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História Segredos do Passado - Laços desfeitos


Escrita por: winngs

Notas do Autor


Olá, sei que devo satisfações, então vamos lá.
Não sei se alguns sabem, mas eu já havia falado que eu tinha me mudado, e todos sabem como é horrível quando você se muda para eles instalarem a nova internet, eu ainda estou sem, mas consegui atualizar a fanfic hoje pelo 4G da minha mãe, o que eu não faço por vocês? :p
Peço desculpas se demorei para atualizar, eu queria ter postado antes, mas realmente não deu.
Com esse tempo que estou sem internet, tirei o dia para arrumar a casa, ajudar minha mãe e continuar escrevendo minha fanfic, espero que em breve eu volte a atualizar ela com mais frequência.
Boa leitura à todos, beijos ♥

Capítulo 12 - Laços desfeitos


O moreno ficou me analisando antes de falar.

— Claro que sim, Baek, você pode contar comigo para o que precisar.

Suspirei largando todo o ar que eu tinha para fora, parecia que eu iria conseguir tirar um peso enorme das minhas costas.

— Tudo bem, mas aqui não é um bom lugar para conversarmos. Vamos esperar até chegarmos em casa, lá eu te conto tudo.

Kai já havia me provado que eu podia confiar nele, de fato ele era uma pessoa confiável o bastante para eu poder me abrir com ele.

— Você tem certeza que quer fazer isso? Tudo bem para você?

Concordei com a cabeça.

— Não aguento mais me sufocar com minhas próprias mentiras, preciso contar isso para alguém.

— Certo, você me conta quando chegarmos em casa então. Mas agora vamos para o refeitório ou qualquer outro lugar, quero me sentar um pouco, estou com dor nas costas de ficar tanto tempo de pé. — Kai fez careta de dor ao tocar nas costas.

— A idade chega para todo mundo meu amigo — debochei dele. — Eu sei um lugar onde quase ninguém vai, vem comigo.

Guiei o moreno pelos corredores, até irmos para o lado de fora. Por algum motivo as pessoas não gostavam de ficar na rua, elas preferiam ficar naquele refeitório onde todo mundo respirava o ar do outro. Fora que, na rua o ar é bem melhor. Ficar ao ar livre é bem melhor, ainda mais com o nosso pátio da escola, tinham muitas árvores frutíferas e bancos em baixo delas.

Não tinham muitas pessoas lá, só algumas de outras turmas. Aproveitamos para nos sentarmos em baixo de uma enorme árvore, na qual havia muita sombra.

— Sua irmã é maluca Baekhyun, vocês não são nem um pouco parecidos — Kai disse, se escorando na árvore.

— Nós somos gêmeos, mas nossos gênios são bem diferentes, sabe? Nunca nos damos bem, isso desde criancinhas, eu sempre fui sozinho, e ela era a “protegida” do meu pai. Mas isso é passado, hoje não me importo mais com isso. A vida segue, não preciso mais deles perto de mim, muito menos da Kim.

Kai se virou no banco, ficando de frente pra mim.

— É isso aí, Baek. Você precisa ter por perto só pessoas que te fazem bem. Quanto menos pessoas que te colocam para baixo, que não te acrescentam nada você tiver na sua vida, melhor ela vai ser. Eu já tive muitas pessoas que sempre me colocavam para baixo, minha vida era um saco Baek — ele começou a rir. — Mas eu me afastei de todo mundo, e hoje sou uma pessoa mais feliz, mais de bem com a vida. Temos que ter pessoas boas perto de nós, pessoas que nos querem bem, isso deixa a nossa alma saudável. No começo eu me senti sozinho, pois me afastei de muita gente, você não tem ideia, mas foi melhor assim.

Fiquei pensando no que ele tinha me falado. Eu de fato tinha me afastado das pessoas que me colocavam para baixo, que no caso eram a Kim e o meu pai. Mas mesmo assim, eu ainda estava para baixo, eu ainda estava me sentindo triste, porque não envolvia só eles, tinha o Chanyeol no meio de tudo. Eu me afastei da pessoa que eu mais amava, eu fui obrigado a fazer isso. Se fosse apenas a Kim e o meu pai, tudo bem, mas eles queriam me ver infeliz, e acabaram envolvendo uma terceira pessoa nas confusões deles.

— Tem razão — só disse isso, eu não sabia mais o que falar dessa situação.

 

 

♡⚣♡

 

 

12:30h.

 

Fui para o estacionamento da escola com o Kai para voltarmos de carro para sua casa, ele era muito preguiçoso para ir andando para a escola, então ele sempre ia de carro.

— Você devia praticar alguns exercícios, como por exemplo ir a pé para a escola — debochei. — Sua casa nem é tão longe assim da escola.

— Baekhyun, a única coisa que eu não tenho preguiça é de ir em festas, meu caro — ele falou com humor. — E não se esqueça que você vai ir em uma junto comigo.

— E eu tenho escolha? — Fiz beiço.

— Hm, deixa eu pensar... não! Você vai ir sim!

Rimos, deixa ele pensar que vai conseguir me levar em uma boate, eu não coloco meus pés em uma nem que me paguem!

Abrimos as portas do carro e entramos, me acomodei no banco e peguei meu celular, não havia nenhuma mensagem como sempre. Depois que eu terminei com o Chanyeol, as únicas mensagens que eu recebia eram de ameaças da Kim. Guardei ele na mochila, não teria utilidade eu ficar segurando ele em vão.

Kai colocou uma música estilo boate para tocar no carro, ligou o carro e finalmente partimos. Quando chegarmos vou contar tudo para ele, seria bom ter alguém que eu possa confiar, já passei muita coisa calado, hoje isso mudaria.

 

Chegamos em casa em questão de minutos, a música nem tinha terminado ainda, para vocês verem como o apartamento ficava perto da escola, o Kai só ia para a escola de carro porque era preguiçoso demais.

Enfim, fui para o meu quarto e atirei minha mochila na cama, parei de frente para o espelho e peguei uma roupa casual de pijama, troquei de roupa e coloquei o meu pijama, essa era a minha roupa de passar o dia em casa.

Fui para a sala e me atirei no sofá, eu já estava me sentindo em casa. Kai apareceu logo em seguida com uma roupa casual e com o celular na mão. Ele sentou do meu lado.

— Eu pedi pizza, não estou com cabeça para cozinhar, e eu estou curioso para que você me conte aquilo que me disse mais cedo.

Essa era a hora. Me arrumei no sofá, e me virei de frente para o moreno.

— Bom, eu vou começar desde o início, para que você possa entender — suspirei.

