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História Segredos do Passado - Término de namoro?


Escrita por: winngs

Notas do Autor


ATENÇÃO
Foi em caps mesmo pra ver se vocês leem isso, pois é importante.
Eu comecei a escrever mais duas fanfics, uma oneshot e a outra ainda não tenho ideia de quantos capítulos serão.
Outra coisa, SEGREDOS DO PASSADO TALVEZ VIRE LIVRO. Isso aí, quando a fanfic terminar (em breve) vou ver se faço ela virar um livro para quem tiver interesse em comprar para ter o livro em mãos >< Minha mãe me apoiou muito nisso, ela sabe que eu gosto de escrever desde o tempo do orkut (velha, eu mesma) então disse que iria me apoiar.
Um aviso não tãao legal assim... não posso mais garantir que todos os finais de semana terá atualização, porque eu me inscrevi no ENEM (tomei vergonha na cara) e vou precisar estudar :( Mas eu prometo que sempre irei atualizar e não deixarei vocês por longos períodos sem, o máximo que pode acontecer é eu atualizar um final de semana sim e o outro não. Conto com o apoio de vocês?
E sim, a fanfic está chegando ao fim... Mas não se sintam tristes, em breve terá a segunda temporada, yay!
Gostaria de dar as boas-vindas aos leitores novos e pedir para quem não me segue, seguir, assim fica mais fácil de vocês ficarem sabendo quando as novas fanfics irão ser lançadas.
Sem mais enrolações, vamos ao capítulo!

Capítulo 23 - Término de namoro?


Sua cabeça estava em outro mundo, provavelmente um mundo onde ele era o próprio dono.

Cruzo os braços e dou alguns passos para mais perto da beirada do rio, onde o garoto ainda de costas para mim, não percebera a minha presença. Meus pés acabam fazendo algumas folhas secas fazerem barulho conforme ia caminhando, assim fazendo com que Chanyeol virasse sua cabeça para todos os lados, até perceber que era apenas eu.

— Ufa, ainda bem que era você. — Passa a mão na sua testa, parecendo estar aliviado em me ver.

Desvio meu olhar para outros cantos, para que eu não acabasse olhando para o que não deveria ser olhado.

— Pensou que era o que? Sua namorada neurótica que grita por causa de um coelho selvagem?

O som da cachoeira fazia com que o barulho das coisas ao redor se tornassem inaudíveis, ao menos que fosse o barulho das folhas secas quando algo ou alguém passava por ali. Era realmente muito reconfortante aquele lugar.

— A Kim exagera um pouco as vezes, realmente...

— Um pouco? — Me seguro para não rir.

— Tá bom... ela exagera bastante.

Silêncio.

Apenas o barulho da água correndo.

— Obrigado por ter feito a Kim calar a boca hoje quando estávamos na fogueira, não pensei que você fosse fazer aquilo — digo cabisbaixo.

— Eu não sou nenhum monstro, Baek. Apesar de tudo, ainda prezo pelo certo, e naquela hora, ela não estava certa em falar aquilo.

Pelo menos ele ainda tinha noção do que era certo e errado, penso. Torço a boca para o lado, sentindo um vento frio bater no meu rosto.

— Você vai se resfriar se continuar aí — comento. Estico meus braços, sentindo o sono voltar. — Vou voltar para a barraca, boa noite.

Dou um passo para a frente, as folhas secas fazem seu barulho.

— Boa noite, Baek. Tenha bons sonhos. — Sua voz sai mansa como um sopro de uma flauta.

Respondo mentalmente, pois estava com muita preguiça de dizer qualquer coisa. Volto para a barraca e tento fazer o mínimo possível de barulho para não acordar o Jongin, que dormia profundamente. Entro no meu saco de dormir e viro meu corpo em direção do moreno, ele estava com um ar tão despreocupado, tão tranquilo. Acho que apenas nos nossos sonhos nós conseguimos essa tal calmaria. Ou talvez em alguém.

Um certo alguém.

Muitos dizem que as vezes conseguimos uma certa calma, um ponto de paz em alguém. Mas, e se essa paz que você sentiu em uma pessoa, essa calmaria se tornasse em um furacão? Um tornado, talvez? O mundo é estranho; hoje você é tudo para uma pessoa, amanhã você não é mais nada.

Talvez eu tenha aprendido. Talvez essas coisas já estejam esclarecidas na minha cabeça.

Só talvez.

