História Segredos do Passado - Espera, você? Não pode ser

Quebra do tempo

 

 

Chanyeol

 

 

Fazem exatos dois meses que o Baekhyun está morando na minha casa, devo dizer que me acostumei em ter a presença de outra pessoa que não fosse meu pai, eu adorava ter o Baek perto de mim, nossas conversas eram sempre prazerosas, aliás, todo o tempo ao seu lado era prazeroso.

Nesse tempo que ele estava aqui, ele não foi na escola, mas quando voltássemos teríamos que conversar com a diretora e explicar toda a situação. Baekhyun era o “querido da diretora”, ela pensaria em algo para ajudá-lo. O mais difícil foi ter que mentir para os meus amigos sobre não saber onde o Baek estava, ouvi boatos que a família dele havia desistido dele, então a poeira estava um pouco mais baixa. Teve um dia que nós dois fomos comprar roupas novas para ele num shopping que ficava perto da minha casa, por sorte ninguém conhecido nos viu, então pudemos aproveitar esse tempo fora de casa, foi um passeio bem agradável, ficamos andando por diversas lojas escolhendo as roupas do gosto dele, Baekhyun tinha um jeito mais “certinho” para roupa, nossos estilos de se vestir eram bem diferentes.

Me surgiu uma proposta para ser vocalista e guitarrista em uma banda de rock. Uma nova gravadora abriu na minha cidade, tinham muitas pessoas que mandaram seus vídeos para eles, e por sorte o meu vídeo foi escolhido dentre milhares, eu só teria que ir na gravadora e assinar alguns papéis, e claro, conhecer as outras pessoas que foram escolhidas para fazer parte da banda. Eu teria que ir em até uma semana na gravadora, se não eles iriam fazer uma nova seleção. Mandei um e-mail falando que iria antes do prazo esgotar.

Acho que as novidades são só essas, tento levar uma vida normal de estudante, fazendo de conta que não sei de nada sobre o paradeiro do Baek.

Lembram daquele trabalho que eu teria que apresentar com ele? Pois então, eu tive que apresentar sozinho por motivos óbvios, tive mais trabalho e muito mais coisa para falar, mas consegui decorar a parte do Baek e deu tudo certo, só uma coisa que eu não estava contente com tudo isso, ele estava deixando de ganhar nota, e isso não era algo comum para ele, mas teria que ser assim até a justiça tomar as devidas providências.

 

 

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Sexta feira, 14:30.

 

Eu estava me arrumando para ir à gravadora, hoje seria o dia que eu iria conhecer meus companheiros da banda, só espero que todos sejam legais e que tenhamos um bom convívio, porque assim as coisas seriam mais fáceis. Parei na frente do roupeiro e fiquei olhando para as roupas muito bem arrumadas, puxei uma calça jeans preta, uma camisa branca com estampa, um casaquinho azul e uma bota preta, peguei minha touca que estava atirada em cima da escrivaninha, peguei minha bolsa e minha guitarra vermelha, desci para o primeiro andar e o menor estava atirado no sofá vendo alguma série que eu ainda não conhecia.

— Baek, vou ir na gravadora, tudo bem?

O menor se arrumou no sofá, o suficiente para conseguir me ver, logo assentiu e nos despedimos com um selinho rápido.

— Eu volto mais tarde, prometo não demorar. — Procuro as chaves de casa e do carro, infelizmente a gravadora não ficava tão perto da minha casa.

— Procurando isso? — Olhei para o menor e ele estava com as chaves na mão, logo atirando elas para mim. — Tomara que dê tudo certo lá, Chan, vou te esperar.

Nos despedimos novamente com um selinho e eu fui em rumo à gravadora.

Coloquei o endereço no GPS e fui ouvindo música até chegar no endereço, ao chegar lá me deparei com um enorme prédio azul com cinza, o nome estava centralizado no meio do prédio. Estacionei o carro e saí, haviam algumas pessoas na frente, poderiam ser da minha banda ou de outras que a gravadora estava formando. Peguei o papel no meu bolso indicando qual seria a minha sala, entrei no prédio e me deparei com uma enorme sala de entrada, tinha uma mulher sentada na frente de um notebook, deveria ser a secretária.

— Com licença — a mulher me olhou —, pode me dizer onde fica a sala B?

