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História Segredos do Passado - Uma nova chance para ser feliz


Escrita por: winngs

Notas do Autor


Olá pessoal, como vocês estão?
Bom, eu tenho alguns avisos importantes para vocês:
• Irei tentar atualizar a fanfic todos os sábados, o horário ainda estou para decidir, mas provavelmente será no fim da tarde ou de noite.
• Eu ainda estou reescrevendo os capítulos antigos, então caso eu não atualize a fanfic em algum sábado, é por causa dos meus bloqueios criativos que eu ando recebendo, ou por que eu estou muito ocupada com os capítulos anteriores.
• Nos capítulos anteriores, a fanfic será narrada desde o começo pelo Baekhyun, algumas coisas irão mudar mas isso não irá afetar o decorrer da fanfic, não é necessário a leitura dos que já leram os antigos.
• Todos os capítulos terão mais de 4 mil palavras, acho que eu devo isso para vocês.
Enfim, boa leitura. Espero que gostem! ♥

Capítulo 17 - Uma nova chance para ser feliz


Fanfic / Fanfiction Segredos do Passado - Uma nova chance para ser feliz

Eu estaria mentindo se falasse que não estou um pouco nervoso com o meu encontro com o Suho, não sei o que posso esperar. Mas, não posso deixar meu nervosismo falar alto do que a minha vontade de fazer algo que eu queira, isso não é saudável. Tirando o nervosismo e a ansiedade, estou muito contente por ele ter me convidado para sair, acho que é uma boa oportunidade para mim, fora que o Suho é uma pessoa incrível, todo o tempo que passamos juntos é bem proveitoso e divertido. Não tive a oportunidade de conversar com o Kai sobre isso, acho que ele deveria saber que eu iria sair com o primo dele. Talvez Suho já tenha contado para ele.

Fui para o meu quarto descansar um pouco, o ensaio tinha me deixado cansado, tanto mentalmente como fisicamente.

Me deitei na cama e coloquei os fones de ouvido para ouvir a música que eu mais tenho ouvido nos últimos dias, Fix You, do Coldplay.

 

And the tears come streaming down your face

Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto

When you lose something you can't replace

Quando você perde algo que não pode substituir

When you love someone, but it goes to waste

Quando você ama alguém, mas é desperdiçado

Could it be worse?

Pode ser pior?

 

De tanto ouvir ela nos últimos dias eu acabei aprendendo a cantar ela. Nunca fui muito de ouvir as músicas deles, mas confesso que comecei a me interessar mais por eles por causa dessa música.

 

Lights will guide to home

Luzes te guiarão até em casa

And ignite your bonés

E aquecerão teus ossos

And I will try, to fix you

E eu tentarei, consertar você

 

Sei que a letra pode parecer um pouco deprimente, mas veja bem, eu não estava nos meus melhores dias. Toda essa história do Chanyeol estava me deixando maluco à ponto de ficar trancado no quarto chorando pelas pitangas.

 

And high up above or down below

Bem no alto ou bem lá embaixo

When you're too in love to let it go

Quando você está apaixonado demais para deixá-lo ir

But if you never try, you'll never know

Mas se você nunca tentar, você nunca saberá

Just what you're Worth

O quanto você vale

 

Arranquei os fones de ouvido e tirei aquela música, eu virei essa página, essa página não existe mais. Chega de chorar, chega de sofrer, o mundo não gira em volta do meu umbigo.

Olhei a hora no celular, 16:30, ainda estava cedo para eu me arrumar.

Rolei na cama entediado, eu não podia ir ver o Kai, acho que ficaria um clima estranho se eu visse o Suho antes do nosso encontro, então resolvi tirar um cochilo para não parecer cansado quando a gente saísse.

Coloco o relógio para despertar às 19:00, acho que daria tempo para que eu tomar um banho e me arrumar.

 

 

♡⚣♡

 

 

Escuto o barulho do despertador tocar, parece que eu não dormi nada de tão cansado que eu estou, mas preciso levantar.

Juntei forças de onde eu não achei que tivesse e me levantei, caminhando em passos lentos até o banheiro para poder tomar meu banho e acordar realmente.