 

♡⚣♡

 

Sábado, 08:00h.

 

— Atenção, os alunos deverão comparecer na entrada do parque em até meia hora, pois estaremos partindo de volta para Seul.

 

Esfrego meus olhos e me espreguiço, abro meus olhos e o Kai já estava sentado com uma cara de sono. Minha vontade era de continuar dormindo, mas precisamos ir embora. E, isso seria até bom, eu teria minha cama quentinha e macia para dormir o quanto eu quisesse no final de semana.

— Bom dia. — Coloco a mão na boca e bocejo.

— Bom dia dorminhoco. Acho melhor nos arrumarmos e irmos logo para a entrada do parque, já pensou se perdêssemos o ônibus? — Dá um tapa na minha cabeça.

Suspiro, ele tinha razão.

Junto forças de onde eu não sabia que tinha e me levanto, coloco uma roupa qualquer vou até a beira do rio para lavar meu rosto. Nossos vizinhos de barraca já estavam acordados e parece que não tinham dormido bem, pois estavam um de cara fechada para o outro. Será que tinha acontecido algo nessa madrugada depois que eu vi o Chanyeol tomando banho no rio? Será que ela estava acordada e escutou tudo, por isso eles brigaram? Bom, pouco me importava sobre os dois. Mas, as vezes eu não conseguia sentir ódio dele; as vezes ele se parecia com o garoto que eu conheci meses atrás, mas as vezes ele se mostrava ser um enorme idiota.

Confuso.

 

 

Estava quente, quente o bastante para usar bermuda e manga curta. Antigamente eu odiava o calor, pois eu nunca pude colocar roupas que mostrassem muito o meu corpo por causa dos hematomas causados pelo meu pai, hoje eu dia eu posso vestir a roupa que eu quiser, pois as únicas marcas existentes no meu corpo são os chupões do Kai.

Engraçado, não?

 

Terminamos de arrumar nossas coisas e o Jongin desmontou nossa barraca, guardamos tudo e pegamos nossas mochilas. O ajudo a levar parte das coisas para que não ficasse muito pesado para ele, os outros dois ainda estavam terminando de se arrumar.

— Vamos, Kai.

Ele assente.

— Como vamos descobrir o caminho de volta? — Kim pergunta.

Sem me virar para ela, continuo andando para um lado x da floresta.

— Se vira — respondo alto o bastante para que ela escutasse.

Sigo meu caminho praticamente me arrastando devido a preguiça por não ter dormido direito na noite anterior. Felizmente logo estaríamos em casa e eu ia voltar à minha vida normal de estudante do ensino médio. Conforme íamos voltando para a entrada do parque, consigo ver meus colegas se arrastando também, mas nada dos meus amigos.

Minutos depois chegamos na entrada do parque, onde quase todos os meus colegas estavam. Não lembro na hora quem faltava.

Culpa do sono.

— Vou levar as nossas coisas pra lá. — Aponta para a cabana no meio das árvores.

— Vai lá. — Assinto com a cabeça.

Ele me entrega sua mochila e pede para que eu segure enquanto ele leva as coisas que usamos para passar a noite. Estava acabando.

Ainda bem.

 

Os alunos foram chegando e uma chamada foi feita para ver se todos estavam presentes, e felizmente todos estavam, estávamos prontos para voltarmos para Seul.

Me encontro com os garotos e pego o mesmo lugar que havíamos pego quando estávamos vindo para cá. Nos acomodamos nos bancos e coloco minha mochila em cima do meu colo, sento na janela novamente.

Era meu lugar favorito.

— Como foi a noite de vocês? — pergunto para eles.

Luhan continuava emburrado por não ter passado a noite do lado de Sehun.

— Um saco — ele responde. Cruza os braços e faz beiço.

Sehun coloca seu braço por cima do ombro do menor e o puxa para mais perto, Luhan desfaz a cara de emburrado na hora.

— O meu grupo encontrou um veado se alimentando, por sorte ele era inofensivo — Chen comenta.

— Por sorte não encontramos nenhum animal ontem — Yixing ri.

O ônibus começa a andar.

— O máximo que encontramos foi um coelho selvagem, mas foi o bastante para que a idiota da Kim gritasse feito uma maluca. — Começo a rir lembrando de ontem à noite.

