekhyun, para de ser teimoso. Eu sempre passo delineador quando vou para as festas, é sucesso na certa!

— Eu tenho alguma escolha? — Dei de ombros, ele negou com a cabeça. — Tudo bem então, vou ir para a escola parecendo um palhaço.

— Não me ofenda assim, Baekhyun. — Ele fingiu estar ofendido, comecei a rir. — Confie nos meus dons para maquiagem.

— Vai logo, antes que eu me arrependa de ter aceitado!

Fechei meus olhos e senti aquela coisa molhada nos meus olhos, torci para que ficasse bonito e eu não precisasse tirar toda aquela massa corrida que ele passou no meu rosto.

— Abra os olhos para eu passar em baixo — Kai pediu gentilmente. Abri meus olhos e ele passou calmamente nos dois olhos, logo largando o delineador na pia do banheiro e pegando uma sombra vermelha, arregalei os olhos novamente e ele começou a rir, mas deixei que ele fizesse o que tinha vontade, vai que eu gostava, não é? Kai deu leves batidinhas com o pincel na minha pálpebra móvel e em baixo dos olhos, rente aos cílios inferiores. Ele se afastou e ficou me analisando de longe, logo deu um sorriso. — Terminei! Não por nada, mas ficou muito bom.

Respirei fundo com os olhos fechados, me virei para o espelho e abri os olhos.

Tomei um susto logo que vi, mas em seguida comecei a rir freneticamente.

— E não é que eu fiquei bonito? Jurei que eu ia ficar parecendo um palhaço, mas até que fiquei bonito. — Me aproximei mais do espelho, isso de maquiagem ainda era estranho para mim, ainda mais usar esse tipo de maquiagem logo cedo na escola, certeza que iriam falar de mim.

— Acho que tenho uma coisa para deixar sua maquiagem melhor, só um instante. — Kai foi para o seu quarto e trouxe uma caixinha que parecia de lentes, ele colocou em cima do balcão da pia e lavou suas mãos. Logo, pegou uma lente e me mandou abrir bem os olhos, praticamente enfiando aquilo no meu olho. Foi um pouco incômodo no começo, uma sensação muito estranha, mas logo eu deveria me acostumar. Kai colocou as duas lentes verdes e eu pisquei inúmeras vezes para me acostumar com aquele negócio nos meus olhos. — Pronto, você está um gato!

Me olhei no espelho pela milésima vez e levei outro susto, mas dessa vez eu fiquei de boca aberta vendo o resultado final da maquiagem, das lentes. Eu parecia outra pessoa, um Baekhyun 2.0, um Baekhyun mais gato e totalmente diferente daquele nerd de antigamente.

Fiquei me admirando no espelho até que Kai chamou minha atenção falando que estávamos atrasados para a escolha. Peguei meu celular no bolso e realmente estávamos, e eu nem tinha tomado café da manhã ainda. Fui correndo para a cozinha e peguei uma maçã e um suco de caixinha, Kai veio logo atrás de mim com duas maçãs e um suco de caixinha.

Entramos no elevador que parecia demorar mais do que o normal para chegar no térreo. Quando finalmente chegamos, eu saí correndo em direção ao porteiro, mas o Kai chamou minha atenção.

— Por aqui, Baek. — Apontou para o estacionamento.

Dei meia volta e fui para o estacionamento junto com o maior, que desligou o alarme de um carro muito bonito. Eu não entendo muito de carro, mas não era algo muito caro e nem muito barato.

Abrimos as portas e entramos rumo à escola. Hoje será um dia cheio, ainda bem que tenho o Kai comigo, eu não sei se iria conseguir suportar tudo isso sozinho.

 

 

♡⚣♡

 

 

Na escola...

 

Entramos na escola e consequentemente atraímos alguns olhares curiosos, não sei bem se era porque o Kai era novo na escola, se era por causa da minha maquiagem, ou talvez pelo fato de eu não estar com o Chanyeol, porque desde o momento que nós estávamos namorando, nós nunca nos desgrudamos um minuto sequer. E agora, eu entro com um garoto novo na escola, de maquiagem. Isso podia soar um pouco estranho.

Fui em direção ao meu armário e peguei alguns livros das matérias que teríamos hoje. Um tumulto estava se formando perto de nós, todos estavam curiosos para saber quem era o garoto novo.

— Algum problema, vocês perderam alguma coisa por aqui? — perguntei seco, ninguém respondeu, então peguei a chave da minha sala no bolso na calça. — Kai, vem comigo. Preciso te dar os livros e sua ficha escolar.