 

Me despi lentamente e entrei para dentro do box, ligando o chuveiro e deixando a água escorrer pelo meu corpo, assim conseguindo relaxar.

 

Depois de quinze minutos no banho, me enrolei na toalha e fui para o meu quarto escolher minha roupa, eu não fazia ideia de qual roupa colocar, o Suho não me deu nenhuma pista de como seria o local.

Ainda com a toalha enrolada no corpo, decidi colocar uma camisa social branca, uma calça jeans azul clara, uma jaqueta de couro preta e um all star preto. Baguncei um pouco o meu cabelo e coloquei fixador nele. Percebi que fazia muito tempo desde que eu não me maquiava, e infelizmente eu não iria poder me maquiar hoje, pois as maquiagens ficavam na casa do Kai. Felizmente lembrei que eu estava com aquelas lentes verdes que eu tinha usado dias atrás na escola, acho que seria uma boa se eu colocasse elas.

Procurei a caixinha com as lentes no meu armário e as coloquei. Me olhei no espelho e eu estava muito bonito, fiquei com um estilo mais bad boy, um visual totalmente diferente do que eu costumava usar, mas sempre é bom mudar.

 

Escuto alguém batendo na porta. Quem poderia ser? O Suho, talvez? Não, acho que não, está muito cedo para ser ele.

Fui até a porta e espiei pelo olho mágico, e para a minha surpresa era o Kai.

Abri a porta e ele ficou parado me olhando dos pés à cabeça.

— Kai?

Balançou a cabeça duas vezes para acordar.

— O Suho me disse que vocês iriam sair, então vim aqui te dar uma força. Vamos maquiar esse rostinho lindo, hm?

— Claro, inclusive eu estava sentindo falta de um pouco de maquiagem no meu rosto — sorri de canto. — Pode fazer a mesma maquiagem que você fez aquele dia para irmos na escola?

— Estava pensando nela mesmo — Kai respondeu, entrando e colocando as maquiagens em cima da mesa da sala.

Fechei a porta e fiquei parado olhando para ele organizando as maquiagens cuidadosamente.

— Senta aqui, vou te deixar mais bonito do que você já é. — Kai bateu na almofada do lado.

Me sentei do seu lado e virei meu corpo em sua direção, fechei meus olhos e senti aqueles produtos no meu rosto.

— E aí? Está animado para sair com o Suho?

Assenti com a cabeça.

— Eu estava um pouco nervoso no começo, mas acho que fiz o certo — comentei.

— Sei... — Kai respondeu com a voz um pouco diferente.

— Por que a pergunta, Kai?

— Nada não, só curiosidade — respondeu.

 

Ficamos em silêncio até o Kai terminar de me maquiar. Ele me entregou um espelho para que eu visse o resultado final, e estava incrível, como eu imaginei.

— Você leva jeito com isso — comentei, Kai apenas deu um sorriso de canto e arrumou todas as maquiagens na sua caixinha cor laranja.

— Está quase na hora, você não quer se atrasar, não é?

Kai estava diferente, ele não estava animado como de costume, parecia que tinha algo o incomodando. Ele não era assim. Acho que se ele quisesse me contar ele já teria contado antes, mas não foi o caso.

— Kai, está acontecendo alguma coisa com você? Você está diferente.

Não aguentei, ele é meu amigo, eu me preocupo com ele.

Kai deu um sorriso tímido.

— Impressão sua, Baek. Eu estou bem.

Ele esticou a mão na minha direção a deu uns tapinhas de leve na minha cabeça.

— Você é um bom amigo, Baek. Eu me preocupo com você, você sabe disso.

Arqueei uma sobrancelha. Onde ele queria chegar?

Kai sorriu de canto e deu uma batidinha no meu ombro como se quisesse falar: “Esquece isso, tudo bem?”.

Ele pegou as maquiagens e se levantou, indo em direção à porta.

— Vou para o meu apartamento. Boa sorte no encontro, Baek.

Murmurei um “obrigado” e vi a porta se fechando, ficando sozinho novamente.

Suspirei, estava quase na hora. Minhas mãos estavam começando a suar.

 

“Estarei aqui na frente da sua porta no horário marcado, se não estiver, irei considerar que você me deu um fora.”