Os garotos começam a rir. Viro minha cabeça para frente e percebo que a loira mantinha seu olhar de desaprovação fixo em nós. Resolvo não ligar muito para isso, eu estava gostando de tirar um pouco de sarro dela, pois sempre foi ao contrário.

— Deve ter sido uma droga passar uma noite do lado dela — Sehun diz.

Volto minha atenção para eles.

— Vocês nem imaginam como...

 

 

Nunca pensei que eu diria estar feliz por estar de volta em “casa”, mas eu estou muito feliz por finalmente estar de volta em Seul; cidade grande, meu quarto, minha cama confortável, eu realmente não precisava de muito para ser uma pessoa feliz.

Nos largaram na frente da escola e cada aluno seguiu de volta para sua casa. Me despeço dos garotos com um abraço e jogo minha mochila por cima do ombro, caminhando entre pulos até minha casa.

— Que animação fora do normal — Kai comenta.

— Só estou feliz em poder ver minha cama novamente.

Ele ri e balança a cabeça negativamente.

— Só passamos uma noite fora, Baek.

— Eu sei disso. Você pareceu nem ligar, dormiu feito uma pedra, só faltou babar em cima de mim. — Dou um soco de leve no seu ombro.

— Talvez eu devesse ter babado em você mesmo, pra você aprender a parar de pegar no meu pé por isso. — Bagunça meu cabelo, deixando ele mais bagunçado que um ninho de passarinhos.

Cerro meus olhos e começamos a rir juntos.

 

 

Chegamos em casa e a primeira coisa que eu faço é ir correndo para o meu quarto e me atirar na minha cama, ela continuava tão macia como antes. Ela praticamente me abraçou.

— Sentiu minha falta, é?

Jogo minha mochila com tudo em um canto qualquer e pego meu celular em cima do criado mudo. Não senti tanta falta dele, pois eu raramente usava o celular, só para checar minhas redes sociais vez ou outra, mas nunca tinha nada de muito interessante. Abro meu Kakao e vejo que os garotos me colocaram em um grupo que, estava bem agitado.

 

 

"Luhan: AAAAH, finalmente em casa.

Yixing: A primeira coisa que fiz foi tomar um banho bem quente, me sinto novinho em folha, haha. 

Chen: O Sehun, Kai e o Baek já chegaram em casa?"

Mensagens e mais mensagens faziam meu celular notificar.

"Luhan: O Sehun está aqui comigo, o Baek deve estar com o Kai. 

Sehun: Meu Deus, vocês falam demais, nem parece que nos vimos há horas atrás ¬¬ Vou silenciar isso, tchau."

Começo a rir, Sehun como sempre de bom-humor.

"Yixing: Seu bom-humor é contagiante."

 

Todos foram parando de falar aos poucos no grupo. Sinceramente, eu estava com preguiça de conversar ou fazer qualquer coisa que exigisse o mínimo esforço. Bloqueio a tela e deixo meu celular de lado, uma tarde de sono era tudo que eu precisava. Me reviro na cama e fecho meus olhos, começo a pensar na vida perfeita, até conseguir pegar no sono.

Minutos depois meu celular notifica uma mensagem.

Abro meus olhos rápido devido ao susto — de estar quase dormindo e do nada o celular toca — e desbloqueio a tela, apertando na mensagem cujo remetente quase não aparecera mais — felizmente.

 

“Preciso falar com você segunda-feira, é bom que você apareça na escola. — Kim.”

 

Mordo meu lábio inferior e crio mil e uma teorias na minha cabeça sobre o que ela queria comigo, mas nada além de encher o meu saco, fazia sentido, pois era a única coisa que ela sabia fazer.

Sem responder, desligo meu celular e o coloco de baixo do travesseiro para tentar dormir novamente.

Dessa vez, sem interrupções.

 

♡⚣♡

 

Segunda-feira.

 

Sabem quando você se sente mais cansado do que normalmente? Pois bem, foi o que aconteceu comigo nesse final de semana, a única coisa que fiz foi dormir e estudar para tirar a minha carteira de motorista na quarta-feira. Às vezes a gente merecia um tempo para nós mesmos; para relaxarmos, descansarmos a cabeça de tudo e de todos, passar um tempo sozinho.

Um dos meus grandes problemas é pensar demais, e isso piora quando eu estou sozinho. Eu chegava a pensar tanto em tudo, que minha cabeça doía e só parava quando esses pensamentos saíam da minha cabeça. Mas quem disse que era fácil parar de pensar?