— Sou todo ouvidos, pode começar quando se sentir à vontade.

Fechei os olhos por uns dois segundos, tomando coragem para contar tudo.

— Tudo começou quando eu era criança, eu devia ter uns oito anos mais ou menos. Uma vez eu cheguei em casa e contei para os meus pais que eu estava gostando de um menino da minha sala, minha mãe não deu muita bola, mas o meu pai achou o fim do mundo, ele deu um tapa no meu rosto que ficou a marca da sua mão por mais de uma semana no meu rosto, eu tive que faltar na escola para não ter que dar satisfações para ninguém. Desde então, o meu pai me abusava fisicamente e sexualmente, ele odiava o fato de ter um filho gay, então descontava sua raiva em mim. Se você tivesse me conhecido a uns meses atrás, veria que meu corpo era repleto de hematomas, todo dia era uma agressão diferente. Então eu resolvi tentar ser o melhor filho do mundo, eu sou estudioso, sou o representante de classe por muitos anos, não fumo, não bebo, mas parece que isso não era suficiente para ele. Eu era odiado por ser gay, por ter dito quando eu era mais novo que eu gostava de um colega meu. Enfim, eu já tentei namorar outras meninas, mas eu nunca gostei de garotas, sabe? Eu sempre gostei de garotos, desde pequeno. Você deve estar se perguntando onde está o Chanyeol nessa história, e eu te digo. Ele era novato esse ano na escola, e eu senti algo diferente por ele desde o momento que eu o vi, foi a mesma coisa que eu senti quando tinha 8 anos. Mas eu não quis me aproximar dele por medo, eu não me aproximava direito das pessoas por medo de envolver elas nos meus problemas, entende? E desde que eu conheci o Chanyeol, ele sempre se demonstrou preocupado comigo, ele sempre foi insistente e nunca desistiu de saber o motivo de eu ser tão “arisco”. Teve um dia que ele nos trancou no banheiro da escola, me colocou na parede e apertou o meu pulso, eu acabei soltando um gemido de dor, o que deixou ele mais desconfiado ainda. Eu pedi para ele se afastar, é claro, mas quem disse que ele ouviu? — dei um sorriso de canto. — Ele só se demonstrou mais preocupado e disposto a me ajudar. Enfim, um dia tivemos que fazer um trabalho em dupla, e adivinha com quem eu fiz dupla? Isso mesmo, com ele! Na hora eu odiei aquilo, ou eu tentei odiar, eu queria muito ter ele por perto, mas não queria que ele se envolvesse nos meus problemas, eu não sabia do que o meu pai era capaz. No fim acabou que eu fui na casa dele para que a gente terminasse aquele maldito trabalho. Só que no caminho eu peguei uma chuva daquelas, e acabei molhando toda a minha roupa, quando cheguei na casa dele, ele me deu roupas secas e pegou as minhas para colocar elas na secadora. Só que, meu pai tinha me agredido aquele dia antes de sair de casa, o que resultou em uma marca de sangue na camiseta. Chanyeol que estava desconfiado, agora estava mais ainda, ele me obrigou a tirar as roupas e deu de cara com o meu corpo repleto de hematomas. Eu contei tudo para ele, e ele sempre prometia que ficaria do meu lado, que iria me proteger, enfim, eu passei a noite na casa dele, e fui embora no dia seguinte, o que não foi uma boa ideia. Meu pai estava irritado e me agrediu de noite, foi a pior noite da minha vida, eu estava atirado no chão do meu quarto, com o celular na mão mandando uma mensagem para o Chanyeol, pedindo para que ele me salvasse, e foi o que ele fez. Em questão de minutos ele estava na minha casa, ele pulou a janela do meu quarto para me salvar, desde aquele dia eu comecei a ver ele com outros olhos, como alguém que valia à pena. Bom, o tempo passou a gente começou a namorar, eu comecei a faltar na escola porque estava me escondendo dos outros. O Chanyeol sempre me dizia que tínhamos que denunciar o meu pai, que ele não poderia ficar solto por aí sendo que ele fez o que fez, eu concordava sempre, mas tinha medo de fazer isso, afinal, meu pai trabalhava em uma multinacional, e eu era apenas um garoto de dezoito anos, minha voz não tinha valor nenhum. O tempo foi passando e um dia eu decidi denunciar o meu pai, no começo eu pensei que não iria adiantar de nada, mas acabei me surpreendendo. Depois de algum tempo, ligaram para nós dizendo que meu pai tinha sido preso, eu fiquei tão feliz, pensei que minha vida começaria a dar certo finalmente. Então eu voltei a ir na escola. A Kim sempre soube de tudo que o meu pai fez, ela até ajudava, imagina uma própria irmã fazer isso com você... enfim, eu sempre soube que ela sentia algo pelo Chanyeol também, tanto que depois de um tempo, ela começou a me infernizar para que eu terminasse com o Chanyeol, eu nunca fiz isso, claro, eu amava ele demais para fazer isso. Bom, no tempo que eu namorava com ele, Chanyeol começou a tocar em uma banda, onde a vocalista secundária é a Kim, para você ver como o mundo é pequeno. Enfim, um dia eu estava saindo da escola, e me deparei com uma pessoa que eu conhecia, a que eu temia tanto, era ninguém mais ninguém menos do que o meu pai! Ele tinha sido solto! Ele veio com um papo que eu iria pagar caro, essas coisas que ele sempre fazia, no começo não dei muita bola por estar acostumado com essas ameaças. Mas teve um dia que a Kim disse que se eu não me afastasse do Chanyeol, iriamos sofrer as consequências, na hora eu pensei que ela estava blefando, mas infelizmente ela não estava. Chegamos um dia em casa depois de um jantar, e encontramos o gato dele atirado no chão, ele estava desmaiado, e em volta dele tinha uma poça de vômito, levamos ele no veterinário e ele tinha sido envenenado! Kim me mandou umas mensagens horríveis dizendo que se eu não me afastasse dele, ela iria fazer algo muito pior. Nessa altura do campeonato, eu já estava com muito medo do que ela pudesse fazer, então eu fiz o que ela queria, me afastei dele, isso tudo por eu ser medroso, por ter medo do que ela pudesse fazer com ele, eu o amava tanto, a ponto de me afastar dele para tentar protege-lo. Mas agora eu ando por aí, triste, sentindo a falta dele, tendo que mentir que não gosto mais dele, isso machuca, eu choro baixinho todas as noites pedindo para que tudo isso acabe, e que eu possa voltar correndo para ele e dizer que eu sempre amei ele, que nunca deixei de gostar dele. Bom, essa é a minha história.