 

Faltavam cinco minutos para dar o horário que marcamos de nos encontrarmos aqui na frente. Resolvi sair mais cedo, talvez pelo nervosismo, vai que ele chegasse mais cedo ou estivesse tão nervoso quanto eu.

Peguei meu celular que estava em cima de mesa da cozinha, coloquei no bolso da calça e peguei as chaves que estavam perto do celular. Fui em direção da porta e a abri, revelando aquela silhueta familiar.

— Suho? Você chegou mais cedo — comentei com um sorriso enorme nos lábios.

Ele estava muito bonito, tão bonito que na hora eu esqueci que palavras usar, então só consegui ficar parado o encarando com cara de idiota. Seu sorriso estava tão enorme quanto o meu.

— Gosto de ser pontual — Suho respondeu alegre. Ele me fitava dos pés à cabeça. Minhas maçãs do rosto estavam começando a ficar quentes. — Você está muito bonito, Baekhyun.

— Obrigado — respondi no automático. — Você também está muito bonito.

Ele usava jeans pretos com uns rasgos no joelho, uma bota de couro preta, uma camisa verde exército e uma jaqueta jeans escura. Cada peça deveria ter sido escolhida a dedo. Suho tinha um bom gosto para se vestir.

Depois de um tempo o fitando, Suho pigarreou para que eu prestasse atenção nele.

— Vamos? O lugar está nos esperando — Suho disse de forma galanteadora.

Assenti com a cabeça e Suho deu seu braço para que eu enlaçasse meu braço no seu, e assim fiz.

Fomos para o seu carro e eu me surpreendi no instante que entrei nele, tinha os bancos em couro branco, era muito espaçoso e dentro tinha aquele cheiro de coisa nova.

Seu perfume também estava entrando nas minhas narinas, era impossível aquele cheiro penetrante não se manifestar. Como eu entendo de perfumes, consegui decifrar o seu perfume através do cheiro.

— Seu perfume é Dolce & Gabbana, né?

Suho sorriu de canto, fechando a porta e colocando o cinto.

— É sim. O seu cheiro não é estranho, acho que conheço esse perfume. É Dior?

Assenti com a cabeça.

— Estamos falando sobre perfume, é isso mesmo? — ri. Suho gargalhou junto da situação, ecoando nossas risadas pelo carro.

— Acho que estamos. — Suho deu um sorriso de canto e levou uma mão para o volante e a outra para a chave do carro, ligando-o. — Você fica bem com essa maquiagem, posso até tentar adivinhar quem te maquiou. — Arrumou o espelho retrovisor e levou a outra mão para o volante, assim saindo do estacionamento.

— O Kai apareceu lá em casa com as maquiagens, então eu pensei que seria uma boa. Ele já me maquiou outra vez para ir na escola — confessei.

Suho deu um sorriso tímido e foi dirigindo até um local que eu não conhecia.

Seria uma surpresa o local.

Uma música calma tinha sido colocada no carro, Suho dirigia atentamente pelas ruas. Ele tinha um charme natural, não precisava de muito para ficar bonito, parecer bonito. Acho que quando as pessoas têm uma alma bonita, não precisam de esforços para tentar parecer tal.

Percebi que estávamos saindo da cidade.

— Estou ficando curioso, onde vamos ir? — perguntei.

Suho deu um sorriso divertido, mantendo o silêncio e dirigindo rapidamente pelas ruas.

Tudo aquilo estava sendo muito excitante. Estar com uma pessoa dois anos mais velho que você, alguém mais experiente. Eu me sentia protegido. Era algo novo para mim.

 

 

♡⚣♡

 

 

Depois de quase uma hora dirigindo, Suho estacionou o carro em um local totalmente escuro, ele precisou ligar a luz interna do carro para que eu pudesse vê-lo.

— Chegamos, mas eu preciso que você use isso. — Suho tirou um lenço roxo de seda do porta-luvas e me entregou, fiquei olhando para aquele lenço e me perguntando o porquê de eu ter que usar aquilo. — Vamos, é uma surpresa — sorriu gentil. — Eu te ajudo a colocar.

Fechei os olhos e senti aquele lenço cobrir meus olhos. Ótimo, não estou vendo nada.

— Consegue enxergar alguma coisa, Byun?