Kai me seguiu pelos corredores até chegarmos na minha sala, o único lugar que eu tinha paz naquela escola. Coloquei a chave na fechadura, e quando eu dei um giro com a chave, escutei alguém chamar o meu nome. Olhei para os lados e ele estava lá, incrivelmente lindo como sempre, seu cabelo estava bagunçado e ele estava com olheiras horríveis, mas isso não afetou na sua beleza natural. Me virei para o maior, que estava de boca aberta me olhando dos pés à cabeça. Por um momento, pensei que meu coração ia sair para fora do peito. Pensei que iria começar a chorar, mas consegui ser mais forte, pelo menos essa vez.

— Bom dia Chanyeol — falei indiferente, minha voz estava começando a falhar de nervoso, Kai permaneceu quieto do meu lado. Chanyeol olhava para mim e para o Kai.

— Você que é o famoso Chanyeol então, prazer em te conhecer. — Kai esticou a mão para o Chanyeol, que ignorou seu aperto de mão. Kai recolheu a mão um pouco envergonhado, tinham algumas pessoas assistindo essa cena, inclusive a Kim.

— Baekhyun, quem é esse garoto? O que você está fazendo com ele? — O maior apontou para o Kai. Ótimo, Chanyeol estava com ciúmes.

— Esse garoto tem nome, o nome dele é Kai — respondi seco, Chanyeol olhou novamente para o Kai. — Ele é meu amigo e se transferiu hoje para cá.

Chanyeol estava fitando o Kai, que continuava sem dizer uma palavra.

— Amigo, sei —falou seco, me fazendo juntar as sobrancelhas. — Aposto que você já me esqueceu — ele sussurrou, mas eu consegui ouvir.

Essa crise de ciúme estava me irritando, puxei Chanyeol pelo braço e entrei na minha sala, trancando a porta e deixando Kai do lado de fora.

O maior ficou me fitando sem entender, mas quando viu que minha cara não estava muito boa para o lado dele, ele se acalmou.

— Posso saber o que foi aquilo? — perguntei irritado.

— Não posso ter ciúmes agora? Vocês... são só amigos mesmo? — Se escorou na porta e abaixou o tom da voz, fazendo uma voz calma, aquela que eu amava tanto.

Respirei fundo, eu precisava dar um jeito nisso.

— Chanyeol, nós não temos mais nada, achei que isso tinha ficado bem claro. Pare de sentir ciúmes, nós não namoramos mais. E sim, nós somos só amigos.

— Não sei se acredito — ele respondeu baixinho.

Fechei os punhos, eu só queria conversar com ele, mas esses ciúmes estavam me deixando irritado.

— Problema seu se não acredita, eu não te devo satisfações da minha vida. — Aumentei o tom da voz, Chanyeol se assustou e voou para cima de mim, me prensando na porta. — Me larga, Chanyeol!

— Por que está me tratando assim Baek? Eu ainda te amo, é claro que vou sentir ciúmes de você, não consigo controlar isso... — ele falou num tom doce, muito convidativo para falar a verdade. — Eu não quero te perder para outro, Baek, é tão difícil de entender isso?

Tentei empurrar ele, mas todas as tentativas foram em vão. Tentei não olhar para ele, pois eu não sabia como iria reagir em ver aqueles lindos olhos castanhos tão próximos aos meus.

O maior levantou meu queixo de modo que nossos olhos se encontrassem — as vezes parecia que esse garoto lia meus pensamentos. — Olhei para os cantos, eu não queria olhar para ele. Eu só não queria. Eu não podia.

— Baek — ele sussurrou com aquela voz rouca extremamente sensual que ele sabia que eu adorava quando ele fazia — Olhe para mim.

Revirei os olhos e fui com eles ao encontro dos olhos de jabuticaba do maior. Seus olhos analisavam cada pedaço do meu rosto, senti meu rosto pegar fogo por um instante. Nossos rostos estavam tão próximos que eu sentia sua respiração quente. Chanyeol passou o dedo indicador na minha bochecha magra, logo soltou um sorriso, por céus, eu poderia morrer a qualquer hora por causa daquele sorriso.

— Você fica bonito de maquiagem Baek, e com essas lentes verdes — sorriu um pouco melancólico. — Mas ainda prefiro você sem nada. Prefiro daquele jeito que você acordava quando estávamos juntos. Seu rosto lisinho, sem lentes, sua beleza natural. Mas não estou dizendo que está ruim, muito pelo contrário. Só estou desacostumado de te ver assim.