O moreno estava com os olhos arregalados para mim, sua boca estava meio aberta.

— Calma aí, Baek, é muita informação de uma vez só. Seu pai, te agredia desde pequeno?

Assenti com a cabeça, Kai suspirou pesado.

— Você é muito forte Baek, você passou por tudo isso sozinho, e teve que se afastar da pessoa que mais amava por medo, por querer proteger ele. Eu não sei nem o que te falar... eu só, prometo te proteger dessa vadia da sua irmã, e do imundo do seu pai, não vou deixar eles encostarem um dedo em você. — Ele fechou os punhos.

— Não acho que será necessário, eu já fiz o que eles queriam, me afastei do Chanyeol, o resto é com a Kim, mas duvido que ele vá querer alguma coisa com ela — comentei olhando para a parede.

Kai parecia desconfortável com alguma coisa, aquilo estava me incomodando.

— Você quer falar alguma coisa Kai? Você parece desconfortável...

Ele suspirou e olhou bem no fundo dos meus olhos.

— Eu também preciso te contar uma coisa Baek... eu menti pra você esse tempo todo — ele abaixou a cabeça, parecia envergonhado.

— Como assim mentiu para mim? Do que você está falando? — perguntei já nervoso.

Ele se arrumou no sofá e engoliu seco antes de falar.

— Eu não tenho namorado, eu nunca tive, eu menti para você.

Arregalei os olhos, eu não estava esperando algo do tipo.

— Explica isso Kai, por favor.

— Lembra daquele dia da pracinha? — concordei. — Bom, eu te vi de longe e achei você muito interessante, só que eu não sabia como me aproximar de você, então eu menti que eu tinha namorado para que você não pensasse que eu tinha interesse em me aproximar de você, mas na verdade eu tinha interesse sim, eu queria te conhecer melhor, e por eu ter te conhecido melhor, eu vi que você é muito apaixonado pelo Chanyeol, então eu vi que poderia ter um bom amigo, e é assim que eu te vejo hoje, como um amigo muito especial. Eu acabei me sufocando nessa mentira também, então aproveitei que hoje estamos se abrindo um com o outro, para eu me abrir com você também. Só espero que você me perdoe, no começo eu pensei que estava gostando de você, mas você só falava no Chanyeol, Chanyeol, então eu vi que você poderia ser um ótimo amigo, e é o que somos hoje.

Pisquei inúmeras vezes para assimilar o que eu acabara de ouvir, então ele não tinha namorado, ele mentiu para tentar se aproximar de mim.

— Você gosta de mim hoje Kai? — perguntei com medo da resposta.

Ele começou a rir.

— Não Baek, hoje eu te vejo como um bom amigo — ele sorriu de canto. — Não pense coisas ruins de mim, por favor. Acho que eu acabei confundindo as coisas, mas no fim vi que eu gostava de você só como um amigo, como alguém especial. Hoje eu te vejo como um irmão mais novo, alguém que eu preciso proteger de todo o mal, e é isso que eu vou fazer.

Sorri, achei muito bonito o que ele tinha falado. Hoje ele me protegeu da Kim, eu sabia que ele estava falando a verdade.

E sobre o que ele me disse de ter mentido, resolvi relevar. Parece que eu não era a única pessoa que estava escondendo algo de alguém. Não me importei em continuar a amizade com o Kai, afinal, ele tinha sido sincero comigo, mesmo que tenha mentido uma vez, todos mentem, mas devemos saber quem perdoar. Eu sabia que ele não iria fazer isso de novo. Senti que nossa amizade estava ficando cada vez mais forte, e agora sem segredos, eu via ele o via como meu irmão mais velho, alguém que iria cuidar de mim todos os dias.

 

Minutos depois a pizza chegou, ficamos comendo e batendo papo, cada dia que passava eu sentia que o garoto moreno na minha frente iria ser uma pessoa muito importante na minha vida, mais do que ele estava sendo.

No fim, todos nós temos segredos, só devemos saber com quem devemos nos abrir.

 

 

♡⚣♡

 

 

Quebra de tempo

 

 

Faz três dias que o Kai me contou suas reais intenções por trás da nossa amizade, quero dizer, suas intenções iniciais, pois hoje ele não tem mais aquelas ideias em mente. Eu resolvi seguir em frente, não dei muita bola para isso, ele era um bom amigo, e não seria isso que iria me fazer eu me afastar dele. Eu gostava da sua companhia, ele me fazia bem, eu conseguia esquecer parte dos meus problemas quando o Kai estava comigo, e era exatamente isso que eu precisava, de alguém que me fizesse esquecer dos meus problemas, nem que fosse por um tempo.

Bom, desde aquele imprevisto do trabalho em dupla com o Chanyeol, eu não falei mais com ele, só o vi pelos corredores andando com os garotos. Às vezes eu o cumprimentava, mas era muito raro. Por um lado, isso me quebrava por dentro, mas por outro, eu sabia que era melhor assim, nós não podemos ficar juntos, pelo menos não agora.

 

 

Quinta-feira, 06:30.

 

Acordei com o barulho do meu celular tocando, quem diabos estaria ligando à essa hora da manhã? Ainda com os olhos fechados, tateei o criado mudo procurando o aparelho, eu estava com sono o bastante para quase dormir de novo sem atender o celular, mas podia ser algo importante. Peguei o celular, e com os olhos meio abertos, atendi o celular, sem antes ver quem era.

— Alô?

— Alô, Baekhyun?

Essa voz não era estranha para mim.

— Sim, ele mesmo.

— Baekhyun, tudo bem? Você comprou um imóvel na minha imobiliária, está lembrado?

— Ah sim, estou lembrado. — Esfreguei os olhos e me sentei na cama.

— Então, parece que você é um garoto de sorte, o processo das papeladas já está pronto, foi mais rápido do que o normal, você pode se mudar hoje mesmo!

Eu estava me acostumando de morar junto com o Kai, mas seria bom ter o meu próprio espaço.

— Que ótimo, posso ir agora na imobiliária buscar a chave? Daí faço tudo que for necessário.

— Claro! Estarei te esperando. Até mais tarde Baekhyun.

— Até mais tarde! — Desliguei o celular, colocando ele de volta no criado mudo e me atirando na cama de novo, estava muito cedo ainda. Mas pensando bem, eu podia acordar o Kai e ele podia me levar lá, assim eu não teria que ir a pé. Gênio!

