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História Segredos do Passado - Amizade colorida


Escrita por: winngs

Notas do Autor


Olá anjinhos, como vocês estão? Passaram bem essa semana?
Bom, como eu disse no capítulo anterior, talvez não houvesse atualização no sábado passado, e foi o que aconteceu. Peço desculpas por isso, sei que muitos estavam ansiosos para que houvesse, mas eu preferi não atualizar um capítulo ruim por estar sem ideias.
Bom, já estou com mil ideias para o próximo capítulo, vai ser algo bem diferente de todos os capítulos anteriores, sei que vão gostar.
Não esqueçam de me seguir para ter todas as atualizações em primeira mão, pois estou com ideia de iniciar outra fanfic antes da Segredos do Passado terminar, assim vocês serão notificados ♥
Sem mais delongas, vamos ao capítulo!

Capítulo 21 - Amizade colorida


Fanfic / Fanfiction Segredos do Passado - Amizade colorida

Tranquilidade. Essa é a palavra que tem descrito o que eu tenho sentido ultimamente. Sábado e domingo foram um dos dias mais tranquilos que eu tive na minha vida, nenhum imprevisto aconteceu, parecia que estava tudo certo.

Sábado resolvemos assistir filmes de outros gêneros sem ser terror, pois nós dois éramos medrosos demais para isso. Depois de assistirmos alguns filmes, pedimos pizza e ficamos conversando até tarde.

Kai me levou para passear domingo, fomos no cinema e depois em uma sorveteria. Na volta para casa, paramos em uma loja de cosméticos e compramos algumas coisas para que meu cabelo ficasse mais hidratado. Quando chegamos em casa, Kai preparou os produtos e aplicou no meu cabelo, fiquei um bom tempo com eles na cabeça, mas quando tirei, meu cabelo estava bem melhor. Foi preciso tirar um pouco das minhas pontas devido ao ressecamento, mas nada que desse tanta diferença.

 

 

♡⚣♡

 

 

Segunda-feira, 07:15.

 

Os corredores estavam mais lotados do que ultimamente, era uma semana de provas e todos estavam desesperados, menos eu, claro. Muitos estavam pedindo a minha ajuda para estudar, e como eu era o representante, tinha que ajudar minha turma. Na verdade, eu não tinha a obrigação de fazer nada por eles, eles nunca fizeram nada por mim, mas eu gostava de ajudar os outros.

— Espero que o Suho não venha hoje. — Me apoio no meu armário e cruzo os braços.

Jongin para na minha frente e fica vendo o movimento no corredor.

— Hoje não é o seu dia de sorte — ele diz e fecha a cara.

Viro meu rosto para o lado esquerdo e vejo o garoto com sorriso tímido se aproximando em passos lentos de nós.

Respiro fundo e começo a pensar em coisas boas para não me estressar. É hoje que eu perco a cabeça.

— O-oi gente, podemos conversar? — Suho pergunta gaguejando.

Me viro para ele e o fuzilo com o olhar.

— Não temos nada para conversar — respondo seco.

— Na verdade, temos sim, Baekhyun...

— Eu. Não. Quero. Falar. Com. Você — digo pausadamente tentando manter a calma.

Ele respira fundo e me encara.

— Nós precisamos conversar. — Suho segura o meu braço com força e Kai dá um tapa na mão de Suho, de modo que ele soltasse o meu braço.

— Não toca no Baekhyun, ele já falou que não quer conversar com você — Jongin disse com raiva.

Algumas pessoas já estavam olhando torto para nós. Entre elas, estava o garoto alto, Chanyeol, que olhava atentamente para nós. Por que ele sempre estava por perto quando essas coisas aconteciam? Vai entender.

— Não se mete, Jongin, meu assunto é com o Baekhyun.

— Mas eu já falei que não quero falar com você, Suho. Você é surdo? — Fecho os punhos e tento conter a vontade de socar algo ou alguém. — Acha que eu esqueci o que você falou para mim? Que eu era apenas mais um garoto idiota que você pegou...

— Por isso que eu quero falar com você... — Tenta se explicar, mas eu não estava com vontade de ouvi-lo.

— Eu não quero falar com você! — grito. Todos os olhares do corredor vieram em nós. — Me deixa em paz, Suho.

O garoto revira os olhos e tenta se aproximar novamente de mim, segurando o meu braço de novo, só que dessa vez foi mais forte. Faço careta com o seu toque. Kai empurra Suho com força para longe.