Virei meu rosto para o lado, ele já devia estar vermelho de tanta vergonha.

— S-se acostume, você vai me ver mais vezes assim — respondi com a voz trêmula.

— Tudo bem — ele sussurrou próximo ao meu ouvido. — Você fica bonito de qualquer jeito.

Eu só queria sair desse lugar, dessa posição, eu sabia que não iria prestar estarmos nós dois sozinhos em uma sala, sem ninguém vendo. Minha mente estava sendo domada por pensamentos pervertidos. Que droga Baekhyun, dê um jeito de sair daí.

Me remexi para os lados na tentativa de escapar, e adivinhem, foi em vão!

— Por que está tão nervoso? — o maior perguntou quase em um sussurro, me arrepiei dos pés à cabeça.

— E-eu não estou nervoso, só quero sair daqui. — Me remexi mais um pouco.

Park pegou meu rosto gentilmente e me fez olhar para ele.

— Tem certeza que você quer isso? — sussurrou.

Seus lábios estavam muito próximos dos meus, eu só queria beijar aqueles lábios carnudos. Não tinha ninguém olhando, acho que não dava nada dar uma escapada.

— Para falar a verdade... eu não tenho certeza... — sussurrei atordoado.

Meus olhos automaticamente começaram a fitar aqueles lábios que estavam cada vez mais se aproximando dos meus.

— Baekhyun... — ele sussurrou, olhando para meus olhos.

— Chanyeol...

Fechei os olhos e senti seus lábios pressionando os meus, joguei meus braços por cima do seu pescoço e me aprofundei no beijo. Eu estava desesperado, eu estava com saudade, eu estava triste, foi uma mistura de sentimentos num beijo só. Chanyeol me ergueu pela cintura, me fazendo ficar com as pernas enlaçadas nele. O maior desceu as mãos por toda a extensão das minhas costas, deixando sua marca ali com pequenos arranhões. Arqueei as costas, isso só havia me atiçado mais. Tentei remover sua camisa, mas por eu estar colado nele, isso impediu o ato. Chanyeol me colocou no chão e ficou me fitando. Sem esperar, removi sua camiseta numa forma de desespero, revelando aquele abdômen que já havia me tirado inúmeros suspiros. Ataquei seus lábios novamente, o deixando sem tempo para respirar. Enrosquei minha mão em seus cabelos macios, descendo aos poucos e deixando a minha marca nele também, mas digamos que um pouco mais, selvagem.

Cravei minhas unhas nas costas dele e arranhei toda a extensão das suas costas. O maior soltou um gemido abafado no meio do beijo, o que me fez dar um sorriso de vitória.

Eu estava atordoado, mas tinha total consciência do que estava fazendo. Na hora não pensei muito se era certo ou errado o que eu estava fazendo. Eu só queria matar a saudade já que não tinha ninguém vendo. Na hora eu nem lembrava mais que tinha deixado o Kai esperando do lado de fora, nem pensei no que os outros iriam pensar. Nada disso importava, eu só queria um momento à sós com ele.

O clima estava muito quente, tão quente que eu só queria me despir e transar com ele ali mesmo, na sala. Dizer que eu sentia falta daquilo, de ter ele perto de mim. Mas uma voz lá dentro da minha cabeça insistia em dizer que eu estava fazendo a coisa errada, que eu estava iludindo dele. Afinal, eu havia terminado com ele recentemente, e agora, estávamos nessa situação. A voz da Kim e do meu pai vieram na minha cabeça, todas aquelas mensagens e ameaças ficaram perturbando a minha cabeça de uma maneira que eu não conseguia mais reagir. Eu não podia fazer isso...

Parecia que eu havia acordado do transe, infelizmente eu não podia dar continuidade para aquilo, eu não sabia onde chegaríamos se eu não cortasse isso.

Empurrei o maior, que estava meio atordoado e sem entender a minha atitude. Tentei me recompor, minha respiração estava muito acelerada. Chanyeol estava um pouco suado e ofegante, o que deixava ele mais sexy ainda.

Tire esses pensamentos da sua cabeça Baekhyun.

Arrumei meu cabelo e minhas roupas, o maior ainda continuava afastado me fitando.

— D-desculpa, não podemos continuar isso. — Apertei os lábios, abaixando a cabeça e indo em direção aos livros e para procurar a ficha escolar do Kai, mas minhas mãos estavam trêmulas o bastante para deixar tudo cair no chão.