Pulei da cama e coloquei um suéter mais fininho listrado cinza com branco, uma calça jeans azul e um tênis cinza escuro, arrumei meu cabelo de um jeito qualquer e fui para o quarto do Kai, onde o moreno estava dormindo apenas de cueca, eu já estava me acostumando em vê-lo assim no dia-a-dia. Peguei um travesseiro que estava atirado no chão e joguei na cara dele, o moreno acordou num pulo, resmungando.

— Baekhyun, que horas são?

Olhei no celular.

— Agora são 06:40, hora de levantar! — falei animado, puxando a coberta que cobria parte do seu corpo, o moreno se levantou rápido por causa do frio.

— Posso saber o motivo de me acordar vinte minutos mais cedo? — ele cruzou os braços e ficou me encarando com os olhos semiabertos.

Comecei a sorrir de orelha a orelha.

— Me ligaram da imobiliária, eu posso me mudar hoje! — falei animado, mas ele não parecia tão animado assim. — O que foi Kai? Porque fez essa cara?

— Vou sentir saudade de ter você aqui. — Ele fez beiço, eu estava me segurando para não rir. — O que foi?

— Kai... eu vou morar aqui do lado, você pode me visitar quando quiser, e eu também sempre vou vir aqui, não vou conseguir ficar muito tempo longe das suas loucuras — comecei a rir, Kai riu junto. — Vamos, se arrume, você vai me levar lá para eu pegar a chave e me mudar hoje de manhã.

— Certo, vou colocar meu uniforme mesmo porque depois vou ficar com preguiça de trocar de roupa. — Ele deu meia volta e parou de frente para o roupeiro, onde procurava seu uniforme.

— Vou fazer minhas malas de novo, e quando terminar estarei te esperando na sala — comentei, deixando-o sozinho no quarto.

Fui para o meu quarto e abri o guarda-roupas, ele estava impecável como sempre, todo bem arrumado, as vezes eu acho que tenho mania de organização, pois não consigo ficar em um local que as coisas estão atiradas, eu sempre acabo arrumando tudo.

Peguei minhas malas que estavam num canto qualquer. Abri elas em cima da cama e comecei a pegar as roupas dentro do roupeiro, dobrei cada uma e fui colocando dentro das malas, mantendo sempre a organização. Peguei meu notebook e minhas outras coisas de valor, coloquei eles em uma mala separada das roupas. Fechei a mala e fui de novo para as minhas roupas, arrumei todas de uma forma fácil de tirar depois da mala, eu estava muito ansioso para finalmente morar sozinho.

Minutos depois eu estava com as malas arrumadas, pronto para ir na imobiliária. Fui para a sala e nada do Kai, fui para o seu quarto e ele também não estava lá, onde ele se enfiou? Fui para o banheiro e a porta estava trancada, bati duas vezes e ele abriu a porta.

— O que você estava fazendo que demorou tanto? — perguntei.

— Estava arrumando meu cabelo Baek. — Ele passou a mão pelos cabelos negros, ele estava arrumado de uma forma muito bonita, era meio que jogado para o lado, não sei explicar direito.

— Certo — comecei a rir. — Podemos ir? Se não você vai se atrasar para a escola.

Kai assentiu com a cabeça, peguei uma bolsa e coloquei algumas coisas importantes, como o celular, fone de ouvido, o cartão da poupança, entre outras coisas.

Saímos do apartamento e fomos para o estacionamento, entramos no carro e eu fui mostrando o caminho da imobiliária para o Kai, mas eu esqueci que ele sabia onde era, final, ele comprou na mesma imobiliária que eu.

 

 

20 minutos depois...

 

Peguei a chave com o vendedor, e como sempre ele foi muito atencioso comigo, inclusive ele até reconheceu o Kai. Enfim, voltamos para casa, eu já estava com as chaves na mão, ansioso para finalmente me mudar. Kai abriu a porta e eu fui em direção às minhas malas que estavam na sala, o moreno me ajudou a levar as malas para o apartamento ao lado.

— Chega a ser engraçado pensar que vamos ser vizinhos — comentei, peguei as chaves no bolso e abri a porta, parecia que eu estava entrando na casa do Kai, pois a decoração era parecida. — Pode colocar as malas na sala, eu me viro daqui pra frente, você está atrasado para a escola.

— Tem certeza que não quer arrumar isso depois? — o moreno perguntou.

— Tenho sim, não estou com muita vontade de ir na escola hoje. — Puxei uma mala para dentro, estava um tanto quanto pesada, Kai fez o mesmo. — Qualquer coisa que acontecer de diferente você me avisa.

— Tudo bem então. — Kai trouxe a última mala para dentro, ele era bem forte. — Vou indo nessa então Baek, até mais tarde. — O garoto veio na minha direção e me deu um abraço apertado.

— Até mais tarde Kai — respondi, o garoto saiu e fechou a porta, me deixando sozinho no meio daquelas malas. — Tudo bem, por onde eu começo? — falei sozinho. Resolvi arrastar as malas para o quarto e organizar tudo por lá. Iria demorar, mas era preciso, as malas não iriam se arrumar sozinhas.

Olhei no relógio e eram 07:20, eu poderia ter ido na escola, mas não estava com muita vontade de ver pessoas, eu só queria organizar o meu novo lar em paz, sem ninguém me incomodando.

 

 

07:50.

 

Eu já tinha conseguido esvaziar uma mala de roupas, mas faltavam as outras. Estava sendo um saco ter que fazer isso sozinho, mas assim eu poderia organizar minhas coisas do meu jeito. Peguei a outra mala que tinha meu notebook e coloquei ele em cima da escrivaninha do quarto, procurei meus mangás em outra mala e arrumei eles em ordem na prateleira que tinha em cima da escrivaninha, que confesso ser um pouco alto para mim, tive que pegar uma cadeira para conseguir alcançar. Eu estava terminando de colocar o último mangá na prateleira quando ouvi o interfone tocar, isso era novo para mim. Fui correndo para a sala onde tinha o interfone e atendi.

— Alô? — eu não sabia a maneira certa de falar nisso.

— Senhor Baekhyun, tem um garoto aqui em baixo que não quis se identificar, ele disse ser conhecido do senhor, posso mandar subir?

Garoto alto? A primeira pessoa que eu pensei foi o Kai, mas ele era morador daqui, não teria porque falar com o porteiro.

— Pode sim — falei meio atordoado, eu queria saber quem era.

— Tudo bem, obrigado senhor Baekhyun — o porteiro disse antes de desligar.

 

Eu estava sentindo uma dor no peito, minha barriga estava doendo também, e não era vontade de ir no banheiro, era nervosismo. Não sei se eu fiz a coisa certa em mandar uma pessoa que eu nem ao menos sei o nome subir, acho que eu estava tão atordoado que não me dei conta do perigo que estava correndo.