Por favor, que não aconteça tudo de novo. Por favor, Kai, se controla.

— Qual é o seu problema, Suho? Quantas vezes o Baekhyun vai ter que te dizer que ele não quer falar com você?

Calma, Kai. Não se exalta.

Suho sorri ironicamente. Ah não. De novo não.

 — Eu que devia te perguntar, Jongin. Pare de se meter onde não é chamado. Não adiantou de nada eu ter falado para o Baekhyun que você era apaixonado por ele? Ele não te quis?

Suho, seu grande idiota.

— Vou acabar com esse seu sorrisinho cínico de uma vez por todas — Kai rosna as palavras e vai para cima do outro com tudo, sem se importar que a maioria dos olhares vinham na nossa direção.

Um burburinho de formou no corredor, todos ficaram em volta de nós vendo os dois garotos caídos no chão se batendo. Desta vez, Suho não apanhou quieto, quando dava ele ia para cima do Kai também. Os dois rolavam pelo corredor como se fossem dois gatos brigando, ambos estavam com os rostos levemente roxo, mas Suho estava com o seu rosto pior. Jongin era muito forte e sempre ficava por cima dele.

Gritos e mais gritos pelos corredores, muitas pessoas estavam apavoradas pela cena, não era comum ter brigas nessa escola.

Sinto meu sangue ferver de raiva, eu estava de saco cheio dessa palhaçada. Vou para cima do Kai e o puxo com todas as forças que eu tinha, mas não foi o suficiente, porém não desisto. Puxo ele por trás novamente, e sem querer, seu cotovelo acerta o meu rosto bruscamente, fazendo assim que eu caísse para trás. Os dois param de brigar, Suho fica caído no chão e Kai vem correndo preocupado na minha direção.

— Baek, m-me perdoa... eu não queria...

— Cala a boca, Jongin — digo irritado. — Vocês dois são dois idiotas, estou de saco disso, estou de saco cheio de vocês dois.

Me levanto e encaro todos que estão assistindo aquela cena ridícula.

— O que vocês estão olhando? — pergunto irritado.

Saio batendo os pés para longe de todas aquelas pessoas, eu só queria ficar sozinho. Vou para os fundos da escola onde não tinha ninguém — por sorte —, e me sento em um dos bancos existentes perto de uma árvore.

Coloco a mão no meu nariz e vejo que está saindo um pouco de sangue. Droga.

Tento limpar meu nariz, mas sempre volta a escorrer mais sangue. Continuo limpando meu nariz, até escutar o barulho das folhas secas que haviam no chão. Eu não estava sozinho. Ainda com a mão no nariz, levanto o olhar e acompanho o som das folhas secas, o barulho estava ficando cada vez mais alto conforme a pessoa se aproximava de mim.

— O que você quer?

Park se senta do meu lado.

— Você está bem? — Aponta para o meu nariz.

Tiro a mão ensanguentada do meu nariz e ele se assusta com a quantidade de sangue existente no local.

— Acha que eu estou bem? Estou muito bem, não tem como ficar melhor — respondo sarcástico.

— Mesmo machucado, você não muda, Baekhyun — sorri de canto. — Mas então, como você está? Aquela cena no corredor foi bem tensa...

Solto um suspiro longo.

— Ah, as coisas andam meio conturbadas, como você viu... — Aperto meus lábios com força. — O Suho fez algumas coisas que fizeram com que eu e o Kai brigássemos com ele, é complicado...

Encaro os enormes olhos de Park Chanyeol.

— Imagino. Não deve ser fácil ter dois garotos brigando por você — ele ri. — Você ainda está com o Suho?

Nego com a cabeça. Um brilho surge nos seus olhos.

Meu coração não batia mais tão forte quando eu estava do seu lado. Meus olhos não marejavam mais. Minha respiração não era mais falha.

— Não demos certo. Ele fez uma coisa que eu não gostei, não consegui mais continuar com aquilo.

— Que coisa?

Desvio o olhar para um lugar qualquer. Fico encarando a estufa existente a alguns metros mais à frente. Ela estava repleta de flores coloridas que a deixavam ainda mais bonita.

— Ah, nós três fomos em uma festa sexta-feira, e eu bebi um pouco mais do que devia. — Reviro os olhos lembrando da cena ridícula que eu tinha passado. — O Suho me puxou para um canto e me deu maconha. Fiquei sabendo disso no dia seguinte, porque o Kai me tirou daquela boate e me trouxe para casa. Foi horrível...