Park se aproximou e me ajudou a pegar os livros e a ficha escolar do Kai. Ele deu uma rápida lida na ficha antes de me entregar.

— Você gosta dele, Baek? — perguntou baixinho, parecia estar com vergonha.

— Já disse que não, somos só amigos.

— Sei... — Ele abaixou a cabeça — Onde você está morando agora?

Parei tudo o que estava fazendo para encarar ele. Ele estava preocupado comigo? Ou será que era só curiosidade?

— Eu comprei um apartamento, mas por enquanto estou morando com o Kai.

O maior levantou a cabeça rápido e ficou me fitando sem expressão.

— Você está morando com esse garoto, Baekhyun? — Sua voz começou a se alterar, as crises de ciúme estavam voltando.

— Sim, é por pouco tempo, até liberarem o apartamento para mim. — Tentei manter a calma, mesmo sabendo que seria difícil.

— Foi por causa dele, não foi? Foi por causa dele que você terminou comigo...

Fiquei apavorado pelo que eu acabara de ouvir, ele estava falando mesmo sério?

— Você não sabe de nada, Chanyeol! — gritei estressado.

Chanyeol ficou em silêncio. Eu gostava quando ele tinha ciúmes de mim, mas isso estava ficando irritante. Nós não temos mais nada, por mais difícil que seja. Ele se levantou e vestiu sua camiseta de uniforme que estava atirada no chão.

O sinal tocou, juntei as coisas rápido e fui em direção à porta, mas senti uma mão me segurar, me virei e o maior estava de cabeça baixa.

— O que foi?

— Isso que tivemos aqui... não significou nada para você? — ele perguntou numa voz manhosa, meu coração se apertou, eu não sabia o que responder.

— Não me faça esse tipo de pergunta, por favor — sussurrei. Meus olhos começaram a marejar, tentei segurar as lágrimas para que elas não caíssem, mas não deu certo, caíram algumas lágrimas. Tentei limpar para que ele não visse, mas ele me puxou pelo braço e ficou me encarando, surpreso por ver lágrimas no meu rosto.

— Baekhyun... apenas me responda. Isso significou algo para você?

Consegui me soltar dele, por que as coisas tinham que ser tão difíceis?

— Claro que significou. Eu te amo, seu idiota — sussurrei, o garoto arregalou os olhos e deu um sorriso fraco. Limpei as lágrimas para que não borrasse a maquiagem, não queria que o trabalho do Kai tivesse sido em vão. — Posso te pedir uma coisa?

— Claro, qualquer coisa Baek.

Acho que ainda existia um pingo de esperança dentro dele.

— Esqueça do que aconteceu nessa sala, faça de conta que nada disso aconteceu — falei seco, me segurando para não chorar. — Não fale mais comigo, não podemos continuar com isso, nós não temos mais nada!

Me virei atordoado e fui em direção da porta, sem me virar para ver como Chanyeol tinha reagido ao meu comentário. Abri a porta e Kai estava escorado na parede ao lado, entreguei os livros para ele e sua ficha escolar, estávamos um pouco atrasados. Felizmente ele tinha caído na minha turma.

Uma coisa de bom neste dia horrível.

— Baek, o que aconteceu lá dentro? Você parece nervoso — Kai sussurrou de modo que apenas nós dois pudéssemos ouvir.

— Eu não quero falar disso, só quero esquecer ele, esquecer de uma vez por todas!

Kai não quis mais tocar no assunto por ver que eu não falaria sobre o que havia acontecido dentro da minha sala. Eu só queria esquecer tudo que tinha acontecido ali.

Fomos para a nossa sala, eu ainda estava muito atordoado. Consegui fazer com que o Kai sentasse atrás de mim, o que tornaria as coisas mais fáceis.

Chanyeol entrou logo em seguida, tão atordoado quanto eu. Tentei não olhar muito, mas foi impossível. Ele passou e deu uma encarada no Kai, infelizmente ele pensava que eu tinha terminado com ele por causa do Kai. O que não era verdade. Ver ele com esse ciúme foi um tanto estranho, mas não posso julga-lo, eu também teria se visse ele com outra pessoa, ainda mais uma desconhecida.

Meu peito doía tanto, eu não queria estar passando por isso. Estava sendo tão difícil ter que mentir para mim mesmo, agir como indiferente, como se eu não gostasse dele. Doía tanto ver ele com ciúmes, mas eu entendia ele, ele me amava ainda, e eu ainda amo ele, tanto que chega a doer ter que fazer isso com ele. No fundo ele estava sofrendo tanto quanto eu, seu ciúme era só uma prova disso.