Neguei com a cabeça.

— Perfeito. Eu te ajudo a sair do carro.

Escuto a porta bater e a minha se abrir. Tirei o meu cinto e senti a mão do mais velho segurar a minha gentilmente, me ajudando a sair do carro. Seu braço foi enlaçado no meu, e fomos caminhando calmamente para algum lugar que eu não sabia ainda onde era.

Maldita curiosidade.

— Suho, estou curioso.

Ele apenas riu, me fazendo rir também.

 

Depois de alguns segundos andando, sinto meus pés afundando conforme íamos caminhando.

— Isso é areia? — pergunto.

— Baekhyun, você é muito impaciente — riu.

— Fácil falar quando não é você que está sem enxergar nada — disse com humor, fazendo o mais velho rir.

— Já estamos chegando, espera só mais um pouquinho.

Assenti impaciente.

Continuamos andando até finalmente eu sentir que meus pés não estavam mais afundando, parecia que eu estava caminhando sobre madeiras. Decidi pensar que estávamos chegando perto do local.

Felizmente paramos. Fiquei parado esperando uma ordem do Suho para que eu pudesse tirar aquele maldito lenço dos meus olhos.

Tinha uma leve brisa batendo no meu rosto, e eu conseguia escutar o barulho do mar. Ele tinha me levado para a praia.

— Pode tirar o lenço, Byun — escutei ele falar.

Tirei o lenço lentamente dos olhos e os abri, dando um pulo para trás com a cena que eu acabara de ver.

Estávamos na beira da praia, caminhando sobre um píer gigante que levava até um iate. Sim, um iate.

Coloquei minhas mãos na boca, eu estava sem reação.

— Suho... você...

O garoto deu um sorriso de orelha.

— Surpresa! — ele disse animado.

Fiquei boquiaberto olhando para ele, tanto que eu devia estar parecendo um idiota. Olhei em volta e tinham umas luzes que iluminavam o enorme píer de madeira escura. O mar não estava muito agitado, mas algumas ondas se quebravam no píer e respingavam em nós.

O mais velho pigarreou para chamar a minha atenção, já que eu estava distraído analisando todas as coisas que estavam presentes.

— Vamos, Baekhyun?

— Vamos, Suho — respondi.

Fomos caminhando até o iate, onde um homem de terno nos recebeu e nos levou até a nossa mesa. Nossa mesa tinha uma toalha branca, duas velas para deixar o clima mais agradável, um vaso com rosas vermelhas e um vinho, fora a vista maravilhosa para o mar. A decoração daquele lugar era incrível e de muito bom gosto. 

Me sentei e o garçom começou a anotar os nossos pedidos.

— Com licença — o garçom disse, indo embora e nos deixando sozinhos.

Suho estava com o cotovelo esquerdo em cima da mesa com seu rosto apoiado na sua mão, me fitando descaradamente.

— Você é maluco — ri. — Não precisava de tudo isso, você sabe.

O mais velho passou a mão pelos fios de cabelo, os bagunçando de leve.

— Eu sei, mas quis fazer este o melhor encontro da sua vida. Quis fazer algo que você não fosse esquecer, algo para te surpreender.

— E você conseguiu — assumi.

Olhei pela enorme janela que ia do chão até o teto daquele lugar. Era incrível.

Senti o iate começar a se mexer. Pelo visto não iríamos ficar parados em lugar.

— E então, Baek, você estava nervoso para o nosso encontro?

Viro a cabeça na sua direção.

— Um pouco. Mas era algo que eu queria, então tentei deixar isso para lá.

— Entendi. Fico feliz por isso — Suho respondeu com um sorriso nos lábios.

— Eu é que fico feliz de estar aqui com você — respondi. Me surpreendi como tinha saído naturalmente, o mais velho arqueou as duas sobrancelhas e em seguida deu uma mordida no seu lábio inferior. Fitei seus lábios descaradamente.

 

O garçom apareceu com os pratos e os colocou na mesa, se retirando do local e nos deixando sozinhos novamente.

— O cheiro está ótimo — disse.

— Realmente — ele concordou. — Aceita um pouco de vinho, Baek?

Nunca fui de beber, mas hoje era uma ocasião especial.