Park arregala os olhos. Acho que ele nunca pensou que eu era de beber — e de fato eu não era.

— Estou imaginando você bêbado — ele ri. Reviro os olhos. — Mas, foi muito idiota da parte dele fazer isso.

— Pois é, foi a mesma coisa que pensei quando o Kai me contou. Fazer o que... — Dou de ombros.

O que ele estava querendo? Por que estava tão curioso em saber se eu estava ou não com o Suho. Ficamos em silêncio por alguns segundos, até Park tentar quebrar o silêncio.

— Baekhyun.

Volto com o olhar para ele.

— Sim?

Seus olhos passavam curiosos pelo meu rosto e cabelo, me fitando. Sua boca levemente rosada abria a fechava algumas vezes, mas som algum saía. Ele lambe seus lábios e uma voz doce começa a sair.

Você quer voltar comigo?

Suas palavras saem naturalmente dos seus lábios. Arregalo os olhos e sinto meu coração bater mais forte por causa da pergunta. Juro que não estava esperando por isso. Engulo seco e respiro fundo. Que tipo de jogo era aquele?

— Primeiro de abril já passou faz tempo, Chanyeol — digo seco.

Ele suspira e junta as sobrancelhas.

— Por que acha que eu estou mentindo?

Fecho os punhos com força.

— Você não está mais com a Kim?

— Estou. Mas, ela não precisa ficar sabendo. Podemos sair as vezes, você pode me ligar quando quiser sair comigo, a gente marca.

O encaro sem expressão alguma, e quando vejo que ele estava falando sério, começo a rir euforicamente. Chega disso, chega de ser segunda opção.

— Você é ridículo, Chanyeol. Eu não sou segunda opção de ninguém, muito menos sua. Se você quisesse mesmo ficar comigo, você teria terminado com a idiota da minha irmã, e teria ficado comigo. E acho que mesmo se você não estivesse mais com ela, eu não iria querer ficar com alguém como você.

Me levanto e saio caminhando sobre as folhas secas, sem ver a expressão dele quando dei a devida resposta.

— Baekhyun!

Viro para ele com uma cara de poucos amigos. Ele continuava sentado e com um sorriso tímido nos lábios.

— Gostei do seu novo estilo — ele diz.

Reviro os olhos.

— Obrigado, pena que não é pra você — respondo cinicamente e me viro para voltar aos corredores, o sinal estava prestes a bater.

Se eu fosse o mesmo Baekhyun de semanas atrás, confesso que ficaria balançado com a pergunta do Chanyeol. Mas, felizmente eu aprendi que existe uma coisa chamada amor próprio, e é maravilhoso ter isso. É maravilhoso olhar para trás e ver o quanto eu cresci, o quanto eu aprendi, e o mais importante: o quanto eu aprendi que não preciso de ninguém para me fazer feliz. Muito menos ele.

Caminho lentamente pelos enormes corredores da escola, até que finalmente o sinal toca e eu vou para a minha sala de aula, que estava completamente vazia. Me sento no meu lugar e os outros alunos vão entrando lentamente, um por um, até que finalmente o professor de física entra. Nada do Kai ou do Suho.

— Bom dia pessoal. — O professor se senta na sua cadeira e tira seus materiais de dentro da mala. — Façam grupos de cinco para um trabalho rápido. É para hoje.

Droga. Eu odiava trabalhos em grupos, porque geralmente eu não tinha grupo. Torço a boca para o lado e fico esperando pelo pior: eu seria o último a sobrar. Olho para os lados e vejo os grupos se formando, um por um.

Tiro meus materiais de dentro da mochila e os coloco em cima da mesa. Quando me viro, vejo Luhan, Sehun, Chen e Yixing parados do meu lado.

— Baek, podemos fazer o trabalho com você? — Luhan perguntou.

Me surpreendo com a pergunta.

— Claro — respondo tímido.

Eles pegam algumas cadeiras e se sentam em volta da minha mesa.

— Pensei que fariam o trabalho com o Chanyeol... — comento.

Os garotos apertam os lábios.

— Nós brigamos com o Chanyeol. — Sehun responde, fazendo com que eu olhasse para ele. — Não aguentamos mais essa nova pessoa que ele se tornou.

— Depois que ele começou a namorar a azeda da Kim, nossa amizade com ele esfriou muito — Yixing comenta. — Não entendo o que aconteceu com ele.

O professor passa classe por classe e entrega uma folha com algumas atividades razoavelmente fáceis. Começamos a fazer os exercícios e consequentemente tivemos que conversar menos para focarmos e terminarmos aquilo o mais rápido possível.