Praticamente quebrei minha cabeça tentando pensar sobre o que a Kim queria falar comigo. Felizmente era segunda-feira, dia no qual ela havia falado por mensagem que queria conversar comigo.

 

 

Saio do banho e visto meu uniforme, arrumo meu material escolar dentro da minha mochila e termino meu café da manhã. Pego meu celular e recebo uma mensagem do Kai dizendo que não iria na aula por preguiça. Bufo, penso em arrombar a porta dele e fazer ele ir na escola na marra. Eu odiava ir para a escola e perceber que ele não estava por perto. De algum modo, me sentia mais seguro, tanto por mim quanto pelo Kai, ele estando perto, eu sabia que ninguém faria mal algum para ele.

Se é que alguém um dia pensasse em fazer algum mal para o Kai.

Se bem que, bom... Besteira.

Kim já tinha o que queria, então ela e meu pai não tinham mais motivos para infernizarem a minha vida. E o Suho... Bom, não tivemos mais notícias dele.

Jogo minha mochila por cima do ombro e volto à minha rotina cansativa.

 

 

Poucos alunos haviam comparecido na escola, os corredores estavam praticamente vazios, tirando o fato do furacão loiro que se aproximava em passos pesados.

Conto mentalmente até três.

Um... Dois... Três.

— Aconteceu algo entre você e o Chanyeol no acampamento? — Sua voz como sempre, não estava nada amigável, era uma mistura de tristeza e insatisfação.

— Bom dia — sorrio cínico. — E não, não aconteceu nada no acampamento, querida irmã.

Cruza os braços e me encara.

— Então por que ele terminou comigo?

Arregalo os olhos de imediato, me surpreendendo com a pergunta da garota loira. Eu estava escutando direito? Kim e Chanyeol terminaram? Será que ele havia aberto seus olhos, ou simplesmente deixou de ser idiota?

Aperto meus lábios com força e acabo deixando um riso escapar, coloco minha mão na boca para conter os risos que insistiam em sair, mas foi em vão. A cara de raiva da garota aumentava cada vez mais.

— Bom, quem deve saber o porquê de vocês terem terminado são vocês — digo sarcástico. — Talvez ele tenha acordado para a realidade, que você não era nenhuma flor que se cheire.

— Infelizmente vou ter que tirar esse seu sorrisinho do rosto, irmãozinho. Foi apenas um tempo, nós vamos voltar de novo. — Cerra seus olhos. — Eu não sei o que levou ele à fazer isso, mas se eu descobrir que você é o culpado disso, eu não vou ter pena de ir atrás de você e fazer com que você pague caro.

Cruzo meus braços e junto as sobrancelhas.

— Está me ameaçando? Uau, estou morrendo de medo. — Faço beiço, fingindo estar assustado.

— Pois você deveria ter medo mesmo — sorri cínica.

— Por qual motivo eu deveria ter medo de uma garota mimada, maluca da cabeça e que não soube satisfazer o próprio namorado? Não me culpe se você não estava conseguindo fazer o Chanyeol feliz, ninguém além de você é a própria culpada. — Cuspo as palavras na cara dela e a deixo sozinha rosnando de raiva.

Dou meia volta e não dou nem tempo de ela responder qualquer coisa sequer para mim. Vou para a minha sala de aula esperar o sinal bater.

Ele estava lá, olhando a vista pela janela distraído em seus próprios pensamentos. Dou um passo seguido de outro, lentamente, parecia que ele estava me puxando como um imã, meu corpo se movimentava aos poucos, até chegar na minha carteira. Ainda o fitando, jogo minha mochila em cima da carteira de qualquer modo, fazendo assim com que Park se desligasse dos seus pensamentos e passasse a me fitar também. Nossos olhares se encontraram e comecei a sentir um frio na barriga, da mesma forma que senti quando eu o vi pela primeira vez. Seus cotovelos estavam em cima da mesa e seu rosto estava apoiado em cima das suas mãos, ele não desviava o seu olhar do meu, e nem eu do seu.

Engulo seco e pigarreio para limpar a garganta.

— Tudo bem? — pergunto, ainda de pé na ponta da minha classe.

— Acho que sim — ele responde gentil.

Faço um gesto positivo com a cabeça.

— A Kim me disse que vocês terminaram... deram um tempo, sei lá... — Faço uma pequena pausa. — Ela até me perguntou se eu não era a causa disso.