Minutos depois eu escuto a campainha tocar, finalmente minha curiosidade iria morrer, isso se eu quisesse abrir a porta. Sim, eu vou abrir a porta, não tem o que pensar nisso.

Fui para a porta e respirei fundo antes de abrir a porta e me deparar com a tal pessoa alta.

— Você? O que está fazendo aqui? — perguntei incrédulo, como ele sabia onde eu morava?

— Bom dia para você também, Baek — o garoto disse com um sorriso nos lábios. — Posso entrar?

— Já está aqui mesmo, entra, Chanyeol. — Dei espaço para ele passar, ele entrou e passou seus enormes olhos por todos os cômodos da casa. — Você ainda não me respondeu o que está fazendo aqui. E outra coisa, como você descobriu onde eu moro?

O maior se virou para mim e deu um sorriso gentil, ele estava com o uniforme da escola, o que significa que ele chegou a ir para a escola, mas por algum motivo ele não estava lá.

— Quer mesmo saber? — ele perguntou, assenti com a cabeça. — Tudo bem, eu respondo sua pergunta. Eu perguntei para o Kai, aquele seu amigo, e ele me deu o endereço de onde você estava morando.

Maldito, por que o Kai faria isso? Ele sabia que eu não estava mais com o Chanyeol, ele sabia que eu queria esquecer ele.

— Ok. — Tentei assimilar o que estava acontecendo. — E por que você está aqui?

O garoto se aproximou de mim, por algum motivo eu resolvi não fugir dele, fiquei parado de braços cruzados encarando ele, que parou próximo de mim, menos de um metro.

— Você não desconfia o motivo de eu estar aqui Baek? Minhas atitudes não estão bem claras? — Ele se aproximou mais de mim, eu estava começando a ficar nervoso, mas não fiz nada, encarei bem aqueles olhos negros.

— Talvez — respondi. — Quero ouvir de você.

Chanyeol se aproximou um pouco mais de mim, se é que era possível. Eu estava engolindo seco, aquilo estava ficando constrangedor.

— Por que eu te amo Baek, só por isso.

Eu ia começar a falar uma bíblia para ele, mas o maior colocou o dedo na frente da minha boca, para que eu não dissesse nada.

— Não precisa responder nada, eu já sei o que você vai falar. Você vai falar que nós não temos mais nada, que não estamos mais juntos, que isso e aquilo, eu já ouvi tudo isso mais de uma vez, sei de cor e salteado o que você vai me falar. Então, me deixa falar, por favor.

Suspirei, ele não iria desistir tão facilmente, eu conhecia ele.

— Tudo bem, pode falar.

Ele deu um sorriso de canto e lambeu os lábios, não sei se ele estava querendo me provocar ou era coisa da minha cabeça.

— Baek, sei que é estranho me ver dentro da sua casa, pois agora não passamos de dois estranhos, infelizmente, mas eu não consigo parar de pensar em você garoto, você domina meus pensamentos de uma maneira absurda, eu não consigo me concentrar em mais nada, nem em tocar na banda, porque seu rosto não sai da minha cabeça. Nem na escola eu estou rendendo, não que eu fosse aquele aluno exemplar, mas eu sinto que estou afundando, eu não sei o que fazer Baek, estou desesperado. — Ele pegou na minha mão. — Eu sei que você ainda gosta de mim, lá no fundo, eu sinto isso, só não entendo o motivo de você não estar comigo. — Ele apertou minha mão com mais força, mas não o bastante para me machucar. — Então é por isso que eu estou aqui, porque eu te amo, eu não consigo te esquecer, nem que eu tente, você é muito importante para mim Baekhyun, eu só quero te ver feliz, e eu sinto que você não está feliz longe de mim, sinto que você está mentindo para si mesmo. — Deu na lata, engoli seco, ele estava certo. — Por que está mentindo para si mesmo Baek? Por que você terminou comigo? Sei que você está escondendo algo. Você está gostando de alguém?

Soltei minha mão da dele, eu estava suando frio.

— E-eu não estou mentindo para ninguém, e eu não estou gostando de ninguém Chanyeol, por que continua insistindo nisso?

Ele pegou minhas duas mãos e fez eu colocar elas no seu rosto.

— Não acredito em você, mas tudo bem, pelo visto você não quer me contar mesmo. — Ele fez uma pequena pausa e ficou analisando meu rosto. — Agora que vi que você está sem maquiagem. — O maior passou a mão gentilmente no meu rosto, aquilo estava ficando muito constrangedor. — Seu rosto continua tão macio quanto antes...

Retirei sua mão do meu rosto e o empurrei de leve, fui em direção da porta e abri ela.

— Por favor, vai embora — falei com a cabeça baixa.

O maior parou na minha frente e levantou minha cabeça pelo queixo, de modo que nossos olhares se cruzassem.

— Você não quer que eu vá embora, porque está mentindo para si mesmo Baekhyun?

— Por que você acha que eu estou mentindo? Que saco, só quero que você vá embora da minha casa! — gritei, eu não podia continuar com isso, no fundo ele tinha razão, a única coisa que eu sabia fazer ultimamente, mentir.

Chanyeol pegou a porta e fechou com força, eu achei que ela iria quebrar, ele trancou a porta e guardou a chave no seu bolso.

— Você está me irritando Baekhyun, eu não vou sair da sua casa porque eu sei que você não quer que eu faça isso! — ele gritou de volta, aquilo me assustou, ele já tinha alterado a voz algumas vezes, mas essa vez foi diferente. Ele notou o meu nervosismo. — Me desculpa, eu não quis gritar com você...

— Tudo bem... — Foi a única coisa que eu consegui responder antes de sentir as lágrimas caindo, fui correndo para o banheiro para lavar o rosto, mas senti uma mão me puxando pelo pulso. Travei, fiquei parado olhando para o chão enquanto as lágrimas não paravam de cair, o garoto me puxou para perto e me virou de frente para ele. Ao ver seus lindos olhos escuros me encarando, comecei a chorar mais ainda. — Por que está fazendo isso Chanyeol? Por que você não desiste de mim?

O maior passou a mão pelo meu rosto e limpou todas as lágrimas, em seguida me puxou para um abraço, eu estava me sentindo tão frágil, tão indefeso, eu só queria chorar nos braços dele.

— Eu não desisto por que te amo Baekhyun, só por isso. Só vou desistir o dia que você olhar no fundo dos meus olhos e falar que estou perdendo tempo, que você não gosta mais de mim, só assim eu irei tentar desistir de você.