 

Depois do recreio, os professores fizeram uma reunião e decidiram que na sexta-feira seria feito um passeio para uma floresta, onde não poderíamos levar qualquer aparelho tecnológico — como celulares, relógios, tablet... — Seria um passeio para aliviar a tensão dos alunos por causa das provas que estavam se acumulando, nossa ida era obrigatória, valeria nota extra. Passaríamos a noite lá e voltaríamos sábado de tarde, não houve mais detalhes a respeito.

 

 

♡⚣♡

 

 

Não aconteceu nada de muito diferente nesta manhã, mas, diferente dos outros dias, eu estava com os garotos. Foi um pouco estranho não ver o Kai na escola, onde ele estava?

Resolvo ir falar com a diretora para ver se ela sabia do paradeiro dele, ou se ele tinha passado por lá. Faltavam alguns minutos para o sinal tocar e finalmente irmos para casa.

— Professora. — Levanto minha mão. — Posso ir falar com a diretora?

— Claro, Baekhyun — ela sorri.

Agradeço e me levanto, vou caminhando razoavelmente rápido para a sala da diretora. Os corredores estavam vazios e silenciosos, assim que eu gostava.

Quando chego, bato na sua porta duas vezes.

— Pode entrar — diz alto o bastante para que eu ouvisse.

Abro a porta e ela se surpreende com a minha visita, abrindo um largo sorriso.

— Baekhyun, que surpresa boa te ver por aqui. — Se levanta e vem na minha direção calmamente, me abraçando em seguida. — Senta, querido.

Me sento na enorme poltrona macia de veludo vermelho e coloco minhas mãos em cima dos meus joelhos.

— Bom, eu gostaria de saber se o aluno Kim Jongin passou por aqui hoje, não vi ele em canto algum da escola.

Ela junta as sobrancelhas e pensa por alguns segundos.

— Ah sim, ele esteve na minha sala hoje cedo. Não só ele, mas o aluno Kim Junmyeon também. — Ela cruza os braços. — Os alunos me contaram que houve uma briga entre os dois pelos corredores, então chamei os dois aqui e dei uma suspensão de dois dias para eles, contando o dia de hoje.

Torço a boca para o lado.

— Eu entendo, acho que a senhora está certa em deixar os dois suspensos. Me desculpe o palavreado, mas acho que eles foram dois idiotas.

— Você sabe o motivo da briga, Baekhyun?

— O que eu sei, é que eles estavam com alguns problemas familiares entre eles, nada mais — minto.

Resolvo mentir para a diretora, seria estranho se eu tivesse que contar tudo que aconteceu entre nós três para ela. Ela apenas assente.

O sinal toca e eu me despeço da mulher.

Volto para a minha sala de aula e coloco meu material dentro da mochila. Jogo a mesma por cima do ombro e saio. Caminho até o lado de fora e os garotos já não estavam mais na minha vista, eles já tinham ido embora. Olho para um lugar específico da calçada, onde eu avisto o garoto da minha altura, com suas mãos no bolso procurando por alguém. Ao me ver, ele tira as mãos do bolso e acena para mim, vindo na minha direção rapidamente.

Cerro os olhos e o encaro.

— O que você quer, Suho?

Ele para e sorri de canto.

— Quero conversar com você, já que hoje mais cedo não foi possível.

Suho estava com seus dois olhos roxos e com um corte no canto do seu rosto.

— Achei que tivesse sido bem claro com você hoje cedo — suspiro. — Mas vai em frente.

O garoto sorri, vendo que eu o deixaria falar. Cruzo os braços e fico esperando ele falar. Olho para os lados e vejo que não há muitas pessoas naquele local, mas dentre as poucas pessoas, Park assistia tudo de longe. Que novidade, não é mesmo? Esse garoto não tem mais o que fazer?

— Eu queria me desculpar pelas coisas que falei para você e para o Jongin. Eu estava estressado e acabei falando algumas coisas que não foram muito legais...

— Realmente não foram legais — respondo seco.

— Então... você me desculpa, Baekhyun?

— Não, eu não te desculpo, Suho. Isso não envolve só o que você falou para nós, mas envolve também o que você fez comigo.

Ele aperta os lábios e segura meu braço com uma certa força.

— Por favor, Baekhyun. Prometo que não vai acontecer de novo.

— Me solta, Suho. — Solto o meu braço da sua mão. Ele agarra meu braço de novo com mais força.