— Claro, fica no final do corredor — ela apontou para um enorme corredor decorado com quadros de notas musicais. Agradeci e segui o corredor, até chegar em uma sala onde haviam algumas pessoas, um garoto estava segurando uma guitarra, o outro estava segurando seu baixo e tinha outro garoto na bateria, entrei e bati na porta, fazendo a atenção de todos focar em mim. Uma mulher de óculos que aparentava ter seus quarenta e poucos anos veio em minha direção, ela estava acompanhada de um homem que ficava controlando o som.

— Você é o Chanyeol, não é? — Assenti, dando-lhe um aperto em sua mão. — Seja bem-vindo, meu nome é Suni, sou a dona dessa gravadora. E essa é a banda que você faz parte, não estão todos os integrantes aqui, falta a segunda vocalista, mas você pode entrar no estúdio e ir conhecendo seus novos colegas de trabalho.

Concordei e entrei no estúdio, fechei a porta e larguei minha guitarra em um canto. Cumprimentei todos que estavam ali. O garoto que estava na bateria se apresentou como Kris, o que segurava seu baixo se apresentou como Minseok, e o outro garoto que estava na guitarra se apresentou como Zitao.

— É um prazer conhecer todos vocês, meu nome é Chanyeol. — Me apresentei, fazendo uma breve reverência. — Vocês já conhecem a segunda vocalista? Eu pensei que seria o único a cantar.

— A dona da gravadora não falou nada a respeito dela, mas acho que ela chega logo — Minseok comentou.

Bufei, eu odiava ter que esperar as pessoas, infelizmente os outros não eram pontuais como eu, que sempre chegava uns quinze minutos antes do compromisso. Foi marcado para que todos estivessem aqui pelas 15:00, olhei no relógio e era 14:55.

— O que acham de tocarmos alguma música até a segunda vocalista chegar? — Kris sugeriu, todos concordamos com a ideia.

— Que música vamos tocar? Tem que ser uma que todos conhecemos, e que o Chanyeol saiba cantar.

Ficamos pensativos por um tempo, sugeri Green Day, todos concordaram.

— Que tal, Boulevard Of Broken Dreams? — perguntei, logo fazendo todos concordarem.

Os garotos começaram a tocar, e eu só fui seguindo o ritmo da música, segurei o microfone com força, deixando minha voz sair naturalmente.

 

I walk a lonely road

         The only one that I have ever known

           Don't know where it goes

But it's home to me and I walk alone

I walk this empty street

On the boulevard of broken dreams

Where the city sleeps

And I'm the only one and I walk alone

I walk alone

I walk alone

I walk alone

I walk a

My shadow's the only one that walks beside me

My shallow heart's the only thing that's beating

Sometimes I wish someone out there will find me

'Till then I walk alone

Ah, ah, ah, ah
             Ah, ah, ah, ah

 

 

Resolvemos não cantar tudo, só o comecinho para aquecer. Tirei os fones de ouvido e a guitarra, os deixando de canto.

— Foi muito bom galera — comentei, arrumando minha touca que estava caindo. — Com certeza vai ser muito bom fazer parte dessa banda.

— Vai mesmo — Minseok concordou.

Ficamos jogando conversa fora por um tempo, acabei conhecendo um pouco mais de cada um dos garotos, eles eram bem legais, espero manter uma boa amizade com eles. Minseok morava sozinho, pois seus pais tinham morrido quando ele era criança, mas seguidamente sua avó ia em sua casa para ver se ele precisava de algo. Zitao era estilista, mas tocava como hobby, ele morava com a mãe e o padrasto. Kris morava sozinho na cidade do lado, ele morava sozinho também, mas segundo ele tinha um cachorro que era seu melhor amigo.

 

O papo estava fluindo, estava sendo uma coisa natural, mas fomos interrompidos por uma batida na porta, era a dona da gravadora. Nos levantamos no chão e ela entrou.

— Então meninos, a segunda vocalista chegou, pode entrar querida — ela falou olhando para a porta de entrada da sala.

A garota entrou, na hora eu fiquei sem reação nenhuma.

— Espera, você? Não pode ser — perguntei incrédulo para a garota que ficava me olhando com um sorriso nos lábios, ela estava tão surpresa quanto eu.

— Oi gatinho, vamos tocar na mesma banda então.

A dona da gravadora ficou sem entender, não só ela, como os garotos também ficaram nos olhando, mas eu não estava vendo ninguém além dela.

— Vocês se conhecem? — a dona da gravadora perguntou, quebrando o silêncio existente no estúdio.