 

 

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Quebra de tempo

 

 

Se eu falasse que as coisas andam normais, eu estaria mentindo para mim mesmo. E dizem que o pior tipo de mentira é quando você mente para si mesmo.

Faz apenas quatro dias que o Kai veio estudar na minha escola e parece que estou estudando no inferno. Sorte que o Kai é uma pessoa calma — até o momento. —, pois sempre que Chanyeol via nós dois juntos, ele surtava, surtava de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. De fato, eu nunca consegui imaginar que o Chanyeol fosse ciumento desse jeito, foi uma surpresa para mim. Mas eu não posso julgar, eu não sou ninguém para julgar.

Mas tirando tudo isso de escola, tem sido bem divertido morar com o Kai, ele é uma ótima companhia e sempre faz de tudo para me colocar para cima. Confesso que as vezes até esqueço do Chanyeol — por incrível que pareça. — Acho que eu posso considerar isso como uma coisa boa, porque é isso que eu preciso fazer, eu preciso esquecer ele de uma vez por todas. Kai já me sugeriu sites de relacionamento, ele disse que lá eu poderia conhecer alguém legal, ou apenas conversar sem intenções, mas não sei se eu quero isso, acho que é muito cedo para conhecer uma nova pessoa. Ficar com outra para esquecer ele não me parece algo muito legal de se fazer, pelo menos não agora.

Esqueci de contar, os garotos — Luhan, Sehun, Chen e Yixing — ainda falam comigo, achei legal da parte deles não pararem de falar comigo só por que eu e o Chanyeol não estamos mais juntos. Inclusive, eles me contaram que a Kim tenta de todas as formas se aproximar dele, mas ele sempre a ignora e diz que me ama ainda. Pelo menos isso. Não sei o que a Kim queria com o Chanyeol solteiro, se mesmo com ele solteiro, ele não liga para ela.

É como dizem, a esperança é a última que morre.

 

 

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Segunda-feira, 18 de julho, 08:30.

 

Estávamos na aula de química, mas eu estava sentindo um leve desconforto, como se alguém estivesse fitando as minhas costas. Posso até chutar quem seja, mas por algum motivo eu quis confirmar. Me virei para o Chanyeol, e o mesmo estava me encarando, bem como eu imaginava. Voltei para a minha posição anterior para prestar atenção na aula, alguém aqui nessa turma tinha que dar o exemplo, e não seria o Chanyeol, pelo menos não nessa matéria.

Todos estavam fazendo a maior algazarra na sala, as vezes nem parece uma turma de terceiro ano, para falar a verdade.

A algazarra só parou quando o professor xingou os que estavam fazendo barulho.

— Silêncio. — Ele colocou o dedo na frente dos lábios, todos ficaram em silêncio. — Muito bem, vou entregar um trabalho para vocês me entregarem semana que vem, então eu vou formar as duplas.

Nunca era uma boa ideia deixar os professores formarem as duplas, eles sempre faziam péssimas escolhas, mas independente da dupla que eu ficasse, eu certamente iria fazer tudo sozinho. Eu só não queria fazer com duas pessoas, a Kim e o Chanyeol, de resto, podia ser qualquer um.

Os nomes foram sendo ditos, e as duplas formadas, nada do meu nome por enquanto. Kai teve que fazer o trabalho com o Yixing, Sehun com o Chen, e Luhan com uma outra garota da nossa sala.

Para a minha sorte, Kim pegou uma das suas escudeiras para fazer o trabalho. Ufa, pelo menos não preciso fazer com essa maluca.

O professor olhava atentamente para cada um de nós, até que seu olhar veio na minha direção, senti um frio na espinha.

— Baekhyun, você vai fazer o trabalho com o. — Ele olhou para os cantos da sala, procurando outra pessoa, fechei os olhos torcendo para não ser com o Chanyeol. Qualquer um, menos ele, por favor. — Chanyeol! Desta vez eu fui bonzinho, sei que vocês namoram e que Chanyeol não é tão bom em química, vai ser bom para ele.

Senti meu rosto queimar por inteiro. Pensei que as notícias corressem mais rápido. Abri os olhos calmamente e respirei fundo.

— Nós não estamos mais namorando, professor.

Foi a única coisa que eu consegui dizer.

Olhei para os cantos e vi um sorriso de satisfação no rosto da Kim.

— Oh, sinto muito, eu não sabia — o professor respondeu. — Mas isso não vai impedir de vocês fazerem um bom trabalho, não é garotos?