— Me escuta uma vez só... — Suho sussurra. Ele estava desesperado pela minha atenção.

Fecho os punhos com força e sinto uma raiva surgir dentro de mim.

— Eu mandei você me soltar...

Algo dentro de mim fez com que eu tivesse força o bastante para me soltar dele e acertar o seu olho direito com um soco forte, deixando assim a marca roxa mais evidente. Suho fica com sua mão na frente do seu olho e me encara boquiaberto, acho que nem ele estava esperando que eu fizesse isso. Ao redor, Park assistia tudo de longe, apavorado com a cena que acabara de ver.

— Isso é para você aprender a não me procurar mais. Já chega, Suho. Por que você não vai embora dessa cidade? Esse lugar não é pra você — rosno as palavras na sua cara. — É claro que o que você fez não irá se repetir, porque eu não quero mais te ver na minha frente nunca mais.

Encaro Park e cerro os meus olhos.

— O que está olhando, seu idiota? Perdeu alguma coisa? — grito para que ele pudesse ouvir.

Seus olhos grandes ficam maiores, e uma expressão de apavorado domina o seu rosto. Sorrio diabolicamente, me sentindo o máximo.

— Seus idiotas, sumam da minha vida. — Fecho os olhos e grito o mais alto possível, sentindo um peso enorme saindo das minhas costas.

Saio andando, sem deixar que os dois me dessem uma resposta.

Volto andando para casa com um sorriso enorme nos lábios, eu estava orgulhoso de mim mesmo por ter feito alguma coisa na vida. Nunca que eu aceitaria as desculpas do Suho, porque eu sabia que quando ele tivesse a chance, ele faria de novo sem pensar duas vezes. E outra, o Kai estava se afastando de mim aos poucos, e eu me odiaria se por acaso eu perdesse ele, minha amizade com ele era mais importante do que qualquer coisa.

 

Chego em casa minutos depois. Entro no elevador e desço no meu andar. Antes de ir de fato para o meu apartamento, resolvo bater na porta do Kai e ver se estava tudo bem com ele. Coloco a mão no meu nariz e vejo que não existe mais sangue fresco.

Dou duas batidas e o garoto abre a porta, seu lábio está levemente cortado. Levo minha mão para a boca e a cubro, assustado pelo corte.

— Ai meu Deus, Kai. Seu lábio...

Ele me puxa para dentro de casa e fecha a porta.

— Isso? — Aponta para o lábio cortado. — Não é nada, eu vou ficar bem.

Sempre bancando o forte, típico dele.

Arrumo meu cabelo para trás da orelha, e seu olhar vai de imediato para a minha mão direita.

— O que aconteceu com a sua mão?

— Isso? — Aponto para a minha mão. — Não é nada, vou ficar bem — digo com humor, o imitando.

Kai vem na minha direção e segura minha mão que estava bem vermelha. Querendo ou não, eu nunca tinha dado um soco em alguém, o máximo que tinha acontecido foi o tapa que eu dei no Chanyeol no dia que estávamos no vestiário.

— Você socou algo ou alguém? — Passa seus dedos gentilmente por cima da minha mão.

Desvio meu olhar para um canto qualquer da sala e dou alguns passos em direção da cozinha, onde apoio meu corpo na bancada escura.

— Eu dei um soco no Suho — confesso. — Ele apareceu na saída e tentou falar comigo, mas eu não aceitei as desculpas dele, então ele tentou me segurar para que eu o escutasse. Foi quando eu me irritei e dei um soco no olho dele. Duvido que aquele roxo saia tão facilmente — sorrio de canto e viro meu olhar de volta para o moreno.

— Você deu um soco no Suho? — ele ri. — Uau, não estava esperando isso do pequeno Baekhyun.

Reviro os olhos.

— Posso ser pequeno, mas eu sei me defender também. Pelo menos, eu aprendi... — Atiro minha mochila em cima do seu sofá e cruzo meus braços, encarando o moreno que estava de pé à poucos metros de mim. Encaro seu lábio roxo e sua mão que estava bem vermelha. — O que eu te falei sobre não precisar usar sua força o tempo todo? Por conta disso você levou uma suspensão. E acertou o meu nariz. — Aponto para o meu nariz.

Ele revira os olhos e solta um suspiro longo. Vem na minha direção e fica parado na minha frente, me encarando com um sorriso de canto.

— Desculpa pelo seu nariz. — Beija a ponta do mesmo. — Engraçado, porque você também apelou para a sua força. Por que só eu tenho que levar bronca?