— Sim, eu conheço a Kim, estudamos no mesmo colégio, e na mesma sala.

A garota sorriu de orelha a orelha, ela devia estar adorando tudo aquilo, afinal, ela não largava do meu pé na escola, e agora eu teria que passar parte do meu tempo com ela. Bufei estressado, essa garota era um saco.

— Que bom que vocês se conhecem, isso é ótimo para falar a verdade — Suni falou animada —, assim poupamos apresentações e vamos logo para a prática. Eu quero que vocês dois cantem uma música juntos para ver se as vozes combinam.

Conversei com a Kim e com os garotos, todos concordamos em tocar Helena, do My Chemical Romance. Eles começaram a tocar, logo entramos na música e começamos a cantar, intercalando as vozes e cantando junto.

Comecei cantando a primeira parte.

 

Long ago
         Just like the hearse
       You die to get in again
      We are so far from you

 

Burning on, just like the match
          You strike to incinerate
              The lives of everyone you know

 

And what's the worst you take
From every heart you break?
And like the blade you stain
Well, I've been holding on tonight

 

Kim seguiu o ritmo e começou a cantar.

 

What's the worst thing I can say?
        Things are better if I stay
         So long and goodnight
         So long not goodnight

 

Came a time
            When every star falls
           Brought you to tears again
         We are the very hurt you sold

 

And what's the worst you take
            From every heart you break?
           And like the blade you stain
 Well, I've been holding on tonight

 

Terminamos cantando o refrão juntos.

 

What's the worst thing I can say?
          Things are better if I stay
           So long and goodnight
          So long not goodnight
         And if you carry on this way
       Things are better if I stay
      So long and goodnight
     So long, not goodnight

 

Quando terminamos de cantar, ficamos nos olhando, eu não estava acreditando como ela cantava bem, essas “surpresas” deviam ser algo de família. Tirei os fones e coloquei a guitarra num canto. Os garotos estavam olhando estupefatos para Kim, que sorria de satisfação.

— Caramba Kim, eu não sabia que você cantava tão bem — comentei.

— Você não sabe muita coisa sobre mim, Chanyeol — a garota sorriu com a língua entre os dentes, logo a dona da gravadora entrou no estúdio.

— Suas vozes combinam perfeitamente, fiquei até emocionada vendo vocês cantando. — Ela colocou a mão no peito. — Parabéns gente, vocês trabalharam muito bem. Só preciso que venham na minha sala agora para assinarem os papéis de compromisso com a banda. Ela foi em direção ao corredor, todos a seguimos, logo entramos na sua enorme sala bem iluminada, ela tinha uma decoração muito bonita, com muitas cores e árvores.

Suni se sentou na sua cadeira e pegou alguns papéis em sua gaveta, um para cada um para ser mais exato, logo entregou um para cada um.

— Assinem ali em baixo, por favor.

Ela nos entregou uma caneta e todos assinamos o contrato. Entregamos o papel para ela, ela olhou a assinatura de cada um e guardou eles em sua gaveta novamente.

— Parabéns, todos vocês fazem parte oficialmente da banda! Os horários aqui são bem tranquilos, só exijo que ensaiem duas horas por dia, nesse caso, das 14:00 às 16:00, menos nos finais de semana, os finais de semana serão a folga de vocês, tudo bem? — Concordamos. — Muito bem, e preciso que vocês escolham um nome para a banda, quando escolherem venham até minha sala. Podem ir.

Saímos da sala da Suni, voltamos para o estúdio e ficamos debatendo sobre o nome da banda.

— Alguém tem alguma ideia? — perguntei.

Kim negou com a cabeça, olhei para os garotos, que estavam pensativos.

— Que tal, The Angels Of Rock? — Kris sugeriu.

— Gostei — Minseok respondeu animado, ele batia as palmas animadamente.

Todos concordaram, fomos para a sala da dona da gravadora e demos o nome, ela gostou bastante, ela anotou o nome em seu caderno da gravadora e disse que estávamos liberados para ir para casa.

Saímos da sala novamente e os garotos se despediram, fiquei a sós com a Kim.

— Admita que você está feliz em cantar na mesma banda que eu — ela disse convencida, se aproximando de mim.

— Não confunda as coisas. — Me afastei dela. — Agora que estamos na mesma banda precisamos ter um bom convívio, não torne as coisas mais complicadas do que realmente são.