Eu precisava acabar com aquele sofrimento de uma vez, não aguentava mais chorar e ver o Chanyeol tão desesperado.

— Chanyeol, eu ainda gosto de você, não vou mentir. — Ele deu um sorriso de canto. — Mas eu quero que você me esqueça, quero que você siga a sua vida sem mim, eu estou tentando fazer o mesmo, mas não consigo porque você não para de vir atrás de mim, eu estou cansado disso. Eu não quero que você me odeie, eu te amo muito, mas não podemos ficar juntos, você precisa entender isso. Um dia eu prometo te contar tudo, mas agora não posso fazer isso, então quero que você siga a sua vida normalmente, espero que um dia a gente se encontre pela rua, pela escola, sei lá, e converse sobre isso, mas agora não é a hora certa. Entendeu? Você pode fazer isso por mim? Por nós? — Meus olhos estavam marejando, nada de muito diferente dos últimos dias.

— Mesmo que eu insista, você não vai mudar de ideia? — o maior perguntou, seus olhos demonstravam tamanha tristeza que ele estava sentindo.

Neguei com a cabeça, isso estava doendo tanto que eu podia desabar a qualquer momento.

— Tudo bem então, não vou mais insistir — ele suspirou, ainda com as mãos no meu rosto —, posso te pedir uma última coisa?

— Claro, o que quiser.

Chanyeol mordeu o lábio de uma forma extremamente sensual.

— Seja meu, pela última vez — ele sussurrou, sua voz soou como uma melodia nos meus ouvidos, senti um arrepio pelo corpo inteiro, abaixei a cabeça envergonhado, mas ele levantou ela pelo queixo e ficou olhando bem no fundo dos meus olhos. — Encare isso como uma despedida, eu prometo não ir mais atrás de você depois. Eu só quero que você seja meu, pela última vez. O que me diz?

Mordi meu lábio inferior, o que era certo de se fazer? Expulsar ele da minha casa ou realizar os meus desejos sexuais e os dele? Eu sentia tanta a sua falta, e eu sabia que eu não teria mais nenhum momento parecido como esse com ele, seria a última vez. Suspirei pesado, eu estava começando a ficar excitado só pela maneira que ele estava me encarando.

— E-eu aceito ser seu Chanyeol, pela última vez.

O maior deu um sorriso malicioso e aproximou seu rosto do meu bruscamente, deixando um beijo carinhoso na minha testa. Ele enroscou seus dedos nos meus cabelos loiros e acariciou minha bochecha, soltei um suspiro.

— Prometa se entregar para mim, deixe-me te dominar Baekhyun-ah — ele sussurrou próximo ao meu ouvido, uma onda de calor e excitação tomou conta do meu corpo, engoli seco e assenti com a cabeça. — Não te ouvi Baekhyun, você promete se entregar para mim?

Que constrangedor, eu ficava muito sem jeito quando me pressionavam ou me mandavam falar tal coisa, mas eu estava tão dominado pelo desejo que eu não estava me importando tanto com isso.

— Eu prometo Chanyeol, me domine! — Tentei fazer minha melhor voz sensual, o maior deu um sorriso de canto e foi me empurrando para o meu quarto, onde ele me atirou na cama de uma forma muito brusca, eu estava gostando disso. O maior subiu em cima da cama e ficou de joelhos me encarando, eu estava desesperado por ele, então o puxei pela gravata, selando nossos lábios em um beijo voraz e cheio de desejo. Enquanto nos beijávamos, eu sentia uma onda dentro de mim, eu estava tão excitado, e isso só com um beijo. Os beijos foram se aprofundando, Chanyeol puxou meu lábio inferior com força, mas tanta força que eu senti um gosto de sangue na boca, ele parecia satisfeito com isso.

— Ops, acho que vou ter que limpar isso. — Veio na minha direção e sugou meu lábio inferior, com sangue e tudo. — Bem melhor — ele se afastou, me deixando confuso, eu queria ele perto, mas ele estava se afastando de mim. — Escute Baekhyun, quero tentar algo novo, e gostaria muito que fosse com você, não sei se você vai gostar, mas se não gostar, me diga que eu paro, tudo bem?

Engoli seco, eu confiava nele o bastante para topar qualquer coisa.

— Você não precisa me pedir, eu topo qualquer coisa com você Chanyeol — comentei um pouco envergonhado ele parecia satisfeito com o que acabara de ouvir.

— Ótimo. — Foi a única coisa que ele disse antes de começar a tirar suas roupas, inclusive sua gravata do uniforme escolar. — Estique suas mãos. — Pediu com autoridade, resolvi obedecer, o maior amarrou meus dois pulsos com a gravata de juma maneira que eu não conseguia me soltar, confesso estar doendo um pouco, mas o prazer de uma coisa nova era tão maior, que eu nem ligava. Chanyeol tirou sua camiseta do uniforme e revelou aquele abdômen definido. Fiquei sentado assistindo ele se despir, eu queria tanto ajudar, mas com as minhas mãos presas era quase impossível.

Chanyeol me chamou com o dedo indicador, era nítido no seu rosto o quão excitado ele estava me vendo com as mãos amarradas, mas fiz mesmo assim, me aproximei dele e ele amarrou a camisa no meu pescoço, como se fosse uma coleira. O maior então me puxou com força pra cima dele e começou a depositar chupões no meu pescoço, que foram descendo pescoço a baixo, mas minhas roupas impediam que ele continuasse.

— Acho que essas roupas estão atrapalhando, deixa eu resolver isso. — Park começou a tirar meu blusão, minha calça, meus tênis e minhas meias, me deixando apenas de cueca. — Bem melhor, não acha? — ele deu um sorriso de canto, concordei com a cabeça, o maior ficou me encarando e deu um tapa de leve no meu rosto. — Não ouvi Baekhyun-ah, não acha que está bem melhor assim?

— S-sim, eu acho — respondi, o maior deu um sorriso malicioso, reparei que ele ainda estava de calças. — Você não quer ajuda para tirar essas roupas? — perguntei envergonhado, Chanyeol apenas soltou um riso fraco.

— Sou eu quem dito as regras aqui Baekhyun-ah, seja um bom menino que você será bem recompensado — o garoto respondeu, senti sua voz mais rouca que o normal, eu estava delirando.