Sua voz sai melodiosamente em um sussurro. Seu hálito de menta faz alguns fios de meu cabelo se mexerem. Arranco um pedaço de casca que estava se formando na minha boca e engulo seco, me sentindo mais nervoso do que o normal.

— E-eu estava me defendendo, é diferente...

— Sei. Vem, vamos colocar gelo na sua mão. — Kai segura minha mão gentilmente e enlaçamos nossos dedos.

Me sento no banquinho e coloco minha mão em cima da bancada. O moreno vai até o freezer, pega um saquinho de gelo e se senta do meu lado, colocando o gelo em cima da minha mão. Sinto uma leve dor com o contato do gelo na minha pele avermelhada machucada. Agora eu sabia como ele se sentia quando tentava me defender do próprio primo. Ele sempre me protegeu, me defendeu de tudo e de todos. Desta vez, eu tinha conseguido me defender sozinho, mas mesmo assim ele estava cuidando de mim. Diferente de outras pessoas que sempre prometiam estar do meu lado em todos os momentos — inclusive nos difíceis —, e nunca cumpriram, Kai era diferente. Ele cumpria o que prometia. Era uma das coisas que mais me faziam o admirar. Cada vez mais.

O moreno me fitava à fundo nos meus olhos enquanto passava o gelo. Levo minha mão esquerda para cima da sua perna, e a aliso por cima da calça da escola.

— Obrigado por cuidar de mim. — Olho no fundo dos seus olhos e vejo seus olhos castanhos brilharem ao entrarem em contato com os meus. — Não só por isso, mas por tudo que você sempre fez por mim...

Jongin sorri, sem quebrar o contato visual comigo. Ele arruma seus cabelos escuros para trás da orelha e coloca sua mão em cima da minha, a acariciando com suas digitais quentes.

— Amigos são pra isso, Baby Byun — diz com a língua entre os dentes.

Sorrio tímido e concordo com a cabeça.

Seu olhar estava me deixando envergonhado, eu deveria estar com as bochechas rubras por causa disso. Levo meu olhar para a janela, tentando conter o nervosismo da hora. Passo a língua entre os lábios e volto atenção para ele.

Estávamos flertando?

— Sabe, Kai, eu estava pensando... O que você acha sobre amizade colorida?

Ele arqueia uma sobrancelha e me olha desconfiado.

— Bom, eu nunca tive uma. Mas alguns amigos meus já tiveram, segundo eles, eles gostavam. Por que da pergunta?

Engulo seco e tento formular as palavras na minha cabeça, bolando alguma forma delas não saírem estranhas, ou de um jeito que ficasse um clima estranho entre nós. O gelo é tirado de cima da minha mão, já era o suficiente, minha mão não estava mais tão vermelha como quando eu cheguei aqui.

— Eu não sei se você iria aceitar, mas... você aceita ser... meu amigo colorido? — As palavras saem um pouco emboladas e travadas da minha boca, eu estava muito nervoso de ter esse tipo de conversa com ele.

Aperto meus lábios com força e o encaro, esperando alguma resposta antes que eu explodisse de vergonha. Começo a rir de nervoso.

— Que besteira, claro que você não iria aceitar... — digo tentando quebrar o nervosismo.

— Eu ainda tenho direito de resposta? — Jongin arqueia as sobrancelhas e coloca um sorriso enorme nos seus lábios. Ele leva sua mão para a minha coxa e a aperta de leve.

Meu sorriso morre aos poucos, e meu coração começa a bater mais rápido ainda.

— C-claro...

Seu rosto se aproxima do meu lentamente, sua respiração quente aquecia o meu rosto. Começo a respirar mais rápido e sinto minhas mãos começarem a suar. 

— Eu aceito ser seu amigo colorido, Byun — Kai sorri e beija o canto da minha boca.

Passo a língua no canto que ele tinha beijado, ele fita minha língua descaradamente.

— Pensei que você não iria querer — confesso. — Mas precisamos estabelecer alguns limites e regras.

— Quais regras, Sr. Baekhyun?

— Bom, nós não vamos namorar. Que isso fique bem claro. Nós vamos apenas ficar, curtir um ao outro, entre outras coisas. — Sinto meu rosto corar, Kai começa a rir da situação. — Então você pode sair com outras pessoas se quiser, é um direito seu.

O moreno parecia estar entendendo tudo, ele concordava com tudo.