— Claro.

 

♡⚣♡

 

 

O jantar estava ótimo, estava tudo indo bem até o momento.

Conversamos bastante durante o jantar. Falamos sobre sua família, seus planos para o futuro. Descobri que seus pais moravam em uma cidade bem distante de Seul, e que seu plano na verdade sempre foi ficar perto do primo, já que seus pais não o motivavam muito.

— Me diga algo sobre você que eu ainda não saiba — pedi.

Suho colocou os dois cotovelos em cima da mesa e apoiou seu rosto nas suas mãos.

— Tem uma coisa que eu ainda não te contei por medo do que você possa pensar, ainda mais porque você é todo certinho — ele riu, mas seu nervosismo estava mais em evidência.

— Bom, você pode me contar se quiser — bebi um gole do vinho.

O mais velho deu um suspiro longo.

— Eu tenho um problema sério com ansiedade, desde que minha mãe foi diagnosticada com câncer de mama. Felizmente ela se curou do câncer, mas desde então eu sou muito ansioso, e um dia eu procurei algum meio de aliviar essa ansiedade — ele fez uma pequena pausa —, foi quando eu comecei a fumar maconha.

Arregalei meus olhos na hora. Tomei outro gole de vinho, dessa vez maior.

— Mas calma — ele disse —, eu estou tentando parar. Desde que eu te conheci, eu quase não tive mais minhas crises de ansiedade. Antigamente era todo dia, hoje eu estou bem melhor. Posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes eu fumei desde que te conheci — ele sorriu.

Eu nunca fui de julgar ninguém, pois odiava que me julgassem, e dessa vez não foi diferente.

— Eu entendo — respondi. — E fico muito feliz que eu esteja te ajudando de alguma forma, isso me deixa muito feliz e orgulhoso de você, de verdade.

Ele sorriu tímido, logo esticou sua mão em direção da minha. Minha mão foi timidamente procurando a sua, até que se encontraram. Sua mão estava extremamente quente, ao contrário da minha que estava congelando. Suho ficou acariciando minha mão enquanto mantinha seu olhar fixado no meu.

— Você promete que não vai me tratar diferente por causa disso? — Suho perguntou.

— Não tem motivo para eu te tratar diferente, Suho — sorri de canto, o mesmo retribuiu. — Eu só te trataria diferente se eu fosse um idiota, mas como não é o caso... — disse com humor.

Uma música calma foi colocada, era uma música muito romântica e estava deixando o clima ainda mais agradável.

O garçom apareceu e retirou os pratos.

— Pode por favor trazer aquelas coisas que combinamos? — Suho perguntou para o garçom.

— Claro, senhor, um minuto.

Coisas? Que coisas?

— Vou precisar que você coloque aquele lenço nos seus olhos novamente. Tudo bem?

Arqueei uma sobrancelha, nervoso.

— Confie em mim, vamos jogar um joguinho de adivinhação, só isso.

Assenti com a cabeça e coloquei o lenço novamente sobre meus olhos. Como antes, não estava conseguindo enxergar nada, meu olfato e audição estavam mais apurados do que o normal.

Escuto passos vindo na nossa direção, era o garçom trazendo as coisas que Suho havia lhe pedido.

— Obrigado. Vamos lá para cima. — Escuto Suho falar para o garçom.

Os mesmos passos que estavam vindo, foram indo embora, até se tornarem inaudíveis.

— Vamos, Baek. Eu te ajudo a subir as escadas — Suho disse.

Ele segurou minha mão e me ajudou a levantar. Fomos caminhando até ele falar que era a escada, então fomos subindo os degraus calmamente, até finalmente não ter mais nenhum degrau. Fui guiado até um sofá, onde nos sentamos. A brisa era muito mais intensa, estava mais para um vento que bagunçava os nossos cabelos.

— Muito bem, o jogo funciona assim: Vou te dar na boca alguma comida e você precisa acertar qual é. Simples, não?

— Certo, mas o que acontece se eu errar? — perguntei.

Escuto uma risada maliciosa no fundo.

— Isso a gente resolve depois. Tudo bem?

Assenti com a cabeça.