O maior me puxou pela camiseta que estava amarrada no meu pescoço, de modo que eu ficasse sentado no seu colo, ele deu um apertão forte na minha bunda, soltei um gemido alto e ele mordeu seu lábio inferior, me puxando para mais perto dele. Selamos nossos lábios e começamos com um beijo lento, que foi se aprofundando conforme nossos desejos, meu coração estava tão acelerado, meu corpo estava muito quente, senti o corpo do maior se estremecer quando eu comecei a rebolar em cima do seu membro, eu não estava tão afim de obedecer, eu queria dar prazer para ele também. Afastamos nossos rostos para conseguirmos respirar, estávamos muito ofegantes.

— Acho que não é só você quem dita as regras aqui, Chanyeol-ah — sussurrei próximo à sua boca, iniciando outro beijo, sem dar tempo dele respirar direito. Eu ainda estava com as mãos amarradas, mas isso não me impediu de ir descendo os beijos até o cós da sua calça, resolvi tentar uma coisa, eu não sabia se iria dar certo, mas nessa hora tudo era válido. Abri o botão da sua calça com os dentes, não foi tão difícil, então puxei o zíper, o resto era com ele. Fiz contato visual com o maior, ele estava com a boca semiaberta, me olhando com desejo nos olhos.

— Você é bem apressado Baekhyun-ah. — O maior me empurrou para um canto e se levantou da cama, ficando de pé no quarto para conseguir retirar suas calças. Chanyeol retirou as calças e atirou em um canto qualquer, revelando o enorme volume já formado na sua cueca boxer vermelha, senti meu rosto ficar da cor da sua cueca. — Gosta do que vê Baekhyun-ah?

— Muito — respondi tomado pelo desejo, eu queria tanto colocar o seu membro inteiro na boca, eu estava salivando de tanta vontade.

— O que você quer fazer Baekhyun-ah? Pode me dizer? — Me encarou e ficou esperando minha resposta, tudo bem, quando eu penso que as coisas não podem ficar mais constrangedoras, elas ficam.

Arregalei meus olhos e olhei para um canto qualquer do quarto, procurando as palavras certas para usar.

— E-eu... — gaguejei.

— Se você não falar, eu não vou saber — Chanyeol riu roucamente, ameaçando tirar sua cueca, mas ele não tirou, era só provocação.

Respirei fundo, vamos logo com isso Baekhyun.

— Eu quero que você tire essa droga de cueca, venha aqui e enfie esse pau inteiro na minha boca, e depois quero que você me foda como se não houvesse amanhã, é isso que eu quero! Entendeu ou quer que eu desenhe? — deixei que meu desejo falasse mais alto que minha sanidade, essa hora não era a hora de ter um pingo de sanidade, eu estava domado pelo desejo.

O maior deu um sorriso de orelha a orelha, por céus, foi o sorriso mais safado que eu já vi na minha vida, ele quer me matar, só pode.

— Seu desejo é uma ordem Baekhyun-ah. — Chanyeol abaixou a cueca com rapidez e veio na minha direção, só consegui ver aquele membro enorme vindo na minha direção, eu estava quase me babando de tanta vontade de ter aquilo na minha boca. Ele sentou na cama com seu membro ereto implorando por atenção, desamarrou o nó da camiseta que estava no meu pescoço, por fim, amarrou ela nos meus olhos, de modo que eu não conseguisse ver nada. Eu estava me sentindo muito indefeso, não sabia o que estava por vir, foi quando senti uma coisa no meu rosto.

— Abra a boca Baekhyun-ah. — O escutei dizer, obedeci, abri minha boca e senti aquela coisa enorme preencher a minha boca, pensei que iria me afogar. Comecei a chupar a glande rosada do Chanyeol, eu não estava vendo, mas conseguia escutar seus gemidos abafados. Chupei com mais vontade, indo da glande até a base do membro, ele estava pulsando dentro da minha boca. Engoli seu pré-gozo que insistia em sair, lambi toda a extensão do membro, deixando fracos chupões nele, a cada chupão que eu dava, escutava Chanyeol gemer mais alto, eu estava adorando aquilo. Passei minha língua pelas suas bolas e suguei elas, o maior gemeu tão alto que eu senti que os vizinhos iriam escutar, até me lembrar que o Kai era meu único vizinho próximo.

Chanyeol segurou minha cabeça e me ajudou com os movimentos de vai e vem, era tão excitante não conseguir ver, mas conseguir ouvir tudo, e como ele estava gostando disso. Consegui colocar o seu membro inteiro na boca, me senti um vitorioso por isso, e por conseguir ouvir os gemidos altos do maior, seu corpo se estremeceu por inteiro. Ele retirou o membro de dentro da minha boca, e eu sem conseguir ver, fiquei esperando o que ele fosse fazer. Sem demorar muito, o maior me puxou e me fez sentar em cima do seu membro com força, achei que ele fosse me rasgar, mas foi só até eu me acostumar com aquela dor novamente.

Chanyeol era bem dotado, e isso sempre resultava em dores na minha bunda, isso quando eu conseguia sentar no outro dia.

O maior apertou minha bunda e me ajudou a cavalgar ferozmente em cima do seu membro que estava pulsando dentro de mim. Senti inúmeras vezes o seu membro atingir a minha próstata, tudo que eu conseguia fazer era gemer e aumentar o ritmo, aquilo estava muito bom.

— Hum, continua tão apertado quanto antes — ele gemeu, como resposta, gemi mais alto.

Estávamos em perfeita sincronia, nossos corpos estavam suados e dominados pelo desejo, pela excitação, pela luxúria. Era uma mistura de sentimentos, aquele momento ficaria guardado por muito tempo dentro de mim.

— Chanyeol-ah... — gemi.

— Baekhyun-ah...

— Promete...que não vai me esquecer? — perguntei entre gemidos, eu sabia que aquilo não era hora para perguntas assim, mas eu precisava ouvir dele.

Ele apertou minha bunda mais forte que o normal, dando uma estocada tão forte que eu gritei de dor.

— Eu prometo Baekhyun-ah... e você, promete?

Meu coração apertou, eu nunca conseguiria esquecer ele, nem que eu quisesse.

— Eu prometo — gemi, o maior pegou meu membro e começou a fazer movimentos de vai e vem, eu estava me sentindo tão dominado pelo calor do momento, que eu poderia me desfazer ali a qualquer momento.

Os movimentos foram ficando mais rápidos e mais intensos, meu corpo estava todo suado, senti o corpo do maior todo molhado também.

— Baekhyun-ah, eu não vou aguentar mais por muito tempo... — Escutei ele gemer.

— E-eu também não — falei com um pouco de dificuldade entre gemidos.