Concordei com a cabeça, acho que Chanyeol fez o mesmo, pois ele não disse nada.

— Muito bem, reúnam-se nas duplas para começarem a fazer o trabalho.

Bufei, isso me lembrava muito o primeiro trabalho que eu fiz com ele. Eu não queria ter feito dupla com ele naquele dia por medo, mas foi por causa desse trabalho que eu pude ir na casa dele. Digamos que esse foi o empurrão que nós precisávamos para começarmos a namorar.

Eu estava me preparando psicologicamente para pegar minha cadeira e ir na direção dele para fazermos esse trabalho de uma vez por todas, mas quando me dei conta ele já estava sentado de frente para mim. Tentei não olhar tanto para ele, mas era inevitável, nossos olhos insistiam em se cruzar.

O professor entregou o trabalho, eram cinco folhas frente e verso, mas nada muito difícil.

— Vamos fazer isso logo e acabar logo com isso — falei seco, pegando minha lapiseira e começando a fazer os exercícios.

Um silêncio tomou conta da nossa mesa, olhei para o Chanyeol e ele me observava fazendo os exercícios atentamente.

— Algum problema, Chanyeol?

— Não, problema nenhum, Baekhyun. Só estava lembrando de umas coisas, nada demais — ele deu um sorriso de canto. — Você precisa de ajuda com algum exercício?

Levantei a cabeça e fiquei encarando ele, me segurando para não rir, mas deixei sem querer escapar um riso.

— Você querendo me ajudar em química? Convenhamos que você não é muito bom com números — ri baixinho, ele ficou envergonhado, pois começou a rir e a coçar a cabeça. — Mas agradeço a sua ajuda.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até o maior resolver quebrar o silêncio.

— Como você está, Baek? Já conseguiu resolver os problemas do apartamento?

Deixei a lapiseira de lado, colocando os cotovelos em cima da mesa e apoiando meu rosto sob minhas mãos.

— Eu estou bem, muito bem. — Soltei um suspiro pesado, afinal, eu estava mentindo. — Ainda não, continuo morando com o Kai ainda. E você, como você está?

— Estou bem, na medida do possível. Meu pai vai ficar uns dias lá em casa, vai ser bom, vou poder me distrair um pouco. — O garoto olhou para o teto, abaixei a cabeça envergonhado com a situação. — Ele perguntou de você ontem para mim...

Meu coração estava começando a acelerar, eu sentia falta daquela casa, daquela família.

— Sério? Ele vai ficar quantos dias?

— Umas duas semanas, eu acho. Ele disse que queria que você fosse nos visitar, ele sente sua falta.

Eu também sinto falta de vocês, você não faz ideia.

— E o Floquinho, como ele está? — Mudei de assunto antes que eu pudesse me afundar sozinho.

— Ele está bem, foi curado e já está comendo normalmente. Foi um susto muito grande.

Eu estava torcendo muito para que a Kim não tentasse mais nada com o Floquinho, mas acho que ela não faria isso, afinal, ela já conseguiu parte do que queria.

— Que bom, fico feliz. Gosto muito dele — comentei, brincando com uma mecha de cabelo. — Fiquei muito preocupado aquele dia, mas ainda bem que deu tudo certo.

— Ele também gosta muito de você. Não só ele — o maior disse num sussurro, me deixando todo arrepiado. Respirei fundo, tentando manter a calma, mesmo que fosse difícil.

Peguei a lapiseira e voltei a fazer os exercícios, eu não iria dar papo para o Chanyeol, pelo menos não nesses assuntos.

— Você não vai conseguir terminar isso hoje. — Ele apontou para os exercícios, de fato eu não iria conseguir, mas eu era teimoso o bastante para tentar fazer tudo sozinho. — Podemos marcar um dia para você ir na minha casa, ou eu ir na sua quando eles te derem a chave, assim podemos terminar os exercícios, e você pode me ensinar essa matéria, porque eu não estou entendendo bulhufas.

Chanyeol estava tentando tirar proveito da situação, eu sabia bem o que ele queria indo na minha casa, ou eu indo na casa dele. Isso não me parece uma boa ideia, preciso tentar escapar.

— Não precisa, eu posso fazer tudo sozinho — respondi rápido, ele fez beiço, vendo que eu acabara de rejeitá-lo.

— Tudo bem, não vou te forçar a fazer nada — o maior suspirou.