Ele sorri de canto e se arruma na cadeira de madeira, apoiando seu rosto sobre a palma da sua mão esquerda enquanto não desviava seu olhar do meu.

— Você acha que foi o motivo, Baekhyun? — pergunta pausadamente.

Desvio o olhar, encarando a ponta do meu tênis Nike preto. Mordo meu lábio inferior, arrancando uma casquinha recém-formada.

— Não posso responder essa pergunta, ninguém além de vocês mesmos sabem os motivos do término de vocês. E acho que isso não é da minha conta — respondo, ainda de cabeça baixa.

— Tem razão. — O escuto responder.

Levanto minha cabeça e percebo que ele havia desviado seu olhar de mim e passou a olhar novamente pela janela, encarando qualquer coisa mais importante do que eu.

— Tem razão o quê? — Arqueio uma sobrancelha.

O maior volta a olhar para mim.

— Ninguém além de nós mesmos sabemos o motivo — responde sem emoção alguma. — Mas talvez isso devesse ser da sua conta sim.

Meu coração começa a bater mais rápido. Passo a língua entre meus lábios, os livrando do ressecamento.

— Por que deveria? — Inclino minha cabeça para o lado direito e cruzo meus braços.

Park sorri doce, sinto minhas pernas estremecerem e minhas mãos suarem.

— Esquece, besteira. — Faz um gesto negativo com a cabeça e volta a olhar pela janela.

Fecho os olhos e passo a ponta dos meus dedos com força sobre minhas pálpebras, me perguntando o porquê de ele ser assim, o porquê de ele fazer isso, o porquê de fazer meu coração bater mais forte e depois agir como se não fosse nada.

— Tudo bem, é sempre assim mesmo. Você fala as coisas e depois age como se nada tivesse acontecido, só para me deixar mais confuso — digo.

— Desculpa, eu não queria...

— Estou acostumado, de verdade — sorrio cínico.

Me sento com raiva e cruzo meus braços em cima da mochila, afundando meu rosto no objeto de tecido.

 

 

Me reúno no refeitório com os garotos, mas meus pensamentos estavam muito longe dali. Sehun estala seus dedos perto do meu rosto para que eu acordasse.

— Desculpa, acabei viajando. — Esfrego meus olhos.

— Percebemos, está tudo bem? — Sehun pergunta.

Dou de ombros.

— Não sei... fiquei um pouco balançado com o término do Chanyeol com a Kim — confesso, me sentindo horrível.

— Como assim eles terminaram? — eles perguntam em uníssono, um pouco mais alto do que eu esperava.

Coloco meu dedo indicador nos lábios, exigindo silêncio, pois algumas pessoas haviam virado seus rostos para nós. Por sorte a Kim não estava no refeitório, pelo menos isso.

— A Kim me confrontou, perguntando se havia acontecido algo entre nós dois no acampamento, daí ela revelou que eles haviam terminado...

— E rolou algo? — Yixing pergunta.

Nego com a cabeça.

— Então eu falei com o Chanyeol, ele perguntou se eu achava que eu era o motivo de eles terem terminado... eu disse que não podia responder, que não era da minha conta... então ele falou que talvez fosse da minha conta sim, mas quando perguntei sobre, ele disse para que eu esquecesse. — Mordo o lábio inferior. — Me senti balançado de alguma forma, parte dos meus sentimentos antigos floresceram naquele instante, e eu me odeio por isso... — Fecho os olhos e respiro fundo.

— Mas, e o Jongin? Você não gosta dele? — Luhan pergunta.

Aperto meus lábios com força.

— É diferente... eu amei o Chanyeol como namorado, e eu amo o Kai como amigo, ele sabe disso, sempre deixei claro para ele. Combinamos de ficarmos quando estivéssemos com vontade, e que se eu me apaixonasse, nós tentaríamos algo mais sério. Mas ele sabe que eu não amo ele daquela forma, pelo menos não ainda. Sempre disse para o Kai que não iria deixar de ficar com alguém por causa do Chanyeol, e foi isso que eu fiz... é isso que eu estou fazendo.

— Você ainda gosta dele, né? — Chen pergunta.

Sorrio de canto.

— Um pouco, não vou mentir. Parte do amor que eu sentia por ele foi amassado por mágoa, tristeza, decepção... e eu senti que todas as vezes em que ele me tratava mal, era para que eu ficasse com mais raiva dele, para que eu o odiasse de verdade, para que todos os sentimentos bons que eu tinha por ele fossem embora, e eu não consigo entender o porquê de ele querer isso.