Falamos sobre que se eu me apaixonasse por ele, nós poderíamos ver o que faríamos, mas por enquanto seria apenas uma amizade colorida, eu queria o meu espaço, e gostaria que ele respeitasse isso. Não seria justo se nós dois começássemos a namorar, não seria justo com ele pois eu estaria o iludindo, porque eu não estou apaixonado por ele.

— Aceito suas condições, Baby Baekhyun.

Um arrepio sempre percorria o meu corpo quando ele me chamava da Baby. Ele sabia e fazia de propósito. Maldito.

— Pare de me chamar assim, Daddy — digo provocativo, querendo tirar sarro dele.

Jongin deixa os olhos semicerrados e me encara.

— Não me provoca, Byun — sussurra.

Levo meu dedo polegar para o seu lábio cortado e passo meu dedo no corte. Trago o dedo com sangue de volta para a minha boca e chupo meu dedo.

— Está cortado...

Aproximo meu rosto do seu e chupo seu lábio com força, sentindo o gosto de sangue dominar a minha boca. Puxo seu lábio gentilmente e o solto, abro meus olhos e vejo que ele estava boquiaberto, seus olhos estavam entreabertos. Sorrio de canto e o puxo pelo colarinho do uniforme, selando nossos lábios e fazendo ele se surpreender com o ato. Coloco minha mão na sua nuca e o puxo para mais perto, fazendo nossos corpos se colarem. Seus lábios eram extremamente macios, eles acariciavam os meus gentilmente. Sua língua explorava cada canto da minha boca de forma sensual e desesperada, meus batimentos ficam mais rápidos conforme a intensidade do nosso beijo.

Jongin me puxa pela cintura e me coloca sentado no seu colo, ele passa suas mãos pela extensão das minhas costas, deixando pequenos arranhões conforme suas digitais vão explorando cada pedaço da minha pele. O moreno segura as minhas pernas com força e se levanta comigo grudado nele, continuamos nos beijando e sinto ele me carregar para a sala, onde me deita no sofá e fica por cima de mim.

Seu corpo pressiona o meu contra o sofá, nossas intimidades se roçam, um gemido sai involuntariamente, ecoando pela sala. Jongin ri durante o beijo, meu rosto cora e eu rio envergonhado.

— Isso foi constrangedor — digo olhando para suas orbes castanhas.

— Só um pouquinho. — Kai beija a ponta do meu nariz e se arruma no sofá.

Arrumo meu cabelo e me sento do seu lado, apoiando minha cabeça no seu ombro.

— Esqueci de te falar, mas sexta-feira teremos um passeio para uma floresta, vamos passar a noite acampando. Você precisa ir, vale nota extra — digo.

— Adoro acampar, vai ser divertido — Kai responde animado.

Aperto os lábios. Nunca tinha acampado antes, sei de muitas pessoas que acampam muitas vezes por ano, então deve ser legal.

 

 

♡⚣♡

 

 

Ficamos batendo papo e trocando algumas carícias, mas sem passar disso. Quando vi, eu tinha ficado o dia inteiro na sua casa, ele fez almoço e janta para nós dois, e posso dizer que foi um dia bem agradável. Assistimos alguns filmes, inclusive o filme Amizade Colorida. Eu estaria mentindo se falasse que não ouve uma certa troca de carinhos durante o filme, as vezes nós não conseguíamos prestar atenção pois estávamos muito viciados no beijo um do outro. Quando chegou na hora de dormir, me despedi dele e fui dormir no meu apartamento.

Tomo um banho para relaxar e me deito, meu celular notifica uma mensagem, então pego meu celular e abro a mensagem.

 

“Baby Byun, minha cama está tão vazia, bem que você poderia vir para cá me fazer companhia, hm? O que me diz?”

 

 

Solto uma risada pelo nariz e mordo meu lábio inferior. Me destampo e vou caminhando na ponta dos pés até a cozinha, onde pego a chave e destranco a porta tentando não fazer muito barulho. O corredor estava completamente vazio, eu nunca tinha visto outras pessoas nele sem ser nós. Paro na frente da sua porta e mando uma mensagem.

 

“Vai demorar quanto tempo para abrir a porta pra mim? Está frio.”

 

 

Coloco as mãos para trás do meu corpo e fico encarando a ponta dos meus pés nus. Escuto o barulho dele vindo em direção da porta e a abrindo. Quando abriu, lá estava ele apenas de cueca — ele sempre dormia assim — me fitando dos pés à cabeça. Tento não olhar muito para baixo, então encaro o machucado no seu lábio e murmuro um “não vai me convidar para entrar?”