— Abra a boca, Byun — Suho pediu de forma gentil, e assim fiz. Senti uma coisa entrar na minha boca, comecei a mastigar para descobrir o que era. — E então? Já sabe o que é?

Aquele gosto eu conhecia bem.

— É abacaxi — respondi.

— Muito bem, Baek, um ponto para você.

Engoli o abacaxi e abri a boca, esperando o que estivesse pra vir.

Senti outra coisa pequena entrando na minha boca, dei uma mordida e descobri na hora o que era. Mastiguei e engoli antes de responder.

— É morango — respondi. — Isso é muito fácil, Suho, quero algo mais difícil.

— Você é bom — riu. — Tudo bem, se você quer assim.

Lambi os lábios para limpá-los das frutas.

O vento estava bagunçando meu cabelo, seguidamente eu precisava arrumar ele. Estaríamos em um lugar aberto para ter tanto vento?

Abri a boca novamente, esperando a próxima fruta.

— Você não precisa abrir tanto a boca para essa — Suho disse de forma sensual.

Um arrepio percorreu o meu corpo, mas resolvi obedecer. Meus lábios estavam quase se tocando um no outro.

— Estou esperando, Suho — disse.

Eu estava começando a ficar impaciente pela demora.

— Tudo bem, lá vai...

Sinto uma coisa macia tocar os meus lábios, até me tocar do que realmente era. Eram seus lábios. Lentamente seus lábios foram afastados dos meus.

— E então? Descobriu o que é ou precisa sentir de novo? — Suho perguntou com malícia.

Mordi meu lábio inferior com força.

— Não consegui decifrar, acho que preciso sentir de novo — respondi no mesmo tom da malícia que ele havia usado.

Escuto Suho dar uma risadinha, logo sinto sua respiração quente no meu rosto. Eu queria tanto tirar aquele lenço de seda dos meus olhos, mas essa situação estava deixando tudo mais interessante, não poder vê-lo, só senti-lo.

Senti seus lábios macios encostarem nos meus novamente, dessa vez eu resolvi retribuir o beijo. Seus lábios acariciavam os meus carinhosamente, tanto que eu senti as borboletas do meu estômago. O puxei pela cintura para ficar mais perto de mim, nossos corpos ficaram colados. Suho pausou o beijo para me puxar para cima do seu colo, fazendo assim nossas intimidades se roçarem. Deslizei minha mão para os fios do seu cabelo, enroscando meus dedos ali. Suho deslizou sua mão para a minha cintura, apertando ela com força e vontade, não consegui evitar de soltar um suspiro, que fez com que ele sorrisse entre o beijo. Coloquei minhas mãos no seu rosto enquanto o beijava, ele acariciava toda a extensão das minhas costas, sem passar disso. Ele queria me respeitar, de fato ele não sabia até onde poderia ir, até onde eu deixaria que ele fosse. Nossas línguas exploravam cada canto da boca um do outro, eu estava ficando muito excitado só com o nosso beijo, ele beijava muito bem, meu amigo lá de baixo estava começando a se manifestar, e isso me fez ficar com muita vergonha. Meu rosto estava queimando de vergonha, mas a excitação do momento era maior do que a vergonha.

Reparei que eu ainda estava com o lenço de seda tampando os meus olhos, e eu estava cansado de não conseguir enxergar nada, então tirei ele dos meus olhos — sem quebrar o beijo — e o atirei longe.

Bem melhor.

Envolvi meus braços no seu pescoço e mordi seu lábio inferior, o puxando gentilmente. Suho sorriu novamente entre o beijo, seu sorriso era lindo.

Agoniado de ficar sentado, Suho se levantou, ainda comigo colado nele. Envolvi minhas pernas na sua cintura e fui sendo carregado até um lugar fechado, pois senti o vento sumir.

Mesmo sendo quase da minha altura, Suho era forte, muito forte.

O mais velho me colocou gentilmente em uma cama que tinha em um quarto extremamente grande, senti a cama me abraçar.

Rapidamente o mais velho veio por cima de mim e começou a passar a mão pela minha barriga, passando suas unhas de leve. Arqueei minhas costas em resposta, eu sentia muito arrepio quando passavam a mão na minha barriga.