Sehun torce sua boca para o lado e fica pensativo, alisando seu queixo com a lateral dos seus dedos.

— Talvez ele não quisesse que você sofresse, então preferiu que toda a sua tristeza se transformasse em ódio por ele. Isso até pode fazer sentido, pois você foi importante para ele, então ele não queria te ver sofrer pelo término de vocês — Sehun diz.

O encaro, processando aquelas palavras na minha cabeça.

— Boa. — Chen faz um gesto positivo com a cabeça. — Já cogitou a ideia do Chanyeol ainda gostar de você?

Arregalo os olhos e nego com a cabeça rapidamente.

— Se ele gostasse de mim, estaria comigo.

— Mas você gostava dele quando vocês terminaram, você teve seus motivos para terminar com ele — Luhan responde.

Sinto como se tivesse levado um tapa de realidade na minha cara. Desvio o olhar, ainda envergonhado, e vejo que o garoto cujo assunto da mesa estava procurando alguma mesa para se sentar. Todos os olhares da nossa mesa foram em direção a ele, os garotos começaram a sorrir diabolicamente entre si. Sehun ergue o braço e começa a balançar.

— Chanyeol, tem lugar aqui! — ele grita.

Arregalo meus olhos e fuzilo os garotos com raiva, eu não sabia o que eles estavam planejando, mas coisa boa não era.

Cubro meus olhos e escuto uma cadeira ser puxada para perto de mim, aquele cheiro de perfume da Calvin Klein estava entrando dentro do meu nariz conforme eu respirava.

— E aí, Chanyeol. — Escuto os garotos o cumprimentarem.

— E aí — ele responde. — Você se incomoda que eu sente aqui, Baek?

Conto mentalmente até três e abro meus olhos, encarando o garoto que estava a poucos centímetros de mim.

Perto demais...

— Não, eu não sou o dono da mesa — digo seco e reviro os olhos. Pego meu celular e escolho um jogo qualquer para passar o tempo, assim eu não teria que vê-lo.

— Bom... o que acham de marcarmos algo para o final de semana? Ir em uma boate, um barzinho... ou fazermos uma social — Chen sugere.

— Prefiro uma social, mas não pode ser nem na minha casa e nem na do Kai por causa dos vizinhos de baixo — digo mantendo os olhos vidrados na tela.

— Pode ser na minha casa. Meu pai vai estar viajando — Park responde.

Me desconcentro e acabo perdendo o round do meu jogo de corrida, bato o pé no chão, eu estava muito perto de ganhar de um japonês.

— Droga — reclamo e atiro o celular em cima da mesa.

— Se desconcentrou, Byun? — Luhan provoca.

— Ah, cala a boca Luhan — resmungo, meu rosto começa a queimar de vergonha.

Estava começando a ficar quente, não sabia se a temperatura do ambiente estava subindo, ou era minha temperatura corporal.

— Então está combinado, sábado na casa do Chanyeol. Às oito, o que acham?

Todos concordam, assinto com a cabeça não tão animado assim e desvio meu olhar para os outros cantos da cantina.

— Não esquece de avisar o Kai, aposto que ele vai querer ir também. — Luhan diz e atira um pedaço de bolacha em mim, para que eu prestasse atenção nele.

— Tá, vou falar com ele. — Atiro o pedaço de bolacha de volta nele. — Isso se o Chanyeol não voltar com a Kim até o final de semana, vai saber.

O sorriso existente no rosto de todos foi morrendo aos poucos, Luhan começou a rir para quebrar a tensão que eu havia criado na mesa.

— Vai ser legal. — Luhan bate palmas animado. — Precisamos combinar sobre o que cada um vai levar.

— Como assim o que cada um vai levar? Só vamos precisar levar bebida, muita bebida — Chen ri. — Cada um paga quanto quiser pro Chanyeol e ele vai no mercado comprar as bebidas.

Coloco minha mão no bolso e tiro duas notas de ₩50000 (R$ 300,00), entrego elas para o garoto do meu lado. Seus olhos se arregalam quando vê quanto eu tinha lhe entregado para que ele comprasse bebida.

— Parece que alguém vai encher a cara sábado — Yixing diz rindo.

— Talvez, meu caro amigo — declaro com humor.