— Por que não respondeu minha mensagem no Kakao, gatinho? Sabia que eu fiquei muito triste com isso?

Sua voz era totalmente melosa e enjoada, revirei os olhos e a encarei.

— Não quero qualquer tipo de contato com você que não seja na banda, você já me inferniza na escola, agora tenho que te aturar aqui — respondi quase gritando, ela se surpreendeu com o tom da minha voz, logo abaixei para que ninguém pudesse ouvir. — Escuta só, temos que ter uma boa relação para que possamos seguir com essa banda, então não confunda as coisas.

— Tudo bem — ela respondeu, colocando as mãos no bolso e dando meia volta. — Eu sei que um dia você vai querer sair comigo, mas enquanto esse dia não chegar, eu não vou desistir de você, gatinho.

Ela saiu da entrada principal, presumi que ela tinha ido para casa. Suspirei pesado, os dias seriam longos ao lado dela, oh se seriam. Me despedi da secretária e saí, peguei as chaves do carro no meu bolso e fui em direção dele, logo o abrindo. Me arrumei no banco e coloquei uma música para relaxar.

 

 

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Cheguei em casa em questão de minutos, eu estava me sentindo melhor só de lembrar do Baek, que ele estava ali me esperando. Desci do carro e bati a porta, peguei as chaves de casa e abri a porta, Baekhyun não estava na sala, mas o Floquinho tinha recebido comida a pouco tempo, pois o pote estava cheio e ele tinha recém começado a comer.

— Baekhyun? — O chamei, sem resultado. Subi as escadas e fui para o meu quarto, ele estava limpando minha escrivaninha. — Baek...

Ele se assustou e deixou cair o espanador no chão, mas logo sorriu feliz em me ver, ele veio em minha direção e me deu um abraço demorado.

— Estava com saudade — o menor disse, me apertando no abraço. — Como foi lá na gravadora? Deu tudo certo?

Engoli seco, logo me afastando dele e sentando na cama, atirei minha bolsa e a guitarra num canto, Baekhyun se sentou do meu lado e ficou me olhando com uma cara de quem não estava entendendo nada.

— Deu tudo certo sim Baek, só que... — fiz uma pequena pausa e fiquei analisando seu rosto — sua irmã também está na banda, ela é a segunda vocalista.

Baekhyun arregalou os olhos e abriu a boca, chocado com as palavras que haviam saído da minha boca.

— C-como assim? Você só pode estar brincando comigo, Chanyeol.

Segurei sua mão no intuito de o tranquilizar, mas foi em vão.

— Olha só, eu estou falando sério — digo sério. — Eu não gostei da notícia quando a vi entrando naquele estúdio, mas eu não posso fazer nada, entende? Infelizmente nós tocamos na mesma banda, e eu preciso ter um bom convívio com ela, para o bem da banda. Consegue entender, Baek?

Ele assentiu um tanto quanto triste, passei minha mão pelo seu rosto magro, ele soltou um sorriso que me fez sorrir junto, o puxei para mais perto de mim e selamos nossos lábios em um beijo lento e cheio de amor, eu o amava muito, não queria o ver triste. Nos afastamos, pois estávamos com falta de ar.

— Ei, eu te amo muito, não se preocupa com isso. Eu deixei claro que não era para ela confundir as coisas, que seríamos apenas colegas de trabalho.

— E ela disse o que?

— Que estava tudo bem — menti, eu não queria o deixar mais preocupado com as coisas da sua irmã, não valia a pena. — Não se preocupe.

Ele não pareceu muito convencido, mas por algum motivo não quis insistir na conversa. Resolvi respeitar o seu silêncio, confesso que seu silêncio me deixava nervoso as vezes. Sem trocar mais nenhuma palavra, peguei um pijama qualquer no roupeiro e entrei no banheiro, eu estava muito cansado por causa do dia. Tomei um banho gelado, para conseguir relaxar, não fiquei muito tempo para não acabar congelando em baixo do chuveiro. Vesti minha roupa e o menor não estava mais no meu quarto, fui para o primeiro andar e o vi ajudando meu pai a fazer o jantar. Fui para a cozinha e me apoiei na ilha que ficava no meio da cozinha.

— Não sabia que você estava em casa pai — comentei, fazendo ele se virar para mim.

