História Carrying On - It was just a fright

Um menino estava sentado no chão apoiado em um dos armários, e tentava puxar todo o ar que podia, mas parecia inútil, então corri até ele, me aproximei e fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Já ia sair correndo e gritando pedindo ajuda quando ele colocou a mão em sua mochila e disse:

- Bombinha. - Só então eu entendi. Ele era asmático, peguei a bombinha e o entreguei, ele sugou duas vezes e então respirou melhor. - Obrigado. - Falou. - Parece que você salvou a minha vida. - Só então quando o susto passou que notei que ele era um dos babacas da aula de inglês, o de olhos brilhantes, o tal de Zayn.

- Não foi nada. - Respondi. - Quer ajuda pra se levantar?

Ele fez um sinal de positivo com a cabeça, então o ajudei.

- Não quer ir para a enfermaria? - Perguntei, eu estava realmente preocupada. Ver ele daquele jeito me fez lembrar do meu pai. Na verdade o que não me fazia lembrar do meu pai!?

- Não, estou bem.

- Certeza?

- Uhum, isso acontece com frequência, sorte você estar aqui pra me ajudar. A propósito, meu nome é Zayn.

- Lembro de você da aula de inglês - Falei.

- Ah sim, a novata. - Disse.

- Jenna. - O corrigi.

- Então Jenna, muito obrigada mesmo, e me desculpa pelo meu amigo cabeça oca.

- Deveria ver melhor suas amizades. - Respondi, aquele garoto era uma completo idiota.

- Bem, se me lembro bem você estava com a Daise, então não tem muito o que dizer. - Fiz careta, eu não sabia muito sobre Daise. Na verdade, eu não sabia nada, ela foi simpática comigo, e me pareceu ser uma boa pessoa. - Nos vemos por ai Jenna. - Ele disse me deixando sozinha com meus pensamentos.

*

Estava em casa vendo TV quando escuto meu celular tocar.

      ~Ligação on

- Oi mãe.

- Filha acabei de sair do trabalho, me encontra no shopping daqui a meia hora.

- Ok - Respondi.

     ~Ligação off

Peguei as chaves do carro e fui para o shopping, logo cheguei pois não ficava tão distante da minha casa. Esperei minha mãe sentada na praça de alimentação até que ela chegou.

- Até que enfim - Disse a ela.

- Desculpa, o trânsito estava horrível.

- Vamos logo.

*

Comprei quase um guarda roupa completo.

- Não sei pra que tanta roupa. - Ela falou me ajudando a carregar as sacolas com roupa.

- Bom uma vida nova merece roupas novas. - Minha mãe ficou em silêncio, pois sabia que eu me  referia a morte do meu pai.

Depois que ele faleceu ficamos desoladas,  não sabíamos como seria nossa vida dali em diante. Meu pai sempre cuidou de nós duas, então quando ele se foi nos vimos sozinhas, isso fez com que nós nos aproximassemos ainda mais. Então minha mãe arrumou um emprego como gerente de um banco e nos mudamos para outra cidade, para tentar esquecer um pouco da dor e do sofrimento que os últimos meses tinham nos causado.

- Desculpe mãe. - Falei quando percebi que minha mãe estava com os olhos marejados.

- Não foi nada filha, vamos pra casa senão daqui a pouco você compra o shopping todo. - Tentou fazer piada, e sorriu forçado.

- Vamos. - Retribui o sorriso.

*

- Mais um dia de aulas tediosas. - Disse a minha mãe que estava na cozinha como de costume.

- E você já está atrasada. - Ela me respondeu.

- Tudo bem já estou indo.

- Não vai nem tomar café?

- Não. - Disse, somente pegando uma maçã, e indo em direção a porta.

- Vai com Deus minha filha. - Disse minha mãe.

- Você também. - A respondi e sai de casa indo em direção ao meu carro.

Cheguei no colégio e Daise veio logo correndo em minha direção e se jogando em cima de mim.

- O que foi maluca? - Perguntei.