Eu sabia muito bem o que acontecia quando eu bebia demais e rápido demais, mas eles não sabiam. Lembro que eu me prometi que nunca mais iria beber daquela forma para não passar por aquilo novamente, porque era horrível beber demais e acabar não lembrando de nada que você fez na noite anterior. Mas, beber um pouco não faz mal a ninguém, e outra, eu ia estar entre amigos, que mal poderia acontecer?

 

 

O sinal toca, jogo a alça da minha mochila por cima do ombro e me despeço dos garotos, inclusive do Chanyeol, acreditem se quiserem.

Chego em casa, atiro minha mochila em cima do sofá e corro para o apartamento do Kai. Toco a campainha e ele me atende.

— Boa tarde preguiçoso. — Entro no seu apartamento e me sento na poltrona da sala. — Você foi convidado para uma social na casa do Chanyeol.

Ele junta as sobrancelhas e se senta no sofá, parecendo confuso.

— Na casa do Chanyeol? O que aconteceu? Por quanto tempo eu dormi?

Levo o dedo indicador na boca e mordo o canto da minha unha.

— Ele e a Kim terminaram, deram um tempo... sei lá, daí os garotos combinaram de fazer uma social na casa dele, acho que para relembrar os velhos tempos. Eles queriam que você fosse também.

— Imaginei que eles não fossem durar muito tempo — Kai confessa.

— Por que diz isso, Kai?

Jongin sorri de canto.

— Você não percebe a maneira que ele te olha, Byun?

— Que maneira? — pergunto.

— Maneira de quem está apaixonado — ri.

Tranco a respiração por alguns segundos.

— Não percebi isso, pois todas as vezes em que a gente se vê, sempre rola alguma discussão. E bom, por que ele estaria apaixonado por mim, namorando a Kim?

Kai inclina o corpo para frente e dá um peteleco na minha testa.

— Já pensou que ele pode ter começado a namorar a sua irmã para tentar te esquecer?

Torço a boca para o lado e encaro a parede branca na minha frente.

— Já... será que foi isso? Digo, ele seria idiota a esse ponto?

— Talvez, mas não podemos julgar as atitudes de um jovem desesperado que não sabe como fazer para esquecer alguém importante para ele. — Jongin bagunça meu cabelo.

— Não vamos pensar besteiras sem saber o real motivo disso ter acontecido, isso tudo foi muito recente, não sabemos se eles vão voltar ou não.

Ele concorda com a cabeça e vai até a direção da cozinha, pegando algumas coisas na geladeira para um possível almoço entre nós dois. Me arrumo no sofá, esticando minhas pernas.

— Kai, isso não te incomoda de alguma forma?

O moreno vira o seu corpo para mim e inclina sua cabeça para o lado.

— Como assim?

— Ah, você sabe... o término dos dois... isso não te incomoda? — pergunto tímido.

Nega com a cabeça.

— O que tiver que acontecer, vai acontecer, não se preocupe tanto com isso agora — responde gentil e volta a fazer o almoço.

Assinto com a cabeça, mesmo sabendo que ele não veria o meu gesto.

Meu celular começa a vibrar de modo descontrolado no bolso da minha calça, só podia ser o grupo no Kakao.

Dito e feito.

 

Chen: Acham que deveríamos colocar o Chanyeol no grupo?

Yixing: Não sei por que não o colocaram já...

Chanyeol foi adicionado ao grupo.

Chan: O que é isso?

Luhan: Bem-vindo ao nosso grupo, passamos parte do nosso tempo aqui fofocando sobre os outros, agora você faz parte do grupo ;)

Chan: Ok, haha ^-^

Sehun: Oh, Chanyeol está aqui. Vou levar o dinheiro amanhã para as bebidas.

Luhan: Ih, é mesmo, preciso pedir dinheiro para o meu pai.”

 

Silencio o grupo, vendo que essa conversa iria render bastante.

Todos pareciam bem animados para o final de semana de bebedeira, seria a primeira vez que eu iria sair com os garotos, coisa que eu sempre me perguntava o porquê de não termos saído antes em outras ocasiões. Mas, eu tinha boas expectativas, o que de mal poderia acontecer em uma social inocente entre amigos? E ex namorado...


Notas Finais


Prevejo muita gente me amando depois desse capítulo, hahah ><
Ao que tudo indica, haverá atualização no sábado sim!
Meu twitter: @jiminfit
Um beijo pra quem quiser ♥


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