— Eu tinha dado uma saída para comprar as coisas do jantar, faz tempo desde que eu não preparo o jantar. Baekhyun me contou que você assinou os papéis para fazer parte da banda, então quis fazer um jantar especial em comemoração — ele disse orgulhoso.

— Ah sim, tudo bem então — Me apoio no balcão da cozinha e cruzo meus braços, observando cada movimento do menor. — O que estão preparando? O cheiro está ótimo. — O aroma estava em todos os locais da casa, meu pai sabia fazer uma boa comida, era uma das especialidades dele.

— Hoje vou fazer algo que você nunca comeu, mas eu comia muito quando era mais novo, se chama Japchae, você vai gostar, Chan — meu pai disse, voltando a mexer na panela, Baekhun estava pegando alguns legumes e descascando, ele parecia bem interessado na maneira que meu pai estava fazendo a janta, lembram que Baekhyun gosta de cozinhar? Esse prato ele não deve ter feito ainda.

Resolvi esperar na sala, peguei meu celular e tinha uma notificação no Kakao, abri o aplicativo e fui na solicitação.

 

“Não vai me aceitar mesmo aqui, gatinho? Você é mesmo difícil, mas assim as coisas se tornam mais interessantes. Beijinhos, Kim.”

 

Excluí a mensagem na hora, pensei em bloquear ela, mas depois iria sobrar pra mim ter que ouvir ela reclamando na gravadora. E me estressar era a última coisa que eu queria no momento.

Fiquei assistindo televisão até escutar meu pai me chamar, me sentei na mesa do lado do Baekhyun, que ficou quieto o jantar inteiro. Ele estava diferente, e isso tudo foi porque eu contei que sua irmã estava na mesma banda que eu. Será que ele tinha ciúmes ou algo do tipo? Não sei. Baekhyun era estranho as vezes, mas preferi ficar indiferente, como ele estava sendo comigo.

Jantamos sem trocar uma palavra sequer, meu pai percebeu o clima estranho que estava, mas não quis comentar ou perguntar nada. Acho que foi melhor assim.

 

 

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Ao terminar de jantar, me levantei sem abrir a boca, larguei meu prato e copo na pia, passei uma água neles e fui para o meu quarto.

— Filho, aconteceu algo? — meu pai perguntou, me virei e ele estava de pé em frente à mesa, Baekhyun ainda comia com a cabeça baixa.

Respirei fundo e neguei com a cabeça, me virando de volta e indo para o meu quarto. Fechei a porta e me atirei na cama, peguei meu celular e meus fones de ouvido, entrei na minha conta do Netflix e comecei a assistir um filme de terror.

 

Quando deu vinte minutos do filme, senti a cama se mexer, mas não olhei para trás, eu sabia quem era. Senti um dedo me cutucando, tirei os fones e me virei de costas, Baekhyun estava sentado do meu lado.

— Algum problema? — perguntei, revirando os olhos para o garoto, que negou na mesma hora — Então o que foi? Eu estou vendo filme.

— Por que você está me tratando assim, Chanyeol? Eu fiz alguma coisa errada, ou algo que você não gostou?

Analisei toda a sua face, ele estava com uma expressão triste, fazia tempo que eu não o via assim, meu coração começou a apertar.

— Não gosto do teu silêncio, ele me machuca — confessei, segurando uma de suas mãos, elas estavam muito frias. — Não gosto quando você me esconde as coisas e prefere o silêncio para evitar algo, eu te amo sabe? — Ele apertou minha mão com força. — Eu amo muito, quero que compartilhe as coisas comigo, quero que você me diga o que está pensando. Você é importante para mim Baek, e ver que algo te chateia, te deixa indiferente, faz eu me sentir mal.

Baekhyun ficou prestando atenção em todas as palavras que saíram da minha boca, ele não disse nada, mas seus olhos estavam dizendo muito, eles me observavam tão profundo, que eu senti que ele podia ver dentro da minha alma. Fiquei o encarando, encarando aqueles lindos olhos castanhos — os meus favoritos, diga-se de passagem —, apertei sua mão com força, o mesmo sorriu abertamente, seu sorriso me fazia sorrir junto, era automático. O puxei para um abraço e ficamos assim, deitados na cama e abraçados, até pegarmos no sono.

Depois de hoje, aprendi que as vezes não precisamos dizer nada, os olhos dizem mais que mil palavras, ele havia me dito muitas coisas apenas com os olhos. Esse Baekhyun, me ensina cada dia mais.