Aquela jaqueta estava me incomodando, então cortei o beijo e retirei a minha jaqueta, sem quebrar o contato visual com o Suho. Estávamos ofegantes por causa do beijo — e que beijo —, mas me senti melhor quando tirei a jaqueta.

— Sua jaqueta não está te incomodando? — perguntei com malícia. Passei minha mão pelo seu braço.

— Talvez — ele sorriu malicioso. — Quer dar um jeito nisso?

Lambi meus lábios como resposta, logo tirei sua jaqueta e a atirei em um canto qualquer.

O puxei pela gola da camiseta e selamos nossos lábios novamente, dessa vez com mais vontade e mais desejo. Eu estava muito excitado com tudo isso, e pelo que eu senti, ele também.

Suas mãos deslizaram para o cós da minha calça, quando senti ele colocar a mão no botão dela, eu o empurrei de leve.

— Vamos com calma — disse com humor.

Suho sorriu sem graça e se deitou do meu lado, ele virou seu corpo em direção ao meu.

— Desculpa, por causa do momento eu acabei me descontrolando — ele riu sem graça. — Prometo ir com mais calma.

— Obrigado — sorri de volta.

O mais velho acariciou a minha bochecha e deu um beijo na ponta do meu nariz, seus olhos estavam brilhando mais do que o normal.

— Sei que não é hora, mas, como você está em relação ao que aconteceu hoje mais cedo? Você esqueceu o... Ah, você sabe — ele perguntou sério.

Apertei meus lábios com força, me lembrando de tudo que havia acontecido hoje cedo.

— Sinceramente, acho que no fundo sempre vai existir um pouco dele em mim, mesmo que eu não queira. Claro que eu não fico mais pensando nele o dia inteiro, e claro que eu não vou deixar de fazer algo que eu queira por causa dele, tanto que estou aqui com você — sorri. — Mas ele foi muito importante pra mim em uma fase muito difícil da minha vida, então é claro que eu sempre vou sentir algo por ele, nem que for um carinho de amigos.

— Entendo. — Suho mantinha seu olhar fixado no meu, parecia que ele estava querendo me hipnotizar, e realmente, eu podia me perder no seu olhar. — Queria ter te conhecido antes, sinto muito por ter demorado tanto para chegar.

Segurei sua mão com força, sua voz estava começando a falhar.

— Você não tem que se desculpar, Suho, não tem motivo. — Com a outra mão, acariciei sua maçã do rosto gentilmente. — Foi até bom eu ter te conhecido só agora, eu sou uma pessoa muito melhor do que a que eu era tempos atrás, você não tem ideia. Você chegou na hora perfeita, na hora que eu me senti melhor para recomeçar, na hora que eu finalmente resolvi abrir meu coração novamente para alguém, e veja bem, você foi a pessoa que eu escolhi — sorri de canto.

Suho deu um sorriso tímido.

— Obrigado por me salvar — ele respondeu. — Você foi o anjo que chegou para eu me tornar alguém melhor. Eu prometo que vou tentar parar de fumar, por sua causa.

— Você não tem que parar por minha causa, você tem que parar porque sabe que isso é só uma desculpa para aliviar momentaneamente a sua ansiedade. Você não precisa disso, você tem pessoas que gostam de você por perto, e eu sou uma delas.

— Baek, obrigado, por tudo.

 

Ficamos conversando sobre coisas aleatórias até dar meia noite e acharmos melhor irmos para casa.

Estávamos dentro do carro, preparados para irmos de volta para casa. Coloquei o cinto e Suho cutucou meu ombro, então eu virei para ver o que era. Quando me virei, ele me puxou e selou nossos lábios em um selinho rápido. Sorri sem graça.

— Ainda não acredito que você alugou um iate para o nosso encontro — ri. — Nunca pensei que um dia eu iria me encontrar com alguém em um iate.

— Eu disse que queria que o nosso encontro fosse único, diferente. E foi muito bem planejado, planejo isso desde que te conheci.

Coloquei o cinto e me arrumei no banco de couro branco.

— Você me impressionou. Mas não precisava de tudo isso para me impressionar, podíamos ter ido em um restaurante, eu já ficaria feliz — sorri.

— Tudo bem, a próxima vez que formos sair prometo que não vai ser algo tão grandioso assim — ele disse com humor, me fazendo rir.