Chanyeol deu as últimas duas estocadas, se desfazendo dentro de mim, senti meu corpo cair para o lado, eu havia chegado ao meu ápice junto com ele. Caímos um do lado do outro, e eu continuava com as mãos amarradas e com os olhos vendados.

— Pode me desamarrar e tirar isso dos meus olhos? — perguntei, o maior falou algo que eu não entendi, então me desamarrou e tirou sua camiseta dos meus olhos, só então pude ver seu rosto extremamente suado, seus cabelos estavam pingando de tanto suor, foi uma transa e tanto. — Acho que devemos tomar um banho, estamos muito suados — sugeri.

— Boa ideia, Baek. Eu te ajudo a chegar lá. — O maior se levantou e me pegou no colo, cavalheiro como sempre, e foi me levando para o banheiro, onde ele ligou o chuveiro comigo no seu colo. Ficamos apenas com a água caindo no nosso corpo, sem dizer uma palavra sequer, eu sabia que estava chegando no fim, e eu me odiava por isso, odiava ter que fazer isso.

Ficamos cerca de meia hora em baixo do chuveiro, com quinze minutos eu já estava me sentindo bem para ficar de pé, minhas pernas estavam um pouco doídas ainda, mas não tanto quanto na hora da nossa transa.

Chanyeol não tentou me beijar nem fazer nada, acho que ele estava triste por dentro, tanto quanto eu por saber que aquela era a nossa despedida, e isso partia meu coração em mil pedaços.

Saímos do banho e vestimos uma roupa qualquer, ofereci uma camiseta minha, ela ficava grandinha em mim, então ficaria perfeito nele. Nos vestimos e eu ofereci uma água para ele, que aceitou. Fui então na cozinha e peguei um copo de água para ele, o mesmo esperou sentado no sofá da sala. Fui em sua direção e entreguei a água.

— Obrigado. — Foi só o que ele disse, me sentei do seu lado e ficamos em silêncio, mas eu sabia que nossas mentes estavam em turbulência. Chanyeol tomou o copo de água e se levantou, estava chegando a hora. — Vou indo nessa então, Baek. Obrigado pela manhã, era só isso que eu queria, prometo não te incomodar mais, vou seguir a minha vida sem você, mesmo que isso me doa, eu realmente não queria fazer isso.

Meus olhos estavam começando a marejar, eu também não queria fazer isso, eu só queria sumir do mapa, mudar de nome, e levar ele comigo, para que a gente pudesse ter uma vida em paz, sem ninguém atrapalhar.

— Tudo bem — respondi, limpando as lágrimas que estavam quase caindo, abaixei a cabeça e fui para a porta, abrindo-a. — Eu... não sei o que dizer.

O maior se aproximou de mim e levantou minha cabeça com o polegar, vi aqueles enormes olhos que estavam vermelhos, formando algumas lágrimas ali.

— Não precisa dizer nada, Baek, está tudo bem — ele deu um sorriso fraco. — Não vou mais te aborrecer, estou indo nessa.

Chanyeol deu um passo para fora da porta, mas meu reflexo fez com que eu puxasse ele pelo braço, ele ficou me olhando sem entender, então levantei minha cabeça e o puxei pelo colarinho da camiseta, selando nossos lábios em um beijo lento. Envolvi meus braços no seu pescoço, colando nossos corpos e fazendo com que eu sentisse uma explosão de sentimentos juntos. O maior envolveu meus braços na minha cintura e me puxou cada vez para mais perto dele, acho que sua vontade era de me segurar para sempre e não deixar que eu fugisse nunca mais.

Nos afastamos por causa da falta de ar e ficamos com nossos rostos muito próximos, eu sentia sua respiração quente no meu rosto. Num sinal de desespero, eu o abracei, abracei tão forte, eu não queria que ele fosse embora. Para a minha surpresa, ele me abraçou de volta e começou a chorar no meu ombro. Isso tudo era culpa minha, só minha, eu nunca iria conseguir me perdoar. Tentei ser forte e não chorar, mas aquilo era mais forte que eu, eu o amava tanto, vê-lo assim partia meu coração.

Enrosquei minhas mãos em seu cabelo que estava um pouco molhado, fiquei fazendo cafuné nele, nada poderia melhorar a situação. Chanyeol colocou as mãos na minha cabeça e me puxou para mais perto dele, ele estava tão desesperado, eu sabia que ele não queria ir embora.

Ficamos assim por alguns minutos, até nos afastarmos, meu rosto estava todo molhado de tanto chorar, mas o do Chanyeol também estava. Meu coração estava doendo muito por isso, eu odiava fazer as pessoas que eu amava chorar, eu estava me sentindo um monstro. O maior limpou as lágrimas e arrumou a camiseta e deu um passo em minha direção, ele esticou a mão na minha direção e tentou falar algo, mas não saiu nada da sua boca.

— Deixa para lá — ele disse, ainda com lágrimas nos olhos. — Então eu acho que é isso, acabou por aqui...

— Sim... — respondi, como eu me odiava por isso.

Ele suspirou pesado.

— Eu odeio fazer isso, eu realmente não queria fazer isso. Mas isso não depende só de mim, eu não posso ficar se você não quer que eu fique — Chanyeol disse triste, meu coração que já estava quebrado, ficou mais quebrado ainda, ele não sabe o que eu passo, se soubesse não falaria isso.

É claro que eu queria que ele ficasse...

— Acho que é um adeus então... — respondi com a cabeça baixa.

— Sim... quer dizer... droga! — Olhei para ele e seus olhos começaram a marejar de novo. — Me desculpa, não é fácil para mim.

Também não tem sido fácil para mim.

— Acho que é isso... — ele disse, ele não conseguia terminar de falar.

Abri a porta, algum de nós tinha que terminar com isso de uma vez.

Chanyeol olhou para a porta e foi em direção dela.

— Adeus Baekhyun...

— Adeus Chanyeol...

Por um momento, vi toda a minha felicidade sair pela porta, eu me odiava tanto, como eu me odiava, eu nunca iria me perdoar por ter que deixa-lo ir embora. Eu estava me sentindo um monstro por fazer ele sofrer tanto, eu estava sofrendo também, ninguém além de mim mesmo sabia o tamanho da dor que eu estava sentindo. Coloquei as mãos no rosto e senti as lágrimas caindo, eu estava me sentindo fraco, eu estava me sentindo inútil por não conseguir fazer nada para o Chanyeol ficar, ele foi embora, e eu fiquei ali, parado vendo ele partir bem diante dos meus olhos.


Notas Finais


Eu to bem triste:( e vocês?
Conto com o feedback de vocês, hm?
Até a próxima semana<3


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