Jongin sorri travesso e me puxa pela mão para dentro da sua casa, colando nossos corpos em um abraço caloroso. Me senti relaxar o meu corpo com a medida que nosso abraço se tornava mais intenso, o moreno envolvia seus braços em volta da minha cintura, alisando minhas costas e apertando levemente algumas partes do meu corpo. Ele beija minha testa e me leva até seu quarto. Nos deitamos e eu me viro de frente para ele, deposito alguns beijos no teu pescoço nu, e vou fazendo uma trilha de beijos até o canto da sua boca. Kai me puxa pela cintura, me colocando sentado no seu colo, onde um volume já estava sendo formado ali. Fecho meus olhos e os abro quando sinto suas mãos apertarem a minha bunda com força. Solto um gemido abafado e ele sorri vitorioso. Jongin passa suas digitais por de baixo da minha bermuda do pijama, onde crava suas unhas com força e arranha até a parte das minhas coxas. Fecho os olhos e aperto meus lábios, engolindo o resto de saliva existente na minha boca.

— Não vou fazer nada que você não queira, Byun — ele sussurra sensualmente.

Me arrepio por completo com o som da sua doce voz.

Abro os olhos e ele sorri malicioso para mim.

— Você gosta de me provocar, Jongin-ah... — murmuro.

Coloco meu corpo para frente e enrosco meus dedos nos fios de cabelo do moreno, puxando seu rosto para mais perto do meu. Mordo seu lábio inferior para começarmos um beijo, ele abre passagem para mim sem pensar duas vezes. Quando sua língua toca na minha, eu a chupo com vontade e faço pequenos movimentos de vai e vem nela. Termino de chupar sua língua e vou fazendo uma trilha de beijos até o seu pescoço, onde chupo sua pele sensível por alguns segundos, até deixar um chupão. Para a minha surpresa, tinha ficado muito marcado.

— Ficou marcado — digo rindo.

Jongin sorri de canto e me empurra, fazendo eu deitar e ele ficar por cima de mim.

— Isso não vai ficar assim, Baby Byun...

— Vai fazer o que Daddy? — debocho.

Ele não responde e tira a minha blusa do pijama, a atirando em um canto qualquer do quarto. O garoto faz uma trilha de beijos desde o meu pescoço até o cós da minha bermuda, ele chupa perto do meu umbigo, fazendo eu arquear minhas costas com o toque dos seus lábios. Outro chupão é feito poucos centímetros acima. E outro. Outro. Formando no total, mais de dez chupões. Na hora eu não consegui contar, mas era mais ou menos isso. Minha barriga estava toda vermelha com marcas redondas, levei um susto quando abri meus olhos e vi aquilo.

— Meu deus, Kai. Parece que eu apanhei de alguém — falo boquiaberto.

— Isso é para você aprender, garotinho — ele sorri de canto. — Vem, vamos dormir porque amanhã tem aula. — Me puxa gentilmente pela mão e me deita do seu lado, me abraçando e descansando sua mão em cima da minha coxa.

Estranho ele não tentar nada além disso, talvez ele não tinha certeza que eu queria continuar com isso.

Me viro para ele e coloco minha perna esquerda enlaçada em cima das suas, ele agarra minha coxa com força e a puxa para mais perto. Passo meu braço por cima da sua barriga, o abraçando e descansando minha cabeça no seu peito.

— Boa noite, Byun. — Ele beija a minha testa.

— Boa noite, Kai. Dorme bem. — O puxo para mais perto de mim.

 

Depois de hoje, comecei a me questionar o motivo de eu nunca ter pensado em fazer isso antes. Digo, propor para o Kai para termos algo além da amizade sem ser um namoro. Eu não estava apaixonado pelo Kai, ele sabia disso. Ele sabia disso muito bem. Mas os sentimentos das pessoas podem mudar. Enquanto isso não acontece, vou levando as coisas o mais natural possível, não posso ver o futuro, descobrir se vou me apaixonar por ele ou não. Bom, de qualquer forma, estou gostando desse lance de amizade colorida, vamos ver até onde isso vai dar..

 

 


Notas Finais


E então? Gostaram? Eu amei!
Espero atualizar sábado, mas sabem que sempre pode acontecer algo, vulgo bloqueio criativo hehe.
Meu twitter: @jiminfit
Conto com seus comentários e feedback positivo <3
Até a próxima, babys.


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