— Mas de qualquer jeito, eu adorei o nosso encontro. Foi muito melhor do que eu imaginava — confessei.

Suho colocou o cinto e ligou o carro, dando partida.

— O que você estava imaginando, Baek? — ele perguntou, sem desviar o olhar da rua.

— Que você fosse me levar em um motel, ou algo do tipo — assumi. Suho caiu na risada.

— Eu não sou nenhum tarado pervertido, Baekhyun. E por qual motivo eu te levaria em um motel no nosso primeiro encontro? Eu sei que você não iria se sentir à vontade.

Mordi meu lábio inferior com força. Suho pensava muito em mim, tanto que planejou um encontro perfeito, pensando se eu iria me sentir à vontade ou não.

— Tem razão — sorri de canto.

Suho colocou seu pen-drive no rádio do carro e apertou o play. Uma música que eu conhecia muito bem começou a tocar. Resolvi cantar junto.

 

I go crazy, cause here isn't where I wanna be

And satisfaction feels like a distant memory

And I can't help myself

All I wanna hear her say is: Are you mine?

Well, are you mine?

Are you mine?

Are you mine? Alright

 

— Você gosta de Arctic Monkeys?

— É uma das minhas bandas favoritas — respondi animado.

Fechei meus olhos e me deixei levar pela batida da música. Eu estava feliz, muito feliz. Me sentindo inteiro novamente.

 

Ficamos conversando no carro até chegarmos em casa. Acabei descobrindo que nossos gostos musicais eram muito parecidos, gostávamos praticamente das mesmas coisas.

 

 

♡⚣♡

 

 

Suho me levou até a porta do meu apartamento e ficamos olhando um para o outro, sem saber o que falar ou fazer.

— Bom, acho melhor eu ir — ele disse. — Nos vemos amanhã?

— Claro — sorri de canto.

Abaixei minha cabeça e comecei a fitar os meus pés sujos de areia.

— Baek?

Levantei a cabeça e fui com o meu olhar em direção ao seu.

— Hm?

— Obrigado pela noite incrível, eu adorei passar esse tempo com você. Desculpa se eu fiz algo errado...

O interrompi selando nossos lábios, ele se surpreendeu com a minha atitude. Dei um selinho demorado nele e logo me afastei.

— Foi tudo incrível, não tenho do que reclamar — respondi. Minhas bochechas estavam queimando. — Vou entrar então, a gente se vê amanhã.

Suho assentiu e me puxou pelo braço, envolvendo seus braços na minha cintura. Seu abraço era muito bom, eu me sentia seguro quando estávamos juntos. Ele era uma pessoa incrível.

— Boa noite, Baek. — O mais velho deu um beijo estalado na minha testa e foi para o seu apartamento, me deixando sozinho do lado de fora.

Coloquei a mão na minha testa e em seguida nos meus lábios, me perguntando se tudo aquilo havia realmente acontecido.

E sim, tinha acontecido.

Eu estava muito feliz, algo que não acontecia fazia tempo.

— Boa noite, Suho — sussurrei com a mão no peito, sentindo os batimentos do meu coração.

Peguei as chaves no bolso da calça e abri a porta, entrando dentro de casa e me sentando no chão.

Eu não estava com sono, mas não podia ir até a casa do Kai, seria estranho. Eu também não sabia se ele estava acordado.

Eu não tinha muita escolha, a única alternativa seria dormir — ou pelo menos tentar. —Fui em passos lentos até o meu quarto e me atirei na cama, lembrando da noite incrível que eu tive do lado do Suho. Suspirei e fiquei olhando para o teto, agradecendo mentalmente por tudo de bom que eu passei hoje, e pensando que, se eu não tivesse dado uma chance para uma pessoa legal, talvez hoje eu não estivesse sorrindo feito um idiota como estou fazendo agora.

— Droga, Suho — falei com um sorriso no rosto.


Notas Finais


Não esqueçam de comentar o que estão achando da fanfic, suas opiniões são muito importantes para mim.
E sim, a foto do capítulo é o iate que eles tiveram o seu encontro.
Espero estar atualizando a fanfic no sábado para vocês, hehe.
Um beijo, tenham uma ótima semana <3


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