Voltei a fazer os exercícios, eu estava mais lento do que o normal. Deve ser ao fato da minha cabeça estar cheia de pensamentos, cheia dele. Eu sabia que ele estava me encarando, isso me dava um leve desconforto, ainda mais quando era o Chanyeol que fazia isso.

Peguei meu celular para olhar as horas, faltava uns quarente e cinco minutos para acabar essa aula e finalmente ser o recreio. Mesmo eu negando, eu estava gostando de ter essa desculpa para poder ficar perto dele. Querendo ou não, nós tivemos alguma coisa, eu gostava dele ainda. Eu não iria conseguir esquecê-lo do dia pra noite, nem se eu quisesse.

 

 

♡⚣♡

 

 

A aula de química estava acabando e eu consegui fazer grande parte dos exercícios, faltava apenas uma folha para eu terminar aquilo. Resolvi fazer uma pequena pausa e esperar pelo recreio, faltavam menos de dez minutos. Larguei a lapiseira de canto na mesa e fiquei olhando para os cantos da sala, a grande maioria estava quebrando a cabeça com aqueles exercícios, Kim nem tinha tempo de me encarar por causa disso. Kai me olhava a cada instante e fazia uma cara de preocupado, mas eu sempre fazia uma cara de “está tudo bem, não se preocupe”.

Peguei meu celular, oito minutos, oito e longos minutos para acabar aquilo e eu seguir minha vida normalmente fingindo que nada daquilo tinha acontecido.

Olhei para o Chanyeol — não sei por que exatamente fiz aquilo, talvez eu só sentisse falta de vê-lo — e o mesmo me encarava com aqueles enormes olhos de jabuticaba. Dessa vez eu não iria desviar o olhar, resolvi encarar de volta, para quem ver cedia primeiro. Olhei bem no fundo dos seus olhos, aquilo estava sendo vergonhoso para mim, principalmente quando ele resolveu entrar no meu jogo e me encarar mais à fundo dessa vez. Seus olhos estavam praticamente me engolindo, eu sentia que ele podia estar vendo dentro da minha alma, de tão profundo que estava sendo o seu olhar para o meu, mas se isso realmente estivesse acontecendo, ele veria o quão acabado eu estava nesses últimos dias. Senti um frio na espinha, mas não cortei o contato visual, eu sabia que não teria mais tantas oportunidades para ficar perto dele.

Ficamos assim praticamente mais de cinco minutos, só paramos de nos encarar porque ele estava se segurando para não rir, então desviei o olhar para um canto qualquer da sala.

— Eu estava com saudade de te ver, Baek. Sei que faz pouco tempo que terminamos, mas eu sinto a sua falta — ele sussurrou.

Fui com meus olhos em direção aos dele, eles estavam tristes, melancólicos, distantes, não eram os mesmos olhos que ele tinha quando eu o conheci. Fiquei em silêncio, eu não sabia bem o que era certo responder. Não queria dar um tiro no meu próprio pé.

Chanyeol ergueu uma sobrancelha em sinal de desaprovação do meu silêncio, logo esticando uma mão para mim, até onde ele estava querendo ir? Estiquei minha mão de uma forma tímida para ele, que a segurou gentilmente e começou a fazer carinho nela.

— Sua mão continua tão macia como antes Baek — ele sorriu, não consegui evitar sorrir junto, eu estava sentindo tanta falta da mão dele, eu estava sentindo falta dos seus carinhos.

— A sua também — sussurrei baixinho, de modo que apenas ele pudesse ouvir. Chanyeol deu um sorriso largo, por céus, ele queria que eu me apaixonasse de novo por ele, como se fosse a primeira vez.

O maior continuava a acariciar minha mão, sem se importar se tivesse alguém olhando para nós, ele tentou cruzar seus dedos nos meus, para ficarmos de mãos dadas, senti um calor vindo de dentro de mim. Nós estávamos compartilhando nosso calor pelas mãos, era tão gostoso, tão reconfortante, nossas mãos se encaixavam perfeitamente e de uma forma única.

— Nossas mãos se encaixam perfeitamente, não acha, Baek?

Às vezes parecia que ele lia meus pensamentos.

Concordei com a cabeça, ele conseguia me deixar sem jeito com apenas uma pergunta.

 

O sinal acabara de tocar, soltei minha mão do Chanyeol e me levantei, esperando o Kai fazer o mesmo. Chanyeol se levantou e se aproximou de mim.

— Gostaria que tivessem mais trabalhos assim, para que eu pudesse ficar mais perto de você — ele cochichou no meu ouvido. Todos os pelos do meu corpo deviam ter se levantado naquela hora. A maneira como ele deixava sua voz rouca me deixava maluco, ele sabia que eu me arrepiava com o tom da sua voz, ele fazia isso de propósito. Maldito!

Me afastei dele e fui em direção do Kai, que acabara de levantar. Fomos em direção da porta, eu precisava respirar um pouco, tinha acontecido muita coisa em pouco tempo.

— Eu vi aquela cena, Baekhyun — Kai começou a rir da minha cara. — Vocês dois são bonitinhos juntos.

Meu rosto começou a esquentar, espero que só ele tivesse visto aquela cena.

— Droga, será que mais alguém viu aquilo? — perguntei nervoso.

— Acho que não, todos estavam concentrados no trabalho.

— Menos mal então, já fico mais aliviado.

 

Estávamos indo para o refeitório, mas o Kai quis ir no banheiro, fiquei esperando ele do lado de fora. Me escorei na parede e vi que a Kim estava vindo na minha direção, mais essa agora.

— Oi irmãozinho, queria te dizer que eu vi aquilo na sala de aula, não gostei nem um pouco do que eu vi. — Ela fez uma cara de irritada. — Não se esqueça do nosso acordo.

— Ele que quis segurar a minha mão, eu não tenho culpa Kim. Não tenho culpa se ele ainda gosta de mim.

Ela estava quase explodindo de tanta raiva, vendo que mesmo com o meu término com o Chanyeol, ela não tinha conseguido o que queria.

— Ele ainda gosta de você por enquanto, é só uma questão de tempo até ele começar a gostar de mim — ela tentou me desafiar, mas eu duvidava muito que o Chanyeol começasse a gostar dela, ele não tinha problema na cabeça.

— É o que vamos ver. — A desafiei de volta, ela deu um sorriso diabólico.

— Você acha que é esperto, mas quando você menos esperar, eu vou estar desfilando de mãos dadas com ele pelos corredores, e você querido irmão, vai ficar de queixo caído. — Kim começou a me provocar, tentei manter o controle, mas estava ficando difícil.

— Escuta aqui Kim, quando você vai parar de infernizar a vida dos outros? Eu estou cansado de você! Por que você não some e para de infernizar a minha vida? — A empurrei de modo que ela caísse de bunda no chão. O Kai apareceu logo em seguida para apartar a situação.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — O moreno parou do meu lado e ficou encarando a garota que estava caída no chão.

Kim se levantou e tentou ir na minha direção, mas o Kai parou na minha frente, de modo que ela não pudesse fazer nada comigo. Uma movimentação surgiu no corretor, tinha muita gente assistindo a cena. Chanyeol observava tudo de longe, sem se meter.

— Então você é o novo namoradinho do meu irmão — ela começou a rir.

Fechei os punhos, ela estava envolvendo o Kai nessa confusão.

— Eu não sou o namoradinho do seu irmão, nós somos apenas amigos. E eu não devo satisfações para você — respondeu seco. — Só te digo uma coisa, se você se meter com o Baekhyun de novo, você vai pagar caro. Eu não sei o motivo daquela gritaria, mas isso não importa, só quero que você pare de incomodar o Baekhyun. Você entendeu garota? — Kai praticamente cuspiu essas palavras na cara da Kim, ela se surpreendeu pelo tom de voz que o Kai falou com ela, ela nunca tinha sido desafiada e confrontada daquela maneira por alguém antes. A garota loira deu uma última encarada em nós dois, antes de virar as costas e sumir pelos corredores.

Passei a mão pelo meu rosto, isso tudo era tão estressante. Será que algum dia ela iria finalmente me deixar em paz? Talvez só no dia que ela conseguisse o que queria, se esse dia um dia chegasse, é claro.

O movimento do corretor tinha sumido, todos voltaram às suas atividades normais, Chanyeol também não estava mais no corretor, eu não tinha visto para onde ele tinha ido. Restou que ficou apenas eu e o Kai naquele corredor, ele estava preocupado comigo, como sempre.

— Será que um dia você vai me contar o real motivo dessa discussão e o porquê de vocês não se darem bem?

Eu estava cansado daquilo, eu só queria me abrir com alguém, conversar, estava sendo difícil aguentar tudo aquilo sozinho, sem ter ajuda. Eu estava me sufocando nas minhas próprias mentiras.

— Kai, você sabe guardar segredo?


Notas Finais


Comentem o que vocês estão achando, não se esqueçam de favoritar a fanfic para saberem quando eu atualizo a fic ♥
Tenham uma linda semana, beijoss ♥


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